Mulher-mãe-feminista-pansexual-não monogâmica! Plagiadora dos personagens do Dom Casmurro. Atualmente exercitando o meu renascimento: materno!
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Aleitamento materno
Sábado dia 05 de novembro. Exceto o que a doula tinha me passado sobre, e algumas trocas de figurinhas pelo grupo do Whats de mães, eu não tinha recebido uma orientação válida sobre amamentação e ordenha. E fazia quase dois dias que estava na maternidade. Na sexta que procurei a sala de amamentação fui direcionada a não fazer a ordenha já que o que estava descendo era só o colostro, a fisioterapeuta aconselho não força para não machucar. Porém do outro lado tinha toda uma equipe me cobrando amamentação e ordenha para suplemento que a Maria supostamente precisava, e me sentia culpada por isso, não conseguia amamentar, nem fazer ordenha. No sábado de manhã eis que chega o fisioterapeuta de plantão e escuta por alguns instantes as minhas dúvidas e me caminha para sala de ordenha, sento numa cadeira, ele põe as luvas, e começou apertar meus seios, lateralmente ao bico, que nessas horas estavam duros e cheio de ondulações (mais conhecido como leite pedrado), a dor era insuportável, a mão dele era pesada, horas ele soltava, e pedia pra que eu fizesse, comecei a falar da dor, e ele respondeu: “que a dor era minha, que ele não sabia, mas dizem que dói muito mesmo, o processo de amamentar e/ou ordenhar”. Dos poucos relatos que já ouvi anteriormente, aceitei esse discurso dele e aguentei a dor, hora ele apertava no meu seio com o máximo de apoio com os dedos para espalhar o leite, hora ele pressionava a auréola pra sair líquido, quando eu fazia, o leite caía em gotas, quando ele fazia, algumas vezes o leite saía em jato, porém não conseguia ver, essas horas estavam com os olhos bem fechado para tentar controlar minha dor. Fiquei mais uma vez pensando o quanto era cruel biologicamente esse processo de gravidez/parto/alimentação com a mulher, porque o corpo da gente muda tanto é faz a gente sentir tanta dor, enquanto o homem que tem o mesmo nível de obrigação, não tem nenhuma alteração biológica. Mais uma vez volto ao meu discurso que disse tanto no período da gravidez: “não consigo dizer se é mais fácil ou mais difícil, afinal, só sabe do processo psicólogo quem passa, mas a diferença de tudo isso para o homem é que ele participa e pra mulher ela é consumida em todos os aspectos, sociais, físicos, psicólogo”, eu já achava que tinha sentido dores demais nas contrações, e em menos de dois dias eu tava desejando não ter seios. A dor se torna um processo comum e natural durante tudo isso, em que todos inclusive a mulher precisa aceitar e aceitam, sem questionar. Resultado da minha primeira ordenha, foi um pouco menos que metade de um copo de plástico de 200ml, fez exercício com Maria depois disso e finalmente ela consegue pegar o bico e mamar, meu seios nessas horas estava muito dolorido, não aguenta sequer uma pedaço de pano bater, porém, ver Maria fazendo a sucção e se alimentando, foi umas das sensações de dever cumprido tão grande quanto a última contração que sentir antes de parir ela. O fisioterapeuta perguntou se eu achava que ela tinha mamado o suficiente, aleguei que sim, e de uma.forma muito impulsiva ele simplesmente joga o colostro ordenhado no copo na pia. Achei aquilo estranho, porém, imaginei que tudo isso foi um processo para que Maria enfim pegasse o peito. Então, ele marcou a tarde fazemos outra ordenha, volto pro quarto com Maria, machucada, mas feliz. E reflexiva de pensar que a tarde ia sentir a mesma dor ou quase a mesma. Nessa hora a pressão das enfermeiras aumentaram enquanto a necessidade de dar o meu leite no copinho para Maria, como suplemento além de treinar amamentação, precisava fazer isso de 3h e 3h, tirar em torno de 10ml e dar pra Maria, já que pelo que tinha entendido só a amamentação não era o suficiente, já que Maria nao tava pegando direito e a taxa de glicose continuava baixa. Mandei mensagem pra Clara, nutricionista especialista em aleitamento materno, contando da minha