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msjazzy:
perambulando pelo jardim do prédio principal da universidade, jasmyne admirava o crepúsculo do enorme céu da califórnia enquanto assistia aos rostos conhecidos com certa melancolia, resguardando o impulso de soltar um suspiro de tristeza. na realidade não sabia bem como sentir-se, tampouco traduzir tamanha sensação em palavras, deus sabe como esse nunca fora um de seus talentos. sentia-se contente por suas amigas – o céu assumia o tom das primeiras tangerinas da primavera e a risada das crianças poderiam ser consideradas tão doces quanto os pêssegos de mesma cor, a atmosfera era quente e a lembrança de memórias construídas há dez anos atrás também. ainda assim, jazzy sentia como se todos aqueles ao seu redor pertencessem a uma linha temporal diferente da sua, não por conta das marcas do tempo cravadas na pele, mas pelos caminhos que a vida os guiara: vinham acompanhados de esposas e maridos, filhos e filhas, histórias e risadas, enquanto consigo restava apenas a companhia solitária da própria existência. havia dedicado os últimos anos à carreira no campo médico, como havia de se imaginar, coletando uma porção de diplomas, certificados e títulos que sabia nomear em um piscar de olhos, mas tão crua e ingênua às demais coisas da vida quanto a garota de dezenove anos que havia surgido na casa das zetas há mais de dez anos.
cansada de sentir pena de si mesma, o desejo de jasmyne era abandonar aquela celebração cafona e saudosista, mas sabia que callisto e april fariam de sua vida um inferno se fosse embora sem ao menos registrar uma fotografia com dorothy na frente da casa da antiga sororidade. ao invés disso, arrastou-se até o bar, onde ao menos poderia fornecer aos pés algum descanso dos sapatos altíssimos que usava. quando a garrafa de água fora colocada a sua frente, a mão destra da garota rapidamente apressou-se em agarra-la, sem notar a presença do sujeito há alguns centímetros de distância. — obrigada. — respondeu, com a voz apática e insincera de sempre. — sem álcool pra mim hoje. — o comentário ácido parecia servir mais como um consolo para si mesma do que uma explicação para o estranho, com jasmyne revirando os olhos em desgosto. —a troca de prótese valvar não vai acontecer sozinha, não é? — o som de sua voz saiu abafado como se buscasse convencer a si mesma, sendo este definitivamente não direcionado ao homem ao seu lado. — ah é, muito contente. — contendo o risco de soar uma velha amarga, jazzy afogou os lábios em um longo gole d’água, observando o sujeito através de sua visão periférica, buscando reconhece-lo.
— oh, eu sei quem você é! — os olhos da jovem se acenderam como dois vagalumes cintilantes. — você era o garoto da piscina, não é? — ela perguntou, enquanto sua mão chacoalhava a de robert em um movimento apressado. — sim, é você! — parecia haver alguma fascinação em descobrir que o homem era de fato um estudante da usc e não apenas um funcionário contratado para a manutenção da casa, como acreditava na época. — sim, jasmyne. — a mulher enfim se desfez do comprimento, apoiando ambos os cotovelos sob abancada, buscando organizar todas as peças em sua cabeça. — você era um conhecido da callisto, não? — perguntou, com a expressão inquisitória e um tanto desconfortável de quem o observava como uma espécie exótica, ou um paciente com alguma condição desconhecida. — quer dizer, ela trazia alguns rapazes para a zeta, mas nenhum deles era alto como você, então por isso me lembro. — de novo, nada sutil com as palavras. — que engraçado. — uma risada curta e satírica escapou de seus lábios, como se tivesse acabado de ouvir uma anedota.
“ ━━ bem, sem álcool pra nenhum de nós hoje, então. ━━ ” de um meio sorriso seguido de um riso breve e quase inaudível, enquanto apoiava os antebraços no balcão. não que não quisesse, mas estava dirigindo, afinal, e amanhã aconteceria sua integração na empresa nova, após um longo processo seletivo e o infinito período de contratação. agradeceu ao barman quando o mesmo lhe alcançou uma garrafa de água extra, ao que percebia que a mulher não parecia estar tendo o melhor momento da semana. bem, todos tinham seus dez sacos de farinha pra carregar nas costas todos os dias, então era necessário não absorver e tentar entender o melhor que os outros tinham pra oferecer. ela ainda parecia falar consigo mesma, então bobby apenas de um pequeno sorriso ao encará-la. “ ━━ semana corrida? não sei se com você é o mesmo, mas essa reunião chegou em um momento bem inoportuno quando tenho tanto a fazer. ━━ ” deu de ombros de forma breve, abrindo a garrafa para beber três goles longos de água. como se esperasse que, com a hidratação, milagrosamente se sentisse menos cansado. ou menos deslocado, em meio a tantos sucessos pessoais e realizações. não que achasse que uma das possíveis zetas mais bem sucedidas da USC não se sentisse bem em cima de seus saltos caríssimos, mas não era difícil deduzir que estava tão desconfortável quanto ele lá dentro. provavelmente não pelo mesmo motivo, inclusive, mas ainda assim, farta. “ ━━ quer dizer, as crianças correndo pelo espaço sem rumo algum parecem bem mais felizes em estarem aprontando por aí do que os pais tentando se gabar uns pros outros sobre quem tem a vida mais perfeita, mas acho que esse último também conta como contentamento. ━━ ”
a repentina animação da campbell sobre sua identidade fez com que robert arqueasse levemente as sobrancelhas, curvando os lábios em uma linha meio torta. não esperava que ela se lembrasse, de certa forma, participavam de círculos sociais diferentes quando ele próprio não era arrastado por callisto por aí – o que, de fato, raramente acontecera na época, dada sua utilização como troféuzinho de plástico da callaway (não que sentisse orgulho de ser reconhecido como tal, mas como poderia negar, se era um jovenzinho babão em seus tempos de faculdade?). isso não queria dizer que não notava a presença de jasmyne na época. ela era, totalmente, um prodígio. um orgulho com o qual as zetas foram presenteadas em seus anos de glória no final da década de 2000, no tempo em que ele entrara também. no tempo em que um mundo muito diferente do seu fora apresentado e no qual, aos trancos e barrancos, fora se inserindo e ganhando experiência social e de vida. não era como se robert tivesse memória de elefante; ainda assim, conseguia lembrar, porque fora importante. mesmo os mínimos detalhes. ao ponto em que a campbell ia figurando e traçando uma linha do tempo onde podia inseri-lo e reconhecê-lo, bobby concordava com ela. “ ━━ sim, eu sou o garoto da piscina. quando eu não tinha turnos na cafeteria onde vocês buscavam o latte de vocês, eu também aparecia na zeta pra fazer uns extras. ━━ ” confirmou, tranquilamente balançando a cabeça. não que jasmyne tivesse muito tempo na época, afinal, era uma de suas clientes mais apressadas. menos do que fazer questão de lembrar, ela nem deveria se importar na época. a menção ao nome de callisto o fez rir baixo. “ ━━ também. vamos dizer que ela nunca devia ter visto um caipira de ohio na vida, então achou que seria interessante tentar ter um de estimação. ━━ ” franziu o cenho de leve, ainda que estivesse brincando. não estava a ofendendo, pelo contrário, até mantivera certo contato com ela depois da faculdade por um tempo. não achava que era a pessoal horrível que muitos alegavam mas não tinham coragem de dizer na frente da callaway. “ ━━ o namorado dela era bem alto na época também, acho que encontramos um requisito pra sair com a queen b da zeta. ━━ ” comentou divertindo, encarando a campbell com certa cumplicidade e curiosidade sobre o comentário. “ ━━ o fato de você só lembrar de mim por causa da altura ou o fato da callisto brevemente se interessar por mim na época? ━━ ” riu baixo. ━━ “se foi o segundo, olha que eu não era de se jogar fora assim. falava estranho, mas pelo menos bom moço eu era. ━━ ” a brincadeira saíra fácil, enquanto o reagan balançava a cabeça em negação como se fosse muito modesto mas, ainda, esse fosse um ponto muito importante para que jazzy considerasse.
