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diário de uma garota sem rosto, escondida através de palavras.
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tottikarnstein · 11 days ago
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Que se dane o destino: Uma carta para o Victor Hugo
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Nunca fui de namorar. Sempre achei muito cansativo conhecer alguém, passar por aquelas conversas chatas, criar conexões. Enjoava muito fácil. Acho que, no fundo, nunca encontrei alguém que realmente me fizesse querer ficar. Mas eu sempre fui muito intensa. Sempre senti tudo demais, mais que os outros. E mesmo assim o amor parecia algo muito distante pra mim, como se eu não fosse feita pra isso.
Victor Hugo é meu primeiro namorado. E, por mais que eu não acredite muito nesse tipo de coisa, sei que não foi por acaso que ele foi o primeiro. Não é leviano quando digo que amo ele de coração e alma. Porque ele foi a primeira pessoa de quem eu não enjoei. A primeira pessoa que nunca me cansou, que nunca perdeu a cor aos meus olhos, por quem meu sentimento só cresce, dia após dia. Quando penso nele, não sinto aquela pressa desesperada de filmes de romance, aquela angústia de que tudo acabe de repente. O que eu sinto é algo que não precisa de exagero pra ser imenso.
Sempre pensei demais sobre o amor e as suas formas. Passei a minha pré-adolescência imersa em livros e filmes de romance, acreditando que, um dia, viveria algo assim, intenso e perfeitamente alinhado. Mas agora, vejo que são só histórias. A vida não tem trilha sonora tocando na hora certa, diálogos ensaiados, pessoas cantando e dançando do nada (Talvez tenha rs, mas vocês entenderam). O amor acontece nos detalhes que ninguém escreve, nos silêncios confortáveis, no jeito que ele segura minha mão e faz carinho, quando ele me olha e eu finjo que não estou vendo. Eu poderia escrever um milhão de coisas e ainda assim ia sentir que falta algo. Nenhuma palavra faz jus ao que eu sinto.
E talvez essa minha história tenha começado muito antes de eu perceber.
Sempre gostei do nome Victor Hugo. Não sei exatamente o porquê, mas sempre me soou bonito, forte, familiar de um jeito estranho. Eu costumava usar nos meus personagens de fanfic e RPG, sempre tinha um Victor Hugo. É como se, inconscientemente, eu já estivesse desenhando alguém que faria parte da minha vida. Ele surgia na minha mente sem motivo, como um presságio silencioso que só faria sentido anos depois.
Em 2020, quando eu tinha 14 anos, escrevi uma carta para o meu futuro namorado. Sem razão nenhuma, um impulso bobo. Como eu não sabia quem ele seria, precisei dar um nome a ele. E sem pensar muito, escrevi o nome dele. Não escrevi porque conhecia alguém com esse nome. Apenas parecia certo.
Na carta, eu escrevi: "Espero te encontrar nos próximos cinco anos.". E então o tempo passou. Eu não fiquei obcecada por isso. Não sai procurando todo Victor Hugo que cruzava meu caminho. Não fiz disso uma missão. A vida seguiu, eu segui. E então, de repente, sem aviso, ele apareceu. Três anos depois. Antes do prazo que eu mesma tinha escrito. Eu poderia chamar de coincidência, mas certas coisas carregam um peso diferente. Como se, de alguma forma, algumas pessoas estivessem destinadas a se encontrar, mesmo que a gente não entenda como ou por quê.
E é irônico, porque eu digo que não acredito mais em filmes de romance. Que o amor não é aquilo, que eles só criam expectativas irreais. Mas ai isso acontece e eu me pergunto: Como não acreditar? Se eu visse isso num filme, acharia exagerado, coisa de roteiro. Mas a vida tem dessas coisas. Ela acontece de um jeito estranho, coloca peças no tabuleiro antes mesmo da gente perceber que estamos jogando.
Fui presenteada com um cérebro que gosta de ficar sozinho e que não consegue expressar o que sente, junto com um coração que sente demais. Minha mente é um turbilhão de pensamentos que nem sempre consigo organizar. Tudo dentro de mim é confuso. Mas ele nunca me cobrou nada. Nunca exigiu que eu fosse algo que eu não sou. Ele me lê com facilidade, entende as nuances dos meus silêncios, entende quando meu olhar carrega uma melancolia que nem eu mesma consigo explicar. E ele simplesmente fica.
Acho que a gente se apaixona para se reinventar. Quando a gente ama alguém, a gente muda. Não porque o outro pede, mas porque o amor tem esse efeito sobre nós. Ele nos faz querer ser melhores, tira a gente da nossa zona de conforto, nos faz enxergar o mundo com outros olhos. A gente aprende coisas novas, se arrisca, experimenta o que nunca imaginou. E isso porque queremos ser melhores pra essa pessoa, porque queremos ser alguém que vale a pena amar.
