tenxbris
every inch a queen.
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❝in the garden i will die. in the roses they will kill me. i was going, mother, to pick roses, to find death.❞ ⊰魔性の女⊱ independent rp blog original character pt-br / selective
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tenxbris · 5 years ago
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@armoredwitch​
Certas coisas são capazes de machucar, outras de confundir por razões que o cérebro não consegue de fato conectar. É assim que se desenvolve medos! Se toda vez que uma pessoa sobe numa montanha um terremoto numa vila próxima ocorre, quando ela retornar ao seu grupo será com toda certeza punida por tal alto, seja coincidência ou não. Eventualmente dirá-se ás crianças que não subam na montanha, eventualmente punirão quem pensar em tentar subir, mas ninguém se lembrará a razão exata do porquê. Era isso tipo de coisa que estava corroendo sua mente presa por correntes: um medo de algo que pode acontecer ou não, mas que certamente não deve ocorrer por desastres passados ou só crendice e sandices.
Felizmente Vienne é só um gato escaldado que esqueceu que tipo de coisa teme. Esse medo de ter algo que teme felizmente não é algo tão torturante, poderia ser pior. Aceitar carinhos era algo que fazia bem, seu ego era uma das únicas coisas que permanecia igual ao seu eu infantil. Se bem que Vienne não era muito diferente de uma criança bem crescida com os olhos de uma velha que sabe que não deveria estar fazendo horas extras no mundo. Seus tremulares estavam aos poucos diminuindo com aqueles carinhos, sua garganta parecia menos seca, entretanto o medo de algo conhecido, porém esquecido ainda a praguejava, beliscava suas extremidades, mordiscava seus ossos e raspava o interior de suas veias.
— … Esta nem mesmo é questão, Megan. Eu apenas sinto que algo não está correto. — Uma risada pouco convincente escapuliu de seus lábios, uma tática frouxa para se sentir melhor. — Talvez eu tenha falhado tantas vezes que ver algo que se assemelha à um sucesso fácil me assusta. — No fim acabou conseguindo se colocar numa melhor posição, pelo menos melhor para não ferir seu orgulho imenso com as costas retas e pernas cruzadas sob as saias. Ainda assim, o tombo a praguejava fortemente. — … Muitas coisas ocorrem todos os dias, Megan. Eu sinto como se algo tivesse mudado lá atrás, é como se eu perdesse um pouco de minha vontade original, minha identidade, a cada dia que passa. Não possuo mais controle sobre muitas coisas que penso, digo ou faço. É assim que é a velhice de verdade? — Dois segundos de silêncio e gargalhou. Gargalhou jovialmente e de forma genuína, claramente perdendo seus lados pelo modo que se abraçou. — Ah, espera! Não tem como você saber, não é?! — Ah, essa foi a melhor das piadas. Vienne nunca experienciara a velhice, até mesmo sua fase final da adolescência fora bastante turbulenta, sua fase adulta foi jogada no lixo. Como saber o que é velhice? Perguntando para uma garota atemporal é que não é!
eu entendia o que ela queria dizer, ou ao menos em alguns níveis eu achava que entendia, porque mesmo sendo imortal e tendo visto muito, não era como se alguns aspectos não tivessem me mudado e impacto de formas diferentes. às vezes eu sentia que já tinha sido diversas pessoas diferentes em um mesmo corpo, como se minha alma e essência sempre estivessem sido manipuladas de um jeito novo que eu não compreendia ou que me fazia querer ficar deitada em minha cama durante todo um dia.
crescer e aprender era importante, estar aberta para novas experiências acaba sendo algo positivo dependendo do que vá fazer, mas eu usualmente me encontrava evitando isso ao máximo porque, céus, eu sentia medo. eu já tinha sido uma mulher mais cheia de coragem no passado, acho que sempre gostar de arriscar minha imortalidade me fez alguém pronta para correr qualquer risco, porém dessa vez só de pensar em qualquer ferida ou motivo para não mais existir eu... me tremia por inteiro. se eu não existisse eu não poderia tocar mais uma canção no piano, não conseguiria dormir rodeada dos meus três gatos tão folgados, e não poderia estar com vienne mais uma vez.
“bom... eu não sei como é a velhice, acho que nunca irei a experienciar.” comecei a falar ao me ajeitar ao seu lado, sentada no chão, enquanto a segurava com delicadeza em meus braços e me impedia de parar com os cafunés que, percebi, gostava muitíssimo de proporcionar a ela. “mas eu já perdi minha motivação e vontade originais vezes o suficiente para poder te dizer que, por mais ruim que pareça, é algo natural, e que se precisar de alguém que fique ao seu lado durante esse processo, eu estarei aqui.”
então deixei um breve selar em sua maçã do rosto, e provavelmente teria a olhado com carinho por um momento se não tivesse notado a marca que meu batom tinha deixado em sua pele; não aguentei segurar a risada. “acho que isso já é uma nova experiência, não? já sei que devo usar apenas hidratantes labiais se não quiser te manchar de beijos vermelhos em todas as vezes que eu te ver.” até porque era um tanto impossível evitar a vontade de enchê-la de carinhos e beijos em todas as ocasiões que nos encontrávamos.
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tenxbris · 7 years ago
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@renaissons
   Bastou muito pouco para que Aniel se permitisse arrepender de ter realizado tal ação - e olhe que ele não era um rapaz de se arrepender das coisas! -, pois, bem, a mulher a quem ele se dirigira era bastante bonita. Ele carregava consigo um certo problema de se encantar com as pessoas com facilidade, em especial mulheres bonitas; claro que jamais passava dos limites moralmente impostos, mas ainda assim era incapaz de controlar a aceleração de coração, tão humano, quando via uma mulher bonita.
   Ademais onde morava não era costumeiro ter mulheres asiáticas - os olhos puxados da outra chamou-lhe a atenção, ele permaneceu com os lábios entreabertos antes de formular qualquer resposta. Piscou uma, duas, três, quatro vezes.
