#sou tuga tenho q me queixar
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aprecio q o rap goze com o antónio ventura (secretário regional da agricultura dos açores) mas o gajo é terceirense, não é madeiro-micaelense ou lá q raio de sotaque foi aquele
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sabes o q é triste mesmo? tava a ler o teu post sobre a mentalidade tuga de "o q é bom vem de fora" e é vdd mesmo. eu vivi a minha vida toda em portugal até fazer os 18 e emigrei pra inglaterra pra estudar. sempre odiei portugal e a cultura tuga pq tudo o que eu via na tv era estados unidos e reinos unidos e o caralho e a minha cultura e o meu pais nunca foram valorizados, entao claro q odiava portugal. mas agora q "escapei", tenho saudades de ir aos cafés e ate comecei a ouvir musica tuga (...)
(…) portugal ta longe de ser um pais perfeito, mas eu morro de saudades de lisboa, do porto, do algarve, da aldeia onde cresci (que ainda odeio mas nostalgia tas a ver). eu amo lisboa. quando andava no secundario ia a pica pra lisboa para passar a tarde no vdg ou na baixa. fodasse portugal é um pais do caralho e eu só quero q os camones e pessoal a volta do mundo E ESPECIALMENTE OS TUGAS apreciem a nossa cultura
“sempre odiei portugal e a cultura tuga pq tudo o que eu via na tv era estados unidos e reinos unidos e o caralho e a minha cultura e o meu pais nunca foram valorizados” nunca senti isto assim tão forte, mas lembro-me de me sentir triste e revoltada e frustrada por ter uma acesso tão fácil e rápido a coisas (principalmente relacionadas com cultura) dos outros países e do meu muitas vezes nem fotos do que queria conseguia encontrar no google.
(as coisas ainda são assim em vários aspectos infelizmente, mas isso está em parte relacionado com o elitismo, e tema para outra conversa.)
a primeira vez que senti que as coisas estavam ligeiramente a mudar foi quando o fado foi classificado como património imaterial da humanidade (lembro-me como se fosse hoje)… e mesmo assim, a validação teve que vir de fora primeiro. sim, há muito português que não gosta de fado, não importa, não é relevante, o que importa é que depois da classificação começamos a prestar mais atenção e a ter mais gosto por o que é nosso. mas, novamente, a validação teve de começar por ser externa.
culturalmente, somos um pais com muito pouca auto-estima…. e parece que não a queremos melhorar.
(até no turismo, que está tanto na moda. no outro dia estava a falar de uma ideia para um projecto e o diálogo foi assim: “olha mas isso dá trabalho a mais” “eu estive a ler o que as pessoas escrevem e elas já gostam do produto só sugerem alterar coisinhas minúsculas… há potencial e não dá assim tanto trabalho quanto isso.” ”achas que vais conseguir convencer alguém a fazer mais do que está a fazer? as coisas estão a correr bem como estão não vale a pena melhorar.”fiquei tão irritada e tão triste. portugal efectivamente, não sabe aproveitar nada nem quando lhe cai do céu.)
sinceramente, é por isto que eu às vezes sou mais paciente com os turistas do que muitas outras pessoas à minha volta (e acredita que eles fodem-me o juízo muitas vezes por isso tenho razões para não ser). há muitos que estão cá só por estar e que se estão a cagar, é verdade, mas há outros que os vejo mesmo a usufruir. mesmo a gostar do que vêm e ouvem, com curiosidade e apreciação. já fui com turistas a lugares que amigos meus não quiserem vir comigo porque “opá que seca”.
tenho muita gente que me diz “há turistas a mais, é uma infestação, nem me dá vontade de ir passear” e eu pergunto “mas antes de haver estes turistas todos, ias?” e muitos dizem que não (começam com o ”oh quer dizer…”), por isso estão-se a queixar só por queixar, porque se os turistas não estivessem lá eles também não iam de qualquer maneira…. mas como estão, agora também querem ir.
é uma mentalidade muito má de se ter, mas também reconheço que às vezes é difícil sair dela. especialmente num país que esteva na merda à uns anos atrás, e em que ainda há muita gente saturada e a viver a vida em piloto automático.
entendo o cansaço dos turistas. eu vi a cidade a mudar, vi os espaços que eram “meus” e dos meus amigos deixar de ser - porque antigamente não havia ninguém e éramos só nós, e agora há mais gente. considero isso chato, mas não negativo … o que é negativo é me cobrarem quase 2€ por um café onde antes me cobravam 90 centimos.
sim, acho que já temos excesso de turistas. não, não acho que os possamos culpar por muita coisa. devíamos, no entanto, culpar os nossos governantes. “ah mas no lugar x também é assim. é a natureza dos destinos que ficam populares”, pois, mas a mim sempre me ensinaram que só porque um amigo meu salta da ponte eu não tenho que saltar. há coisas que não podemos controlar mas há muitas que podemos, os nossos governantes é que escolhem ou não fazer nada ou beneficiar quem quer encher os bolsos (e pode encher os deles). e depois portugal tem um outro problema: não somos muito politicamente activos, e há muita coisa que nos passa ao lado*. a mim inclusive.
e com isto damos uma volta em circulo e voltamos de certa forma ao coração do tema: o português não ter gosto e cuidado com nem saber dar valor ao que é seu.
conheço pessoas que já foram a londres, paris… aos museus de lá… e nunca foram ao porto. lembro-me que uma, com 22 anos, me disse “finalmente vi múmias, sempre quis ver” e eu fiquei parva e perguntei-lhe se sabia que temos múmias em museus portugueses. não é a mesma coisa, é verdade, mas se queria tanto ver podia ter visto muito antes e sem sair da própria cidade.
gostava que gostássemos mais de nós mesmos e do que temos. não por os outros ou porque fica ou parece bem ou o raio que o parta, mas para nós próprios - por a nossa auto estima.
* tenho que adicionar isto: admito, contudo, que é dificílimo estar actualizada quando o jornalismo é sub-par e quando não há maneira de quem não é entendido num tema o entender de qualquer maneira porque alguém num programa ou rubrica qualquer o explica de forma simples.
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