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Camiseta lute como uma garota: o uniforme das feministas
“Essa camiseta é um uniforme das feministas!” ouvi uma amiga dizer ao acabar de ganhar sua peça com a frase Lute como uma garota. E é sem medo algum que as meninas por trás da Peita intitulam a marca curitibana como feminista sim!
Com outras frases como pedale, tatue, toque, faça e corra como uma garota elas contam que a ‘Lute como uma garota’ – primeira t-shirt da marca – ainda é a queridinha, a que mais vende e que as pessoas mais se identificam. A camiseta começou a ser pensada por Karina Gallon após acompanhar a marcha das mulheres contra Trump.
Ka percebeu que ali haviam muitos cartazes com frases que precisavam ser ditas além daquele espaço, em dias rotineiros, para qualquer pessoa que estivesse andando pelas ruas, e não só em manifestações. Foi então que surgiu a ideia de ‘vestir os cartazes’ e torná-los legíveis a todos, em todos os ambientes.
Estampando em camisas essas frases que não precisam de explicação para causar efeito, as meninas levam para o mundo empatia, empoderamento e sororidade. Palavras muito reforçadas dentro do movimento feminista, do qual elas afirmam que fazem parte, assim como afirmam seu posicionamento político como mulheres feministas. “Ser mulher é ser esquerda. Estamos à margem sempre. A gente nunca está no centro, a não ser quando estão nos difamando, apedrejando ou queimando.”
O destaque da marca não se dá só no ponto de assumirem um posicionamento feminista e de esquerda. As meninas também pensam na questão do consumo consciente e nos impactos da moda no meio ambiente (a indústria da moda é a segunda que mais polui no mundo).
É justamente com foco nesses dois pontos que elas também rotulam a Peita como uma slow fashion – uma forma de consumo e fabricação sustentável, que valoriza a criação local, vai contra a produção em massa (fast fashion) e busca ser mais clara com seu consumidor quanto a todo processo de criação das peças.
“Não temos um super estoque e uma linha de produção grande. Quando acaba algum modelo, entramos em contato com quem comprou, pedindo se prefere esperar a produção das novas ou se quer trocar por alguma outra cor. A frase que a pessoa está comprando não deve representá-la apenas naquela semana, ela deve ser mais profunda e fundamental que isso. Quer dizer que se atrasarmos 15 dias para entregar, a representação da frase ainda assim é válida. Se não for, aí ela deve repensar o real motivo da compra”, explica Sarah sobre a aliança da marca com o movimento slow.
O Slow Fashion também não trabalha com tendências, com o que está em alta na moda, outro ponto que as meninas seguem desta forma de produção. Desta maneira, a Peita busca produzir com um tecido que resista ao tempo e não seja algo descartável aos consumidores, pois como elas mesmas colocam, enquanto o produto durar, a mensagem também dura. “A Peita veio para que a mensagem estampada seja a protagonista. Muito mais que ter o corte perfeito, ter várias opções de modelagem e ter melhor tecido, o que está sendo dito ali é o que importa” diz Sarah.
Outro ponto de destaque da Peita é o valor. Todas as peças, de todos os tamanhos são vendidas pelo mesmo preço (R$ 55,00). Essa escolha foi feita pensando justamente nas pessoas que vestem além do GG e passam a vida pagando mais caro por isso. Sempre que pensam em alguma nova tática para produção das roupas, as criadoras se perguntam se elas se encaixam nos moldes do consumo consciente, se elas representarão todas as mulheres e se a atitude não afetará a mensagem do que elas querem comunicar.
Expandindo as frases para bolsas, peças infantis e moletons, ganhando prêmios (em 2017 as meninas ganharam o primeiro lugar do Destrava Awards da Aldeia na categoria Alô, mundo – projeto que cresceu mais que a cidade) e com mulheres poderosíssimas como a ex-presidenta Dilma, a cantora Gal Costa e as meninas da banda Mulamba carregando no peito as frases da Peita, é inevitável não querer saber destas mulheres qual a sensação de ver tantas garotas indo a luta com a peita delas. “A sensação é: bem feito! Fizemos algo pros outros que é bem feito – e isso é tão difícil!”, finaliza Sarah.
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Havaianas são a nova tendência fashion. Mas como chegamos a isso?
As Havaianas são tendência de moda para o verão. Indo direto ao ponto, elas estão tirando o reinado das Birkenstocks, que passaram os últimos dois anos nos pés dos fashionistas. Mas como nós chegamos a isso?
O papel fundamental da pesquisa na moda
Até chegar no comércio para ser vendido ao consumidor final (nós), a produção de moda passa por diversas etapas. A principal, que define qual produto será esse (no nosso caso as Havaianas), é a pesquisa de tendências. Em linhas gerais, ela avalia as oportunidades de mercado, isto é, determina porque devem criar ou vender produtos muito além da ótica de que as pessoas desejam, mas também para que elas consumam.
Essa técnica nasceu na França, de mãos dadas com a Alta Costura lá na década de 30, e foi copiada pelos produtores norte-americanos. Durante aqueles anos os pesquisadores de tendências olhavam somente para França, Inglaterra e EUA, então todo resto da moda era alimentado na realidade destes países. E pouco mudou até os dias de hoje: as grandes marcas, ainda situadas nestes países e que vendem para classes maiores são as que investem em pesquisas, enquanto as que vendem para um público de classes menores apenas copiam as tendências.
Um exemplo são os mais de 50 processos que a fast fashion Forever 21 – sempre atualizada na última moda – carrega por plagiar modelos de designers e grifes. Algumas das acusações vem da Gucci, Puma, Adidas e de Diane von Furstenberg.
Tretas a parte, uma fatia essencial da pesquisa são os coolhunters, profissão dos responsáveis pela caça do novo. O olhar deles geralmente fica em cima do ‘consumidor inovador’, aquele que ousa, que gosta de uma moda radical, que adora inovações inusitadas e tem condições financeiras de bancar esses gostos. Familiar? Sim, equivalem-se desde blogueiras, instagramers, influencers até aquela pessoa que você conhece que sai da curva na hora de se vestir.
Os consumidores inovadores, segundo o pesquisador de Moda da Unicamp e Diretor de Consultoria André Ribeiro de Barros, correspondem de 0,2 a 2,8% da população consumidora e é extremamente responsável pela abertura inicial para que o restante da população comece a adotar as peças da temporada, já que todos estão de olho no que eles usam.
Então as marcas pesquisam antes de lançar qualquer item. Se é bem recebido pelo consumidor inovador, ponto positivo! É ele que levará o restante da população a aderir à tendência, que por sua vez será replicada por fast fashions, chegará ao restante da população, se tornará massificado e então cairá em desuso. Quando a peça chega ali nas lojas de departamentos, geralmente já existe uma nova tendência no radar dos coolhuters, consumidores inovadores e dar marcas que vendem para as classes A e B.
E quem hypou as Havaianas? Agora que você já sabe que toda tendência nasce de uma pesquisa, fica mais claro entender como chegamos nas Havaianas. Sobre quem hypou as Havaianas, as pesquisou, olhou para o consumidor inovador? Bem, sabe aquela foto da palestra “It’s ugly until Rihanna decides it’s not”? Tudo bem se você não sabe, é um meme. Mas enfim, o hype dos chinelos começou com ela própria. Não que nossa borracha brasileira seja feia, mas ela colocou os chinelos em saltos para sua coleção Fenty Puma by Riri, e aí talvez tenham ficado feios. Mas só é feio até ela decidir que não.
Havaianas nas grifes:
Havaianas nos consumidores inovadores:
Internacionalmente falando / Internacionalmente hablando / Internationally speaking
As Havaianas são tão comuns em nosso dia a dia, com comerciais cheios de atores globais enquanto assistimos nossa novela, que nem imaginamos o tamanho de sua proporção fashion a nível internacional. Pois é, a Anitta não é a única brasileira com carreira na gringa. Os chinelos de borracha que foram inicialmente criados para as classes C, D e E e com plano real de 1994 virou o jogo e se segmentou para as classes A e B, já participou até mesmo de feiras de moda em Paris em 2001. No exterior, os pares são vendidos em butiques sofisticadas, geralmente por 25 ou 30 euros, algo em torno de R$ 120,00.
Internacionalmente falando, seu posicionamento nos outros paises vende mais sua marca como algo de prestígio. Por lá, o número de lojas onde os consumidores americanos encontraram as Havaianas já chegou a ser de 4,5 mil em 2009. Todo esse hype atual da marca levou a um crescimento de 9,5% de comercialização de sandálias para o mercado externo só no primeiro semestre de 2018. Todo mundo usa mesmo.
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Brechó da Lurdes: o clube secreto da moda curitibana
Ouvi falar do Brechó da Lurdes pela primeira vez em janeiro de 2017, em uma matéria com a foto de duas amigas em cima de uma pilha de roupas. A localização do texto era confusa, dizia ser algo entre as ruas Riachuelo, Alfredo Bufren e São Francisco e informava que o brechó não tinha número e para ajudar era sem fachada, sem placa, escuro e a Lurdes abria só quando queria.
Assim que li a matéria fui atrás desse brechó tão secreto. Subi e desci as três ruas indicadas. Procurei, em cada uma delas, estabelecimentos que não tinham placas e sim uma montanha de roupas. Sem sucesso algum e cruzando todas essas ruas por quase uma hora, desisti da Lurdes.
Eis que em novembro de 2017, conversando com o Davi (colaborador aqui do VP), comentei com ele sobre o tal brechó e mostrei a foto das meninas. Um dia após a conversa, fomos atrás do local e bem como vocês viram nesse vídeo, ACHAMOS O BRECHÓ DA LURDES!
