archbriel
archangel
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gabriel
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archbriel · 8 days ago
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"Combinaria mais do que você imagina." Gabriel respondeu, com um tom entre diversão e desafio, os olhos fixando-se nos dela com a mesma intensidade que Jinx parecia usar para estudá-lo. O silêncio entre eles não era desconfortável — era uma corda bamba, e ele sabia que ambos estavam pendurados ali, testando quem daria o próximo passo. Quando ela mencionou as tentativas de adivinhar seus momentos de solitude, Gabriel inclinou ligeiramente a cabeça, um sorriso quase imperceptível surgindo no canto dos lábios. "Se for mesmo adivinhar, espero que tenha imaginação. Não sei se estou pronto para entregar tudo de bandeja." Ele se permitiu observar a peça que ela usava, sua própria camiseta. A visão deveria parecer cômica, mas de alguma forma, nela, era um lembrete da linha tênue que ele andava — entre o sacro e o profano. "Meio anjo?" Ele riu baixo, como se ponderasse a ideia. "Talvez seja por isso que gosto de você. Metades sempre me atraíram... humanos, feéricos... até mesmo demônios, de vez em quando." A confissão foi solta como uma provocação, mas havia verdade nela. Gabriel estava se desfazendo das camadas de pureza que antes o definiram, e a presença de Jinx, parecia destacar o que ele estava se tornando. Quando ela perguntou sobre o presente, sua proximidade forçando um calor desconfortável no espaço entre os dois, Gabriel ergueu uma sobrancelha. Ele não recuou, mas também não cedeu completamente à tentação de invadir ainda mais o espaço dela. "Ainda não decidi... Talvez te entregue algo mais próximo do fim. Ou quando você merecer." A resposta vinha como um desafio, mas seus olhos pareciam traí-lo, buscando algo na expressão dela que nem ele sabia ao certo o que era. "Ou talvez," ele completou, deixando o tom cair para algo quase conspiratório, "eu simplesmente surpreenda você... assim como você insiste em me surpreender." Sua mão pousou no rosto alheio, suave e sem pressa, como quem explora um terreno desconhecido. O gesto não era só uma resposta às provocações constantes de Jinx, mas também uma busca, como se ele testasse os próprios limites.
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eram aqueles silêncios que costumavam plantar dúvida em seu inconsciente. a pouca luz iluminando os dois, enquanto se entreolhavam. a feérica sustentou o olhar, as írises coloridas o observando com calma antes de o responder. "um dia talvez tenha combinado." a resposta, enigmática, oferecia um vislumbre de seus pensamentos; achava que com o passar dos meses, tinha se acostumado com mais vitórias que derrotas em seu processo de corrupção angelical. e quase como se a respondesse, os corpos se aproximaram mais uma vez, mas não por esforço seu. "o mistério acaba de me intrigar bastante. darei muito pensamento ao que você faz em sua solitude, gabe. o que acha de me deixar tentar adivinhar?" perturbou, dando um pequeno passo a mais para perto do arcanjo. teria ele percebido que ela havia roubado uma de suas vestes? a camiseta lhe caía bem, aproveitando-se da diferença de altura e tamanho para cair como uma peça larga, confortável. a visão de um anjo de auréola e camiseta, sem peças adicionais, era até engraçada. "talvez combine com pelo menos cinquenta por cento. feéricos não são tidos como meio anjo?" inclinado sobre si, havia uma infinidade de detalhes a serem notados sob aquela distância inédita. a barba alinhada, o aroma distinto, os fios desgrenhados. "acho que o problema está na metade demônio. acaba estragando tudo, não? ou deixando mais interessante. você não gostaria de mim se eu fosse... assim." a indicação com o olhar para cima precedeu uma risada baixa, calorosa. agora os papéis se regularizavam, e ela quem se aproximava. "e você? já escolheu seu presente para mim esse ano?" sussurrou, visto que, não havia necessidade de falar mais alto que isso para ser ouvida. a provocação era dita em lábios cheios de sorriso, perigosamente próximos do rosto de seu interlocutor... mais do que jamais haviam estado.
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archbriel · 8 days ago
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Gabriel levou um instante para assimilar o momento. O toque insistente de Baba Yaga em seu rosto e a intensidade de suas palavras carregavam algo quase hipnótico, uma dança entre o lúdico e o ameaçador. Ele respirou fundo, os olhos fixos nela, absorvendo cada gesto, cada nuance daquele momento peculiar. “Anjos são bons... até a página dois, Baba,” respondeu, a voz baixa e firme, como se aquilo fosse uma confissão íntima. “Tudo depende do ponto de vista e da situação. E, quanto a você, não estou aqui para punir ninguém, muito menos você. Essa não é a história que quero escrever hoje.” Ele inclinou levemente a cabeça, o sorriso discreto brincando nos lábios antes de aceitar mais um biscoito. Saboreou-o devagar, a curiosidade surgindo em suas palavras. “Esses biscoitos... há algo diferente neles. Que ingrediente você usa? Eles têm um gosto único, quase impossível de descrever.” A menção às asas o fez desviar o olhar brevemente, ponderando a resposta antes de retornar o foco à feiticeira. “Posso mostrá-las, se é isso que você deseja. Mas aviso: a luz pode ser intensa, esmagadora. Se houver algum resquício de sanidade aí dentro,” ele disse, apontando suavemente para a cabeça dela, um sorriso discreto surgindo, “talvez queira protegê-la. Um óculos escuro ou um feitiço rápido podem ser úteis. Que tal?” O tom provocador suavizou a tensão, mas ele ainda parecia sério, como se a advertência não fosse completamente brincadeira.
Quando Baba Yaga começou sua narrativa, Gabriel se inclinou levemente para frente, genuinamente interessado. As emoções na história – raiva, medo, vingança – eram quase palpáveis, e ele sentia o peso de cada palavra. Quando ela terminou, ele permaneceu em silêncio por um momento, absorvendo o impacto. Seu olhar era intenso, mas não de julgamento. Era reverência e entendimento. “Medo de não sair daqui?” Ele deixou escapar um sorriso, dessa vez mais aberto, com algo de provocação. “Não, Baba. E se o julgamento vier, provavelmente serei considerado culpado... mas não acho que isso vá te surpreender.” Ele manteve os olhos fixos nos dela, permitindo que a frase pairasse no ar, carregada de significados. Endireitando a postura, Gabriel se recostou, relaxando um pouco. “Agora, Baba, me diga. De que outra forma você gosta de surpreender seus convidados?”
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O pensamento intruso desfocou o olhar concentrado de Baba Yaga, puxando-a suavemente para outro lado da existência compartilhada. A curiosidade de uma com o assombro da outra, duas entendidas poderosas se olhando como que para ter certeza do que estavam vendo. Não tem poder. A voz rasgada subjugava a outra, dedos correndo pelos cabelos escuros e... Refletindo. Aquilo não era uma imaginação, mas dedos escuros no rosto angelical. Testando a pele, conferindo que estava vivo, sorrindo com a sorte enorme. "Baba não entende o fascínio de Gabriel com ela. Anjos não são bons? Por que não está a punir Baba Yaga?" Muitos tinham chegado assim antes, confiança exalada por todos os poros e um pouco mais. Provocando o pior da vingança escura da raiz dos poderes ocultos. Crescendo, transformando, saindo do âmbito inocente da natureza e mexendo com algo menos... aceitável. "Tudo foi feito para Gabriel. Como e beba e se farte, Baba traz mais. Mas pode mostrar as asas? Baba quer muito vê-las." Sem olhar, pescou de entre os biscoitos o mais temperado. Colocando, tão gentilmente, no centro da palma enquanto abria a boca. Sentia o gosto do anjo na língua que passava pelos dentes. Coisinhas ainda inteiras pela magia. "Era uma vez um vilarejo na Rússia. Pequeno, protegido, mágico. Cada habitante convivia com a magia como respirar. Gabriel, eles abraçavam tudo. A magia corria na água, entre as pessoas, coloria o céu no fim da tarde. Até que vieram. Eles. Incrédulos e exploradores, querendo tudo sem acreditar em nada. O equilíbrio se perdeu, perdeu. Pegavam, pegavam, destruíam. Aprisionaram como servos, como se fossem os donos de tudo." Ela parava a narração para tocar a mão masculina, incitando mais um gole. Mais uma mordida. Mais sinais de que as ervas inutilizavam o hospedeiro. Ela o queria complacente. "Histórias foram contadas por muitas bocas. Cuidado, não saia de casa a noite. Falavam para os homens adultos. Obedeçam e não vão adiante, fique nas áreas iluminadas. Os jovens riam dos avisos. A floresta é perigosa, nunca mais verá sua família! Crianças tremiam embaixo das cobertas. Todo o povo criou a história. Pedaços juntos, encaixados. Palavras tem poder, não é Gabriel? E quando acreditam, quando o medo concentra, ele se torna real. Baba Yaga nasceu do sussurro, das palavras, das frases e dos gritos. Baba Yaga nasceu de cada um que quis vingança. Do passado, da vida, da destruição. Abrir os olhos... Ah, anjinho, depois daquele dia, Baba Yaga deixou de ser lenda e virou realidade." Pulou para o chão por tempo suficiente para arrastar a cadeira para perto, acocorada no assento. Equilibrada no encosto. "Anjos são como Baba. Sussurros de criação. Baba quer ver do que são feitos. As penas, os cabelos, as lágrimas. Baba quer provar da mansidão, explorar cada fibra da obediência." Os dedos no rosto ficaram mais insistentes, manipulando com certa rudeza para chegar no ângulo que queria. "Anjinho tem medo de não sair daqui? De só sair daqui quando Baba tocar seu coração e julgá-lo por seus atos?"
