#um ano inteiro se passou e essa segue sendo a melhor ficha que eu já escrevi na minha vida kkkkkk
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bettychars · 2 years ago
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Nome: Gunther Howlett. 
Idade: 25 anos.
Ocupação: Maromba de academia e aprendiz.
Orientação: Heterosexual.
Verse: Descendentes.
Filiação: Coelho da Páscoa
Origem: Estados Unidos.
FC: Jacob Elordi.
Status: Fechado.
pinterest
Tá legal, é o seguinte. A gente vai andar rapidão com esse negócio de contar a história da minha vida, porque eu to com um total de zero paciência pra ficar de blablablá com esse bando de palerma, e ainda tenho que voltar pra academia correndo pra finalizar o treino das 16h, beleza? Se quiserem saber mais das conquistas da minha vida ou sei lá o que, me paga um cachê bem bom que a gente grava um documentário pra Globoplay: A Vida Depois dos Ovos.
Agora não me faz repetir essa merda se não eu pego meus pesos e taco em cima de cada um de vocês, ouviram bem? Bom, sabe aquela propaganda da porra de “adote uma criança que espera por uma família num orfanato lindo cheio de pirralhos adoráveis?”. Tudo migué. A real é que lá tá todo mundo meio perdido e se perguntando quem eram os pau no cu dos pais que largaram a gente naquele inferninho. Mas a gente tem que arrumar uma forma de lidar com essa palhaçada, e cada um tem a sua. No meu caso, era enfiando a cabeça de alguns babacas na privada, chutando a cara de outros… Coisa básica do dia a dia, e pau no cu se eles eram mais fracos que eu. Eu acho que até fiz um favor, se quer saber. Imagina se aqueles bunda mole saem do orfanato e vão pro mundo com aquela cabeça de vento que eles tinham. Tem mais é que aprender na marra mesmo, então na moral, e fiz foi um favor.
Mas deixando minhas atitudes de caridade de lado, a real é que eu não fui lá o abandonado do orfanato. Na verdade, umas duas famílias almofadinhas olharam pra mim e me acharam uma criança adorável o suficiente pra me levar pra casa. O problema era quando eu chegava na casa, e aquela galera meio que passava a não gostar muito de mim, né. É que eu tinha essas brincadeiras de criança saudável, normal. Mas quando eu começava a quebrar a louça, enrolar a casa com papel higiênico e jogar mel no chão das vizinhas velhas insuportáveis, eles logo desistiam de mim e eu voltava pra porra do orfanato. Pelo menos o terror dos bunda mole sempre tava de volta, mas não é sobre isso. A real é que esse foi o resumo da minha vida por muito tempo, até eu vim pra Storydoom.
Porque o mano dos ovos me escolheu? Eu lá sei, e pica no rabo de quem souber também. Agora se o maluco me coloca na porra de uma competição, me tira do orfanato da chatice, e diz que se eu ganhar a competição eu vou ser o próximo pica das galáxias da páscoa? Porra, quem não vai se empenhar pra vencer uma parada dessas, né não? Infelizmente a gente não pode utilizar da violência pra vencer, então eu fui obrigado a fazer um jogo limpo. Mas venci, né. Tô aqui de qualquer jeito, mandei os outros palermas pra casa do caralho, e é sobre isso. Storydoom não é a Disney não, tá? Mas é bem melhor do que o mundo que eu vivia, então eu tô bem de boa por aqui e não pretendo ir embora tão cedo… Na verdade, nunca mais.
Agora na moral, quando eu for o pica das galáxias da páscoa, tem umas coisinhas que vão mudar, tá ligado? Vou falar logo antes que vocês fiquem aí cheio de dedos, e pipipi popopo. Olha só, a galera fica enchendo o cu de chocolate sempre que dá abril. Lota o mercado de ovo de chocolate, jarro de chocolate, criança de chocolate, fonte de chocolate, porra de chocolate. E cá entre nós: eu odeio chocolate. Foda-se se você acha que eu não tive infância, mas tenho horror a chocolate, me dá náuseas e eu quero que se lasque. E já que a páscoa vai ser minha e pau no cu do mundo, eu vou é abolir o chocolate dela. Pode chorar a vontade que eu não tô nem aí, tá beleza? Quando eu assumir o cargo, mermão, o abril de vocês vai ter é ovo cozido, acompanhando frango grelhado e batata doce, e vocês que engulam. E se reclamar ainda mando todo mundo pra academia pra fazer crossfit e musculação até tá pedindo arrego pras divindades. No dia seguinte ninguém vai tá nem conseguindo andar. Então se você é fanboy de chocolate, aproveita enquanto pode, valeu? Agora me dá licença que eu preciso acabar meu treino. Bom falar com vocês, e da próxima vez que quiserem fazer essa palhaçada de conhecer o coleguinha, eu vou cobrar cachê, e o custo vai ser bem alto.
