thevampe

[thevampe]

𝘤𝘰𝘮: @saintamberley, closed starter. 𝘦𝘮: galeria da eternidade.

Presenças constantes pelo interior da galeria — sofisticadas por vestimentas, trejeitos característicos; não causaram em Lucretia alguma surpresa perante suas aparições. A vampira transpassara sinuosamente por esses corpos, a maioria imputados com odores nauseantes, e em momento algum, tornou-se relevante o suficiente para o cenário e suas figuras apresentáveis. O salto baixo estalando contra o piso polido não poderia a evidenciar tanto quando comparado ao fascínio verbalizado dos outros acerca da exposição religiosa estruturado por Cordelia; esta, cada vez mais distante. Isolada, Lucretia pelo menos buscava encontrar uma oportunidade que lhe fosse permitido proximidade quanto a figura contemplada. Pois quanto ao relacionamento que possuía com a matriarca do Clã, apenas restou o afastamento, um agravante provindo de suas escolhas desacertadas.

Futilidade jovial em um coração titubeante, a garganta escassa do líquido rubro, Lucretia usara de estratégias para permanecer serpenteando pelos corredores sem que fosse notada. Sorrateiramente, insistiu na aproximação com a proprietária do local, quando finalmente a encontrou sozinha. Uma ocasião particular. — Contrariando tudo o que seus bajuladores já lhe falaram, consigo contar em uma mão os quadros evidentemente tortos na exposição. — A verbalização veio acompanhada com tons de divertimento, como uma habitual brincadeira infantil, ressaltada pelo sorriso que formou nos lábios da vampira. Era nítido que as palavras compartilhadas possuíam uma essência atentada por parte da mais nova, jogando os braços por trás do corpo, em postura inocente. — Não são muitos, mas me incomodaram, caso preze pela opinião de uma observadora assídua. — Implicou, um pouco mais, buscando resgatar a intimidade que um dia possuiu ao lado de Cordelia, perpetuando familiaridade no ambiente da galeria. Na fala despojada, pelo menos podia ignorar a timidez e o nervosismo crescente em seu âmago.

[thevampe]

Um olhar astuto sobre o que ainda ocorria a sua frente, com postura séria, acompanhando o comportamento alheio. Buscara entre as contáveis faces familiares, estas sendo autoridades reconhecidas do templo, algum indicativo acerca dos seus sussurros estarem atrapalhando o procedimento da cerimônia assistida. Fazia, principalmente, pelo temor de ser apontada novamente como alguém que cedia espaço para tumultos, tornando as lembranças dos seus dias, os anteriores, recorrentes pelo constrangimento sentido; consideráveis reclamações vindas de suas desavenças com as matronas do templo. 

Lucretia persistia em conciliar suas revoltas internas perante uma comunidade que implicava erudição e integridade nas suas devoções; inserindo-se com propósito no meio. A decisão aparentemente madura conduzia em si uma postura mais cautelosa, em contrapartida, ao cerne vampírico que instigava tendências desordeiras. O compartilhar dos segredos ancestrais no sacerdócio pregado deveria acompanhar os anseios de sua alma, mas ainda era seduzida para as tensões buscadas por uma audição apurada e no de cortesia quanto a figura masculina que se debruçava no banco a sua retaguarda.

De respiração comedida, o ar quente disperso para fora dos pulmões equilibrava seu mau-humor. Ainda assim, a vampira se permitia acompanhar as palavras que lhe chegavam, persistindo no diálogo iniciado a quem pouco vislumbrara as feições. — Vejo que está carregando problemas. Se for o caso, a Sacerdotisa poderá recebê-lo pessoalmente após a cerimônia para falar sobre essas angústias. Sinto que não posso ajudá-lo muito, caso tenha pensado nessa possibilidade. — A orientação era genuína, com o pouco falado, sentia uma dispersão de fundamentos vindos da presença masculina, menos aparente do que a movimentação desnecessária exibida anteriormente. — A saída do templo também é bastante acessível, caso não tenha pensado nessa possibilidade também. — Simplicidade na forma de refletir, Lucretia igualmente desejava se abster de uma responsabilidade que não lhe dizia a respeito, evitando a má atenção dos olhares mais velhos que, vez ou outra, seguiam para onde ela se mantinha sentada.

Por vezes, conduzido pelos murmúrios em forma de preces que incisivamente preenchiam cada parte de sua existência, era redirecionado à Terra e aos humanos, presos em seus espirais de problemas. Os empecilhos eram diversos, todavia, a movimentação destes não mudava quando recorriam aos Céus: completamente embebidos da própria crença, mas procurando inconscientemente por palavras cabíveis e enfeitadas, como se a atenção a suplicia dependesse do quão apresentável se mostravam, submissos como a própria classe de anjos. 

