Se eu puder me tornar um romancista, não me importo de não ser mais amado por ninguém, como uma troca equivalente.
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Pai
Hoje, pela primeira vez desde que meu pai partiu, ouvi essa linda canção. Era a música favorita dele. Lembro de quando a ouvimos juntos pela primeira vez, quando eu tinha apenas 5 anos — a memória mais distante que tenho. Desde então, ela sempre esteve presente nos momentos especiais: no aniversário dele, no Dia dos Pais, no Natal, no Ano Novo. E até quando saíamos para beber, eu pedia para tocar a música, seja em um bar ou na casa de algum amigo.
A última vez que cantamos essa canção juntos, meu pai chorou. Eu segurei as lágrimas, o abracei e disse o quanto o amava.
Meu pai faleceu no dia 24 de março de 2025. E a última vez que ouvimos essa música foi no seu enterro.
Pai, sou eternamente grato por tudo o que me ensinou e por tudo o que fez por mim. Esta é a minha última carta para o senhor. Se eu pudesse pedir um desejo, seria que, caso o senhor nascesse novamente e se casasse novamente, eu tivesse a sorte de renascer como seu filho.
O senhor foi o melhor pai que eu poderia ter. Jamais esquecerei o que o senhor me ensinou e o amor que me deu. Te amo, pai. Vá em paz e até que nos encontremos novamente. Dandelion 16/ 04/ 2025
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Carta ao Dono do Corpo que Eu Habito
Você aí, que me empresta essa carne cansada: Quando eu quebrar seus copos de ilusão, quando eu arranhar suas paredes de orgulho com unhas que você não sabe ter crescido, — não me condene.
Eu só quero provar que ainda respiro até mesmo quando você prende o ar.
Você diz que sou seu, mas quem é dono de quem nesse apartamento de ossos onde a luz falha e os vizinhos (alma, coração, vísceras) reclamam do barulho que eu não faço?
Às noites, você me vira de costas e dorme como se eu não existisse. Mas eu existo. Eu sou o rascunho que você não queima, o verso que sangra mesmo sem caneta.
Amanhã, quando você se olhar no espelho e não reconhecer o rosto que o olha de volta, lembre-se: eu também estou assustado. Dandelion 15/04/ 2025
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Conversando Com a Lua
Eu sei que você está em algum lugar distante, perdido nas vastidões do céu. Em cada noite, meu olhar busca você nas estrelas, na esperança de encontrar um caminho que me leve de volta a você. Eu anseio por sua presença, desejo que você retorne e preencha o vazio que ficou.
Os murmúrios do mundo ao meu redor parecem distantes e desinteressados, ignorando a dor que carrego. Cada sorriso forçado, cada conversa superficial, me lembra da imensidão do meu próprio luto. Ninguém parece perceber o peso da perda que sinto; para eles, é apenas uma tristeza passageira, enquanto para mim, é a ausência de toda a luz que eu conheci.
E assim, eu continuo a falar com a lua, buscando consolo em um universo que parece não ouvir minha súplica. A distância entre nós é um eco incessante, e eu permaneço aqui, aguardando o momento em que a solidão se dissipará e você retornará para preencher o vazio de minha existência.
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Frajola eu sou você
Baby Looney Tunes permanece como uma das fontes de “trauma de infância” para mim. Assistia religiosamente todos os dias, buscando nele minha única fuga para um mundo de fantasia e brincadeiras. No entanto, paradoxalmente, essa escapada muitas vezes desencadeava em mim uma profunda crise existencial.
Meu personagem favorito era o Frajola, e, para minha decepção, os criadores não se deram ao trabalho de incluir o nome dele na abertura. Isso me entristecia profundamente, como se eu próprio fosse uma nota perdida na abertura desse desenho animado, que é a metáfora da minha existência. Assim como o Frajola, meu nome não encontrava lugar, e essa ausência ecoava minha sensação de insignificância. Ao assistir, via-me refletido na tela como uma sombra, ansiando por reconhecimento que nunca chegava. Essa experiência, curiosamente, moldava-se em um retrato simbólico da minha vida, onde meu nome, assim como o do Frajola, não tinha destaque. Na abertura do meu próprio enredo, eu era uma nota solitária, perdida na sinfonia da existência, buscando um lugar que parecia sempre fugir de mim.
