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Olá!! Você está aqui! Que bom!
O relato que você vai ler é fruto de um diário que escrevi em um momento bem difícil da minha vida, quando fui diagnosticada com câncer de mama.
Na época escrevi esse diário porque precisava muito falar e agora resolvi transformá-lo num blog (torná-lo público), porque entendi que minha experiência pode ser útil ou servir de referência a outras pessoas que estão passando (ou não) pela mesma situação difícil.
Os depoimentos que ouvi quando estava doente me serviram de base e me deram força para enfrentar o período de tratamento. Foi como se eu estivesse caminhando em uma trilha que outros já haviam trilhado, embora eu estivesse enfrentando sozinha na verdade éramos muitas, e estavamos de certa forma juntas! Nos apoiando!
Agora convido você a rolar a tela e procurar (lá embaixo!) pela primeira postagem que é onde começa a história, com o diagnóstico.
Ah e depois me diga o que você achou, pode ser por aqui ou nas redes sociais em que provavelmente somos amigos!
Abraço!
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Aos poucos as coisas da vida tomam forma novamente. Sinto que continuarei a jornada. Mas me pergunto o que faço com o que vivi?
Um câncer não é qualquer coisa.
Eu tento escutar a doença.
E a doença me diz: viva mas lembre-se que é mortal, então não perca as oportunidades de ser feliz, ame as suas pessoas, seja perdoadora, seja corajosa e faça a jornada valer a pena!
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Agora só faltam duas sessões de radioterapia para terminar o tratamento. Eu estou com a pele da mama “queimada”, aspera e mais escura mas todo mundo aqui no hospital me garante que a marca vai “suavizar” com o tempo. Eu não me preocupo muito com isso porque é um preço pequeno a pagar pela cura.
O marido me acompanhou a todas as sessões de radioterapia, eu poderia muito bem ter ido sozinha, mas foi melhor não ter que ir.
Essa fase mais agressiva do tratamento vai acabar, continuarei com os remédios e os controles.
Eu alterno dias bons e ruins, as vezes triste outras vezes grata e feliz, outras vezes com medo mas a maior parte dos dias com esperança.
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Foto: nenhuma violação de direito autoral pretendida
Hoje fiz a 14ª sessão de radioterapia (ainda faltam 22 sessões), a menina bonita já terminou e colocaram outra pessoa no lugar dela, todos os dias eu converso com alguém.
Somos todos diferentes lá no hospital, o que nos iguala é o câncer.
Há homens, mulheres, velhos, jovens, pessoas “abastadas” e pessoas humildes. O câncer é muito democrático...
Na sala de espera os acompanhantes conversam animadamente e nas cadeiras em frente aos vestiários onde ficam somente pacientes trocamos palavras de gentileza, de força ou apenas sorrisos e olhares amistosos.
Naquele lugar predomina a solidariedade, o amor ao próximo, a humanidade.
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Foto: nenhuma violação de direito autoral pretendida
Cheguei cedo carregando a sacolinha com avental e “meinha” que me deram no primeiro dia, peguei a senha fui chamada no guichê. Agora é só aguardar o número 3 no painel amarelo.
Sinal sonoro, olho o painel, número três. Eu tenho que andar por um corredor e virar a esquerda, paro no meio do corredor meio perdida (afinal é só o segundo dia!) a enfermeira chama meu nome e aponta o vestiário.
Entro fecho a porta tiro a blusa e meu sutiã novo de “florzinha”, coloco o avental, tiro meus sapatos e coloco a “meinha”, saio para guardar as minhas coisas no armário enquanto tiro meus brincos, olho para o lado e vejo uma adolescente sentada e também de avental.
A menina olha para mim com um sorriso e começa a falar comigo, me contar como se prepara para vir todos os dias para a radioterapia, respondo o sorriso e começamos a conversar.É uma menina bonita com olhos inocentes, e aquela leveza que os jovens costumam ter!
Logo a enfermeira me chama e eu entro para o tratamento mas gostaria de ter continuado a conversar porque eu percebi que faço parte dessa “sala de espera”, gostando ou não...
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Foto: nenhuma violação de direito autoral pretendida
O ambiente na sala de espera da radioterapia é um tanto peculiar, pois as pessoas que estão fazendo o tratamento há algum tempo ficaram amigas e as vezes há tanto barulho na sala que o ambiente fica meio perturbador..
