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Abajo el mimismo!
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sereiapiranhatxt · 3 years
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falando de Arte, Tecnologia e Trabalho
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Gente, queria conversar um pouco com vocês sobre arte digital. Tipo, não é fascinante que possamos compartilhar nossas artes e artesanatos pelas redes sociais, alcançando igualmente amigues próximos, colegas e total desconhecides? Certamente as redes são ferramentas maravilhosas né, só é chato esse monte de algoritmo que mais atrapalham que ajudam, e as atualizações que só pioram as interfaces, e a competitividade velada da comunidade online disfarçada de camaradagem--afinal a quantidade de likes ou seguidores não importa muito né? Ou será se sim e na verdade elas importam e muito?
Queria conversar sobre arte digital porque essa conversa já existe, e meu trabalho e minha vida como artista digital dependem dela, então acho que preciso ter uma opinião a respeito. Por mais que a internet e demais ferramentas digitais abram novos horizontes de experimentação e compartilhamento, até por isso mesmo, elas são também espaços de disputa e especulação--não à toa os veículos de mídia dos anos 90 que noticiavam sobre a recém-nascida World Wide Web frequentemente usavam termos que lembram o “Velho Oeste” ou As Grandes Navegações para descrever a amplidão do “cyberespaço” viabilizado pelas novas tecnologias da computação.
A Plataformização da Arte e do Trabalho
O compartilhamento de arte (de qualquer conteúdo, na verdade) via internet esteve particularmente em destaque em 2020, ano em que uma das respostas da humanidade à pandemia de Covid-19 foi a crescente virtualização de suas atividades. Escolas, Universidade e Museus ao redor do mundo (re)pensaram modelos digitais para seus acervos, aulas, palestra, oficinas, etc., o que, por sua vez, tem injetado nova e necessária vida aos debates sobre o acesso a esses espaços. Por outro lado, artistas e artesãos autônomos se viram forçados a diminuir consideravelmente ou cessar completamente suas atividades presenciais, e procuram cobrir o prejuízo aumentando sua presença online.
Lá em 2009, o então Professor da School of the Art Institute of Chicago (SAIC) David Robbins publicou, diretamente em seu site, seu livro intitulado “High Entertainment” (“Alto Entretenimento”), em que ele elabora a possibilidade de uma “Arte conceitual para as massas”; Nas palavras do crítico Brian Droitcour, (em seu artigo de 2014 para a Art in America “The Perills Of Post-Internet Art”) :
 “Para Robbins, a arte é uma área de atividade cultural caracterizada por auto-referências sistemáticas; se o entretenimento apela diretamente à audiência, a Arte (capitalização dele) é um ‘satélite,’ recebendo sinais de artistas individuais e lançando-os de volta aos espectadores, que os captam apenas se suas capacidades de percepção estiverem propriamente sintonizadas. Ou seja, a audiência da Arte tem que estar engajada no jogo de auto-referência, um processo que tradicionalmente requer formação em instituições de arte e educação formal. Robbins usa o termo ‘plataformização’ para descrever como artistas podem romper com essa trajetória, alcançando audiências receptivas que são desencorajadas pelos altos obstáculos postos à entrada do mundo da arte institucional. Ele cita galerias como um tipo de plataforma, mas as inclui em uma lista junto de programas de rádio, programas de TV, revistas e ‘um certo tipo de website (YouTube, Flickr, MySpace . . .).’”
É inegável que, em um país como o Brasil de 2020, cujo número de smartphones supera o de pessoas (segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV)), a plataformização digital, por dispensar etapas da trajetória institucional de um artista--como educação formal e processos de curadoria--acaba por contemplar uma maior diversidade de trajetórias pessoais, o que, por sua vez, se reflete também em uma diversidade maior de narrativas e expressões artísticas do que aquela que estamos acostumados a encontrar em galerias, museus e espaços acadêmicos. No entanto, em 2021, “plataformização” é um termo que, para além da definição de Robbins de um “espaço de acesso e massificação”, é usado para descrever um certo tipo de trabalho muito característico desse início de novo milênio, e que , pelo menos até agora, tem se mostrado essencialmente precarizado. 
