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#sobrenomes raros brasileiros
suavidamelhorada · 1 year
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Para conhecer melhor os sobrenomes raros brasileiros, você confere a seguir, entre outros, os mais bonitos e mais raros!
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vozdanoticia0 · 8 months
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miguelsolano · 10 months
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hoje em dia, tudo custa mil reais
cá estava eu perdendo meu tempo inutilmente na barra de explorar do aplicativo de fotografias instantâneas (é assim que a globo chama o instagram, só pra não dar créditos), quando me deparo com 4 mini-estátuas das tartarugas ninjas. cliquei achando se tratar de uma arte computadorizada até descobrir que o perfil comercializava as miniaturas. me ajeitei da posição tronxa que estava na cadeira, pronto pra empurrar o dedo no botão comprar, mas me assustei ao perceber que cada miniatura custava 400 reais! desisti imediatamente, claro. ainda não tenho condições monetárias pra dar 1600 reais em pequenos répteis nostálgicos do tamanho do meu dedo indicador.
essa situação me fez lembrar de um desabafo indignado trazido por um amigo há alguns anos, dizendo que as pessoas perderam a noção das coisas. qualquer objeto que põem à venda custa logo mil reais.
essa supervalorização das coisas é muito maluca, né? a sensação que dá é que as pessoas estão perdidas entre o dê valor à sua arte e a síndrome de classe média burguesa. posso mudar de opinião no futuro, mas eu também venho achando exagerado o valor que algumas lojas artesanais vêm colocando em seus produtos, apenas mudando a nomenclatura. todos nós conhecemos alguns exemplos: o primo empreendedor da família bolo de bacia, que, incomodado com a vida no interior, decidiu trocar o sobrenome para cup cake e centuplicar seu faturamento anual; o biscoito que, incomodado por sempre ser confundido com os demais companheiros de pacote, resolveu se chamar brownie e agora só anda com a galera caviar (esquecer das origens é triste demais).
apesar de parecer, eu não estou desvalorizando o trabalho do artista (até porque sou um em várias áreas de atuação e sei a dificuldade que é se manter financeiramente). sei do trabalho que dá, dos anos de estudos e de investimento em conhecimento, dos equipamentos caros etc. mas algumas coisas na vida nunca deixarão de ter o valor que têm. um pão francês sempre será um pão francês, por mais que se canse da mesmice da padaria e decida usar o pseudônimo de french breed pra enganar o brasileiro (sim, pois só o brasileiro cai nesses papinhos de gourmetização); um café sempre será café, mesmo você viajando por três dias ininterruptos pra colher grãos raros que só nascem no quintal da casa em que residia napoleão bonaparte.
mas por que tais ideias prosperam? porque nossa autoestima é muito baixa e nos faz sentir mais importantes ao pagar caro por coisas absurdas - e muitas vezes de valores duvidosos. já comi muita coxinha em restaurante grã-fino que me fez sentir saudade da cantina da escola. já comi muito hambúrguer cheio de predicados e terminei frustrado, suspirando de saudade dos sanduíches do trailer de robson, que ficava na esquina da minha casa e ainda tinha campeonato de sinuca - com uma pitbull que vivia solta fazendo a segurança do local (saudades, marraya).
se, a cada vez que tivermos vontade de comprar algo, pararmos pra refletir sobre a utilidade que determinado item desempenhará em nossas vidas, garanto que terminaremos o mês com uns trocados a mais no bolso. este texto é oferecido gratuitamente a cada pessoa que se interessar em lê-lo, mas talvez, se eu gourmetizar o nome da minha profissão, consiga cobrar mil reais e ser um sucesso de vendas.
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4maos · 2 years
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Nomes e Sobrenomes Mais Comuns no Brasil
Nomes e Sobrenomes Mais Comuns no Brasil
Saiba agora quais são os nomes e sobrenomes mais comuns no Brasil, e veja se o seu nome está nessa lista ou se ele é visto como um nome “raro” ou incomum no território nacional.  Veja também: Aprenda a usar a internet para ganhar dinheiro de verdade. Vamos te mostrar também qual o sobrenome mais comum no Brasil, o que está presente nos documentos de identidade de muitos brasileiros, será que…
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catscantwrite · 4 years
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geradores de nomes (e muito mais)
Eu já fiz um post desse aqui no blog, que por sinal está perdido no meio de todos os milhares de posts que eu tenho aqui, mas como de lá pra cá eu já descobri vários outros sites de geradores, vou atualizar os sites nessa nova lista. Com o tempo, se eu for achando mais coisas vou atualizando nesse mesmo post e então reblogo, para vocês verem que tem site novo na lista.
Eu, particularmente, AMO geradores de nomes, porque tenho criatividade zero para escolher nomes (falando em um contexto não brasileiro, já que 99% desses geradores são gringos). Mas esses geradores não tem apenas opções de nomes, alguns tem opção de criar um histórico para o personagem (idade, naturalidade, com que idade morre, alguns até dão características de personalidade com um motivo para o personagem ser como é). 
Também tem geradores de plot para aquele momento que você não sabe sobre o que escrever. Uma das minhas descobertas mais recentes é um fucking gerador de MÚSICAS! Sim! Você está escrevendo uma história que envolve música e não quer usar as letras de algum artista, tem um gerador para quebrar o seu galho (e as opções são várias, você pode optar por música Country, Rock, além de música no estilo dos Beatles, da Adele, da Ariana Grande... e por aí vai).
Então autores e jogadores de rpg, esse post é para vocês. Segue o fio com os sites: 
Online Name Generator
Algumas opções nesse site são geradores para nomes de empresas, grupos, clãs, heróis, bandas e muito mais.
Geradores de Nomes de Fantasia
Um site brasileiros, ele é bem voltado para fantasia, entre os seus geradores tem para nomes de elfo, orc, reptilianos, dragões e várias outras opções. Ainda tem as opções para nomes curtos, médios e longos.
Plygon Map Generation
Esse é um dos mais diferentes da lista, porque ao contrário dos outros, esse é um gerador de mapa. Eu nunca usei muito ele para dizer o quão é eficiente, porque nunca precisei necessariamente criar um mapa, mas deixo ele guardado comigo para o caso de um dia precisar.
Dungeons & Dragons - Character Name Generator
Bom, se eu não estou redondamente enganada Dungeons & Dragons é um rpg, né? Mas independente disso, eu considero um gerador muito útil para quem gosta de escrever fantasia. Você seleciona a raça do seu personagem (por exemplo, elfo, anão, humano etc), pode escolher uma profissão para ele e também tem um campo para você escolher o nível de fama do seu personagem, dependendo do número que você escolhe ele ganha vários títulos.
Donjon - Fantasy Name Generator
Outro que é voltado para fantasia, acho que da lista é um dos sites mais completos, porque tem diversas opções de geradores. Tem gerador de plot (ele vai te dar literalmente uma história completa para escrever), além de diversos geradores de nomes (você pode escolher entre opções de fantasia e nomes históricos, ai tem como escolher nome para personagens, para divindades, para feriados, para navios e muito mais), também tem um gerador excelente de calendário, um gerador de mapa de cidade e até um gerador de estalagem, que vai te dar um nome para o lugar, onde fica localizado e até um cardápio (sério, eu amo esse site, apesar de nunca ter escrito algo de fantasia).
Mithril & Mages
De longe um dos que eu mais uso, ele tem geradores para nomes modernos, que se baseia em dados de nomes nos EUA, então você pode escolher nomes comuns, menos comuns e mais raros. Também tem um gerador (que eu amo) de nomes do Velho Oeste. Você também vai encontrar opções para nomes dos mais variados tipos de negócios, além de nomes para ruas e até para barcos.
