#w: princesa do brasil. eleonora

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Estar em uma terra estranha era assustador, não saber muito bem os costumes, o que poderia e o que não poderia fazer, tudo isso deixava Alma um pouco ansiosa e apavorada. Lembrava-se de outrora, quando fizera uma viagem diplomática na companhia do primeiro imperador ao Brasil. Sentiu-se daquela mesma maneira ao pisar nas terras estrangeiras, levemente deslocada e não pertencente ao lugar, até que conheceu a princesa. Sua simpatia e respeito pelos outros, cativou a guarda mexicana que se aproximou cada vez mais da outra durante sua viagem, partilhando coisas sobre sua cultura e aprendendo a dela. Imagine então sua alegria ao chegar no castelo e se deparar com a conhecida, @elecnora. — vossa alteza real, não imagina minha felicidade em revê-la. —, tinha um largo sorriso em seus lábios, o primeiro que dava e que não era para o príncipe do seu império. Realmente ver a princesa despertou boas coisas na guarda. — como tem passado? Já faz algum tempo que não nos falamos, não imaginei que fosse vê-la por aqui. Está com sua guarda habitual?

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Alma sempre se considerou boa em ler as pessoas, e conseguia notar o alivio e conforto nas expressões alheias, algo que devia também a intimidade adquirida com o passar tempo, as conversas trocadas e tantas outras confidencias. Eleonora era realmente uma amizade inesperada, mas que fazia imensamente bem para Herrera. — nem tudo, e ainda assim, alguma parte de tudo, vossa alteza. Acreditamos no proposito e no bem maior, mas seria ignorância dizer que não nos apegamos as pessoas envolvidas nele. —, era assim que ela se sentia com seu príncipe antes dele lhe confidenciar a vontade de fugir e pedir ajuda para tal feito. Alma suspirou apenas com a lembrança do ocorrido, o peso ainda caindo sobre seus ombros e a incerteza do que seria daqui para frente enquanto o império não decidia o que seria feito com ela. A morena forçou-se a sorrir, deixando um assentir no ar quando mencionado outra vez o convite ao Brasil. — cuidarei disso o mais breve possível. Chega a ser um castigo ficar longe das delícias culinárias de seu país. —, Alma falou com sinceridade e um pouco de diversão, — será sempre uma honra, alteza, sabe disso não é? Vou adorar lhe receber, onde eu estiver.

Movimentava a cabeça em concordância, absorvendo as palavras de Alma. Não era todo dia que poderia ter uma explicação tão clara de alguém como ela, com tanta propriedade. Eleonora não tinha coragem de falar sobre nada semelhante com Marjorie. Tinha medo de que ela duvidasse da importância que a amiga tinha para si. Por isso, ficou contente com a resposta dada pela outra mulher, era de extrema importância para a Bragança. "Fico feliz de ouvir isso. De saber que nem tudo é só sobre mim. É muito importante." Sorriu, de canto. Aquele sorriso significando mais do que qualquer coisa que poderia dizer. Era como se Alma houvesse tirado um enorme peso de sua costas. Algo que andava a preocupando mais do que qualquer outra coisa nos últimos dias. "Espero mesmo que ele goste, sempre será um prazer receber vocês." Eleonora não possuía tantas companhias além dos irmão, portanto, se anima com qualquer ideia de uma visita diferente da usual. "Também ficarei muito contente em fazer uma visita à vocês no futuro."