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calliexcallaway:
Semicerrando os olhos, tentou acessar na memória quem seriam aquelas pessoas. Se fossem importantes ela lembraria na hora, não? Ah!! Claro. Tomás, o amigo tonto de Tyler — e a loira pelo qual de acordo com o namorado, o tal Tom era perdidamente apaixonado. Se tivesse qualquer mínimo apreço pelos dois, Callaway até poderia usar aquela fofoca para quem sabe agilizar o processo para os pombinhos. Mas não se importava o suficiente; não até saber que eram amigos de Bobby, pelo menos. Quem sabe não poderia fazer alguma amizade com a jogadora de futebol sem modos? Um pequeno sacrifício para uma grande recompensa. Grande, de fato. “Ah sim! Adoro esses dois, somos bastante próximos” Mentiu com naturalidade, ainda sorridente enquanto apertava de leve os braços do mais alto. “Que isso; assim você me ofende. Eu organizo as festas com cuidado pra não faltar nada” Explicou, sem demonstrar qualquer mísera ofensa em seu tom de voz, e sim exagerada confiança e auto reconhecimento. “Garanto que aqui terá tudo o que você nem sabe que precisa” E então, a piscada que seguiu não era acompanhada de nenhum esforço para disfarçar as intenções de seus dizeres. “Pegar uma bebida para você, gatinho. O que você prefere beber?”
“ ━━ ah, verdade? bacana! bacana... eles são gente muito boa, muito gentis, e fazem com que a gente não se sinta tão deslocado assim. ━━ ” riu um pouco, passando a mão livre na nuca. não queria passar a ideia de que estava totalmente perdido desde que checara, mas não via mal em elogiar os novos amigos. estavam entre conhecidos, e agora com a confirmação de callisto, com certeza não era um problema se abrir um pouco. ou assim ele pensava. “ ━━ eu não quis dizer isso, não! é que de onde eu vim, é sempre educado levar algo pros anfitriões das festas e reuniões, coisas assim. mas entendo que não seja necessário, tenho certeza de que você realmente cuidou de tudo. dizem que vocês zetas são perfeitas. ━━ ” comentou, sem graça por ter sido pego com sua inexperiência. não era como se fosse convidado para festas o tempo todo em fleming. pelo menos não as que não ocorriam na associação de veteranos ou os festivais, porque bem, eram públicos. não ter amigos no ensino médio nunca pareceu tão humilhante, pra falar a verdade. “ ━━ tudo...? ━━ ” repetiu, a encarando. talvez não estivesse habituado com situações como aquela, mas bobby podia ser tudo, menos estúpido ou lento pra não entender. automaticamente, ficara um pouco nervoso. apesar de absurdamente bonita naquela roupa e desde sempre parecer tão irresistível para a maioria dos caras da faculdade, callisto não namorava? estaria o reagan se metendo em uma encrenca? claramente sim. e estava deixando, ainda por cima. “ ━━ e-eu? hm, bem, eu tomo cerveja. qualquer uma, pra ser sincero. ━━ ” deu um pequeno sorriso, enquanto a cabeça trabalhava a mil. que deus lhe ajudasse, porque não era mais do que um tapete pra ela pisar em seu atual estado. como escapar de um possível conflito com tyler sem correr o risco de parecer um banana pra uma das garotas mais populares da universidade?
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apesar dos mais de dez anos passados e por mais que não quisesse, bobby sentia-se novamente como o caipira recém chegado de ohio no meio de tanta gente que ainda frequentava os mesmos círculos sociais ou pelo menos não haviam perdido o contato depois da universidade. não que estivesse inseguro em relação ao próprio sucesso profissional – afinal, estava voltando justamente por causa de uma resposta positiva a um trabalho na california em uma ótima empresa, em meio a tantos outros motivos –, mas não se sentia realizado em nada em sua vida pessoal para que pudesse comentar com os antigos colegas quando fosse perguntado naquela reunião da USC organizada pelas antigas zetas. não era nada animador ter que compartilhar sobre o divórcio com a única pessoa que se relacionara romanticamente por mais de nove anos, mas ainda sentia a pressão de ter de fazê-lo, pois não sabia se ames viria ou não com o novo namorado. ainda perguntava-se a razão de ter aceitado o convite de callisto por e-mail e, embora a solicitação houvesse sido fomentada pelo apoio e pela presença de tom e jonathan, a presença de tantos casais no terraço decorado do prédio principal da universidade o surpreendia de tal forma que o fizera abrir um botão da camisa pra respirar. como tantas pessoas da faculdade haviam se casado dessa forma? e como todo mundo parecia tão feliz de estar lá? o problema era ele? parando em frente ao bar montado em um dos cantos do espaço, pediu uma garrafa de água que, logo que solta na superfície do balcão, fora agarrada ao mesmo tempo por uma mulher. a olhou por alguns segundos, confuso, mas soltou a garrafa pouco depois, ao perceber que ela também não largara. “ ━━ ah, desculpe, pode ficar. ━━ ” meneou a cabeça, um pouco sem jeito, mas ainda procurando ser gentil. pediu outra água, pensando de onde lembrava dela. era uma das melhores amigas de callisto na zeta. deus, como permaneciam sempre tão bonitas e sem envelhecer um dia sequer? malditas zetas. “ ━━ não pensei que ia vir tanta gente nessa reunião. todo mundo parece tão... contente. ━━ ”
“ ━━ robert. reagan. ━━ ” apresentou-se finalmente, oferecendo a mão para cumprimentá-la e dizendo seu último nome, caso a ajudasse a lembrar. “ ━━ formando de agronomia em 2010. ou o caipira da kappa que as zetas e os alphas gostavam de zoar de vez em quando. ━━ ” riu um pouco. apesar de não serem suas melhores lembranças, não guardava mágoa. “ ━━ jasmyne, certo? ━━ ”
@msjazzy
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pra ser sincero, bobby não sabia muito bem o que estava fazendo ali. ele não era bem do tipo que pertencia a uma lista de convidados para uma festa nas zetas mas, levando em consideração de que tanto stass quanto tom estariam lá ( pelo menos dessa vez!) e que haviam garantido que sozinho não ficaria, mas imaginou que talvez pudesse dar uma chance à socialização tradicional dos estudantes da USC. isso faria com que pelo menos ame parasse de lhe cobrar interação com pessoas que não estava tão afim de conhecer, já que ela parecia estar fazendo muitos amigos no campus. os que tinha já não eram suficientes? pisando um pouco mais firme no chão e tocando a campainha da grande casa da fraternidade, robert ainda se decidia se deveria deixar ou não as mãos dentro dos bolsos da enorme e antiga jaqueta que usava quando callisto abriu a porta. parecia ironia do destino que, de todas as zetas possíveis dentro daquela casa, a que lhe atendera fora justamente a mais bonita que conhecia até então. discretamente ajeitando a postura, era claro para todos que a presença da callaway era intimidadora (pra não dizer quase predadora, para um cara simples como ele), e bobby tivera noção disso desde que a ajudara com o carro algumas semanas atrás. não sabia exatamente o motivo da morena ser bacana com ele – afinal, callisto não era conhecida por ser tolerante ou boa com os demais, além de que o reagan tinha certeza de que, de tudo, o que menos tinha era tempo para despender com pessoas normais como ele –, mas jamais reclamaria. de fato, nem conseguia; apenas de vê-la já ficava sem jeito. ela parecia simplesmente tudo. “ ━━ ah, oi! callisto. ━━ ” respondeu meio pausado, como um idiota. claro. não seria de uma forma diferente.