Band Name Maker
O nome já diz. É um gerador voltado para nome de bandas, você pode deixar uma palavra de sugestão, além de escolher um gênero musical e um estilo.
Last Name Generator
Esse é bem simples. Basicamente vai te dar um sobrenome, você coloca o primeiro nome do personagem no lugar indicado. Também tem a opção de adicionar um segundo sobrenome, ao colocar um nome em “Last Name”, o site vai te sugerir um sobrenome no meio.
City Name Generator
Você tem duas opções, pode gerar nomes de cidades que não existem, ou usar para ver nomes de cidades que existem.
Town Name Generator
Outro gerador que vai sugerir nomes de cidade, é em um estilo mais britânico, você vai selecionar uma terminação para o nome da cidade e o gerador vai te dar uma opção baseada na sua escolha.
Random Name Generator
Um dos que eu mais amo e estou sempre usando. Ele te da a opção de gerar nomes simples ou com até 3 nomes do meio. Além de ter uma opção que você seleciona e o gerador vai te dar um histórico do personagem com a data de aniversário, quantos anos tem atualmente, nacionalidade, lugar onde mora e até o tipo sanguíneo. Outro diferencial desse gerador é que ele não é limitado à nomes em inglês, pelo contrário, ele tem vária opções como nomes em português, francês, espanhol e várias outras opções. E esse site é incrível, porque você pode clicar nos nomes e ele vai te mostrar um histórico desse nome com origem, apelidos, um gráfico com a popularidade dele (às vezes em vários países) e alguns nomes tem lista de equivalentes a esse nome em outros idiomas. É um site incrível.
Random Character Traits Generator
Bem básico, esse gerador vai te dar três traços para adicionar o seu personagem.
Random Scenario Generator
Basicamente esse gerador vai te dar um prompt, que você pode trabalhar como um cena ou criar um história baseada nele.
Writer's Plot Twist Generator
Está precisando dar um giro na sua história, para mudar o rumo das coisas? Esse é o gerador de plot twist, vai te dar algo para levar a história por outro caminho.
Inkarnate
Outro gerador de mapa, mas esse você vai ver que é muito mais completo que o outro que citei mais para cima. Ele tem várias opções de edições, então você pode indicar cidades, castelos, florestas e tudo mais no mapa. É perfeito para histórias de fantasia, para criar mapas como aqueles que normalmente vemos nas primeiras páginas de livros de fantasia. E eles estão sempre desenvolvendo o site, adicionando mais coisas, ele é bem completo.
Character Name Generator
Esse é outro gerador que vai criar um background para o seu personagem, que fica a seu critério usar ou não, às vezes que usei esse gerador eu pegava algumas ideias, porque o site realmente sugere algumas coisas interessantes.
Songs Lyrics Generatos
No mesmo site acima é onde também tem os geradores de músicas que cite no começo do texto, que para mim foi uma das coisas mais incríveis de encontrar pela internet (eu amo escrever histórias que envolvem música). Ele é dividido em geradores por gêneros musicais e por artistas. E vale a pena fuçar nesse site, porque ele tem muitos geradores, de verdade, gerador para poemas, para plots e várias outras coisas. Aqui está uma lista com os geradores disponíveis no site.
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buchoterra · 5 years
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NOMES ESTRANHOS
Abecê Nogueira Abrilina Décima Nona Caçapavana Piratininga de Almeida, Abxivispro Jacinto, Acheropita Papazone Adalgamir Marge, Adam Borda Bunda Adegesto Pataca, Adelícia de Carvalho Adoração Arabites (masculino), Aeronauta Barata, Agrícola Beterraba Areia Leão, Agrícola da Terra Fonseca Alce Barbuda, Aldegunda Carames More (masculino), Aleluia Sarango, Além Mar Paranhos Alfredo Prazeirozo Texugueiro, Alma de Vera, Amado Amoroso, Amaré Marinno Amável Pinto, Amazonas Rio do Brasil Pimpão, América do Sul Brasil de Santana, Amin Amou Amado, Amor de Deus Rosales Brasil (feminino) Ana Maria Mosca Analgesina Costa Pinto Anatalino Reguete Andrés Urdangarin Dorronsoro Angústias Árias Antenor da Cotinha Antônio Americano do Brasil Mineiro, Antonio Buceta Agudim, Antonio Camisão, Antonio Dodói, Antonio Donizete Bobo Antônio Ernane Cacique de New York Antonio Manso Pacífico de Oliveira Sossegado, Antonio Melhorança Antônio Morrendo das Dores Antônio Noites e Dias Antônio P Testa Antônio Pechincha Antônio Querido Fracasso Antonio Treze de Junho de Mil Novecentos e Dezessete, Antônio Veado Prematuro, Antoniozin Fogaça Apurinã da Floresta Brasileira Araci do Precioso Sangue Argentino Argenta, Argonauta Sucupira Aricléia Café Chá, Armando Nascimento de Jesus Arnaldo Queijo Arquibaldo Nana do Mercado, Arquiteclínio Petrocoquínio de Andrade, Asteróide Silverio Audobrantina Moema Cearenciana Ausêncio Nogueira Ava Gina (em homenagem a Ava Gardner e Gina Lolobrigida) Avise da Costa B Bananéia Oliveira de Deus Bandeirante do Brasil Paulistano, Barrigudinha Seleida, Bende Sande Branquinho Maracajá Benedito Autor da Purificação Benedito Camurça Aveludado Benedito Frôscolo Jovino de Almeida Aimbaré Militão de Souza Baruel de Itaparica Boré Fomi de Tucunduvá, Benemérita do Rêgo Grande Benigna Jarra Benvinda Olga Benvindo Viola Bispo de Paris Bizarro Assada Boaventura Torrada Bom Filho Persegonha Brandamente Brasil Brasil Paraná de Cristo Brasil Valente Brasil Washington C A Júnior Brígida de Samora Mora Belderagas Piruégas, Brizabela Alves Bronsibel Ribeiro de Sena Bucetildes (chamada, pelos familiares, de Dona Tide), C Cafiaspirina Cruz Caius Marcius Africanus Capote Valente e Marimbondo da Trindade Carabino Tiro Certo Carlos Alberto Santíssimo Sacramento Cantinho da Vila Alencar da Corte Real Sampaio Carneiro de Souza e Faro Caso Raro Yamada Cavalo Antônio Celene Lua Céu Azul do Sol Poente Chananeco Vargas da Silva Chevrolet da Silva Ford Cibele Sol Cincero do Nascimento Cinconegue Washington Matos Clarisbadeu Braz da Silva Colapso Cardíaco da Silva Cólica de Jesus Comigo é Nove na Garrucha Trouxada Confessoura Dornelles Crisoprasso Compasso D Danúbio Tarada Duarte Darcília Abraços de Carvalho Santinho David Leão Pão Trigo Delícia Costa Melo Demetre Louca Louscos Deus É Infinitamente Misericordioso Deus Magda Silva Deus Quer Magalhães Mota Deusarina Venus de Milo Dezêncio Feverêncio de Oitenta e Cinco Diana Soppa Dignatario da Ordem Imperial do Cruzeiro Dilke de La Roque Pinho Dinossauro Carlos da Silva Disney Chaplin Milhomem de Souza Diva Gina Santos Divina Anunciação Dolores Fuertes de Barriga Dosolina Piroca Tazinasso Drágica Broko E Edna Boa Sorte Elacervandro Gomes Eliene Bubina Emerson Capaz Eraldonclóbes Ericssom Leão Ernesto