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where: apagão

with: @elecnora

Alma não sabia mais quanto tempo a festa iria durar, esquecera infelizmente seu relógio de pulso no quarto, um erro juvenil, diga-se de passagem. Sua sensação era de que já estava horas naquele lugar, pelo menos Alessio lhe parecia seguro, divertindo-se entre as pessoas, Alma odiaria perder um segundo príncipe naquela seleção, seria péssimo para sua carreira. A guarda mantinha-se por perto, limitando suas interações para que não se distraísse do serviço, no entanto, isso foi inevitável quando recebeu o objeto que prendeu sua curiosidade: a lanterna. Segurando-a, Alma encarava o item incerta de qual seria sua serventia, mas a resposta veio exatamente meia-hora depois. Todas as luzes se apagaram e uma risada sinistra se fez no ar, Herrera ligou a lanterna e saiu em busca do príncipe, aquele parecia ser um ótimo momento caso alguém quisesse atacar os monarcas ali presentes. Entre corpos e mascaras, ela acabou por esbarrar com outro corpo. — céus, me desculpe. Você está bem? Te machuquei? —, perguntou inicialmente, uma vez que a mascara lhe impossibilitava de reconhecer as pessoas.

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Alma sorriu para Eleonora, acompanhando a risada princesa, mesmo que não entendesse muito bem se falava sério ou era uma brincadeira. — Bem, não posso falar por todos os guardas, mas acredito que sim. —, até onde conseguia se lembrar da guarda brasileira, ela era tão dedicada quanto a Herrera, por isso nutria alguma admiração e simpatia à outra. No que a pergunta foi feita, Alma precisou parar por um momento, pensativa, antes de continuar. — a maioria de nós realmente acredita na causa que estamos protegendo. Para mim, não se trata apenas de gostar ou não da pessoa que estamos protegendo, e acredite eu adoro Emmanuel. Mas trata-se de acreditar na importância do que estão fazendo e na necessidade de proteger alguém que desempenha um papel significativo para muitas outras pessoas. — Enquanto dizia isso, Alma esboçava um sorriso e um brilho no seu olhar, algo que acontece sempre que fala sobre algo que realmente gosta de fazer ou ama, ambos se aplicam facilmente ao seu trabalho e o príncipe. — tenho certeza de que ele vai adorar sair do império por mais algum tempo. —, comentou quase num cochicho, um segredo. — ficarei feliz em mencionar sua vontade de recebê-lo.

"Será que faz mesmo?" Brincou, com um sorriso no rosto. Sabia que não era o caso, Marjorie jamais havia reclamado de seu serviço, mesmo quando Eleonora deu brecha para que ela o fizesse. Fato era que temia ser um peso na vida das pessoas, portanto, sempre se questionava a respeito. A forma como Alma falou fez com que um pequena lâmpada se acendesse na cabeça de Eleonora, deixando-a ainda mais pensativa do que realmente era. Estar naquele lugar, com aquelas pessoas, estava deixando-a mais pensativa que o comum. Ainda que já fosse naturalmente preocupada. "Isso me faz pensar um pouco. Todos vocês guardas gostam tanto assim da pessoa que está protegendo?" Afinal, arriscar sua vida por alguém que detestava tornava o trabalho ainda pior. Embora fosse honroso e muito nobre, Eleonora não conseguia imaginar fazendo-o. "Adoraria receber o Emmanuel também! Seria muito bom se vocês pudessem ir juntos nos visitar."

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Depois do incidente na primeira noite festiva, Alma não chamaria o lugar de totalmente seguro, tampouco iria contra as palavras de Eleonora, então preferiu apenas sorrir para a princesa que não via fazia tanto tempo. — tenho certeza que ela faz isso de bom grado, assim como eu. —, oficiais tinham isso com comum, alguns realmente adoravam seus trabalhos e quando isso coincidia com o afeto que tinham por seus protegidos, só ficava mais prazeroso de fazê-lo. E Alma não duvidaria nem por um instante que fosse, que Marjorie se importava com Eleonora, assim como ela fazia com o herdeiro de seu império. Herrera negou a pergunta, balançando a cabeça para os lados com um sorriso crescente em seus lábios. — nunca mesmo. Emmanuel é ótimo, e verdade seja dita, ele me conquistou antes mesmo de ser nomeado. —, respondeu com sinceridade, mesmo consciente de que a princesa estava a brincar, conhecia bem Eleonora para sentir isso em seu tom. Alma lembrava-se nesse claramente de quando o homem chegou ao palácio, tão acuado e perdido. Foi nesse instante que Alma se identificou com ele de forma orgânica e difícil de se esquecer. — sendo assim, precisarei tirar folga a primeira vez na vida, ou arrastar Emmanuel nunca falsa visita diplomática. Considero um crime ficar sem essa sobremesa divina.