“ ━━ pois é! eu... meio que fui convidado? o tom e a stass, sabe, nós... enfim. ━━ ” imaginou que não precisava explicar pra ela toda a história de como havia virado amigo dos dois. claramente não importava pra ela. “ ━━ eu devia ter trazido alguma coisa? ━━ ” espiando um pouco o lado de dentro da casa, lembrou do conselho dos pais de sempre trazer algo para os anfitriões de festas ou confraternizações. mas duvidava muito que as zetas fossem apreciar algo como, sei lá, uma torta de frango. surpreendido pela repentina simpatia durante a recepção, deixou que a callaway o levasse. deus, ela poderia levá-lo pro inferno que ele estaria apenas sorrindo nervoso. “ ━━ vamos onde? ━━”
A música alta reverberava pelo local, parecendo suficiente para estremecer o solo e as paredes. Callisto desfilava por ali com a saia curta demais e o top decotado, a atenção recebida sendo suficiente para acalentar o gelo dentro dela por algumas horas. Daquela vez, a festa não era tão reservada; e por mais que pudesse fingir, gostava daquilo. Não, não queria se misturar com o bando de perdedores de outras fraternidades, mas normalmente aquelas festas tão maiores queriam dizer mais gente para admirá-la. Estava enchendo o copo com a mistura adocicada do ponche quando a campainha tocou. Callaway analisou os arredores a fim de confirmar se alguém faria aquele favor, mas todos estavam ocupados demais para sequer notar. Talvez ela devesse estar ocupada demais, também —- será que Tyler estava ali por perto? Poderia levá-lo a um dos quartos. Ou, se não estivesse, poderia levar alguém a um dos quartos. Deixando o pensamento e o ponche de lado, a morena foi até a entrada e abriu a porta a tempo de vislumbrar os mais de um e noventa de bura gostosisse e caipirice. “Bobby.” A voz soou um tanto manhosa, como quem flertava. “Você veio.” Ela quem havia chamado? Não se lembrava, mas estava feliz com a vinda dele.
Ao contrário dos outros novados que haviam recebido um tratamento bastante grosseiro e quase que violento, Callie entrelaçou os braços no do rapaz e caminhou para dentro do espaço. “Vem.”
@mccoyt
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lennxnskye:
Crescer em um lar predominantemente masculino certamente havia contribuído para o jeito de ser da californiana, as habituais respostas altamente reativas e o tratamento defensivo para com os outros não eram apenas uma coincidência: embora fossem taxados como uma família hippie – afinal de tudo, eles viviam em uma comunidade eco alternativa no coração das montanhas da Califórnia – crescer rodeada por três rapazes por toda a adolescência fora, talvez, a experiência mais próxima do “normal” que Lennon poderia ter tido em toda a infância. Ser a caçula e única filha mulher dos Rhodes foram aspectos que forjaram a personalidade da menina desde muito cedo, a natureza espírito livre aliada ao modo sobrevivência necessário para conviver com outros três adolescentes durante a puberdade contribuíram para a personalidade temperada e um tanto irreverente que acompanhavam a surfista por onde fosse. Ao contrário do que a própria aparência poderia acusar, isto é, os cabelos loiros queimados pelo sol e os olhos azuis como o pacífico, Lenny definitivamente não era o estereótipo da loira cabeça-de-vento e fazia questão de deixar isso bem explícito, mesmo que aquilo significasse ter afogar-se no próprio orgulho ao recusar a ajuda do caipira de dois metros que generosamente oferecia sua ajuda.
A reação exagerada da surfista diante das notícias foi alimentada pela impulsividade à qual estava acostumada e a realização de que estava com mais problemas do que gostaria de admitir. Lennon sabia que o diagnóstico feito pelo caubói fazia sentido, quer dizer, ela nem de longe era a pessoa mais responsável do mundo e era um milagre que o carro sequer funcionasse depois de todos aqueles anos, mas ainda não estava disposta a dar o braço a torcer. Diante da pergunta do outro a garota abaixou a cabeça, encarando o asfalto enquanto uma das mãos repousava sob a nuca, buscando disfarçar a derrota que havia acabado de sofrer. – Ah, foi meu pai quem deu uma olhada da última vez… – respondeu contra a própria vontade, deixando que a resposta escapasse por entre seus dentes. – Há uns três anos atrás. – murmurou em volume baixo enquanto dava de ombros, olhando para o forasteiro por entre os longos cílios, preparando-se para ouvir algum comentário alarmado sobre sua completa irresponsabilidade. – Olha, eu não faço ideia, tá legal? – os braços cruzados eram capazes de acentuar o sentimento defensivo que a surfista projetava em sua escolha de palavras. – Quer dizer, eu troco a água quando me lembro e dou uns chutes na parte da frente da lataria quando ele para de funcionar, mas é isso. – o findar da fala uniu-se a um longo suspiro frustrado. Exausta, Lennon abaixou as armas e o enorme orgulho. – Eu não preciso de algo 100% correto, só… Faz funcionar, por favor. – o tom de voz da loira enfim se despiu da exaltação de minutos atrás e uma risada fraca acompanhou a do desconhecido, dando-se por vencida ao charme interiorano do rapaz. – É, bom, pelo menos ela funciona. – o comentário ainda continha um resquício de sarcasmo, mas não era mal intencionado.
A menção a criatividade dos pais arrancou um riso inesperado dos lábios de Lennon, sacudindo a cabeça em acordo com Robert. – Você nem imagina. – o sorriso se manteve por mais alguns instantes, divertindo-se com a observação inocente feita pelo outro. – Quem sabe se você der um jeito no meu amigão aqui eu te conto a história de como eu escapei por muito pouco de me chamar Sunshine. – riu, enfiando as mãos no bolso, sentindo-se mais à vontade na presença do até então caipira misterioso. Lenny já havia tido experiências ruins o suficiente para saber que falar sobre sua vida familiar e suas origens era a oportunidade perfeita para arrancar alguns olhares esquisitos das pessoas, mas não parecia ser o caso de Bobby – ora, a camisa xadrez presa para dentro da calça definitivamente não o conferia exatamente a postura de zoar alguém. – Ohio? Ah, eu mesma nunca estive lá, mas meus pais fizeram parte do movimento de limpeza do rio Cuyahoga depois de fazerem pressão pro Congresso aprovar o plano nacional de água limpa. – apesar de ter crescido quase que como uma itinerante, viajando com os pais por todo país ao lado do movimento ambientalista, a jovem ainda não conhecia o estado natal do colega. – Deve ser legal morar em um estado onde o governador não é uma estrela de cinema e realmente se importa com problemas socioambientais, não? – com os braços cruzados a garota revirou os olhos, pronta para engatar em mais uma discussão política sobre os rumos do movimento ambientalista do Oeste e seus planos para melhorar o problema da desigualdade de recursos naturais no condado, mas fora interrompida pela revelação do outro. – Não, espera… Tá falando sério? – exclamou, erguendo as sobrancelhas em surpresa. – Cara, eu também estudo lá, que viagem! – de um soquinho com uma das mãos no braço do rapaz. – Mas calma aí, forasteiro. De que fraternidade você tá falando? – perguntou, semicerrando os olhos com suspeita. – Ah, eu? – apontou para si mesma, dando de ombros. – Eu sou, na verdade eu venho de uma comunidade ecológica de cooperação sustentável em Wheeler Springs, há umas duas horas daqui. Meus pais são uns dos fundadores do programa de proteção às espécies nativas. – a resposta fora mais longa do que havia antecipado, mas Lennon quase nunca conseguia resumir adequadamente de onde vinha. – Tipo um culto, sabe? – brincou, falando em um tom sério o suficiente para fazer o outro confundir-se com suas respostas; a garota não se incomodou com o estereótipo californiano atribuído a sua pessoa, sabia que se encaixava perfeitamente à sua imagem, mas resolveu brincar com o rapaz apenas para divertir-se após um longo dia estressante. – Total. E, bem, já que você vai se mudar para cá então tem que começar a conhecer as coisas, tipo o Sammy’s que tem o melhor sushi vegetariano de todo o litoral, te prometo. – Lennon percebeu que todas as palavras que saíam de sua boca soavam como buzzwords de algum anúncio publicado no MySpace, mas ele pegaria o jeito. Bem, logo logo.