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fuienaoseiquandovolto · 6 years ago
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Segue teu coração
Oi, me chamo Priscila e há quase três meses larguei minha vida para viajar pelo mundo. Quando saí de casa não tinha se quer um caderninho pra escrever as experiências que iria viver, tão pouco pensava em escrever um blog. O máximo que me propus foi anotar meus gastos pra poder ter um controle financeiro. Não me imaginava sendo mais uma pessoa produzindo conteúdo de viagem na internet. Postaria algumas fotos e nada mais.
Logo de cara, na primeira semana na estrada, percebi que não é nada fácil manter um blog - ou melhor, não é fácil dar atenção a qualquer coisa com frequência quando se está na estrada - pois tinha dias que nem uns stories no insta eu tava conseguindo postar. Foi então que compreendi que viajar é muito mais intenso do que eu imaginava, se vive um mês dentro de cada dia, é sair de um rolê e entrar em outro e até mesmo quando não tem rolê nenhum a gente esquece que tem que mandar um whats pra família avisando que tá tudo bem. Tenho um grupo no whats que se chama Mochilão da Pri e quase nunca posto sobre o que tô fazendo lá. Muitas coisas aconteceram e eu não tirei foto, não fiz vídeo, não mandei áudio contando e esse é um dos motivos pelo qual tô escrevendo aqui. Apesar de ter minhas dúvidas se vou conseguir escrever com frequência, tô aqui há dias tentando terminar este texto entre um rolê e outro, porque já são quase três meses de rotas tortas e já não sou mais a mesma de longe e não quero que minha mãe se assuste quando eu for visitar ela. (risos) Além disso, quando alguém me pergunta o que eu fazia no Brasil e eu digo que sou jornalista aí vem a segunda pergunta: e tu não tá escrevendo um blog? E eu respondo dizendo que a viagem é intensa demais e que eu não tenho tempo nem pra dizer mãe tô viva. Tá, tô exagerando, mas é quase isso.
Depois de um mês na estrada decidi que além de anotar os alfajor que eu compro eu ia escrever pequenas notas sobre os lugares onde passo, porque tava sentindo que talvez um dia eu fosse esquecer de algumas coisas. E agora, quase fechando meu primeiro trimestre sem pagar boletos, decidi que vou começar a escrever sobre minhas aventuras e o que estou absorvendo de tudo isso para quem se interessar em acompanhar minha loucura. Além de conhecer lugares lindos, tenho conhecido pessoas inspiradoras, tenho conversado com gente do mundo todo sobre política, economia, comportamento, e também quero dividir isso com vocês, queridos leitores (me achei agora).
Voltando ao tema 'viajar é intenso' (sim, eu dou muitas voltas escrevendo), as vezes o que eu mais queria era ficar deitadinha um dia inteiro, quietinha vendo netflix. E eu não tô me queixando da minha vida, não! Só quero contar que NADA é um mar de rosas perfeito. Já basta que eu fiz 4 anos de faculdade de jornalismo acreditando que ia mudar o mundo e nem preciso terminar a frase né minha gente. Na verdade, o tempo todo eu fico pensando que todo mundo deveria ter uma experiência como essa, nem que seja em um mês de férias, sei lá.