“Sequestro?”, repetiu sem entender, “Isso não é crime por aqui?”
   Aniel decerto perdera a conta de quanto tempo passara desde que adquiriu um corpo humano entretanto não compreendia de maneira perfeita como funcionavam as leis em cada território; sabia, por exemplo, que em determinados países não era permitido que casais homossexuais se casem - algo no mínimo insensato e tolo, afinal todos aqueles que se amam devem ter o direito de casar, independentemente do que possuem no meio das pernas -, em outros países a maconha era legalizada enquanto em outros era proibida, essas coisas.
   Sequestro, até onde seu conhecimento alcançava, era crime onde os seus pés e os pés da moça pisavam. “Na verdade”, continuou sentindo a necessidade de se justificar àquela que acabou de conhecer, “eu comprei mais do que vou comer e quis dividir com alguém”.
     "sim, é um crime." falei ao franzir o cenho, olhando para aquele rapaz como se ele fosse uma das coisas mais estranhas que eu já tinha visto, por mais que de estranho ele não tivesse nada, na verdade o que ele mais tinha era beleza, mas eu deixaria isso passar por enquanto. não que eu estivesse com medo dele nem nada, se ele tentasse encostar um dedo em mim acabaria se dando muito mal, mas era sempre bom prevenir para qualquer acaso que pudesse acontecer.
     não que eu esteja dizendo que a situação era toda meio estranha, mas é exatamente isso o que eu estou te dizendo. quer dizer, eu conhecia pessoas que, talvez, fossem bem parecidas com ele em alguns traços, e me incomodava ele não parecer real; e com real eu quero dizer que ele não parecia ser como as pessoas que estavam ao nosso redor. humano de fato ou não, ele não parecia o tipo de pessoa que gostava de brincar com o perigo e isso, de certa forma, acabou me acalmando um pouco e me tirando da defensiva.
     dei duas batidinhas no lugar ao meu lado no banco, indicando que ele se sentasse logo. "nesse caso, acho que aceito um dos donuts." sorri um pouquinho, tentando desfazer toda a minha expressão desconfiada enquanto observava o doce que parecia tão delicioso e que caía tão bem para o meu estômago vazio. é, eu deveria parar de sair de casa sem comer algo que me sustentasse por um tempinho. "você faz muito disso de oferecer comida para os outros? isso é meio suspeito, sabe..."
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tenxbris · 7 years ago
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tenxbris · 7 years ago
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@valsecaprice
           Jesus Cristo. Apoiou uma das mãos aneladas na sua testa, com um suspiro bem mais cansado que o anterior. Como era burra Megan Shields. Se não fosse burra, era só ignorante em como o atingir propriamente, mesmo depois de tanto tempo. No final, todavia, ela conseguia irritá-lo de qualquer modo, pela sua ineficiência e por estar ali para lembrar que ele perdeu para uma aberração tão tosca, tão estúpida. Massageou breve as têmporas para tentar livrar-se desse pensamento por agora; caso o contrário, apenas eternizaria seu sofrimento.
          “Eu tenho 36 anos, Megan.” prestou-se a responder, sufocando toda sua raiva inicial no fundo de suas entranhas, em prol de uma resposta mais educativa - quase tinha esperanças de que Shields aprendesse. “É no mínimo cômico você implicar que moro num asilo.” concluiu, muito mais calmo do que pensava que poderia ser naquela situação. Até se orgulhava.
           Mas a dúvida martelava sua mente: afinal, como criatura tão antiga e tão vivida poderia se portar tal uma menininha desde sempre? Poderia tentar fingir ser uma mulher, ter sua vida profissional próspera como uma tão independente, tão poderosa mulher moderna, de cabelos curtos e atitude afiada; mas do que adiantava se ainda falava feito uma adolescente? Aquela farsa de Megan soava tão baseada nas suas inseguranças, tão baseada no que não foi sarado. A desvendável e pequena Megan Shields. Era doloroso reconhecer que ela resistia, viva e saudável.
         Após uma pequena pausa, abriu sua boca: “Essas provocações nunca funcionaram, por sinal. Mude de roteiro caso nos toparmos novamente.” não conseguiu resistir a adicionar o comentário, tentativa de impedir que um segmento de Megan falando sobre como ele parecia um velho se desse início. Além de tudo, ela era previsível.
         Foi estralar os dedos da mão contrária a da última vez. “A cafeteria foi ótima.” e era. Voltaria para lá enquanto na Inglaterra de certo. Às vezes se pegava desejando a torta que comeu para aliviar o azedo da situação - queria uma torta para cada desconforto que passasse. “Entretanto, vou ter que recusar seu convite. Sei que não seria agradável para nós dois.” pelo menos não para ele. Não se importava se a menina quisesse porcamente espremer até a última gota do seu triunfo, inventando motivos para eles se encontrarem. Após cinco anos, Steven estava cansado demais para isso e queria presentear-se com uma trégua.
         Arqueou uma das sobrancelhas, no mínimo ofendido. Ela realmente não o conhecia - e na verdade levava isso até mais como um alívio do que desaforo. “Shields, entenda,” começou, inventando paciência. “ao contrário de você, não insisto em atitudes falhas.” desenhou um sorriso nos lábios finos, que só duraria essa frase. “Meu tempo é valioso demais para isso, não se preocupe. Não sou mais uma ameaça para você.” anunciou, como se não fosse óbvio. Ela era mesmo tão paranoica? Se fosse, ficaria feliz.
