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Web: Cartas pra você
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Prólogo: “Há muito tempo te encontrei, meu amor. [...] Obstáculos difíceis de se explicarem apareceram para atrapalhar nossa felicidade e você sabe que eu sou o tipo de garota que não desiste fácil das coisas, eu luto até o fim. Porém, aprendi que com o tempo, tudo muda. [...]” - Cartas❥PraVocê lendo as cartas da Duda. O que você acha da web: Cartas Pra Você? Adorei, é perfeita! Gostei Ainda não li Não gostei muito Péssima Votar resultado parcial...
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cartas-pravoce-blog · 13 years ago
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Capítulo 29
Levantei desesperada no dia seguinte, achando que tudo fora apenas um dos meus sonhos, pouco levianos. No entanto, ao reparar na roupa que eu estava vestida, foi como um beliscão no braço esquerdo, não era sonho. Vagarosamente, fazendo jus a minha personalidade, levantei quase caindo da cama. Dificuldade eu tive ao chegar até o banheiro a fim de ver meu estado. Meu cabelo, um tanto armado devido aos chuviscos de ontem e o lápis preto nos meus olhos, estavam quase na minha bochecha. Joguei muita água em meu rosto, quem sabe assim eu não acordava totalmente. Em vão. De imediato entrei no chuveiro. Enquanto me perdia em meio a gotas de água e pensamentos alucinógenos, ouvi de longe, umas batidas inquietantes na porta, que me causaram raiva, já que atrapalharam meu banho e ainda me despertaram tamanha curiosidade.
"Prima, precisamos conversar", ouvi a voz da Bruna, que, na verdade, parecia muito distante...
"Estou saindo, é rápido", gritei, a fim de que ela me ouvisse com clareza.
Terminei meu banho a contra-gosto, e logo me exuguei. Minha mala se encontrava no banheiro, e estava tão bagunçada, que peguei a primeira roupa que vi. Era um short jeans e uma regata branca escrita "You don't know me". Isso me trouxe lembranças de ontem a tarde, mas tentei tirar isso logo da cabeça. Assim que saí do banheiro, dei de cara com a Bruna sentada em sua cama, parecendo distraída com o seu celular.
"Ah, você saiu... Finalmente!", ela exclamou.
"Sim, desculpa a demora", disse, já penteando meus cabelos molhados.
"Ei, não tivemos a chance de conversar ontem a noite. Você nem quis jantar, fiquei preocupada contigo. Inventei uma história para sua mãe, mas não sei se ela acreditou muito bem... Você estava péssima! O que aconteceu?"
"O Vitor aconteceu!", exclamei, já irritada.
A Bruna abaixou um pouco a cabeça, e logo eu tive certeza absoluta do que antes suspeitava.
"E você já sabia. Aliás, obrigada por me informar", terminei de pentear os cabelos e logo já ia saindo pela porta de seu quarto.
"Espera! Eu não sabia que você iria encontrá-lo logo de cara, Duda! Por favor, a gente pode conversar decentemente, ou tá difícil? Senta nessa cama e me ouve, droga!"
Suspirei, e fiz como ela queria. Sentei na cama, e esperei ela falar o que quer que fosse.
"Desculpa, tá legal? Eu não sabia como te contar, e você nem me deu muitas chances para isso! Saiu desembestada dessa casa assim que terminou de almoçar para ir ver o João! Afinal de contas, você o viu ou não?"
"Não", meu coração apertou de saudades.
Contei tudo a ela, detalhe por detalhe, esperando que ela de alguma forma me conformasse. Estava com raiva da Bruna no começo, por ela não ter me contado sobre o Vitor, mas logo admiti que realmente não dei oportunidades a ela para isso. Quando terminei tudo, percebi que meus olhos estavam querendo deixar as lágrimas escaparem.
"Sinto muito, Duda", ela abraçou, "Eu realmente não sabia sobre o João ter te traído... Ele não estava saindo muito conosco, ele e o Gab tiveram uma briga fazia um tempo. Mas, olha só, você tem mesmo que virar a página. O João... O João se foi, prima! Independente do que vocês tiveram no passado, ele não se lembra de mais nada, absolutamente nada. Odeio te dizer isso, mas é a verdade. Se quiser ter algo com ele agora, terá que começar tudo de novo, e com o novo João Pedro que nasceu dentro dele. Nem parece mais o mesmo, está muito distante. Ah, e sobre o Vitor... Vocês dois confundiram muito as coisas, sabia? Não se engane ao pensar que ele é como o João, porque eles são bem diferentes. Acho que ele também está bem confuso agora, não é uma boa hora para se aproximar dele, nem do João. Segura a barra por enquanto, prima, porque além de tudo, você está abalada com isso tudo, eu sei, e não é pra menos! Vamos só curtir um pouco indo a algumas festas, e daqui a uma semana pelo menos você fala com eles, tá bem? Não quero ver você sofrer por fazer algo por impulso..."
"Obrigada, Bru! Tá legal, eu vou me desestressar antes de fazer qualquer coisa. Mas, se não for pedir muito, você pode me arranjar uma folha e uma caneta?"
Ela estranhou minha pergunta, mas era justamente tudo o que eu precisava agora.