Decerto, Samandriel nunca encontrou uma postura diferente daqueles que procuravam pelo celestial, motivo pelo qual as íris castanhas se estreitaram enquanto a figura feminina e sua verbalização, no mínimo, imprevisível. Além do estranhamento acerca da ausência de suas asas, a resposta alheia o impulsionou a debruçar-se nas costas do banco de madeira à sua frente, onde procurava, no absorver das feições alheias, compreender o movimento incomum que agora percebia no interior de Settemus - longe de qualquer aspecto conferido pela graça, sua essência celestial. 

Necessário era o tempo para compreender que a consequência da fala da devota era um incômodo genuíno, aparentemente um movimento comum ao corpo e psique que agora habitava, completamente sensível à recepção alheia. — E nem por isso Ele irá se dar ao trabalho de fazer algo. — O arrastar da própria verbalização, conjunta as íris que contemplavam parte do rosto da desconhecida, aproximava Samandriel de alguém pouco harmônico, como sua espécie exigia, pois talvez não tivesse gostado da resposta da mulher, ainda que não conseguisse entender a motivação por de trás da mudança entre essa e o resto dos fiéis com quem se encontrou no decorrer de seus milênios de existência. — Portanto, preces e servidão em vão, pois ainda assim é muito mais fácil que haja uma resposta enquanto uma indisciplinaridade do que à palavras enfeitadas. Ele também pode ser sacana, mas só é porque sempre tem alguém juntando ambas as mãos em decorrência de seu nome. — A sucessão de acusações, provindas dos próprios lábios, era quase como cair novamente - liberto, como nunca seria no Céu e distante da amarra que a devota procurava inconscientemente para si própria: uma caixa que, em outros tempos, não a permitiria falar daquela forma. 

[thevampe]

♡ jessica alexander via instagram

[thevampe]

A fragrância que lhe alcançava era campestre, chamusco entre variadas ervas — um bálsamo para os pulmões retraídos na própria insignificância. A defumação decaía dentre os degraus como brumas diáfanas, engradecendo os prenúncios para o sacerdócio. Este, perpetuado por uma voz alterosa, tecia histórias sobre os Antigos e, embora conduzida pelas deslumbrantes narrativas, Lucretia permanecia com distanciamento no olhar. Incontáveis vezes se vira a mercê das peculiares de uma consciência, recorrendo a míseros instantes para flutuar entre reflexões acerca do que era observado por si, de mãos unidas em prece. 

Consideráveis fiéis, volvido por ancestralidade e misticismo, difundiam cantos nos quais preenchiam a existência daqueles que buscavam algum significado no recinto. A vampira, com um coração aberto, ouvia cada citação circundada pelo silêncio, reverenciando o momento moldado através do reforço na crença. Em contrapartida, caminhava entre os murmúrios de vozes ao ser constituída por sentidos aguçados, percorrendo o suficiente para adentrar intrinsecamente em um enclave de ruídos e passos tortuosos. Erro seu cometido. 

Desapropriada de filtros, não se afastou do então tumulto, este intimamente selecionado apenas para lhe instigar irritabilidade. As excedentes distrações, aliadas ao devaneio aparente, apenas destituíram Lucretia da oratória performada pelo templo, quando conduzida a comunicação estabelecida. — Acredito que pelo menos Ele o tenha ouvido, pela forma como tumultuou os bancos com pouca sutileza. — Entre os lábios rachados por escassez do rubro ferroso referente a sua alimentação, a voz da vampira saiu como um sussurro. — Quanto a mim, já não poderei afirmar o mesmo. — Afastou-se do incômodo, apesar do tom proferido demonstrá-lo com tamanha descomplicação. Apertando novamente as mãos unificadas, desejava retomar, urgentemente, ao que era compartilhado, evitando algum insulto perante o sacerdócio.

𝘤𝘰𝘮: @thevampe, closed starter. 𝘦𝘮: flashback, templo do crepúsculo silencioso.

Ainda que nos milênios de existência nunca tivesse se apropriado de um corpo, Samandriel era capaz de sentir a ausência de suas asas como um punhal impiedoso. Os pés o guiavam entre os bancos de madeira distribuídos pelo templo com a mesma propriedade que Settemus, seu hospedeiro, o fazia todos os dias, no mesmo horário - porém, agora o corpo habitado pelo anjo, se arrastava desajeitadamente, enquanto habituava-se com seu aparente desvencilhar da plumagem esbranquiçada. Deslocado em meio ao que tinha procurado e persuadido.

Nos poucos minutos como um celestial que caminhava na Terra, podia resumir a mundanidade como estranha, mas os signos espalhados pelo santuário o conduziam automaticamente a uma familiaridade com o Céu, infelizmente. A verbalização alheia, arrastada e íntima, como uma prece deveria ser, fomentava nas suas novas entranhas da mesma forma que reverberavam enquanto movia-se como um anjo da guarda - seguindo o propósito Dele, embora longe de grandes orientações deste.