Apesar da postura defensiva de Lennon simplesmente parecer que iria reinar por muito mais tempo, à medida que ela parecia ficar mais confortável com sua presença, Bobby aos poucos também foi afrouxando o sorriso. Era natural, apesar da falta de habilidade social em expressar-se ativamente, saber ler quando era bem vindo ou não. E agora, mesmo com a aparência afiada e o jeito direto e sem rodeios da loira falar, parecia que não teria mais um problema com o fato de ele ser apenas um estranho dizendo-lhe para fazer isso e aquilo. “Ok, veja bem, moça. Eu vou tentar dar um jeito, tá bem? Se eu não conseguir nesse primeiro momento, eu tenho um parceiro meu que faz esse tipo de coisa por um preço mais tranquilo. É um negócio de família, acho que o pai dele com certeza sabe que a gente é universitário e tem pena.” Prometeu em meio a um riso simples, apontando com o polegar pra parte norte da cidade, onde um de seus colegas de fraternidade atendia. Da última vez o mesmo havia lhe dado uma mão com sua camionete sem cobrar, talvez pudesse ajudar Lennon por um valor mais bacana. Vendo-a mais solta, Robert levou as mãos até os quadris distraidamente, como sinal de que estava mais confortável também ao tentar encontrar uma situação para aquele problema. O riso soprado fez-se presente ao ouvir o comentário sobre seu carro. Sim, graças a Deus Lucy funcionava, se não seria difícil pra se locomover de ônibus. Ele ainda conhecia L.A muito pouco. Oh, sim, sua camionete tinha nome. Ele só não quisera revelar à Lennon tão cedo, porque descolada do jeito que era, provavelmente o acharia mais patético do que provavelmente estava achando até agora.
A brincadeira que fizera lhe surpreendeu, fazendo-lhe dar o famoso sorriso de covinhas que tinha. Robert via aquilo como uma grande oportunidade pra fazer amizades, mesmo que ela viesse de onde menos esperava (já que a praia não era lá seu local mais visitado da cidade, embora L.A fosse, majoritariamente, interessante por ela). “Mas agora eu vou me sentir obrigado a fazer um bom trabalho! Não que Sunshine seja um nome feio, na minha humilde opinião, é tão bonito quanto Lennon.” Dando de ombros, Bobby manteve os lábios curvados em bom humor. “Desde que seja diferente de Grace, Jolene, Sandra, Joanne e qualquer nome mais tradicional, já é um passo enorme que me distancia do quão comum Fleming é. Tudo me lembra cavalos, feno, vestidos bregas e chapéus de cowboy.” Comentou, tirando o boné para passas os dedos longos nos fios e ajeitar os cabelos notavelmente compridos se comparados com o corte que a maioria dos rapazes que não fossem surfistas na região mantinha. Pensava se deveria se adequar ao ‘cenário’ para sentir-se mais familiar. Recolocou o boné, ligeiramente nervoso quando percebeu que a loira estava falando e interagindo mais. Preocupava-se em parecer legal, porque não era sempre que uma garota tão bonita e aparentemente tão inteligente quanto ela parecia ser surgia do nada na sua frente com um problema no qual ele poderia ajudar. Bobby claramente não tinha segundas intenções como a maioria dos garotos californianos mais espertos e vividos da cidade poderiam chegar a ter, mas como todo cara de sua idade, com certeza não queria parecer um idiota ou desinteressante para alguém que só de sorrir já parecia mil vezes mais atraente e interessante do que ele. Ela era encantadora com aquele charme bruto, afinal. “Bem, desde que dinheiro esteja envolvido e beneficie a grande parte dos fazendeiros mais ricos do estado, eu acho que posso dizer que sim, eles se importam. Mais do que muitos fazem, claro, mas não pelos motivos pelos quais deveriam estar se importando.” Comentou, expressando-se da forma que sabia. Talvez não fosse tão evidente em Fleming, apesar das hierarquias óbvias entre fazendeiros e fazendeiros menores e comerciantes como seu pai, mas era sobre o que lia. Pra trabalhar com o que queria, também precisava estar a par da política e formar suas próprias opiniões sobre isso. “Mas sinceramente, é bacana e um alívio que pessoas como os seus pais existam, tem que ter muito peito pra puxar a briga desse jeito.”
“Sim!” A resposta dele fora imediata, rindo em meio à afirmação e a surpresa pelo pequeno gesto de intimidade que a estudante lhe confiara após a pequena coincidência. Apesar de pouco, fora suficiente para contagiá-lo, como sempre acontecia quando alguém que fosse naturalmente mais animado e ativo do que ele lhe tirava da zona do conforto e o puxava para longe da simples cordialidade. “O campus é enorme mesmo, juro que eu nunca te vi lá! Quer dizer, eu sou calouro da agronomia, não conheço muita gente, mas tenho certeza de que nunca te vi. Eu teria lembrado.” Confirmou, com certeza. Ele teria a notado. “Isso explica muita coisa desde o primeiro minuto que a gente conversou. Na realidade, é uma grande novidade pra mim e eu tô achando incrível. Não é algo comum na pequena e velha Fleming.” Riu, embora os olhos tenham arregalando de leve com a menção do “culto”. “As coisa são... Sérias assim?” A inocência de Robert, apesar de encoberta pelo bom humor com o qual levava a conversa, era engraçada de se ver. Mas agora ele entendia. Não somente pelo comportamento mais arisco da loira, mas pela forte presença e de como falara dos pais, e toda a resistência inicial. Diria que seria interessante uma comunidade assim dentro da cidade interiorana. Com certeza, não seria chato em nenhum momento com tantos conflitos com os conservadores. Quase como uma guerra civil, imaginava. “Sushi... Vegetariano? Espera, sushi não é necessariamente feito de peixe?” O cenho franzido enquanto caminhavam até o quiosque e escoravam-se no balcão permaneceria até que recebesse a explicação, apenas pela confusão, embora estivesse rindo. “Californianos são realmente gozados, né? Recentemente eu estive lutando contra a ideia de que tem gente trocando o tradicional hambúrguer de carne e queijo por peixe cru e agora você me diz que existe esse negócio todo errado, só que feito de arroz e planta. Caramba. O que é que eu tô fazendo aqui.”
#imagino o bobby falando O Q EH QUE EU TO FAZENDO AQUI EU SÓ TENHO SEIS ANOS#KKKKKKKKKKKKKKKKKKK#e imagino ele puxando um pouco os R com um vocabulário de véio kkjkkkkkk nerso da capitinga#t: small#w: Lennon
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missxcallaway:
Ela ainda prosseguiu medindo o rapaz com o olhar indelicado e interessado, também pouco preocupado com o que ele pensaria. Não que ele parecesse pensar em muita coisa, com aquela expressão tonta no rosto. Mas serviria por ora – não apenas para ajudar com o carro, como também para uma ótima e muito bem vinda distração. Sentia-se ainda mais leve do que após o exercício na água do mar, simplesmente porque nada divertia Callisto mais do que deixar as pessoas desconfortáveis, e ele aparentava ser um prato cheio às tentativas. “Parece que não posso me dar ao luxo de negar a ajuda, nesse caso.” Ela comentou, com um falso ar de donzela em perigo. Apenas havia um momento que Callaway se permitia mostrar qualquer tipo de fraqueza: quando era perfeitamente calculado para abaixar a guarda das outras pessoas. “Já tem algum tempo que tento contato, mas eles não atendem.” Era uma mentira em partes. Fazia mesmo tempo que tentava e, sim, eles não atendiam - mas o culpado era a falta de sinal, e não o guincho ou o mecânico mais próximo. Claro que ela preferia dar a impressão de que não havia opção se não dedicar todo o esforço em ajudar a pobre garota necessitada. “Vou abrir a parte de trás e aí você dá uma olhada” Avisou, debruçando-se sobre a porta lateral do conversível sem pudor, na tentativa de alcançar o botão que abria o capô. Aproveitou também para alcançar a saia jeans, mas não porque tinha qualquer intenção de cobrir seu corpo - caso contrário, não estaria naquela posição. “Prontinho.” Avisou após ouvir o som característico do destravamento, aproximando-se dele.
