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Never Been Kissed (Raja Gosnell, 1999)
Everyone Says I Love You (Woody Allen, 1996)
Poison Ivy (Katt Shea, 1992)
Charlie's Angels (McG, 2000)
Song by SZA Songwriters: Carter Lang / Macie Stewart / Solana I. Rowe / Tyran Donaldson
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Por Valentina Barata (04/05/2018)
Cinema comercial é um comum termo utilizado para descrever os filmes que servem para o entretenimento. Era complicada a compreensão desse conceito e o que o separava de filmes indies, ou obras que carregam como missão: A revelação da realidade (e que por um não acaso são independentes). Ao assistir “The Florida Project” e “American Honey” percebi uma semelhança entre os assuntos abordados e as situações vividas pelas protagonistas. Então, entendi o porquê do muitos revirarem seus olhos quando o cinema é usado apenas como distração. Afinal, ele é uma das plataformas que melhor conduz o público para o que acontece na vida de muitos. Nesses filmes, podemos ver situações não comuns do cinema convencional, principalmente o fato das protagonistas serem mulheres jovens marginalizadas, esquecidas pelo capitalismo exacerbado. Podemos ver uma América do Norte nada glamorosa e romantizada. Misfits não por opção estética ou de estado de espírito, e sim porque a sociedade não as permite participar (e alguns nem estão conscientes da existência dessas).
The Florida Project (Sean Baker, 2017):
Halley (Bria Vinaite) é a jovem mãe de Moonee (Brooklynn Prince). As duas moram em um motel; Magic Castle Inn,de baixo custo nas margens da cidade de Orlando, que ironicamente é conhecida por possuir o lugar mais feliz do mundo: O complexo Walt Disney World. O filme mostra a saga da pequena que faz dos arredores um mundo de aventuras. Carregada de pureza, ela não compreende a decadência do que ocorre ao seu entorno. Sua devoção por Halley faz com que qualquer lugar seja o mais feliz do mundo.
Como mencionado anteriormente, o filme é conduzido pelo olhar inocente de Moonee. Em cenas como a da banheira (local que sua mãe a mantém, porque o quarto está sendo utilizado como ambiente de prostituição, portanto ela esconde a filha ali) ou em que um pedófilo está no parquinho observando as crianças, e o zelador Bobby (Willem Dafoe) o espanta. E Moonee fica olhando, mas não entende a razão. Como espectadores e adultos é como um instinto protetor a vontade de querer salva-la de seu olhar inocente.
É notável que o hotel não seja o melhor meio para uma criança crescer, e que Halley não seja o melhor exemplo. Contudo, não torcemos pela separação das duas. Pelo contrário, causa aflição. Pois sabemos que elas só têm uma à outra. E por um breve momento no final, ficamos torcendo que a visão inocente de Moonee seja a realidade. Porém infelizmente somos adultos, e a imagem que vemos não é mais a cobra engolida pelo elefante.
Esse texto não é apenas sobre Moonee. É principalmente sobre: Halley. Apesar dela não concorrer ao troféu de mãe do ano. É praticamente impossível não simpatizar com a personagem, que de certa maneira tenta manter a inocência da filha. Já que a sua parece ter sido corrompida cedo demais, é curioso como ela age como uma adolescente rebelde que ainda é nova demais para viver os seus maus bocados. Digo isso, porque em certos momentos é questionável se ela compreende a gravidade dos seus atos e que por isso têm suas consequências.
American Honey (Andrea Arnold,2016):
Star (Sasha Lane) mora em um ambiente extremamente hostil. Um pai que a abusa, e cria seus irmãos como filhos. Ao conhecer Jake(Shia Labouf), um homem que vê um potencial nela e a convida para se juntar a trupe de circo/ciganos contemporâneos. Nada a prende para ficar. Ela aceita a proposta dele e vai vender assinaturas de revistas pelas estradas dos Estados Unidos. O que ela não contava era que houvesse outra pessoa na vida de Jake. Não em um tom de triângulo amoroso, que de princípio é o que parece para Star. A realidade é que sua chefe: Krystal (Riley Keough) só está interessada que eles façam dinheiro, portanto não é produtivo eles se apaixonarem.
Diferente de Halley, vemos a razão de Star optar fugir de sua antiga realidade. No começo do filme vemos que suas raízes são tóxicas, e logo simpatizamos com a fuga. Star parece se encontrar com aquelas pessoas que a acompanham justamente pelo fato deles não parecerem pertencer a lugar algum.
O primeiro contato entre ela, Jake e seu secto é no supermercado, e a trilha que toca de fundo é a popular música da cantora Rihanna “We found love in a hopeless place”. Música que faz com que ela realize que ainda há esperança. Naquele momento ela não é apenas seduzida pelo fato de um homem como Jake estar prestando atenção nela. Ela se encanta com aquelas pessoas estarem dançando e sendo que elas são, e não pedindo desculpas por isso. Terem cores em um lugar que é tão cinza.