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archbriel · 10 days ago
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Gabriel observou a cena com um misto de resignação e fascínio, enquanto Jinx, com seu habitual sorriso cheio de segundas intenções, ajeitava o presente sobre sua cabeça. Ele sentiu o leve peso do aro metálico e, ao perceber o brilho sobrenatural que emanava, não conseguiu conter um sorriso, como se por um instante permitisse que o sarcasmo dela o tocasse de verdade. "Uma auréola... claro." Ele murmurou, levando uma mão ao objeto que agora flutuava sobre sua cabeça, como se quisesse confirmar a ironia com o tato. Seus olhos se estreitaram enquanto a olhava, e havia um brilho nítido de algo próximo a diversão em seu rosto. "Você supera as expectativas. É exatamente o tipo de presente que eu deveria esperar de você. Mas admitir isso seria dar muito crédito, não acha?" Enquanto falava, Gabriel deu um passo em sua direção, a luz da auréola iluminando suavemente os traços de ambos. O calor do momento não era apenas do objeto, mas da troca constante de energia entre eles — ela provocando, ele resistindo e, de algum jeito, ambos se divertindo nesse equilíbrio. Ele inclinou a cabeça ligeiramente, como se estivesse analisando a expressão dela com cuidado, absorvendo a mistura de diversão e desafio. "Você acha que combina comigo?" Ele perguntou, a voz baixa, mas carregada de significado. Sua mão subiu para tocar o aro de novo, como se pesasse o simbolismo daquilo contra tudo o que ele estava se tornando. "Gracinha ou não, acho que há algo um tanto... poético na sua escolha." Gabriel deu uma leve risada, algo que parecia estranho até para ele, e depois deu mais um passo, diminuindo ainda mais a distância entre eles. "E quanto à sua curiosidade insaciável... Sim, antes de orar, ou talvez depois, não faz diferença. Mas acho que o conteúdo da minha 'solitude' deve permanecer um mistério por enquanto. Se eu te der todas as respostas, que graça terá a próxima invasão?" Ele então tocou o aro com a ponta dos dedos, e em um gesto quase teatral, inclinou-se, retirando e colocando na cabeça de Jinx "Realmente, não combinaria em nada com você."
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gabriel não era uma pessoa difícil de fazer sorrir (ou pelo menos para ela), mas ainda sim, jinx adorava arrancar alguns sorrisos dele. vitoriosa, vez ou outra, até se esquecia que se tratava de um anjo, pois poderia jurar ver vestígios de um sorriso ladino, jogado de canto. se ele capturava as suas piadas de segunda intenção, deixava subentendido. "se está sentindo meu cheiro, é porque já estou por aqui. e qual seu interesse em nos trancar aqui juntos?" reverteu, extrapolando o sentido de sua frase. agora que ele abria seu presente, ela ia ajeitando-se na poltrona, ansiosa para que visse seu conteúdo. havia virado uma certa tradição desde que tinham conquistado o título de amizades complexas, aquilo de dar presentes piores e piores cada ano. estava animada para mostrá-lo como sua invenção funcionava. tinha na verdade, se levantado, contemplando o vislumbre de mais um degrau acima na relação dos dois, dada a apresentação de seu armário de bebidas. "estou lisonjeada. e mais que isso, curiosa para saber o que você bebe em seus momentos de solitude. antes de orar, presumo?" lá estava, o sorriso maldoso ilustrado em seus lábios mais uma vez. estava próxima, procurando capturar as primeiras reações ao ver o presente. ele não havia entendido? riu. era mais fácil se demonstrasse. então retirou o invento da mão dele, ficando na ponta do pé (pois havia se livrado dos costumeiros saltos altos) para colocar o aro metálico sobre sua cabeça. havia servido perfeitamente, pois pouco depois de ajeitar em sua posição, ele se iluminou e começou a flutuar sobre a cabeça do arcanjo. "e agora, você sabe o que é? devo dizer, ficou uma gracinha assim."
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archbriel · 10 days ago
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Gabriel observou o panfleto amassado nas mãos de Caim, um leve sorriso jogado de canto. "Bondade? Não sei se é isso que nos move. Talvez seja teimosia... ou orgulho." Sua voz carregava um toque de ironia, algo humano demais para um anjo. Ele pegou o panfleto de volta, seus dedos traçando as letras douradas. "E você está certo, ser 'bom' é cansativo. Ainda mais quando nem se acredita tanto nisso." Dobrou o papel com calma, devolvendo-o. "Mas e você? Nunca cansa de viver nas sombras, jogando enquanto outros iluminam o palco?" Seus olhos brilhavam com uma provocação suave. "Talvez o fervor seja um hábito. Assim como sua aversão a ele."
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ㅤ𝐈𝐓'𝐒 𝐆𝐎𝐎𝐃 𝐓𝐎 𝐒𝐄𝐄 𝐌𝐄, 𝐈𝐒𝐍'𝐓 𝐈𝐓?
                           𝙲𝙻𝙾𝚂𝙴𝙳 𝚂𝚃𝙰𝚁𝚃𝙴𝚁
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Caim recebe o panfleto com um movimento de desprezo, apertando o papel como se fosse um símbolo de tudo o que ele detestava. O brilho dourado e as palavras sobre "voluntariado" e "bondade de Natal" estampados no folheto são uma farsa que ele já viu inúmeras vezes. Exala um suspiro de desgosto, torcendo o panfleto nas mãos, seus olhos distantes e escuros. ━━ Que besteira. Mas sua atenção se fixa na figura de @archbriel. Desde que ele tinha notado algo de diferente nele, decidiu que era o tipo perfeito para um jogo como o que Caim tinha em mente. ━━ Eu nunca entendi esse fervor pelo 'bem'. Parece tão exaustivo. Vocês anjos não cansam de serem tão bondosos?
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archbriel · 10 days ago
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Flashback
Gabriel sentiu o ar ser puxado de seus pulmões enquanto cada gesto de Kaya, cada palavra, deslizava por ele como algo tangível, algo que tocava não apenas a carne, mas um pedaço de sua alma que ele tinha evitado confrontar por tanto tempo. A voz dela, baixa e envolvente, parecia abraçar o espaço entre eles em algo intocável, uma tensão carregada de expectativa. O toque dela não era apenas físico; era uma invasão silenciosa ao seu ser. Quando Kaya se aproximou novamente, deixando aquele espaço milimétrico entre eles, Gabriel percebeu o quão intensamente sentia o momento. O calor dela parecia irradiar através dele, um calor que ele reconhecia não como divino, mas como algo intrinsecamente terreno. A antecipação queimava sob sua pele, o fazia perceber o quão vivo — e preso no momento — ele estava. Sua respiração tornou-se pesada, carregada, enquanto a eletricidade entre eles fazia seus sentidos dispararem.
Quando os lábios dela pairaram tão próximos aos dele, quase tocando, mas sem nunca cruzar a linha, ele sentiu o mundo ao redor desaparecer. Ela o mantinha em suspense, mas não como uma manipulação, e sim como uma entrega. Era ela quem estava no controle, mas também era ela quem o convidava, sem pressioná-lo, a escolher. As palavras dela ecoaram dentro dele como um chamado. Gabriel fechou os olhos por um momento, tentando encontrar uma resposta em meio ao caos que sentia. Quando voltou a abri-los, sua expressão estava diferente. A hesitação de um anjo havia dado lugar ao desejo cru e humano que ele lutava para entender. Sua voz saiu baixa, rouca, quase um sussurro, mas carregada de uma intensidade que não deixava dúvidas "Me ajude a sentir isso... Não quero ser um anjo esta noite." Gabriel levantou a mão, desta vez por conta própria, deslizando os dedos pelo rosto dela, traçando a linha de sua mandíbula até seus lábios, onde parou por um instante. Era um gesto de descoberta, de reverência. Ele se aproximou mais, permitindo que suas barreiras caíssem junto com cada camada de sua identidade.
