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Cigarro e cigarra - 5º relatório

Bom diarte, veneráveis soberanos!

Hoje vim falar sobre dois temas curiosos para vossas senhorias que ocorrem aqui na Terra, nesse país, chamado Brasil.

Acontece que existe um inseto conhecido como cigarra, elas aparecem geralmente no final da primavera, mas tem vezes que algumas aparecem antes um pouco.

De fato, ainda não vi o evento acontecer, mas dizem que elas ficam gritando o tempo todo. Estou muito curiose para saber como é seu grito, já me disseram que é agudo.

Conheci ume não binárie que disse que quando era pequena foi num parque ecológico com a escola dele e ela e os meninos ficaram colhendo casca de cigarra.

Agora sobre o cigarro. Achei curioso trazer isso para vós, pois tem o nome tão parecido com o da cigarra.

Mas não se deixem enganar, veneráveis, cigarro é igual o tinicona que havia em Eros. Esse produto possui uma substância altamente viciante chamada nicotina, o que faz com que vários humanos se viciem e acaba acarretando em um gasto enorme para eles mesmos e para a saúde pública.

Aqui eles ainda estão na fase de aprender a fazer programas de combate à nicotina, coisa que em Eros foi feito há 230 anos.

Acredito que, com o tempo, se o Brasil pegar bons governos, terá mais programas de conscientização e prevenção. Mas isso é um problema relativamente pequeno perto do que tem acontecido por aqui.

Eu vejo a história de Eros se repetindo nesse planeta, todos os anos há queimadas provocadas por humanos, mas esse ano está muito pior. Eros perdeu 80% de sua biodiversidade dessa maneira e parece que a Terra está caminhando nos trilhos que nós passamos.

Não sei o que fazer, foi me dito para não interferir nos problemas humanos, que eles deviam se resolver sozinhos para avaliarmos se seriam casos perdidos ou não. Mas sinto um comichão dentro de mim para ajudar, divulgar e conscientizar as pessoas dos perigos que isso pode acarretar.

Bem, por hoje é só isso o relatório. Até breve, veneráveis soberanos.

Atenciosamente, Lustos.

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Organização da moradia terráquea - Quarto relatório

Bom diarte, veneráveis soberanos!

Tive a oportunidade de entrar numa residência humana para a avaliação de organização dos móveis locais. Foi de muita grande utilidade para entender melhor as imagens que já havia visto no que aqui chamam de “internet”.

Com a avaliação de uma casa grande de família, notei pelos comentários, que normalmente as casas de uma pessoa sozinha são menores. Então logo adaptei a nave para que tenha um quarto, um escritório, um banheiro, uma cozinha, uma área de serviço uma sala e uma varanda com quintal.

A varanda e o quintal é muito comum aqui nessa região, por se tratar de uma cidade de interior, além do costume de colocar as roupas para secar em local aberto com entrada de sol. Por sorte, eu comprei roupas e escondi minhas asas antes de chegar até a Terra, senão seria estranho socializar.

Como não quero inflacionar o mercado local, estou comprando os móveis aos poucos, então eu montei primeiro a cozinha, deixarei uma imagem anexada no arquivo.

Desde que cheguei até a Terra, tenho sentido sensações estranhas pelo meu corpo, as mais comuns são um roer na região do estômago e quando um humano escutou falou que eu estava com gases e aconselhou eu ir ao médico.

Indo lá, ele apertou minha barriga e saiu um barulho pelo meu orifício anal além de um fedor absurdo como se eu tivesse defecado. O tal médico me passou um remédio para gases e disse para tomar um por dia.

Não estou muito confiante na medicina local, mas como estou vivendo aqui e não entendo a mudança que está ocorrendo irei testar essa opção.

Por enquanto é isso, até breve!

Atenciosamente, Lustos.

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Segunda semana na Terra - Terceiro relatório

Olá, veneráveis superiores.

Venho trazer meu terceiro relatório sobre esse planeta e sua população muito esquisitos.

Descobri por volta de meados de quarta-feira que a população do país em que estou se recusa a aceitar mudanças na língua local falada.

Isso é algo muito estranho, já que a língua evolui com seus falantes. E a local até mesmo teve mudanças no decorrer dos anos.

Por exemplo, antigamente eles falavam “Vossa mercê”, que mudou para “Vós mercê” e então para “Você”.

Mas por algum motivo, uma parte bem grande da população desse país não aceitam a inclusão do pronome de gênero neutro, que aqui, entre os não binários, assim como eu, usam “elu” e “ile”.

Além desses dois pronomes, fiquei sabendo também da existência de neopronomes também utilizados, mas não cheguei a pesquisar a fundo para saber mais.

Descobri também que com falantes de uma outra língua do planeta, utilizam como pronomes neutros o “they” e o “it”, o que é de fato interessante, porque ao pé da letra para o país em que estou “they” significa “eles” e “it” é normalmente usado para animais, seres não humanos e objetos, pelo menos pelo que foi me explicado por um aluno do ensino médio padrão brasileiro.

O relatório dessa vez será um pouco misturado de assuntos, pois tenho mais coisas para relatar.

Estive observando alguns animais aqui do planeta e me deparei com o que eles chamam de galinha e pato.

