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Amigos de infância (TCM oneshot)
Resumo: Thomas Hewitt estava perseguindo a última vítima do dia, quando, no meio do caminho, encontra um rosto familiar ― ou seria uma máscara?
CW: +18, violência, g*re, sangue, menções de c*nibalismo, palavrões. Palavras: 1131 Fandom(s): The Texas Chainsaw Massacre (1974), The Texas Chainsaw Massacre: The Beggining (2003) Pares: Thomas Hewitt x Bubba Sawyer (platônico) English translation: here
Os gritos da mulher e da serra elétrica só aumentavam a adrenalina na corrida de Thomas. Ela não iria escapar.
Os dois, assassino e vítima, cortavam a vegetação densa com toda a energia que suas pernas aguentavam. A noite talvez não ajudasse muito, mas apenas os sons que eles emitiam eram o bastante para identificar para onde deveriam ir ― ou de onde deveriam fugir. O suor grudava a máscara recém-arrancada do namorado daquela mulher no rosto do slasher e o couro atrapalhava um pouco sua respiração, mas o medo de deixá-la fugir e denunciar sua família para as autoridades era muito maior que esse incômodo.
Correram uns bons quilômetros mata adentro, muito provavelmente chegando perto da propriedade vizinha à dos Hewitt. Foi então que, surgindo entre a folhagem, uma luz forte iluminou a silhueta da mulher. Foi possível ver que se tratava dos faróis de uma caminhonete.
Um motor se aproximou, tão de repente quanto as luzes, mas não era do veículo.
Thomas, assim como a mulher que perseguia, parou ao avistar a figura que vinha na direção deles ― uma figura familiar. Seria um reflexo de si mesmo, se não tivesse reconhecido nos grunhidos indefinidos o vizinho que lhe mostrou que não era o único no mundo com problemas de autoestima:
Era o garoto dos Sawyer.
Crescido, mascarado e com sua própria serra elétrica.
Os dois se conheciam desde a infância, uma vez que suas famílias trabalhavam juntas no mesmo matadouro e moravam próximos. Chegou a ver o rapaz algumas vezes na escola, mas logo soube que sua família optou por educá-lo em casa ― os moleques que tiravam sarro com o rosto de Thomas eram ainda mais cruéis com o jeito inocente e abobalhado do outro.
Luda Mae, doce e solícita como era, levava o filho quando ia visitá-los com dó de que o menino crescesse sem amigos. Assim começou uma amizade que duraria até o início da vida adulta, quando um começou a trabalhar e o outro permaneceu isolado em casa. Parece que a família de Bubba não queria que o mundo o machucasse novamente.
E aqui estavam eles: reencontrando-se no mesmo local em que passavam horas a fio brincando enquanto suas mães tomavam chá na varanda de casa. Apenas a brincadeira de bola fora substituída pela perseguição sangrenta por pessoas.
A mulher parecia mais apavorada do que antes, agora com dois maníacos da serra elétrica encurralando-a no meio do nada. Com a tensão palpável paralisando os dois brutamontes, contou até três e saiu em disparada rumo à estradinha de terra que avistara graças ao veículo.
― Bubba, não fique aí parado ― alguém cortou a tensão. ― Vai atrás da vadia!
Thomas surpreendeu-se com a voz masculina vinda da caminhonete.
Atordoado com a fuga da mulher, o Sawyer mais novo pôs-se a correr com sua arma cantando tão alto quanto a de Thomas. Este assistiu impressionado à velocidade e loucura com que ele a perseguia, até que alcançasse a pobre vítima no meio da estrada.
A luz da caminhonete não conseguia iluminar o estrago que estaria fazendo, mas, após alguns horríveis instantes, a agonia da mulher cessou. Bubba bradou sua serra elétrica no ar, aplaudido pelo homem que também comemorava ao saltar do veículo.
Era Nubbins, um dos irmãos mais velhos de seu amigo. Nunca gostou muito dele, que sempre atrapalhava o divertimento deles querendo intervir em seus jogos. Ele também nunca tratava Bubba tão gentilmente assim, o que, pelo visto, não mudou.
Bubba é outra pessoa, pensou Thomas. Não via mais o garoto desajeitado e assustado de sua infância. Ainda tinha o mesmo problema de fala, sim, mas agora estava imponente. Talvez fosse a intimidação da arma, ou talvez fosse a segurança da máscara ― ele conhecia esta última muito bem. Mesmo afastados, era incrível como suas vidas estavam interligadas até mesmo nesse tipo de coisa.
― Hewitt? É você mesmo?
Desligou a serra elétrica, o peso dela cansando-lhe os braços.
― Hey, Bubba! Olha quem tá aqui! Ah, seu filho da mãe, vocês também caçam gente! Depois que o…
Thomas não estava nem um pouco a fim de interagir com Nubbins. Ou com qualquer um que fosse. Só pensava no caminho extenso que teria que pegar até a sua casa e no banho que tomaria antes de capotar na cama. Botar conversa fora conseguia ser mais cansativo do que perseguir sua própria comida.
O som de mato sendo pisado e amassado o fez virar o rosto. Encarando-o olho no olho, o outro Sawyer ― seu terno azul todo respingado de vermelho ― vinha arrastando o corpo dilacerado da vítima pelos cabelos. Era um gigante mascarado mostrando a que veio. Um garoto que se tornou mais do que acreditavam que iria se tornar, mesmo sujando as mãos para tal.
Quanta coincidência…
Tommy queria perguntar tantas coisas ― o que aconteceu com você? por onde esteve? desde quando tem essa serra elétrica? que maquiagem é essa na sua máscara? ― mas o outro agiu mais rápido: resumiu tudo isso e mais um pouco num abraço de urso.
A serra elétrica escapou de sua mão. Sentiu os olhos marejarem. Há tempos não via alguém da sua idade que o pudesse abraçar como amigo.
Amigo, a palavra ecoou em sua mente.
Sem jeito, retribuiu o gesto. Bubba o balançou numa cadência alegre, enquanto balbuciava sílabas igualmente felizes. Os dois Leatherfaces ficaram assim até que Nubbins cortou o clima do reencontro.
― Vamos, já deu dessa melação toda ― afastou os dois amigos com dificuldade.
O Sawyer mascarado segurou o cadáver ao seu lado novamente pelos cabelos e, com uma bela pisoteada, quebrou o que já tinha sido a coluna da mulher. Ergueu a parte superior daquele corpo ensanguentado para o irmão, apontando da vítima para Thomas.
― Dividir? Isso aí não dá nem pra dois dias, seu idiota.
Bubba balbuciou insistentemente. Nubbins bufou ao revirar os olhos.
― Tá bom, vai. Mas é você que vai explicar pro Drayton porque ficamos só com as pernas.
Contente com a barganha, entregou ao amigo sua parte da caçada. Thomas jogou o presente sobre o ombro, pegando sua arma do chão logo em seguida. Olhou uma última vez para os vizinhos, nostálgico pelo reencontro ― a lembrança dos três ainda crianças passando diante de seus olhos.
A boca formou um sorriso por baixo da máscara, então despediu-se com um maneio de cabeça e da serra elétrica.
Caminhou de volta para casa ao som de grilos e das implicâncias daqueles dois irmãos. Abraçado pela escuridão, não se incomodou tanto com o longo trajeto como previa. O dia podia ter sido puxado, mas dormiria melhor sabendo que, mesmo desempregado, ainda não havia perdido os laços com Bubba.
Estava decidido: pediria à Luda Mae que o acompanhasse numa visita aos Sawyer no dia seguinte.
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