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Julietting
Vou partir de alguns pressupostos e fazer um recorte existencial.
Pressuposto de que não sei se Juliette está fazendo um personagem, se ela tem noção de tudo o que está acontecendo ou não, se ela já descobriu no auge de seus 31 anos que **essa **é a pessoa que é percebida pelas pessoas ou não. E fazer o recorte de que não estou fazendo uma leitura real e/ou literal de Juliette. É um recorte meu.
Este tuíte chegou até mim ontem e eu ri. Primeiro por essa imagem do Fiuk meio se escondendo atrás da coberta. E segundo porque, gente, a menina pesou a mão. Um dia de casa extra e eu já estava ficando DOIDA com esta garota, me solidarizando com todos os outros 5 brothers que estavam ali confinadas com ela.
Este tuíte chegou até mim ontem e eu ri. Primeiro por essa imagem do Fiuk meio se escondendo atrás da coberta. E segundo porque, gente, a menina pesou a mão. Um dia de casa extra e eu já estava ficando DOIDA com esta garota, me solidarizando com todos os outros 5 brothers que estavam ali confinadas com ela.
To sendo chato?
O maior dos medos. Vou trazer outro brother pra conversa: o Gilberto. Gil, até onde a gente sabe, viveu trancado no armário, pelo que relatou, se enfiou ainda mais fundo em religião pra poder esconder com mais força tudo o que sentia, tudo o que era. E então se soltou, se livrou de tudo que o prendia e o que o amarrava pra poder ser feliz, pra poder ser ele mesmo. O Twitter (em sua maioria hetero, diga-se de passagem) já caiu matando que a bicha é too much – deixo isso aqui de resposta:
E de fato, eu consigo lembrar a primeira vez que pude ser 100% eu. Não tem sentimento melhor, você quer explodir de alegria, você quer ser tudo – e mais.
E às vezes, quando você ta feliz demais, você pode ser considerado too much. Minha leitura de Ju é que ela está absurdamente feliz de estar ali, feliz DEMAIS também. Tal qual Gil (e tantos outros), mas com Gil eu me relacionamento como pessoa e com Ju na paranoia. Quantas vezes eu não voltei pra casa, deitei a cabeça no travesseiro e pensei: meu deus, eu acho que falei demais, fui o comentarista de tv que se posiciona em tudo? Acho que interrompi fulano, será que eu falei merda pra ciclano? Não sei dizer se de fato sou Ju, mas na minha cabeça, depois da maioria dos rolês, eu sou. E aí eu me pergunto: será que ela não sabe? E também reflito que eu, mesmo refletindo nisso, ainda assim vou lá e me entrego 200% na próxima oportunidade e depois volto a deitar pra tentar dormir e os pensamentos tão lá, iguaizinhos: caralho, será que eu sou inconveniente?
Síndrome de impostor a parte, como os convites de amigos retornam, eu acho que não sou tão chato assim. Mas que a voz do meu auto sabotador interno às vezes ecoa, ecoa.
Mas o julietting volta quando eu vejo quão DELUSIONAL ela consegue ser com Fiuk (haha). No ponto de relacionamento eu já fui muito essa pessoa que acredita >real< que eu tenho alguma coisa com alguém que foi minimamente educado comigo. Ou que entrou na mesma piada comigo, na mesma narrativa – com a pequena diferença que a gente se perde no personagem e esquece que era uma brincadeira – na mesma simulação....
Terapia e autoconhecimento ajudaram a sacar essa. Eu não vou mentir, eu ainda preciso lutar muito contra este instinto. E sabe o pior? Não é nem a primeira que eu me vejo no BBB dessa forma. Num tempo atrás, teve Thyrso no BBB2. E o pior? Eu achava LINDO o que estava acontecendo. Hoje eu acho que existe até uma aura nostálgica de que ele era um ~eterno romântico~, mas na época a internet era outra, era nas rodinhas de papo que você ouvia como achavam que ele era: trouxa.
Entre trouxa e chato, eu ainda prefiro ser trouxa. Mas de fato, pra alguém que vc conhece por tão pouco tempo... too much. Mas o too much é tão relativo. Acho que essa é minha reflexão principal: too much pra quem? E mais: por quê? Eu precisaria rever o BBB2 pra ter um veredito sobre minhas memórias de Thyrso, reprovo o julietting, acho que Gil tem que ser o tão bicha quanto ele possa ser em rede nacional e, nesse meio tempo, vou tentando descobrir melhor quem sou.
É bom demais ser alienado. Obrigado, Globe.
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