experiência com a ordenha e como estava o processo de amamentar a Maria, e quando falei que doeu muito, ela questionou que não doía, que é normal o seio ficar dolorido no início, mas que não eram para tanto. Comecei a pensar porque o meu seio doeu demais fazer isso e se eu precisava de completo para Maria, porque o cara jogou o que teria feito mais cedo? Final da tarde volta o fisioterapeuta, mas agora no meu quarto, e começa a ordenha de novo, eu falava pra ele que doía muito, e ele dizendo que era normal, todo empolgado com o jato que saia, mandava eu olhar, mas eu não conseguia, minha mão estava presa no ferro da cama, eu chorei muito, a sensação que tive era que agora em diante se eu precisasse de alimentar Maria, teria que cortar o braço aos poucos e ir tirando o meu sangue. A força era pensar que ela precisava disso, e que não tinha outro jeito, eu não conseguiria ter outro comportamento, mas se alguém chegasse pra mim e disseste que para Maria se manter viva e saudável a partir daquele dia eu precisava me enforcar, eu sem pensar duas vezes pegaria a corda e eu mesma faria. O fisioterapeuta saiu de lá, me desejando boa sorte, dizendo que o seio só precisava dar em torno de 10min cada entre os suplementos, eu entrei em pânico, pra fazer a glicose dela ficar estável o suficiente para recebemos alta no outro dia, eu precisava de encher 5 copinhos durante a madrugada. Conclui em desespero, chorando muito que não ia conseguir, que ela não teria alta, que a gente não ia sair de lá. E mais uma vez fui conversar com Clara, ela me aconselhou fazer compressa de água fria com as fraldas de pano, e assim fiz, jantei, tentei relaxar, fiz as compressas com as fraldas geladas e percebi que o leite se espalhava de forma bem mais leve, peguei os copinhos na farmacia, sentei na frente deles é comecei aos poucos massagear o peito e aperta a auréola, da forma que o fisioterapeuta falou, porém com uma diferença que a Clara disse: “faça no seu tempo”. E assim fiz, em menos de 30min de gota e gota, eu enchi mais que 10ml. E sem doer nada! Eu percebi ali que tinha sido violentada, a primeira coisa que fiz foi falar pra todas as mulheres do quarto o que tinha percebido, e que elas não deixasse o fisioterapeuta naturalizar a dor no corpo delas. Informação é mesmo poder, podemos fazer exatamente o que quisermos com quem não tem informação sobre algo, e foi isso que ele fez, eu não tinha informação nem experiência sobre o assunto, e pelo discurso do fisioterapeuta eu acreditei que a única forma era sentindo dor, pelo discursos da obstetrícia a naturalização da violência do corpo da mulher é só mais uma consequência de como somos tratadas nesta sociedade machista, misógina e patriarcal. E como devemos ver o nosso corpo? Como corpos que não funciona, e que precisa de a todo tempo “uma mãozinha” para ajudar. Paremos um minuto, pensemos, imagina um pênis sendo cortado, que dor né? Que absurdo? Mas porque tantas vaginas são cortadas para partos normais com o argumento que não temos passagem? Porque tantas barrigas são cortadas camadas e camadas para fazer cesária com milhões de argumento que o parto normal não é possível, porque o corpo da mulher não funcionou? Machismo, naturalização da violência contra a mulher Ordenhar não dói, não machuca, não deixa hematomas iguais o que visualizei no meu seio, dois dias depois que estava em casa. Amamentar não machucar, é um processo delicado, principalmente porque o peito não está acostumando com a demanda de exercícios que começa a ter depois que a criança começa amamentar, mas não aceite a violência como a única forma, existem outros jeitos. Eu tive o privilégio de conhecer a Clara no grupo Germinar (roda de parto humanizado) que se disponibilizou e me ajudou com isso, o que me preocupa é a quantidade de mulher que passa por esse processo e tem pessoas, iguais esses fisioterapeuta, ficando com o seu corpo violentado, com argumentos tão naturalizado. E por fim, não se joga o colostro na pia ou leite materno, em lugar nenhum. Principalmente quando sabe que a criança está precisando de suplemento. (Fica a dica profissionais da área)