Segundo da Família Lima Esdras Esdron Eustaquio Obirapitanga Esparadrapo Clemente de Sá Espere em Deus Mateus Estácio Ponta Fina Amolador Éter Sulfúrico Amazonino Rios Eulâmpio Araújo Euridice Boa Morte da Costa Eva Gina Melo Excelsa Teresinha do Menino Jesus da Costa e Silva F Faraó do Egito de Souza Fé Esperança e Caridade Fé Lobão Fedir Lenho Felicidade do Lar Brasileiro Finólila Piaubilina Flávio Cavalcante Rei da Televisão Foca Bilota Francisco Notório Milhão Francisco Zebedeu Sanguessuga Francisoreia Doroteia Dorida Fridundino Eulâmpio G Galenogal de Silva Gelsomino Danzo Gengis Khan Camargo Gerunda Gerundina Pif Paf Gigle Catabriga Gilete Queiroga de Castro Gnazzula Nilo Gol Santana Silva Graciosa Rodela D'alho H Harmonia Jacintho Hepotamedes Maria Good God Heubler Janota Hidráulico Oliveira Himineu Casamenticio das Dores Conjugais Hiprafodito da Silva Holofontina Fufucas Homem Bom da Cunha Souto Maior Honesta Honestina Maria de Souza Horinando Pedroso Ramos Hugo Madeira de Lei Aroeiro Hypotenusa Pereira I Ilegível Inilegível Inocêncio Coitadinho Sossegado Irisdelfane Clei Isabel Defensora de Jesus Isabel Rainha da Hungria Portugal Silva J Jacinto Fadigas Arranhado Jacinto Leite Aquino Rêgo Jacinto Pinto Jamaika Bem Janeiro Fevereiro de Março Abril Jasmin Pitanga João Bebe Água João Bispo de Roma João Cara de José João Coelhinho Paes João Cólica João da Mesma Data João de Deus Fundador do Colto João Meias de Golveias João Pensa Bem João Sem Sobrenome João Techeremunga Joaquim Pinto Molhadinho José Amâncio e Seus Trinta e Nove José Casou de Calças Curtas José Catarrinho José Machuco Pimentão José Marciano Verdinho das Antenas Longas José Maria Guardanapo José Padre Nosso José Teodoro Pinto 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Distração Maria de Seu Pereira Maria do Sô Anternor Maria Esposa de Jesus Maria Felicidade Maria Humilde Maria Máquina Maria Panela Maria Passa Cantando Maria Privada de Jesus Maria Tributina Prostituta Cataerva Maria-você-me-mata Marília Bagdá Tostada Marília dos Prazeres Marimbondo da Trindade Mário de Seu Pereira Mariquinha Mijurim Maslowa Bonfim Meirelaz Assunção Mijardina Pinto Mimaré Índio Brazileiro de Campos Ministéio Salgado Mirela Tapioca Mitiko Osano Pinto N Naida Navinda Navolta Pereira Napoleão Bonaparte Sem Medo e Sem Mácula Napoleão Estado do Pernambuco Narjara Taboada Natal Carnaval Necrotério Pereira da Silva Nicolau Tampacopulus Novelo Fedelo O Oceano Atlântico Linhares Oceano Pacífico Ocricocrides de Albuquerque Oiamhi Coelho Olinda Barba de Jesus Orlando Modesto Pinto Orquerio Cassapietra Otávio Bundasseca P Pacífico Armando Guerra Padre Filho do Espírito Santo Amém Pália Pélia Pólia Púlia dos Guimarães Peixoto Paranahyba Pirapitinga Santana Passos Dias Aguiar Paulo Tapioca Pedra da Penha Pedrinha Bonitinha da Silva Percilina Pretextata Predileta Protestante Peta Perpétua de Ceceta Placenta Maricórnia da Letra Pi Plácido e Seus Companheiros Pombinha Guerreira Martins Pretende Reduzido Primavera Verão Outono Inverno Primeira Delícia Figueiredo Azevedo Produto do Amor Conjugal de Marichá e Maribel Produto do Amor de Mariana e Maribel Protestado Felix Correa R Radigunda Cercená Vicensi Remédio Amargo Renato Pordeus Furtado Ressurgente Monte Santos Restos Mortais de Catarina Rita Marciana Arrotéia Roberto Lutaseuvicius Rolando Caio da Rocha Rolando Escada Abaixo Rolando Escadabaixo Rômulo Reme Remido Rodó S Safira Azul Esverdeada Sansão Chazan Sansão Vagina Sebastião Salgado Doce Segundo Avelino Peito Segundo Clenildo Rodrigues Sete Chagas de Jesus e Salve Patria Sete Rolos de Arame Farpado Simplício Simplório da Simplicidade Simples Soncórdio Luciano Soraiadite das Duas a Primeira Sueli Treta T Telesforo Veras Terebentina Terepenis Tertuliano Firgufino Tigalphinezer Fernando Lima Tom Mix Bala Tospericagerja (em homenagem à seleção do tri: Tostão Pelé Rivelino Carlos Alberto Gerson e Jairzinho) Tropicão de Almeida U Última Delícia do Casal Carvalho Último Vaqueiro Um Dois Três de Oliveira Quatro Um Mesmo de Almeida Universo Cândido Uósteles Filho Usnavy (em homenagem à USNavy a Marinha Americana) V Valdir Tirado Grosso Veneza Americana do Recife Vicente Mais ou Menos de Souza Vitimado José de Araújo Vitor Hugo Tocagaita Vitória Carne e Osso Vivelinda Cabrita Voltaire Rebelado de França W Wanslívia Heitor de Paula Z Zélia Tocafundo Pinto Zico Nacandacare
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gabriellessrs · 6 years
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O QUE A NAMETAG SIGNIFICA NA CULTURA DA DISNEY
A nametag é um acessório exclusivo dos Cast Members da Disney e é um dos maiores símbolos culturais da empresa. É uma placa plástica, semelhante a um crachá, com algumas informações que a companhia acha relevante: o nome do Cast Member; a cidade de nascimento, criação ou residência; os idiomas que ele fala; os prêmios que ele recebeu na companhia; o complexo em que ele trabalha e uma citação da Disney. 
Um desses dados chama a atenção por possuir uma filosofia por trás: o nome. As nametags têm o primeiro nome do Cast Member, pois Walt Disney acreditava que os tratamentos pelo primeiro nome, em vez do sobrenome, estreitavam as relações entre os colegas de trabalho e criava uma atmosfera profissional mais agradável. Essa ideia é tão marcante que perpetua até hoje em todos os complexos Disney do mundo.
O propósito do post de hoje é falar sobre o Language Pin, mas em breve teremos um post completo sobre as curiosidades da nametag.
IDIOMAS NA NAMETAG – (QUASE) TUDO SOBRE O LANGUAGE PIN
Um assunto que gera muitas dúvidas é o do famigerado Language Pin – a parte da nametag que indica quais idiomas o Cast Member fala. Nesse post, você encontra o que é Language Pin, como funciona, como fazer para ter o seu e algumas curiosidades sobre os idiomas na nametag. Esse post tem pretensão de ser um guia pra qualquer programa da Disney (ICP, PG e GR) e qualquer contribuição é bem vinda :D
O QUE É O LANGUAGE PIN Language Pin é essa parte dourada da nametag do Cast Member que indica em quais idiomas a pessoa pode ajudar um guest, além do inglês, que já é “implícito” na nametag comum. Essa parte é opcional e pode ser adquirida por meio de um teste específico. Qualquer Cast Member pode solicitar e não há restrições, nem de tipo de contrato (CP, ICP, Part Time, Full Time, Seasonal, etc), de roles (tanto Performers quanto Guest Relations podem solicitar), de nível de guest interaction (Attendants e Costuming podem pedir) ou de work location. Language Pin é diferente daquela faixa que os Guest Relations têm abaixo da nametag escrito “Proudly Representing (...)”.