A experiência de ter o acesso a um mercado de trabalho regulado e presencial negado e ser então empurrada para um mercado virtual, remoto e sem garantias trabalhistas, porém semanticamente higienizado para ganhar ares de empreendedorismo, já é, a esse ponto, velha conhecida das mães do século XXI. Situação semelhante enfrentam os/as entregadores de aplicativo, categoria que só cresce junto com a taxa de desemprego formal e cuja luta por melhores condições de trabalho já toma dimensões nacionais, mas que ainda ouvem que este é um bom emprego em que se faz o próprio horário, ou que o entregador é um guerreiro, um herói, que um dia vai ficar rico só com essa atitude, e outros discursos empreendedores e meritocráticos, que refletem a realidade em pouco ou nada.
Tecnoliberalismo
Grupos de estudo ao redor do mundo--um desses sendo o brasileiro DigiLabour, laboratório de pesquisa ligado ao Mestrado e Doutorado em Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)--têm se dedicado a investigar a maneira mais justa de se regular o trabalho plataformizado, e, talvez surpreendentemente, o que eles têm revelado é que devemos questionar a neutralidade das próprias plataformas e demais ferramentas digitais, virtuais e robóticas que nos são apresentadas como a última evolução das mais avançadas tecnologias, ou a resposta tecnológica para nosso problemas. Em entrevista para o portal DigiLabour, a pesquisadora da University of California e autora do livro “Surrogate Humanity: Race, Robots, and the Politics of Technological Futures” Kalindi Vora adverte para as  tecnoutopias, inclusive aquelas de esquerda, ligadas a imaginários coloniais:
“Se você olhar o mapa das rotas de navegação no comércio de escravos do Atlântico, no qual as potências coloniais tiveram lugar central, verá que se assemelha muito ao mapa dos lugares onde colocaram os cabos de fibra óptica transoceânicos. As tecnologias no primeiro período eram navios e rotas marítimas que traziam africanos capturados como força de trabalho / propriedades não livres para a Europa e suas colônias. As tecnologias de comunicação de dados movem a força de trabalho como dados entre muitos dos mesmos lugares no presente. Na tecnoutopia de alguns liberais de esquerda contemporâneos, não há qualquer tentativa de imaginar uma dissolução das infraestruturas e dos valores capitalistas. Em vez disso, os indivíduos, cada um deles sendo um consumidor/ produtor, adquirem e usam novas tecnologias [...] como parte de uma fábrica distribuída pelos lares. Essas novas tecnologias ainda são projetadas e produzidas por grandes empresas de tecnologia, para seu próprio lucro. [...] Servidos por uma internet das coisas, nós, consumidores/ produtores, [...] Não somos mais trabalhadores, todos nós operamos como proprietários individuais de fábricas em uma economia global agora igualitária. A distribuição de recursos, como o tempo livre para usar e projetar os objetos necessários para ser um maker, não é uma preocupação central. Detalhes como quem possuiria e controlaria as plataformas de compartilhamento que usaríamos estão faltando. Nem as diferenças sociais estão por trás das necessidades individuais, incluindo raça, classe ou gênero. 
Esse futuro imaginário em que uma sociedade pós-capitalista se manifesta uma vez que todos somos criadores, sem luta, é parte do que Neda Atanasoski e eu chamamos de tecnoliberalismo em nosso livro Surrogate Humanity. Infelizmente, essa visão esbarra desconfortavelmente com os objetivos de Elon Musk de colocar uma bateria Tesla em cada casa e privatizar as viagens espaciais individuais. A revolução maker, como a tecnoutopia de Musk, evita o trabalho de cooperação social e redistribuição de recursos em favor da autossuficiência individual. Enquanto isso, as feministas marxistas estão lá há décadas para apontar que nenhuma dessas visões detalha quem vai cozinhar, lavar, dar à luz, cuidar das crianças, dos idosos [...] após a revolução. Mulheres negras e feministas negras em particular enfatizaram que algumas mulheres também podem empregar outras mulheres, quase sempre aquelas com status social e recursos inferiores, para fazer pelo menos parte desse trabalho para elas. [...] Os marxistas e os tecnoutópicos de esquerda contemporâneos, centralizados em uma norma patriarcal branca, ainda não parecem imaginar uma revolução que possa impedir a misoginia e o racismo embutidos em nossas tecnologias aparentemente neutras.”