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A Maria Tereza
E nasceu Maria Tereza Ferreira do Nascimento, com 46 centímetros e 2,040kg e 38 semanas. Por causa disso falaram que era pré-matura e que era uma criança de baixo peso e de risco. Não seria diferente, a gravidez é vista como patologia, o nascimento também. Ao sair da sala de parto, fiquei na cadeira de roda esperando Maria chegar, não sei quanto tempo se passou, quando ela foi entregue a mim, comecei a tentar amamentar, com o apoio da doula, ela me explicando como era amamentação e fazendo exercícios para que Maria pegasse o bico, ficamos assim alguns minutos. Até a enfermeira chegar e dizer que ela precisava voltar pra sala pra fazer exame de hipoglicemia, foi levada, então peço pra Raíssa empurrar a cadeira até a sala que ela foi, falei que ia ficar lá esperando fazer o exame e voltar comigo, argumentaram que eu não podia, que eu ficasse aguardando lá fora. Voltei para o lugar que estava, fiquei lá, esperando, passavam algumas enfermeiras e então eu perguntava o que tava acontecendo, depois de muito pedir a enfermeira veio explicar que a taxa dela tinha dado baixa que o normal era 40, e tinha dado 39. Que precisava dar o suplemento materno (leite no copinho) Erro 1: A taxa daria baixa, a criança tinha nascido e não tinha amamentado, não deixaram que isso acontecesse. Se iam dar leite materno, porque não deixaram eu dar o meu leite materno, já que ele tá sendo produzido especialmente pra ela? Me levaram pro quarto, sem ela, algumas horas depois, chegaram duas enfermeiras falando que: “A taxa de hipoglicemia deu baixa, deram suplemento materno, porém não aumentou, e por isso ela foi pra UBI, e que estava tomando glicose com soro, porém por causa do seu corpo gelado a veia estourou e teve que ficar em luz para esquentar, porque era uma criança de risco, por causa do seu baixo peso. E que ficaria lá em observação, sem perspectiva de alta”. Erro 2: Se ela precisava ser alimentada e que seu corpo ficasse quente, porque não deram pra mim? Já que eu tinha tanto a capacidade de amamentar quanto de esquentar? (Argumentaram com seu baixo peso) Me liberaram pra amamentar, porém pouco me orientaram para isso, disseram que poderia ficar indo amamentar de 3h e 3h, também disseram que eu poderia fazer a ordenha para tirar o complemento para ela, o que fizeram foi me entregar um copinho, e dizer que a fisioterapeuta estaria lá pela manhã que na dúvida poderia consultar. Erro 3: Na sala da UBI é proibido roupa, as crianças que ficam lá, ficam só de panos (cueiros) e Fralda. E o berço dela tava localizado a poucos metros de um ar condicionado. ESQUENTAR? Toda hora que chegava lá tinha feito uma intervenção diferente, furaram as duas mãos, os dois pés, o lado da cabeça e por último, antes dela ser liberada pro quarto o outro lado da cabeça. Ver ela assim mexia com meu psicológico, não conseguir amamentar, maria não “pegava o bico”, porque tava em seu ritmo, porém na maternidade só existe um ritmo: o deles, ela exposta a uma série de violências físicas, sem falar do exame se hipoglicemia que eram feito 4 vezes ao dia (furavam o dedo dela é colinha sangue), isso durante 4 dias. Depois de muito questionar, e quase nenhuma resposta, muitas eram as mãos que apareciam para apertar e ver meu peito, diziam sempre: “ela tem leite”, mas nada se falava sobre amamentação. Ela desce pro quarto no segundo dia, e fica comigo, com o compromisso de amamentar sem ser orientada e de levá-la para tomar suplemento, agora de leite artificial, já que agora ela não era considerado uma criança de alto risco. Erro 4: o estômago de um recém nascido é de um tamanho aproximado de uma cereja, como ela ia trabalhar sucção, se o suplemento que davam enchiam tanto a barriga dela, que só fazia ela querer dormir. Os 4 dias que passei na maternidade, foi a transição do copinho para o peito, do leite artificial para o materno. E tudo isso poderia ter sido evitado, se tivessem deixado eu amamentar, como estava fazendo, assim que ela veio pra mim.
