Oi, meu nome é Felipe e estou aqui para escrever coisas que nem sempre farão sentido.
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... eu consiga escrever
O intuito principal disso aqui é apenas colocar para fora algumas coisas que estão na minha cabeça e também utilizar esse meio como um diário de escrita. Mas não crie expectativas demais, pois nem eu mesmo sei se conseguirei postar com uma boa frequência ou se existirão outras postagens além desta.
E para que isso funcione da maneira que eu imagino, preciso voltar para os primórdios dos tempos, onde eu escrevia redações sem sentido algum mas que pareciam agradar aos professores que liam.
Eu tinha um professora de português que todos chamavam de Dona Florzinha, uma mulher espalhafatosa, que andava sempre com muita maquiagem – muita mesmo – e cheirava como cem ramos de flores distintas. Não lembro muito bem se eu consegui aprender muita coisa com ela, mas sempre dos concursos de redação que ela promovia todo bimestre.
Ela costumava dar um meio bem amplo e algumas palavras-chave que deveriam estar na redação. A participação não era obrigatória, mas todos participavam por conta dos prêmios. Eu adorava os prêmios, eram meu incentivo maior para escrever naquela época.
Eu sempre ficava entre os três primeiros e conseguia os sonhados prêmios – sim, estou enfatizando bastante isso aqui. Uma vez eu ganhei um deck do Yu-Gi-Oh que era o meu xodó, não deixava ninguém chegar perto. Um certo dia, anos depois, minha mãe jogou fora achando que era algo inútil – descanse em paz, Mago Negro.
Depois disso, já no ensino médico, passei a escrever menos. Numa nova escola, os professores não pareciam dispostos o suficiente a criar algo do tipo para promover a criatividade dos alunos. Éramos ensinados apenas a fazer aquelas redações chatas e cheias de métricas que nos ajudariam no vestibular – nunca ajudou.
O que me ajudou de verdade foi ter encontrado um RPG chamado Zonko’s. Para os menos inteirados, se passa no universo mágico de Harry Potter. Eu já vinha há algum tempo procurando um jogo do tipo, mas foi lá que me achei de verdade. Infelizmente, minha primeira casa foi a Grifinória – sim, todos temos um passado sombrio. Minha criatividade não era das melhores, então fiz um personagem chamado Phelipe que usava como photoplayer o ator Luke Pasqualino, aquele menino que morre na quarta temporada de Skins.
Meus textos eram ridículos e pequenos, muitas vezes sem nexo algum. Eu era, sem vergonha de dizer, um completo noob. Por sorte, encontrei no meu caminho algumas pessoas incríveis que me ajudaram – não vou citar nomes pois se esquecer alguém, minha cabeça estará a prêmio. Ainda lembro quando fiz uma aula da diretora da Grifinória na época e recebi um baita elogio. Daquele momento em diante, soube que estava no caminho certo.
Ao mesmo tempo em que a Zonko’s foi minha ascensão, foi também minha ruína. Eu passava tempo demais naquele fórum escrevendo com os meus personagens – fiz um outro Phelipe em Durmstrang, provando que minha criatividade era 10/10. E eu estava “estudando’’ para o vestibular na época, então podemos dizer que não me dedicava tanto quanto o necessário.
De todo modo, aqueles textos interpretando os meus personagens me ajudaram muito no que sou hoje como pseudo-escritor. E minhas redações nos vestibulares ficaram ótimas graças ao que aprendi naquele jogo.
Alguns anos depois, acabei deixando a Zonko’s para trás – ainda que tenha tido algumas recaídas, mas nunca consegui voltar em definitivo. Algumas coisas mudaram e eu não conseguia mais ver aquele espaço como antes. Foi muito importante para mim, mas era uma parte da minha história que precisava ficar para trás.
Ao mesmo tempo, procurei conhecer novos caminhos e novos lugares onde eu poderia jogar e continuar escrevendo. E encontrei, alguns não tão bons, outros maravilhosos e memoráveis. Em todos estes lugares – e também na Zonko’s – encontrei pessoas incríveis que carrego comigo até hoje.
Fora isso, eu sempre li muito. Adorava me perder naqueles universos incríveis e fantasiosos, ainda que eu não tivesse tanto acesso ou mesmo incentivo para a leitura. Aos trancos e barrancos, formei o que sou hoje.
Ainda não sei bem como funciona minha cabeça, mas sempre gostei de criar e fantasiar histórias. O problema, entretanto, é colocar as coisas em prática ou mesmo terminar algo. Sempre foi uma dificuldade tremenda e eu nunca descobri o caminho certo para contornar essa situação. Ainda estou tentando descobrir.
O projeto da minha vida – ou o primeiro projeto da minha vida – talvez ainda não tenha aparecido. Ou está lá no bloco com as ideias para livros e eu ainda não saiba que ele será o primeiro. Eu consegui terminar alguns contos, mas nada memorável o suficiente ou que me trouxesse um orgulho tremendo. Talvez aquele Felipe que escrevia para ganhar prêmios ainda resida dentro de mim, sempre esperando uma validação que muitas das vezes nunca vai chegar.
Sobre os projetos, eu gosto de escrever aquilo que gosto de ler. Eu adoro histórias que se passam num ambiente esportivo, então tenho uma ideia sobre isso. Alguns New Adult exploram bastante isso, talvez não da forma mais adequada, mas ainda assim. Eu gosto de Sci-fi, então também tenho um projeto relacionado. Histórias Young Adult, tenho também – mais do que uma ou duas.
Meu projeto atual, entretanto, é uma fantasia. Cara, como é difícil escrever fantasia! Achei que por ter passado boa parte da minha juventude escrevendo em fóruns de Harry Potter, Percy Jackson e afins, seria fácil construir um mundo fantasioso do zero, com todas suas nuances e particularidades.
Escrever fantasia é bem mais difícil do que escrever em fantasia.
Tem dias que eu estou super animado, principalmente quando falo do projeto com meus amigos – peço perdão pela tagarelice. Porém os dias ruins são maioria, onde eu abro o arquivo e não consigo escrever mais do que dois parágrafos. Recentemente li um texto do Vitor Martins, um escritor nacional com livros e contos incríveis, que dizia que falar sobre escrita o ajuda a escrever. E, pelo que percebi nesse pouco tempo, também me ajuda.
Foi assim que surgiu a ideia disso aqui, de tentar falar sobre escrever para tentar me ajudar a escrever. E também para que eu possa colocar para fora algumas groselhas que penso de vez em quando.
Como disse no começo, nem mesmo eu estou colocando muita fé neste blog – uau, um blog em pleno 2020. Quem sabe um dia, quando eu for um best-seller escrevendo meu nono livro da mesma saga, eu olho para isso aqui e ache graça. Enquanto isso não acontece, vamos tentar encontrar vontade para colocar as ideias no papel.
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