Saia R$ 10,00. Regata R$ 5,00.
Perguntamos sobre o estabelecimento para aproximadamente uns cinco comerciantes das rua. Alguns faziam cara de ponto de interrogação e diziam que nem sabiam do que se tratava, outros informaram bem por cima: “Sobe essa rua que você acha”; “É no meio da Rua Riachuelo”. Outro ponto que faz o lugar tão secreto: nem mesmo algumas pessoas que trabalham na rua em que ele está localizado o conhecem.
Por fim, encontramos o bendito. Nos avisaram que ela [a Lurdes] deixava a porta meio aberta caso estivesse atendendo e totalmente fechada se não estivesse atendendo. “Você tem que bater lá no portão dela para ela te deixar entrar”, disse um comerciante da região. Quando achamos, ficamos parados por quase um minuto encarando a porta da Lurdes e decidindo quem teria coragem de bater ou chamar ela. Eu bati e ouvi uma voz rouca dizer “já vou!”. Depois eu entendi que a demora para atender, era justamente porque ela estava lá no meio do monte de roupas.
Dentro do Brechó da Lurdes A porta, típica dos comércios do centro, estava mesmo mais fechada do que aberta. Para entrarmos ela abriu mais um pouquinho, mas ainda sim tivemos que nos abaixar. Lurdes usava uma blusa estampada com as cores azul, rosa e verde e uma calça preta. Uma pequena bolsa de couro transversal passava por sua blusa. Não, a Lurdes não é nada fashionista. Seu cabelo é grisalho e estava preso um coque. A senhora, de uns 50 anos, usa um óculos de grau quadrado que na maioria das vezes em que eu olhava para ela, estava no topo de sua cabeça.
Jeans R$ 10,00.
A primeira coisa que ela faz com quem chega no lugar é tirar a bolsa. “Esses tempos uma menina perdeu um celular aqui e foi uma dor de cabeça. Agora eu pego as bolsas, deixo escondidas e quando eles vão embora eu devolvo”, explicou. Depois ela manda você subir a pilha de roupas e se virar.
“Não tem coragem, é?!” ela disse em um primeiro momento ao Davi, enquanto encarávamos aquele lugar surreal. É realmente sobre isso que se trata o espaço: milhões de roupas amontoadas, uma em cima da outra, até o teto. Algumas ficam guardadas em sacolas que só tem peças de veludo, de lã, de seda, somente regatas, calças e por aí vai.
Para escalar as roupas e chegar ao topo delas, ela até ajuda. Joga uma das sacolas citadas acima no chão e vai montando uma escada para chegar. E quando você chega lá, esqueça das suas pernas esticadas, o lugar só permite que você fique de joelhos. Uma vez no alto, o cuidado é essencial. Você realmente fica no topo da montanha, ou seja, no teto, então as chances de você bater a cabeça no Brechó da Lurdes são enormes.
A princípio a Lurdes é desconfiada, ainda mais com quem nunca foi lá. Ela fica em cima de você, te olhando com uma cara séria e analisando cada um dos seus movimentos em cima das roupas. Ela puxa assunto com a primeira coisa que você fala quando chega. Eu e Davi falamos sobre ser estudantes de jornalismo, então depois disso a Lurdes quis saber tudo sobre a faculdade enquanto a gente procurava algo naquele amontoado de roupas. Depois de um tempo a Lurdes desceu e ficou quieta no canto dela, uma vez ou outra voltava a falar da faculdade e dava abertura para nós fazermos algumas perguntas em relação ao seu negócio.
Calça R$ 5,00. Regata R$ 5,00.
Enquanto puxávamos as roupas e nos perguntávamos se algum dia seria possível ver tudo que ela vende ali, Lurdes explicou que aquele lugar costumava ser o depósito do seu outro brechó que ela fechou há pouco tempo, por isso a confusão em achar o local indicado na matéria antiga. Uma velha cliente chega no Brechó da Lurdes, no mesmo esquema em que a gente, batendo no portão e perguntando se a Lurdes estava lá.
Quando ela entra já tira os sapatos – um esquema comum antes de subir o monte – e segue escalando a montanha de roupas. A menina, que usava um vestido rosa longo e um brinco redondo de plástico transparente, reclama com Lurdes em um clima de intimidade: “Caramba Lurdes, que bagunça. Aqui tem muito mais roupa que no outro brechó! É claustrofóbico!” e segue puxando as peças lá de cima e buscando por algo que fizesse seu estilo.
O fato dela ter uma montanha de roupas tanto jogadas quanto ensacoladas faz com que ela não compre mais nada. Um homem bate na porta e pergunta “Aqui é brechó? Aqui compra roupas?” e Lurdes grita lá de dentro “Não, aqui não é brechó!” e o homem vai embora. Ela nos conta que tem planos de abrir outro brechó em um endereço novo, mas não tem nada definido.
O esquema, segundo ela, continuará o mesmo: ela joga as roupas até que fiquem amontoadas e as pessoas que se virem. “Quando eu abrir outro, vou fazer uma promoção de 5 peças por 10 reais”, já avisa a mulher que nessa altura nos diz que Lurdona é um nome que podemos chamá-la, em tom de brincadeira.
Preços e peças Por lá pouco importam as etiquetas. É claro que dá para achar de tudo: um vestido da Banana Republic, um blazer da Zara, uma jaqueta jeans da Levi’s, uma calça de cós-alto estilo moom, um Qipao, vestido típico da China, que parece ter vindo diretamente de lá e ser de seda pura, um vestido que até parece ser da Versace, mas teve a etiqueta arrancada e substituída por uma escrito “doze reais”. Ah e esse é outro ponto importante: as roupas geralmente não tem preço na etiqueta. Tudo é perguntado para Lurdes, que às vezes parece até inventar os preços na hora.
Macacão R$ 10,00
Bermuda R$ 5,00
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Olha que conta mais linda, mais cheia de seguidores
Foi em 2017 que a Guid publicou seu primeiro vídeo no Youtube. Neste tempo ela tinha o costume de fazer suas publicações e passar pelo menos três dias sem olhar para elas na internet. Conforme foi aprimorando suas técnicas de edição e ganhando confiança com as câmeras, ela conquistou a nomenclatura de digital influencer, graças a seus 20 mil inscritos no canal ‘Não Repete’, com cerca de 29 mil visualizações por vídeo.
Cadê a publicitária que tava aqui? Antes que você se pergunte de onde ela veio, como vivia, o que fazia e como se alimentava, a gente responde! Antes de ser Guid, a curitibana era Hingrid Meinelecki. Formada em publicidade, ela trabalhou por 10 anos com comunicação digital em agências. Até o dia que decidiu lançar o desafio de ficar 30 dias sem repetir nenhuma peça de roupa e o compartilhou na internet.
Brincar com a moda a fez querer explorar um pouquinho mais desse mundo, o que a levou ao curso de Consultoria de Estilo. “Foi então que eu encontrei algo que era mais legal do que eu estava fazendo [trabalhar como designer] e não conseguia mais fazer o que eu fazia. Eu saí do meu trabalho em um dia e, no outro, estava com meu canal no Youtube falando sobre moda.”
Hoje ela é stylist, produtora de moda, consultora de estilo, mentora de marcas de moda no mercado digital, criadora de conteúdo e professora do curso de digital influencer.
Descendo pro play “O primeiro passo para me tornar digital influencer foi ignorar que existiriam amigos nas minhas redes, porque quando você começa são essas pessoas que te olham e te chamam de blogueirinha em tom pejorativo”, esclarece Guid para quem quer começar a investir em uma carreira na web.
O segundo passo foi achar um público (ela optou por pessoas que não entendem de moda) e ver qual maneira de se comunicar funcionaria melhor (a mais simples possível, explicando como usar um cinto, por exemplo). “Sempre que ligo a câmera eu penso em como ajudaria uma amiga que não entende de moda. Foi assim que perdi a vergonha”, revela.
Para entender o que dá certo, Guid monitora tudo que faz, o que envolve ver números brutos, gráficos, algoritmos e entender o quanto está atingindo as pessoas. Quando os números caem, ela sabe que é momento de mudar o tom e o tema que fala.
Quanto a organização, a profissional revela que vive em uma eterna dança das cadeiras. “Ao longo do dia sempre estou em uma cadeira diferente da firma. Às vezes, pela manhã estou sentada na cadeira do administrativo, gerando nota, respondendo e-mail, pagando alguém que trabalhou comigo. Depois sento na cadeira do editor e passo horas cortando vídeos, ajeitando iluminação e assim vou indo.”
E se a casa cair? A Guid não deixa que caia Guid confessa que frequentemente é questionada sobre ter medo da profissão digital influencer desaparecer. Ela assume que talvez o formato conhecido atualmente suma do mercado, mas as chances de uma pessoa ter influência em cima de outras, isso não morrerá tão cedo.
“Eu não tenho um plano B, porque isso significa que o plano A tem um prazo de validade e eu não vou desistir de seguir como influencer. Uma das partes mais difíceis de abrir algo é ter sua audiência, e isso é o mais valioso que eu tenho hoje. Ter meu público me dá várias possibilidades.”
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O segredo de Rihanna para rivalizar com a Victoria's Secret
A semana de moda de Nova York recebeu o lançamento da linha de lingerie Savage X Fenty da Rihanna no último dia 13/09. O desfile aconteceu no Brooklyn Navy Yard, com um jardim simulando o Éden. Seu ponto alto foi a celebração com modelos de todos os tamanhos, formas e origens. Teve muita mulher negra, com estrias, tatuadas e grávidas. Mulheres reais, sem tabus e confortáveis com seus corpos.