IDIOMAS DISPONÍVEIS – QUAIS LÍNGUAS A DISNEY OFERECE SUPORTE A Disney tem suporte a 58 idiomas/línguas diferentes, incluindo variações de um mesmo idioma, que são: Africâner/Afrikaans (Afrikaans), Árabe/Arabic (العربية), Armênio/Armenian (հայերեն լեզու), Bambara (ߒߞߏ), Bemba (Chibemba), Cantonês/Cantonese (粵語), Cebuano (Sugboanon), Chinês/Chinese (汉语/漢語), Coreano/Korean (한국어), Croata/Croatian (Hrvatski), Dinamarquês/Danish (Dansk), Espanhol/Spanish (Español/Castellano), Finlandês/Finnish (suomi), Francês/French (Français), Galês/Welsh (Cymeraeg), German (Deutsch), Grego/Greek (ελληνικά), Gujarati, Haitian Creole (Kreyòl), Hebraico/Hebrew (עִבְרִית), Hindi (हिन्दी), Holandês/Dutch (Nederlands), Húngaro/Hungarian (Magiar), Indonésio/Indonesian (Bahasa Indonesia), Italiano/Italian (Italiano), Japonês/Japanese (日本語), Khmer/Cambodian ( ), Kreyolaysyen, Língua Americana de Sinais/American Sign Language (ASL), Língua gaélica escocesa/Gaelic (Gaeilge/Gàidhlig/Gaelg), Lituanian (Lietuvių), Lituano/Letuviu (lietuvių kalba), Malaio/Melayu (بهاس ملايو), Mandarim/Mandarin (官话/官話), Ndebele do Norte/Northern Ndebele (Sindebele), Nepalês/Nepali (नेपाली), Norueguês/Norwegian (Norsk), Persa/Farsi (فارسی), Polonês/Polish (język polski), Português/Portuguese, Punjabi (پنجابی/ਪੰਜਾਬੀ), Romanian (Română), Russo/Russian (Русский), Samoano/Samoan (Sāmoa), Servo-croata/Serbo-Croatian, Suaíli/Kiswahili (Kiswahili), Suáti/Siswati (SiSwati), Sueco/Swedish (Svenska), Tagalo/Tagalog (Tagalog), Tailandês/Thai (ภาษาไทย), Taiwanês/Taiwanese (臺灣話), Telugo/Telugu (తెలుగు), Tswana/Setswana (Setswana), Turco/Turkish (Türkçe), Urdu (اردو), Venda (Tshivenḓa), Vietnamita/Teing Viet (Tiếng Việt), Xona/Shona (Shona), Xossa/Xhosa (isiXhosa), Zulu (isiZulu). Os idiomas/línguas acima estão em ordem alfabética, respeitando o modelo IDIOMA EM PORTUGUÊS/IDIOMA EM INGLÊS (IDIOMA NA PRÓPRIA GRAFIA).
Ufa! Muita coisa, né? Mas nem todos os idiomas são vistos o tempo todo. Alguns idiomas são mais populares em todo o complexo, como Espanhol, Francês, Italiano, Alemão e Português. Árabe e Norueguês são comuns no World Showcase do Epcot, nos seus respectivos pavilhões, mas incomuns no resto do complexo. Idiomas e dialetos africanos são comuns no Animal Kingdom, mas incomuns em outras partes do complexo. Ainda sim, alguns idiomas/línguas são muito raros na propriedade: há quem trabalhe lá há décadas sem nunca ter conhecido alguém com Language Pin de Suáti, por exemplo.
COMO SOLICITAR O LANGUAGE PIN – REQUISITOS E PROCEDIMENTO
Na palestra de boas vindas, a “Welcome Session”, um Cast Member do housing explica, de forma geral, como solicitar a nametag com o Language Pin.
Os dois requisitos básicos são:
Possuir um pernr ativo (ou seja, depois do Traditions);
Saber se comunicar de forma eficiente no idioma/língua solicitado (isso não é ser fluente) OU
Ter o idioma solicitado como língua materna. Nesse caso é dispensado o teste.
Para solicitar, o procedimento é simples:
Ir ao frontdesk e solicitar o teste;
Agendar o teste na frontdesk OU
Receber os dados de contato OU
Realizar o teste na mesma hora/local com alguém da frontdesk habilitado para liberar Language Pin.
A maioria das orientações dadas antes do treinamento serão de aguardar um tempo antes de pedir o teste, para que você se familiarize com o trabalho. Cabe a você decidir sobre. Se no housing te falarem isso, muito provavelmente você vai ter que esperar antes de poder solicitar o teste.
O TESTE DE PROFICIÊNCIA
Se você agendou o teste, deverá ligar no número indicado ou comparecer ao local indicado, na hora que foi indicada no agendamento. Se você recebeu os dados de contato, deverá falar com o responsável pelo teste para receber os mesmos detalhes. Se você vai realizar o teste na frontdesk, não é necessário nada disso, só pegar a nametag atualizada.
O teste pode ser feito por telefone mesmo, com exceção de American Sign Language, que é uma língua de sinais e necessita, portanto, de contato visual.
No teste, existe coisas básicas que serão exigidas de qualquer idioma/língua:
Capacidade de ouvir* e entender o que o guest está perguntando/precisando;
Responder e fornecer informações de acordo com o que foi solicitado;
Saber apontar direções (direita, esquerda, reto, etc);
Saber apontar e recomendar estabelecimentos e serviços (primeiros socorros, banheiros, atrações, etc);
Saber informações pertinentes da role/work location. Um quick service saber sobre opções para dietas especiais é uma boa, um Cast Member do Park Entry saber algumas informações sobre ingressos e horários é uma boa.
* Em ASL não se “ouve”, se interpreta os sinais :)
A fluência não é necessária, embora pareça ser. O entrevistador apenas quer saber se você consegue ajudar os Guests de forma eficiente, não se você sabe as falas de Pinocchio naquela língua.
A entrevista é realizada completamente no idioma solicitado e os conhecimentos básicos que eu citei serão testados. Algumas coisas podem ser levantadas na conversa, e elas podem variar de acordo com o Cast Member, com o idioma e com a work location. Algumas perguntas podem ser:
Como você aprendeu esse idioma?
O que você faz no seu país?
Me conte a sinopse de filme Y (já ouvi relatos de ser perguntado a sinopse de A Bela e a Fera em um teste de Francês);
Se X acontecer, o que eu devo fazer? (No meu caso, as duas hipóteses eram a de um guest se machucar e a de uma criança se perder);
Me explique o que é o objeto/serviço/atração X (No meu caso, foi perguntado o que era uma Magic Band).
Esses assuntos podem variar e eles são cruciais para a aprovação. Se você conseguir manter uma conversa fluída, útil e solícita, será aprovado. Não é tão difícil quanto parece e aqui o que vale é ser gentil e criativo. Isso te lembra entrevistas do processo de seleção do ICP?
YAY! FUI APROVADO! O QUE EU FAÇO AGORA? Se aprovado, o entrevistador vai solicitar uma nametag nova com o idioma. É muito importante deixar claro quais idiomas você tem o Language Pin, para a nametag conter todos eles, e não apenas o último idioma aprovado. A confecção é GRÁTIS e pode levar até duas semanas. O meu levou só 3 dias, mas isso é bem relativo.
NÃO FUI APROVADO :'( E AGORA? Se você não for aprovado, segue o baile. Estude mais e tente de novo! Você pode tentar quantas vezes quiser sem ser prejudicado.
TESTE DO LANGUAGE PIN – FAZER OU NÃO?