E foi percebendo que viajar é nível hard de intensidade que aconteceu a primeira mudança em mim. Por mais que minha viagem sempre foi sem muito planejamento no sentido de ter uma data pra voltar e um roteiro a seguir, eu sempre pensava que ia seguir percorrendo o mundo até que meu dinheiro acabasse. Agora já não digo nem isso. Apenas não tenho plano nenhum. Pode ser que muito antes do dinheiro acabar eu queira voltar pra casa. Tudo pra mim está sendo um teste, eu nunca soube realmente se a vida que estava buscando era de fato o que precisava. Colocar a mochila nas costas e correr o mundo sempre foi um sonho, deixado de lado por um monte de motivos. Um deles foi a pressão social de antes de qualquer coisa ter que estudar, ter uma profissão, trabalhar, sem falar no lance de criar uma família, coisa que também já me sentia cobrada pela sociedade. Se vocês soubessem a quantidade de gente jovenzinha que tá rodando o mundo iam ficar com a mesma cara que eu quando conheço alguém de 20 anos que já tá na estrada faz uns 3 anos. E o mais foda é que já aprendi tanta lição de vida com essas pessoas que cheguei a me sentir imatura mesmo.
Eu realmente achava que estava no momento perfeito pra largar tudo e viajar, ou seja, me sentia a madura, com 30 anos, que desde que decidiu ir embora economizou cada palito de dente pra viajar sozinha (mentira, eu gastava um monte em comida achando que ia passar fome na estrada), que ia ser muito esperta e não se meter em roubadas, e blá blá blá. A real é que não existe momento perfeito pra se jogar de cabeça na vida, ou você se atira ou não se atira. E a hora que fizer vai ter que encarar tudo como se estivesse nascendo de novo, aprendendo a caminhar de outra forma. Sorte dessa galera que se joga cedo e já conhece mais da vida do que alguém com muita idade mas que nunca saiu do seu mundo. E te conto, antes que você me pergunte como eles viajam se não trabalharam uma vida inteira pra juntar dinheiro: não é preciso muito dinheiro pra viajar! Tudo depende do tipo de viagem que cada um se propõe e, mais uma coisa, quem viaja sem grana não é mendigo não. Mas isso é assunto pra outro post.
Mas ok, tenho 30 anos, fiz o que a maioria das pessoas faz, saí da escola, fiz faculdade, trabalhei por 8 anos até que não aguentei mais. Começo então a explicar o porquê da minha decisão de largar tudo e viajar. Nunca gostei da rotina e estar em uma zona de conforto é algo que me faz muito mal. Gosto de me sentir desafiada, é o que me motiva. E isso já não acontecia fazia tempo. Sempre tive uma relação complicada com o trabalho, apesar de não temer o trabalho em si, estar presa a um sistema que valoriza números e não pessoas me deixava depressiva. Se não me sinto útil em um lugar, o despertador vai tocar todas as manhãs e eu vou odiar estar viva e ter que enfrentar o mundo. Cheguei a entrar em crise com a minha profissão, pensando que tinha feito a pior escolha da minha vida. A verdade é que precisava provar de outras formas de viver a vida, pois não conseguia mais olhar para a minha do jeito que estava e não fazer nada. Tinha que existir uma maneira de viver na qual eu me encaixasse!
O dia que contei pra minha mãe que em poucos meses eu ia pegar o rumo da estrada sem data pra voltar ela chorou e perguntou: mas por quê?? Eu disse: eu tô infeliz! E pra que serve a vida se não me sentia bem, se não me sentia útil, se não via propósito em existir? Algo me chamava pra estrada, algo me dizia que eu podia ser mais, que eu tinha muito que aprender, sobre mim especialmente e sobre o mundo. Feliz é quem se aventurou muito jovem, quem provou da intensidade da vida logo cedo, quem amadureceu conhecendo a si e ao universo no princípio da vida. Um dia eu estava no terminal de Maldonado (Uruguai) esperando um ônibus e uma amiga do Equador, que conheci em um voluntariado, apareceu por lá sem que tivéssemos combinado. Ela, muito mais jovem que eu, sentou do meu lado e falou tudo o que eu precisava ouvir na época. Eu ainda tava aprendendo a deixar a vida fluir e me sentia angustiada tendo que organizar os trabalhos voluntários, para que um trampo se encaixasse no outro e eu sempre tivesse onde dormir e tal. Ainda lembro do que ela disse: que a viagem não pode ser tensa por nunca saber ao certo o que vai ser do próximo dia; que viajar é a melhor escola para a vida e que é preciso seguir com calma, desfrutando cada dia, aproveitando e agradecendo; que o mais desafiador eu já tinha feito que era sair de casa e viver na estrada; e que isso se chama liberdade, que sou livre pra fazer o que quiser da minha vida e do meu corpo.
