#tantas camadas naquelas mensagens
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princesasapatona · 1 year ago
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send 😁 for a happy text from my muse
[ tony 📲 nicolás ]: ADIVINHA SÓ [ tony 📲 nicolás ]: O ANDRÉ VAI SER PAI 🥺😭 [ tony 📲 nicolás ]: é o dia mais feliz da minha vida, juro. pensei que essa seleção não ia me trazer uma felicidade mas nada como um bebê [ tony 📲 nicolás ]: espero que a olympe me deixe ajudar no parto da égua que ele engravidou
2 horas depois...
[ tony 📲 nicolás ]: ERA ANGUS*** O CORRETOR COLOCOU ANDRÉ [ tony 📲 nicolás ]: O MEU CAVALO ANGUS
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lostinthxecho · 2 years ago
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as vezes me sinto boba por ainda ter todas essas mensagens, e me sinto mais boba ainda porque sempre tem alguma vez no ano que eu paro pra reler algum pedaço aleatório de conversa, e aí eu me pergunto o porquê de fazer isso, o porquê dessa autossabotagem. passei muito tempo pensando que só me sabotava com isso, só cutucava ferida só que agora eu vejo as coisas por uma perspectiva diferente. você costumava me chamar de chorona e naquela época era mesmo, só que não sou mais assim, agora é o oposto. eu não choro, não extravaso, não demonstro sentimentos e acabei me escondendo dentro de camadas e camadas que pesam meus ombros, me escondi em um buraco dentro de mim mesma. eu não desabafo a não ser aqui, não sei mais me expressar e evito ao máximo falar sobre o que sinto pras pessoas, simplesmente me escondi. só que chorar as vezes faz bem, lava a alma. descobri que eu busco reler essas conversas antigas pra conseguir chorar com algo, pra me sentir viva. meu peito doendo agora de tanto ter chorado ao invés de me deixar mal me lembrou que eu ainda sei sentir e eu precisava ter minha alma lavada, mesmo que com lágrimas de nostalgia e arrependimento. ler aquelas declarações também fizeram eu me lembrar de que pelo menos alguém me amou logo quando eu nem conseguia amar a mim mesma. sinto falta disso, de ser amada, de ter alguém que dizia que eu era o amor da vida. acho que eu disse com tanta convicção que queria que você fosse o amor da minha vida se eu pudesse escolher que até hoje essa frase me assombra e não sei se é ela que me impede de amar alguém de novo. eu tenho medo de nunca mais conseguir amar assim, de ser sempre vazia ou de chegar na velhice e dizer que tive o amor da minha vida aos 20 anos e segui o resto da vida sozinha. eu achava que era questão de tempo, mas já se passaram anos e eu ainda tenho esse buraco por mais que na maioria das vezes eu consiga esquecer que ele está aqui, ele sempre dá um jeito de aparecer. costumo arrumar desculpas pra me sentir dessa forma, antes era por ser depressiva, ou por não fazer nada da vida e achar que a mente vazia oficina do diabo que me trazia pra cá de novo. só que hoje eu estou bem, não sinto mais vontade de morrer, eu consegui levantar daquela cama e aos pouquinhos eu me reergui e comecei a ter objetivos na vida, a ir atrás deles e conquistar as minhas coisas. eu saio, trabalho, vivo a vida o pouco que consigo mesmo com a rotina corrida e não costumo ter tempo pra pensar muito nesse buraco vazio que ficou, mas ele ainda aparece as vezes. já se passaram 5 anos mas ele ainda insiste em aparecer mesmo que eu tente tanto fazer ele ir embora. enfim, lá vim eu escrever um monte aqui de novo, só que de alma lavada agora, me sinto mais leve pelo menos por agora, e se você ainda chegar a ler isso por favor não ache que eu sou uma doida que não consegue superar você ou que sou obcecada dkskdj sou só doida, um pouquinho.
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escrevopranaoesquecer · 8 years ago
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o notívago
Depois de chegar do trabalho Ed sentava-se todos os dias na frente do computador, abria o bloco de notas e encarava o branco da tela onde ficava o ícone do mouse piscando como que esperando a primeira palavra ser digitada. Mas Ed não digitava nada.