         “Largue ele, aliás.” imperativo, falou, se referindo ao gato que ela carregava no colo. Era ciumento o suficiente para ficar descontente com a outra ousar encostar nos bichinhos. “Os gatos não são seus, não se dê tanta permissão.”
     acabei rindo baixinho ao ouvir a idade daquele homem tão... ah, quais palavras eu poderia usar para descrevê-lo? acredito que, nas atuais circunstâncias, "velho" fosse de fato uma boa definição para ele, mas não no sentido ruim da palavra, longe de mim criticar qualquer outra pessoa com isso, e sim no sentido que ele se sentia tão vivido a ponto de querer tanto se colocar num pedestal. ora, era claro que, qualquer palavra minha que fosse, ele encararia como se fosse muito melhor e superior, e não era como se adiantasse listar ou relembrar todos os meus feitos, uma "mulherzinha" de mais de trezentos anos jamais superaria sua tão miserável vida administrando uma loja numa ruazinha comercial enquanto manipula umas pessoas aqui e acolá.
     se ao menos ele soubesse o quão ridículo parece com todo seu olhar e pose superiores a mim, provavelmente ele... não, esquece, ele não se arrependeria; sinceramente, tenho certeza de que continuaria porque steven ellison, mesmo depois de tantos tapas que a vida o deu, vai continuar pensando que um dia pode ser algo a mais do que um simples humano com ego grande demais.
     "aw desculpe, steve, foi uma falha minha imaginar que você não levaria minhas brincadeiras a sério." acariciei mais um tanto os pelos do felino que continuava em meu colo, sorrindo breve quando ouvi o seu miado e a tentativa de morder meu indicador. aquele pequenino era uma gracinha, sério, se você visse ficaria tão tentada a levá-lo pra casa quanto eu. "no entanto, isso só reforça meu argumento... digo, dizem que pessoas mais velhas tem dificuldade em entender brincadeiras, não é? uma pena que tenha chegado no nível de ficar na defensiva até quando respiro pertinho de ti."
     devo dizer o quanto a situação parecia piorar a cada minuto? digo, nós dois estávamos ali meio que insistindo, porém não muito, em tentar ter uma conversa onde os dois queriam se dizer superiores, mesmo sabendo que isso não daria em nada, e eu parecia me piorar por querer continuar ali para tentar me mostrar que as coisas estavam bem (quando eu sabia que não estavam), enquanto ele tentava me ofender de alguma forma com aqueles sorrisos afiados e o discursinho pífio de que ele não se importa com nada porque yolo e tudo o mais. ridículo, mas era até que uma situação engraçadinha.
     "acho que você não está no direito de falar sobre não se dar permissão, não acha?" sorri breve antes de me agachar para colocar o gato no chão, o olhando se enroscar em minhas pernas cobertas pelas calças jeans antes de o deixar ir. "inclusive, também não precisa se armar com essa pose superior e discursos de quem superou uma barra pesada e tal, eu também não sou mais uma ameaça. acho que nós dois estamos cansados dessa brincadeirinha onde só um lado morre, não é mesmo?"
— open rp.
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tenxbris · 7 years ago
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@armoredwitch
Poderia puxar todas aquelas conversas anteriores que teve em sua vida. “Não tem senso do ridículo?”, “Não jogue com sua aparência simples”. Como poderia Vienne amar uma criatura vil o suficiente para falar estas palavras à si? Ela amava as palavras doces e embaladas em embrulhos tingidos de verde: o quanto de veneno há neles para que o doce dentro não seja mortal? Amava ser dita como um tesouro, tratada como um, não como uma senil na flor da idade. Mas, seria por conta desta ousadia que Vienne se permitiu capturar pela outra? Ou só porque Megan morrerá, se é que morrerá, muitas eternidades depois de Vienne? Jamais saberemos e nenhuma graça teria em saber.
— E quem poderia me atingir? Por favor, você me subestima tanto assim por qual razão? Terei eu de abandonar toda minha humanidade para que pare de me tratar como algo frágil? — Suas palavras vieram no tom de irritação e aos poucos vinham se convertendo em maciez, exatamente como o carinho que sucede um tapa desferido por acidente, a diferença é que a fala intencionalmente veio naquele formato. — Sem chá sob meu teto, aqui bebemos café ou leite com chocolate. Sabia que foi assim que não ficamos sem dinheiro enquanto os nobres estavam dando seus talheres de prata pelos produtos chineses? — Deu um toque mais forte com a ponta de sua bengala contra o solo de madeira polida para enfatizar tal fato, finalmente descendo uma micro-escada de três degraus que descia para um cômodo menos arejado, mas ainda increivelmente claro. — Mas eu posso abrir uma exceção para você. — Uma mesa de madeira vazia e diversos armários que pelas marcas de uso eram bem antigos e nunca paravam de serem abertos. Um pote de biscoitos de manteiga açucarados estava disposto em uma área visível junto de velhos bules enrolados em panos para manterem-se quentes, algo que realmente indicava que Vienne jamais aceitaria modos de vida mais modernos. — Tem preto, cappuccino e… Ah, leite quentinho. — Foi quando teve uma chance para alcançar as xícaras é que algo passou despercebido por seus ouvidos finalmente fez efeito em ser processado em seu cérebro. Se a louça finamente pintada com flores rosadas não estivesse perto de uma superfície quando foi solta pelos dedos trêmulos da mais jovem, certamente teria se espatifado e quebrado em mil pedaços e ainda assim emitiu um alto som vítreo. Sua bengala teve um destino semelhante sendo sua dureza a única característica que a impediu de se estilhaçar, mas nada teve um marco maior do que a expressão da bruxa que torceu num medo irracional.
O que era isso?
Por que estava com tanto medo? Por que tinha certeza que Megan poderia machucá-la se assim quisesse, assim que desse uma resposta, não importando se fosse positiva ou negativa? Se virou para a mesma, aos poucos dando passos de costas, medo claro em seus olhos arregalados, lábios trêmulos e início de lacrimejo. Suas mãos foram ao próprio rosto em defesa, ocultando-se em rosa e cobre ruivo, respiração pesada denunciando sua vontade de fugir. E talvez o tivesse feito se não tivesse tropeçado em suas próprias saias azuis que, projetadas para serem usadas com seus saltos, se tornaram uma armadilha para alguém com os pés retos no solo. Soltou um pequeno som quando sentiu que cairia, soltou um grito de dor quando chocou a baixa coluna contra o solo, felizmente conseguindo evitar que sua cabeça fosse uma vítima. Infelizmente, seu corpo está velho e o tombo a travou no lugar, travou-a o bastante para impedir de chamar por ajuda, só soltar um chorinho baixo de dor física mesclado aos olhos arregalados por medo. Balbuciou algo enquanto voltava a se encolher naquele canto, quase querendo evitar o olhar da outra, sendo segura apenas pelo medo da aproximação.