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Cigarro
Era uma noite úmida e silenciosa, como se o próprio tempo tivesse parado para contemplar a fragilidade da existência. Eu estava no hospital, ao lado de meu pai adormecido, quando decidi deixar o quarto em busca de um respiro. A atmosfera pesada do local parecia sufocar até mesmo o ar que eu tentava inspirar. Sentei-me na calçada, próximo a um pequeno jardim que teimava em sobreviver no centro daquele lugar de dor e despedidas.
A chuva começou a cair, suave e persistente, como lágrimas do céu. As gotas batiam nas folhas das plantas, e o cheiro úmido da terra molhada enchia o ar. Mas algo estava errado. Um gosto metálico, como ferro, invadiu minha boca, e o cheiro de sangue e morte pairou ao meu redor. A chuva, que até então parecia pura, agora caía pesada, como se fosse um líquido espesso e escuro, reminiscente de extrato de tomate derramado sobre o chão. O som era grotesco, quase orgânico, e o ar carregado de putrefação e medicamentos me envolvia como um manto sombrio.
Não demorou muito para que duas enfermeiras surgissem na minha frente, carregando uma maca com um corpo inerte. O silêncio foi quebrado pelo som seco da maca batendo em um buraco no chão. O braço do cadáver balançou para fora do lençol, pálido e sem vida, confirmando o que eu já suspeitava. As enfermeiras murmuraram algo sobre falência renal, como se a morte fosse apenas mais uma rotina em seus dias. Seguiram adiante, deixando para trás o silêncio ensurdecedor de suas palavras e o peso da mortalidade.
Fiquei ali, imóvel, enquanto a chuva continuava a cair. Meus pensamentos vagavam por cenários sombrios e perguntas sem resposta. O que é a vida, senão um breve suspiro entre o nascimento e o fim? Por que a morte parece tão banal para alguns, enquanto para outros é um abismo insondável? As enfermeiras voltaram, rindo e conversando como se nada tivesse acontecido. A normalidade delas contrastava com a tempestade dentro de mim.
Olhei para o lado e vi uma placa: "Proibido fumar". Um sorriso amargo surgiu em meus lábios. Naquele momento, o que eu mais desejava era acender um cigarro e deixar que a fumaça levasse consigo um pouco daquela angústia. Mas a placa estava lá, firme e autoritária, como um lembrete de que até mesmo os pequenos confortos nos são negados em momentos de desespero.
E assim, fiquei ali, sob a chuva, contemplando a efemeridade da vida e a inevitabilidade da morte. O jardim, as enfermeiras, o cadáver, a placa... Tudo parecia parte de um grande teatro macabro, onde eu era apenas um espectador, tentando entender o enredo de uma peça que talvez nunca faça sentido.
Dandelion 21/ 03/ 2025
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Fazíamos promessas como um sono sem sonhos.
A gente se olhava em silêncio como árvores mortas.
Seus olhos diziam tudo e eu sabia que era o fim.
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Tinha algo hipnotizante em você, era como olhar para baixo de um lugar alto.
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Ansiedade
Eu já não sei se é o vazio que me consome ou se sou eu que me deixo perder... É a primeira vez em muito tempo que me sinto assim, Como se estivesse sendo sugado para a escuridão. A única resposta que vem é o som abafado da minha própria voz. A escuridão se espalha por cada canto, E eu me vejo perdido nela, sem saber mais o que é meu e o que é dela. O tempo já não tem cor, Eu me perco, mas o que assusta é o fato de que, no fundo, Acho que já não sei se quero ser encontrado.
Talvez esse seja o erro de ser mais rápido que a luz: É que você vive na escuridão... Ansiedade. Dandelion 29/01/2025
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Restos de Nós
A casa ainda guarda os rastros de tudo o que passou, E eu me vejo perdido nas brechas de um passado que já não existe. As palavras desaparecem no vazio, Como se o silêncio tivesse se feito morada dentro de mim.
O que ficou? São apenas estilhaços de uma memória que se desfaz, deixando o gosto, Restos de promessas que se dissolvem com o tempo, E os olhares que nunca mais se encontraram.