Em entrevista à Elle, Riri contou que queria no palco mulheres com as mais diversas energias, raças, culturas, tipos de corpo e estágios de feminilidade. Mesmo falando de um assunto tão impactante, o desfile passou longe de ser sério ou sombrio. As modelos dançavam, praticavam ioga, saltavam e demonstravam completa alegria a auto aceitação, levando também a multidão à loucura.
A chuva de diversidade não aconteceu só no desfile. O tapete vermelho do evento deu o maior espaço para artistas negros como Donald Glover, dono do hit This is America, o rapper ASAP Rocky e a cantora e atriz Teyana Taylor.
Rihanna entrou no cenário fashion como entrou no cenário de beleza: quebrando padrões e preenchendo lacunas. Com sua linha Fenty Beauty, ela disponibilizou maquiagem para 40 tons de pele, valorizando da albina à negra, com produtos para orientais à latinas. A palavra inclusão cerca a cantora que se atreveu a ser também empreendedora. E a crítica tem aplaudido de pé suas performances. Rihanna chega na moda como subversiva, destruindo uma indústria apegada a definições antiquadas de beleza.
O de cima desce e o de baixo sobe
E a Victoria’s Secret começa a perder seu espaço de mercado neste cenário. Em 2013 o site Business Insider, referência em pesquisa sobre como os clientes se sentem sobre as marcas, revelou que a percepção das mulheres sobre a Victoria’s Secret tem caído cada vez mais. Especialmente de mulheres com idade entre 18 e 49 anos. Elas sentem que a marca não dialoga com elas com base no que vêem e ouvem da VS.
O desfile da marca, exibido mundialmente, com as maiores personalidades da música cantando enquanto grandes nomes desfilam suas roupas íntimas ainda é um evento marcante na moda. Mas não abraça a diversidade de corpos e tem visto o reflexo disso vindo de todos os lados: na sua última exibição a audiência do desfile caiu 30% segundo o YouGov, empresa do Reino Unido líder em pesquisas. Seu poder de mercado também tem caído: as vendas anuais diminuíram 1% e as ações da empresa que controla a Pink, divisão da VS para adolescentes, não crescem e se mantém mínimas desde 2011.
Rihanna aparentemente não tem uma visão futurista só por matar homens nos clipes. A cantora também soube olhar para uma fatia de mercado da moda que faltava: a de lingeries para todos os corpos, com mensagens positivas e peças bonitas. E o melhor: acessíveis pelo menos para o padrão de vida americano. No site da marca os sutiãs são encontrados por U$ 30 dólares e as cuecas por U$ 19 dólares.
Por que a linha de Rihanna é vista como um afronte à Victoria’s Secret?
Em 2015 Rihanna era uma das atrações do grande show da Victoria’s Secret. Quando algumas das poucas modelos negras foram retiradas do desfile, Rihanna anunciou sua ausência no evento. Um caso em especial chamou a atenção: a retirada da modelo Jourdan Dunn, amiga de Rihanna, para entrada de Kendall Jenner, no tempo em início de carreira.
Jourdan escandalizou nas redes sociais xingando a VS e dizendo que se sentia melhor por não participar já que a amiga cantora também não iria. Na época, Rihanna atribuiu a saída da apresentação para se dedicar ao lançamento de seu álbum Anti, mas logo em seguida começou a trabalhar na sua linha de maquiagens e de lingeries. Para fãs e boa parte da internet, Rihanna ensinou da melhor maneira para Victoria’s Secret como se faz um moda para todos os corpos e peles: indo lá e fazendo.
Assista o desfile completo da coleção Savage X Fenty:
https://www.youtube.com/watch?v=MZEsHLfF9HY&feature=emb_title
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Com o tecido mais firme da indústria, Think Blue faz desfile de resistência a Bolsonaro
Ao longo de setembro, as eleições tiravam o sono de Mirella Rodrigues, fundadora da marca de upcycling Think Blue. Enquanto a designer criava roupas, cortava tecidos e garimpava peças jeans para reaproveitar em suas criações que seriam apresentadas em um desfile na segunda edição do Brasil Eco Fashion Week, algo a inquietava muito: os discursos de ódio do candidato do PSL.
Desde julho a carioca já sabia que gostaria de exibir um desfile-protesto com viés feminista. Foram quatro meses pesquisando sobre mulheres que ao longo da história lutaram contra o machismo, pelo direito ao voto, ao aborto, a pílula anticoncepcional e a libertação sexual. Até que Mirella se deu conta que o cenário de luta da França de 1968 que ela estudava era muito semelhante ao Brasil de 2018 que ela vivia – afinal, em 26 estados do nosso país e no DF, mulheres foram para rua manifestar contra Bolsonaro.
Eis que os dois temas que perambulavam a cabeça de Mirella casaram: protestos feministas ao longo da história e a repulsa pelo discurso carregado de preconceito de um candidato à presidência. A cerimônia foi no dia 17/11, quando as modelos que desfilavam as roupas da Think Blue nas passarelas do BEFW carregaram cartazes com frases de Jair que são homofobias, racistas, machistas e ofendem desde indígenas a quilombolas.
“Eu senti que era necessário que alguém falasse, que alguém cutucasse essa ferida novamente. A gente não pode esquecer quem foi eleito, qual o pensamento que essa pessoa propõe para seus seguidores. Isso faz parte da democracia, a gente se posicionar, debater e refletir o que está acontecendo”, explica a designer sobre suas criações e os cartazes que causaram burburinho nas redes sociais nos últimos dias. E por falar em burburinhos…
A reação da ação Não demorou muito para que as fotos das modelos com os cartazes viralizassem nas redes sociais. Como toda ação tem uma reação e as mídias digitais permitem a interação dos receptores por meio de comentários, a resposta ao desfile-manifesto foi imediata. Uma breve passada na página do Facebook ou Instagram da marca e você encontra comentários dizendo:
“Vai ter boicote, fiquem certos disso”. “Bando de baderneiros! Tem que procurar trabalho e não roubar’. “ThinkBlueNÃO”. “Política não se mistura com moda. Erraram feio”. “Quem lacra, não lucra”.
“Se essas frases causam tanto alvoroço, por que essa pessoa foi eleita? Se você dá poder para uma pessoa que fala coisas que você não concorda, então por que você está dando poder para ela? É muito incoerente”, esclarece Mirella em relação a esses comentários de ataque ao posicionamento da marca. “A gente não criou nenhuma frase, a gente não falou nenhuma mentira”, defende-se a designer.
Em contrapartida, Mirella, que também gerencia as redes sociais da Think Blue, revela que as reações positivas ao desfile estão sendo mil vezes maiores que as negativas. Além de receber uma onda de mensagens do bem que ela ainda está tentando responder, em menos de uma semana a marca já ganhou 7 mil novos seguidores e já vendeu praticamente todas as peças de roupa do site.
O voto secreto da moda Ao longo da história a moda se posicionou politicamente em vários casos. Como próprio pesquisador e publicitário Márlon Calza coloca, a moda pode ser considerada uma reflexão a maneira como os sujeitos reagem aos acontecimentos, como encaram as mudanças, transmitindo seus valores, princípios e ideias. “A moda participa de movimentos políticos, feministas e ambientais desde sempre. A moda sempre esteve envolvida em movimentos revolucionários em toda sua história”, reforça Mirella, completamente inspirada por esse passado militante da área.
O primeiro desfile político da história do Brasil foi contra a repressão da ditadura militar, em 1971. A estilista Zuzu Angel vestiu suas modelos com manchas vermelhas nas roupas, representando sangue, pássaros na gaiola, representando a falta de liberdade e tanques de guerra, remetendo aos militares. Tudo para protestar contra o modelo de governo que na época foi responsável pelo desaparecimento de milhares de pessoas, incluindo seu filho, Stuart Angel Jones.
Zuzu morreu em um acidente de carro em 1976, no Rio de Janeiro. Antes de morrer, deixou um bilhete para Chico Buarque que dizia “Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho”. Hoje, a estrada em que morreu leva seu nome.
Depois de Zuzu, tivemos casos como da marca Vide Bula, com peças que estampavam o ex-presidente dos EUA, George W. Bush, com nariz de palhaço. A nível internacional, durante a eleição que elegeu Trump, estilistas como Tom Ford, Marc Jacobs, Christian Siriano, Sophie Theallet, Humberto Leon, Philip Lim, Derek Lam se NEGARAM a vestir a primeira dama, pelo posicionamento político deles irem contra os ideais do marido de Melania Trump, conhecido também por um discurso carregado de preconceitos.
Mas e na moda brasileira, quem mais fez barulho além da Think Blue? Apenas outro estilista, Célio Dias, usou seu espaço nos desfiles para passar uma mensagem política. Foi durante o SPFW que ele entrou com uma camiseta escrita ‘Ele Não’ enquanto segurava uma bandeira do arco-íris, símbolo da luta LGBTQ+. E também a marca Peita, conhecida pelas camisetas Lute Como Uma Garota, que se manifestaram criando a camiseta ‘Ele Não’.
“No Brasil as pessoas têm uma certa resistência em se posicionar porque pensam: “Vamos perder seguidores” “Vamos deixar de vender” e não é assim. A gente tem um poder de atingir um certo público, uma massa. Eu tinha ali um poder de fala e passar mensagem, eu não podia usar aquilo só a meu favor como marca e designer, seria até egoísmo da minha parte. Eu tinha que refletir o momento que o país está passando”, esclarece Mirella.