Eleonora não esperava ouvir nada do tipo vindo de Alma, pois sabia o quanto a mulher poderia ser rígida por se tratar de uma guarda, porém, não poderia evitar de sorrir diante a afirmação. Poucas pessoas ficavam tão contentes em vê-la, principalmente de modo tão genuíno. Era gratificante saber que o sentimento pela mulher era verdadeiramente recíproco. "Confesso que aqui estou me permitindo me dar a esse luxo, ao menos um pouco. Quer dizer, estou em um lugar totalmente seguro, então, posso dar algumas horas de folga para a Marjorie. Me seguir para todo lado deve ser bem cansativo." Era o que pensava, ao menos. Mesmo que soubesse que sua guarda-pessoal jamais havia reclamado de fazer aquele serviço. Muito pelo contrário. "Você nunca reclama do trabalho mesmo, uh? Não está de saco cheio do seu príncipe?" Brincou, pois sabia que não era o caso. Estar do outro lado tinha suas regalias mas também carregava uma certa preocupação. Os guardas sacrificavam de seu tempo e saúde por seus monarcas e aquilo muitas vezes atormentava Eleonora. "Você precisaria me visitar mais vezes no Brasil, não posso mandar brigadeiros até você. Tenho que ter uma desculpa pra fazer você me visitar mais vezes."

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Alma não era muito boa com contato físico, não sabia como reagir e na maioria das vezes corava quando eles aconteciam, mesmo os mais simples. Não foi diferente naquele momento, quando sentiu os braços da princesa envolta de seu corpo, congelando-a por poucos instantes. Obviamente ela correspondeu o ato, contida e um pouco receosa pelos olhares que poderiam estranhar a princesa feliz em ver a guarda, mas bem, o que importava era a relação que tinham. Considerava Eleonora uma grande amiga e sentira sua falta. — igualmente, alteza. Alegrou completamente meu dia encontrá-la. —, talvez tenha alegrado até mesmo a viagem, visto que a única pessoa que Alma tinha ali era seu príncipe, mas não poderia sufocá-lo com sua constante presença, tampouco desejaria fazer isso. — fico mais tranquila em saber, parece que as pessoas por aqui têm o habito de fugir de suas escoltas. Me tranquiliza que esteja em boas mãos. —, lembrava-se vagamente da outra guarda, das conversas que tivera com Eleonora em sua presença e até mesmo das poucas palavras trocadas com ela. — apostou bem, estou ótima e o trabalho continua ao meu agrado, não tenho do que reclamar. Quer dizer, até tenho. Sinto falta dos seus maravilhosos brigadeiros.

Reencontrar pessoas queridas sempre deixava um sorriso preso nos lábios de Eleonora. Não era sempre que tinha o prazer de conhecer pessoas novas e apresentar um pouco da sua cultura à elas, mas quando tinha a oportunidade, sempre o fazia com muito gosto. E foi assim que fizera com a guarda. Conhecer um pouco da cultura alheia também fora maravilhoso, queria poder fazê-lo com mais frequência mas uma família muito cheia não lhe proporcionava tantas regalias. Mesmo sendo a princesa de sua país. "Alma!" Correu poucos passos para abraçá-la, por mais que conhecesse a guarda o suficiente para saber que não poderia fazê-lo tão despretenciosamente. Eleonora era braseileira, tinha tedência a gostar de abraços e beijos. "Também fico muito feliz de reencontrá-la, é sempre muito bom de te ver." E aquilo ficava claro nas feições que se suavizavam conforme trocavam aquelas palavras. "Sim, estou sempre com a Marjorie. É a minha guarda pessoal e uma grande amiga." Sorriu. "Tenho passado muito bem desde a última vez que nos falamos. E você? Como está tudo no México? Sempre trabalhando muito, aposto."