Este medo… Não é um aviso de que algo está errado?
Agora que conseguiu o que queria, tudo irá embora, como sempre.
Quem mexe com o destino não terá paz. Não era algo assim que Megan dizia no passado? Seria essa a punição para Vienne? Deitando-se sobre seu lado esquerdo apertou os joelhos contra o corpo e afundou o rosto ali, chorando em silêncio para aceitar algo imparável. Era como encarar a morte.
— … N-não acho… — Começou hesitante. — … Que seja… Uh… Não sei… Eu… Eu não sei se vai… Ser bom se fizermos… Não entenda mal! Eu te amo, Megan… Mas eu… — E por fim suas palavras não fizeram mais sentido, afinal eram puro choro e grunhidos de medo.
     o medo existia e era quase palpável, e naquele momento eu vi que ele não vinha apenas do meu lado. eu sabia o risco que eu tomava por estar ali, por sentir tudo o que eu sentia, mas era o tipo de risco que eu queria correr e não havia muito que fosse me fazer parar. não que eu continuasse tentando morrer como já havia feito no início de tudo, eu não tinha mais o costume de me odiar ou continuar criando mais e mais cicatrizes por todo o meu corpo, mas também não era como se eu não estivesse ciente do que tudo aquilo poderia se tornar um dia.
     eu não queria ouvir o que meu coração tinha a dizer, não agora que ele batia tão desesperado e dolorido por estar sentindo aquele tipo de coisa mais uma vez, mas pareci ficar surda com cada uma das suas batidas quando toda aquela cena acabou por se desenrolar em minha frente. não era algo que eu esperava, na verdade nenhuma de nós duas esperava, mas não era como se pudéssemos controlar todos aqueles sentimentos que nos abatiam de apenas uma vez durante aquele reencontro.
     me levantei da cadeira na qual acabei me sentar para que pudesse me aproximar dela, meus passos cautelosos por não saber bem como lidar com a situação já que, de certa forma, eu também passava por ela. eu não queria a assustar mais, dizer que as coisas iriam ficar bem porque não poderíamos simplesmente controlar o rumo de tudo o que aconteceria, mas eu queria que pudéssemos chegar num ponto onde nenhum medo nos assolaria daquela forma. nós duas não merecíamos sentir tanto medo assim depois de tanto tempo.
     "está tudo bem, eu não entendo isso mal." falei ao me ajoelhar ao seu lado, acariciando suas costas com cuidado antes de chegar ao seus cabelos, onde deixei cafunés leves, imaginando que aquilo pudesse a acalmar em algum nível. "nós não precisamos tentar fazer isso se você não quiser, vienne, eu não irei a obrigar a ficar ou continuar, mas também não sairei do seu lado se quiser que eu fique."
     e devo admitir que eu não sabia bem como me portar naquela situação. digo, é muito complicado lidar com algum problema quando você também passa por ele, já que, se não consigo encontrar solução sequer pra mim, como eu poderia ajudá-la? eu não queria machucar vienne, não queria que isso acabasse sendo um incômodo para ela, mas eu sabia bem o quanto queria continuar com ela e o quanto que eu queria que aquele sentimento bom se mantivesse por muito mais tempo.
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tenxbris · 7 years ago
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   friendly reminder that if we write together i do not want you to feel pressured or stressed about our thread/s. i am slow™ and i do not expect you to reply quickly, reply lengthily, or reply /at all/ if you cannot find the insp / muse for it. i will not resent you in any way if i see you replying to other threads on my dash. i will not resent you if i see you doing everything B U T writing on the dash. if i follow you and we’ve plotted or have been writing together, i enjoy seeing you on my dash. period. you replying to me in any timeline is not a condition of my liking / supporting / appreciating you. so pls don’t apologize for taking your time. pls don’t apologize for dropping threads. write what you want to when you want to and feel free to come to me if you ever want to start something new / plot something / rework a starter i’ve written you.
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tenxbris · 7 years ago
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     rondar pela cidade não era algo que eu fazia com tanta frequência quanto antigamente. antes de sair de casa era como sair de uma prisão, me sentia agradecida a cada vez que meus passos tocavam as ruas, mas agora estar fora de casa sempre era algo mais objetivo. não adiantaria de nada sair de casa sem um objetivo, a vida não era um joguinho de tabuleiro onde eu encontraria as pessoas na rua por simples acaso, as pessoas não eram tão ingênuas quanto antes, mas aquele dia acabei tendo uma súbita vontade de simplesmente bater perna por aí.
     o clima ameno facilitou para que eu saísse da cama, e se meus gatos não estivessem tão ocupados em comer o que eu tinha acabado de colocar em suas vasilhas, eu provavelmente teria hesitado.
     no meio da tarde, quando o céu estava mais cinza e as pessoas mais dispostas a andar por aí antes de voltar para casa, eu decidi ir para a praça mais próxima, decidindo que, talvez, novos ares fossem fazer bem ao menos uma vez. pareceu uma estranha coincidência alguém ter vindo falar comigo justamente naquele dia. — o que? — perguntei ao desviar o olhar do rosto do rapaz para os donuts, não conseguindo conter muito meu estômago que roncou logo que senti o aroma. ah, mas donuts não caíam assim do céu. — isso não é uma pegadinha, é? esse tipo de sequestro é tão mal planejado...