Dentre todas as posturas que um artista pode assumir diante da tecnologia das redes sociais, a que é mais encorajada e recompensada pelas estruturas e ferramentas destas é a de acumular o maior número de seguidores e interações possível e produzir conteúdo com potencial para “viralizar” ou “hitar”. O “hit”/viralização da obra (que nada mais é que uma massificação extrema), supostamente,  atrai oportunidades de trabalho, seja ele formal ou não, definitivo ou temporário. Na pior das hipóteses, ele atrai muitos novos seguidores. Depois de alguns hits, o artista acumula seguidores “o suficiente” (normalmente algo em torno de +10K de pessoas) para ter prestígio social dentro da microcomunidade de criadores da(s) plataforma(s), o que também, teoricamente, aumenta as chances de conseguir trabalhos, formais ou informais. Considerando essas artes massificadas ao extremo como produtos de Alto Entretenimento, estes profissionais se enquadram na descrição que Vora faz dos “makers” consumidores/ produtores, ainda mais se também levarmos em conta que os conteúdos favorecidos pelos algoritmos das redes sociais são os alinhados aos interesses de grandes empresas, principalmente gigantes da indústria de entretenimento, com as quais as redes sociais operam em sinergia. 
Versões diferentes deste mecanismo tecnoliberal se adaptam a cada nicho de conteúdo plataformizado nas redes sociais, e são eles que estão por trás da cultura de digital influencers e sub-celebridades. Engajar neles pressupõe formatar seu conteúdo e suas interações de acordo com o que é priorizado pelos algoritmos, e esse processo, muitas vezes, acaba tornando o processo artístico muito mais trabalhoso e custoso (pois se faz necessário assinar tal serviço de streaming, comprar tal material, etc.), o que dificulta a trajetória de artista influencer para aquelus que—sobretudo pelas questões de raça e gênero apontadas por Vora—não dispõem de tanto tempo e recursos. 
Buscar se enquadrar no tecnoliberalismo das redes sociais é uma postura que é adotada literalmente à exaustão entre profissionais das artes que buscam espaço nas indústrias do entretenimento, sejam elas audiovisual, moda, design, videojogos ou qualquer outro. Para a maioria dos artistas plataformizados, em especial aqueles que não se sentem contemplados pela possibilidade de uma trajetória de influencer, esses mecanismos acabam sendo um mal inevitável, uma valsa com algoritmos que elus são obrigados a dançar em troca de qualquer mínima visibilidade que seja. Enquanto isso, aqueles que conseguem viver o sonho pleno de ser um maker têm se provado tão perigosos para a humanidade e a vida na terra quanto o já citado Elon Musk. 
Então... vamos falar sobre NFTs??
Na segunda metade de 2020, o mercado de NFTs, até então um nicho relativamente obscuro de arte digital ligado às cryptomoedas, começou a chamar atenção pelo catastrófico impacto ao meio ambiente que vinha causando com suas transações. Os NFTs (ou non-fungible tokens), são certificados de posse relativos a obras de arte digital, que são registrados em blockchains e então leiloados a colecionadores. As blockchains, por sua vez, são blocos de operações computacionais processadas de maneira descentralizada em uma rede de máquinas e então conectados em sequência (uma “corrente” de blocos). Acontece que essas operações computacionais necessárias para a formação das blockchains (chamadas proof of work) precisam ser repetidas à exaustão, e por isso necessitam de máquinas muito potentes funcionando por muito tempo para realizá-las.