E eu que não estou muito feliz ou receptiva fico pensando : por favor me deixem aqui bem quietinha!!! Não!! Ninguém fale comigo! Hahahaha
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Foto: nenhuma violação de direito autoral pretendida
Hoje é o primeiro dia de tratamento com a radioterapia, assim eu creio pois apaguei (sem querer!) todas as marcas do corpo. Estou ansiosa e com medo de não conseguir iniciar o tratamento hoje, levar uma bronca por ter apagado as marcações ou sei lá o que pode acontecer...
Acho que só estou com medo mesmo.
Ps: as marcações foram refeitas. Eu não escapei!
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Foto: nenhuma violação de direito autoral pretendida
A radioterapia foi aprovada pelo convênio e marcada pelo hospital, começo o tratamento a semana que vem. Fiz mais exames, fui riscada e “tatuada”, um mapa por onde a radiação vai entrar em meu corpo a procura de um possível inimigo. A radioterapia também é minha amiga!
Estou com medo mas sinto que aquela coragem e disposição para suportar a dor e enfrentar o “inimigo” estão de volta!
A minha rebeldia com meu destino não resistiu a minha natureza, eu tenho que ser quem eu sou e quem eu sou aceita as dores, carrega a cruz... luta.
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Foto; nenhuma violação de direito pretendida
Primeira consulta no grupo de apoio as mulheres em tratamento de Câncer de Mama oferecida pelo hospital.
Foi nesse encontro que conheci a Sra, S, mulher bonita, minha idade, cabelos claros, bata estilo boho... me tocou com sua história. Chorou ao falar sobre os comentários inapropriados das pessoas sobre a doença, se queixou sobre a diminuição da libído por causa da medicação e disse que quando ficou careca se olhava no espelho e só via a doença.
Depois falou do lado positivo da coisa (Oh God e tem ?!) disse que o filho deixou as drogas para cuidar dela e que o marido parou de beber para não dar aborrecimento. Eu vi tanto sofrimento nela mas vi tanta força e tanta solidariedade comigo.
A outra participante a Sra. C, era mais velha do que a gente, contou sua luta, como foi a reconstrução da mama e o apoio da sua família. Muito solidária também.
Saí de lá fortalecida e inspirada por aquelas mulheres. Acreditando mais ainda que somos feitos a imagem e semelhança Dele, só pode...
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A vida continua
Os dias passam ensolarados, chuvosos, quentes, frios... e com o tempo passando eu esqueço um pouco da brevidade da vida ou me conformo com ela.
Estou passando por muitos médicos, tomando uma medicação da qual tenho medo, passei por uma cirurgia com uma intercorrência no coração e eu não sei dizer se é bom ou mau mas algumas coisas não mudam com a chegada do câncer. Como por exemplo aqueles relacionamentos quebrados e tristes.
Eu penso que a vida não me dá trégua e me sinto revoltada, colérica, indignada...
Então quando reflito sobre a existência humana e tenho feito muito isso ultimamente, só consigo pensar que o que torna bela essa nossa existência breve e por vezes desafortunada, é o amor.
O amor que damos e que recebemos, o amor as coisas belas... amor aos momentos, aos perfumes, aos sabores, aos toques, as músicas, as sensações mesmo as mais simples e pequenas. Aquele momento quando acabamos de sair do salão com as unhas feitas e pintadas ou quando colocamos aquele sapato perfeito com salto alto que deixa o andar bonito ou sentadas no sofá assistindo um filme junto com as filhas...
O amor faz valer a pena, só o amor...
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Foto: nenhuma violação de direito autoral pretendida
Consulta com a médica oncoclínica: boa, competente, consulta longa, muitas prescrições, bom prognóstico, boas expectativas. Então porque essa sensação de perda? Essa angústia? Esse medo...
Durante os próximos 5 anos tomarei o Tamoxifeno, eu estou com medo dos seus efeitos colaterais entre os mais comuns a menopausa com toda a sua alegria: diminuição da libído, pele seca,“fogachos” etc
Porém eu sei que o remédio é meu amigo e se propõe a diminuir sensivelmente a incidência de outro câncer.
Então lá vamos nós...