Resistência is the new black Resistente é a palavra que Mirella usa para descrever o jeans, matéria prima principal da sua marca que trabalha com a técnica de upcycling, que se trata de reaproveitar peças jeans dando um novo propósito ao que provavelmente seria descartado nos lixões e agrediria a natureza. Não é à toa que a marca estava em uma semana de moda Ecológica.
Mas ali o jeans tinha mais do que um significado sustentável. Ele era também uma armadura de defesa. “O jeans é um dos tecidos mais resistentes que existem na cadeia têxtil, assim como nós mulheres na sociedade. Ele é um símbolo de luta”, explica Mirella sobre o tecido que já passou por diversas manifestações, como nos anos 70, em que fez parte do movimento dos jovens revolucionários.
As minorias eram a grande maioria Mesmo nosso país tendo uma uma forte herança africana, o mercado de moda brasileiro ainda se prende muito aos padrões de beleza europeus. Foi preciso que a semana de moda mais importante do Brasil (SPFW) estabelecesse uma cota de 10% de modelos negras em desfiles, já que as marcas participantes não as colocavam em suas passarelas para representar suas roupas. Mas novamente Mirella nadou contra a maré com a Think Blue.
Das 13 modelos participantes, 6 delas eram negras. E novamente a designer usou a visibilidade da passarela para uma causa maior. “Eu trabalho com gays, com mulheres, com pessoas negras e usei aquele espaço para para representar todas as pessoas que me ajudam a manter minha marca. E nesse exato momento do país, eles são considerados minorias e o atual presidente não vai olhar para elas como ele já mesmo falou. Essa luta pela diversidade está no nosso cotidiano todos os dias e essas pessoas não vão se curvar para ele [Bolsonaro]. Eu representei ali a luta e o trabalho delas”, finaliza Mirella.
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Qual o futuro das revistas de moda? Ex-diretora da Elle responde
Antes de qualquer coisa, Jussara já afirma: não é o final de nada! É só mudança radical. A propriedade com que ela fala é de quem trabalhou por onze anos na Elle, uma das maiores revistas de moda do mundo e é autora do livro Arquivo Urbano – 100 anos de fotografia e moda no Brasil.
O momento que o jornalismo em geral vive atualmente, para Jussara, é de uma mudança radical de comportamento do leitor, mas para ela, que já foi indicada ao prêmio Abit Fashion Brasil na categoria melhor jornalista de moda, esta mudança é descrita como algo glorioso e não aterrorizador, como para a maioria. “É um momento de romper com tudo que a gente conhece e iniciar uma sociedade completamente diferente”, declara.
E apesar deste olhar positivo para o futuro de uma área que vive uma crise, ela não nega que o online destruiu muito do que o jornalismo tinha. Ela confessa que mundo da moda online já traz tudo que a revista de moda pretendia trazer e é impossível correr atrás do prejuízo disso. Ela exemplifica essa afirmação baseando-se no fato de vivermos na geração do imediatismo. “Para uma revista ir para gráfica ela precisa estar pronta um mês antes. No mundo de hoje, um mês significa muito tempo. Não dá para continuar assim."
Fora a questão do tempo, outro ponto que Jussara levanta quanto as revistas é a do custo da impressão, que torna a revista um produto pago enquanto o online disponibiliza conteúdo de forma gratuita, na grande maioria das vezes. Além deste fato, o problema da poluição também a incomoda uma vez que a tinta do papel polui rios, por exemplo, e mais tarde a revista se torna um material que é jogado fora e gera mais lixo.
Mas então, afinal, qual o papel da revista de moda e como ela deve ser pensada para um futuro próximo? “É transformá-la em um material de estudo, de profundidade, porque não tem ninguém melhor do que estes profissionais para fazer isso, eles vivem moda 24h por dia”, responde Jussara. Ela entende que com a demanda de hoje, colocar um profissional na rua, como era feito em seus tempos de revista, é inviável, mas ainda deveria acontecer, jornalistas deveriam ir atrás de uma pessoa para entrevistar de verdade, e com isso ela quer dizer frente a frente. “Hoje quem tem revistas aproveita o espaço publicando releases”, critica.
E a produção de conteúdo que envolva jornalismo e moda, para ela, está atrelada ao “só você está vivendo isso”. Este ponto engloba o fato de a/o jornalista viver alguns momentos que seus leitores não vivem, como assistir desfiles, participar de lançamentos e só ela/e sentir a sensação de vivenciar aquilo, logo, é isso que ele deve passar ao seu leitor: atender ao pedido do público/consumidor de contar o que ele está vivendo e esta outra pessoa não. “Você, jornalista, tem a obrigação de educar sem dizer que está educando, de informar, de escrever de forma coloquial, você tem diversas responsabilidades nesta profissão”, finaliza.
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O maior impacto da velhice é no consumo
“Hoje as pessoas estão vivendo até oitenta anos. E elas vivem de fato, não apenas existem. Elas produzem, viajam, consomem e criam, mas o mundo não está preparado para lidar com essas pessoas em todos os níveis."
A fala abriu a palestra sobre Ageless da professora, pesquisadora e jornalista Andrea Greca, pós graduada em coolhunting, profissão responsável por ficar de olho em tudo que acontece no mundo, captar e entender as tendências do consumidor por meio de evidências.
E é justamente o Ageless que Andrea aponta como a futura tendência. O termo se trata da nova geração de adultos maiores de 40, 50, 60, 70 e até 80 anos que não se definem pela idade. “A mulher de 40 anos hoje já não se rotula como uma senhora coitada, ela ainda é jovem. A Iris Apfel tem 95 anos, mas não são os 95 que a gente tem no nosso subconsciente. Não é aquela senhorinha que fica tomando chá em casa”, exemplifica Andrea.
Alguns dados deixam mais claro o que Andrea diz:
96% das mulheres acima de 40 anos não se sentem na meia idade;
80% dessas mulheres acham que as premissas sobre a mulher da meia idade não representam como elas vivem hoje;
84% delas não se definem pela idade, mas pelo que são, pelo que conquistam, pelo que representam;
85% das decisões de compras são tomadas pelas mulheres;
91% das mulheres acreditam que os publicitários não as entendem, porque as campanhas não as representam.
Toda uma pesquisa, um estudo e um levantamento de dados são feitos por Andrea para ela concluir que os ageless ou advanced, como também são chamados, são o maior impacto do consumo. Em primeiro lugar, Andrea coloca que ninguém está ficando mais jovem e que a expectativa de vida nunca foi mais alta (no Brasil é 75 anos). A pesquisadora também aponta para o futuro: a projeção populacional para 2050 é de dez bilhões de pessoas, então 1/5 da população vai ter mais de 60 anos. Analisando a população brasileira em 2013, Andrea chega ao resultado de que em 2060, 40% da população vai ter mais de 65 anos.
Mas retomando ao presente, essa população atual do ageless, segundo Andrea, sente que por sua idade ninguém quer vender para eles, e mesmo ninguém querendo vender 49% das pessoas acima de 60 anos desejam aproveitar a vida consumindo.
Os dados ainda mostram que o que eles mais querem consumir são em roupas, sapatos e viagens. E é claro que algumas marcas que já começaram a fazer pesquisas para saber onde investir perceberam esse nicho e começaram suas campanhas com modelos advanced, como forma de chamar esse público para dentro de suas lojas.
Em relação a moda, como nos exemplos acima, Andrea explica que é normal olharmos as grandes grifes fazerem isso primeiro, pois elas são as que mais investem em pesquisas de tendências de mercado e assim ditam essa tal tendência a outras marcas menores, é um caminho que ela chama de cima para baixo, começando com grandes nomes, grandes grifes e depois alcançando as menores.
E para uma marca que quer começar a se conectar com essa público tão sedento por consumo, mas com tão poucas opções para isso, a dica dada é descrição. “Não os lembre a todo momento que eles são velhos”, indica Andrea. E como inspiração para saber melhor sobre os ageless, que podem causar grande impacto na economia, a professora recomenda o documentário disponível na Netflix chamado Advanced Style:
https://www.youtube.com/watch?v=9BVC0PNzAzQ&feature=emb_title
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Brechó Lavô tá Novo: duas amigas e vários jeans viajantes
Carina e Adriana, fundadoras do brechó Lavô tá Novo, compartilham detalhes de seu 9º editorial feito somente com peças jeans.
Há cinco anos no mercado da moda curitibana, o brechó Lavô tá Novo chega ao seu 9º editorial lançado oficialmente ontem (22/09) no espaço físico localizado na Avenida Vicente Machado, uma das ruas mais movimentadas do bairro mais nobre da cidade. Com curadoria de Adriana Vaini e Carina Cardoso, amigas e fundadoras do brechó, o tema da vez foi o jeans.
Nesse editorial (para ver ele completinho é só clicar aqui), Cá e Adri apostaram em algo mais clean para falar de um tecido tão básico e atemporal. “Trabalhamos com um fundo branco, neutro e deixamos a peça aparecer bem. A gente coloriu um pouco mais a maquiagem, fez um cabelo um pouco mais bagunçado, mas não deixamos poluir. O protagonista no editorial é o jeans e não o que está ao redor dele”, conta Adri.
Quatro fatores foram fundamentais para a escolha de destacar o tecido existente há mais de cem anos:
Nunca sai de moda A palavra atemporal, de fato, representa o jeans. O tecido nascido na França, vingado na Califórnia como uniforme resistente para mineiros – ideia de Levi-Strauss – é até hoje um item visto nas semanas de moda e em nosso cotidiano. Dentro do brechó Lavô tá Novo, as peças em jeans conseguem dar um leque de opções para os consumidores.
