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Você é um amor que não aconteceu, e desses, eu tenho monte. Poucos são os que acontecem, mas é impressionante como são esses, os que ficam por um fio de acontecer, que nos desequilibram. A gente fica com aquela sensação que seria perfeito, aquele gosto de não ter acordado juntos o suficiente e que faltaram viagens e histórias a serem vividas. E eu me apego a essas histórias que só tem começo e fim, deixando o meio ser fantasiado, imaginando que seria ótimo, aquilo que nós não permitimos ser coisa alguma.

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Zack Magiezi, no livro ‘Estranherismo’. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017 https://www.instagram.com/p/BvXMZoIpfFu/?utm_source=ig_tumblr_share&igshid=110wpe8djwlcn

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Reflexo

Você se lembra da nossa última conversa? 

Sete anos atrás. você me convidou para fazer umas fotos. Estávamos no meio de um dos nossos -muitos- términos, mas tentando manter a amizade. Ou melhor, você tentando manter a amizade e eu sendo fria e distante, já que tinha tentado reatar nosso namoro e você não quis. 

Não te culpo, fiz isso vezes demais, virou um ciclo: eu terminava com você por medo de estar “perdendo oportunidades” (rolo os olhos pra mim mesma de lembrar dos meus pensamentos imaturos da época), um mês depois, ou menos, sentia sua falta, me arrependia e pedia pra voltar. E você sempre voltava. At�� que não voltou mais. Eu insisti até onde meu ego permitiu. Mas não teve jeito, você não quis. Acho que finalmente cansou. 

Nunca mais nos falamos. 

E se estivéssemos nos anos 80, talvez esse teria sido o final desse texto. Mas não, vivemos na era das redes sociais. Então te acompanhei. 

Vi você curtindo sua fase de solteiro. Vi você iniciar um relacionamento novo. Vi você se formando na faculdade. Acompanhei quando finalmente conseguiu um trabalho na sua área. Vi você terminar o seu relacionamento. Assisti você fazendo novas amizades. Acompanhei quando conseguiu aquele job incrível que te fez mudar de estado -e eu que achava que nunca sairia de perto da sua mãe-. Assisti, silenciosamente, você indo morar sozinho, fazendo mais amigos novos e começando um novo namoro. Acompanhei quando foi morar com a sua namorada, quando adotou um cachorrinho, e quando decidiu se mudar de país para estudar aquilo que, no fundo, sempre foi o seu desejo. E, então, assisti quando fez aquele pedido fofo de casamento. Acompanhei você estudando, conhecendo lugares lindos, e vi, também, quando se casou. 

Vi você crescer e se tornar uma pessoa que eu não conheço mais. Vi você realizando todos os meus sonhos que sempre fui covarde, indecisa e preguiçosa demais para conseguir realizar. Vejo na sua história o reflexo de todo o meu fracasso. 

É incrível o quanto você pode saber da vida de alguém sem trocar uma palavra. O milagre -ou maldição- da modernidade.

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http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2016/10/1824048-em-seu-primeiro-livro-paola-carosella-conta-sua-historia-em-receitas.shtml

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Mas que amor sedentário. “Só te amo, se me amar.” Morreremos de infarto, Numa l              a                 d                    e                       i                         r                            a qualquer, De um amante obstruído, Numa vida sem graça, De um amor não vivido… Por preguiça.

H. (via reexistir)

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I’m so mad I’m getting old it makes me reckless.

Adele

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HIMYM ♥

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TALVEZ VOCÊ SEJA TROUXA MESMO

“Olha lá, lá vai ela, louca, incontrolável, alguém segura essa menina pelo amor de Deus? Já vai pedir desculpas pelo o que não fez, mandar mensagem pra quem desapareceu, alguém me explica pelo amor de deus o que essa garota tem na cabeça? Titica de galinha né? Só pode. Eu não estou acreditando que essa monga acreditou nessa história e perdoou aquele babaca? ALGUÉM FAZ ELA SOFRER? SÉRIO, EU ACHO QUE ELA GOSTA DISSO. Lá vai a louca, parece que gosta de levar tapa na cara, chorar, não adianta dar conselho, deixa ela ir. Depois ela volta e diz ‘Nossa, como eu sou trouxa’, pois é minha querida, talvez você seja uma trouxa mesmo, mas e daí? Vai me dizer que a partir de agora vai começar a calcular cada passo que dá? Não, claro que não, isso não faz parte de você, se joga e depois chora, a gente sabe que amanhã você está de pé de novo. A gente sabe que essa sua ‘trouxisse’ é temporária, claro que pode durar até seus 50 anos, mas é temporária porque uma hora você vai aprender e se não aprender estampa na testa e no RG "Sou trouxa, não nego, choro sempre que der". Sinceramente? Se quer ser trouxa, seja, não existe nenhum monstro de sete cabeças nisso, o único problema é que você sempre volta chorando, mas é mulher guerreira sabe que no outro dia, no outro mês, já vai estar de pé de novo. Quer saber? Que se foda, liga mesmo, manda mensagem, vai atrás, perdoa, porque essa aí é você e não tem santo que te mude, porque você insiste, perdoa, liga, vai atrás, mas quando cansa é pra colocar um fim mesmo, sem reticências, só um ponto final. Talvez você seja trouxa, mas quem é quem pra falar de alguém? Vai viver, seja você, às vezes nem é questão de ser trouxa é questão de dizer ‘Eu quero, eu vou.’, ‘Eu estou sentindo, então vou falar.’ e se você realmente for a trouxa que diz ser, cedo ou tarde vai ter que aprender.“

-  Thais B. Verissimo

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That seems about right

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Memórias desbotadas

Eu não me lembro do som da sua voz. Fui agraciada com o dom -ou maldição- de ter uma péssima memória. Mas nunca achei que chegaria a esquecer qualquer detalhe seu. Afinal, passei os últimos anos remoendo cada lembrança nossa, de maneira a manter viva a ligação que essa minha cabeça (ou coração?) louca acha que temos.

E aí aconteceu. 

Acordei hoje e me dei conta que não me lembro mais do som da sua voz. Acho que finalmente está acontecendo. Estou esquecendo você. Deve ser o efeito do tal tempo que tanto dizem por aí. Outro clichê que se torna -meio- verdadeiro.

Não que eu esteja reclamando: mal posso esperar pelo momento em que você não passará de uma memória distante e imperfeita. Mas eu só queria que o meu esquecimento fosse proporcional à sua indiferença. Já que isso não é possível, eu espero o efeito do tempo. Melhor que nada.

Próximo passo: seu sorriso. 

- Carolina Carnaúba

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ever wish you could just...  

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