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O parto
Dia 03 de novembro de 2016. Quinta-feira às 3h50 da manhã, acordo com um dó, da lombar até os ovários, sem saber se era de verdade, pois estava sonhando com ela. Levantei, fui ao banheiro, voltei pra cama e fiquei atenta ao meu corpo. Em menos de 30 min, sinto outras duas dores, pensei: “contração”. Acordei o Jackson (papai), e avisei pra ele: “Maria ta querendo nascer!”. Ficamos na cama acompanhando as contrações pelo aplicativo que vinha no intervalo máximo 8min. No meio dessas contrações, dei cochilos, comi tapioca, conversei, escutei e cantei a música do Biel (mas só foi a parte do: “tô chegando em, quer quer isso, coisa louca”), mandei mensagem pelo Whats, Facebook para alguns interessados sobre o assunto. Às 8h, as contrações estavam mais forte, as dores aumentavam a intensidade e eu questionava: “até que horas isso ia durar?”. A Doula (Franciane) chegou, e logo após a Raissa, decidimos ir tentar fazer a ultrassom que estava marcada para o dia mas não tivemos sucesso, voltamos de lá com a outra Doula, (Vanessa). Era um pouco mais de nove horas e em casa tentávamos os exercícios, andar, ficar na bola, tomar banho com a bola, porém a pior parte do trabalho de parto é quando não existe conforto corporal em posição nenhuma e nisso, decidi ficar na minha cama, por um conforto as minhas pernas, que nessa hora já não tava aguentando me segurar… Na cama eu segurava o berço enquanto estava nas contrações e depois tentava descansar o corpo o máximo que podia (escutei relatos que eu levantei ele, é que quase Maria ficava sem berço), não tem como medir o tamanho da força que criamos, entre uma vontade outra que conseguia abrir os olhos, a visão era de todos os quartos (Fran, Vanessa, Jackson, Raíssa) na beira da cama olhando pra mim. Decidir ir ao banheiro, e então vejo que o tampão mucoso caiu. Vou tomar banho e fico agoniada tentando tirar todo ele enquanto me banhava. E as contrações (com aquela tal força de Coco) eram mais frequente. (Aproveitei pra quebrar um tabu sobre o tema, porque afinal, quem morre de vergonha de falar sobre isso, sou eu.) Sem querer dizer o que tava sentindo por vergonha aos que estavam presente me tranquei no banheiro. E decidir fazer um toque retal e sentir a cabeça de Maria. Volto pro quarto, os demais já estavam se arrumando pra ir pra maternidade, e eu falo pra Vanessa o que tinha feito. Saímos de casa (não adianta você arrumar a bolsa um mês antes, você vai esquecer alguma coisa). E cada caminhada era uma contração, no carro a posição que fiquei foi de joelho no banco da frente, agarrada com o travesseiro e com o banco, as contrações começaram a ter um incômodo maior (já que nessa posição estimulou que Maria descesse) e a sensação de “corte” começou. Todos os sinais fechados, todos falavam e eu um momento de transe (acho que aí começa a partolândia) não conseguia responder nada, ou quase nada (lembro que consegui avisar onde estava a meus documentos). Finalmente chegamos ao ISEA, Raíssa e o Jackson foram fazer minha ficha, e eu me agarro no primeiro muro pra segurar meu corpo que ia ter uma contração, no meio dela chega uma enfermeira: O que você está sentindo? Contração. Com quantas semanas você está? Moça, pergunte aquele pessoal ali, porque eu não estou com condições de responder. (Saí a enfermeira) Fui pra sala de observação, esperar fazer a triagem, a Fran me segue, agarrada em uma janela, fico visualizando o sol clareando quase toda a paisagem com seu excesso de luz. Incomodava a vista, mas o vento que vinha da janela era confortável, a Fran fazendo vento com meu caderno do pré natal aliviava o suor do pescoço. Fui chamada pra fazer a triagem, chega a mesma enfermeira me perguntando algumas coisas, que não lembro, logo depois eu saí da sala. E espero outro médico, que me chama depois de algum tempo para perguntar basicamente as mesmas coisas. A cena era eu agarrada na mesa dele sentindo contração e fazendo a mesa tremer e ele: “endereço? Primeiro filho? Já abortou? Quantas semana?” Essas informações todas tinha em meu caderno de gestante, objeto esse que me