Decerto, poderia transitar entre o que o incomodava mais; a ausência aparente de suas asas ou o absorver excessivo das preces mesmo enquanto humano, mas todas perderiam para a convicção desempenhada pela figura feminina à sua frente, completamente devota. — Você sabe que Ele escolhe não a ouvir, certo? — A voz, mesmo estranha às próprias cordas vocais, contemplava uma persona pouco inclinada a grandes crenças - completamente desproporcional ao ambiente no qual estava e, sobretudo, à Setttemus Ventrue, adormecido e perdido em meio a graça celestial de seu ex confidente.

[thevampe]

⋆ ˚｡⋆୨୧˚ jessica alexander via instagram .

[thevampe]

❝ Eu sou. Mas o que sou ninguém se importa ou conhece. Sou a consumidora de minhas próprias mágoas. Elas ascendem e desaparecem em chão estéril, como sombras em dores delirantes de um amor sufocado. E ainda assim sou. Vivo como vapores tremulantes. Anseio por cenas onde o homem nunca trilhou. Um lugar onde as mulheres nunca sorriram ou choraram, para poder dormir como eu dormia docemente na infância; tranquila e despreocupada, a grama abaixo – por cima, o céu abobadado. ❞

( mulher cis • ela/dela • bissexual ) — Não é nenhuma surpresa ver LUCRETIA ROMANE Ó BRÁDAIGH andando pelas ruas de Arcanum, afinal, a VAMPIRA DO CLÃ DAS SOMBRAS SILENTES precisa ganhar dinheiro como FREIRA DO TEMPLO DO CREPÚSCULO SILENCIOSO. Mesmo não tendo me convidado para sua festa de SETENTA ANOS, ainda lhe acho ENGENHOSA e DEDICADA, mas entendo quem lhe vê apenas como INDISCIPLINADA e PREPOTENTE. Vivendo na cidade DESDE SEMPRE, LUCY cansa de ouvir que se parece com JESSICA ALEXANDER.

✶ 𝟎𝟎𝟏 —— 𝒅𝒂𝒅𝒐𝒔 𝒃𝒂𝒔𝒊𝒄𝒐𝒔 ৴ ❞

NOME COMPLETO: Tornou-se Lucretia Romane Ó Brádaigh

ESPÉCIE: Vampira

OCUPAÇÃO: Vive como Freira no Templo do Crepúsculo Silencioso, em um Convento discreto no interior do recinto, acompanhada por outras seguidoras. Ocupando essa posição, em suma, Lucretia não apenas auxilia aqueles que procuram o local sagrado por seus motivos particulares, como também participa de todas as celebrações religiosas e cultiva o espaço para a sua preservação

SIGNO: Renascida no primeiro dia de Áries (21/03)

ALINHAMENTO MORAL: Neutro, com leves tendências ao Caótico Neutro

✶ 𝟎𝟎𝟐 —— 𝙗𝙧𝙚𝙫𝙚 𝒉𝒊𝒔𝒕𝒐𝒓𝒊𝒂 ৴ ❞

A qualquer momento...

✶ 𝟎𝟎𝟑 —— 𝙝𝙚𝙖𝙙𝙘𝙖𝙣𝙣𝙤𝙣𝙨 ৴ ❞

Apesar da notável devoção quanto seus afazeres no Templo do Crepúsculo, existiram urgências maiores nas quais incitaram a escolha de Lucretia no exercício de seus serviços religiosos. Intimamente, trata-se de uma esquiva perspicaz criada pela vampira para não ceder aos controles excessivos de seu progenitor — aquele que a transformou — diante das propostas e expectativas dela quanto ao esperado pelo Clã.

Possuiu uma criação educacional severa que impulsionou seus caminhos como academicista na Universidade de Arcanum. Estava desenvolvendo uma formação em Política, mas renunciou da faculdade no terceiro período, quando decidiu seguir para a devoção religiosa.

É, indiscutivelmente, apegada aos irmãos de criação. Mesmo distante, por tanto tempo, carrega um pesar no coração pelas decisões tomadas que resultaram na fissura familiar.

Apesar de permanecer no ócio de repercutir sua educação polida e uma aparente aura introspectiva, não é difícil perceber suas inclinações para um mau-humor sustentado pelo característico sarcasmo mórbido. As reuniões familiares sempre pareciam esperar por algum desserviço verbal vindo dela.

Estando no Convento, acima de tudo, Lucretia limita sua própria natureza vampírica como uma clausura conventual particular sua. Isto é, quase vive em constante anemia por beber o mínimo de sangue possível e não cede as luxúrias mundanas.

Não possui memórias de sua vida antes de ser transformada e, por vezes, acredita haver algo a impedindo de acessar essas recordações.