Em ambos os longas metragens vemos que os homens estão como coadjuvantes. Star e Halley tiveram problemas com seus pais, e isso faz com que eles não tenham confiabilidade para elas. Em The Florida Project, Halley e Moonee parecem ter sua dinâmica de relação como de irmãs. E Bobby seria a figura paterna mais próxima. Talvez esse personagem em nos dois filmes seja o mais próximo de um homem correto, arrisco a dizer até pessoa. Ele parece realmente se importar com as duas, e compreende a dimensão do quão ruim a vida delas é. Por outro lado em American Honey, o par romântico de Star;Jake de principio parece gostar muito dela. No segundo momento, já desvendamos que na realidade ele só seduzia para aliciar as pessoas para entrar no esquema de vendas. De fato, ele pode ser considerado o melhor vendedor da trupe. Além de ter seu inegável carisma, ele consegue convencer que fazer parte daquilo é ser parte de algo maior. Provavelmente, ele goste de Star. De tal maneira que vemos momentos que ele demonstra um ciúme possessivo, o que mostra o quão traumático foram os rastros que a relação com seu pai deixou nela(pelo seus gosto para par amoroso). Só que Jake não está disposto a admitir isso, porque sua lealdade é maior a Krystal. E também ele não gostaria de perder sua reputação de funcionário do mês.
No filme de Andrea, um dos pontos que me encantou instantaneamente foi o uso da janela no formato 4:3. Road movies, normalmente são conhecidos pelas suas amplas imagens; em desertos, amantes em fuga e etc. Em American Honey, podemos ver de uma maneira mais introspectiva que o usual. Assim podemos nos concentrar, nos detalhes dos pequenos elementos e nos mais escondidos trejeitos dos personagens. Há também o irônico fato do filme desse gênero da geração millennials, ser no formato pela plataforma de compartilhamento de fotos mais utilizada pelos jovens: O Instagram. Apesar das figuras retratadas estarem longe de serem “Super Rich Kids” como a música de Frank Ocean. Há uma moça entre elas que se encaixa perfeitamente com a letra.
Krystal é quem comanda o negócio. Sabemos que ela como Star é do Texas. São poucas coisas que sabemos sobre ela. Ela faz como a maioria dos chefes, cria uma certa distância entre ela e seus empregados. Gosta da hierarquia. Prova disso, é que enquanto os outros vão na minivan. Ela faz a viagem com seu conversível. Como dito, anteriormente não sabemos muito sobre ela. Porque não fica claro, se ela ganha dinheiro de outra maneira que seja as vendas das assinaturas de revistas. É muito fácil de ver que ela explora aqueles jovens, ficando com uma porcentagem injusta do dinheiro deles. De qualquer maneira, fica a dúvida de qual seja o seu trabalho B.
A natureza é um dos importantes cenários para ambos filmes.Seja a árvore preferida de Moonee , com céu enfeitado por um belo arco íris. O lugar em que ela e seus amigos passam a maior parte do tempo. Seu particular Magic Kingdom. Ou Star que sempre está tentando salvar um inseto.
Os traços de comportamento de alguns personagens pode ser comparado com de animais. Em The Florida Project, Halley ao saber que foi denunciada por sua amiga por se prostituir. Havendo a possibilidade de perder a guarda da filha. Vai até a casa da moça e lhe dá uma surra. Ao longo do filme, sabemos que Halley é uma pessoa inconseqüente.Todavia, não seriam todos os seres desta maneira quando se é para proteger a prole? Insensatos, irresponsáveis, imprudentes.Esse é o fator x, que faz da personagem um ser que aprendemos a gostar. A gana de proteger sua filha. Algo que todos podem se relacionar.
Já em American Honey, há um procedimento muito parecido com o do mundo animal. Quando um dos integrantes da gangue faz a menor quantia de dinheiro, todos estão permitidos de lhe bater. E se esse mesmo membro por um certo tempo não produzir dinheiro, ele é expulso da trupe e deixado no meio da estrada. Não seria a principal lei da natureza que os sobreviventes são os melhores adaptados?
Star interage com os animais/natureza de uma maneira extremamente pacífica.Esses são os momentos que a vemos mais serena, como na última cena do filme em que na água renasce. Talvez ela consiga sentir em paz, porque esse ambiente e esses seres não tentam a domar. Star em muitos momentos é vista como um bicho do mato. Uma menina muito diferentes das outras, que se destaca, uma verdadeira estrela. Na cena em que ela está contemplando a natureza, e aparece um urso;Podemos interpretar como um espelho. Ela se vê naquele animal. Usualmente, visto como agressivo.Porém no momento de solitude é manso.