“Oh, sim. Eu posso tentar, sendo mais sincero. Não posso lhe prometer nada.” Concordou, enquanto a curiosidade dos olhos claros travavam uma batalha contra sua óbvia falta de jeito para com a presença da morena. Nesses momentos, a chance de falar qualquer besteira por não conseguir se concentrar era mais alta do que o normal, então as respostas evasivas e curtas geralmente apareciam para livrá-lo de qualquer constrangimento por parecer um idiota com QI menor do que 60. Fugiu da prolongação do olhar furtivo da mulher apoiando-se na desculpa de observar o carro, mesmo que estivesse devidamente fechado e que nada poderia avaliar sem que o mesmo estivesse aberto. Logo, tudo em Bobby gritava fuga, como uma pequena gazela fugindo de um leão. “Ah, você tentou? Bem... Às vezes acontece de eles estarem em mais de um atendimento também, os últimos dias vem sido bem quentes. Aqui é um lugar meio complicado também, mas você teve sorte que... Que não foi num lugar deserto.” Deu um pequeno sorriso, encarando-a finalmente. Concordando com a cabeça imediatamente à anunciação da outra, levou as mãos até os quadris, esperando. Fora uma péssima ideia manter o contato visual, porque o movimento brusco que fizera com a cabeça para o outro lado no intuito de desviar o olhar do traseiro dela fora no mínimo mais medíocre do o rubor ridículo no rosto levemente bronzeado do Reagan, que costumava avermelhar com frequência no menor sinal de constrangimento. Pigarreando no que ele pensou poder ser considerado como discretamente, olhou para o chão até que ela voltasse à uma posição menos sugestiva, passando a mão pena nuca antes de dirigir-se até o carro e nele depositar toda a sua concentração. Bem, fora assim que havia sido ensinado, mesmo com toda a tentação. Não havia nada aparente que indicasse qualquer dano nas peças, o que lhe levava a crer que o problema era a bateria. A aproximação dela o deixara levemente nervoso por algum motivo, mesmo que ela provavelmente só estivesse querendo assistir o que fazia. “Olha, moça, pode ser a bateria, ou pode ser qualquer outra coisa que eu não estou conseguindo identificar agora.” Murmurou, sentindo-se inútil e pensando que talvez estivesse muito mais acostumado com carros mais antigos. Abrindo um pouco os botões da própria camisa, Robert balançou o tecido um pouco. Deus, estava quente demais. “Cuidado pra não se queimar, está tudo muito quente aqui.” Indicou, como se pedisse para que ela não tocasse ao zelar por sua segurança. “Acho que devemos chamar o guincho novamente, pode tentar?” Tentou sugerir. “Ou eu posso te dar uma carona até a oficina mais próxima também, pra pelo menos não esperar plantada por horas aqui que nem um pé de milho.”
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xamelynx:
F L A S H B A C K
A companhia de Bobby parecia ter sido o suficiente para renová-la naquela tarde. Jamais imaginou que saindo para caminhar sem rumo, ser abordada por dois idiotas e ser salva por um estranho acabaria resultando em seu reencontro com o melhor amigo de infância, que tanto havia feito para ela. Amelyn não conseguia nem descrever em palavras o quanto o mais alto era importante para ela. Sempre estivera ao seu lado, talvez desde que ambos aprenderam a andar e quando foi mandada para a prisão, por não tê-lo mais por perto, ela sentia como se um enorme pedaço tivesse sido arrancado de si. Aquele pedaço faltante, infelizmente, havia sido preenchido pelos mais diversos sentimentos e notas de crescimento pessoal, fazendo que a então conhecida de Amelyn de Bobby se tornasse uma pessoa mais fria e nem tão viva quanto antes. Porém, como decidira começar uma nova vida ao entrar para a universidade, ou melhor, reviver à vida passada, mas na cidade grande, ele jamais descobriria o lado sombrio dela. Pelo menos era isso que ela pretendia, se possível. “Fleming já estava entediante sem mim, agora imagina sem eu e nem você, vão todos querer criar crocodilos para se divertir.”, brincou. “Quando ao jóquei, eu também fiquei impressionada quando me aceitaram, mas feliz, e tenho ganhado várias corridas, então os patrocinadores estão felizes.”, comentou sobre o pequeno sucesso e fez uma nota mental de chamá-lo para sua próxima corrida. Imaginou como os pais de ambos se sentiriam ao saber do reencontro, provavelmente os dela ficariam felizes, já os de Bobby nem tanto. Ao ouvir o comentário dele sobre o café, assentiu e depositando um beijo na bochecha dele, passou a caminhar em direção a entrada do estabelecimento. Arrumou para si uma mesa próxima do balcão e tirou da bolsa o livro que lia no momento, era mais uma das obras de Monty Robert, um domador excepcional de cavalos. Assim que viu Bobby voltar, foi até o balcão. “Bom dia, senhorito, eu gostaria de um frappuccino com caramelo, por favor.”, fez o pedido como se ele fosse um completo estranho, segurando o riso.
O comentário de Amelyn fixara na cabeça de Bobby como um pequeno fragmento de uma inverdade no passado. Apesar da ascensão de sua popularidade que culminara em seu erro juvenil, a garota fazia falta em Fleming em escalas muito maiores do que Robert. Nunca fora um destaque, muito menos bem visto pelos jovens locais naquela pequena cidade. Logo, não via como sua ausência poderia fazer alguma diferença na vida da população de sua idade. Ele sempre fora irrelevante, e apesar das tentativas ferrenhas da amiga, nunca era realmente chamado para qualquer coisa que incluísse a palavra “diversão” no meio. Amelyn fora sua única referência de juventude que tivera, assim como seus irmãos, dos quais sempre precisara tomar conta. Talvez, esse fosse um dos motivos dos quais faziam a Furillo uma parte tão importante de seu passado: ela fora tudo o que ele conhecera, e lhe dera memórias lindas para suportar a parte não tão bonita de sua adolescência. Soltou um riso soprado no caminho de volta para a loja. Pelo menos a população idosa ou de meia idade deveria sentir falta dele, então Amelyn realmente não mentira. Deus, estava feliz por ela. Apesar de tudo, apesar de questões não resolvidas, estava genuinamente feliz por ela. Assim pensava. Assim deveria pensar. Assim que higienizou as mãos e trocou o avental pelos característicos dos da equipe de atendimento, voltou ao seu posto de trabalho. Um sorriso radiante apareceu nos lábios e no olhar inocente do Reagan com o aproximar-se da mais baixa. “É pra já, madame. Com chantilly extra?” Riu, dando início ao preparo.