Muita gente não sabe se faz o teste, por vários motivos. E eu entendo. Se for pelo medo de falhar, então não tem porquê. Reprovar no teste só significa que você não vai ter aquele pin naquele momento. Mais nada.
Aqui vai a lista de pros & cons que merecem ser pensados.
CONS:
Pode ser um pouco difícil passar no teste;
Você atrai mais gente daquele idioma. Se o guest não vem por ele mesmo, algum coworker seu vai te empurrar gente haha;
O clima pode ficar estranho se você não conseguir entender um guest falando o idioma.
PROS:
Não precisa de fluência;
A nametag fica mais bonita nas fotos;
Você pode ser mais útil;
Você se sente O POLIGLOTA, é uma sensação bem legal :D
Nem todo mundo vai notar seu language pin. A maioria das vezes é engraçado. Quase todo alumínio tem uma história de um guest brasileiro que gastou seu melhor inglês porque não viu ali escrito “BRAZIL, PORTUGUÊS”.
OS IDIOMAS E A ESTÉTICA DO LANGUAGE PIN A plaquinha dourada do language pin tem retângulos brancos com o idioma, respeitando um modelo de duas colunas por linha e o limite de quatro linhas. Isso significa que cada nametag só comporta oito idiomas, no máximo. Quando há um número ímpar de idiomas, o último deve ficar sozinho na linha, alinhado ao centro do Language Pin.
CURIOSIDADES SOBRE A NAMETAG O Language Pin é um dos três “acessórios” opcionais da nametag. Os outros são o “legacy pin”, geralmente à direita e retangular, que simboliza algum prêmio que o Cast Member ganhou na companhia (raríssimoooooo) e o “service pin”, geralmente à esquerda e oval, que simboliza os anos ininterruptos que o Cast Member trabalhou na companhia:
1 ano – Mickey em Steamboat Willie
5 anos – Donald
10 anos – Castelo da Cinderella
15 anos – Sorcerer Mickey
20 anos – Mickey com braços abertos
25 anos – Tinker Bell
30 anos – Jiminy Cricket
35 anos  – Pinocchio
40 anos – Mickey clássico
45 anos – Walt Disney himself
Normalmente, as nametags são brancas com detalhes em azul. Quando é o contrário, fundo azul com detalhes brancos, significa que aquele Cast Member recebeu o Legacy Award, um prêmio que a Disney dá aos melhores dos melhores funcionários. #lifegoals Aos College Programs americanos é dada a oportunidade de trocar a cidade natal/cidade que mora pela universidade. Na verdade, a nametag com a universidade é padrão para os CPs.
Por hoje é isso! Espero te ver aqui em breve para falarmos sobre a nametag no geral :)
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jbmagalhaesneto · 4 years
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DI PACE, DA PAZ, DE RECÔNDITAS, BEM-VINDAS E ABENÇOADAS BENQUERENÇAS COMUNS
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Pelo título, pode ter parecido de cara que iria dizer algo sobre uma palavra tão necessária quanto urgente nestes tempos obtusos de insana beligerância política e ideológica entre grupos e pessoas, não raro no seio da família.
De fato, bem que caberia ir ao latim d’antanho e sorver no italiano atual sabedorias para chegar no significado da tradução literal dela na língua por nós herdada dos ibéricos lusitanos: no mínimo, poderia servir de clara lição para essa penca de gente de ideias escuras, mas, declaro, não é só disso que ora se trata.
O Di Pace se refere ao meu queridíssimo amigo Carlos Augusto, que me foi arremessado de longe e de lapada trazido à memória por uma estranha e triste coincidência, que acabou por resgatar e arrastar junto preciosidades de uns bons e alegres anos: só pode ter sido obra de algum generoso capricho do ciclo do tempo, inspirado no espírito da vida (e não da morte), como revelado à frente.
Digo isso, graças a Deus (falando por mim, já que o gajo “ainda” não crê Nele, como me escreveu outro dia), pois estamos os dois vivinhos da silva, com “saúde”, ele (já setentão, há uns meses) em Campina Grande e eu (a menos de um ano de ultrapassar a marca sexagenária) em Brasília, ambos com motivos de sobra para ver em tudo uma festa, incluindo a nossa sólida amizade.
O sobrenome ele herdou do pai (que não conheci), um oriundi de uma daquelas várias históricas famílias de imigrantes corajosos aportados nas das Américas do Novo Mundo, vindos em busca do sonho que se perdera na belíssima parte da Europa em forma de bota: eram poucos eles em João Pessoa, de contar nos dedos, convivi com um ou outro, mas esse, o Carlos Augusto, é especial na minha vida, no passado e no presente.
Tenho umas boas dezenas de lembranças dele na pós-infância, quando o bairro do Varadouro de João Pessoa era uma admirável coleção de imagens expressivas da esplendorosa fundação multissecular, da era em que passavam lentos bondinhos nos trilhos da emblemática Beaurepaire Rohan: a propósito, rogue-se para que jamais de lá desapareçam os elegantes vestígios do breve legado holandês e que as preces ajudem a preservar a herança das castiças denominações portuguesas.
Se ele autorizar, outro dia – prometo em jura de pessoense de raiz, em parte sertã – irei mergulhar nas nossas estórias de adolescentes em diante, dos dias dele vindo assistir aula particular com a célebre Professora Maria Figueiredo na Padre Azevedo, que morava quase defronte a mim; mas, hoje, o passeio será na charmosa Ipanema, sem frecheiro no mar da Vieira Souto nem referência àquela garota que o mundo conhece da letra de Vinicius e da música de Jobim.
Por mais inusitado que pareça, o fio do novelo se desanichou e tudo se assucedeu na Missa de Sétimo Dia (assistida um monte de dias atrás pela internet) do meu cunhado Agenorzinho, na Paróquia de Nossa Senhora da Paz, que, confesso, de relance, por dentro, quase nada reconheci dela, a não ser o majestoso altar com rubras colunas jônicas de capitéis coríntios e arcos romanos de escarção ou a amplitude da nave central, vista num canto de olho: é compreensível, sentei pela última vez naqueles bancos de reza há longínquos quarenta e poucos anos.
Disso, para me redimir do branco, da falha e do lapso, agucei a curiosidade, dei um “enter” no Street View do Google Earth e deslizei do lado de fora, despretensioso, só para me situar na área: mas o que de chofre emergiu daí foi uma rica avalanche de coisas desenfreadas pipocando à solta no quengo, de deixar qualquer um – de pronto, por completo e no bom sentido – mareado, doidão, lelé-da-cuca.
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Igreja Nossa Senhora da Paz, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ
De repente, estava saltando da linha 517 (trazido de um típico dia de aula da Pontifícia Universidade Católica) na parada da calçada, de frente para aquela majestosa fachada de alva tez quase centenária (aí, já no próximo ano), atravessando a Visconde de Pirajá (de cara para a Praça da Paz) e descendo a Joana Angélica até a Almirante Sadock de Sá, pertinho da Lagoa: foi meu percurso diário por uns dois anos que morei ali, inicialmente a convite de Carlos, depois sozinho no “apertamento” cedido, e, por fim, com o colega de turma, o Manoel, o Careca, meu sucedâneo lá.
Fosse 2020, aquelas centenas de metros de caminhada, até de dia, seria um chamariz de assalto, dizem, evitáveis só por escolta armada, imagino; mas – naquele bom comecinho dos anos 70 – nunca se viu sequer no pedaço uma cena de violência, nem mesmo sozinho madrugada adentro, não umas, mas um montão delas, põe madrugada nisso: foram muitas altas horas zanzando meio tonto por ali literalmente em zigue-zague ou aos tropeços, não todas as noites, nem a minoria, mas uma boa parte, uma pá, confesso, desavergonhado.