(Isabela J.) e (Sarah B.)  -  Cartas❥PraVocê
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cartas-pravoce-blog · 13 years ago
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Capítulo 29 amanhã, e 30 em breve! Iremos fazer de tudo para postar mais nas férias, e desculpem a falta de posts :3
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cartas-pravoce-blog · 13 years ago
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Capítulo 28
Ele passou os dedos pelo meu cabelo, o colocando por trás da orelha, e deixando sua mão na minha nuca. Senti que estava tudo perfeito, ele, eu, nós dois juntos. O clima era propício para a ocasião, mas João Pedro ainda estava fixo em minha mente e, além do mais, eu não era o tipinho de menina fácil. Aproximei mais ainda minha boca da dele e, com calma, acariciei seu rosto devagar, no entanto, desviei meus lábios até sua bochecha, finalizando com um beijo demorado um tanto próximo da boca. Afastei-me rapidamente com vergonha do que havia feito. Vitor estava vermelho, e seus olhos não se desviavam de mim. Sua expressão, no entanto, era duvidosa. Aqueles olhos! Embora fossem os mesmos do João, havia uma diferença, totalmente significativa. Eu não conseguia interpretá-los, não lia suas emoções através deles. Isso me incomodava demais! Ele sorriu de canto e fechou os olhos.
"Você lembra um pouco minha ex-namorada"
Pff, justamente o que eu queria ouvir. Uma raiva me inundou de súbito, e eu o fiz levantar, para podermos ir embora de uma vez. Com a cara fechada, comecei a andar sobre a areia, pensativa. Francamente, no que eu estava pensando ao imaginar que... Tá legal, eu nem sabia no que eu estava pensando quando eu quase dei um selinho nele. Foi totalmente impulsivo. Esse é meu problema, eu não consigo pensar antes de fazer qualquer coisa que for!
“Espera, Eduarda.” – Ele disse num tom nervoso, e aproveitando minha fraqueza, puxou-me pelo braço esquerdo, me fazendo parar.
“Que foi Vitor?” – Respondi depressa.
“Porque tá brava? Só pelo o que disse? É ciúmes isso?”, ele perguntou, com um sorriso irônico no rosto.
“Ciúmes? Você tem problema? Claro que não é – Eu mesma fiz a pergunta e a respondi no mesmo instante – Só me solta vai.”
Ao ver sua expressão, vi que estava totalmente alterado, e num ar de impaciência se referiu a mim novamente.
“Eu falei sobre uma mera lembrança, e você faz isso. Agora me diz, o que você acha que eu tenho vontade de fazer quando você comenta sobre a merda do meu irmão e o amor impulsivo que você sente por ele?”
“Me deixa de uma vez Vitor, sai daqui!” – Respondi histericamente, soltando com força meu braço das mãos deles e apressando o passo até ficar longe dele.
“Na boa, Eduarda. Você nem ao menos me conhece”, ele gritou, e rispidamente me deixou ir, permanecendo naquele mesmo lugar.
Isso sim era verdade. Mas eu não estava com ciúmes. Só não aguentava mais nada disso. Comecei a correr, porque, pra variar, o céu começou a fechar. Só era o que me faltava! As nuvens estavam ficando cada vez mais escuras, e os trovões estavam altos. Queria chegar logo a casa da minha prima, porque só assim poderia descansar.
(Isabela J.) e (Sarah B.)  -  Cartas❥PraVocê
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cartas-pravoce-blog · 13 years ago
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Que demora pra postar um capítulo né? Não se preocupem, amanhã tem capítulo novo postado!
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cartas-pravoce-blog · 13 years ago
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Capítulo 27
Eu não sei porque, nem sei como… Mas eu estava chorando. Não chorando de soluçar, mas meus olhos já estavam cheios de resquícios de minhas lágrimas. Quando ergui minha mão na altura de minha bochecha, para limpar aquele pedaço de mim ao qual estava desmoronando, ouvi meu nome sendo chamado.
“Duda?”, a voz melodiosa chamava.
Fechei meus olhos, desejando que tudo ao meu redor se esvaísse. Não respondi, apenas apreciei o silêncio, que foi, mais uma vez, quebrado.
“Por que está chorando?”, ele perguntou.
“Não estou chorando”, menti.
“Tá legal… Quero que me conte algo sobre a sua vida. Acho que já te falei muito da minha”
Tudo o que eu menos queria naquele momento era falar sobre a minha vida. Mas isso era verdade, ele havia se aberto comigo e eu não havia falado quase nada sobre mim. Só tinha exigido que ele me desse explicações, e eu, na verdade, não dei nenhuma.
“O que quer que eu fale?”
“Qualquer coisa”
“Hm… Meu pai morreu. Já fazem 3 anos, e eu sinto muito a falta dele. Muitas vezes queria que ele estivesse aqui, nem que fosse pra me explicar como funciona a mente dos homens. Ele era um bom homem, sabe? Minha mãe o amava incondicionalmente. Há 3 anos atrás, era como se eu tivesse perdido tanto meu pai, quanto minha mãe. Meu pai para a morte, minha mãe para a dor. Ela entrou em depressão depois da morte dele, mas eu e minha tia, Amélia estamos tentando melhorar a situação. Hoje ela está bem melhor do que antes. Acho que foi assim que me aproximei ainda mais da Bruna, minha prima, filha da tia Amélia. Ela mora aqui, em Santa Catarina, e eu estou passando as férias na casa dela, como já faço há algum tempo. Conheci o João há mais ou menos 1 ano, e nada me encantou mais nessa vida do que o pedido dele para eu me tornar sua namorada. Ele me conquistou aos poucos, mas como você já sabe, a distância atrapalhava. Não consigo tirar da cabeça as palavras dele na carta, mas vou admitir… Também não consigo deixar de imaginá-lo beijando outras vadias. Falei de mais, não é?”