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O pedido foi o suficiente para que a mulher continuasse, as mãos mapeando cada parte do corpo do arcanjo. Seus olhos, profundos como a noite, capturavam Gabriel a cada toque. "Apenas... sinta." Sua voz dançando em um murmúrio tão suave quanto o toque de seus dedos, agora descansando sobre a mão que segurava seu pulso. Devagar, retirou a peça que cobria seu próprio corpo, mas deixou que ele ditasse o ritmo de seu desejo. Ela não precisava pressioná-lo. Queria que o anjo cruzasse a barreira com as suas próprias pernas, queria ver até onde ele iria, até onde o desejo o levaria. Se aproximou novamente, fez menção de tocar-lhe a pele, mas não o tocou de imediato, deixando o espaço entre eles vibrar com a antecipação. Seus lábios pairavam perto dos dele, como se esperassem por uma permissão silenciosa, por um gesto que confirmasse o que ele já sabia, mesmo que ainda não quisesse admitir.
Kaya inclinou a cabeça levemente, seus cabelos caindo como um véu que parecia isolá-los do resto do mundo, do pecado que cometiam aquela noite enquanto o chão gotejava, e algo dentro dela também. Cada gesto, cada palavra era uma dança cuidadosa entre desejo e controle. Moveu o corpo por baixo do dele, compelindo um gemido próximo ao seu ouvido e o fazendo sentir sua respiração quente e irregular em seu pescoço. sabia o poder que tinha naquele momento, possuía como dadiva divina um magnetismo delicado de alguém que entendia profundamente o que o outro está sentindo, mesmo que ele próprio não entenda. "Me diga o que quer e eu o farei." ela sussurrou, o olhar queimando como brasa, mas o tom de sua voz era um convite, não uma imposição.
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archbriel · 13 days ago
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Gabriel parou à porta, observando a cena que parecia tão familiar quanto inusitada. Jinx, com sua postura despreocupada e irreverente, parecia se encaixar naquele ambiente com uma naturalidade desconcertante. Ele permitiu que um pequeno sorriso curvasse seus lábios enquanto se aproximava. "Talvez eu devesse começar a trancar quando sinto seu cheiro por perto." Ele parou ao lado da mesa, os olhos pousando no presente que ela mencionara. Por um momento, hesitou. Não pela desconfiança, mas pela certeza que não viria algo bom por aí. "Se pretende invadir com tanta frequência, pelo menos me deixe economizar seu esforço." Ele se inclinou ligeiramente, um brilho divertido cruzando seu olhar enquanto completava "Vou te mostrar onde eu escondo as bebidas. Assim você não precisa mais trazer as suas." Gabriel sabia que aquilo poderia soar como um convite. E talvez, no fundo, fosse. Essa linha tênue entre a camaradagem e algo mais profundo o intrigava — e Jinx, com sua ousadia quase infantil, mas perigosamente calculada, parecia saber exatamente como provocá-lo.. "É uma época tão... contraditória. Perfeita para você." deixou um sorriso fraco em seu rosto, enquanto brigava com o embrulho, decidindo rasgar logo. Claramente não era o melhor naquilo. "O que você aprontou dessa vez, Jinx?" um suspiro longo e teatral saiu de seus lábios, assim que pegou aquilo em mãos. "O que deveria ser isso?"
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✰ – ❛ 𝖍𝖔𝖜 𝖑𝖔𝖓𝖌 𝖜𝖊𝖗𝖊 𝖞𝖔𝖚 𝖕𝖑𝖆𝖓𝖓𝖎𝖓𝖌 𝖙𝖍𝖎𝖘? @archbriel
jinx passou a folha de seu livro, confortavelmente assentada nos aposentos de gabriel. "não requeriu muito planejamento, na verdade. abra. a não ser que se refira à invasão. também não requeriu muito planejamento. dessa vez, a porta estava até aberta." se ele estava mais surpreso com o presente em sua mesa do que sua presença aleatória, era porque havia crescido acostumado com a personalidade da fada. e quem diria. perturbá-lo, fazê-lo companhia.... as duas coisas pareciam indistinguíveis para ela, que tendia a acabar conversando com o arcanjo. em uma tentativa de arrastá-lo para o lado corrompido? não sabemos ao certo. ela descruzou as pernas apoiadas no braço da poltrona, fechando o livro que não era seu e o repousando onde definitivamente não havia o achado. havia um copo meio cheio (ou meio vazio) na mesa de centro, um pouco de vinho tinto colocado para acompanhar a leitura. e tivera que trazer consigo, que decepção, pois achava pouca a probabilidade de encontrar álcool pelos aposentos de gabriel. "sabe como adoro o natal."
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archbriel · 14 days ago
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O silêncio na borda do abismo era tão profundo que Gabriel quase podia ouvir seus próprios pensamentos ecoarem, multiplicando-se até se tornarem ensurdecedores. Ele andava pela linha tênue como um funâmbulo condenado, cada passo guiado por um equilíbrio que parecia mais uma maldição do que uma dádiva. O Caos o chamava como um velho amigo perdido, sussurrando promessas de liberdade, de ruptura, de verdade crua e sem ornamentos. E ainda assim, a Ordem o prendia, um grilhão de responsabilidades que apertava mais a cada dúvida que ousava nascer.
Can anybody hail themselves a preacher?
Ele já havia visto muitos. Homens e mulheres proclamando verdades que mal compreendiam, segurando tochas que iluminavam apenas seus próprios rostos. Ele também havia falado em nome de algo maior, tantas vezes que as palavras às vezes lhe pareciam pedras — pesadas e ocas. Como saber se o eco de sua voz era a verdade ou apenas mais um som perdido no vento?
Can anybody call themselves a saint?
Santidade. Era um conceito que sempre o cercava como um manto pesado, mas Gabriel nunca se sentiu digno de vesti-lo. Os santos eram aqueles que sofriam pelo bem maior, que encontravam glória no sacrifício. Mas e aqueles que duvidavam? E aqueles que se perguntavam, no silêncio da noite, se o sacrifício era mesmo necessário?
Can anybody call themselves a healer? Can anybody really make you safe?
Ele havia curado feridas, físicas e emocionais. Mas sempre havia uma que ficava de fora, uma que não podia ser alcançada pelas mãos de um arcanjo. Como se pudesse ouvir o choro abafado de um mundo que continuava a se despedaçar, mesmo com todos os seus esforços. Quantas vezes ele havia prometido segurança, apenas para ver o chão ruir sob os pés daqueles que confiavam nele?
Can anybody look up at a leader and find a world that's full of faith?
Gabriel olhava para Miguel, como sempre fizera, e via a força de um líder que não era inabalável. Ele via as escolhas difíceis, os erros nunca admitidos, as razões mascaradas pela autoridade. Miguel fizera o que acreditava ser necessário, mas, aos olhos de Gabriel, isso nem sempre significava o que era certo. O que restava, então, para ele, um irmão que oscilava entre apoio e questionamento, que carregava as próprias falhas enquanto buscava uma luz que parecia sempre distante?
Can anybody call themselves a saviour in this world about to break?
Salvar era uma palavra tão pesada quanto qualquer outra que ele carregava. Ele podia sentir a fragilidade do mundo nos ossos, o desespero pulsando como um coração prestes a falhar. Ser um salvador implicava em assumir que havia um caminho certo, uma escolha que apagaria todo o sofrimento. Mas ele sabia — oh, como sabia — que as escolhas eram tantas quanto as estrelas, e cada uma delas vinha com um preço.
Havia um momento, um espaço entre batidas de asas e suspiros, em que Gabriel se via imóvel, como se o próprio tempo o tivesse abandonado. Era um instante tão breve e tão vasto que parecia conter o peso de eras, uma eternidade comprimida em um único fôlego. Não havia um limite claro entre ser e estar, entre cair e levantar. Ele existia em uma interseção onde todas as verdades eram relativas e todos os caminhos, bifurcações. Cada escolha parecia uma pedra lançada ao mar, o impacto ecoando em ondas que ele jamais poderia conter. E nessas ondas, ele sentia o reflexo de possibilidades perdidas, de futuros que nunca se concretizariam. Era uma dança constante entre o inevitável e o evitável, uma luta contra as correntes de si mesmo.