Não sei falar por di Pace, que nunca me relatou nada, mas havia e eu vi por vezes naquelas minhas andanças de volta pra casa uma ou outra viva-alma nas ruas, todas pacatas, as ruas e as gentes, compondo a paisagem, olhos desconfiados, curiosos ou devotos presos uns minutos nos despachos de macumba em esquinas respeitosamente afastadas do templo católico.
Tinha, sim, pessoas morando ao léu, não muitas, “batendo cartão” por perto de algum bar, restaurante ou padaria generosa na partilha dum magro desjejum, dum almoço de meio de tarde depois do último cliente ou duma marmita de jantar com boas “sobras” que de resto seriam inservíveis no dia seguinte; de certo não “fixavam residência”, mas estavam sempre aconchegados numa solidária portaria onde pudessem guardar episodicamente dificultosas tralhas ou pertences impossíveis de serem carregados a tiracolo.
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Rua Almirante Sadock de Sá, Ipanema, Rio
De todo ângulo, desde a dobra de entrada na pracinha do Largo Fernando Torres até o final dela no sopé do Morro do Cantagalo, era e ainda é exuberante a visão da tal ruazinha com nome de comandante graduado do mar, com frondosa e alta vegetação emoldurando prédios baixinhos da época, alguns já então meio envelhecidos, como era o caso daquele no início, na pontinha dela.
Sabendo que coisa-de-mãe tem sempre esses toques de segredos e de mistérios, mesmo que alguém dentro da família com vínculos por lá tenha ajudado, acho que foi o dedinho de Dona Lourdes que nos arrumou aquela bendita morada, verdadeiro paraíso de tranquilidade e de mansidão como as águas da Rodrigo de Freitas, a da época, não a de agora, barulhenta, poluída e que aparece no JN quando toneladas de peixes boiam à deriva ou se monta no meio dela a gigantesca Árvore de Natal.
Lá, encostadinho na Epitácio Pessoa, estava o quitinete de banheiro diminuto, com quarto, sala e cozinha, os três reunidos num único espaço que nem o mais minimalista dos projetos de arquitetura seria capaz de imaginar: mas, de vera, o que tinha de tão pouca metragem em nada incomodava nem tirava dele o aconchego, que a serventia era só para dormir, pois se vivia mesmo era na faculdade, nos ônibus e nos botecos.
Nos três pavimentos – além de Carlos e de mim, os dois sortudos abrigados no térreo, à esquerda da única entrada, ao pé da escadinha de acesso arriba – moravam a dona do lugar com a filha dela no primeiro andar, e – mais acima – o zelador, esse num misto de sótão, terraço e cobertura, que vi uma única vez, curta: os nomes dele (tinha cara de nordestino igual milhares de outros na profissão) e das duas mulheres com jeito de gringas se recolheram até hoje arredios entre neurônios preguiçosos, talvez em estranha referência ou homenagem ao comportamento de extremo recolhimento, discretíssimo, principalmente delas, da mãe, judia, acho eu.
Independente da imprecisão das datas, locais e fatos narrados, pouco importando se lacunas há ou se teve floreio exagerado na descrição, nenhuma diferença faria no tempo que bateu asas e voou desde aquele cantinho: é provável que a velha não mais more lá ou nem por essa terra ande, que a filha dela quiçá tenha trocado a casa derrubada por parcela chique do “residencial” construído em substituição ao que havia e que o zelador (quem dera) feliz esteja a desfrutar da aposentadoria nas brenhas de seu lugarzinho amado de origem.
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Por suposição, aqui era a morada de então, edifício moderno, hoje.
Lamento que não haja mais por ali ponteiros de relógio de campanários se mexendo para contar românticos minutos e horas, que a face mais infeliz da modernidade tenha conectado perversos traficantes de drogas pedidas por ágil delivery em smartphones de última geração com arrogantes e babacas playboyzinhos exibindo carrões e grifes simbólicas de estúpida superioridade a simples garçons ou agentes públicos em serviço e que a realidade aumentada ou a inteligência artificial estejam descoladas da função primária de benfazeja inventiva e andem à solta na mão de milícias virtuais sem controle, mas a troco de likes e também a conta paga de causas odientas por ali residentes, uma gentalha de horrível perfil que mais cedo do que tarde passará.
Verdade, igual todos nós, coisas também mudaram no entorno daquele micro-ambiente, em tudo, é normal: árvores estão mais crescidas e folhas seguem caindo, endereços devem ter nomes sofisticados com grafia de língua estrangeira remetendo a palácios, fontes ou monumentos, calçadas resistem a atrevidos pneus de carro com canteiros de manilhas, muretas improvisadas, barras de ferro cravadas no chão e troços servindo de obstáculo, a igreja (oremos) e a praça (lutemos) ainda se chamam da Paz, o bairro mantém atraente glamour da Classe C para cima e o Rio continua lindo, apesar da corrupção no poder e da violência de dar dó, que matam cada vez mais, ambas, em macabra disputa dum troféu tão imoral quanto desmerecido aos cariocas, aos brasileiros, a você.
Aliás, não era apenas de mim e dele que se quis falar, nem da PUC ou da Zona Sul en passant: é que surgiu de improviso esse tal “jeitinho malandro” de remeter a Di Pace caldo abbraccio, caloroso amplexo daqui do meu frio confinamento desses nove meses pandêmicos, sofridos, longos e de esquisita utilidade subsidiária, funcional, diria, inclusive essa, ora.
Enfim, foi uma grata e imperdível oportunidade de rememorar e de rever mais de quatro décadas depois trechinhos de nós dois em lentes neutras, de “conveniente” ajuste corretivo desse momento doentio que rola no país ou de contato na cor que abrande a dureza da feia realidade: é o justo, afinal Carlos vive, eu vivo, estamos no lucro e ponto.
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Restaurante do Baixinho, Campina Grande, PB, 260617, interstício de festas juninas
PS1: pelo Dia da Fraternidade, da Confraternização Universal, envio afetuosos abraços aos nossos quase oito bilhões de coabitantes, conterrâneos de solo.
PS 2: aos meus irmãos de fé católica, cristã e de todos os credos, no Dia Mundial da Paz, que sejam Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus (Mateus, 5:9) e que a Paz do Senhor esteja sempre conosco. Amém.
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dietasdicas1 · 4 years
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Vital Brazil o incansável brasileiro que criou o soro antiofídico
Em 12 junho de 2020, publiquei aqui neste blog um texto com o título A Incrível História do Brasileiro que Ajudou a Fundar a OMS. Na reportagem, conto como o médico Geraldo de Paula Souza teve participação essencial na criação da maior entidade global de saúde. Para colher todas as informações, entrevistei a historiadora Mariana Dolci, doutora em ciências pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Qual não foi minha surpresa quando, dias depois, recebi uma mensagem de WhatsApp da Mariana com uma sugestão dessas que jornalista nenhum pode deixar passar. Ela havia compartilhado comigo o contato de Érico Vital Brazil, neto de Vital Brazil (se escreve com Z mesmo), um dos mais importantes cientistas de nosso país durante os séculos 19 e 20. 
Se você já esteve em São Paulo e andou pelos lados do bairro do Butantã, a Avenida Vital Brazil é uma das vias mais importantes da região. E, como você vai conferir nos próximos parágrafos, a escolha da homenagem justamente nessa região da capital paulista faz todo o sentido.
Curioso para saber mais sobre o assunto, escrevi para Érico, que gentilmente me respondeu e passou quase duas horas no telefone contando histórias fascinantes sobre seu avô e um Brasil do passado. Ajeite-se bem na poltrona ou na cadeira e venha comigo nessa viagem pela nossa história. 