Como as próprias fundadoras explicam, o negócio delas não consegue trabalhar com vários itens de um mesmo modelo de roupa, como as lojas fazem. Focar um pouco no jeans ajuda nesta questão, pois ao fotografar uma camisa jeans no editorial, elas não precisam vender para o cliente exatamente aquela, mas terão outras opções de modelos semelhantes.
Responsabilidade como brechó
Uma das maiores responsabilidades da moda atualmente é promover o consumo consciente, em razão dessa área descartar por ano 92 milhões de toneladas de resíduos, de acordo com o Relatório da Indústria da Moda. Os brechós cumprem com maestria essa responsabilidade, impedindo roupas usadas de irem diretamente para lixões e aterros.
Quando falamos de jeans, o papel é cumprido com duas vezes mais sucesso, afinal, ele é um dos tecidos mais impactantes no meio ambiente (explicamos isso aqui). “O jeans é bastante poluente e como brechó a gente tem essa coisa de pegar uma roupa usada, que já poluiu, já usou todos os materiais e está parada em algum lugar e damos um sentido novo para ela.
Ao invés de uma pessoa ir numa loja e comprar um jeans novo, ela pode poluir menos ao comprar aqui com a gente algo usado poucas vezes ou até mesmo muitas vezes, mas se mantém intacto”, exemplifica Cá.
Paixão nacional e pessoal “Você anda na rua e vê todos os tipos de pessoas de jeans, de todas as idades, de todas as classes, usando de todas as maneiras possíveis e sem tirar ninguém de cena. Ele é inclusivo e democrático”, explica Adri sobre como ela vê o jeans na sociedade.
E ele não só paixão nacional não! O fato de ser paixão pessoal também foi levado em consideração na hora de planejar o editorial. Ambas afirmam: o item está em seu dia a dia, seja em calça, jaqueta, blazer, camisa e afins.
É o que tem pra hoje Ser um brechó e fazer um editorial é um pouco complicado justamente por um ponto citado acima: eles não têm diversas opções da mesma peça. Desta forma, os editoriais do brechó Lavô tá Novo são feitos com base na maior quantidade de peças compradas (geralmente vendidas para elas pelas próprias clientes).
“Como a gente não tem fornecedor fixo, não temos como programar que daqui seis meses a gente vai fazer um editorial de couro, lã… Tudo acontece e é definido de acordo com o que vai chegando. Nos últimos tempos nos deparamos com uma boa quantidade de jeans, então fechamos o editorial em jeans!”, revela Adri.
Os critérios para as peças jeans terem sido escolhidas (fica aí o alerta para quem quer vender no brechó Lavô tá Novo!) foram seguidos pelas amigas à risca com todos os itens que compram: as peças precisam estar em boa qualidade, em bom estado e atender ao que o público gosta.
A curadoria, tanto para o editorial quanto para compra de roupas, é feita sempre com foco no melhor estado da roupa e, é claro, no fato dela estar limpa. Afinal, lavô, tá novo!
Caso você tenha itens que preenchem o requisito para vender para o brechó delas ou então ficou com aquela vontade de consumir de uma maneira mais consciente, o Lavô tá Novo fica na Avenida Vicente Machado, 666.
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Rosas são vermelhas e todas as roupas da Larissa Marques também
Você consegue se lembrar de todas as roupas que usou nos últimos quatro meses? Ou melhor, consegue lembrar pelo menos das cores delas? A curitibana Larissa Marques consegue! Isso porque a dona do Brechó Fermín Cacarecos se colocou em um desafio: usar somente roupas vermelhas por 126 dias.
Onde há vermelho, há Larissa Parece absurdo a ideia de alguém usar a mesma cor por tantos dias seguidos. E é. Entretanto, mais absurdo ainda é que de primeira ela entrou nessa porque simplesmente gosta da ideia de se desafiar e, só depois, começou a pensar em um propósito para o desafio.
Esse propósito foi fechado com as paixões, hobbies e trabalho de Larissa que é atriz, estuda numerologia e é dona de um dos brechós mais famosos de Curitiba. Então ela uniu performance, números e moda. “Na numerologia, a soma de 126 dá 9 e 9 significa fechamento de ciclo; eu sabia que o encerramento do processo ia dar no final do ano, então eu sabia que coisas iam se fechar para que coisas novas se abrissem”, esclarece a atriz formada pela FAP.
Quanto ao vermelho, não restam dúvidas que essa é sua cor favorita. Mas para se envolver tão profundamente com a vibração da cor primária, houve um estudo para entendê-la melhor. Foi através da pesquisa que Larissa descobriu que o vermelho é protetor, ele absorve toda energia ruim do ambiente, mantendo essa energia na cor e não deixando ela chegar até você.
Uma ideia na cabeça e um guarda-roupa vermelho na mão A peça escolhida por Larissa para iniciar seu projeto all red foi uma camisa masculina de manga comprida. Mas nessa fase o projeto ainda era almost all red. Isso porque no primeiro mês a falta de peças da cor escolhida não permitia que Larissa executasse a ideia usando um look todo vermelho. Então era: vermelho + calça jeans ou vermelho + jaqueta preta.
Até que começaram a surgir peças de roupas vermelhas emprestadas de amigos, marcas e até mesmo outros brechós, dando mais força e incentivo ao projeto. E essa mãozinha ajudou para que Larissa fechasse seu guarda-roupa somente com peças vermelhas e passasse os próximos meses cumprindo seu desafio.
Mas ainda havia a dificuldade de deixar as combinações boas e coerentes. Para isso ela usava algumas técnicas ao se vestir. “Eu sempre penso no look e na ruptura do look, ou seja, no que quebra o look e não redunda ele. Eu não uso um salto com decote, eu uso o decote com tênis ou então uma camiseta com um salto. Eu sempre usei esse formato para me vestir e segui o mesmo durante o processo."
Visto, logo existo “Eu sentia que o vermelho era um motivo para as pessoas falarem comigo e eu me senti muito confiante. Não teve um dia que eu não estivesse decidida, que eu não conseguia resolver as coisas, conversar com pessoas. Eu me sentia tão forte que eu até ficava cansada de tanta força”, desabafa Larissa, que passou por diversas situações trágicas, cômicas e até mesmo assustadoras por conta da experiência.
O período das eleições de 2018 é um exemplo de situação assustadora pela qual ela passou, principalmente porque no Brasil, politicamente falando, o vermelho é a cor que remete ao Partido dos Trabalhadores (PT). “No primeiro turno eu fui de vermelho votar e fui ameaçada por uma mulher. Ela me disse: ‘Como você tem coragem de vir assim?’; e eu fiquei recuada”, relembra. Já no segundo turno, com as disputas acirradas entre PT e PSL e, logo em seguida com a vitória de Bolsonaro, o medo veio novamente. “Eu estava de vermelho aquela noite e eu senti um medo de existir na rua, sozinha, de noite e de vermelho. Não aconteceu nada, mas esse dia eu senti medo por estar de vermelho."
No mais, Larissa chegou a ir de vermelho em casamentos, velórios, festas a fantasia e aniversários. Ela relembra que as situações mais engraçadas foram os dias seguidos em que precisou ir no banco e no cartório e as pessoas a olhavam como se ela fosse louca por estar religiosamente sempre vestida com o mesmo tom da cabeça aos pés.
Como eu era antes de você Antes de toda ideia surgir existia um estilo específico que cercava a curitibana, e pasmem: ele era minimalista. Larissa era adepta do armário cápsula, método consistente em poucas peças que combinam perfeitamente entre si, sem exageros. Os tons que mais marcavam presença em suas composições eram os sóbrios preto, branco e cinza, que ela pretende voltar correndo assim que o processo se der como encerrado.
Mas isso não significa que ela abandonará suas peças vermelhas. “Tem coisas que eu estou me desfazendo, tem coisas que eu estou devolvendo, muita coisa vai rodar, mas tem itens vermelhos que eu amo demais, como meu all star de plataforma, minha papete e meu body.”
Rito de passagem O processo de Larissa chegou ao fim no dia 23/11. O fechamento do ciclo aconteceu com uma festa organizada no jardim de seu brechó, em que nem a parede se salvou e foi pintada de vermelho. A escolha da última peça vermelha usada por Larissa foi um top, uma capa e uma saia da marca curitibana Transmuta. Não há arrependimento no processo que ela escolheu para enfrentar durante os últimos meses, mas ela brinca que única coisa que quer de agora em diante é o mais básico possível, o mais branco que tiver!
Ao finalizar o desafio, depois de influenciar tantas pessoas a brincarem com a cor vermelha e ter virado referência quanto ao tom, a lição que ela tira é que se vestir é uma brincadeira. “A gente pode fazer o que quiser com as roupas! É muito legal você explorar coisas diferentes e se colocar em situações e desafios. Eu gostaria de ter ficado um ano, mas eu não teria roupa o suficiente. Mas 126 dias foi legal!”, conclui.
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ID Fashion: 10 marcas que desfilaram
Apesar de o ID Fashion apresentar diversos acontecimentos paralelos aos desfiles, como o ID-Talk, um bate-papo sobre os novos movimentos da moda, e o Living Lab, com exposições de várias marcas paranaenses, a cereja do bolo do evento são os desfiles finais. Este ano foram dezesseis marcas locais que apresentaram três looks. Separamos dez delas para apresentar aqui e falar sobre suas composições.
Jacu
A Jacu, marca curitibana que atua há dois anos no mercado, desfilou a coleção POP.ULUS, com exageros na medida certa. Nos três looks apresentados pela marca que faz a criação completa de suas roupas, desde a estampa até as costuras, a transparência marcou presença.