Era sua tortura noturna. Lembrava-se de um tempo em que conseguia digitar, ou até quando escrevia em papel, quando conseguia organizar num texto seu caos interior, quando tinha palavras na cabeça… não só palavras, mas também ideias, imagens, ambições.
Mas isso foi há muito tempo. Agora sentia a mente branca e estéril.
Ao dormir, já às 4 da manhã, não dormia na escuridão, apesar de apagar as luzes e fechar as cortinas. No momento em que caía no sono, ficava tudo branco. Tinha pesadelos brancos. Às vezes, nesses sonhos via a imagem dos dedos compridos fuçando seu cérebro. Acordava com um clarão ruidoso e os olhos doendo. Tomava morfina e começava mais um dia.
No trabalho ele passava o dia sentado na frente de outro computador, onde a única coisa possível era digitar códigos funcionais para a comunicação entre máquinas.
Quando um problema surgia, ele sabia exatamente o que digitar. Seus dedos respondiam quase que automaticamente aos caracteres verdes da tela negra. Era quase como se seus nervos estivessem conectados às repetições sistêmicas da máquina.
Mas lhe parecia que todas as coisas eram assim, repetitivas. Por exemplo, sempre que usava uma gravata larga e azul que tinha há muito tempo, ao cruzar com o seu chefe no trabalho, este diria:
- Belo babador, re-re-re. – Sugaria um gole de café da xícara e depois perguntaria.
- Como vão as coisas na repartição?
E sairia andando sem esperar resposta. Bem, o próprio Ed se via preso nesse ciclo de repetição. Quando cruzasse com Virginia nos corredores a cumprimentaria com um sorriso completamente falso e forçado, apesar de no fundo sempre sincero, dizendo:
- Olá. 
Mas não um simples “olá” espontâneo. Um olá tão falso quanto seu sorriso, de maneira que ele não reconhecia a própria voz ao cumprimentar a colega. Virginia responderia com um detestável sorriso largo e cheio de dentes. Essa era a resposta padrão dela a qualquer cumprimento, como Ed notara. Ele achava, inclusive, que mesmo que jogassem um grampeador em sua cabeça Virginia responderia com esse sorriso. No entanto, para sua irritação achava-a extremamente atraente e interessante. 
Mas como Ed bem sabia seus ímpetos sexuais – assim como qualquer outro ímpeto - eram devidamente obliterados quando tinha que sentar-se de novo em frente ao computador. E como seus olhos doíam com tanta branquidão.
Certa madrugada, enquanto transitava pelas camadas do infinifeed.com, quase dopado por horas consumindo todo tipo de imagens simultaneamente - desde pornografia até vídeos motivacionais - Ed deparou-se com uma imagem que provocou algo dentro de si. Na verdade, não era uma imagem isolada, mas parecia um trecho de algum filme que ele vira num outro momento de sua vida. A sequência tratava-se de um homem colocando óculos escuros e enxergando coisas diferentes daquelas que enxergava sem os óculos, tal como criaturas assustadoras caminhando entre pessoas comuns nas ruas ou mensagens subliminares por trás das propagandas nos outdoors. Ele refletiu profundamente … o que mais lhe impactou foi perceber como eram estilosos os óculos escuros daquele homem.
- E aí, Kojak!
Era a quarta vez na semana que o chefe cumprimentava Ed dessa maneira, (mesmo com Ed usando sua típica gravata-babador). Ele sentia-se meio ridículo, mas seus óculos escuros davam a impressão de que a branquidão da sua vista vinha diminuindo. Por isso tentava manter os óculos nos olhos o máximo que podia, apesar de pensar com frequência que isso era pura idiotice. Mas era impossível não tirá-los quando percebia Virgínia por perto, sentia-se exposto quando os olhos dela o reparavam, não queria fugir da normalidade diante dela. Na verdade, fazia dias que não a encontrava pelos corredores. Para sua própria irritação, ele sentia falta de tais encontros.
Naquele mesmo dia, na saída do prédio onde trabalhava, Ed deparou-se com um sorriso largo cheio de dentes. Era o mesmo de sempre, aquele de propaganda de pasta de dentes, mas dessa vez era pra outra pessoa. Virgínia e o outro homem estavam longe. Ed repetiu para si mesmo como ela era ridícula sempre com a mesma expressão para todas as pessoas, e a mesma expressão em todas as fotos nas redes sociais, afinal ele seguia Virgínia em todos os lugares possíveis no infinifeed. O homem para quem Virginia sorriu recebera também um beijo. Aquilo não era padrão-Virgínia. Ed era capaz de enxergar a língua do homem encontrando a língua dela e as duas se entrelaçando, quase podia ouvir o trânsito das salivas. Ed sentiu-se repugnante.