E falando sobre sair de casa já vou adiantando, muita gente diz que sou corajosa e tal, mas eu não consigo me ver assim, porque o medo e a insegurança sempre me acompanharam. Sim, o medo de não saber onde eu estava me metendo, o medo cruel de ser mulher e viajar sozinha, de não saber quem eu ia encontrar pelo caminho, de não saber me virar longe de casa, o medo de sair da bolha do sistema, que afinal de contas nos mantêm cômodos com um trabalho, um teto, afeto. Tudo isso sempre deu voltas na minha cabeça e fez com que eu deixasse o sonho de mochilar pra depois. Até o dia em que o peso da vida me mostrou que eu chegava no meu limite. Eu precisava encontrar meu propósito e seguramente não era a inércia na qual eu estava vivendo. Já tinha amigas que estavam na estrada que foram minhas inspirações e fundamentais pra minha decisão. Mas eu ainda tinha aquela visão que todo mundo tem de quê pra viajar precisava de muita grana e achava que nunca ia conseguir sair do chão. Há muito tempo que vinha consumindo conteúdo de pessoas que largaram tudo pra viajar e as alternativas que utilizavam para economizar, mas mesmo assim imaginava que tinha que sair com muito dinheiro. Chamei minhas amigas no bate-papo, perguntei tudo o que podia e as duas falaram a mesma coisa, que quando você abre teu coração pro universo ele te devolve as vibrações mais lindas que existem. Me senti forte e bati o martelo, em outubro de 2018 ia largar tudo e conhecer o mundo. Era fevereiro e eu tinha alguns meses pra reduzir meus gastos ao máximo, vender minhas coisas, fechar os primeiros trabalhos e partir. Até aí tudo bem, contei para pouquíssimas pessoas o que ia fazer, o tempo passou e quando avisei no trabalho aí sim a coisa ficou séria, e cada vez que eu me ouvia contando pra alguém era como se mais uma ficha caísse. Quando faltavam 45 dias eu tive uma crise de ansiedade e quase desisti. Comecei a pensar em coisas que poderiam não dar certo e o medo foi aumentando. Segui em frente mesmo assim.
O dia que eu peguei o ônibus meu estômago doía muito, eu tava cagada de medo. Passei a viagem a base de magnésia bisurada. Demorei quase 24 horas pra chegar no meu primeiro destino, a praia de La Paloma, no Uruguai. Quando cheguei na cidade era passada das 20h30min e já estava escuro. Saí do terminal de ônibus e fui a pé até o hostel. Apenas algumas quadras mas não havia quase ninguém nas ruas e claro, morri de medo pela enésima vez porque rua deserta à noite e mulher sozinha é uma combinação aterrorizante de uma péssima realidade. Cheguei no meu primeiro lar e mau sabia eu que seria minha primeira família fora de casa também. Nessa época eu não falava quase nada em espanhol. Quando entrei no Uruguai e tive que comprar uma passagem de ônibus a primeira coisa que perguntei foi: hablas portugués? Brasileiro tem essa mania de achar que se vira no portunhol baseado em assistir Narcos, La casa de papel e ouvir Shakira e Maluma. Mas não é bem assim. Na minha primeira semana no hostel não falava quase nada, entendia um pouco e quando começavam a conversar sobre coisas super interessantes me sentia sufocada porque queria expressar minha opinião mas não sabia como. Foi difícil também estabelecer laços de amizade no começo, afinal eu era quase muda. Aos poucos eu fui aprendendo o idioma, compreendendo que temos palavras iguais ou parecidas mas que significam coisas diferentes, fato que nos coloca em saias justas as vezes. Por exemplo, quando eu queria dizer que algo era bonito eu dizia que era gracioso, mas gracioso significa engraçado, e a palavra engraçado em espanhol significa cheio de graxa, e por aí vai.
Bueno, vou encerrando este primeiro texto por aqui, afinal já está gigante e deixo para os próximos cada detalhe do meu trajeto por esse país maravilhoso que é o Uruguai. A você que me incentivou a escrever isso aqui, gracias! Mantemos contato e até a próxima.
Quando da tempo posto algumas fotos e stories aqui ó:
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