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    Incapacitado de dizer um ‘não’ bem alto e em bom som a um vendedor de loja, Aniel carregava nas mãos duas caixas de donuts de creme. Outro dia trouxera consigo três pomadas para hematomas de diferentes marcas após uma rápida ida à farmácia, o que acarretou uma breve discussão entre o rapaz e Sol; o cão lhe dizia que deveria tomar cuidado para não gastar dinheiro sem necessidade enquanto Aniel respondia que não conseguiu dizer à vendedora que não tinha necessidade daquela quantidade de pomadas pois ela era muito bonita e isso o deixava nervoso.
    Era patético: o moreno adorava donuts, mas não os de creme. Tivera a intenção de olhar a vitrine da loja para saber se ali tinha donuts de chocolate e por fim acabou com duas caixas de algo que exigiria certo esforço para ser ingerido!
    A não ser, é claro, que os dividisse com alguém. Para retornar ao seu lar, Aniel tinha de passar por uma praça; sua localização era um pouco afastada do centro da cidade, mas ainda assim ali tinha uma movimentação considerável de pessoas - se tivesse sorte, poderia encontrar alguém para dividir os doces, e, tendo isso em mente, estreitou os olhos pela extensão do largo em busca de alguém.
“Olá”, chamou com um sorriso no rosto, “desculpe incomodar, mas você quer donuts?”
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tenxbris · 7 years ago
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@zenkyll
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         — como eu não seria, tendo fãs e damas como você me elogiando desse jeito o tempo todo? — suave, pensou consigo mesmo assim que terminou a frase. ( o sorriso ensaiado era típico em seu rosto. ) hyun tomava um café gelado, bebida que por sinal jaehee fez questão de o viciar desde que começaram a sair juntos mais vezes. tomou mais um gole, e continuou sua linha de raciocínio. — se bem que não sei se mereço me chamar de idol, já que sou só um ator musical.. — riu descontraído depois de uma pausa. — mas você tem razão. eu tenho colegas que perdem a cabeça com dietas e esse tipo de coisa.. não é muito diferente na área de teatro. — suspirou, colocando uma mecha de cabelo atrás de sua orelha. —  podemos dizer que minha beleza é.. uma maldição que eu tornei em um dom.
     — particularmente, acho que ser um ator musical só te torna mais... especial? digo, ser um idol é difícil, ser ator ainda pior, então ter conquistado um espaço entre ambos só te torna mais admirável. — sorri enquanto observava cada detalhe do rapaz, por um instante me perguntando se ele era tudo aquilo o que me dizia mesmo. quer dizer, eu deveria confiar, principalmente em uma conversa onde não éramos gravados, mas eram muitos os idols que escondiam verdades mesmo quando fora de suas empresas, não? — você acha que já alcançou os seus sonhos ou tem algo que queira mais do que os palcos? — inclinei levemente a cabeça e me recostei no sofá, aguardando ansiosamente pela resposta independente de qual fosse. devo confessar que talvez eu seja, ao menos um tiquinho (muito), fã daquele garoto?
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tenxbris · 7 years ago
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tenxbris · 7 years ago
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@armoredwitch
Talvez a velhice finalmente estivesse afetando a mente daquela senhora, pois estava carente como uma velhinha que é privada de ver os próprios netos sendo separada deste fato apenas por não possuir descente algum. Não queria soltá-la, seus dedos se agarraram um pouquinho naquelas costas como se fossem as unhas de um gato preguiçoso, pois de nada serviam para mantê-la no lugar. Ah, Megan, você realmente ainda é um docinho de chocolate enrolado em pó de café, não é mesmo? Vienne sorria feito uma criança ao receber um doce ou como uma velha dopada se julgar pelos olhos cansados, porém ainda cheiros da tinta rubra de um ódio inabalável. Não eram chamas, só uma fúria fria. Deve ter soltado alguns sons guturais quando teve as mãos alheias em seu rosto quente, podendo sentir aqueles dedos empurrando sua enorme cortina de cabelos ruivos para longe de sua face de traços delicados, mas ainda bem mais rústicos que a face da mais alta. Aquela feição asiática, algo que há cem anos diria ser uma aparência exótica, hoje via apenas como uma das coisas visíveis mais adoráveis em Megan. — Vá, vá, Megan. Acha mesmo que eu, Vienne Edelstein, teria deixado algo de ruim acontecer comigo mesma? Ó, mulher de pouca fé. — Disse com o raspar de seus lábios sobre o queixo marmorizado daquela que chamava de Corvo. — E esquecer? Minha mente pode ser uma bagunça, mas minha memória é excelente! — Deem logo um troféu para Megan por ser capaz de amar uma criatura de ego tão gigante quanto Vienne. — Só não me pergunte o que teve para o almoço de hoje. — “Porque eu não me lembro.” — Porque eu acordei bem depois dele. — Riu-se. De fato, sentia aos poucos que ficava cada vez mais esquecida, mas por serem apenas coisas triviais, pouco se importava. E sabe? Ás vezes era bom se esquecer de algo ruim, mesmo que isto talvez apagasse a sua motivação por trás de sua façanha de enganar a morte.
— Megan, meu pequeno diamante, eu não continuo tão linda quanto você se lembra, eu sou e sempre serei linda desta forma. —  E parece que a velha Vienne com gargalhadas exageradas estava de volta, até tomara confiança para caminhar para longe da outra, só não possuía coragem o suficiente para fazê-lo sem a bengala que voltou às suas mãos com o balançar de dois dedos. Finalmente a família de Vienne estava reunida! Finalmente! Sua felicidade pareceu tão gigante, tão gigantesca que olhou para o teto pintado de verde hortelã com os olhos de quem olha as galáxias. Tinha sua irmã menor, seu aprendiz, os aprendizes dele e seus respectivos aprendizes… Só faltava Megan para a turma estar completa para se fecharem na redoma do tempo! Mas, eis que uma dor em seu peito a fez se voltar para outra poltrona naquele cômodo onde repousava uma antiga boneca de cachos loiros com toques de ruivo. Ah, sim… Claro. Sua família nunca estaria completa. — Não peça desculpas, doce corvo, o tempo que fiquei sozinha foi importante para mim e para melhorar a relação com velhos amigos que há muito estavam separados por contratempos em nossas vidas que parecem demorar uma eternidade para passar. — Um pigarro de riso preso escapuliu. —Johan disse que deveríamos nos chamar de “as lesmas mancas”. É um bom nome, sabe? Eu realmente estou considerando substituir “O Faustino” por “As Lesmas Mancas”, é um nome mais chamativo nos dias de hoje.