“Não mesmo. Se quiser, pode continuar, estou a ouvidos, mas antes que você prossiga… Não desperdice seu tempo pensando no meu irmão, não que ele seja ruim para você, mas é que, não vale, só isso, não vale a pena.”
“Tudo bem Vitinho, não pensarei mais nele, ou se eu pensar, não comentarei, apenas se isso estiver atormentando meus pensamentos. Ah, perdão, posso te chamar assim?”
“Acho que nem precisa de permissão Eduarda.” – Ele riu, esticando sua mão a fim de limpar uma lágrima que cismava em cair naquele momento, mas eu garanti que fosse a última.
Num gesto um tanto abusado, o vi se espreguiçando e deitando devagar no meu colo, sem reação alguma, só me bastou acariciar seus cabelos loiros, que a luz do sol, ficavam ainda mais brilhantes e reluzentes. Lindos! Perdi-me naquele olhar, e por conseguinte, na totalidade do seu rosto, que fez o meu se aproximar aos poucos, a ponto dele sentir minha respiração frenética por ele.
(Isabela J.) e (Sarah B.)  -  Cartas❥PraVocê
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cartas-pravoce-blog · 13 years ago
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Capítulo 26
Não era bem um abraço, pois pouco depois senti meu corpo sendo lançado ao ar. Alguns segundos depois eu já estava aninhada ao colo dele, com aqueles braços fortes me segurando firme. Comecei a rir, enquanto o Vitor me carregava sem fazer muito esforço. Passei meu braço esquerdo em volta do pescoço dele, e foi só então que percebi o quanto nossos rostos estavam próximos. Senti um súbito desejo de beijar aqueles lábios, e quase o fiz, até me lembrar de que não era pelo Vitor por quem eu estava apaixonada.
Desviei meu olhar para o mar e fiquei observando a paisagem. Tudo ficou tão silencioso por um momento. Eu até conseguia ouvir o som das nossas respirações, e também dos nossos corações, que por um acaso, estavam batendo mais rápido do que o normal.
"Não precisa me carregar até lá... Não ligo de caminhar muito", menti.
Ele me ignorou. Sim, ele me ignorou. Continuou me carregando, e parecia estar imerso a pensamentos. Não seria eu quem iria atrapalhar, então resolvi cantar Otherside, baixo o bastante para o Vitor não me ouvir. Depois de provavelmente dez minutos eu já estava cansada de ficar parada. Provavelmente depois de dez minutos caminhando eu já estaria cansada de caminhar, mas enfim...
"Pode me descer, Vitor. Eu tenho pernas e posso usá-las"
"Tá legal, e não se preocupe.. Nós estamos chegando"
Por incrível que pareça estávamos mesmo perto do fim da praia. Não sei como, mas não me importava. Isso significava menos tempo andando. Ok, eu sou uma completa preguiçosa. O Vitor me desceu delicadamente, e pude sentir meus pés tocando a areia fofa. Depois de mais ou menos cinco ou sete minutos de puro silêncio, nós chegamos ao final da praia, não era exatamente o final, mas para mim e para todos os outros turistas, era, marcada principalmente pela ausência de guarda-sol e barracas. Se não me falha o cálculo, andamos mais ou menos, um quarteirão inteiro, e então simplesmente senti as mãos dele sobre os meus olhos, tampando minha visão.
"Ei! O que pensa que está fazendo?"
"Quero ver sua reação ao olhar para o lugar, não posso perder isso por nada"
Deixei que ele me guiasse. Viramos a direita, e nós finalmente paramos de andar.
"Está pronta?"
Balancei a cabeça numa resposta afirmativa, e senti que aos poucos as mãos dele foram deixando meus olhos enxergarem com clareza novamente. A cor do céu, anil, refletia perfeitamente, contrastando com a areia, que naquela altura, era branca. Poucas conchas carregadas pela maré, um tanto mais alta do que antes, forravam o contorno das rochas, já desgastadas pelo tempo, no entanto, o conjunto era maravilhoso. As palavras me fugiam, ele havia me fechou no paraíso, assim como as copas das árvores, nos fechavam naquela pequena fenda de areia, onde passava cautelosamente um vale fluvial. Era como se metade da fauna e da flora do Brasil estivesse lá, apenas para embelezar minha visão. As asas das borboletas eram como uma palheta de um artista francês, vibrantes e contagiantes. Após longos minutos apenas contemplando o lugar, concentrei-me no rosto de Vitor, que parecia estar admirado, não com a natureza, mas sim, comigo. Respondi o possível elogio com uma expressão tanto intensa como nervosa. Nada mais estava sendo raciocinado por mim, as palavras só flutuavam, sem terem qualquer conexão umas com as outras, em outras palavras, eu estava perdida.
“Ainda está com fome?”
“Não mesmo, sinto tudo, menos fome, sede ou cansaço. O que você fez comigo?”
“Com certeza, nada!” – Respondeu-me, sentando na areia, perto da maré, onde as ondas tocavam seus pés. “Senta comigo.” – Completando.
Não disse se quer uma palavra, apenas sentei-me ao lado dele, e num impulso, vi minha cabeça encostar em seu ombro.
(Isabela J.) e (Sarah B.)  -  Cartas❥PraVocê
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cartas-pravoce-blog · 13 years ago
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Gente, anda meio difícil de postar. Mas, nessa semana terá post novo com certeza!
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cartas-pravoce-blog · 13 years ago
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Capítulo 25
“Por mais que negue, vocês se parecem muito”
“Em que sentido?”, ele disse. “Não quero acreditar que querendo ou não possamos ser iguais.”