Os acessórios em acrílico, com a impressão de néon à luz do dia, chamavam a atenção na montagem de dois looks desfilados. O cropped, peça que vem ganhando espaço há cerca de dois anos, foi uma das grandes apostas da Jacu.
Leveza do Ser
As sobreposições inusitadas e cortes diferentes foram o que mais marcaram o desfile da Leveza do Ser, marca que existe desde 2013. Um cropped com um vestido mullet de gola alta por baixo e uma calça solta foram uma das composições inusitadas. Aliás, os três looks desfilados tinham calças que deixavam as pernas livres, representando o foco da marca: conforto.
Reptilia
A Reptilia, marca da arquiteta Heloisa Strobel, é conhecida por suas franjas sempre presentes — e no ID Fashion não foi diferente. Dos três looks, dois tinham franjas nas roupas e um no acessório.
Justamente pelas franjas já serem o diferencial das roupas, a montagem final de cada look tinha uma pegada minimalista, com tons sóbrios. A Reptilia foi uma das poucas marcas que assumiram o lado do “sem gênero”, uma das grandes discussões de 2016 na moda.
Open Studio
E se a Reptilia assume o sem gênero, a Open Studio se identifica como marca casual masculina. Mas a marca também não deixou de seguir uma das grandes discussões da moda em 2016: o see now, buy now, que propõe que as roupas sejam vendidas assim que o desfile acontece. Desta forma, encerrando o ID Fashion, as roupas inéditas da marca já estavam disponíveis em seu site.
O que chama atenção na moda masculina da Open Studio é a aposta em looks mais curtos para homens, como os shorts apresentados. E para os pés, o grande sapato da temporada: o slide.
J.UP
A marca de Jhenniffer Breenstup veio diretamente de Pato Branco para apresentar suas famosas bolsas adaptáveis. Adaptáveis no sentido real da palavra, pois elas se desmontam e seus clientes tem várias opções de um só produto. Os zíperes e mosquetões ficam no lugar das costuras, tornando possível essa proposta de desmontar e remontar a bolsa, colocando ou tirando acessórios que vem nela.
Elyane Luxury Bags
E já que estamos falando de bolsas, não poderíamos deixar de citar a Elyane Luxury Bage, marca que aposta na exclusividade de suas bolsas. A personalização da Elyane se dá desde o atendimento até o produto final, pois o cliente escolhe todos os materiais que são usados na produção de sua bolsa, desde a cor do forro, do couro até os acessórios aplicados. Durante o desfile, a marca apresentou seus modelos únicos e mostrou seu poder de versatilidade, com bolsas geométricas coloridas, prateadas e em um tom mais sério.
Via Tolentino
Uma das marcas mais antigas do ID Fashion, a Via Tolentino, há dezesseis anos no mercado, tem como foco dois tipos de mulheres: a executiva e a evangélica. E toda formalidade da marca esteve presente no desfile, que se inspirou no reinado da rainha Vitória para sua coleção. Os looks, que foram do jeans ao couro, eram comportados, clássicos e delicados.
Artha
Apesar de o exagero remeter a rebeldia, a Artha, que atua desde 2007, uniu o exagero com o romantismo ao desfilar suas peças. A paleta de cores rosa coral e branco, da coleção Sunset Sons, atingiu exatamente o que a estilista Mariana Bassetti queria: transparecer pétalas e conchas em suas roupas. As rendas e pedrarias douradas cumpriram o papel de dar um ar vintage e romântico a cada look.
Garota Chic
A marca que foi prestigiada pela atriz Adriana Birolli durante o evento tem como grande foco roupas para pré-adolescentes, mas isso não a impede de fazer vestidos de festas ou roupas sociais. Durante o desfile, apresentaram seu forte: as roupas para jovens. A renda transparente nas saias foi o que mais chamou atenção, acompanhado dos bordados floridos que davam o ar juvenil e feminino aos vestidos.
Izabel Angeli
Com um público alvo mulheres que vestem do 42 ao 52, a marca de Marialva desfilou com modelos plus size no melhor estilo boho chic. As franjas marcaram presença nos três looks, do mais sofisticado ao mais despojado. E bem como o estilo boho propõe, a paleta de cores ficou divida em tons mais terrosos e com estampas étnicas.
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A Barbie como inspiração de moda
Enganam-se os que pensam que os looks fashionistas da Barbie ficaram lá na infância. A boneca, que já tem mais de 50 anos, foi a primeira a receber feições mais adultas, tanto na roupa quanto nos acessórios e na maquiagem. Ela acompanhou os avanços do mundo de forma geral, tanto em seus looks, tamanhos e representatividade.
O que nós trazemos aqui é um nicho que a Barbie acompanhou: o da tecnologia. Para ser mais precisa o Instagram. Isso mesmo, existem diversos perfis da boneca no Instagram, a maioria deles voltados à moda, com looks que servem de inspiração.
The Barbie LookBook
O dono deste Instragram se chama Jake Ofrasio, tem 33 anos, nasceu nas Filipinas e atualmente mora em Dubai. O The Barbie LookBook é uma forma de Jake simplesmente criar! O mais interessante das criações é que ele consegue dar várias ideias de looks com as mesmas peças de roupa, algo que para nós equivale ao famoso ‘nós lavamos as roupas, por isso repetimos elas’. Apesar de montagens extremamente modernas, Jake alega que suas inspirações vêm da moda dos anos 90 e da cultura japonesa também. Clique aqui para acessar.
Look Style Dolls
Neste Instagram, a criação de looks inspiradores não se limita apenas a garotas, ou seja, o famoso namorado da Barbie, o Ken, também exibe alguns looks aqui. Mas mais legal do que a montagem das roupas, esse feed levanta a hashtag #LoveIsLove, apoiando a causa LGBT e colocando o Ken não mais como namorado da Barbie e sim como namorado de outro Ken. Aqui as bonecas são só amigas do casal que tem até um bebê! Clique aqui para conhecer o Look Style Dolls.
The Barbie Studio
Talvez um dos mais conhecidos, o The Barbie Studio, diferente dos já citados, deixa a Barbie vivendo em sua casa de boneca, nada de mundo a fora como o Look Style Dolls e o The Barbie Look Book. Mas as combinações de roupas são bem vida real, principalmente para quem gosta de bastante cor, estampas, brilho e acessórios na hora de fazer suas produções. O Barbie Studio aposta em looks mais clássicos, mas ainda sim divertidos.
The Barbie Style
Depois de tantos perfis de colecionadores da Barbie, finalmente citamos o real Instagram fashion da Barbie. O Barbie Style é uma criação da própria Mattel, a fabricante da boneca. Claro que há um perfil oficial só da Barbie, mas voltado ao público infantil, mas esse tem mesmo como foco as roupas da boneca. De todos, este é o que mais cria situações para ela, como ir à praia, praticar exercícios, na feira, no estádio, em festas e em lojas. Isso significa, para nós, inspirações de looks para ir até a esquina de casa, se quisermos.
The Dolls Snaps
“Eu pego ideias de revistas de moda, coloco roupas legais em minhas Barbies e as fotografo”, explica o dono do The Dolls Snaps. Apesar do nome, ele afirma que a proposta não é bem a do SnapChat, mas a ideia final é, sem dúvida alguma, expor os looks de suas bonecas. Aqui o estilo predominante nas bonecas é algo mais sexy ou glam, raramente passando para algo mais folk ou moderno.
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Consumo consciente: um novo rumo para suas peças
Quando pensamos em consumo precisamos pensar em como os produtos chegam até nós. A moda oferecida nas propagandas de TV, nos desfiles de semanas de moda, nas vitrines de shoppings, em blogs ou revistas é luxuosa, tentadora, irresistível, mas é a mesma moda que coloca esta indústria entre a segunda que mais polui e desperdiça.
Contando ainda que é a área do vestuário que emprega os trabalhadores mais pobres de todo sistema e que trabalham em condições precárias — vale lembrar aqui do desabamento que matou mais de 2.500 pessoas, o do Rana Plazza (2013), fábrica de Bangladesh que produzia roupas para marcas como H&M. Há ainda a mão de obra escrava infantil e mais um milhão de pontos que poderia citar aqui.
Mas consumo consciente não é só sobre compra de roupas, é também sobre saber o que fazer com as que você já tem, por isso, separamos quatro projetos que te ajudam a dar um rumo às peças que você já quer mais ou não sabe o que fazer.
Mapa da Mina
O Mapa da Mina é uma plataforma online que pode te ajudar na venda ou compra de roupas em brechós físicos da sua cidade. Funciona da seguinte maneira: você acessa o mapa aqui, procura pela sua cidade e joga a opção brechós. O princípio de consumo consciente do Mapa da Mina vai muito além, pois você pode procurar onde doar suas roupas, onde trocar, onde achar costureiras para reformas e muito mais, pois são 12 tags que te ajudam a dar um jeito nas suas roupas.
A iniciativa, que existe há mais de um ano, é do projeto Roupa Livre e, segundo Mari Pelli, uma das criadoras, com as dicas do Mapa fica mais fácil pôr em prática outro jeito de consumir roupas. “A ideia era colocar à disposição das pessoas uma visão geral das opções que estão ao alcance delas”, ela afirma. E deu muito certo!
Trocaria
A ideia do Trocaria é sobre pegar peças emprestadas e depois passá-las para frente. Essa proposta é chamada de coleção Mais Amor, Menos Roupa e tudo acontece por meio do seu próprio feed do Instagram. Você publica no seu perfil a foto da peça que você quer passar para frente com a hashtag #MaisAmorMenosRoupa. A primeira pessoa que comentar sua foto é quem fica com a roupa e vocês marcam um encontro para a entrega da peça. Com o item em mãos, a pessoa tem o direito de ficar duas semanas com ele e então ela publica a foto novamente, desta vez em seu feed com a hashtag.