E com a mobilidade de uma idosa, moveu-se pela sala redonda e pequena onde as janelas se assemelhavam à portas, deixando uma difícil identificação se não fosse pela ausência de cortinas nas passagens convencionais. Seu objetivo era pegar mais biscoitos de manteiga e saboreá-los, mas resolveu fazer uma oferta para outros horizontes: — Quer bolo? Espero que goste de frutas secas ou massa de açúcar com manteiga quentinha com leite e café. — As passagens de corredores eram curtas, fazendo cada cômodo claro e arejado se parecer como um favo de uma colmeia, principalmente pelo modo que todos eram redondinhos e faziam curvas simétricas entre um e outro. intercalados pelo papel de parede verde hortelã e alguns quadros de fotos antigas e pinturas representando sempre as mesmas sete pessoas, uma delas sendo a própria Vienne em sua imponência máxima. — Hugo adora esses bolos, fica difícil comer algo cheio de cremes quando ele está por perto. Essas crianças simples do fim do século… — Murmurou quando passou por um quadro que acabou sendo capaz de fazê-la parar. Um quadro fantasioso de Vienne representada com um sorriso tolo para a época que foi pintado com uma menina em seu colo que coincidentemente é similar à boneca daquele cômodo, até mesmo nas vestes, a única diferença da boneca para o quadro era que a criança certamente era feita de carne nas pinceladas de tinta branca e vermelha. Suspirando, Vienne seguiu em frente, mas desta vez sem dar importância se era seguida ou não.
     sempre fui muito de observar tudo ao meu redor, fossem as pessoas ou apenas um ambiente novo, e por mais que eu realmente quisesse decorar cada cantinho daquele cômodo para que eu não me perdesse ou conseguisse relembrar perfeitamente, meu olhar não desgrudava de vienne por um segundo sequer. 
     qualquer um que me visse em tal situação, provavelmente afirmaria no mesmo instante que eu pareço uma mulher apaixonada, do que eu não poderia me defender de forma alguma. eu fitava cada um dos passos de vienne, sempre atenta aos movimentos de seus braços, ao caimento de seus longos cabelos e a como ela continuava expressiva depois de tanto tempo sem vê-la, mas nada se comparava a como eu me iluminava ao ter o seu olhar de encontro ao meu. eu poderia dizer que estava atenta como um felino, mas sabia que meu olhar era um tanto mais inocente do que isso. — eu perdi muita gente nos últimos tempos. mesmo que eu confiasse que nada aconteceria, não podia evitar o medo. — confessei enquanto a observava, rindo baixinho ao ouvir tudo o que ela tinha a dizer. ah não, eu jamais cansaria de tudo o que aquela mulher era. que as pessoas falassem o que quisessem, mas vienne era, naquele instante, tudo o que eu precisava para me estabilizar.
     não era como se ela fosse um livro que nós colocamos sob a perna mais curta de uma mesa, jamais permitiria que ela se tornasse algo do tipo, principalmente porque ela não foi feita para ser isso; ela era o toque final, era o que faltava, e eu podia sentir isso apenas ao olhá-la. — "as lesmas mancas” é um nome interessante, acho que muitos acabariam se interessando por conta dele. — sorri ao me aproximar mais uma vez, acompanhando de perto a mais nova que já nos conduzia para fora do cômodo, este que, em minhas lembranças, era definido apenas pela ruiva andando por ele. aposto que aquele lugar não tinha mais o mesmo brilho depois que ela saia de lá. — aceito o bolo, inclusive adoraria se também pudéssemos tomar um pouco de chá. acho que nunca fizemos isso juntas, não?
     e, apesar de tudo, eu continuava atenta. atenta a ela e atenta a tudo o que ela poderia oferecer para mim quando estávamos juntas. não era como se nos conhecêssemos por completo, existiam buracos em ambas as histórias que nós deveríamos contar e conhecer, mas isso não era um problema, não quando eu estava tão disposta a ficar. — sabe... — comecei baixinho, exibindo um sorriso para ela assim que a alcancei para que pudéssemos andar lado a lado. — esse tempo separadas nos fez bem. algumas coisas mudaram para melhor e acho que nós duas crescemos o suficiente para não termos mais nenhum impedimento. quero ficar com você, vienne.
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tenxbris · 7 years ago
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@lifewithmasks
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✟ .˚ – 〞 ela estava errada. luciel não se lembrava mais de como era viver sem aquela jaqueta em seus braços. costumava usar os bolsos dela para tudo e, também, já tinha simplesmente se acostumado com o peso do tecido no próprio corpo… a morena parecia insistente na ideia de tomar aquilo dele, de qualquer forma. ele era educado demais para ir embora e deixá-la daquele jeito; foi ele quem causou tudo aquilo, afinal, mas tudo estava tomando um tempo muito maior do que ele havia imaginado. ❛ não precisa lavar. eu prefiro ela desse jeito… ❜ e abaixou o capuz novamente, passando a mão nos fios ruivos: a intenção era organizá-los, mas com a falta de corte que o seu cabelo tinha, a bagunça só se tornou ainda mais evidente. por fim, o hacker pegou um de seus celulares da bolsa - provavelmente, o número três - e, decidido a resolver a situação de uma vez por todas, voltou a fitar a mulher:  ❛ qual é o seu nome? e o seu número?eu vou cobrar esse casaco de volta! todos os dias... ❜ não quis que parecesse uma ameaça; aquela peça era o seu xodó, no entanto, e era normal que a sua voz soasse um pouco mais cominadora quando se tratava dela.
     segurei um pouco a risada quando o ruivo se deu por vencido e eu provavelmente parecia muito animada com a ideia, já que assim que ele concordou em emprestar a jaqueta, eu já fui tentando a deslizar por seus ombros, só para que eu pudesse a vestir. a sua pergunta, no entanto, fez que eu parasse o que eu fazia só para tirar o meu celular do bolso e colocar em sua mão. “pode me chamar de rose, e trate de colocar o seu contato aí também porque não costumo atender números desconhecidos.” pisquei para ele antes de voltar a olhar os detalhes da jaqueta, sorrindo um tanto ao notar o quanto o tecido estava puído. não era como se eu adorasse roubar itens especiais de outras pessoas, mas aquela peça tinha me deixado muito curiosa. “pode cobrar o casaco, se quiser pode até ir pra minha casa durante a noite, só não garanto que meus gatos não vão encher isso de pelos.”