“Agem da mesma forma, são impulsivos e teimosos. Do resto, nada posso afirmar, já que não te conheço o suficiente para fazer comparações.”
Vitor permaneceu mudo, apenas sentou-se do meu lado. Consegui distrair-me com o cheiro do perfume e o calor de seu corpo, que aumentava a cada passo que eu, discretamente, tentava me aproximar. Era inevitável. Ele era inevitável...
“Tudo bem, vamos parar de falar sobre isso”, sussurrei.
“Queria te mostrar uma parte de Santa Catarina que você não deve conhecer.”
“Você está me convidando para sair?”, indaguei.
“Sim.” Ele admitiu, percebi que foi involuntário, sem receio caso eu recusasse. “Eu costumo almoçar esse horário.”
“Quer que eu vá te acompanhar?”, sinceramente, eu estava gostando. Ele era tão imprevisível que me despertava uma vontade que eu não tinha sentido antes, nem com João Pedro.
“Você está se convidando agora.” Ele riu e num gesto rápido e delicado, segurou firme em minha mão, fazendo com que eu me levantasse junto a ele.
Notei sua expressão divertida, o que me deixou mais a vontade diante da situação, nada usual a propósito. Apenas me levantei, acompanhando-o. Por incrível que pareça ele não soltou minha mão, e nem eu o fiz. Estava bom desse jeito, e como ele não fez objeções... Opa, o que eu estava fazendo? Eu tinha que me lembrar que ele não era o João. Esse simples fato me fez soltar a mão dele ligeiramente.
"Aonde nós vamos?", perguntei para disfarçar, e também porque eu estava realmente curiosa.
"Você verá", ele disse, de uma maneira misteriosa que me animou.
"Não pode me dar uma dica?"
"Só uma... Nós iremos além da praia"
A casa dele ficava perto de uma praia, mas eu nunca imaginaria que iríamos além dela, pelo simples motivo de que eu realmente nunca havia andado por aqueles lados. Além do mais, a praia era extensa e isso significava uma longa caminhada. Minha cara de espanto deve ter me entregado, porque ele começou a rir. Era uma risada tão melodiosa, tão gostosa de se ouvir..
"Se começar a se cansar demais posso te carregar no colo", ele sorriu, no entanto, pude sentir que estava falando sério.
“Sei que o tempo é relativo, principalmente para mim, não se relaciona com as leis da física, ou quaisquer outras reações científicas, mas sim ao quão demorado é para ver quem você quer. Ou quem você sonha todas as noites e durantes aqueles poucos cochilos após o almoço. Sei que não sou a primeira a perceber isso, mas também não serei a ultima.”
Era o que eu tentava balbuciar para Vitor durante o caminho. Ele, inesperado, não me interrompeu em momento algum, pelo contrário, me escutou com tanta atenção, que deve ter notado João Pedro perdido em minhas entrelinhas, no entanto ele não ousou tocar o nome dele, pelo menos não a minha presença.
“Entendo o que você quer dizer. Sei que não sou o primeiro a te dizer isso, mas também não serei o ultimo.” Concluiu com um sorriso torto cativante.
Em instantes, o sol pareceu se abrir totalmente e os raios estavam tão quentes como no verão passado. Apoiei-me em seu ombro e com a outra mão tirei meus chinelos, correndo em direção a areia mais úmida da praia. A maré não estava alta, logo pude caminhar perfeitamente bem, enquanto molhava o pé e sentia a água gelada quebrando devagar, o chamei para perto de mim. Ele apenas estava a me observar, percebi que não era nada discreto e isso me transpareceu confiança.
“Quer entrar?”, ele questionou.
“Não estou usando biquíni, e mesmo que estivesse, acho que não.”
“Tem medo de mar?”, sua fisionomia era indescritível.
“Não! É que, há essa hora, a água deve estar meio fria.”
Ele tirou a camisa. Fiz o maior esforço para não olhar, jurei em menos de dois segundos que não olharia, embora meu esforço tenha ido em vão, não fiquei paralisada como uma garotinha da quarta série.
“Ual”, sussurrei baixo, no entanto, não tão baixo o suficiente para ele não escutar.
“Não precisa ficar vermelha Duda.” Ele respondeu, virando se para mim e me abraçando cuidadosamente.
Estar em volta daqueles braços me levou ao delírio, porém silencioso e ao mesmo tempo inquietante. Estava em Santa Catarina, mas naquele momento, era apenas meu Porto Seguro.
(Isabela J.) e (Sarah B.)  -  Cartas❥PraVocê
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cartas-pravoce-blog · 13 years ago
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Capítulo 24 (Parte 2)
[…] Como será que você está passando esses dias? Espero que você nunca tenha essa carta em suas mãos, não quero que você a leia, muito menos passe nervoso por minha causa. Se um dia você chegar a descobrir o motivo pelo qual terminamos, espero que me perdoe. Não só pelo erro absurdo que cometi, mas por tê-lo omitido e por não lhe dar nenhuma explicação, no entanto, espero que me entenda, meu amor. Tive medo de te contar e te perder, literalmente. Sei que não estamos mais juntos e isso já me faz não ter você, mas mesmo longe, saiba que eu te amo, e que você não se ausenta nenhum minuto sequer dos meus pensamentos, muito menos do meu coração. Se eu te contasse a verdade, você poderia deixar de me amar e eu não aceitaria te amar sozinho. Meu coração dói de saudades suas minha linda, queria poder te ligar ao anoitecer e enviar as cartas no rascunho. Queria sentir seu calor, seus beijos e fazer você se perder ao me abraçar. Gostaria de voltar no tempo e não ter cometido tão estúpido erro. Por favor, Duda, me perdoe. Volta comigo? Prometo que vou mudar, acredita em mim Eduarda. Eu sinto tanto sua falta, o meu amor chora por você, coisa que nunca aconteceu antes. Entende o que você fez comigo? Nunca bebi tanto quanto esses dias… Que estão sendo insuportáveis. Hoje tem mais uma festa e eu vou. Mas você vai comigo, no meu pensamento. Não sei se você está com outro cara, se está feliz ou não, só quero que fique bem e que você se cuide pequeninha, porque de agora em diante eu não vou estar mais ao seu lado. No entanto, nada que me faça deixar de amá-la e prometo que será eterno.”