Depois de poucos meses trabalhando como barista, Bobby virara quase profissional. Nunca pensara que teria jeito para algo do tipo em sua vida, mas mostrara-se mais delicado e caprichoso na decoração do que esperava. Assim que terminasse mais uns pedidos e entregou o de Amelyn, nem vira o tempo passar. De tempos em tempos, seu olhar voltava à imagem da garota, que aproveitava sua bebida e lia seu livro com serenidade. Não escondia seus pequenos sorrisos toda vez que o fazia, antes de voltar para suas atividades. Com o final delas, retirou o avental e passou seu turno para o próximo atendente a entrar, rapidamente dirigindo-se ao vestiário para trocar-se. Pela primeira vez, inconscientemente, Robert olhara-se por alguns segundos a mais no espelho, checando a aparência. Estava melhor, não estava? Estava, com certeza. Não era mais o menino grande e magrelo de Fleming. Dando meia volta para o salão, sentou-se na frente da garota silenciosamente, enquanto ela ainda lia, tentado a incomodá-la, mas não o fazendo. Ele ainda parecia encantado com a existência da Furillo no mesmo espaço que o dele.
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lennxnskye:
Caminhando em direção ao desconhecido, que tinha não só uma vantagem de massa muscular superior ao dela, mas também alguns bons centímetros à mais – fazendo-a esticar os pescoço a fim de enxergá-lo, tapando o sol com os dedos magros – a garota pode, lentamente, dar imagem ao sotaque caipira que se misturava com o som dos carros e das ondas quebrando. Os olhos cerrados não apenas serviam para impedir a grande entrada de luz, mas também como uma reação natural ao estranho, que embora não soasse com uma enorme ameaça, dada a primeira impressão caricata de “novo-na-cidade”, ainda não inspirava uma enorme confiança na surfista. A expressão fora agravada pelo comentário feito alguns instantes depois, fazendo a jovem franzir as sobrancelhas em confusão, já que era possível o ouvir, mas não entender o que havia dito. – Ahm… – levou algum tempo até que Lennon pudesse assimilar as palavras do mais alto, tentando encontrar algum sentido na frase um tanto pitoresca que havia acabado de ouvir, mas quando o fez, deu uma risada divertida, jogando os ombros. – É, tipo isso, cara. – balançou a cabeça para cima e para baixo, mantendo os braços cruzados, ainda rindo do que havia acabado de ouvir. Embora ainda não tivesse entendido exatamente o que havia acabado de acontecer, Lennon sentiu uma espécie de alívio diante da brincadeira feita pelo caubói, afastando um pouco o mau humor que a contaminava naquela manhã. – Deu pra perceber, é? – resmungou de forma impaciente, encarando o horizonte azul do oceano antes de retomar sua atenção para o estrangeiro. A caçula dos Rhodes não estava acostumada a aceitar ajuda – oras, Lenny preferia arrancar os próprios olhos antes de pedir ajuda para alguém, especialmente tratando-se de homens, ela já fazia muito para desmistificar o papel feminino naquele início de século vinte e um, aceitar auxílio do sexo oposto era praticamente reconhecer a derrota do movimento feminista! – Uhm… quer dizer, é, ‘tá meio merda mesmo. – jogou os ombros para trás, admitindo a realidade de sua condição em voz baixa, dando o braço à torcer.
Quando o mais alto se aproximou, a jovem abriu espaço para que ele pudesse inspecionar o estado do veículo, ficando apenas há alguns centímetros de distância logo atrás do mesmo. Na ponta dos pés, a garota procurava enxergar o que quer que o outro fazia, ansiosa pelo veredito final, brevemente cerrando os olhos e prendendo os dedos das mão em um sinal de figa, torcendo pelo melhor resultado. A conclusão do outro, porém, a fez arregalar os olhos, soltando um enorme suspiro. – Como assim um inferno? – sacudiu a cabeça de um lado para o outro, completamente inconformada com o que ouvia. Ao lado dele, se debruçou sob o motor afim de ver com os próprios olhos do que ele falava, não demorando a sentir o ar quente que soprava das entranhas metálicas do Jeep. – É claro que tá quente, não sei se você percebeu mas a gente tá na Califórnia, grandão. – os braços se cruzaram na altura do peito. – Aqui tudo é quente o tempo todo, o que você esperava? – revirou os olhos, dando voltas em círculos. – Arrefeci– o quê? Cara, eu coloquei água nisso aí, sei lá, uns três meses atrás? Era pra estar tudo certo. – não era como se ela mantivesse uma planilha periódica sobre a manutenção do carro, visto que só fazia alguma coisa quando o mesmo se recusava a dar partida. – Ah, eu tenho certeza que a água e esse fluído aí que você tem vão ser o suficiente, o bichinho aqui não é muito exigente mesmo. – bateu com a palma da mão bateu sob a lateral da lataria, dando de ombros para o problema – Lenny não tinha dinheiro ou paciência para levar o automóvel até um mecânico, então o caubói era tudo o que tinha. – Eu imagino que você não seja parente do presidente, huh? – com o queixo a loira apontou para a caminhonete nada luxuosa do estranho, dando uma risada um pouco indiscreta. – Lennon. – ela esticou a direita em um cumprimento. – Mas assim como você não sou parente de nenhum famoso do mesmo nome. – piscou em direção ao outro com um sorriso simpático nos lábios. – Então me diga Bobby, o que você faz por esses lados do Oeste? – o corpo reclinou sob o carro. – Definitivamente não estamos no Kansas. – brincou, reproduzindo a frase icônica de Dorothy Gale em ‘O Mágico de Oz.
Apesar do tamanho avantajado e da primeira impressão que quase todo mundo tinha do rapaz quando reparavam apenas a aparência tacanha, Robert era, de forma humilde, mínima e consideravelmente uma pessoa observadora e atenciosa. Ele sabia muito bem como ler a maioria das pessoas, apesar da parca habilidade social e capacidade de fazer amigos com facilidade que quase todo mundo naquela cidade tinha. Pouquíssimos minutos de conversa foram suficientes para que Bobby percebesse a defensiva na qual a loira entrara, envolta em uma nuvem de mal humor que embora claramente fosse proveniente do calor e do carro e do dia e de qualquer coisa que não fosse culpa dele, deveria tomar cuidado com brincadeiras e abster-se de comentários muito mais intimistas ou empáticos. Expressando-se de forma mais simplória, aquela garota devia ter um gênio forte – gênio este com o qual não tinha tanto contato desde seus tempos de colegial, pois era justamente desse que fugia pra não causar problemas. “Se serve de consolo, nada está tão ruim que não possa piorar.” Decidiu-se, por fim, apoiar-se em uma resposta genérica e bem humorada. Não diria a ela diretamente que deveria ver o lado bom de tudo, afinal, não tinha lado bom nenhum em ver seu carro morrer em um local mais ermo do que o normal em um dia quente como aqueles depois de passar por poucas. Utilizar-se de uma postura negativa era mais eficaz, às vezes.
