Jornada introspetiva em conquista da mente. Coleção de ideias em português de Portugal.
Don't wanna be here? Send us removal request.
Text
Como tirar férias da tua mente
Como adultos, passamos muito tempo cativados pelas histórias retratadas pelas nossas mentes. É impossível saber com certeza, mas alguns estudos sugerem que passamos mais da metade de nossas vidas perdidos em pensamentos—isto é, completamente dominados por representações mentais da vida, ao invés da própria vida.
Muitas vezes, o assunto é inofensivo—relembrar futilmente a conversa do café da manhã, reescrever um e-mail que enviaste rápido demais ou recontar mentalmente as vantagens de ir de bicicleta para o trabalho a um amigo que resiste à ideia.
Outras vezes, o assunto é ameaçador e doloroso, envolvendo o teu Futuro Eu a passar por certos medos humanos universais: doença, conflito financeiro, desgraça e má reputação.
Como acontece com os filmes, quando estás absorvido numa narrativa mental, as emoções são reais. A preocupação não é apenas o medo da dor futura, é um tipo de dor em si. Como Mark Twain observou: “Conheci muitas tristezas, a maioria das quais nunca aconteceu.”
Essa capacidade humana de sofrer com as experiências imaginadas tem um propósito—se apenas sofrêssemos depois de ficarmos destituídos, doentes ou condenados ao ostracismo, provavelmente faríamos um mau trabalho em evitar esses cenários. Uma pequena quantidade de dor induzida pela imaginação é útil, no entanto, não precisamos de sofrer tanto quanto sofremos atualmente.
Tentar não pensar não é a resposta. Não podes desligar a tua mente sempre que ela fica presa em preocupações ou ruminação. Mas podes quebrar o feitiço da mesma maneira que eu—mudando a tua atenção do nível da narrativa para o nível sensorial.
A chave é lembrares-te que a preocupação não é uma janela para o futuro. É uma experiência sensorial do momento presente em que o futuro é retratado. Os teus pensamentos não contêm futuro e nenhum perigo, assim como a tela da televisão não contém gremlins.
Às vezes, é claro que queremos ser absorvidos ao nível narrativo, e para isso devemos esquecer a experiência sensorial. Quando lês um romance, queres sentir que os personagens são reais. Não queres saber se estás sentado numa cadeira do Ikea, a olhar para o papel do livro.
No entanto, quando se trata de pensamentos de preocupação, seria bom não ser abalado pela história que está a ser retratada.
No momento em que perceberes que estás a ruminar, podes descer ao nível sensorial com um simples movimento: passa a tua atenção para algo que o teu corpo esteja a sentir.
A tua atenção é como uma lanterna e podes simplesmente apontá-la para algo físico. Sente os teus pés no chão, os formigamentos nervosos no teu estômago ou o contato entre a tua camisa e os teus ombros.
Atender a qualquer coisa no corpo leva-te direitinho para o nível sensorial, o que quebra a fixação com o nível narrativo. Não podes prestar atenção a ambos ao mesmo tempo.
Recomendo fazeres isto regularmente, fazendo pequenas pausas na experiência narrativa de preocupação, movendo periodicamente a tua atenção para baixo para descobrir o que o teu corpo está experienciar.
A questão não é livrares-te da preocupação ignorando-a por alguns segundos, mas sim ver que a tua atenção tem esses dois modos—narrativo e sensorial—em vez de apenas um, e podes mover-te entre eles à vontade.
Esta mobilidade mental é um dos grandes dons da atenção plena (mindfulness). Com a prática regular, podes aprender a viver enraizado na experiência sensorial, atendendo ao nível da narrativa sempre que for necessário para a tomada de decisões gerais, e sendo arrastado por ela com muito menos frequência.
Se a tua atenção raramente sai da tela do cinema mental, vives à mercê de quaisquer histórias que ali apareçam. Se essas histórias tendem a retratar perigo, sofrimento e coisas que dão errado, então é assim que a vida tende a ser, não importa o que realmente esteja a acontecer na vida real.
A qualquer momento, podes tirar umas férias da tua mente prestando atenção ao teu corpo. Aprende a alternar entre a história e os sentidos. Quanto mais familiar for este movimento, mais livre serás.
Sinceramente, Hugo
0 notes
Text
A importância de ter objetivos na vida
Se no fim é inevitável que vamos todos evaporar, então para quê que vivemos?
Tudo o que perseguimos—sucesso, dinheiro, fama, família, conquistas, perícia—tudo isto são jogos imaginários que os adultos jogam para se manterem ocupados.
O fim de tudo é na realidade uma verdade libertadora. Significa que a tua vida é nada mais que um jogo para jogares. E a melhor forma de tornar um jogo interessante é adicionar classificações e missões a ele.
Diz-me, se removermos as missões e pontuações ao teu videojogo, tu divertias-te?