João Pedro – 01 de Junho
Permaneci imóvel por vários segundos, observando a letra dele, que parecia estar no modo itálico do computador. Sua grafia era perfeita, e inconscientemente, passei meus dedos por aquele pedaço de papel, pensando no rosto dele ao escrever tudo aquilo. Fechei meus olhos, e me vi chorando, agarrada a carta, e a mim mesma. Ele ainda me amava, apesar de tudo. Fora um erro, mas quem não errou nunca nessa vida? Ah, eu não conseguia ficar muito tempo brava com ele. Mesmo através de uma carta ele me fazia engolir meus chingamentos e voltar a me adocicar com as suas palavras. Quando olhei para o lado vi o Vitor me olhando, encostado no batente da porta.
“Aqui está seu copo d’água com açúcar, Duda”, ele me olhou e entregou o copo.
“Eu.. sei que não deveria ter mexido nas suas coisas. Me desculpe, foi insensato da minha parte”, guardei a carta amassada na gaveta novamente.
“Não, pode ficar com ela. Era pra você, então você tem esse direito. Erro meu não ter te mostrado. Só achei que você acreditaria muito fácil nas palavras dele, que eu não sei se eram verdadeiras. Quer dizer, você nem ao menos sabe o por quê da traição..”
“E você sabe? O que foi que a ‘amiga’ dele te falou, afinal?”, perguntei, ainda imóvel.
“Ela não me disse mais nada. Me desculpe, sei que não é da minha conta. Mas, não me parece justo que ele tenha feito isso contigo, e você simplesmente ignore e continue amando-o como antes”
“Todo mundo erra…”
“Sim, mas ele errou feio. Três garotas numa mesma noite enquanto ele jurava que te amava? Pensa bem, Duda. Uma delas era uma amiga dele. Será que antes não rolou alguma coisa?”
“Como você mesmo disse, não é da sua conta!”
“Desculpa, sei que não é. Só estou querendo te ajudar a ver as coisas por um outro ângulo”
Sinceramente, ele me deixava muito confusa. O olhar dele era convincente, e a voz… Essa voz! Era a mesma do meu amado, assim como a face, assim como os braços, musculosos, e a boca carnuda. Não queria mais falar sobre isso, ou o Vitor ia me convencer de que, na realidade, o João não me amava.
“Tenho outras perguntas. Por que você não saiu junto com o João? Quer dizer, você deve querer passar mais tempo com seu irmão que não via há tanto tempo..”
“Estou evitando sair na rua. Quando as pessoas passam por mim, vem ver como eu estou, se me recuperei, pensando que sou o meu irmão. Estou cansado disso. O bom de morar bem longe dele é que não éramos comparados há todo momento”
“Você não gosta muito dele, não é?”
“Ele é um estranho pra mim. Éramos muito ligados, mas hoje eu não o reconheço mais. Assim como minha mãe. Quer dizer, é perturbante ter que me mudar de cidade, de estado para meu pai poder recomeçar uma vida com o meu irmão. Deixei meus amigos para trás, minha namorada para trás, e outras tantas pessoas pelas quais eu criei afeto”
“Deve ter sido realmente ruim. Sinto muito. Mas, pense nisso como um recomeço para você também. Tem a chance de conhecer pessoas novas e..”
“O problema é que eu não queria recomeçar”, ele me interrompeu, abruptamente.
(Isabela J.) e (Sarah B.)  -  Cartas❥PraVocê
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cartas-pravoce-blog · 13 years ago
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Capítulo 24 (Parte 1)
"Eu aguento, seja o que for"
"Ela me disse que vocês se conheceram faz um ano, mas que você morava muito longe. Então, ele te traiu em uma festa, com três garotas. Uma delas era justamente a menina que estava me contando tudo. Ela também disse que ele ficou muito mal com isso, e um dia depois terminou tudo com você. Mas, as coisas só ficaram de mal a pior depois disso. Ele começou a beber demais nas festas. Em uma delas, ele saiu dirigindo bêbado, e foi assim que bateu o carro e perdeu a memória... Concluí que é por isso que minha mãe tem tanta raiva de você. Mas sabe, não se culpe pelo acidente do meu irmão. Se quer saber minha opinião, ele só fez mal a ele mesmo, e a você nesse tempo todo. Eu.. não sei mais o que dizer, acho que te contei literalmente tudo agora"
Choque. Choque é a única palavra que descreve o que eu senti. Mentira! Também surgiu em mim um sentimento de raiva, ódio, mas nada parecido com arrependimento, ou culpa. Como o Vitor tinha dito, em outras palavras, plantou merda... Colheu bosta. Foi bem assim! Então essa não foi à causa da minha angústia, mas sim o fato de eu ser traída e de Helena não ter mencionado nada sobre mim. Ah! Que ódio disso tudo, dessa situação, nada melhora, nada!