O peso de cada passo que dava era quase sufocante. Cada decisão tomada ou adiada parecia carregar uma gravidade única, como se o próprio universo segurasse a respiração. Ele sabia que sua queda, caso acontecesse, não seria abrupta, mas lenta e cheia de significados, carregando consigo todas as escolhas e não-escolhas que o levaram até ali. Havia um precipício invisível sob seus pés, e nele, era impossível distinguir quem julgava e quem era julgado — o reflexo no espelho ou o homem por trás dele? Talvez ambos, talvez nenhum. Ele se perguntava, em meio ao silêncio, se a linha entre justiça e hipocrisia era tão tênue quanto a que ele caminhava.
A linha onde ele andava tremia, ameaçando se partir a cada momento de hesitação. O Caos sorria de um lado, braços abertos, um convite sedutor envolto em promessas de liberdade e autodescoberta. Do outro lado, a Ordem permanecia imóvel, seu semblante tão calmo quanto opressor, o peso das responsabilidades tão inescapável quanto um juramento antigo. Gabriel parou, olhos fixos no horizonte infinito, onde céu e terra se misturavam em tons indistinguíveis, criando um borrão de possibilidades.
Talvez fosse isso. Talvez o equilíbrio não fosse uma escolha, mas um eterno estado de ser. Uma corda bamba que nunca cedia, mas também nunca oferecia descanso. Ele não era um pregador, nem um santo, nem um curador. Não era um líder, nem um salvador. Era apenas Gabriel, o eterno viajante da linha, condenado a andar, passo a passo, até que a própria linha desaparecesse e ele finalmente encontrasse o que quer que o aguardasse além dela. Mas será que ele realmente iria se contentar apenas com isso?
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archbriel · 15 days ago
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Gabriel aceitou a pequena Maggie no colo com uma delicadeza incomum, como se temesse que sua presença pudesse, de alguma forma, perturbar a criança. No entanto, ao sentir o peso leve e os bracinhos a se firmarem em seu pescoço, um sorriso suave brotou em seu rosto. Ele se permitiu um instante para observar os olhos curiosos da menina, quase como se procurasse respostas em um ser tão pequeno e puro. O riso de Maggie ressoou como um alívio inesperado, fazendo Gabriel relaxar os ombros e apoiá-la melhor.
“Ela é corajosa, como você,” murmurou, sem tirar os olhos da criança, antes de encarar Ithuriel brevemente. “A familiaridade que ela sente… talvez seja algo mais profundo. Mas você tem razão, Ithuriel. Não é qualquer um que ganha essa confiança.” Ele ouviu com atenção a confissão sobre a maternidade. Um silêncio pesado pairou no ar enquanto processava o peso das palavras. Gabriel sabia do sofrimento que Ithuriel carregava, uma perda que ele, mesmo com todo o conhecimento, jamais poderia compreender plenamente. Seu olhar refletiu um misto de compaixão e respeito, “Você fez o que poucos conseguem: transformou a dor em algo luminoso. Talvez seja isso que as crianças sentem em você, esse... amor imenso que você ainda tem para dar.”
A proposta de sair para um café o surpreendeu, mas o sorriso de Gabriel ganhou uma ponta de suavidade que não era comum. Ele ajeitou Maggie no colo e brincou com os dedinhos curiosos dela, antes de dizer: “Natal, hein? Parece uma boa desculpa para... aprender a aproveitar isso tudo. E acho que aceito o convite. Faz tempo que não nos permitimos algo simples assim, não é?” Houve um breve riso, contido, como se ele mesmo estranhasse a ideia de aproveitar algo tão mundano. Mas a presença de Maggie no colo, o olhar esperançoso de Ithuriel e a atmosfera tranquila daquele momento o faziam pensar que talvez fosse exatamente o que precisassem.
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Maggie soltou um riso ao ver a menininha responder o sorriso de Gabriel com um tímido e hesitante e, após alguns segundos, estender as mãozinhas gorduchas para ele, pedindo colo. Ela não sabia se a pequena sentia a áurea angélica de Gabriel, o que lhe passava confiança, ou se apenas reconhecia que havia algo idêntico a si nele, e a familiaridade a acalmava. De qualquer forma, passou a menina para o colo do outro. "Bem, acredite se quiser, ela não faz isso com todo mundo. A única pessoa além de você para quem ela pediu colo assim de primeira fui eu." Ela ainda desconfiava de humanos e outras criaturas, preferindo ficar perto de Maggie e evitando os outros cuidadores, mas aquilo era um processo; Ithuriel sabia disso. Abriu um sorriso agridoce com o comentário de Gabriel sobre maternidade; aquela era uma ferida que ela lutava para sarar. "Bem, eu já fui mãe, você sabe... mesmo que por pouco tempo. Acho que isso me deu alguma experiência com crianças, além de todo esse tempo trabalhando no orfanato." Ainda era difícil falar sobre sua gravidez e os poucos meses que teve com seu filho antes de ele ser brutalmente assassinado por outro anjo, mas não podia fazer nada além de dar esse amor que construiu por ele para as crianças de Arcanum que precisavam. Deu risada com o comentário alheio e fez que não com a cabeça. "Estou bem, irmão. Gosto do meu trabalho. Mas confesso que seria bom sair para um café um dia desses, aproveitar esses eventos da temporada de Natal... o que acha de me acompanhar?"
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archbriel · 15 days ago
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Pegou o copo empurrado em sua direção, inclinando levemente a cabeça como se considerasse as palavras do outro com mais seriedade do que talvez fosse necessário. "Orgulho pelo que você construiu, William. Não é só sobre decoração ou pratos. É sobre o que 'A Toca do Lobo' representa para você, para as pessoas que frequentam, para a própria cidade. Um lugar que reflete o esforço e a paixão que você coloca nisso. Não são apenas os garçons que fazem isso acontecer; você é o coração desse lugar, mesmo que não veja."
Tomou um gole do chopp, deixando a bebida gelada descer pela garganta antes de se recostar levemente no banco. Seus olhos brilharam com um toque de ironia suave quando a conversa mudou para a última festa. "Estranho? Nem de longe. Você ficaria surpreso com o que já vi. Aquilo não foi, nem de perto, uma das coisas mais bizarras." Uma pausa, o fantasma de um sorriso surgindo. "Mas posso entender como isso ainda ressoa pra você. É o tipo de coisa que deixa marcas, mesmo nas memórias mais resistentes. Pelo menos você não precisa ficar lidando com um mundaréu de gente perguntando sobre seu irmão."
this is an closed starter.
with @archbriel
sentence: " you should be proud . "
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Descansou o seu copo de chop sobre o balcão para que pudesse limpar os seus óculos, uma desvantagem de beber bebidas gasosas usando daquele acessório, sempre vinha gotículas para molhar e sujar a lente, era sempre preciso limpa-los. A sua versão humana usava óculos, enquanto na versão lobo, ele enxergava perfeitamente bem, uma coisa mal explicada pela insanidade biológica daquela forma sobrenatural. "Eu deveria? Pelo que?" Perguntou docemente, enquanto mais um copo de chop era deixado na frente dos dois homens, empurrando a bebida para o seu companheiro da noite. "Eu sei que a decoração ficou bastante acolhedora, mas acredite, isso tudo é fruto do trabalho dos garçons, diga isso aos rapazes"
De fato, William era péssimo com trabalhos manuais, o seu talento artístico estava na finalização dos pratos e na elaboração deles, não conseguia ser tão bom assim em outras atividades. O inglês realmente só deu o dinheiro e esperou que os funcionários fizessem a decoração do restaurante, ficando bastante atrativo para os clientes. "Você não acha estranho que tudo está acontecendo como se a gente não tivesse visto uma das coisas mais bizarras do mundo na última festa?"
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archbriel · 15 days ago
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Flashback
O murmúrio contra seus lábios parecia vibrar em cada parte de Gabriel, dissolvendo qualquer resistência que ainda pudesse existir. O sussurro de Kaya não era apenas um pedido; era um comando irresistível, uma âncora que o mantinha ali, preso na intensidade daquele momento. Ele deveria parar. Ele sabia disso, em algum canto distante de sua mente. Mas a sensação de seus lábios, a urgência nos toques dela, o calor avassalador que emanava de cada gesto... Tudo isso o envolvia, como uma corrente que ele não sabia se queria ou podia quebrar. Quando o beijo se interrompeu por um momento, Gabriel tentou falar algo, mas o toque nos cabelos e o olhar de Kaya o silenciaram novamente. "Desejo?" pensou, sentindo a palavra ecoar em sua mente como uma acusação e uma promessa. Era isso? Desejo? Algo tão humano, tão terreno, tão distante de tudo o que ele deveria ser? Sua respiração estava pesada, sua mente um turbilhão de sentimentos que ele não conseguia nomear. Mas ele não recuou. Não conseguiu.