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tenxbris · 7 years ago
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@valsecaprice
           Não gostava de sentir batendo em si palavrinhas tão baratas. Elas sozinhas não ofendiam, o que ofendia era a petulância de Megan. Ela não deveria sequer ter coragem de falar com ele, depois de tudo o que ele fez. Odiava a resiliência alheia, especialmente dos quem ele destruía. Porém, sorriu - simpático-falso, mas sorriu. Era um sorriso cheio de raiva, mas acima de tudo triunfava o deboche, projetado especialmente para disputar dominância. “Pois saiba que visitam. Principalmente seus amiguinhos.” (aparentemente) calmo, por pouco cantou a frase. Ela sabia que tinha pessoas divididas entre eles, e gostava de trazer isso de volta. Gostava de esfregar que haviam facas nas suas costas.
           Foram só alguns segundos para o sorriso morrer, enfim. A observar tão tranquila na sua frente era uma pequena tortura, ainda por cima com os gatinhos que eram praticamente seus. Sentia quase vergonha de não ter conseguido exterminá-la, mas tentava consolar-se com o fato de que não havia meios para ele fazê-lo em sua condição de reles mortal. No entanto, quando pudesse, quando ele se tornasse mais do que já era, Steven prometeu para si mesmo que iria engolir o mundo. Iria engolir o mundo e ela junto.  
           Aí notava como o mundo era podre e injusto, e como Deus escolhia os seus de maneira tão porca - era quase como estivesse rindo dele agora. E e essa sua escolhida em particular era ridícula, completamente ridícula. Shields se portava de maneira infantil, de maneira arrogante como não lhe cabia. Como era permitido que ela pudesse ser eterna e ele não? Tão burra, fútil, nojenta. Nojenta, nojenta, nojenta. Gritaria que ela era nojenta se pudesse, se não tivesse classe. Se não tentasse ser o com maior compostura na situação, saberia que perderia a razão e ela teria mais motivos para fazer chacota dele. Agora, deveria engolir mesmo era seu ódio.  
           Por alguns segundos, frustrado, deixou os olhos fechados, parecendo se recompor. Respirou fundo. “Jamais machucaria esses bichinhos, Shields.”sério, fez questão de dizer. Até os mais cruéis dos homens tinham seus limites. “Não importa o quão velho.” e completou agridoce. “Você fala como se não nós encontrássemos faz uma década, aliás.” resmungou, pondo-se a estralar os dedos por mania eventual de quando ficava incomodado. “Devem fazer pelo menos três anos.” ah, que irônico. “—Ou menos.”
           “Ah—” estreitou os olhos. “e quem te receberia aqui? Estou curioso em saber qual dos meus vizinhos tem uma amiga tão singular.” voltou a soar sarcástico, embora a ideia da mulher rondar por perto de si já começava a perturbar.
     tocar naquele assunto era um golpe baixo, mesmo para ele, e eu fiquei me perguntando se todas as cartas na manga dele já tinham acabado para que ele tivesse que me jogar aquele papinho, como se o mínimo desconforto fosse o suficiente para ele ganhar o seu dia. quem diria que agora steve se contentava com migalhas, não? isso fazia bem o tipinho dele mesmo. 
     aquele assunto já tinha me incomodado muito, claro, não era como se eu pudesse esquecer algo que mais parecia uma traição, mas não doía tanto, não depois de uma conversar entre dois adultos, o que era bem diferente do que quando eu conversava com steve, já que ele parecia uma criança birrenta. eu teria que colocar uma chupeta na boca dele pra ver se ele parava de choramingar? “ah, fico feliz de que ao menos uma pessoa vá te visitar no asilo de vez em quando.” sorri um tanto em sua direção antes de me levantar com um dos felinos em meus braços.
     eu já fiz muitos discursos de como o gostinho da vitória é gostoso, mas nada se comparava a tudo aquilo. quer dizer, minha intenção nem era irritar steve de verdade, eu só queria brincar um pouquinho com os gatos e ir para o tal chá que marcaram comigo, mas só de ver o quanto ele se segurava pra não ser o imbecil que era de natureza eu já sentia uma vontadezinha de encher seu saco até ele explodir.
     “fico feliz que lembre do nosso último encontrinho, steve. aquele dia foi ótimo, não? deveríamos voltar para aquela cafeteria para comer outro pedaço de torta.” o sorriso parecia não querer sair de meus lábios e devo dizer que isso era maravilhoso, não só por tudo estar perfeitamente bem de minha parte, mas por eu saber o quanto isso irritava a criancinha emburrada. “está tão curioso pra saber quem é meu amigo, querido, isso é suspeito de sua parte. vai atrás dessa pessoa para a machucar achando que isso vai acabar comigo de novo? não insista em uma falha, steve.”
— open rp.
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tenxbris · 7 years ago
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@valsecaprice
           O sorriso cortês azedou-se com apenas uma nota da voz alheia, e o desprezo tomou o olhar assim que avistou sua figura claramente. Lá estava ela, como um fantasma que veio lembrá-lo do seu maior fracasso, de sua maior perda de tempo. Com os cabelos curtos que ele não gostava, com a prepotência embutida na voz sem medo, lá estava ela. Nojenta, nojenta e livre dele.