“Que filho da puta!” – Exclamei depois de um tempo.
“Calminha Eduarda, não é o fim do mundo.”
“Como você me pede calma? Meu Deus, será que ninguém nesse mundo me entende? Sim! Eu sou muito dramática também... Acho que sua mãe esqueceu desse pequeno detalhe.”
“Tenta ficar tranquila, vou pegar um copo de água com açúcar pra você, acho que melhora, pelo menos, é o que dizem”
“Está bem.” – Apenas balancei a cabeça, concordando e o deixando ir. Enquanto o esperava voltar, comecei a dar uma olhada no criado mudo que estava ao lado da cama, encostado na parede. Achei estranho, pois estava intacto, apenas com um abajur empoeirado em cima. De tanta curiosidade, abri a gaveta discretamente, e só vi uma folha de caderno amassada. Já que tinha começado a fuçar, continuei... Abri o papel e comecei a ler, palavra por palavra. No entanto, foi difícil de continuar, ao ler meu nome no cabeçalho da folha.
“Minha pequena Duda,
[...]
(Isabela J.) e (Sarah B.)  -  Cartas❥PraVocê
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cartas-pravoce-blog · 13 years ago
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Amanhã tem capítulo novo, que tal? *-*
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Capítulo 23
“Realmente, estou chocada. Perdoe-me por ter desconfiado de você, é que a situação, está... Sei lá, tão complicada.”
No fundo, eu não estava totalmente convencida, mas o mais provável era a veracidade desse fato que ele acabara de ter me contado. Então, não questionei. Ao mesmo instante, me convidou a entrar e não pude recusar. A casa estava toda arrumada, móveis de madeira, antiguidades propriamente ditas. Tudo em perfeito estado, no entanto, ao invés de pedir para eu me sentar no sofá, ele me levou até o quarto dele. Fiquei assustada, porém, não recuei em nenhum instante, apenas o seguia.
“Não quero que você tenha uma má impressão de mim, mas eu não me sinto tão a vontade aqui nessa casa, por isso prefiro ficar no meu quarto... Mas se você estiver desconfortável, nós podemos conversar na sala de estar mesmo.”
“Não, tudo bem. Eu entendo seu lado, aqui está bom.” – Respondi concordando. Sentei-me na cama, envergonhada, como sempre. Para minha outra surpresa, o quarto dele era o único ambiente da casa bagunçado. Se é que eu posso descreve-lo assim. Não posso julgar, talvez naquele meio, ele se encontrasse... Talvez fosse sua forma de organização. Nossa, sou perdida mesmo. Olhe em que eu estava pensando. Dei um tapa de leve na minha cabeça. Ele me olhou inusitadamente, retrucando meu gesto, 
“Você está bem? Quer deitar, qualquer coisa?” - Concluiu rindo baixo.
"Não, está tudo bem", ri de mim mesma, afinal, como eu era estúpida. Eu me bati na frente do garoto mais lindo que eu já tinha visto... Opa! Por um momento esqueci que não era o João na minha frente.
"Você está lidando até que bem com a situação, depois de..."
Tive que interrompê-lo. Tantas dúvidas apareceram, e todas elas me deixavam inquietas.
"Onde está o João? A Helena não falou mais nada sobre mim para ele? Por que você me chamou de 'a garota do acidente'? O João está bem?", parei para respirar. Sem ao menos perceber, soltei todas as minhas dúvidas de uma vez só.
"Tá legal, vamos com calma. O João saiu com uns amigos, não sei exatamente onde ele está. Minha mãe nem tocou no seu nome perto dele. Quando cheguei aqui, ele ainda não tinha tido alta do hospital. Um dia antes dele voltar, minha mãe me pediu para que excluísse tudo o que tinha relação com você. Fotos, mensagens, conversas no msn, tudo.. Nem fazia ideia de quem você era ainda, mas dei meus jeitos pra descobrir, já que a única coisa que consegui descobrir pela minha mãe foi que você era determinada. Ela sussurrou isso pelos cantos da casa um dia, e por sorte, eu ouvi. Fui perguntar para os amigos do João quem era você, e eles só me disseram que era a ex-namorada dele. Tinha uma garota andando com eles, que me explicou um pouco melhor a situação", ele fez uma pausa, como se estivesse com receio de continuar. Percebi que não viria coisa boa pela frente.
(Isabela J.) e (Sarah B.)  -  Cartas❥PraVocê
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Capítulo 22
"Ah.. Quer dizer que sua mãe inventou até outro nome pra você?", perguntei, indignada.
"Espere um momento... Você é a Duda não é? A garota das fotos! A garota do acidente.. Ah!"
"Opa, opa. Como assim 'a garota do acidente'?"
"Achei mesmo que você apareceria aqui algum dia. Minha mãe te descreveu como uma pessoa determinada. Duda, eu sou o Vitor, não o João Pedro"
Tá legal, o que a minha querida sogrinha tinha feito com ele? Ele está totalmente perdido, falando coisas sem sentido.. Será que ela seria capaz até mesmo de forjar uma nova personalidade para ele?
"João, o que exatamente sua mãe te contou?"
"Eu não sou o João! Espere um pouco, o meu irmão nunca falou de mim pra você?", ele perguntou, franzindo as sobrancelhas perfeitas.
Permaneci em silêncio completo. Irmão? Do que ele estava falando?