acompanhou durante todo o pré natal, se existisse uma urgência de fato ao atendimento quando as gestantes chegassem na maternidade, talvez os médicos esquecem de ficar nervoso quando preferimos ter todo os pródromos e iniciar o trabalho de parto em casa e lembraria de não aplicar tanto questionário. E foi assim que a médica ficou, ao sair dessa sala, eu avisei pro Jackson e pra Fran que Maria ia nascer, seguimos para outra sala de triagem onde a médica pediu pre'u sentar na cadeira, ia fazer a escuta (usar a máquina para ver o coração de Maria bater) e fazer a medição para saber com quantos sentimentos de dilatação eu estava. A bolsa já tinha saído um pedaço, e ela entrou no desespero, à medicina não está preparada para aparar a criança e ver partos que a mulher faz isso sozinha. A medicina intervencionista não tá preparada para aceitar que o corpo da mulher funciona e que não precisa de cortes ou qualquer outra intervenção. Aos berros essa mulher falava: “que a maca precisava descer”, “que eu precisava subir pra sala de parto urgente, “que a criança ia nascer, ali”. E ali nasceu, na sala de triagem às 13h55, mais uma contração vinha e eu avisei, ela falou que se tivesse mais uma contração ela ia nascer, jogaram vaselina, fizeram uma escuta de urgência, e quando todos os enfermeiros, estudantes e médica se desesperava. Senti a contratação que me acalmou, em uma, saiu a cabeça e o corpo de Maria, com a bolsa intacta, parto empelicado (dizem que crianças que nascem assim, tem a sorte garantida na vida), ela já teria virado meu amuleto. E no meio do discurso errôneo e assustador da médica que ainda pedia a maca, que questionava o tamanho de maria, afirmando ser pré matura, que afirmava sem ter certeza que ela precisava ser aspirada por causa do mecônio, e todas as outras coisas absurdas de alguém que com certeza saiu do eixo com essa situação, que só precisou de segurar a Maria é tirar ela da bolsa. A Maria veio para mim, e nada desse discurso me atingiu ou me deixou nervosa, o rosto dela e a tranquilidade que ela passava que estava sim tudo bem, me fez ficar em paz, e foi paz que essa menina trouxe desde que decidiu nascer, não lembro do caminho que fui, das pessoas que estavam enquanto eu chegava na sala de parto. Só sentir retorno pro mundo, quando a enfermeira mostra o cordão umbilical parar de pulsar e cortando, levaram Maria para sala do lado. O Jackson e a Raíssa alternavam a sala, hora um ficava com Maria enquanto o outro tava comigo, depois uma ia para onde Maria estava e o outro vinha pra mim. Para medicina não importa se você acabou de parir e quantas horas você ficou em trabalho antes disso, na hora que elas quiserem aplicar um questionário elas virão e se você não lembrar de algo (exemplo: que tipo de sangue é o meu) vão usar de zombação disso: Você não sabe seu tipo de sangue? Eu acabei de parir, não sei nem quem eu sou… A médica não esperou minha placenta nascer, colocou o dedo pra tirar, argumentando que “era uma ajudinha”, e colocou ainda mais a mão pra tirar as secreções que estavam. Entre piadinha e outras, eu tive que escutar “quando vai ser o próximo filho?” logo após de dizer que “estava doendo” o que ela estava fazendo comigo. Conversei com ela que seus anos de trabalho não argumentava os atos, e que ela fosse com calma, porque aquele era meu primeiro. Não lembro dos dias, mas ela falou que eu poderia começar usar anticoncepcional em breve, dentre outras coisas que não lembro. Recebi anestesia e dois pontos, por causa da dilaceração, me deram um absorvente gigante, um roupão e sentei na cadeira de roda, me levaram para entrada e fiquei esperando Maria para ir pro quarto. Me perguntaram depois disso se meu parto foi “humanizado”, sim, todo o trabalho de parto recebi apoio e palavras de empoderamento que era sobre o meu corpo, Maria decidiu a hora a que ia nascer e ela fez, sem nenhuma interferência. Humanizado, é quanto nos tornamos consciente das violências que existem na obstetrícia, e negamos ao máximo esses atos, porém a médica é resistente, e se não violentar a mulher durante o parto, irão fazer isso assim que tiver oportunidade.