Victor Hugo me inspirou a escrever, a me abrir, a transformar em palavras tudo aquilo que sempre ficou preso dentro de mim. Nunca fui de expor o que eu sinto MESMO, só de forma superficial, sempre achei mais seguro guardar para mim. Mas com ele, pela primeira vez (Quando digo que ele é o meu primeiro tudo, é sobre isso que eu estou falando), isso não parece tão assustador. Amar ele é estar em constante mudança, mas de um jeito bonito, como se eu sempre estivesse me tornando um pouco mais eu mesma.
O Victor Hugo é o lugar seguro onde me reinvento e ao mesmo tempo o espaço onde posso me expandir. E, ao mesmo tempo, me sentir mais inteira.
E sempre que eu penso nele, eu penso naquela música, “Dueto”. O amor sempre foi visto como algo previsível, escrito nos astros, nos signos, nos livros. Mas eu nunca achei que houvesse um caminho certo, uma certeza absoluta. E é exatamente isso que a música diz: Que se dane o destino. Porque algumas coisas simplesmente acontecem. Algumas pessoas, contra todas as probabilidades, simplesmente se encontram.
E talvez seja isso que torna tudo tão bonito. O fato de que, no fim, não são os astros, profecias ou os sinais que definem nada. O amor não precisa de justificativa, ele acontece no inesperado. Ele existe naquilo que é vivido. De algum jeito silencioso e inevitável, ele foi se tornando parte de mim. Foi entrando nos meus dias, nas minhas conversas, nos meus pensamentos, até que, sem que eu percebesse, já era amor. E não um amor grandioso de filme, mas algo que se constrói no dia a dia, que se fortalece na certeza de que, aconte��a o que acontecer, mesmo com o destino dizendo “NÃO”, ele sempre vai estar lá. E no meio de tudo isso, ele é o que há de mais certo. Ele é o meu amor, e, acima de tudo, a minha paz.
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tottikarnstein · 1 month ago
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Fim do período de teste
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Eu achava que esse papo de “crise dos 20” era mentira, até chegar a minha vez. Estou DESESPERADA. Fiz 20 anos em dezembro, e pra mim tudo parece fora do lugar. Todos os meus amigos estão dando grandes passos na vida (Tenho ex-colegas de turma que estão no segundo filho!), e eu nem decidi o que quero fazer ainda... Nunca pensei que a pressão fosse me afetar assim, achava que era só um exagero. Não consigo nem escolher a minha comida favorita quem dirá tomar decisões importantes.
Não quero parecer aquela jovem branca, mimada, irresponsável, que não sabe o que quer (Talvez eu seja rs), mas caramba. Todos parecem estar ocupados demais procurando incansavelmente um propósito pra tudo isso, e eu me sinto culpada, porque a impressão que eu tenho é de que não estou procurando tanto assim. E eu não vou nem falar sobre as redes sociais, você acompanhando tudo que a pessoa faz em tempo real, a comparação só é mais forte.
Acho que eu deveria ser mais gentil comigo mesma. Ao mesmo tempo que eu me julgo tanto, eu penso que tá tudo bem estar meio perdida. Pessoas de todas as idades devem se sentir assim, né? Ninguém tem todas as respostas, tá ok errar. Eu só tenho 20 anos. Paciência.
Foi nesse turbilhão de pensamentos que eu decidi criar essa conta. Sinceramente, estava me sentindo sozinha, não de solidão, mas de sentir que não tinha ninguém na mesma frequência que eu. Sentindo que estou correndo contra um tempo que só existe na minha cabeça, tentando chegar em algum lugar que eu não faço a mínima ideia de onde fica.
Eu sempre gostei muito de escrever, de falar demais, pensar muuuito. Meu bloco de notas sempre esteve cheio, e o ouvido dos outros também rs. Por muito tempo, isso foi o suficiente. Mas achei que seria legal compartilhar algumas coisas, por mais que eu ache que ninguém vai ligar pro que eu escrevo aqui. Vai que alguma doida lê, se identifica e pensa “ufa, não sou só eu”, já vai ter valido a pena.
Não sei o que eu quero e nem se estou no caminho certo. E se, de alguma forma, escrever e compartilhar isso puder ajudar alguém a não se sentir tão sozinha, então talvez eu tenha encontrado o meu jeito de lidar com essa crise dos 20. E talvez isso seja o suficiente por enquanto.
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