"Eu sou o irmão gêmeo do João Pedro! Me chamo Vitor.. E, por favor, tente acreditar em mim. Tenho muitas coisas para te explicar, já que, pelo jeito, meu irmão não foi capaz disso"
"Ei, não fale assim do João! Quer dizer, de você. Ah, eu estou muito confusa. Acho melhor.. eu deixar você falar"
"Ok. Eu moro, ou ao menos morava, no interior de São Paulo, numa cidade chamada Americana. Helena é a minha mãe, que eu não via faziam anos. Meu pai e minha mãe se separaram quando eu e o João tínhamos 9 anos. Desde então, eles nunca mais se falaram, e resolveram 'dividir' os gêmos entre si. Eu fiquei com meu pai, e o João com a minha mãe. Eu sou proibido de ver minha mãe e o João, e ele é proibido de ver meu pai e eu. É uma história longa, mas tentei resumir um pouco pra você entender melhor. Acredito que o meu irmão não tenha falado de mim por não termos tanto contato, falo muito pouco com ele. Na realidade, não nos falamos faz 3 anos. Vivemos como se não tívessemos um irmão. Mas, tudo mudou quando ele sofreu um acidente tão grave desses. Meu pai se desesperou, e nós viemos até Santa Catarina. Agora que o João terá que recomeçar tudo, meu pai e minha mãe fizeram uma trégua. Eu e meu pai poderemos vê-lo constantemente, afinal, nos mudamos para cá. Espero que isso tenha te.. esclarecido um pouco da situação"
Fiquei em silêncio por um momento, tentando entender cada detalhe, tentando compreender o que ele havia acabado de dizer. Os seus olhos de mel eram os mesmos do João Pedro. Ainda não tinha conseguido perceber qualquer uma diferença física entre os dois. Depois de um tempo pensando, resolvi dizer alguma coisa. O silêncio estava me deixando sem jeito.
(Isabela J.) e (Sarah B.)  -  Cartas❥PraVocê
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cartas-pravoce-blog · 13 years ago
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cartas-pravoce-blog · 13 years ago
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Capítulo 21
O dia amanheceu mais bonito do que nunca! Com certeza era “o” dia, e eu estava preparada para qualquer surpresa. Acordei radiante, e não hesitei em acordar a Bruna também. Ela brigou comigo por isso, mas logo me deu um abraço muito forte! Lógico, ela estava com saudades da melhor prima do mundo!
Acordamos bem na hora do almoço. Ah, férias! Há quanto tempo eu esperava por isso! Enquanto fomos almoçar, bem rápido por sinal, tivemos um pequeno diálogo, típico de primas ansiosas. Não falamos nada demais, mas ela disse que tinha algo importante para me falar mais tarde. Assim que terminamos de almoçar, saímos de casa, e eu disse a ela que precisava ver o João. Ela respondeu que tudo bem, e foi andar pela cidade.
Eu recordava perfeitamente o caminho até a casa dele. Era tão automático o jeito que eu andava! Olhava para os lados e aquelas ruas me traziam boas lembranças. Lembranças... Por um momento, me lembrei de como eu e o João tínhamos nos conhecido.
A Bruna tem uns amigos muito malucos. Talvez seja pelo fato dela também ser uma completa maluca. Quer dizer, ela tem um cabelo chamativo, usa um piercing na boca e teve uma época que ela usou alargador, mas depois resolveu tirar. Ela não é nem um pouco patricinha como a maioria das garotas dessa cidade, mas frequenta as festas delas, por não ter outra opção mesmo. Mas é claro, naquelas festas aparece gente de tudo quanto é jeito. O melhor amigo da Bruna é um garoto muito gente boa, chamado Gabriel, ou melhor, Gab. Ele, por sua vez, tem um melhor amigo, que a Bruna não conhecia muito bem até então.
Nas minhas férias passadas de julho, fui praticamente obrigada a ir com ela a uma dessas festas universitárias... A princípio, aquela ideia me pareceu um abismo me convidando a me jogar de lá de cima. No entanto, fui surpreendida mais uma vez por essa vidinha de... Vida boa. Nós passamos horas nos arrumando, ela muito mais do que eu, é claro. Até porque ela já tinha arrumado certos esquemas com outro garoto do mesmo colégio que ela. Não vou dizer que minha prima é vadia, mas é bem saidinha. O ambiente da festa era muito propicio para um suicídio. Não me encontrava naquele lugar. A festa era um quebra-cabeça e eu não fazia parte dele, isso era mais do que óbvio. Só me recordo que fui pegar algo para beber, sei lá, talvez me desse alguma animação. Encostei na bancada do min��sculo barzinho que tinha lá, e pedi duas doses de tequila, enquanto as esperava, senti um corpo quente próximo ao meu, desviei meu olhar para o lado e fiquei paralisada, sem mais, ao olhar a beleza do menino que estava me encarando. O que era aquilo? Que coisa doutro mundo, nunca tivera visto tanta perfeição em uma pessoa só. Não demorou para ele começar a puxar aquele típico assunto, além das conversas jogadas fora.
"Acho que já te vi por aqui, quero dizer, pela cidade. Você está sempre com a... Bruna, é esse o nome dela? Uma garota com um piercing e um cabelo meio ruivo e meio loiro.."
"Ah, ela mesma. Bruna é minha prima. De onde você a conhece?"
"Jura que ela é sua prima? Vocês não se parecem.. Nunca falei muito com ela, mas parece ser gente fina. Ela é amiga do meu melhor amigo, o Gab. Qual o seu nome?"
"Duda. E o seu?"