Os primeiros anos
Manuel dos Santos Pereira Junior era um homem à frente de seu tempo. Enfrentou a família e desistiu de um casamento arranjado para viver com o amor de sua vida, Maria Carolina Pereira de Magalhães. Para cada um de seus filhos, resolveu dar um nome diferente: foi assim que o primogênito acabou registrado em 1865 como Vital Brazil Mineiro da Campanha. 
Vital porque nasceu em 28 de abril, dia de São Vital. Brazil porque era brasileiro, ora pois. Mineiro porque veio ao mundo em Minas Gerais — e, como você já deve ter sacado pelo ritmo da minha explicação, ele é natural de Campanha, município que fica na porção Sul do estado. 
O nome de seus sete irmãos são um show à parte: Maria Gabriela do Vale do Sapucaí, Iracema Ema do Vale do Sapucaí, Judith Parasita de Caldas, Acacia Sensitiva Indígena de Caldas, Oscar Americano de Caldas, Fileta Camponesa de Caldas, Eunice Peregrina de Caldas. A diferença nos sobrenomes se deve ao fato de Manuel, o patriarca, trabalhar como caixeiro viajante — daí a distribuição geográfica de acordo com a cidade em que a família estava no momento de cada nascimento. 
Um dos fatos mais marcantes da biografia de Vital Brazil aconteceu quando ele tinha cerca de 7 anos de idade. À época, ele, seus pais e irmãos moravam no município de Caldas. Foi ali que conheceram um pastor presbiteriano, que resolveu fixar residência e abrir uma escola na cidade. Manuel ficou encantado com o líder religioso e decidiu converter toda a sua família ao protestantismo.
Na esteira das mudanças, o pequeno Vital foi matriculado na escola presbiteriana, onde teve uma educação de rígida e de alta qualidade, que repercutiu por toda a sua vida.
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Vital Brazil com seus pais e irmãos num retrato tirado no Rio de Janeiro na década de 1890Foto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
É ainda na infância que nosso personagem teve o primeiro contato com a medicina, o que possivelmente influenciou na sua decisão de seguir na área. Nessas andanças pelas terras mineiras, a família conheceu um médico sueco, que havia escolhido o Sul de Minas Gerais para criar um centro de tratamento contra a tuberculose. 
Na intenção de produzir vacinas contra a varíola, o especialista europeu inoculou no braço do menino Vital o vírus causador da doença. A partir das feridas causadas pela infecção leve, ele extraiu o pus que serviu para imunizar outras pessoas da região.  
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Faculdade: do sonhos ao diploma
Aos 15 anos, Vital já trabalhava para contribuir com a renda da família. À época, todos eles moravam na então pequena e pacata cidade de São Paulo. No período, o jovem atuou como bedel de colégio, professor, redator de jornal, entregador e construtor de estrada de ferro. Em sua cabeça, o sonho era reunir as condições para cursar medicina dali a alguns anos. 
Para isso, contou com o esforço de seu pai, que enviou cartas requisitando apoio financeiros aos familiares mais ricos que pertenciam à classe política da elite mineira — um dos destinatários dessas cartas foi um primo distante (e futuro presidente da república) Venceslau Brás. Porém, a resposta recebida foi a pior possível. Um senador chegou a desmerecer Manuel, dizendo que ele era muito pobre para ter filho médico. 
Apesar das dificuldades financeiras, Vital Brazil conseguiu se formar na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1891, aos 26 anos. O diploma veio com muito sacrifício: o estudante passava a parte livre do dia trabalhando como professor ou escrivão de polícia para conseguir pagar as contas. O único momento que tinha para estudar era de madrugada — para não dormir, ele mastigava nacos de pão molhado e ficava com os dois pés dentro de uma bacia de água gelada. 
Em seus anos na universidade, Vital foi aceito como estagiário de José Pereira Rego, o Barão de Lavradio, um médico com grande fama na então capital do país, o Rio de Janeiro. O barão foi um dos precursores do movimento sanitarista no Brasil, que propunha mudanças nas casas e na configuração das cidades para deixar os ambientes mais arejados, além de se preocupar com o impacto do lixo e do esgoto na saúde humana. 
Volta à pauliceia (nada) desvairada
Com a proclamação da República em 1889, muita coisa se modificou na administração do país. Uma das alterações mais importantes aconteceu quando o médico Cesário Motta foi enviado para São Paulo com o objetivo de estabelecer uma estrutura de saúde pública na cidade. Em pouco tempo, foram criados os institutos bacteriológico, vacinogênico, de química e de distribuição de medicamentos para atender todo o estado paulista. 
Vital Brazil foi convidado a trabalhar nesse projeto em 1892 e inaugurou o posto de inspetor de saúde em 1893. Sua principal tarefa era acompanhar e combater as doenças infecciosas que assolavam não só a capital, mas também os municípios do interior e do litoral. Ao longo de seus anos na função, o médico teve que lidar com surtos de febre amarela, varíola, cólera, entre vários outros.
Esse período também marca o contato de Vital Brazil com uma turma de respeito: ele virou companheiro de trabalho de nomes como Adolfo Lutz, Emílio Ribas, Teodoro Sampaio e Victor Godinho, todos eles importantíssimos para o movimento sanitarista em voga na época. Juntos, eles trouxeram ideias novas e revolucionárias — caso dos cuidados com a higiene e com o saneamento básico como essenciais para a saúde pública.
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O grupo de sanitaristas de São Paulo. Na foto, além de Vital Brazil, estão Emílio Ribas e Victor GodinhoFoto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
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Rumo ao interior
O fato de Vital Brazil trabalhar com doenças infecciosas gerava grande preocupação em sua família. Numa época em que vacinas e remédios praticamente não existiam, qualquer infecção por vírus ou bactéria representava uma sentença de morte. Em 1895, o médico contraiu a febre amarela e, após sua recuperação, ele foi vencido pelos argumentos de sua esposa para largar o cargo de inspetor público e procurar outros caminhos profissionais. 
Pouco depois desse episódio, Vital recebeu e aceitou um convite para ser clínico-geral em Botucatu, a 238 quilômetros da capital paulista. Nesse período, a cidade do interior servia como um grande portal para o sertão e as terras inexploradas do noroeste paulista, do Paraná e do Mato Grosso do Sul. 
A vida de nosso personagem sofreu uma nova guinada quando ele foi atender uma menina de 14 anos que havia sido picada por uma cobra. Sem ter o que fazer, o médico viu a garota morrer em seus braços e decidiu que, a partir daquele dia, se dedicaria a encontrar um tratamento para acidentes com esses répteis. 
Que fique claro: Vital já demonstrava interesse por essa área desde a época da faculdade, quando assistiu uma palestra de um especialista indiano a respeito do tema. Apesar de ter tentado explorar a área algumas vezes, havia uma grande dificuldade logística. Não existia nenhum laboratório no país com a capacidade de receber serpentes com segurança — como não tinha antídoto para o veneno, qualquer picada significava um perigo mortal. 
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Ainda no interior, Vital resolveu construir um serpentário na frente de sua casa. Ele pagava para os moradores da região caçarem cobras vivas na natureza. O médico realmente mergulhou de cabeça no assunto e começou a estudar e fazer as experiências. Nessas sessões, descobriu que um grupo de cientistas franceses propunha o desenvolvimento de um soro a partir do veneno como solução para esse problema. Foi um daqueles momentos “eureca” de descoberta, tão raros na medicina.
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Junto com um assistente, Vital Brazil extrai veneno de cobra em meados de 1900Foto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
Chegava a hora de dar adeus a Botucatu: Vital juntou seus pertences e voltou a São Paulo, onde começou a fazer seus experimentos no Instituto Bacteriológico, com o apoio de seus amigos Adolfo Lutz, então diretor da instituição, e Emílio Ribas, secretário de saúde do estado paulista. 
