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Taormina.
Capítulo 1 - Benjamin.
***
— Este tribunal julga totalmente improcedentes os pedidos formulados pela autora, Nicola Bott, exclui a responsabilidade imputada à ré, representada por Josh Foxter, e seus advogados, e condena a autora ao pagamento da indenização e honorários à parte contrária pelas razões e fatos apresentados.
O juiz lê a sentença e sinto um alívio tomar conta do meu corpo. Esse era um dos casos mais desgastantes que tivemos no último trimestre, e depois de cinco audiências e dezenas de documentos e provas analisadas, conseguimos vencer o processo.
Sinto o gosto mais doce de todos quando olho em direção à mesa oposta: o da vitória.
As Indústrias Foxter são nossos maiores clientes, desde a data de fundação do meu escritório, BSS & Associates. Sempre encaramos os problemas da empresa do Sr. Foxer como sendo nossos, e nos desdobramos para sempre conseguir um resultado positivo.
Nicola trabalhou como secretária de Josh Fixter por poucos meses. Uma mulher jovem, bonita, mas extremamente vulgar e interesseira. Tentou de diversas formas e com diversas investidas baixas se envolver com ele, eu mesmo já testemunhei isso algumas vezes. Josh é um homem de estatura mediana, bem cuidado, no auge dos seus 55 anos. Sempre sorridente, acessível e brincalhão, preferiu ignorar as tentativas de sedução de sua ex-secretária.
O estopim foi quando ela apareceu seminua em sua sala, tarde da noite de uma terça-feira gelada. No mesmo segundo ele a demitiu e proibiu que ela acessasse o prédio novamente. Nicola, por sua vez, completamente louca de raiva por ter sido rejeitada, tentou atacá-lo com um processo.
Ela só não contava que todas as suas alegações de agressão, trabalho exaustivo e assédio iriam por água abaixo na primeira sessão de julgamento. Ela esperneou e tentou a todo custo vencer, mas não conseguiu.
Olho para a loira ao meu lado e nem preciso de muito para saber que ela compartilha o mesmo sentimento que o meu. Seu sorriso é prepotente, lindo, mas ainda assim prepotente. Seu queixo está erguido e deixa seu pequeno nariz ainda mais empinado do que já é.
Depois que assinamos a ata da audiência, saio ao lado dela do Tribunal onde passamos a nossa tarde.
— Você já pode tirar esse sorriso do rosto. — Alfineto e a vejo revirar os olhos cor de mel, que se esforçam em ser verdes.
— Engraçado, lembro de você dizer que é gratificante ver esse sorriso vitorioso em meu rosto. — Ela pára na calçada e olha para mim, enquanto aguardamos nosso motorista chegar. Estreito meus olhos para ela e tento conter meu sorriso.
— Nem foi uma vitória tão surpreendente assim, convenhamos. — Ela concorda com a cabeça.
— Tem razão, seria melhor se eu tivesse derrotado você naquela sala. — Ela empina ainda mais seu nariz e sinto vontade de apertá-lo. Reviro os olhos, mas não controlo o sorriso que nasce ao lembrar desse tempo. — Mas eu preciso me contentar com o que eu tenho, não é mesmo?
— Onde está o respeito, Isabella? Eu sou seu chefe, afinal. — Ela me olha com cara feia e eu rio fraco.
— Patético! — Ela resmunga. — Eu sei que você ama nossas trocas de farpas, te motiva!
— Com certeza. — Concordo. Éramos ótimos rivais, até descobrirmos que somos parceiros melhores ainda. — The Catch hoje, às 19h?
— Absolutamente! — Ela concorda sorrindo enquanto entra no carro.
Além das nossas trocas de farpas, nossas comemorações são mais uma das coisas de que jamais abrimos mão. Sempre comemoramos nossas vitórias juntos, e definimos o The Catch, um bar rooftop no centro de Manhattan, para isso.
O bar é aconchegante e jovial ao mesmo tempo. Tem bebida boa, ambiente e música agradáveis e é sempre bem movimentado.
Isabella pede seu clássico Martini e eu um Whisky duplo e sem gelo - um hábito que aprendi com meu pai, como bom Irlandês que é.
— O que vocês acham de fazermos uma parceria com esse bar? Com a frequência com que estamos vindo aqui… — Robert brinca, fazendo uma cara séria, enquanto pede uma cerveja bem gelada.
— Não deveria ser bom estar vindo aqui com frequência? — Pergunto para ele e vejo Isabella concordando com avidez e obviedade.
— Além disso, sabemos que você gosta. — Ela acusa e ele levanta a mão, se rendendo.
— Ei, ei, ei, amigo aqui! Não precisam me atacar dessa forma. — Ele toma um grande gole da sua Heineken. — Mas sim, eu fico feliz por estarmos sempre aqui, e ainda mais por saber que isso significa vitória para nós.
— Viu, não custa reconhecer! — Isabella dá uma piscadinha para ele e sai de perto de nós, indo em direção de suas amigas do escritório, que acabaram de chegar.