"João Pedro. Mas é muito grande, e eu prefiro Pedro"
"Ok.. Vou te chamar de João então", disse rindo, "Acho que sei quem é esse Gab.. Como ele é?"
"Tá legal, pelo jeito você é do tipo 'do contra', ahah. Ah, talvez você o conheça, ele é cheio de tatuagens"
"Ah, claro! É o melhor amigo da Bruna"
"Nossa, preciso perguntar pro Gab como ele não me apresentou uma garota tão linda e 'do contra' como você.."
Ele me fez rir e ir às nuvens ao mesmo tempo. O garoto parecia ter saído dos meus sonhos, vindo direto pra minha realidade. Nos conhecemos melhor durante aquele mês, e ele se tornou mais do que um amigo. No fim do mês, ele me pediu em namoro. Foi a maior surpresa pra mim, mas foi lindo.
Epa, acho que fiquei absorta demais em meus pensamentos. Nem me dei conta, mas estou parada na frente da casa dele. Resolvi apertar a campainha de uma vez, sem conter a ansiedade. Na minha concepção, a pessoa que atendesse teria de perguntar meu nome, pelo menos, entretanto, isso não aconteceu. Apenas me mandou aguardar. Permaneço parada, mudando o perfil do celular, e virada de costas para a porta de entrada da casa. Não se passaram alguns segundos e a porta é aberta, de uma forma meio escancarada. Quando virei para ser recebida pelo dono, provavelmente Helena, a mãe dele, senti as pupilas dos meus olhos dilatarem! Era o João! João Pedro! Eu não acreditei, então não hesitei em abraça-lo, sem ao menos lembrar da perda da memória, apenas abracei-o, no entanto, fui surpreendida pelo mesmo, quando, voltando-se a mim, disse:
"Uau, ganhei meu dia, logo depois do almoço e uma menina linda dessas já vem me abraçando..."
Sim, eu havia esquecido mesmo que ele nem se lembrava de mim. Então, mesmo com os nervos a flor da pele, apenas perguntei as coisas básicas de um início de conversa.
"Oi João, como você está hoje?"
"Eu não sou o João Pedro."
(Isabela J.) e (Sarah B.)  -  Cartas❥PraVocê
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cartas-pravoce-blog · 13 years ago
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cartas-pravoce-blog · 13 years ago
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Capítulo 20
“São Paulo, 1 de Julho de 2011. (Carta 10)
Acabei adormecendo por alguns longos minutos naquela cadeira desconfortável de lá, na espera do horário do vôo. Resolvi começar uma nova carta, porque já é outro dia (está de madrugada, mas não deixa de ser outro dia). Fui acordada por minha mãe, que já estava levantada, se dirigindo ao ponto de embarque. Acordei animadíssima! Todavia, nada se comparou ao meu anseio quando entrei no ônibus, é, esses que servem para andar no “estacionamento dos aviões”, hahaha. Subi as escadas do avião trêmula, não era medo de altura nem nada. Era desejo insaciável de te ver logo! Como era de se esperar, eu não dormi no avião. Ao invéz disso, me limitei a ouvir as músicas do meu celular. Sei que é proibido, mas quem liga? Eu não. Ah amor, tinha que fazer algo para me distrair, não é mesmo? Ou senão, eu iria morrer de tanto tédio e ansiedade. Demorou uma eternidade até aquele avião resolver pousar. Exatamente às três horas da manhã, eu pude sentir o doce ar de Santa Catarina. Fui uma das primeiras pessoas a sair do avião, é claro. Que alívio ao pisar no aeroporto! Fomos esperar liberarem as malas, até que foi rápido dessa vez, comparada a outra. Enquanto minha mãe usava o banheiro, lotado, como sempre, resolvi ir chamando um táxi, para levar-nos até a casa da tia Amélia. Ela morava num dos bairros mais nobres de Santa Catarina. Barzinhos e lugares noturnos não estavam em falta lá! No entanto, eu não estava nem um pouco interessada em sair, apenas em visitá-lo o mais rápido possível, amor. Dessa vez, você não me viria mal vestida, mas sim, pelo contrário, eu estaria maquiada, bem arrumadinha, afim de que você pelo menos se apaixonasse por mim, à primeira vista. Como se fosse à primeira vez nos encontrássemos. Sei que seria impossível isso, já que não sou uma menina tão atraente, ou se você me permite dizer... Nada atraente! No entanto, faria o possível para causar uma boa impressão. Minha mãe logo voltou, reclamando da sujeira dos banheiros, e eu fingia que ouvia alguma coisa. Disse a ela que o táxi já estava lá, e assim nós fomos.. A caminho da felicidade. O taxista nos cobrou trinta reais, e minha mãe pagou indignada com o preço. Fiz ela descer logo, antes que arrumasse uma briga com o taxista. Toquei a campainha da casa da tia Amélia e nada. Ninguém vinha atender, e não era pra menos, estava de madrugada! Depois de alguns minutos, tia Amélia surgiu no portão, bocejando, com seu pijama nada discreto. Ela nos recebeu bem, e disse que se minha mãe tivesse avisado, ela teria nos buscado. Eu não havia dormido nada, e estava morta de sono. Não iria poder vê-lo agora amor, pois isso te perturbaria, então resolvi ir ao quarto da Bruna e dormir um pouco. Não a acordei, porque já sabia o que ela diria se eu o fizesse. Só deitei e dormi como um anjo, sonhando contigo, mais uma vez." (Isabela J.) e (Sarah B.)  -  Cartas❥PraVocê
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