A ideia veio das amigas Maitê e Evelise já visando o consumo consciente e a mudança de hábitos de consumo atuais. “Nosso objetivo é atingir cada vez mais pessoas para que elas, como consumidoras, entendam da importância de consumir de maneira consciente e cobrem das empresas por essa mesma responsabilidade ambiental.” afirma Evelise. Para elas, moda e sustentabilidade DEVEM andar de mãos dadas. Facebook — Blog
Re-Roupa
Esse é um projeto da estilista Gabriela Mazepa, que busca transformar suas roupas já não muito usadas. O Re-Roupa quer saber a história por trás da sua peça e a transformá-la em algo único. Você leva, por exemplo, uma blusa e uma saia e elas são transformadas em uma camisa dentro de um período de sete dias. Como a própria estilista brinca: “Trago sua roupa de volta em 7 dias.”
As transformações acontecem em oficinas, ou seja, em lugares físicos. O projeto não tem um local fixo e percorre o Brasil. Para saber quando o Re-Roupa passará pela sua cidade, você pode enviar um e-mail para Gabriela no [email protected] ou cadastrar seu e-mail no site e receber a agenda.
Enjoei
É difícil quem já não conheça o Enjoei hoje em dia. O site é um real brechó online, no qual você pode montar sua lojinha e fazer suas vendas, assim mesmo, sem nenhum mistério. Você que estipula o preço do seu produto, você que coloca no correio ou marca de encontrar com o comprador para a entrega.
O consumo deles é consciente porque, afinal de contas, é um meio de fazer suas roupas girarem e não irem diretamente para o lixo. O site ganhou grande destaque por contar com lojinhas da Nina Secret, Julia Petit, Nah Cardoso, Bruna Vieira e outros diversos nomes que são referências em moda no ambiente virtual, inclusive a Gabriela, do Re-Roupa.
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The September Issue: o diabo não veste só Prada
É difícil falar em Vogue e não girar tudo em torno de Anna Wintour, editora-chefe da Vogue britânica há mais de vinte anos. Exemplo disso é o documentário ‘The September Issue’ (2009), o “Diabo Veste Prada” da vida real.
“Estamos numa crise. Anna viu as fotos e não quer Chanel nem Hilary.” afirma o editor-colaborador Edward Enninful já no primeiro minuto do documentário, mostrando quem tem o poder na revista. Ainda neste primeiro minuto, Grace Coddington, segurando uma jaqueta de couro preta, questiona “Será que Anna gostaria dessa?”. “É preta!”, uma voz responde. “É verdade. Ela me demitiria”, rebate — o ódio de Anna por preto aparece outras vezes, como quando ela crítica toda coleção de Stefano Pilati, na época head designer da Saint Laurent, por ser muita escura ou quando ela tira fotos da edição que contém muitas roupas pretas.
Talvez editora-chefe nem seja tão presente, mas seu nome é citado em todos os momentos nos quais não está, como em reuniões em que todas as frases se voltam para ela, com algo como: “vamos apresentar esta ideia, mas caso ela não goste temos esta e esta outra”. Até mesmo durante os bastidores da semana de moda em Londres, na qual Wintour sempre se encontra na fila A, tudo que se pergunta nos camarins é “Anna já chegou?”.
Suas falas durante as filmagens são geralmente de ordem. “Temos que retocar. Tire todas essas. Vamos descartar os casacos. Esse parece barato, vamos deixar aí [pendurado]. Não precisamos desta. Não vamos incluir aquela, nem esta.”
Em contrapartida a austeridade de Anna, a revista tinha como diretora criativa a ex-modelo Grace Coddington. É ela quem tem a coragem de rebater as críticas feitas. É para ela que Edward Enninful corre quando suas ideias são rejeitadas por Anna. “Ela sabe que sou teimosa, eu sei que ela é teimosa e sei a hora de parar de pressioná-la e ela não sabe a hora de parar de me pressionar.” brinca Coddington.
Mas não é por ser mais amigável que sua colega que o trabalho de Grace não é reconhecido. “Não há ninguém melhor que ela. Ninguém consegue fazer com que um fotógrafo tire fotos mais bonitas, interessantes, românticas, mais impressionantes que Grace”, declaram ao ver seu trabalho.
Todos do 12º andar do prédio localizado na Times Square, em NY, respiram moda. A cada detalhe que eles buscam colocar dentro da revista, alguém sempre ergue a voz para contar, por exemplo, que isto que eles precisam já foi inspiração de John Galliano, que há um vestido da coleção passada da Prada que remete ao que eles querem, entre outras relações históricas da moda.
Uma das fotos tiradas um dia antes da edição ir para gráfica. A produção da foto é de Grace Coddington e o cinegrafista, que gravou todo documentário, foi convidado de última hora para ser modelo. Foto: Reprodução
Entre roupas espalhadas pelos corredores, barulhos constantes de cabides sendo puxados em araras, há, de fato, como em todo trabalho, várias desavenças, talvez muito mais presentes e dramáticas durante o documentário por se tratar da maior edição do ano da revista.
Entretanto, a correria, a troca de roupas, as câmeras disparando, os gritos de nomes de grifes, as fotos detestáveis e as amáveis, tudo isso vai decaindo no decorrer das cenas que vão ganhando cada vez mais drama, devido ao fato do fechamento da edição estar se aproximando.
A edição é, por fim, fechada. Anna Wintour é claramente distante. Ela não se solta durante as filmagens, não permite que fosse retratada de forma tão íntima. Mas de certa forma fica claro porque seu papel é tão importante dentro da revista, bem como a função de Grace, o oposto de Anna, que aparece mostrando suas crises, seu desespero, seu desapontamento, suas lembranças. No final das contas, o documentário vale para buscar entender como funciona o fechamento de um impresso, toda produção e, é claro, para sentir um pouco do glamour que há no mundo da moda — e saber como esse glamour é produzido.
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Um breve recorte sobre a nova revista Capricho
Autora: Elizabet Letielas Data da publicação: 2016
Em 2008, as estudantes de enfermagem Fernanda Niemeyer e Maria Kruse publicaram um artigo analisando como a Capricho criou sujeitos anoréxicos. Durante todo artigo elas afirmam que a revista procura determinar o corpo magro como um padrão para adolescentes. Tanto nas matérias quanto na publicidade, é como se a revista acionasse um comportamento em suas leitoras para elas se sentirem insatisfeitas com seus corpos.
As edições analisadas foram de 2005 a 2007 e o que mais se notou foi uma contradição da revista no seu discurso de anorexia e dietas. Em uma edição do “Guia de Dietas” eles declararam: “Por que a Capricho, que sempre levantou a bandeira da anti-anorexia, resolveu publicar um livro sobre dietas? Para atender o desejo de milhares de leitoras que querem emagrecer e não sabem onde se informar.” Ambas notam que a revista relaciona dieta com anorexia e diz que essa edição aconteceu a pedido das leitoras, porque eles não pregam emagrecimento, mas consideram engordar um problema.
Três temas foram notados com grande presença nas edições estudadas, sendo eles: Roupas para disfarçar o corpo — Viciada em malhação — Colecionando dietas. “Percebemos que a mídia, no caso a revista Capricho, estimula atitudes que ela mesma considera “sintomas anoréxicos”. Ela mostra que o corpo magro é o corpo perfeito, define e classifica os corpos, apontando suas “imperfeições”, prescreve alternativas para corrigir os desvios, com medidas que vão desde o uso de determinadas roupas até privações alimentares representadas por variadas dietas e exercícios físicos, sujeitando a leitora à busca da imagem ideal. Enquanto isso, alerta para os “perigos” dos transtornos alimentares. Temos então um discurso que consideramos em alguns momentos contraditório e incoerente e, em outros, precário.” concluem as estudantes.
E é essa visão que temos atualmente da Capricho. Para nós, ela é o tipo de revista que impõe um padrão de comportamento às adolescentes. Mas e se eu te contar que a revista não tem mais este padrão de padrão? Ou que ela pelo menos vem tentando fugir disso?
A Capricho anunciou que não seria mais revista impressa em abril de 2016, mas mantém suas plataformas online e a edição de todo mês disponível para quem tem assinatura. Desta forma, analisamos no site as palavras-chaves que as autoras do artigo usaram: “dieta, malhar, malhação, academia, exercícios, disfarçar, dieta e anorexia” e o discurso hoje é totalmente outro.
Sobre a palavra-chave “disfarçar”, as últimas publicações que dão dicas de como disfarçar a barriga e o quadril largo são de 2012. Em “dietas”, apenas uma matéria foi publicada este ano em “Coisas que você jamais deveria deixar de fazer por causa da sua aparência” no qual a revista afirma que “você não precisa se submeter a dietas malucas por causa dos outros”.
Quando a Capricho falou sobre malhar/malhação/academia/exercícios durante esses seis meses de 2016, ou seja, em cinco publicações, duas davam a entender que você, público-alvo da revista, precisa dar uma malhadinha. Uma das publicações leva o título de “3 belos exercícios para pessoas preguiçosas ~ como você e eu ~”. Em outra, a revista mostra que talvez ainda esteja se contradizendo, como as autoras apontaram há 11 anos. A matéria dá dez dicas para fazer no dia 29 de fevereiro, a segunda-feira extra que tivemos nesse ano. A primeira dica é “fazer “O” dia de gordices” já a segunda é “Ou, talvez, começar a dieta ou a academia ~finalmente~”.