De madrugada, ele alternou entre ficar em frente ao bloco de notas em branco e procurar no infinifeed o rosto do homem que beijara Virgínia. 
Os primeiros raios de sol penetraram pequenas frestas da cortina. Ed acabara de rastrear todo o histórico de interações entre Virgínia e o homem. Ed considerou aquilo completamente desnecessário. Sentia-se repugnante e sujo, mas não conseguira parar de mergulhar naquele sentimento de vergonha. Mas isso parecia não ter mais nada a ver com Virginia. Ao levantar-se, sem alteração emocional visível derrubou o computador no chão. Ficou um tempo olhando sua casa de um só cômodo. Reparou os óculos escuros em cima da mesa. Pegou-os, observou seu reflexo na lente e os devolveu à mesa.
- Você tem certeza? Podemos retornar à eletro-psiquiatria, Ed! Podemos ver se conseguimos chegar mais longe…
Ed não titubeou, não deu espaço pra dúvidas, jogou-as dentro de um lugar bem profundo, deliberadamente inacessível. Estava sentado de frente para um homem magro e careca naquela manhã, numa sala do departamento de robótica social. O homem acendeu um cigarro enquanto observava a expressão glacial de Ed.
- Não…já basta. Estou decidido.
- Bem…aquela branquidão tem aumentado? Você não recuperou mais nenhum vestígio de memória? Poderíamos potencializar a morfina…
- Não! Não…O que já passou, tem que passar. Tem que passar, doutor…
Ed sentiu-se vacilar por um instante. O homem careca de óculos o encarou em silêncio por um tempo e assentiu com a cabeça. Ed andou até a porta pensando admirado, que mesmo após tudo isso, após essa decisão tão radical tomada há poucas horas, era como se não estivesse passando por coisa nenhuma e se tivesse que sentar-se em frente ao bloco de notas nesse momento, continuaria sem conseguir escrever nada. 
Após a saída de Ed, o homem preencheu uma ficha em seu computador: Protótipo ED.003, modelo ciborgue, procedimento: interromper processo de re-humanização. Código de acesso: Clarão permanente. Acendeu um cigarro e olhou as persianas meio abertas, imaginando quantas notificações ganharia no infinifeed ao publicar as imagens fascinantes do ciborgue escancarado em carne, sangue e metal.
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deancoarchive-blog · 6 years ago
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(rock it 'til waterfalls)
Se a ele fosse dada a chance de poupar de qualquer sofrimento apenas uma pessoa nesse mundo, com certeza a resposta seria Woo Jiho; e mesmo que aparentemente houvessem outros tão importantes quanto o citado, suas prioridades sempre acabavam naquele nome e sobrenome e nada daquilo iria mudar. Por essa razão, as últimas 48h, onde forçou o melhor do desdém dentro de si ao lidar com o noivo, foram como pura tortura. Inúmeras foram as vezes em que se perguntou se não estava levando a atuação longe demais e se aquilo não poderia trazer a Jiho memórias de tempos ruins que não mereciam serem trazidos à tona.
E sempre que pesava os fatos, percebia que o seu receio não tinha cabimento quando tanto tempo já se havia passado. E, de qualquer forma, ele não era o único envolvido na pequena trama; quase todos os amigos que os dois tinham em comum estavam ajudando Hyuk a montar uma surpresa de aniversário para o rapper. Surpresa essa que foi previamente estabelecida como cem por cento particular e todos os que ajudassem não deveriam esperar absolutamente nada em troca. Esquema montado e ele só precisaria forjar um clima ruim por alguns dias para que sua hostilidade fosse convincente o suficiente - mesmo que não esperasse se sair tão bem quanto conseguiu, considerando as últimas mensagens trocadas com o noivo e o quão chateado ele parecia.