Quando Kaya se inclinou sobre ele, cada movimento dela parecia um teste de suas limitações, um convite e uma provocação. Gabriel sentiu o calor aumentar, uma sensação estranha, quase aterradora, mas profundamente hipnótica. O toque dos dedos dela deslizando por sua pele, desabotoando a camisa, fez um arrepio correr por todo o seu corpo. Ele queria falar, queria dizer algo que trouxesse algum senso de controle àquela situação, mas as palavras simplesmente não vinham. Sua mão encontrou o pulso dela, segurando-o por um instante enquanto seus olhos, intensos e cheios de uma confusão evidente, buscavam os dela. Ele queria pedir para parar, queria entender o que estava acontecendo consigo mesmo, mas ao invés disso, o que saiu foi um sussurro baixo e quase inaudível: "Não sei bem o que é isso... mas continue."
Era o que precisava ouvir para continuar, ignorando qualquer tipo de ruído exterior que não fosse o bom e sonoro "eu fico." O fato do ser que antes, ao longe, parecera tão indiferente e impassível estar agora derretendo em suas mãos lhe colocava em um estado que ela não conseguia decifrar. Logo ela, que sempre fora tão boa em decifrar mentes, principalmente masculinas, mas não naquele caso. "Fica" sussurrou contra os lábios do anjo antes do beijo se intensificar novamente. Apesar do trauma que cercara aquela noite, kaya sorriu com o canto dos lábios. Não sabia o tamanho do pecado que o outro estaria cometendo por ficar aquela noite, por ficar com ela. Mas por um momento se sentiu egoísta por não querer saber, mas nem mesmo o estalido do gelo no chão interrompeu sua barreira de pensamentos. Queria vê-lo por inteiro, tê-lo por inteiro. ante a sensação de que o outro despertaria do feitiço a qualquer momento e a sacrificaria angelicalmente, ou pior, que sairia correndo para nunca mais.
As línguas ainda se tocavam quando houve a quebra. Cedo demais, ela temeu. Seu peito palpitava pela ânsia e o calor, mas quando ouviu a pergunta tratou de apaziguá-lo. "Shhh..." tarde demais, ela precisava daquilo. mordiscou o lábio cruzando seu olhar ao dele por um instante, enquanto uma de suas mãos enroscava-se nos cabelos dele, afagando-os e puxando-os gentilmente para si, com necessidade. "Você só está desejando..." disse em voz baixa, ainda naquela posição. e isso é normal, completou mentalmente. Vivia do desejo, nascida como uma benção e uma maldição, mas talvez não fosse para ele. Seus joelhos se dobraram e seu corpo se aproximou até que ela se inclinasse em seu colo, deixando que os lábios roçassem mais uma vez. Queria pedi-lo para não lutar contra, mas sequer tinha forças para isso. com os olhos presos em Gabriel, sentia que estava o reconhecendo através de cada toque. Tateou até reconhecer o encaixe da outra boca na sua ao ponto de se arrepiar até perder o fôlego, usando as mãos para alisar com os dedos finos a linha do abd��men alheio, lhe desabotoando a camisa de cima até em baixo. Esperando ouvir um "pare" ou qualquer coisa que lhe impedisse de continuar, a tensão da espera pairando no ar, fazendo com que o proprio peito subisse e descesse em busca de ar.
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archbriel · 21 days ago
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O nome dela ecoou na mente de Gabriel como um sussurro gravado na eternidade. Havia algo de magnético naquele som, algo que parecia envolver seu próprio ser, apertando as amarras do encantamento ao redor de sua consciência. Ele não sabia se era pelo poder do nome, pela forma como ela o dissera ou pela intensidade daquele instante, mas, ao ouvir o pedido para que ficasse, não encontrou força para recusar. "Eu fico," respondeu, a voz baixa, quase rouca, carregada de algo que ele não sabia nomear. Não podia negar, não queria negar. A noite, afinal, parecia feita para ele perder o controle que tanto prezava. "Eu não me machuco... assim," ele respondeu baixo, a voz rouca, quase distante, mas com uma honestidade crua. Não sabia se era verdade para tudo ou apenas para aquele momento. Sentiu as mãos dela no seu rosto novamente, o toque cuidadoso, quase reverente, e sua mente sussurrou uma nova dúvida: É ela que está no controle, ou sou eu que escolhi ficar?
O beijo aconteceu como um toque de fogo. Gabriel não sabia dizer se era o calor dela ou o próprio encantamento que o fazia arder por dentro, mas, naquele instante, tudo nele gritou para recuar, e ao mesmo tempo, para se entregar. Seu corpo, que tantas vezes fora um templo de disciplina e contenção, agiu sozinho, inclinando-se para corresponder com intensidade. Os dedos que seguravam o gelo agora pendiam frouxos ao lado do sofá, esquecidos, enquanto suas mãos subiam por instinto para a cintura dela, hesitando antes de pousar ali. Por dentro, sua mente era um caos absoluto. Isso é errado. Você não deveria sentir isso. As palavras eram ecos de um passado rígido, de deveres e proibições. Mas a voz dela, o calor do toque, o sabor do beijo – tudo era uma melodia hipnotizante que abafava as regras que ele conhecera por eras. Será que isso é o que os humanos sentem? Essa... necessidade? Essa vontade de se perder em outro?
Por um breve instante, seus lábios se separaram dos dela, o suficiente para que ele pudesse respirar, ou tentar. Sua testa encostou-se à dela, e seus olhos buscaram os dela com uma intensidade que parecia escavar até sua essência. Era como se ele estivesse tentando entender, buscando respostas que ela provavelmente não podia lhe dar. O gelo, agora esquecido, escorregou de sua mão e caiu no chão com um som abafado. Ele não se moveu, apenas continuou olhando para ela, os olhos capturando cada detalhe de suas feições. Era impossível desviar o olhar, como se, de alguma forma, ela fosse um fragmento de uma resposta que ele procurava há séculos. "O que está acontecendo comigo?" foi tudo o que conseguiu dizer, a pergunta escapando de seus lábios quase como um segredo, enquanto sua mão subia lentamente para tocar a face dela, com cuidado, como se ela fosse feita de algo extremamente frágil. No fundo, a resposta nao era bem o que ele precisava ou desejava.
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Se lembrava de cada uma das ameaças coléricas que escutara minutos atrás como se ainda estivessem ecoando em sua mente, ainda que a proximidade com o outro ajudasse a calar os ruídos. Talvez fosse um poder divino ou algo assim. "Prazer, Gabriel." sentiu o peito vacilar contra a pele, aquele era o momento onde ela começara a se perguntar se também haveria de dizer seu nome, o real. Se enrijeceu com o pequeno vislumbre do que anjos poderiam fazer com ela, e temeu que sua falta de medo naquele contexto fosse um lapso de insanidade, mas queria mais. Queria toca-lo mais do que já estava tocando, queria ouvi-lo, queria senti-lo, como uma força que a carregava de volta para a correnteza. "Kaya." hesitou em falar, pensou em mentir, realmente pensou em falar qualquer coisa que não fosse a verdade, mas seu nome saiu de sua boca antes que ela se concentrasse em omiti-lo. Assim se sentou perto da mesa de centro quando sentiu seus olhos se encontrarem mais de perto.
"Fica... ao menos essa noite, já está tarde." pediu com a voz cautelosa, mas suave, podia apostar que o suspiro que saía de sua boca atingira sua pele pela forma que se retesara. Sabia que ele queria ficar. Aprendera desde cedo a ler e analisar comportamentos alheios para usar com o seu bel prazer, era o que fazia, ainda que sua leitura estivesse turva naquele momento. Era o feitiço ou o desejo partia dele? até onde poderia manipular os sentidos de um anjo? até onde seu conhecimento alcançava era uma dosagem mínima, mas os olhares do outro lhe diziam o contrário. Se percebera alheia a si mesma quando fora atingida com a próxima frase, que a fez soltar um risinho abafado pelo nariz. Era culpa dela, ainda que não em totalidade, ainda que tivesse saído do controle, fora ela quem decidira começar. "É com aquilo que eu pago isso aqui." apontou para o lugar, os dedos girando apontando para o cereal em cima da pia, a garrafa de suco de laranja na mesa de centro, o café ruminando na cafeteira.