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          “processo de transação” crypto, segundo a investopedia
Em Setembro de 2020, o artista/programador Memo Akten começou uma série depostagens em seu perfil no Twitter em que ele dividia suas suspeitas quanto à insustentatbilidade do mercado de NFTs e crypto num geral. Em Dezembro de 2020, Akten lança o site cryptoart.wtf, com o intuito de monitorar e denunciar os gastos de energia e pegadas de carbono que cada artista está deixando ao minerar os NFTs relativos a cada obra nas blockchains. Por exemplo, no dia 20 de Fevereiro de 2021, um único artista gastou o equivalente ao consumo médio de energia elétrica de 1 cidadão da União Européia por 49 anos e causou a emissão de 103,129Kg de CO2 na atmosfera, tudo para minerar NFTs referentes a apenas 2 ilustrações digitais. 
No dia 8 de Março de 2021, a plataforma de hospedagem de portfólios de arte e rede social Artstation anunciou o lançamento do projeto piloto do seu próprio mercado de NFTs. Em poucas horas, a resposta fortemente negativa por parte dos artistas registrados na plataforma, fez com que o lançamento fosse adiado indefinidamente. Porém, a essa altura, o mercado de NFTs e cryptoarte já tinha ganhado atenção suficiente para deixar de ser considerado nicho tecnológico e ganhar status de “tecnologia do futuro”. Os dados alarmantes tem sido rebatidos com promessas ecoantes de que as proof of work serão logo substituídas por outras operações que gastam menos energia, e que logo os NFTs serão a forma dominante de comercializar arte e entretenimento online, inclusive com os grandes estúdios também “tokenizando” suas obras. Quem se opõe a essa tecnologia como um todo passou a ser taxado de antiquado, pois agora sua dominação era aparentemente inevitável. Ou pelo menos essa era a narrativa em alta no Twitter (que é a rede social que utilizo primariamente) na segunda semana de Março de 2020, quando comecei a escrever este texto. Enquanto termino esta versão, em 20 de Março, doze dias depois do Artistation anunciar e cancelar sua plataforma NFTs--o que no tempo da internet é tipo, 84 anos--esta narrativa parece já ter perdido bastante força. É verdade que cada vez mais artistas brasileiras estão entrando no mercado de NFTs--o que é sim preocupante em um ano que está previsto para ser ainda mais seco que 2020, quando tivemos queimadas históricas em todos os grande biomas brasileiro--mas agora existe uma lista de plataformas de “🌼Clean NFT”, que se utilizam de processos com gastos de energia mais baixos.
Ok né. Estou tentando aqui não julgar os artistas que entram nesses esquemas, porque não sei da vida nem das necessidades de cada um. Mas eu ainda sou do time daquelus que vêm esse mercado como puramente especulativo, além de um esquema de pirâmide, pois os maiores lucros irão para a empresa que conseguir cooptar mais artistas para sua plataforma/mercado de cryptoarte. Talvez esse mesmo argumento possa ser usado contra a plataformização de arte em redes sociais, e a ele eu responderia: Mas então queremos meter os dois pés nesse lamacero? Achei que a gente tava era tentando sair dele. 
Minha opinião, por enquanto, continua sendo a de que a narrativa dos NFTs como único futuro possível pra arte digital, e do progresso tecnoliberal como norma histórica, devem ser combatidas; e opções alternativas--potenciais e já em prática--precisam ser mais amplamente discutidas. Nas palavras da artista e joguinista nipo-estadunidense Marina Kittaka (em seu artigo “Desistir da Indústria do Videogame”, traduzido pelo joguinista brasileiro Pedro Paiva):
“Honestamente, tecnologia é um conceito tão amplo e vago que quase qualquer coisa que qualquer um possa fazer pode ser considerado tecnológico! Assim sendo, o modo como normalmente usamos o termo é muito revelador dos nossos valores culturais. Poder computacional, escala massiva, gráficos fotorrealistas, AIs complexas, experiências em VR que tentam recriar os elementos visuais e aurais de uma situação real ou imaginada... certamente tudo isso é tecnológico e cresceu em sofisticação ao longo dos anos. Mas o que A Indústria considera progresso tecnológico consiste, na verdade, na exploração de nichos bastante estritos que foram inflados artificialmente porque os capitalistas descobriram que podem ganhar dinheiro dessa maneira. É claro que eu não uso ‘nicho’ aqui como um insulto - muitas das coisas mais fascinantes não são intrinsecamente nicho? Mas quando uma narrativa restritiva consome todo o ar da sala e deixa um rastro de devastação física e emocional... não está na hora de questionar?”