— Ela está impossível hoje. — Sorrio, olhando para ela.
— Sempre foi… — A vejo sorrindo largo e abraçando Nathalia.
— Aqui. — Robert me estende um guardanapo e eu franzo o cenho para ele. — A baba, está escorrendo! — Reviro os olhos e jogo o pedaço de papel na cara dele.
— Vai se ferrar! — Ele ri e toma mais um pouco da sua bebida.
— Parabéns por mais uma vitória, Benjamin, foi merecido. E, mais ainda, por conseguir manter nosso melhor cliente sempre bem atendido.
— Obrigado. — Agradeço sinceramente. — Mas, o mérito é de todos nós, não só meu. Eu não trabalho sozinho, e nem o atendo sozinho. Você, Isabella, e todos os nossos assistentes e estagiários são importantes para conseguirmos isso.
— Me sinto tocado! — Ele coloca uma mão no peito, na altura do coração, e eu reviro os olhos de novo. Ele ri e muda drasticamente de assunto. — Já pensou sobre aquele assunto? — Respiro fundo e fico sério.
— Não, e estou adiando isso ao máximo que eu posso. — Ele concorda.
— Entendi o recado. — Ele ri. — Vamos nos juntar com as meninas, então.
O restante da noite nós passamos juntos, conversando, rindo e bebendo. Depois de cada um de nós tomar 3 ou 4 drinks, pagamos nossa conta para ir embora; trabalhamos no dia seguinte, afinal.
— Obrigada pela parceria incrível, mais uma vez. — Digo para Isabella quando a abraço para me despedir. Ela ri fraco.
— Sou eu quem agradece, Benjamin. Por tudo. — Me afasto para encarar seus olhos por breves segundos, antes dela se aproximar e beijar minha bochecha. — Até amanhã!
— Até! — É a minha vez de beijar sua bochecha.
Já na minha casa, me livro do resto do terno que vesti o dia todo. Tomo um bom banho relaxante e sinto meus músculos relaxarem e sinto sono.
Meu telefone toca em cima da minha mesa de cabeceira e não preciso olhar o visor para saber quem é.
— Oi, mãe!
— Oi, querido! — Sua voz animada explode pelo alto falante do celular. — Sua voz está sonolenta. Oh, não vai me dizer que eu me perdi com o fuso horário.
— Não, mãe, cheguei em casa a pouco, e estava no banho. O que você faz acordada a essa hora?
— Trabalhando de novo? — Ela ignora minha pergunta e eu suspiro. — Você precisa viver um pouco, Benjamin.
— Eu posso viver e trabalhar ao mesmo tempo, mãe. — Repito minha frase padrão para quando ela começa a falar sobre esse assunto. Ela suspira alto.
— Filho, você só trabalha, e trabalha e trabalha. Tomar uma bebida com seus colegas de trabalho não é viver. Você sabe o que estou querendo dizer, Benjamin. Eu falo de mais do que isso.
— E você também sabe o que estou querendo dizer, mãe. Eu não preciso desse mais para viver e ser feliz. Quantas vezes mais vamos ter essa conversa?
— Quantas vezes mais forem necessárias. — Ela diz, e eu me sinto ainda mais cansado. O meu bom humor do dia todo se esvaindo aos poucos.
— Por que você me ligou a essa hora, afinal? — Pergunto, ansioso para desligar. Tudo que eu escuto é o silêncio e um burburinho do outro lado da minha. Segundos depois, outra voz estrondosa e animada estoura meus ouvidos.
— Oi, Ben!
— Oi, Mila! — Um sorriso involuntário toma conta do meu rosto, como acontece toda vez que falo com ela. — Como você está?
— Estou bem, ansiosa, nervosa, e tudo mais que você possa imaginar. — Rimos juntos. — E você? — Mila retribui a pergunta.
— Bem… — Ela suspira.
— Mamãe está fazendo toda a organização da casa, dos quartos e tudo mais. Ela está ficando maluca, é no fim da próxima semana, dá para acreditar? Dá um desconto para ela, ela está bem estressada nos últimos dias. — Como sempre, Camila, a conciliadora da família, tenta apaziguar a situação.
— Não, não dá para acreditar mesmo… — Rio fraquinho.
— Enfim, mamãe quer saber se ela precisa incluir mais uma pessoa em sua contagem, sabe? Mas eu falei com ela, não se preocupe, eu expliquei que obviamente isso não vai acontecer…
Bufo alto, exausto desse assunto, dessa cobrança, das mesmas perguntas feitas vez após vez, quase que diariamente. Pior ainda, pelo fato de que minha irmã já não acredita mais que sou capaz de ter alguém. O que é que eu preciso fazer para elas me deixarem em paz??
— Mila, — Interrompo o que ela diz, pois não estou prestando atenção e já sinto minha cabeça começar a latejar. — diga a ela para incluir mais uma pessoa em sua contagem, sim. Eu irei acompanhado dessa vez.
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