Os insetos são importantes elementos. São criaturas que ninguém quer por perto, que incomodam. As pessoas sempre querem dedetizar, eliminar esses animais. Assim como, o sistema gostaria de fazer com Halley e Star. Ou tentam. As ignorando.Não as retratando.
O cinema é uma importante forma de entretenimento. Todavia, não há necessidade de o minimizar apenas para isso. Criar apenas um subterfúgio da realidade, quando há a possibilidade de ser uma também denúncia dela. E por que não os dois ao simultaneamente? Será que estamos vivendo novamente na fase da polarização?
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Oberon, 2015.
Curta-metragem realizado em película 35mm, montado em moviola 35mm e finalizado em Adobe Premiere Pro, no Laboratório de Realização I (TECCINE/FAMECOS/PUCRS).
Elenco: Amanda Gatti Marcelo de Bacco Arthur Souza
Roteiro: Pedro Sanchez Direção: Guilherme Carlotto Direção de Produção: Valentina Barata Direção de Fotografia: Catherine Vargas e Giovani Garcez Direção de Arte: Mariana Godolphim Montagem: Felipe Soilo Assistente de Direção: William Tondim 2º Assistente de Direção: Felipe Soilo Assistente de Produção: Cristiane Serra Assistente de Fotografia: Nathalia Melo Assistente de Montagem: Maitê Mahl Assistente de Arte: André Baxiski Making Of: Felipe Soilo e Pedro Sanchez Figurino: Sérgio Vargas Maquiagem: Maitê Mahl e Mariana Godolphim Produção de Elenco: Sérgio Vargas Produção de Alimentos: Pablo Severo
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HERDEIROS DAS ESTRELAS,2015.
Élver é um senhor de sessenta e um anos, ele faz de sua vida uma busca incessante por respostas sobre o céu.
Roteiro: Catherine Vargas e Valentina Barata Direção: Valentina Barata Assistente de direção: Catherine Vargas Produção: Patrícia Machado Direção de fotografia: Maitê Mahl Direção de som: Shin Oliveira Montagem: Catherine Vargas
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Vinil.
“Stefan vive uma infância conturbada ao lado de seu pai, Lúcio, e é na figura da mãe, Olivia, que encontra um refugio para seus pesadelos. Suas memórias mesclam o passado com o presente, onde a trama toma uma virada interessante. É como se Psicose ( a versão de Gus Van Sant ) tivesse um encontro marcado com a estética de The Neon Demon (de Nicolas Winding Refn, 2016). O fruto desse casamento é Vinil”.
Gênero: Terror Psicol��gico
Elenco: Aline Szpakowski João França Marco Torelly
Roteiro: Gautier Lee e Sophia Lautert Direção: Catherine S. Vargas e Valentina Barata Direção de Produção: Maitê Mahl Direção de Fotografia: Sophia Lautert Assistência de Fotografia: Gautier Lee Direção de Arte: Patrícia Machado Desenho de Som: Felipe Soilo Montagem: Felipe Soilo
Nos encontre nas redes sociais: https://www.instagram.com/vinilfilme/ https://www.facebook.com/vinilfilme [email protected]
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Vinil.
“Stefan vive uma infância conturbada ao lado de seu pai, Lúcio, e é na figura da mãe, Olivia, que encontra um refugio para seus pesadelos. Suas memórias mesclam o passado com o presente, onde a trama toma uma virada interessante. É como se Psicose ( a versão de Gus Van Sant ) tivesse um encontro marcado com a estética de The Neon Demon (de Nicolas Winding Refn, 2016). O fruto desse casamento é Vinil”.
Gênero: Terror Psicológico
Elenco: Aline Szpakowski João França Marco Torelly
Roteiro: Gautier Lee e Sophia Lautert Direção: Catherine S. Vargas e Valentina Barata Direção de Produção: Maitê Mahl Direção de Fotografia: Sophia Lautert Assistência de Fotografia: Gautier Lee Direção de Arte: Patrícia Machado Desenho de Som: Felipe Soilo Montagem: Felipe Soilo
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Submersas,2016.
"2001, quinze anos atrás, Duda e Felícia se conheceram em uma tarde de primavera. Separadas pelo tempo e unidas por um passado, retornam à casa de infância de Duda, onde refletem sobre seus lugares no mundo."
Elenco: Bianca de Bem Mariana Krüger
Roteiro: Caroline A. Karnas e Sophia Lautert Direção: Caroline A. Karnas e Catherine S. Vargas Assistência de Direção: Patrícia Machado Direção de Produção: Jamile Hablich e Luísa Cecília Direção de Fotografia: Sophia Lautert Assistência de Fotografia: Maitê Mahl Direção de Arte: Valentina Barata Assistência de Arte: Maitê Mahl Maquiagem: Victória Camaratta Som Direto: Felipe Soilo e Luísa Cecília Desenho de Som: Felipe Soilo Montagem: Felipe Soilo
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