O cantor se preparava desde o fim da tarde e corria contra o tempo para que tudo ficasse pronto e, principalmente, Jiho não colocasse os pés em casa por algumas horas, tendo então os amigos a manter o mais velho ocupado enquanto ele se virava sozinho. Queria que fosse uma surpresa muito bem preparada, receptiva o suficiente para fazer o noivo entender o que se passava assim que pisasse no apartamento, por mais confuso que pudesse parecer. Também queria que fosse romântico e brega (no melhor sentido possível) à medida que eles gostavam e conseguiam levar, não economizando em integrar à decoração do apartamento os maiores clichês que conseguiu. Às 22h e tantas, já colocava a última  garrafa de espumante dentro do balde de gelo no suporte central da sala de estar, agora só precisava esperar o aniversariante chegar e tinha consigo a esperança de que não precisaria de muito para desfazer o clima chato que vinha alimentando antecipadamente.
Dessa vez, Hyuk estaria vestido para matar; tudo o que tinha sobre o corpo eram boas camadas de perfume e um roupão de banho que só teria o tal laço desfeito quando o seu homem chegasse e o fizesse ele mesmo. O banho naquela noite durou eras e poderia jurar que era o homem mais cheiroso de todo aquele condomínio, com o adendo de que estava usando tudo o que Jiho gostava - isso incluindo o fato de que estava vestindo nada. O apartamento também não era tão diferente assim; estando apenas sob a luz de velas aromatizantes, o lugar já quente pelo calor oriundo dos objetos, cheirava tão bem quanto o autor daquela decoração e tudo emanava um conforto absurdo. Os petiscos, as bebidas e a playlist minuciosamente escolhida eram responsáveis por todo o resto que tornava o lugar mais aconchegante. Ali só faltava mesmo a figura principal, que deixava um Hyuk ansioso e nu sobre o sofá da sala, com o celular sobre o peito, esperando a deixa de algum de seus amigos para que pudesse, finalmente, ficar alerta à chegada do noivo. Não queria deixar nada passar.
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sojxnl · 8 years ago
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✮ ⊷ certain things
And you keep coming back, coming back again Keep running round, running round Running round my head 
Quem olhasse de fora, provavelmente veria Sojin como uma adolescente mimadinha cujos pais negaram emprestar o cartão de crédito para fazer compras no shopping. Mas a verdade passava bem longe de ser essa. Em partes, até era, pelo fato de sua expressão se assemelhar muito à de pessoas que se encontravam naquela situação. Os braços cruzados defensivamente sobre o peito e um bico formado em seus lábios enquanto batia os pés impacientemente denunciavam que algo estava errado com a garota sempre sorridente e calma. Os olhos nunca se fixando no professor que falava algo sobre Shakespeare, mas não tinha certeza, pois não prestava atenção.
Sua cabeça estava presa em outro lugar. Alice, que sentava logo na carteira da frente, realmente havia tirado-a do sério. Elas eram amigas há um bom tempo, era verdade, mas aquela perguntação e o excesso de mensagens na noite anterior foram mais do que suficiente para Sojin irritar-se. E ela ainda teve a audácia de perguntar porque Lee não havia respondido na hora. Queria poder contar a verdade, mas limitou-se a dizer que mal olhara o celular porque ficou imersa em um livro e depois foi dormir. E também não sabia dizer com exatidão porque estava se preocupando tanto com aquilo, sendo que já estava mais do que acostumada com o jeito exagerado da ruiva.
O assunto da vez? Jinseok. Desde que o mais velho foi buscá-la na tarde anterior em frente à escola, suas amigas se tornaram uma espécie de fã-clube, querendo saber tudo sobre o rapaz. E um dos maiores problemas, é que Sojin não sabia responder praticamente nada além de que ele era um sunbae que gentilmente havia cedido sua casa para ela morar, porque era amigo de seu irmão. Mas o que realmente acertava seu humor em cheio, eram as risadinhas e os comentários do tipo: “Nossa, mas ele é lindo!” “E parece ser rico!” “Ele está solteiro?” “Daebak, você é mesmo sortuda!”. Arrrrrrrrgh! Tudo o que a jovem queria era passar uma fita adesiva na boca delas para impedir de sair tanta besteira. E o pior é que elas falavam como se fossem próximas de Jinseok, o que elas definitivamente não eram. Qual é, elas só o viram uma vez e por mais ou menos cinco minutos!