O tempo passa, mas o que permanece é a ausência, E eu me pergunto se é isso que nos define no fim. Talvez o que não se diz, e o que se apaga, Seja o único reflexo do que fomos.
Eu me acostumei com o que falta, Mas ainda há sinais de nós em cada canto, Como se tudo que desapareceu Fosse um rastro que se estende, sem fim. Dandelion 29/01/2025
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O Silêncio das Horas
Às vezes, o silêncio fala mais que mil palavras. No vazio das horas, escuto o som do meu próprio peito, batendo em busca de algo que ainda não sei, mas sinto que existe.
O sol se põe e, por um breve instante, o mundo parece parar. Como se o tempo se curvasse diante da beleza que se desenha no céu. É nesse instante que me encontro, perdido e inteiro ao mesmo tempo, em um espaço onde não há passado nem futuro, apenas um presente suspenso, como um suspiro.
Os erros e acertos, como se fossem parte de uma dança antiga, me ensinam que não há vida sem dor, mas também não há vida sem o toque suave da esperança. E é ela, a esperança, que se espalha nas ruas que percorro, na chuva que cai, nas palavras não ditas, no abraço que nunca chega, mas sempre se faz presente.
Não é a grandiosidade que move o mundo, mas os detalhes imperceptíveis que, quando reunidos, formam o todo. A risada de uma criança ao longe, o perfume de uma flor quebrando o ar gelado da manhã, o olhar de alguém que entende seu silêncio.
Eu sigo em frente, sem saber exatamente para onde, mas com o coração aberto, aceitando o caminho como ele é – com suas pedras, suas curvas e sua beleza silenciosa. Porque, ao final, o que resta não são os momentos que buscamos, mas os que nos encontram sem aviso, como um raio de sol atravessando as nuvens. Dandelion 17/ 01/ 2025
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Feliz ano novo
Versos de mim para mim mesmo
Quando tudo ficar escuro, e você temer a escuridão… Não feche seus olhos.
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“Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo.”
— Tati Bernardi.
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O Amor, Embora Seja Meu
Eu me AMO, mas tive medo de sair de um relacionamento tóxico, pois acreditei que a pessoa poderia mudar. Eu me AMO, porém não bebo água o suficiente, nem me alimento como deveria. Eu me AMO, entretanto, deixei de lado meus sonhos, e as coisas que me faziam feliz, por alguém que não faria o mesmo por mim.
Eu me AMO. Contudo, estou aprendendo que a mudança precisa vir de dentro, e que cuidar de mim é a chave para a transformação verdadeira. Eu me AMO, todavia, estou aprendendo a respeitar meus limites, a me permitir crescer, a acreditar que sou digno de amor verdadeiro e de me cuidar sem culpa.
Eu me AMO, No entanto, ainda estou aprendendo sobre o próprio amor. O que me faz pensar: estou sendo ingênuo, acreditando que não me amo, ou apenas sou uma pessoa normal que se entrega ao que ama? Sei que o amor não conhece sua profundidade até o momento da separação, e que é sem ninho que a águia voa, em direção ao sol. Então, ser sozinho é o verdadeiro amor próprio? Será que a voz pode fugir da língua? Então não posso fugir de mim. Ou será que é na quietude da solidão que finalmente posso me encontrar, sem máscaras, sem medos, e simplesmente ser quem realmente sou? Dandelion 26/12/ 2024
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Onde as Palavras Não Chegam
Quanto mais palavras surgem, mais me perco nelas... Elas deixam traços que não consigo entender, como sombras que se desfazem no vento, uma saudade que ainda não sei nomear, um vazio que cresce em mim.
"Te amo" carrega um aroma que não alcanço, e "adeus" pesa na garganta. Mas o que me faz lembrar é o silêncio, os momentos que se acumulam sem serem ditos.
Por que choro agora? Como responder a esse vazio? As palavras se acumulam, mas continuam ali, paradas, me fazendo querer te ver.
Cada nova palavra me afasta, mas sei que preciso delas, como se, no fim, fosse por elas que eu pudesse me encontrar.
Talvez haja palavras que nunca deva deixar de procurar, e talvez, em algum lugar, elas finalmente me encontrem. Dandelion 24/12/2024
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