Agora vamo falar de coisa boa
O DigiLabour, além de expor as estruturas das plataformas, tem realizado e divulgado levantamentos sobre cooperativismo de rede como alternativa ao tecnoliberalismo. No artigo publicado no portal em 14 de Março de 2020, intitulado “Mulheres negras, tecnologias e resistência”, as pesquisadoras Dulcilei C. Lima e Taís Oliveira analisam dados de alguns estudos independentes sobre apropriação de tecnologia por mulheres negras e indígenas, inclusive listando os portais e cooperativas que participaram do levantamento. Elas ressaltam o papel da identidade racial e de gênero na formação destas redes solidárias, que por sua vez, fortalecem a noção de identidade e pertencimento das individuas. 
Para a ativista Fernanda Lira Monteiro, do PretaLab, “Quando você chega nessa percepção em que a tecnologia pode ser um veículo social, você cria outras camadas de resistência, de resiliência, onde você pode se comunicar com outras pessoas que sentem o mesmo que você e isso cria uma sensação de pertencimento que você não tinha antes e leva para lugares inclusive que não tem tecnologia. Pode levar a gente a conhecer não só aquela cultura que tá distante lá no outro país, mas a própria realidade que está do nosso lado” 
Em seu já citado texto, Marina Kittaka elenca algumas práticas que ela considera norteadoras em seu processo pessoal de desistir da indústria, entre elas, descentralizar narrativas e diversificar lideranças, se envolver com e fortalecer movimentos sociais e trabalhistas, refletir sobre e abandonar práticas consciente ou inconscientemente ligadas à ideologia do empreendedorismo, e rejeitar a cultura de digital influencers.
A noção de que que, se quisermos fortalecer as redes cooperativas, precisamos também sabotar, desmantelar e/ou subverter as chamadas redes sociais como pudermos, foi ficando mais nítida para mim conforme fui, a partir de Junho de 2020, tomando contato com artistas ligados à Peteca Nacional, uma organização livre de joguinistas antifascistas e anticapitalistas. Para as/os artistas, programadoras/es, jornalistas, etc. envolvidos com a Peteca, o posicionamento contra o tecnoliberalismo parte da recusa em assumir o papel de consumidor/criador dentro da indústria de videogames, já que muitos dos grandes estúdios que dominam a indústria recebem insumos massivos de exércitos de potências imperialistas (notadamente os Estados Unidos), ou já foram denunciados por racismo, abusos trabalhistas e sexuais nos escritórios e exploração de riquezas naturais do sul global. 
Mesmo quase nunca conseguindo acompanhar todas as discussões levantadas no servidor discord ou todas as lives da Peteca, e dos encontros locais estarem indefinidamente suspensos por conta da pandemia, só o contato (mediado primariamente pelo Twitter) com essas pessoas já foi o suficiente para expandir, em questão de meses, meu conhecimento e minha opinião sobre tudo isto que eu escrevi aqui até agora, além de legitimar sentimentos que me acompanhavam há muito mais tempo, mas que não conseguia apontar exatamente o que eram. Por isso, sou muito grata a cada uma dessas pessoas, assim como a muitos outros artistas com quem tive contato pelas redes sociais--e pela vida! Lembra dela?--e  que nada tem a ver com essa organização específica, mas que também, às vezes em contatos tão breves, me ensinaram tanto. A todes vocês, onde quer que estejam, o meu muito obrigado e meus desejos que este texto, caso chegue até vocês, lhes encontre em boa saúde. 