Então ele iria mesmo ficar? eram o que suas palavras denotavam quando ela foi tirada do fluxo de pensamentos pelo toque em sua pele. "Estou bem." Doía, é claro, seu corpo clamava por cuidados, mas a feérica ignorou aquilo ainda com o dorso estremecido, não tentara fugir do toque, ao contrário, queria sentir mais, rumou suas mãos para segura-lo no rosto e faze-lo erguer seus olhos na direção dela mais uma vez, o caminho da barba até a bochecha, dedilhando ali com calma. "Você não se machucou?" perguntou face a face. As íris analisando cada parte da figura, com a calma de quem tinha todo o tempo do mundo, ainda que tivessem apenas uma noite. Queria beija-lo. Pensou em quanto queria quando seu corpo se retesou para frente e suas mãos ficaram trêmulas pelo calor, apesar do gelo. Sabia que ele se esqueceria de tudo na manhã seguinte, se fosse de fato o encantamento, o que era um tanto surpreendente para os seus saberes, Kaya não seria sequer uma memória no fundo de sua mente quando ele acordasse. Com a constatação, e não vendo motivos para não aproveitar, ela o beijou.
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archbriel · 21 days ago
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Gabriel seguia atrás dela, os passos leves e ritmados contrastando com a firmeza que exalava. A mão dela na sua parecia uma âncora, um toque simples, mas carregado de uma sensação que ele não sabia nomear. Ao cruzarem a porta do apartamento, o ambiente mudou. Era um espaço pequeno, mas acolhedor, com um cheiro suave. Gabriel hesitou ao entrar, sentindo um pequeno lapso em seu encantamento. Uma voz interior gritava para que ele mantivesse a distância, que observasse com cautela. Mas logo o feitiço abafou essas dúvidas, e ele permaneceu. A pergunta dela o fez erguer os olhos, mas não respondeu imediatamente. Os dedos dela roçando sua face deixaram uma trilha quente, um toque que ele não deveria sentir, mas que parecia queimar em sua pele como uma marca. Ele tentou formular uma resposta, mas sua mente parecia enredada, dividida entre a voz que dizia para ir embora e o instinto incontrolável de permanecer ao lado dela. "Sou Gabriel," respondeu finalmente, a voz grave, mas baixa, quase como se fosse um segredo.
Quando ela se afastou para tirar os sapatos e foi em direção à cozinha, ele permaneceu onde estava, observando. O apartamento estava tranquilo, mas o silêncio não trazia a serenidade habitual que ele associava a lugares assim. Havia algo carregado no ar, algo que o fazia sentir a gravidade das coisas de uma forma que ele raramente experimentava. Quando ela voltou, aproximando-se do sofá com o saco de gelo, Gabriel deu um passo à frente, parando próximo a ela. O calor do corpo dela parecia intensificado, ainda mais quando o gelo em sua mão contrastava com o toque. Ele deveria perguntar sobre os ferimentos, oferecer ajuda, mas não conseguiu desviar o olhar quando ela se livrou das roupas. Foi nesse momento que algo estranho o percorreu. Não era apenas surpresa ou desconforto. Era algo mais profundo, uma sensação visceral que ele reconhecia de seus anos vivendo entre humanos, mas que nunca havia sentido tão intensamente. Seu corpo reagia antes de sua mente compreender, e ele virou o rosto por um breve momento, como se tentasse recobrar o controle.
"Eu não deveria estar aqui," ele murmurou para si mesmo, mas a voz saiu quase audível. Quando ela falou novamente, mencionando o bar e o caos, Gabriel ergueu o olhar mais uma vez. A camisa que agora cobria seu corpo fazia pouco para esconder a presença dela, e ele sentiu uma pontada de algo entre fascínio e culpa. "Você não deveria se desculpar," disse finalmente, a voz ainda carregada de gravidade. "Foi... algo além do seu controle. E mesmo que não fosse, estou aqui agora." Ele se aproximou, tomando o gelo de suas mãos com um movimento que era quase mecânico, mas seus dedos tocaram os dela por mais tempo do que o necessário. Um eco da sensação que o encantamento amplificava. Gabriel percebeu que o silêncio agora era pesado, carregado de algo que ele não conseguia definir, mas que o atraía e assustava ao mesmo tempo. "Você está bem?" perguntou, finalmente rompendo o silêncio, mas sua voz parecia um pouco distante, como se ele não estivesse falando apenas para ela, mas também para si mesmo.
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FLASHBACK
Pegou sua mão, cruzando a rua enquanto traçava o caminho ate seu apartamento, que não ficava distante dali. O silencio se manteve durante o trajeto, ainda que sentisse os cacos de vidro da garrafa perfurando a pele de seu pé por dentro dos sapatos, e os hematomas arroxeados graças a delicadeza em que garçom a jogou pra fora, não gemeu. Não queria chamar a atenção para si, ao menos não até que chegasse em casa. Implantando a anotação mental de que naquele bar não era seguro mais voltar, pairou em frente a porta de madeira da sala se certificando de que tudo ainda estava no lugar, como ela havia deixado. Seu interior hesitou ao entrar mas notou que o anjo não parecia mostrar perturbação nenhuma além da normal, encantadora.
"Quem é você?" perguntou ao se aproximar, fechando a porta atrás dela. Os dedos magros dançando na superfície da face alheia, a curiosidade mantida na ponta da língua. Sentiu o corpo se arrepiar e mais do que depressa se livrou dos sapatos que a moíam chutando-os para longe. A diferença na altura ficara ainda mais evidente agora, mas ela não perdeu a confiança, como um presente lhe dado pelos deuses. "Ou o que é você." Um vinco se formou em suas sobrancelhas, sabia que era um anjo, pelo faro a sua frente, quase inebriante aos sentidos, mas havia algo diferente nele. E se era um anjo o que exatamente fazia ali, em sua presença. Desconfiada e dolorida ela rumou até o sofá, não sem antes passar na cozinha para buscar um saco de gelo e então voltou, ao que seus passos se cessaram quando ele a alcançou próximo ao sofá.
Pensou em perguntar se queria algo mas as vezes se questionava se ele era mesmo capaz de falar, ou se a voz que a arrepiara saíra apenas de sua cabeça. Kaya tentava, mas os olhos não saiam do outro, talvez por isso ousara tocar mais uma vez os seus cabelos quando o choque térmico a perseguiu, divino demais, de súbito decidiu que não queria passar aquela noite sozinha. "você parece perdido essa noite, que bom que eu te encontrei... pode me ajudar com isso?" apontou para o gelo, enquanto se livrava das roupas que ainda lhe restavam deixando as peças intimas a mostra pelo pouco tempo que lhe mereciam, ou até se enrolar na camisa mais próxima que encontrara. Nudez nunca lhe fora um problema, e cogitara que para um anjo também não haveria de ser. "aquilo no bar foi... caótico. peço desculpas, não deve estar acostumado com um show como aquele. Eu também não estava, para ser sincera, bem... médio."
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archbriel · 22 days ago
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FLASHBACK
A música ainda parecia envolvê-lo, mesmo depois de ter cessado. Cada nota ecoava como se estivesse presa em algum recanto esquecido de sua mente. Gabriel se sentia estranho, como se estivesse fora de si, mas completamente ciente ao mesmo tempo. Era uma dualidade desconcertante. O tumulto no bar continuava a crescer; gritos, vidro quebrando, cadeiras virando, enquanto ele permanecia parado, observando a mulher à sua frente. Ela era uma mistura de determinação e urgência, os olhos faiscando com algo que ele não conseguia nomear, mas que o puxava como um ímã. O cheiro de álcool, suor e medo impregnava o ar, misturando-se com um leve toque doce que ele agora percebia como vindo dela. Não era humano — ele sabia disso. Aquilo deveria colocá-lo em alerta, mas tudo o que sentia era um desejo irracional de protegê-la. Um pensamento passou por sua mente: isso não é normal. Mas a ideia foi engolida por algo que parecia amarrá-lo. Quando ela o puxou para fora do caos e o arrastou até a saída dos fundos, ele a seguiu sem questionar. Cada som do bar ficava mais distante, abafado pela porta pesada que se fechou atrás deles. Gabriel estava perto demais, conseguia ouvir a respiração rápida dela e sentir sua própria calma incomum.
A preocupação na voz dela era clara, e isso mexeu com algo dentro dele. Por milênios, Gabriel havia sido uma presença serena e resoluta, uma rocha em meio à tempestade. Mas ali, com aquela mulher à sua frente e o caos tão perto, algo em sua antiga natureza parecia diferente, quase... humano. Era como se estivesse sentindo mais do que deveria, como se o som da voz dela tivesse perfurado algo dentro dele que ele não sabia que existia. Quando ela perguntou se ele a acompanharia a resposta veio sem qualquer hesitação, mais um reflexo do que uma escolha consciente. "Sim." A palavra soou grave e definitiva, mas por dentro ele estava em conflito. Ele deveria perguntar quem ela era ou por que estava ali? Ou por que se sentia como se cada fibra de seu ser estivesse presa a ela por algum feitiço que ele não podia ver? Mas, ao mesmo tempo, nenhuma dessas perguntas parecia importar.