Robert confirmou suas considerações duvidosas quando no menor sinal de problema, a loira estourara. Entendia, não era pra menos. Se fosse com ele, provavelmente estaria mastigando as próprias bochechas e cerrando a mandíbula pelo mal humor e a falta de sorte, quieto em um canto pensando no que fazer – afinal de contas, o Reagan era bastante habilidoso na prática de reprimir as próprias emoções para que estas não incomodassem os demais. Sabendo que pedir que tivesse calma era um caminho errado a se tomar dada a reação da garota, mais uma vez o mais alto apostou num posicionamento baseado na razoabilidade. “O seu carro deve precisar de uma manutenção extra em temporadas muito quentes, não tenho certeza. Ele é um bom automóvel, na realidade, creio que só precisa de alguns cuidados extras e vai durar por anos. Você chegou a levar em alguma oficina nos últimos meses?” Indagou, passando a mão na nuca ao ajeitar o cabelo. Apesar da indignação dela, a relutância estava dando espaço para o conformismo. “Bem, talvez sim. Quer dizer, moça, eu não sou profissional, não posso te dar um diagnóstico 100% correto.” Riu um pouco, levantando as mãos em sinal de rendição. Ele realmente não queria ser o responsável por acabar com o carro dela. A observação dela o fizera rir novamente, negando com a cabeça ao levar o comentário na esportiva. “Ele não é muito generoso com os parentes, sabe. Eu não reclamaria de ser presenteado com um Toyota Hilux.” O moreno cruzou os braços, dando um olhar rápido em sua velha camionete, companheira desde seus dezesseis anos. Sorriu, soltando ar penas narinas. “Mas ela dá conta de me ajudar no que é preciso e vai me acompanhar até não conseguir mais andar. Ou pelo menos até eu arranjar um dinheiro pra comprar um carro novo e reformar ela.” Deu de ombros. Caminho para percorrer o Reagan tinha. Quem sabe no futuro. “Seus pais foram bem criativos. Eu tenho o nome do meu pai, então não tive lá muita escolha.” Riu, analisando o nome nada comum. Era bonito mesmo, diferente das Tiffanys, Madisons e Jennifers que via por aí, desfilando com sandálias de salto e minissaias pelo campus. Bobby mantinha o sorriso no rosto, sentindo-se um pouco mais confortável em compartilhar a conversa com a loira agora que devidamente apresentados. Ela parecia menos uma bomba agora do que antes também.
A pergunta dela o fizera sorrir e mover ligeiramente o corpo, num pequeno lapso de lembrança ao achar graça no trocadilho. “Alguns estados à esquerda. Ohio.” Informou, colocando o boné até então pendurado na parte de trás da calça, e apontando para ele ao tentar fazer piada. Ele era a personificação do estado sem precisar fazer muito depois daquela camisa xadrez. “Universidade. Ganhei uma bolsa na USC, meu pai disse que eu não deveria desperdiçá-la e me chutou de casa. Pra um caipira de Fleming, como vocês daqui dizem, estar morando em uma fraternidade na Califórnia é uma grande aventura, você sabe.” Sorriu, voltando a cruzar os braços. “E você? Sempre morou por aqui? Você parece uma legítima californiana. Sem ofensas, dona, leve como algo positivo.” Brincou, encostando-se no carro ao aproveitar a sombra. Deus, estava realmente quente. “Escuta, não quer ir até o quiosque pra beber uma água, pelo menos? Apesar de estarmos na sombra, ainda tá muito quente aqui e eu tô meio desidratado.”
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control-alt-del-rp:
O barulho do zíper não fora o suficiente para acordar Louis e Anne Coleman, que se quer perceberam a quando Jonathan Altman deixara a barraca ou o espaço da praia onde ele e alguns colegas que conhecera no Sammy’s, há cerca de três noites haviam montado para um pequeno luau. Aquela hora, o sol já estava alto no céu e Alt encontrava-se quase atrasado para um compromisso ligeiramente importante: Almoçar com sua mãe e alguns sócios no The Los Angeles Country Club. “Vai dar certo”, era o pensamento que tinha em mente, como tinha frequentemente, ainda que nem sempre fosse dos mais otimistas, o fato é que de alguma forma as coisas tendiam a acontecer de maneira positiva para o jovem Altman. Pensamento positivo, azar. Ou então um sinal de que não deveria ter iniciado a bebedeira da noite dentro do porsche 356, já que acabara dessa forma, esquecendo-o ligado e ficando sem bateria. O ar saiu entre lábios de maneira irritadiça, especialmente ao perceber que seu celular havia descarregado. Fora quando a voz ecoara em seus ouvidos. O corpo virou pelo lado, abaixando os ray-ban, ação que fez seus olhos prensarem um pouco em resposta, já que era seu primeiro contato direto com a luz solar naquele dia. - Hey, buddy…Eu acabei ficando sem bateria…Em amplo aspecto… - Disse, erguendo o celular em uma das mãos. - O quão bom você é em chupeta?
Diferente de tantas pessoas que conhecera desde que chegara na California, Robert tinha algo que muitos não possuíam num lugar repleto de pessoas tão diferentes dele: a inocência estampada no rosto brando. Não importava seu tamanho, ou a pose que fizesse, ou o sentimento negativo que sentisse, Bobby tinha os olhos claros mergulhados em uma pureza atípica e excepcional que acompanhava a essência de suas ações – o que, por sinal, reforçava a ideia de que qualquer um poderia fazê-lo de idiota. Essa mesma característica era o que levava o jovem a encarar o rapaz à sua frente com solidariedade, apesar da brincadeira típica de qualquer cara de lá. Já estava começando a ficar acostumado e aprendendo a reagir de uma forma um pouco mais descontraída (para não correr o risco de, mais uma vez, ser entendido como bicho do mato). Dando um sorriso ligeiro e uma risada rápida, as mãos grandes pararam no quadril. “Dependendo da situação, acho que você vai precisar de um profissional.” Devolveu, negando com a cabeça em um aparente bom humor que estava começando a desenvolver. “Dia ruim ou noite muito boa?” Perguntou, indo até a caçamba da própria camionete atrás dos cabos, num surpreendente puxar de assunto. O Reagan geralmente não julgava ninguém pela aparência, mas estava estampado na cara do outro que o dia anterior dele deveria ser bem diferente dos demais. “A propósito, meu nome é Robert. Acho justo eu me apresentar antes de uma conexão importante dessas.”
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15. Your character walking in on mine piss drunk. (amelyn)
Festas Kappa. Bobby estava começando a se acostumar com toda a barulheira e a frequência quase anormal que as mesmas seguiam acontecendo – afinal, era a fraternidade que deixava qualquer um entrar –, mas sentira-se obrigado a comparecer e acompanhar o que acontecia apenas porque Amelyn havia resolvido fazer o mesmo, provavelmente devido a insistência de algum delta idiota. Tinha certeza que não era do feitio dela, afinal, a Furillo seguia um outro estilo de vida agora mas, ao percebê-la praticamente correndo até onde estava para abraçá-lo daquele jeito que usualmente fazia, soube que talvez ela houvesse passado um pouquinho dos limites. “Ok, ok, vaqueira, a gente devia maneirar um pouquinho na bebida, não? Você tá mais pra lá do que pra cá.” Riu um pouco, ajudando-a a se equilibrar em seu colo. “Você pode continuar se divertindo, mas cuidado pra não se meter em problema.” Pediu. Não era de sua natureza controlá-la, mas precisava zelar pela garota. “Tá tudo bem? Quer ir até o banheiro?” Perguntou, percebendo-a um pouco enjoada. “Você pode me dizer se precisar sair. Vou estar com você. Só não vomita em mim, te peço, tenha piedade, Amy.”
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📍- They narrowly escape a perilous situation
Haviam acabado de discutir por coisa pouca, e agora Robert estava se revirando por dentro enquanto dava a volta na quadra. Amy parecia bastante irritada e isso o deixava particularmente desolado. Bobby nunca era o motivo de irritação de ninguém, muito menos da morena. Só percebeu que deixar as coisas assim seria um erro um minuto depois, pronto pra pedir desculpas ao dar meia volta na quadra novamente até que a encontrasse atravessando a faixa de segurança, provavelmente possessa sobre seu comportamento e sem perceber que o sinal estava fechado para pedestres. Seu sangue gelou. “Amy!” Chamou-a, fazendo-a virar-se por impulso parada no meio da pista. Fora um erro. “Amy, sai daí!” Sem se importar com a própria segurança, correu o mais rápido que pode até a garota, visto que vários carros desciam a lombada e provavelmente não teriam tempo de parar. Puxou-a bruscamente para fora da pista o melhor que pudera, próximos ao meio fio, e a abraçou com força em meio às inúmeras buzinas desesperadas. Resignou-se de que se provavelmente fossem atropelados, seriam atropelados juntos. Três carros desviaram, pelo menos até que Bobby recobrasse a atenção e os tirasse dali rapidamente. Fora sorte. Pura sorte. “Você ficou louca? Por que você não prestou atenção no sinal? Quer me matar do coração?”