          Poderia citar Megan como um dos contrapontos de seus privilégios. Uma inconveniência, assim diria. Pensava que tinha deixado ela bem longe de si, visto que tinha pouca para nenhuma motivação em continuar na vida dela, e fazer ela continuar na sua. Da última vez que checou, tinha certeza que a mulher nunca mais faria contato com ele, e suas vidas seguiriam sem se cruzarem. Estava enganado, enfim, e odiava quando isso acontecia, assim como odiava ela.
           “Que surpresa, você por aqui.”, ainda tinha as tripas para segurar o que podia ser o resquício da sua disposição para ser educado, fazendo a frase sair suave, e não tão corrosiva quanto queria. Levantou de leve o rosto da maneira que fazia antigamente, da maneira que podia para ainda sentir-se superior diante da morena. “Veio me visitar?” indagou, um pouco mais impolido. “Ou passou pela cidade por acidente?”
     ah, como aquilo era desconfortável. digo, não pra mim, mas claramente desconfortável pra ele. o conhecendo, sabia bem o quanto ele estava amargurado, e se não fosse pelo jeito que ele falava comigo — o rosto erguido levemente e todo o ar superior —, bastava que eu lembrasse de tudo o que aconteceu depois do incêndio. aquele dia na cafeteria sempre seria recordado por mim, eu até poderia o considerar uma vitória oficial, o que era agradável demais de se lembrar, principalmente agora que eu encontrava steve mais uma vez.
     “te visitar?” ri baixinho, desviando o olhar do mais velho só para que eu pudesse tomar cuidado com um dos pequenos felinos que escalava minha calça jeans com maestria, o que me fez sorrir com certa doçura para o pequenininho. “me impressiona que você ache que alguém viria te visitar.” acariciei os pelos acinzentados do gato com delicadeza enquanto voltava a olhar para o homem que continuava ali.
     ele continuava do mesmo jeito que sempre, talvez mais velho do que eu me recordava, mas nada que o fizesse parecer mais elegante nem nada do tipo; me perguntava se ele tinha lavado aquele terno ou se o cheiro de lixo era próprio dele. “eu só estava passando, vim visitar uma pessoa e acabei ouvindo os miados. não vai maltratar os coitadinhos, não é? ou você ainda não ficou caduco o suficiente pra maltratar quem pisa em sua propriedade?”
— open rp.
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tenxbris · 7 years ago
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Stigma - BTS
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tenxbris · 7 years ago
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< prev | @armoredwitch
     era impossível conseguir parar de sorrir naquela situação, e não digo isso por conta do meu coração bater mais rápido ou por eu ter certeza de não querer ir embora sequer mais uma vez, e sim porque a saudade, que antes parecia transbordar, se contentava em ser brevemente compensada. eu tinha sentido falta daquele timbre, do jeitinho único de pronunciar cada palavra e do toque em minha pele, mas nada se comparava a saudade que eu sentia daquele carinho que tinha se tornado tão recíproco com o passar do tempo. — fico feliz de ter chegado antes que algo ruim acontecesse. — envolvi meus braços ao redor da mais baixa, rindo um tantinho ao notar o quanto a diferença de altura era grande sem a presença dos saltos que eu me recordava bem. meus um e setenta e cinco não passariam despercebidos mesmo com os sapatos baixos que eu usava.
     — tive medo que me esquecesse. — confessei em um sussurro ao aninhar vienne melhor em meus braços, deixando carinhos singelos em suas costas ao fazê-lo. não que eu tivesse ficado tanto tempo assim fora, mas havia sido o suficiente para que qualquer pessoa só tivesse uma lembrança breve, assim como tinha sido o bastante para que muito mudasse. eu não sentiria tanta falta dos espartilhos, de qualquer forma.
     eu não queria ter que desaproximar o abraço ou as carícias, mas foi o que fiz alguns momentos depois apenas para que eu pudesse levar minhas mãos ao rosto da mais nova, podendo o segurar com delicadeza enquanto eu gravava, mais uma vez, cada um de seus detalhes em minha memória. ela não tinha mudado tanto quanto eu imaginava que iria, mas eram perceptíveis algumas das diferenças comparado ao o que eu guardava do passado, o que me fez sorrir mais uma vez. seria possível parar de sorrir sempre que eu notasse o olhar da bruxa sobre mim, afinal? — você continua tão linda quanto eu me lembrava. — sussurrei ao ter o rosto mais próximo ao dela, não podendo evitar uma risadinha breve ao notar o quanto pareci um galanteador de quinta. passar muito tempo perto de algumas pessoas estava me mudando mais do que eu imaginava; tinha certeza que já havia elogiado vienne de um jeito mais bonito. — me desculpa pela demora para voltar.
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tenxbris · 7 years ago
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❝ tô ficando louco e cê também ❞ //deus é top
     ri enquanto me recostava no banco do bar, colocando o copo do shot na mesa antes de levar minhas mãos até meus cabelos, tirando alguns cachos e ondas de seus lugares bagunçados para os ajeitar no lugar. — eu acho que se formos além disso, vai ficar perigoso sair daqui sem ajuda. — mais uma vez as risadas me escaparam, o que só acabava indicando o quanto eu estava “alegrinha” demais depois de beber um tanto. — vai ficar difícil até de chamar um uber.
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tenxbris · 7 years ago
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❝ RESSUSCITA! ❞
arregalei os olhos ao ouvir o grito atrás de mim e não pude conter a risada ao notar que o garoto gritava com um notebook no meio de uma cafeteria, o que apenas me fez me aproximar e sentar na cadeira em frente à sua. — está jogando algo ou foi só o computador que morreu mesmo? — perguntei curiosa enquanto bebericava um pouco do líquido do copo que eu tinha em mãos, me divertindo até que um pouquinho pelo terceiro encontro com o garoto ser tão aleatório quanto os outros dois.
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