Há também matérias que acompanham a rotina de exercícios diários da blogueira Bruna Vieira e falam sobre looks e penteados das famosas em academias, que você pode roubar para o dia a dia. De bônus há um teste: “Que tipo de exercício tem a ver com você?”.
A anorexia parece não ser mais um tema que cerca a revista. Este ano, duas matérias citaram a doença. Uma delas pode-se considerar citação indireta. A matéria está na tag “it girls”, na qual as leitoras mandam fotos dos seus looks e respondem sobre seu estilo e a revista publica.
Nisto, a cantora Anahí foi citada por uma leitora como a garota que considerava com mais atitude. “Apesar de ter sofrido de anorexia, ter passado por várias coisas, ela continuou lutando pela vida”, declarou à revista. A outra citação da doença aconteceu em abril, quando a atriz Anajú Dorigon, depois de aparecer um pouco magra em suas fotos, publicou em seu Instagram que não estava com anorexia. Matérias como “Será que é anorexia?” “Você está caindo no jogo da anorexia?” “Tudo sobre a tag anorexia” e “Tudo sobre a tag bulimia” ficaram em 2009/2013.
Mas, então, se a Capricho deixou essas imposições para trás, do que ela fala atualmente? Bem, da quebra delas. E o que vai contra qualquer padrão imposto ao corpo feminino, tanto da jovem quanto da adulta, é o movimento feminista. E é nele que a revista vem se apoiando para manter suas publicações.
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Sobreposição: uma forma de aproveitar várias peças
Autora: Elizabet Letielas Ano da publicação: 2016
A sobreposição na hora de se vestir ajuda a salvar roupas de outras estações e se manter mais aquecida no inverno, contando ainda que sobrepôr peças deixa o visual mais urbano. Separei 7 sobreposições que têm se destacado no street style este ano, as oito baseadas no mix: se manter aquecida + manter o estilo.
1. Vestido sobre blusas de manga comprida
Considerando que vários vestidos grossos para o inverno são de manga curta, essa ideia é uma ajuda para não sentir frios nos braços além de usar um casaco por cima. É basicamente colocar primeiro uma blusa de mangas longas e por cima um vestido de manga curta. Dá pra levar essa sobreposição para o verão também, só mudando a camisa por uma de manga curta.
2. Suéter sobre camisa
Essa sobreposição não é nenhuma novidade. O suéter, geralmente de lã, por si só já seria o suficiente para esquentar. Nesse caso, a camisa é como um acessório na composição e quando é fechada até o colarinho dá um ar de comportado ao look.
3. Jaqueta sobre jaqueta
A bomber jacket voltou às vitrines neste inverno de 2016. O lado bom da jaqueta ser grandona, é que ela permite que várias outras peças possam ser colocadas por baixo, até mesmo outras jaquetas. Outros modelos como colegiais, jeans e couro também aguentam a sobreposição de outra peça tão grossa por baixo.
Foto: LookBook
4. Colete ou suéter sem mangas
Os coletes ou os suéteres sem mangas, de forma geral, já impõe que você os use com um visual sobreposto. A escolha do que usar por baixo fica a seu critério: uma camisa básica ou jeans, uma turtleneck, um moletom, um suéter de manga longa, um cardigan ou o que mais você achar apropriado.
5. Moletom sobre camisa
Não há nada mais confortável do que usar moletom no inverno. A peça, que por muito tempo foi considerada desleixada, já foi exibida em passarelas de coleções como da Kenzo e até já foi usado no tapete vermelho de premiações por Jessica Alba. Com a gola da camisa de fora, essa sobreposição segue o mesmo caminho do macacão + turtleneck, pela mistura de estilos e a finalização lembra o suéter + camisa no quesito comportadinho.
6. Sobretudo sobre sobretudo
Se você é daquelas pessoas que sentem um frio fora do normal, exagerado mesmo ou simplesmente mora num lado do país que o frio castiga, dois sobretudos juntos podem resolver seu problema. A ideia é um ser mais grosso e soltinho, para ficar por cima e o de baixo mais fino e justo.
Foto: LookBook
7. Macacão longo sobre gola alta
A clássica gola alta ou turtleneck, imortalizada por Marilyn Monroe e Audrey Hepburn, acompanhado do tão moderno macacão jardineira, por exemplo, é uma mistura de estilos diferentes que dão certo (o famoso hi-lo). Como geralmente o macacão que vai até os pés é de um tecido grosso, ele se encarrega de te cobrir do pescoço pra baixo. Os braços e o pescoço ficam por conta da gola alta, geralmente também fabricada por um tecido mais quente.
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São Paulo Fashion Week além das tendências
Autora: Elizabet Letielas Ano da publicação: 2016
Após 41 edições, a São Paulo Fashion Week passou por mudanças em seu calendário. O modelo tradicional do evento apresenta coleções que estão sempre seis meses à frente, por exemplo, no inverno de 2015 se apresenta a coleção de verão 2016. Mas as marcas que desfilam no SPFW procuraram se reinventar esse ano.
Tudo começou em meados de fevereiro deste ano quando a Burberry, seguida de Tom Ford e Tommy Hilfiger anunciaram que venderiam suas coleções após os desfiles da Fashion Week. Este processo, batizado de “see now, buy now”, foi muito criticado por grifes de peso como Chanel e Dior. O fenômeno está ligado ao fato da nova geração de consumidores ser totalmente conectada e receber todo tipo de informação que quer em questão de segundos. E porque eles não exigiriam o mesmo das peças que querem consumir?
O see now, buy now responde a expectativa de quero agora, preciso para agora e muitas vezes anda de mãos dadas com o fast fashion, que é a moda rápida, feita com urgência e que, por conta dessa pressa, é feita com uma qualidade inferior e vendida a preço de banana, logo, é descartada em menos de um ano pelo consumidor. Essa pressa no mundo da moda já fez com que nomes como RafSimons anunciasse a saída da grife Dior por não conseguir acompanhar o ritmo de produção/consumo desejado atualmente.
Mas a mudança na Semana de Moda vai um pouco além. Este ano Colcci e Animale retiraram seu desfile do line up. O investimento no evento foi de 12,5 milhões de reais por parte dos 17 patrocinadores. Uma queda de 20% a menos do que na última temporada. A economia atual fez com que houvesse uma queda de 8,6% na venda de tecidos, vestuários e calçados, segundo dados do IBGE.
Um levantamento da Kantar Worldpanel aponta que o setor de calçados sofreu uma redução de 17,3% com gastos em 2015. E mostram ainda que mais de 140.000 brasileiras deixaram de comprar sapatos em 2015. Ou seja, em tempos de crise, o consumo de peças de vestuário é um dos primeiros a ser cortado pela população.
Em contrapartida, segundo a jornalista Lígia Cristaldi em seu artigo “Moda, Gênero Feminino e Classe Média no Brasil”, os governos de Lula e Dilma (2003–2016) aumentaram os investimentos feitos em políticas públicas, o que levou a mudança no perfil da pirâmide social da população.
Com a ascensão da economia e as novas faixas salariais, cerca de 30 milhões de pessoas das classes D e E passaram a integrar na classe média. A nova classe média passou a ser chamada de classe C. O acesso ao consumo por parte deles fez com que lojas como a Hering quadruplicassem suas vendas em cinco anos (2007–2012).
Essa classe, ativa no consumo, mas ignorada até então pela Semana de Moda, que apresenta grifes e produtos destinas a classe A e B, foi o foco de pesquisa no artigo de Lígia. Foram identificados 20 personagens dessa classe que compram itens de moda e fazem uso de publicações especializadas em moda. Os resultados foram:
– Os 20 entrevistados admitem procurar informações a respeito do mundo da moda;
– 19 dos 20 entrevistados não sabem como opera o mundo da moda;
– 60% apontou como algo ruim o fato de as notícias que acompanham tratarem de um universo fora de sua realidade, com modelos muito magras, altas e com roupas inacessíveis;
– Apenas 1 disse não ter vontade de ir a uma semana de moda;
– Todos se informam a respeito de moda via blogs, na internet e em programas de entretenimento, na televisão.
O estudo conclui que a classe média se interessa sim em moda, mas o jornalismo em si e a semana de moda não são os lugares em que essa classe procura se informar sobre o assunto. Eles preferem blogs, se inspiram em personagens de novelas, ou seja, pessoas semelhantes a eles, algo que foi revelado também pela pesquisa atual da Collective Bias, que consultou 14 mil adultos e 60% afirmaram que são influenciados por blogs e digital influencers.
Em questão de crescimento, não seria a hora da Semana de Moda e da própria mídia agilizarem uma maneira de alcançar a classe média? A professora de design de Moda Bruna Ruschel e a professora de Vestuário Keila Nichelle, em seu artigo “A mídia enquanto potencializador da moda espetáculo”, concluem que a moda em desfiles como SPFW destina-se a poucos “apesar da informação de moda ser veiculada em amplos canais de comunicação, permeia-se a ideia de que a moda espetáculo destina-se a poucos indivíduos sociais. As reportagens relacionadas com o assunto, normalmente, espelham imagens e formas distantes das características físicas, sociais e culturais da maioria dos leitores.”
Para o Fashion Week não decair é preciso olhar para o âmbito político, cultural e econômico. Esse ano a fast fashion Riachuello, de mãos dadas com Karl Lagerfeld, estreou na Semana de Moda com 75 peças em um desfile. Os preços variam de R$ 50,00 a R$ 350,00. As roupas são apropriadas a cultura, o corpo e o clima brasileiro.
Produzir roupas de verão para vendê-las no verão é um passo. Não elitizar o evento e saber quem é que realmente consome no Brasil é outro bem importante, que está sendo aceito aos poucos dentro do desfile.
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