Ele deu um passo à frente, posicionando-se instintivamente de modo a bloquear qualquer perigo que pudesse vir. A escuridão do beco não parecia esconder ameaça alguma, mas ele sabia que as aparências eram enganosas, especialmente em Arcanum. "Mostre o caminho." Sua voz saiu firme, mas havia algo a mais — uma promessa silenciosa, uma determinação de protegê-la, seja qual fosse o motivo. Mesmo que ainda não entendesse se isso vinha de sua vontade ou do encanto que ela parecia exalar.
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FLASHBACK
Não era a primeira vez que frequentava o muquifo que fora carinhosamente apelidado de bar-barra-karaokê de esquina, era de lá que kaya costumava tirar a maior quantidade de trocados. Uma musica ou duas, míseros copos e simples sussurros no pé do ouvido lhe garantiam o sustento de um mês, e seu mal sempre fora optar pelo caminho fácil. Entretanto, aquela era a primeira vez depois das experiências desastrosas que vivenciara meses antes onde parte do lugar pegara fogo, simbólica e literalmente, o que originou uma considerável caça as feéricas. Ainda assim as mãos nada tremulas circulavam o apoio ao microfone enquanto esperava a sua vez. Saíra viva, afinal, e não era pecado se aproveitar da boa vontade alheia quando essa vinha carregada de más intenções.
Ergueu as mangas do vestido preto, somente iluminado pelo holofote que ainda pairava longe dela, curto o suficiente para mostra-los as coxas, e mordiscou mais um petisco, em um eterno jogo de por e tirar o anzol da boca de humanos. O cheiro doce e misturado denotava que haviam outras criaturas ali aquela noite, quantas ao certo não lhe era importante, contanto que não atrapalhassem seu show. Seria rápido. Pousou seus pés em cima do palco e deixou que a luz lhe atingisse em cheio quando ouviu seu nome ser chamado, não o verdadeiro, mas o nome escolhido para a noite, que não se repetiria em todas as outras. As íris verdes localizaram cada olhar e ela iniciou o encantamento, o sussurro melodico continha um trato final, mas se tudo desse certo nenhuma catastrofe aconteceria naquela noite.
Foi o tempo de cantar e ouvir alguns acordes quando os gritos começaram ao longe "é ela!". Um único grito deu inicio a um efeito manada. Ainda ali pôde observar um homem subindo em cima da mesa e escalando as cadeiras para alcança-la. Os olhos embebedados de luxúria e ódio enquanto se estapeavam uns aos outros ao som de copos e garrafas se quebrando no chão. Tinha poder, mas pouco ou nenhum controle sobre ele, e só percebia quando saíam de controle. O garçom ouriçado lhe empurrou para fora do palco enquanto grudava as garras em seus braços descobertos. No meio da confusão seu olfato a testou ao cruzar os olhos com @archbriel. "anjo." ela sussurrou antes de puxa-lo junto com ela. Pelo tamanho decidira acreditar que ele quisera ir, e agora estariam os dois sendo afugentados caso suas pernas não tivessem sido mais rápidas para esconde-la na parte de trás da saída do bar. "vão nos ver quando saírem." um fundo de preocupação brotando em sua voz, as memórias de toda a dor que os homens já tinham lhe causado gotejando em sua mente, uma a uma, como um conta gotas. Sua cabeça não parava, mas o anjo a sua frente permanecia estranhamente vidrado, estaria ele...? resolveu testar. "você vem comigo?"
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archbriel · 22 days ago
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Gabriel observou Koa por um momento, absorvendo tanto a atitude quanto as palavras do alfa. A tensão no ar era palpável, mas ele conseguia perceber a leve mudança no comportamento de Koa, o esforço para se acalmar, o que, de certa forma, suavizava a situação. O arcanjo não se apressou em falar de imediato, permitindo que o silêncio entre eles fizesse o trabalho de transmitir compreensão. "Você não precisa de ajuda, Koa", respondeu com calma, os olhos atentos e um leve sorriso brincando nos cantos dos lábios. "Mas não subestime o poder de uma oferta, mesmo que ela não seja necessária. Às vezes, estar presente já é o suficiente." Quando Koa se desculpou, Gabriel inclinou ligeiramente a cabeça, a expressão serena, sem qualquer sinal de ressentimento. "Não há necessidade de desculpas, Koa. Eu entendo. A pressão de carregar tantas responsabilidades… Isso pode fazer com que até os mais pacientes se percam em seu próprio reflexo." Sua voz foi suave, mas com uma sinceridade que não passava despercebida. Ele sorriu de forma mais leve, como se a tensão tivesse finalmente se dissipado entre eles. "Não é como se eu não estivesse acostumado com uma expectativa excessivamente grande em meus ombros..." ainda que fosse sempre o segundo ou o terceiro a ser lembrado, mas não pensaria muito nisso naquele momento. "O maior problema é acreditarem que só por ser quem eu sou, consigo tirar todas as respostas de dentro das minhas mangas." Deixou que um riso fraco saísse abafado. "Mas no fim das contas, enquanto minha cabeça estiver presa em meu pescoço, podemos seguir."
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Ainda que a impaciência ousasse sobressair em todo o contexto, Koa enxergava sinceridade, o suficiente para tentar contornar o próprio humor irritadiço. Puxando o ar com força até os pulmões, o alfa relaxou os ombros, deixando a própria musculatura cair sutilmente. Não havia motivos para continuar irritado, quando principalmente o problema principal já havia sido combatido. Não tão distante, a poucos metros dos dois, o corpo ou os restos de um vampiro petulante estava escondido sobre uma pilha de folhas secas. Se não fosse a presença inesperada do arcanjo, a pilha já teria virado fogueira e o vampiro apenas um grande pilha de cinzas. "Acho que não preciso de sua ajuda para lidar com todo o resto, mas posso me lembrar disso em outra situação." Riu, um pouco forçado, tentando demonstrar descontração. "Foi rápido. Ele apenas me viu passando, o resto é história." Os pensamentos remontavam ao momento, pescoço sendo quebrado, mão invadindo o corpo duro e frio, arrancando o que dia foi um coração pulsante. Bastaram alguns poucos minutos para realizar todo o trabalho sem chamar muita atenção. No final do dia, teria cumprido o seu dever como protetor, expurgando mais um monstro que iria contra a ordem natural das coisas. "Bom, acho que devo desculpas pela hostilidade. Não estava esperando... alguém." Reconhecer o próprio erro não era um problema, mas assumir em voz alta pudesse causar certo desconforto. "Está bem? Com tudo que está acontecendo, acredito que as pessoas comecem a enxergá-lo de uma forma ainda mais diferente. Esperando demais, desejando demais."
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archbriel · 22 days ago
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"Você sempre teve um talento para discursos, Asmodeus. Enfeitados com meias verdades e envoltos em uma lógica conveniente. Mas vamos esclarecer algo antes de mais nada: Miguel não é meu 'chefinho'. Não foi por ele que desci até Arcanum, nem é por ele que estou aqui agora. Essa ideia de hierarquia é muito confortável para você, mas há séculos que não a reconheço. Não é com Miguel que compartilho minhas dúvidas ou com quem divido a carga de um mundo que parece despedaçar-se. E, de qualquer forma, mesmo que fosse... ele certamente não está 'sentado no equivalente Dele'." Houve um brilho breve, quase de diversão, em seus olhos, mas ele não permitiu que a expressão se alongasse. Caminhou lentamente até a mesa, parando ao lado dela, mas sem ainda se sentar. "Sobre Arcanum ser um cofre boca de lobo... ironias não me surpreendem mais. Este lugar é uma convergência de forças que mal conseguimos compreender. Uma escolha? Sim, ainda chamo assim. Porque, apesar de tudo, as pessoas aqui escolhem, mesmo que as opções sejam escassas ou distorcidas. E isso, irmão, é um luxo que nem você nem eu tivemos." Sua mão se moveu lentamente até a cadeira, mas ele ainda não se sentou. O tom de sua voz suavizou, mas não perdeu a firmeza. "Evolução e adaptação, não é isso que você disse? Já considerei isso. Muito mais do que gostaria. Mas, ao contrário de você, não vejo a adaptação como algo que exige a destruição completa do que fomos. Minha função pode ter mudado, pode ter sido arrancada de mim, mas isso não significa que devo me contentar em ser apenas um estepe. Talvez meu papel seja outro agora... talvez nem mesmo eu saiba qual é. Mas não espere que eu siga pelo mesmo caminho que você ou que ache sua visão do que significa 'seguir em frente' tão iluminada quanto você acredita que seja." Com um movimento fluido, ele finalmente puxou a cadeira e se sentou, relaxando levemente, mas sem perder a compostura. Gabriel fez um gesto sutil para chamar a atenção de um garçom. "Vinho. Traga o melhor que tiver." Depois, voltou o olhar para Asmodeus, uma leve provocação dançando em seus olhos. "Vamos brindar, irmão. Pelos velhos tempos, quando ainda não precisávamos fingir que a humanidade era o único propósito de nossa existência. E, sobre lados... não escolho nenhum. O que quer que isso signifique para você, saberá em breve." Ele ergueu a taça que acabara de ser servida, o olhar fixo no irmão, como se, por um momento, a eternidade inteira se resumisse àquele instante. "À nossa eterna dança."