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👄 amelyn
Ela é uma força da natureza. A Amelyn é provavelmente uma das mulheres mais resistentes que tive o prazer de conhecer e acompanhar. Quer dizer, a gente cresceu junto, e apesar de algumas coisas que aconteceram e da vida separar nossos caminhos por algum tempo, a gente se encontrou de novo e eu acho que isso é uma das melhores coisas que aconteceu no meu ano. É um tempo que eu posso aproveitar pra lembrar e matar a saudade da Amelyn pura, e inteligente, e incrível, e descobrir o que mudou nos últimos anos que eu não pude estar junto dela. O importante é que temos muito o que conversar e viver ainda. Por agora, tudo o que eu tenho pra dizer pra vocês é que ela é provavelmente uma das pessoas mais especiais que poderá passar pela sua vida se você der a chance. O otimismo dela energiza qualquer pessoa que precise de um gás, e com certeza se você confiar e deixar que ela participe da sua rotina, você sempre vai ter alguém que te estenda a mão se precisar.
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“ I love this place. “
Tirar o final de semana para se aventurar aos arredores de L.A com Lina fora um tiro no escuro, mas surpreendera-se com o fato de que mesmo sendo completamente diferente da esperta alemã entusiasta e conectada com o mundo, ambos tinham muito o que compartilhar. Foram necessárias apenas duas horas de viagem até Solvang em meio às muitas músicas dos Backstreet Boys tocando e troca de histórias e experiências entre os dois e suas vidas para que chegassem na cidadezinha alemã, como se fosse um pedaço de torta de maçã em uma mesa inteira de comida salgada esperando por Lina e provavelmente sua saudade de casa. Talvez fosse exatamente porque entendia esse sentimento que estava a acompanhando até lá. Ficava feliz por ter se voluntariado a levá-la, levando em consideração que se não fosse dessa forma, provavelmente ela teria de ir com o primo (que bem, não era lá o melhor guia turístico). Sorrindo com a observação dela, Robert concordou. “Eu também estou adorando. Pode ter mais cheiro de casa pra você, mas não me sinto de forma tão diferente. Eu fico feliz que você tá contente, mas e aí? Vai me pagar um verdadeiro pretzel agora?”
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Tell us a secret
Se eu contasse, não deixaria de ser segredo?
Sei lá, eu sou um cara meio transparente e não muito interessante. Sou melhor em guardar segredos dos outros do que os meus próprios, os quais inclusive não sei se tenho.
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[want] your muse telling mine they want them - reverse (Callie)
Bobby sentiu o pescoço e o rosto queimarem como se estivesse no inferno enquanto o estômago dava sinais de que existia, revirando-se para mostrar que estava ali sofrendo com a surpresa. Vestindo o avental verde escuro em frente à caixa registradora do Starbucks, a imagem de Callisto parecia tanto lhe assombrar quanto causar-lhe ansiedade. Não esperava que ela respondesse sua pergunta sobre o que queria com uma palavra tão simples e cruel quanto “você”, e isso simplesmente o desequilibrou, ainda mais do sorrisinho que ele consideraria debochado surgindo nos lábios carnudos e tentadores. Deixara o copo vazio cair no momento em que ela respondera, assinando seu atestado de imbecil quando ao tentar segurá-lo, derrubou a outra pilha maior disposta no balcão, mostrando a bagunça que era e a bagunça que podia fazer quando sem reação. Patético. Agora ela já havia visto. Tentando recuperar a postura rapidamente, pigarreou, passando a mão pelos cabelos levemente compridos. “Você quer um frappè, certo? É o que geralmente pede quando vem aqui, a não ser que a senhorita queira mudar o pedido.” Tentando manter o profissionalismo e o resto de dignidade que lhe sobrara, mal conseguia encará-la direito. Não aguentava mais a vida de ser otário.
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11. Your character walking in on mine waiting for them in bed (Callie)
Havia chegado cansado na Kappa. Fora a quarta semana de aula e, embora amasse ter perto de si uma parte da fazenda de novo, a viagem para a qual se inscrevera no intuito de ter experiência em campo lhe quebrara de todas as formas possíveis. Precisava descansar, ainda mais sabendo que teria que trabalhar no dia posterior, porque seu gerente não lhe dava duas folgas de graça assim. Pensou que um banho gelado acalmaria a pele levemente queimada, dourada do Sol ao qual fora exposto em Santa Ynez Valley, então mesmo antes de chegar em seu quarto, retirara a camisa xadrez que há um tempo não usava – pelo visto, aquilo era o atestado que comprovava a sua “capirice” para os californianos mais tradicionais do campus – assim que terminara de subir as escadas. Estava colocando a mesma por cima do ombro quando abriu a porta e quase morreu de um ataque no miocárdio, tiltando mais do que o robô do Pica-Pau que vira e mexe aparecia na televisão da sala de estar da fraternidade. Callisto Callaway parecia muito confortável deitada em sua cama e, mais do que isso, de tirar seu fôlego, como toda vez que aparecia em sua maldita frente independente do que vestisse.
Apertando a camiseta contra seu peito com um dos punhos, Robert mal sabia o que dizer. Nunca, nem mesmo em mil anos, esperaria que algo como aquilo acontecesse consigo novamente. Da última vez, estivera entregue de bandeja a ela, e agora, atônito. O que diabos estava acontecendo e por que aquela mulher queria brincar tanto com ele? Ainda estava sem graça da última vez, por acaso queria enlouquecê-lo? “Callisto...?”
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[submission] your muse letting mine take the lead and submitting to them (Callie)
Callisto Callaway era, em sua essência, tudo do que Bobby costumava fugir em seus dias de ensino médio na pequena Fleming, porque sempre sentira-se intimidado pelo poder dado em mãos de pessoas geralmente imaturas e ignorantes sobre a realidade de outras pessoas. Ainda assim, estava lá, como se algo houvesse o puxado até a presença magnética da cheerleader. Sentia como se houvesse sido coagido a fazer aquilo, mas tinha plena consciência de que não era coerção quando não havia ameaça alguma – bem, pelo menos não explícita. Oh, que ela era, sem dúvida alguma, uma tirana ditatorial, Bobby podia apostar toda a sua coleção de bonés antigos e camisas xadrez, mas sentir-se um cavalo manso preso por uma rédea segurada por ela era novidade para o Reagan. Devia ter ouvido Lina, sobre não ser uma boa ideia ele ir à alguma festa Zeta, muito menos de beber em um território como aquele. Entretanto, e apesar de tudo, as mãos macias que puxaram a sua para um dos quartos do segundo andar parecia ter total controle enquanto abriam os botões de sua camisa com a destreza e a delicadeza de quem não tinha pressa em arrebatar uma presa. Robert estava domado, não só pelo nervosismo, como pela presença intensa da Callaway, que exigia dele uma brincadeira perigosa de fazer. Queria escapar e, ao mesmo tempo, permanecer não parecia a pior das escolhas, ainda mais quando tinha os dedos finos tocando-o conforme retirava a peça superior e a fazia deslizar pelos braços fortes. O Reagan soltou a respiração que segurava pela boca devagar, enquanto sentia o peito e os músculos alisados pelas mãos habilidosas antes dela fazê-lo sentar-se no colchão. Olhando para cima, a aproximação amedrontadora de Callisto e das falanges apertando seus cabelos e arranhando-lhe a nuca lhe enviaram arrepios pelo corpo tenso. Aconteceria. E ele nem mesmo sabia se estava pronto para o furacão que Callisto Callaway era.
#a jiripoca piou será#texflxres#meu deus amiga eu n tinha gif salvo p isso e a internet está uma bosta
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