A maioria das pessoas não vai gostar dos seus jogos favoritos se removermos as pontuações e as missões. As missões e pontuações adicionam o fator de diversão ao jogo.
O mesmo acontece na vida real—metas e objetivos atingidos tornam a nossa vida mais divertida e emocionante.
Procura ter alguns objetivos para apimentar a tua vida. Faz da tua vida uma aventura.
SInceramente, Hugo
P.S.: Compra A Arte de Definir Objetivos no Gumroad.
0 notes
Text
Mindfulness
A atenção plena não é uma coisa técnica e rígida que tenha um manual de instruções.
É apenas os teus olhos voltados para dentro (não literalmente).
Com os teus olhos normais, vês o mundo lá fora. Com o mindfulness, vês os pensamentos a passar dentro da tua mente, tal como vez as nuvens a passar no céu.
O objetivo não é lutares contra os teus pensamentos ou tentares mudá-los, mas simplesmente vê-los a ir e a vir.
A simples perceção do pensamento (e da separação entre ti e o pensamento) é o suficiente para descontinuá-lo.
Depois, esperas pelo próximo pensamento e assim que estiveres consciente dele também, deixas-lho seguir o seu caminho, tal como o anterior, repetindo este ciclo inúmeras vezes.
É como se houvesse um olho imaginário fixado na tua cabeça que vê os teus pensamentos. Quanto mais usares esse olho, mais ativo ele se torna.
Sinceramente, Hugo
0 notes
Text
Dor e sofrimento
Ninguém consegue escapar à dor, e isso é bom. A dor é um mecanismo crucial do nosso corpo. Avisa-nos que há algo de errado algures no corpo.
Quando encontras dor, a melhor coisa a fazer é reconhecê-la, tentar encontrar a razão por detrás dela, e fazeres algo em relação a isso. Depois de tomares as medidas necessárias, podes continuar com as atividades normais do teu dia.
A dor torna-se em sofrimento quando nos sentamos com ela o dia todo. Isto apenas aumenta a dor. Lembra-te, tens uma escolha, não te sentes com a dor.
Sinceramente, Hugo
0 notes
Text
Como lidar com situações indesejadas
Muitas vezes nos deparamos com situações inevitáveis na vida que não gostamos de encontrar. Pode ser uma conversa chata com o teu chefe, uma longa fila de trânsito ou um problema de saúde recorrente.
Nessas situações, cultiva o hábito de colocar a questão: “Consigo fazer algo em relação a isto?”.
Se consegues fazer algo, por exemplo, criar uma boa desculpa para escapar à conversa chata com o chefe, então faz isso. Se não consegues fazer nada, então ficares chateado ou irritado com a situação não vai ajudar. Apenas vai piorar a experiência.
Se classificarmos os nossos estados emocionais como positivos, negativos e neutros, a maioria das pessoas vai para o estado negativo nessas situações. Não te estou a pedir para ires para um estado positivo, mas tenta ficar no estado neutro, o estado negativo é contraproducente.
Sinceramente, Hugo
0 notes
Text
Passamos a vida a perseguir ilusões
Certa pessoa está a ganhar uma quantia razoável de dinheiro. Ela acha que um aumento de salário ou um novo emprego lhe vai trazer mais dinheiro, e preencher o que falta na sua vida.
Alguém está muito acima do seu peso ideal. E acha que vai entrar para o ginásio, ficar em forma e a sua vida ficará perfeita.
Alguém está solteiro. Ele acha que assim que ler todos os livros sobre sedução e relações, vai conseguir atrair o sexo oposto e a sua vida vai ficar completa.
Todos estão a perseguir algo na esperança de que isso preencha o vazio nas suas vidas e torne-a perfeita. Mas os vazios nunca acabam. A verdade é que a vida já é perfeita como está. A tua mente é que está a alucinar os vazios na tua vida.
A mente cobiça constantemente o que vês em teu redor. Viste um vídeo de um jovem a conduzir um carro de luxo? O quê que ele faz? Marketing na internet. Bolas, não seria fixe abrir um negócio de marketing na internet e viver aquele estilo de vida? Vês como a tua mente alucinou um vazio na tua vida que de outra forma estava perfeita?
Todos nós estamos a perseguir estas ilusões, e estas ilusões são uma criação da mente. Depois de alcançares a ilusão, percebes que não é bem o que parecia antes. Então a tua mente mostra-te outra, e começas a perseguição novamente com a mesma esperança – tornar a tua vida completa.
Não estou a dizer que não se deva ter desejos na vida. Só estou a dizer para saber que são apenas ilusões. Mantém as tuas expectativas em ordem. Não esperes por algo que essas ilusões não te podem dar.
Espero que isto te dê algo em que valha a pena refletir.
Sinceramente, Hugo
0 notes
Text
Olá!
Este blog é novo. Mais textos introspetivos estão a caminho. Subscreve a newsletter gratuita para ficares a par do novo conteúdo.
2 notes
·
View notes