Estendo isso a todes que me leram até aqui. Não tenho respostas definitivas pra nenhuma das questões que levantei nesse texto, mas espero que possamos continuar discutindo sobre elas. Por hora, esta foi minha singela contribuição. Por favor, sintam-se a vontade para responder este texto por qualquer canal que julgar conveniente, seja pra acrescentar, corrigir ou discordar de qualquer coisa. 
Até a próxima!!
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iaalfuturo · 7 years
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Cosmovisiones, problemas y escenarios futuros
Cosmovisiones, problemas y escenarios futuros
  En el artículo anterior se había hablado del progreso humano y los dilemas (definidos por Potter) y los problemas que se generaban, a su vez cada uno de estos problemas ha llevado a diferentes enfrentamientos. Se puede decir que los enfrentamientos se corresponden con la búsqueda de solución a los diferentes problemas y a los dilemas que surgen dentro de estos enfrentamientos y con los…
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aalvaronavarro · 4 years
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2.1-La codificación corporal como programación estética de nuevas normalidades / normatividades.
En el intento de aproximarnos a las reducciones y excesos que adquieren las corporalidades en los más novedosos modos de virtualidad, podemos plantear un análisis de cómo el cuerpo virtual ha debido asumir el simulacro perfecto de la acción multisensorial del mundo físico, ahora traducida en experiencias fraccionadas y acotadas. En el dispositivo tecnológico, totalmente acoplado en el contexto actual, podemos ver con facilidad el alcance de virtualización de la realidad y que ahora se ha visto aprovechada por sistemas disciplinarios de programación y vigilancia. Como plantea Byung-Chul Han:
Toda la infraestructura para la vigilancia digital ha resultado ser ahora sumamente eficaz para contener la epidemia. Cuando alguien sale de la estación de Pekín es captado automáticamente por una cámara que mide su temperatura corporal. Si la temperatura es preocupante todas las personas que iban sentadas en el mismo vagón reciben una notificación en sus teléfonos móviles. No en vano el sistema sabe quién iba sentado dónde en el tren. Las redes sociales cuentan que incluso se están usando drones para controlar las cuarentenas. Si uno rompe clan- destinamente la cuarentena un dron se dirige volando a él y le ordena regresar a su vivienda. Quizá incluso le impri- ma una multa y se la deje caer volando, quién sabe. Una situación que para los europeos sería distópica, pero a la que, por lo visto, no se ofrece resistencia en China.
A partir de los dispositivos tecnológicos se ejercen ciertos tipos de dominación y vigilancia entre los propios usuarios, lo cual precisa de nuevos formatos de soberanía. Siguiendo a Han, sería soberano quien dispone de códigos y datos. En Wuhan se han formado miles de equipos de investigación digital que buscan posibles infectados basándose solo en datos técnicos. Basándose únicamente en análisis de macrodatos averiguan quiénes son potenciales infectados, quiénes tienen que seguir siendo observados y eventualmente ser aislados en cuarentena. Esta perspectiva crítica ayuda a comprender cómo los espacios de simulación digital no escapan de las relaciones de poder, que se basan en el control del movimiento del usuario en esta dimensión virtual. El análisis encuentra que la generación de esta realidad social en línea se diluye e inmaterializa. Esta codificación de la corporalidad y de las experiencias tiene como resultado que el individuo sea sustituido por biodata, es decir, por información integrada y de codificación como los códigos QR. Hablaríamos entonces de una transducción forzosa entre las experiencias y simbolismos que conforman la vida y la simplificación topográfica de los códigos QR. A través de ellos, se dispone de una realidad poblada de presencias, donde la simulación se presenta más genérica y sofisticada que el panóptico del que habla Foucault, en la medida en que ya no se trata de sentir la mirada del otro, sino de experimentar su (tele)presencia. 