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Foto: nenhuma violação de direito autoral pretendida
Pensando bem cheguei a UTI com muito bom humor (efeito da droga claro!) e fui recebida por pessoas muito gentis. Eu me lembro de implorar para ir ao banheiro (as pequenas alegrias da vida!), mas foi em vão não deixaram, me ligaram a fios e ao soro e eu tive que fazer xixi na comadre hospitalar.
Foram três dias de UTI até que depois de todos os exames descobriram que não foi um Infarto mas um Bloqueio de Ramo Esquerdo, que poderia ter aparecido em qualquer momento mas resolveu aparecer bem durante a cirurgia para tornar tudo mais emocionante para mim e para a equipe médica! hahaha
A UTI é um lugar muito triste, tudo parece real demais..
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Precisamos falar sobre o dia 16 de julho
Marcação com radiação, o líquido “subiu” rápido e isso é bom.. (não sei exatamente o porquê). Saguão do hospital, despedida da família. Sala de espera do pré-operatório, visita da médica (tão animada!) e do anestesista (a filha o achou bonitão! rsrs), despedida de novo e ida para o centro cirúrgico. Agora sozinha, mais sozinha, muito sozinha. Instantes de desespero, médica e anestesista se aproximam. Pronto vai começar a viagem...
Algum tempo depois, na verdade pareceu o mesmo momento, pessoas me tirando da mesa cirúrgica logo depois o anestesista se aproxima e fala: olha teve uma intercorrência durante a cirurgia...
Na verdade aí começou a viagem!
Na sala do pós-operatório enquanto colhiam meu sangue para saber se eu havia tido um infarto e refaziam o eletrocardiograma, eu ouvia um burburinho de macas, aparelhos e pessoas falando, tudo embalado pela droga que ainda circulava em meu corpo. Sem poder nem enxergar (míope sem óculos!) me restou pensar, sofrer e orar!
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Foto: nenhuma violação de direito autoral pretendida
Eu tenho olhado para mim e mesmo não estando no momento de maior devoção da minha vida eu me sinto em paz com Deus, pelo menos no que diz respeito ao câncer.
Eu sinto um relacionamento verdadeiro se consolidando entre nós, somos mais próximos agora... E muitas coisas que eu repetia somente porque queria acreditar, agora eu entendi e passaram a fazer sentido.
Eu sinto uma paz, aquela que excede o entendimento...
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Uma vida toda em vinte dias
Há vinte dias minha vida mudou drasticamente, eu fui diagnosticada com câncer de mama. E assim minha vida mudou. Minha rotina mudou, meus planos mudaram, minhas preocupações mudaram, meu estado de espírito mudou.
Durante esses 20 dias as mudanças não pararam de acontecer, de repente meu mundo se encheu de exames, procedimentos, pessoas para me ajudar, pessoas como eu precisando de ajuda médica. Sentimentos intensos, meus e de outros, medo, dor, coragem, esperança.
As pessoas e tudo que eu amo e que não amo, meus problemas, frustrações, decepções, realizações, amores e desamores tudo permaneceu em minha vida. Nada ficou mais feio ou mais bonito, apenas ficou. Mas mesmo assim tudo parece diferente depois do diagnóstico.
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Foto: nenhuma violação de direito pretendida.
Último dia do curso de Filosofia para Crianças, uma sexta-feira 13, dia ensolarado e frio...
Hoje por nenhum momento me senti desesperada, sufocada, com vontade de sair correndo. As pessoas do curso me pareceram tão humanas, praticamente próximas. Tudo acontecia dentro do previsto, tudo em paz. Sensação estranha para mim nesses últimos dias. Estou numa calma quase letárgica.
E teve almoço sim, bom, cheio de amor, proximidade e admiração.
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Foto: nenhuma violação de direito autoral pretendida.
Dia frio, chuvoso como minha vida ultimamente. Sem curso hoje, dia da entrevista com a enfermagem do laboratório que vai acompanhar minha cirurgia. A enfermeira é muito gentil e acolhedora, ela me explica como será o procedimento e na saída me abraça e me aconselha a não pensar na cirurgia durante o final de semana. Foi um abraço tão bom que me deu um ‘quentinho” no coração! Abraçar é uma arte!
Ps: Senti falta do almoço com meu amigo.
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