O sinal do fim do período tocou - para o alívio de Lee - e ela pegou suas coisas, esperando, pronta para sair. Apesar de tudo, não viraria as costas para suas amigas. Logo as quatro estavam saindo pela porta principal do prédio, a estudante dando respostas curtas e não rindo de nenhuma brincadeira por conta de sua chateação, mesmo que ninguém mais tivesse tocado no nome de Jinseok. E falando no dito cujo: lá estava ele, no estacionamento, esperando para levá-la para casa.
Ao vê-lo, Sojin suspirou fundo diversas vezes e então uma única pergunta apareceu em sua cabecinha: por que estava tão irritada com suas amigas? Elas não estava fazendo nada que nunca fizeram antes. Era bem comum Sojin ter que lidar com uma ou todas ao mesmo tempo falando sem parar sobre um crush novo ou algum “oppa”. Encantavam-se facilmente com os rapazes, era verdade. Mas precisavam se encantar justamente com o seu sunbae-nim? 
Aqueles dias andavam estranhos. O menor dos atos de Jinseok deixava Sojin envergonhada e ela passou a se preocupar um pouco mais sobre sua aparência naturalmente relaxada. Ela até parou de andar pela casa com a franja presa! Sem contar que andava meio difícil manter contato visual com o outro por mais de cinco segundos. 
Apesar de não conversarem muito, a mais nova sentia-se próxima dele. Talvez porque abaixo daquela camada de seriedade e frieza, ela conseguia enxergar um Jeon gentil e preocupado. Podia pensar que isso se devia ao fato de ele não precisar fingir para ninguém quando estava dentro de sua própria casa, mas ela também estava lá, certo? E há quanto tempo se conheciam? Exatamente, ele teria muitos motivos para tratá-la como qualquer outra pessoa. Era assim que gostava de pensar, mas sabia que grande parte dessas ideias poderia não ser verdade. Ele só estava fazendo um favor para Jinhyuk e até se perguntava se algum dia ele já se arrependera de sua escolha. Não deveria sentir-se privilegiada por isso. Olhando para ele naquele carro chique, a jovem imaginava que ele deveria ter muitas e muitas garotas jogadas aos seus pés. E isso causava uma espécie de aperto no coração da morena, pois só reafirmava sua teoria de que certamente não era especial.
Por que ela estava se preocupando tanto com aquilo? Não fazia ideia. Algumas pessoas chamariam o sentimento de “ciúme”, mas ela não sabia identificá-lo com facilidade já que só o sentia em relação a seu irmão. Então Lee apenas sentia o que descreveria como uma “vontade tremenda de tirar Jinseok da vista de suas amigas sem noção”. Pelo menos delas, a garota conseguiria se livrar. 
Como estava errada. Apertou o passo e despediu-se de qualquer jeito, na tentativa de impedi-las de ver o rapaz, mas achava incrível como às vezes elas tinham olhos de águia. Logo elas estavam no seu encalço, andando em direção ao carro do mais velho com sorrisos idiotas em seus rostos, animadas com a possibilidade de ver o outro melhor. E de cumprimentá-lo como se ele fosse algum tipo de celebridade. E de ficarem todas nervosas só pelo fato dele ter falado algo. E utilizarem aquele tom fofo que tanto a irritava para falarem. Naquele momento, Sojin estava sentada no banco da frente, a mochila em seu colo, os braços cruzados pela vigésima vez naquele dia e a cabeça encostada no vidro. “Ei, Jinseok-ssi. Acho melhor você levar logo a Solee pra casa antes que ela fique mais temperamental do que já esteve o dia todo.” Alice falou em tom provocativo, conseguindo exatamente o que queria: tirar Sojin ainda mais do sério. Lee olhou-a quase que com faíscas saindo de seus olhos, avisando-a que depois precisariam conversar sobre aquilo. “Não disse?” O tom da amiga saiu divertido e isso só deixou a outra com mais raiva.
Sua reação imediata foi revirar os olhos e encarar o chão para fora do carro. Mas logo as órbitas castanhas foram repousar em Jinseok e por um instante, esqueceu todo o nervosismo que enfrentara naquele dia. Agora, havia uma nova pergunta em sua mente: Por que ele tinha que ser tão incrível?
Essa era mais uma pergunta que a pequena Sojin não conseguiria responder. Não enquanto não entendesse o que estava acontecendo dentro de seu próprio coração.
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