Por ello, el usuario, de alguna manera despojado de sus propias capacidades y asumiendo unos métodos de acercamiento, es conducido al sometimiento y la programación delegada de los sistemas de poder: seguimos las estructuras de la máquina, pensamos según los cánones y conductos que lo tecnológico nos permiten, y abandonamos nuestros propios criterios para establecernos en los medios de comunicación que gobiernan la mirada. La transparencia y la usabilidad son los principales generadores de relaciones de dominación. Son los usuarios quienes a través de estas tecnologías, se pueden ver invitados a utilizar estos medios como mecanismos de resistencia.
En esa medida, hablamos del cuerpo que resiste y que puede entenderse a través de lo que podríamos denominar su “condición heterotópica”. En El cuerpo utópico (2010), Foucault fluctúa entre la idea de cuerpo que es topía despiadada, el lugar irremediable al que estoy condenado y la idea de cuerpo como utopía o cuerpo que está siempre en otra parte —lugar fuera de todos los lugares, que borra el cuerpo—. Si el cuerpo parece mostrarse siempre bajo la investidura de su utopía, ¿qué es, pues, lo que ahoga su capacidad de revertir los efectos de dominación? 
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http://www.feliperivas.com/inscripcioacuten-de-coacutedigo.html# 
Como vemos en la obra de Felipe Rivas, su propia corporalidad se constituye finalmente en el lugar de una experiencia acotada en función de la codificación disciplinaria. Su condición hetereotópica se elimina, su capacidad de usuario, sus experiencias y fronteras se homogeneizan. Con la desposesión de capacidad de resistencia, resultaría impredecible entender la capacidad de subversión a nivel de usuario, y así, de una desarticulación de la organización normalizada y neonormalizadora del cuerpo. Aunque a partir de textos como Vigilar y castigar (1976) resulta difícil imaginar el tratamiento del tema del cuerpo en Michael Foucault más allá de los márgenes asociados a su tematización del poder disciplinario, nuestra tarea es reflexionar y trazar el cuerpo más allá de dicha tecnología del poder organizador. Encontramos en su pensamiento que circunscribir la idea de cuerpo al análisis de los mecanismos disciplinarios del poder parece conducir a que no habría cabida a las posibilidades de resistencia, y que el cuerpo se constituiría como un receptor pasivo de las operaciones del poder. Sin embargo, la obra de Felipe Rivas asume esta pasividad y la pone a dialogar con cierta actividad crítica: la evidencia de la inscripción sobre el cuerpo. Atendemos a una reconceptualización de las tecnologías del usuario a partir del propio cuerpo, presente. Si tomamos en consideración cómo operan los mecanismos bajo los cuales se presenta la obra de Felipe Rivas, podremos afirmar la posibilidad de poder un positivo que puede, de forma eventual, convertirse en escenario de de-sujeción y resistencia.
El biopoder está circulando continuamente a través de los cuerpos, y estos no pueden concebirse sino como espacios atravesados por relaciones de poder. En esa medida, el poder no solo se ejerce sobre los cuerpos, sino también desde ellos y a partir de ellos. Sostener, por lo tanto, que el cuerpo es incapaz de resistencia, es prácticamente equivalente a sostener que no es capaz de ejercer poder en ninguna medida. Por estas razones, habiéndonos basado en el pensamiento foucaultiano, consideraremos que sí existen relaciones de poder a través de todo el campo social es porque por todas partes hay libertad. Encontramos en el big data una forma eficaz para combatir y revertir los efectos del virus biológico y de poder de la información. Si el Estado sabe por tanto dónde estoy, con quién me encuentro, qué hago, qué busco, en qué pienso, qué como, qué compro, adónde me dirijo, es posible que en el futuro el Estado controle también la temperatura corporal, el peso, el nivel de azúcar en la sangre, etc. Por eso, pensaremos en el big data como un espacio para una biopolítica digital que acompaña a la psicopolítica como herramienta contra las normalidades que actualmente controlan activamente a las personas. La represión a cargo de otros deja paso a la depresión, la explotación por otros deja paso a la autoexplotación voluntaria y a la autooptimización. 