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Conversar com um anjo, um de seus irmãos, parecia igual. Fisionomias diferentes, histórias atreladas igualmente criativas e, no cerne, a mesma essência que saía na ladainha infinita em busca de significado. De que tudo ali tinha um propósito, até o que obviamente tinha sido influência demoníaca. "Uma escolha." A voz profunda repetiu e o rosto não mostrou convencimento. "Arcanum é literalmente um cofre boca de lobo e você chama de escolha? Todos podem entrar, mas nenhum sair. Não vê a ironia de tudo? Você perdendo suas funções, eu prosperando no Oitavo Pecado. Dar as costas ou não, ajudar ou não. Ninguém liga para os anjos. Seu chefinho está aí de prova, mais sentado no equivalente D'ele aqui na terra." Asmodeus continuou achando irrelevante, desnecessário e de encarar com escárnio. Estalando a língua no céu da boca e mexendo a mão no ar, gesto de deixa pra lá. Ah, Gabriel, você me deu tudo o que eu precisava. Se estava tão entrelaçado, a mistura logo aconteceria. E o que melhor para tentar essa parte se não os príncipes do Inferno? O próprio Lúcifer? "Evolução e adaptação. Sim, sim, mas é claro. Já considerou seguir o mesmo caminho? Perdeu sua função, como tão orgulhosamente diz, por que não achar uma nova além de ser um estepe? Alguém esperando a chance de se fazer útil? Usar o tempo que Ele te deu conhecendo a criação?" O tom mais manso caía naquele discurso entre as mesas do Oitavo Pecado, o que o deixava mais do que conhecido. Aveludado, interessado, manipulador. "Então vai ficar de pé. Pagando por algum pecado do desejo, irmãozinho? Me incomoda mais que fique assim e, olhe ao redor, só está atraindo os olhares para sua falta de educação." Porque ele era o certo ali, Asmodeus perfeitamente sentado e consumindo, pagando por sua estadia ali. O anjo só estava atrapalhando (e ganhando sua fama). "Eles querem, Gabriel. Eles sempre quiseram. A Bíblia é o relato mais fiel de tudo o que a humanidade fez e Deus tentou corrigir, guiar. O filho de Cristo entre os convidados do casamento e o que quiseram? Transforme a água em vinho para a bebida não faltar. O mundo estava cheio demais e o que ele fez? Dizimou tudo menos os pares. Cada um que entra no Oitavo Pecado assume seus desejos, eu não os puxo para dentro." Fazia parte do acordo, certo? Esperar uma certa decência dos demônios ou cada cidadão estaria com a alma condenada ao inferno. Quantas almas teria garantido com a promessa de fuga dali? "Talvez devesse aceitar que o seguir em frente deles não seja para algo que você ache bom. Talvez seja hora de outro assumir o poder. O tempo está acabando, Gabriel. Estará você do lado certo?"
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archbriel · 23 days ago
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Gabriel observou o grupo de crianças com um olhar suave e quase imperceptivelmente nostálgico, os traços serenos como sempre, mas com um brilho caloroso nos olhos. Ele parou ao perceber que a criança pequena o encarava com atenção, segurando o olhar dela por um momento antes de oferecer um sorriso tranquilo. Quando Ithuriel se dirigiu a ele, a forma como ela equilibrava paciência e gentileza em suas palavras fez com que seu sorriso crescesse um pouco mais. "Não se preocupe, acho que ela tem um bom olho para reconhecer quem ela pode ou não confiar. Deve ser algo inato, não acha?" Ele inclinou levemente a cabeça para a pequena, os tons de sua voz baixos e tranquilizadores. "Olá, pequenina. Você tem uma excelente escolha de companhia." Gabriel lançou um olhar para Maggie, agora com um tom brincalhão. Aproximou-se um pouco mais, mas manteve uma distância respeitosa, para não intimidar a criança. "Sabe, Maggie, é curioso ver você assim. Parece que todo esse tempo na Terra te fez adquirir certos talentos... a maternidade definitivamente é um deles." Ele deixou escapar um riso suave. Depois de uma breve pausa, Gabriel cruzou os braços e assumiu um tom meio provocador, mas cheio de carinho. "Mas, diga-me, irmãzinha, você já pensou em descansar um pouco? Uma tarefa dessas exige muito, mesmo de alguém como você. Ou será que estou errado em sugerir que você pode precisar de ajuda de vez em quando?" O brilho em seus olhos sugeria que ele já estava disposto a se oferecer, mesmo sem ouvir a resposta.
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SEE THE WORLD WITH THE EYES OF A CHILD // OPEN STARTER.
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Uma vez por semana, Maggie e outros cuidadores levavam parte das crianças do orfanato para um passeio pela cidade. A ideia havia sido sua há muitos anos, e como foi visto progresso no comportamento delas, o hábito continuou. A cada semana o grupo mudava, de forma que todas as crianças do orfanato tinham a chance de passear um pouco pelo menos uma vez ao mês. Naquele momento, ela carregava uma criança pequena de pouco mais de um ano no colo, mostrando para ela as vitrines e pessoas que passavam enquanto as outras crianças eram cuidadas por outros funcionários. Aquela era uma das mais novas, havia vindo de um lar abusivo, o que significava que tinha muito medo de tudo e Maggie estava determinada a fazê-la se soltar um pouco. Em determinado ponto, percebeu que a criança olhava para um pouco em específico com muita atenção, e ao olhar na mesma direção, viu que ela encarava muse. Abriu um sorriso apologético para a pessoa. "Ela ainda é um pouco desconfiada de todo mundo, por isso encara tanto. Estamos trabalhando nisso."
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archbriel · 23 days ago
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Gabriel observou Olivia atentamente, reconhecendo a inquietação nas palavras dela. Ele deixou o silêncio se prolongar por um instante, como se pesasse as palavras que diria. "Duvidas e inseguranças, infelizmente, sempre encontram um terreno fértil em tempos como estes. A última coisa que Arcanum precisa agora é de caos desenfreado." Gabriel deu um leve sorriso, um tanto pesaroso. "Sua preocupação é válida, e posso ver que ela não é apenas por você, mas pelos outros. Essa empatia pode ser mais rara do que você imagina." Ao ouvir o comentário sobre ser racional, Gabriel arqueou levemente uma sobrancelha, um traço de humor suave aparecendo em sua expressão. "Se meter em menos problemas pode ser... eficiente, mas acho que também tornaria você menos interessante. Algumas pessoas têm uma forma peculiar de se encontrar em meio ao caos." Ele inclinou a cabeça, mudando ligeiramente o tom, como quem decide aliviar a tensão. "Quanto ao baile... bem, tirando as mortes, foi curioso. Um espetáculo de máscaras, literalmente e figurativamente. Mas suponho que você não esteja interessada nos detalhes estéticos. Podemos dizer que foi intrigante. E você, o que aprontou neste meio tempo?"
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a rima esquerda do lábio se contorceu para direita e para baixo, em certo desapontamento. a vida seria muito mais fácil se as coisas se resolvessem com brevidade mas, compreendia que não era tão simples assim. nada em arcanum era simples assim. na realidade, se fosse pensar com calma, nada na sua vida era. — é isso o que me preocupa. eu sinto que desde a chegada, as pessoas vem se abraçando a duvidas e insegurança e, certamente o ultimo evento só vai inflamar isso. — olivia não era a pessoa mais razoável ou reflexiva de Arcanum, ainda assim, temia com o que poderia acontecer. — sua intuição é muito boa, nesse caso. eu queria conseguir ser racional assim, acho que me meteria em menos problemas. mas, tirando as mortes… como foi o baile?
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