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Carta para Maria Tereza:
Sabe esse voz grave que ecoa por aí, que chega conversando pelo meu umbigo, achando que uma janela de recado para teus ouvidos, falando em inglês e esperando você responder? Essa voz que às vezes vem acompanhado de um violão, ou de outros instrumentos? Uma voz que faz a mamãe cantarolar pela casa? E deixar tudo ainda mais sonoro? A voz que interage comigo, e que faz a gente passar horas sentadas, na mesa depois das refeições, com questões super difíceis de “quem criou o universo?” Ou com piadas de “toc toc?” esperando que eu responda: “quem é?” Bem, é esse rapaz que a gente abraça! Sabe o calor que às vezes você sente em dobro, de uma mão que tem a capacidade de cobrir quase toda a barriga. De uns beijinhos meio tímido e curioso? De alguém que tem medo é paixão por tudo isso? Sabe essas lágrimas que choram juntos com a mãe, de força e esperança de alguém que tá aprendendo e amadurecendo? É esse rapaz, que abraça a gente. Tem uns amigos que chama de Jack, eu prefiro chamar de Jackson, mas você pode chamar de pai, ou papai! Afinal, foi você que deu esse título a ele…
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Não consigo dimensionar se é mais difícil o processo “mate(pate)rnidade, para mulher e o homem, afinal, existem processos psicológicos que só sabe mesmo, quem passa… Porém a diferença é que a gravidez para homem é algo PARTICIPATIVO e pra mulher CONSOME, em todos os aspectos, físico, biólogo, social, psicológico.
Primeira pessoa do singular
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Relacionamentos amorosos, amor livre, guarda compartilhada e gravidez
A gravidez entrou na vida da gente da forma mais amorosa possível, mas não é fácil! Ela apesar de todo companheirismo, e está muito presente nisso. Essa gravidez não é dela e eu não posso despejar essa responsabilidade nela. Toda e qualquer coisa que ela vier a fazer, tem que ser de vontade não por obrigação, porém, bem difícil eu não obrigar ela a determinas coisas com uma hipersensibilidade, carência e uma sensação de dependência que a gravidez me deixou. Mas eu vou aos poucos respirando, vendo e tentando tirar os excessos. O compromisso com a gravidez é meu e do pai, porém, de forma bem injusta, por uma consequência biológica as funções são diferentes de mais e as vezes é difícil não ter conflitos, quando eu me sinto cada dia mais lascada psicologicamente, e com tanta mudança física. Não acho que seja mais fácil, ou mais difícil. Só é muito diferente como acontece e o ser humano é egoísta de mais para aceitar essas diferenças de forma tão harmônica e apesar de me sentir tão bem acompanhada deles. O mundo diariamente me põe de frente para solidão, quando diz que a gravidez é minha, é meus nutrientes, é minha responsabilidade com meu corpo, é meu esforço é meus imites e é inclusive a minha força, para parir. Essa sensação de só, acaba causado uma ponte fácil para uma dependência com o bebê. Maria virou minha Deusa, algo que acredito, está presente, tenho fé que está comigo e é nisso que a gente percebe porque é tão comum as depressões pois parto. Sabe a música do chico: “oh metade de mim, oh metade arrancada de mim..."
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Medo
Maternidade, parir, violência obstetra e interferências médicas na hora do parto.