Hasta ahora hemos explicado cómo la inmersión del cuerpo en la interfaz y en el flujo de navegación de los dispositivos lleva a cierto grado de agenciamiento y acoplamiento de estos espacios y dinámicas asumidas. En el próximo apartado veremos cómo estas dinámicas adquirirán una cierta corporalidad, una forma concreta que vemos en las mascarillas del COVID-19. Estas, ahora dispositivos disciplinarios con posibilidad de ser acoplables sobre el propio cuerpo constituyen una mediación forzosa, una transducción programada. Uno de los efectos más importantes del individualismo respecto a esta nueva moda es que ha reducido la dimensión del símbolo jerárquico en favor de la vigilancia, el compromiso social y la sumisión. Es importante retomar el papel de la técnica, y cómo ante las diferentes demandas de estos efectos virtuales, las corporalidades individuales cargadas de subjetividad precisan de una respuesta urgente. Durante las últimas décadas los cuerpos y sus posibilidades se había convertido en un lugar de emancipación en la exploración constante de nuevas estrategias y realidades, pero actualmente esta exploración se ha convertido en una (bio)vigilancia programada y monitorizada. Esto es, la cuestión de la protección de los datos personales y de su supuesto corolario, el respeto por la vida privada. Esta preocupación no sabe ver como efecto colateral de la digitalización de las existencias sino la instauración de una vigilancia en nombre de la seguridad y un rastreo comercial generalizado. 
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CLUB QUARANTINE
https://metalmagazine.eu/bi/post/interview/club-quarantine
Complementando lo que mencionamos de Han, esa sumisión del social-liberalismo al tecnoliberalismo que pretende a largo plazo erradicar toda vida democrática en beneficio de una administración algorítmica y definitiva de las cosas (y sus efectos). De ahora en adelante, el tecnopoder ocupa un lugar hegemónico ejerciendo cada vez más su soberanía. Se trata aquí de otra forma de ese soft-totalitarismo digital, más allá de aquel que orienta, de modo manifiesto, un número de nuestros gestos que se extiende sin cesar. Como el poder político ya no cumple con su rol, debido a su ausencia, o peor aún, debido a que se arrodilla ante poderes que lo fascinan y que creen detentar la verdad de los tiempos, no queda sino una sola elección: reemplazar la política por la participación política con los aparatos. Es decir, que los usuarios, las asociaciones, los sindicatos, las agrupaciones, instituidas o no, se reapropien de su derecho inalienable a ejercer, individual y colectivamente, su libertad de juicio y decisión a través de la acción con otros cuerpos.
La cultura, fundamentada antropológicamente en una experiencia viva de encuentro y reconocimiento del otro, se encuentra en un estado de crisis conceptual y representacional: el contacto humano cara a cara se ve interrumpido por dispositivos de carácter tecnológico que median el encuentro de forma expandida, alterando los nodos de relación, autogestión de la identidad y determinación del propio cuerpo. Las dinámicas de expansión  y penetración corporal que promueven los nuevos aparatos nos alarman de la emergencia de nuevas corporalidades híbridas, modificación de la subjetividad y, al mismo tiempo, una profunda rearticulación de la noción de lo vivo que claramente afecta nuestra visión sobre la condición humana y, por cierto, de sus formas de encuentro y presencia.
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limitesyalgoritmos · 5 years
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``La voluntad propia de publicar lo íntimo y la presión del tecnoliberalismo por gestionarla, por dominar el párpado´´
Remedios Zafra -Conferencias Aranguren: "la (im)posibilidad de un mundo sin párpados. Ensayo sobre la intimidad conectada". Revista Isegoría, CSIC, 2019.
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sereiapiranhatxt · 3 years
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MARIA OS 0.9 é um quadrinho de 2018 em que tentava abordar diretamente tecnoliberalismo, maternidade e capacitismo. Não consegui desenvolver o roteiro de uma maneira que me cativasse, e por isso ele tem só essas 4 páginas. Incluo ele na edição 0 da SEREIAPIRANHA ZINE porque gosto dele como experiência e como ponto de partida das outra coisas que tenho criado pra essa zine.
sereiapiranha
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