Acredito que vossas senhorias acharam interessante também. Pois aqui eles são bem menos perigosos que em Eros. Eles não têm tentáculos para te prender e mordiscar até que esteja morto.

Eu tentei fazer uma galinha de eros em um programa de edição de imagem para comparação. E coloquei uma galinha do planeta ao lado para poder ser visto, seguem as imagens.

De fato interessante, mas isso também significa que elas têm menos carne a ser consumida.

Bem, esse é o primeiro pensamento que deve estar vindo de vocês. Mas acontece que, aqui, ainda se existem diversos tipos de galinha, algumas maiores e outras menores. Então tem-se galinhas grandes que produzem uma alta quantidade de carne.

Falando em carne, isso me leva a falar de outro assunto que acho interessante de ser comentado.

Aparentemente, a base da alimentação da população menos bem afeiçoada deste país é a carne, alimento mais caro que os vegetais e que os vegetais viraram meio que “moda” entre os mais ricos, numa onda de vegetarianismo e veganismo, fazendo com que estes fiquem mais caros. O que é interessante de pontuar aqui é que vegetais e frutas na cidade em que pousei são bem mais caros que as carnes. O que dá para uma família comer de carne aqui, não dá para duas comerem de frutas e vegetais.

Acredito que aqui esteja relacionado ao nível de entrega e por o local não produzir mais esse tipo de alimento.

Agora, falando sobre conexões com os humanos, acredito que estou conseguindo a confiança de alguns deles, talvez eu consiga, eventualmente, entrar na casa de algum humano e observar como são as coisas. Meus móveis estão para chegar e eu ainda não sei como organizá-los de maneira que pareça que um humano que os arrumou, então vou tentar ao máximo me infiltrar em uma casa como convidade e registrar por fotos como se organizam as casas brasileiras para poder arrumar a minha de acordo.

Esse é o fim do relatório dessa vez.

Atenciosamente, Lustos.

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Primeira semana na Terra - Segundo relatório

Olá, superiores Eronianos. Estou aqui para dar o relatório da primeira semana nesse planeta chamado Terra pelos humanos. A primeira semana se mostrou complicada, fiquei a maior parte do meu tempo dentro de casa, escondendo todos os traços da nossa tecnologia para o caso de receber visitas. Quando estava se aproximando da sexta-feira, minhas provisões acabaram, então tive de conseguir mais. Porém isso foi um desafio, já que no relatório inicial para começar a missão não estava relatado que aqui se precisa de dinheiro para conseguir uma coisa básica como alimento. Logo tive que recorrer a pesquisa do papel moeda local, o Real, e colocar uma das impressoras para produzir. Obviamente não fiz mais que o necessário para obter alimentação e pagar impostos, porque não quero desestabilizar a economia local.

Isso me fez perceber que preciso arranjar um emprego aqui também. Por isso assumi o pseudônimo de Revol Queen para escrever livros e conseguir uma renda sem ter que abandonar a missão.

Logicamente isso irá demorar até dar resultados, então até segundo momento, estarei tendo que imprimir o papel moeda. Durante esse período também tentarei arranjar alguns bicos para poder não depender unicamente da impressora, já que antes dito, não quero desestabilizar a economia local. Durante esse período também consegui observar que o local onde parei contém um grande número de idosos e um certo êxodo de humanos da cidade para outras.

Aparentemente alguns dos humanos residentes aqui trabalham nas cidades vizinhas, o que pode mostrar a falta de oportunidade de emprego, então acredito que arranjar um bico será difícil.

Além disso, existem as pessoas que vão para outras cidades para residir, abandonando esta. Isso acontece principalmente com os jovens, já que eles querem mais oportunidade de crescer. Igual o que aconteceu na cidade de Baralenis em Eros. Aproveitei que imprimi papel moeda e fiz umas compras para a casa, móveis humanos para disfarçar melhor o local. Nos próximos relatórios irei trazer as comparações. Eu não trouxe nos dados da nave imagens de casa, então terei que aprender alguma profissão de edição ou desenho para poder mostrar com mais fidelidade uma comparação ao lado da outra para que os superiores não tenham que ir atrás de um objeto local.

Por enquanto é isso o relatório de hoje.

Atenciosamente, Lustos.

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Primeiro relatório - Chegada à Terra

Minha chegada ao planeta Terra no dia humano 30 de agosto de 2024 foi bem sucedida.

Encontrei um terreno à venda o qual comprei antes de aterrissar a nave. Já terminei de me estabelecer. Aparentemente a cidade para de funcionar logo cedo, então a primeira pesquisa terá de ser feita amanhã (data a qual espero que recebam minha primeira mensagem).

Espero que essa pesquisa seja útil para nós, Eronianos, e que consigamos uma boa parceria no fim das contas. O local que escolhi para fazer de moradia durante minha estadia nesse planeta longínquo é uma cidade de interior.

Mesmo que mudanças demorem um pouco para chegar ao interior devido à minha pesquisa prévia, acredito que observar uma cidade menor é melhor para entender um pouco mais da natureza humana antes de arriscar uma abordagem em um lugar mais perigoso. Esse é o fim do relatório de hoje. Obrigade pela oportunidade nessa missão de suma importância, generais. Espero, em breve, ter mais um relatório. - Atenciosamente, Lustos.