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É bom sim que meu filho venha, mesmo sei que eu queira, para que me mostre o quão besta era essa vida de preencher currículo. Não fosse ele tão (in)portuno, e eu seria apenas umas páginas bem formatada.
RE(produtividade) - Ana Elisa Ribeiro
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15 Dicas para uma convivência saudável
Nesta aula você vai aprender o que não dizer ou fazer a uma mulher que está grávida, dessa forma, todos possam expandir e ocupar os espaços socialmente sem problemas e assim ter boas convivências. MATERIAL 1 Mulher que esteja grávida 1 pessoa (pode ser você) 1 local de convivência PASSO-A-PASSO Primeiramente verifique se a mulher que está gravida está interagindo diretamente com você, caso sim, pode manter a conversa sobre qualquer assunto, porém evitem os seguintes comentários ou ações: 1. Não argumente contra a reclamação dela sobre determinada coisa como “hormônios de gravidez”. Sim, mulheres grávidas tem mudança hormonais significativas que modifica inclusive em seu humor, mas não quer dizer que o mal-estar seja só hormônios, ela tem o direito de sentir incômodo com determinados assuntos, assim como você. 2. Evite chamar ela de “enjoadinha e chata...” caso se retire do local rapidamente, ou queira ficar só. Se ela estiver nos três primeiros meses é normal que esteja com enjoos e que para algumas se mantenham durante toda a gestação, isso faz com que as necessidades de introspecção para algumas aumentem. Conviver com barulhos excessivos, ou mudanças de cheiros pode incomodar muito. Simplesmente pergunte se ela está precisando de algo, e espere a resposta, caso não, respeito o espaço dela. 3. Não se ache umx nutricionista, e tente força ela comer algo que ela não queira com argumento de “tem que alimentar seu bebê”. O corpo da gente é sensível ao paladar a gravidez aguça isso, então respeito o paladar dela, acredite, sabemos as necessidades nutricionais do nosso corpo, e requer um tempo de adaptação para isso. 4. Caso ela esteja, ansiosa, com receio ou com medo, e demostre isso para você, evite comentários como: “maternidade é um dom da mulher”, “mulher nasceu para ter filhx, você vai saber o que fazer”. Maternidade não é um dom natural, nem muito menos instinto feminino. Há várias mulheres que não querem ou não podem ser mãe, e nem por isso deixam de ser mulheres. E não é só na gravidez que a mulher atinge o ápice de sua feminilidade, a gravidez permite sim um processo de autoconhecimento e reconhecimento do seu corpo, mas não é só a gravidez que permite isso, e nem toda gravidez permitem isso, saca? 5. Se você ver ela chorando, ou triste de mais, não fale: “você precisa se acalmar, porque o bebê sente tudo”. Como não posso me permitir ficar triste? E sim, até que ponto dentro de uma sociedade com uma cultural patriarcal esse discurso do “bebê sente tudo”, não é para fazer a mulher que está grávida aguentar as coisas calada como todas as mulheres aprendem a se calar de frente a seus abusos. 6. Se ela foi ao banheiro e em pouco tempo diz, “preciso ir ao banheiro”, não faça aquela piadinha boba: “ mas de novo?”, keridinhx, se ela está dizendo que está com vontade de fazer xixi, acredite, ela está. 7. Caso você esteja caminhando com ela e perceber que ela está em passos mais lentos, quer ser compreensível diminua os passos, não empurre para que ela ande mais rápido. Caso não, continue caminhando em seu ritmo, uma hora ela chegará ao local. 8. Caso você esteja sentadx, e ela em pé, e você quer cordialmente oferecer o local, se levante e pergunte se a mesma quer sentar, não a puxe pelo braço direcionando a cadeira. 9. Existem diferença biológicas entre uma mulher grávida e outras pessoas, mas não limite a vida dela apenas nisso. Com comentários de “você não pode fazer isso, porque está grávida...”, “você tem que se comporta assim porque está grávida...”, “mulher grávida não pode fazer isso...” 10. Caso a mulher grávida esteja carregando algo que você entende que esteja pesado, não grite com ela “NÃO PEGUE ISSO”, “SOLTE ISSO”, vá até ela e peça o peso caso sinta-se à vontade para tamanha cordialidade e pergunte até onde é para levar, ou que local é para mover... 11. Não generalize o sentir dela, a algumas coisas muito semelhante no processo de gravidez, mas assim como as pessoas e seus processos de amadurecimento são muito singulares, o processo de gravidez e cada mulher também será. 12. Evite aumentar o mal-estar delas, caso a mesma se sentiu à vontade para contar sobre algo que lhe dá medo, não apavora com uma história ainda mais assustadora, nem espere que um "é assim mesmo", vá confortar o desespero, se é assim, não quer dizer que ela tem que passar por esse processo de forma fácil. Caso queira contribuir com algo, simplesmente pergunte “como ela está” e escute, ela vai saber dizer sobre o que ela está passando melhor que ninguém. 13. Axs companheirxs da mulher grávida ou responsável pela criança, não escore suas preguiças nessas diferenças biológicas com comentários de: "eu não vou saber fazer isso ou assado com o bebê" ela está aprendendo o processo de altruísmo como todos em volta também pode fazer. Exercite antes de se limitar a dizer que não consegue. 14. Evitem reproduzir discurso de santificação das mulheres grávidas, a sexualidade da mulher é um tabu, a história da Maria mãe de Jesus está para provar que sexo é algo que não se deve falar, inclusive ela “ficou grávida sendo virgem”, porém uma coisa, mulheres grávidas transam, sentem desejo sexual, assim como todas mulheres. 15. Ainda sobre sexo, evitem a coisificação do corpo do outro com comentários de “tenho fetiche de transar com mulher grávida”, ou “tenho tesão em mulher grávida”, guarde seu tesão para você, nosso corpo não está disponível para isso, RESPEITE! No mais, agradecida!
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Medo
De assaltos, acidentes, estupro e por isso ocorre um aborta.
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Um dia vou escrever sobre minha gravidez, e vou dizer: "Enquanto os olhares santos, aumentava gradativamente para mim. A diversidade de palavras chaves, para filmes pornô, crescia em meu vocabulário: pau grande; anal; foder; rebolando de quatro; rapidinha; gozar dentro; posição gancho; sexo em pé; com roupa; na festa; entre outras...
Primeira pessoa do singular
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Lua de mel
Depois dos seis meses, a disposição física voltou, a gravidez agora se torna parte principal de minha vida, as dificuldade de focar em outros assuntos, melhoraram. E por fim, arrumando a casa: “Eu conseguir empurrar um guarda roupa sozinha”
Prazer! Podem me chamar de Sra. Capacidade.
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A pressa que o mundo pede? Lamento! Meu tempo é outro, meu tempo é esses minutos lento que aliso uma roupinha de poucos centímetros imaginando uma pele tão sutil quanto esse algodão bege. Meu tempo é outro, e é esse tempo que me deixa acarinhar minha barriga durante horas, para sentir o amor dançar. A correria do mundo? Me perdoe! Não precisar me esperar que eu não vou correr para lhe acompanhar. Já cheguei onde eu queria!
Primeira pessoa do singular
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Sentindo mexer
E sacudiu, deu um empurrãozinho e mexidinhas. E me fez chorar e rir... Oh meu amor, obrigada por essas sensações! (06 de junho)
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Desenho: Raíssa Carolina Música: Tino Deixa eu te dizer que nada é tão certo se não for com você do lado deixa eu te mostrar. deixa eu descobrir que peça eu te prego só pra te fazer sorrir. me olha e diz que é pra ficar, de novo. me olha e diz que é pra morar. ♪
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Família não é sinônimo de proteção. Família também oprime, machuca, violenta e, pasmem: nós somos ensinadas e construídas para amar pessoas racistas, machistas, LGTBfóbicas, pelo simples fato de “ser da nossa família. Destruam essa visão amorosa sobre família. Isso aqui não é um conto de fadas. É vida real. E, na vida real, familia é uma das principais ferramentas que produz e reproduz opressão. Eu, por exemplo, nunca precisei sair de casa para ser agredida. Acredito que você também não, né?
Autor desconhecido
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