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Crise no litoral
Apesar do franco crescimento, São Paulo estava longe de ser a locomotiva do país nessa época. Isso, claro, tinha repercussões na área da saúde, com um diminuto número de médicos para cuidar de muita gente. A fim de organizar o atendimento, Emílio Ribas dividiu responsabilidades e deu a cada dupla de profissionais de sua equipe o dever de acompanhar a situação sanitária de várias cidades paulistas. 
Vital Brazil e o colega Bonilha de Toledo ganharam a incumbência de ficar de olho em tudo que estava ocorrendo em Santos, local estratégico onde muitas encomendas e cargas chegavam ou eram enviadas pelos navios. Tudo ia bem nesse trabalho até que, em 1899, surgiu a notícia de que um surto de peste negra (provocada pela bactéria Yersinia pestis e responsável pela pandemia mais devastadora da história durante a Idade Média) havia brotado na cidade do Porto, em Portugal, que tinha conexões e linhas de comércio frequentes com o município do litoral paulista. 
Não demorou para que os primeiros casos suspeitos de peste negra fossem notificados em Santos. Vital Brazil desceu rapidamente para o litoral, com a intenção de coordenar as ações para que a doença não se espalhasse para a região e, quem sabe, afetasse todo o país. Mal sabia que, dali a alguns dias, ele mesmo seria infectado pela bactéria causadora da peste negra. 
Preocupado com toda a situação, o governo federal resolveu enviar médicos do Rio de Janeiro para reforçar o time de combate em campo. E, num desses encontros fascinantes da história, coube ao jovem Oswaldo Cruz tirar o sangue e fazer o diagnóstico da doença em Vital Brazil. Ainda bem, nosso personagem principal se recuperou e pode seguir a carreira normalmente. 
O sonho da casa própria
Com o surto de peste negra devidamente controlado, Vital Brazil voltou a São Paulo e logo recebeu uma ótima notícia: finalmente o governo aprovara a compra do terreno onde funcionaria um instituto para a produção dos seus soros antiofídicos — até então, tudo era feito no Instituto Bacteriológico, próximo à Avenida Paulista, onde não havia estrutura para receber as cobras (de onde era extraído o veneno) e os cavalos (em quem esse veneno era aplicado para que o soro fosse obtido). 
O terreno escolhido para abrigar o novo centro de pesquisa era a antiga Fazenda Butantan, às margens do Rio Pinheiros, que ficava muito, mas muito, distante do centro da cidade — e pensar que, hoje em dia, esse mesmo local corresponde mais ou menos aos bairros de Pinheiros e Butantã, um dos polos econômicos mais poderosos e pungentes da capital paulista.  
A compra do terreno foi oficializada em 8 dezembro de 1899. Em apenas 16 dias, Vital Brazil começou a trabalhar em seu laboratório no novíssimo Instituto Serunterápico do Estado de São Paulo, atual Instituto Butantan, que segue até hoje como uma dos centros de pesquisa e inovação mais importantes do Brasil e do mundo. 
Já produzindo ciência de ponta numa boa velocidade, Vital Brazil se viu diante de uma nova polêmica: enquanto grupos de cientistas franceses defendiam a criação de um remédio único para lidar com todos os acidentes com cobras, o brasileiro apostava que, para cada veneno, deveria existir um tipo de soro específico. O avançar do conhecimento mostrou que nosso representante estava correto.
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Vital Brazil extraindo veneno de cobra no Instituto Serunterápico do Estado de São Paulo (atual Instituto Butantan)Foto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
A partir daí, Vital ganhou ainda mais fama e começou a representar o país em missões científicas por outros países. Na Exposição Universal de 1904 em St. Louis, nos Estados Unidos, o Instituto Butantan foi a primeira instituição brasileira a ganhar reconhecimento internacional com uma medalha de prata por suas pesquisas pioneiras.
Uma passagem curiosíssima com o médico aconteceu nos primeiros meses de 1916, quando ele estava na cidade americana de Nova York para um ciclo de palestras e reuniões. Numa madrugada, Vital Brazil foi acordado em seu hotel: um sujeito havia levado uma mordida de cobra no Zoológico do Bronx. Nenhum profissional de saúde tinha conseguido fazer algo. O brasileiro foi até o local, conseguiu produzir o soro e salvou a vida do paciente, que já agonizava por 72 horas. 
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Mudança de ares
O cenário começou a ficar estranho para Vital nos últimos anos da década de 1910. Nesse período, seu amigo Oswaldo Cruz morreu, Emílio Ribas se aposentou e Adolfo Lutz aceitou um convite para trabalhar no Rio de Janeiro. A partir de 1919, sentindo-se isolado e incomodado com as interferências políticas em seu trabalho, o médico resolveu largar a direção do Instituto Butantan. 
Com muitos convites para trabalhar no país e no exterior, nosso personagem escolheu a cidade de Niterói para construir o Instituto Vital Brazil, onde abriu um centro de pesquisas na área de medicina tropical. Com os contatos que tinha feito em suas passagens pelos Estados Unidos, ele conseguiu o investimento de grupos privados, como a Fundação Rockefeller, para financiar suas linhas de estudo. 
Esse misto de parceria público-privada, aliás, foi outra grande sacada de Vital Brazil. Vacinado com o que vivenciara no Instituto Butantan, ele moldou sua nova instituição para que ela não sofresse tanto com as mudanças políticas, de cargos e de interesses que ocorrem a cada eleição. 
Na década de 1920, Vital Brazil ficou entre indas e vindas do Rio de Janeiro a São Paulo. Em terras paulistas, assumiu por alguns anos a direção do Instituto Adolfo Lutz (o antigo Instituto Bacteriológico). No período, também se interessou por venenos de aranhas e passou a estudar e classificar as espécies mais frequentes no país. 
Outro projeto genial que botou em prática nesses anos foi a criação dos postos antiofídicos. Ele incentivou a construção de entrepostos em vários locais do Brasil em que a comunidade levava cobras e recebia em troca o soro, para ter à mão em caso de problemas. 
Esses centros eram instalados em locais com maior frequência de acidentes desse tipo — há registros dessas unidades na Paraíba, no Mato Grosso, em Goiás, no Maranhão, no Rio Grande do Norte, em Alagoas e até no Acre! Se hoje a comunicação e o acesso a algumas áreas do país é difícil, imagine a situação no início do século 20. 
Vital Brazil permaneceu firme no trabalho até 1949, quando resolveu se aposentar aos 84 anos. O pioneiro morreria um ano depois, em 1950.
Não merecia mais?
Ao terminar de ouvir toda essa história, não pude deixar de perguntar: com tantas contribuições, Vital Brazil não merecia um Prêmio Nobel de Medicina?
Érico, que é pesquisador e trabalha no Museu Casa de Vital Brazil, uma instituição familiar que reúne a obra do pesquisador, diz que ninguém sabe se seu antepassado chegou a ser indicado alguma vez ao prêmio da fundação sueca. “Meu avô acreditava que a ciência existe para dar respostas aos grandes problemas da humanidade. Apesar dessa missão tão nobre, ele sempre foi extremamente modesto e nunca aceitou um cargo de fundo político ou que não tivesse a ver com suas pesquisas”. 
A personalidade reservada talvez tenha impedido Vital Brazil de alçar voos ainda maiores e conquistar certos reconhecimentos internacionais. Mas seu trabalho incansável repercute até hoje na vida de milhares de pessoas, que são salvas todos os anos graças ao seu legado.
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Vital Brazil o incansável brasileiro que criou o soro antiofídico
Em 12 junho de 2020, publiquei aqui neste blog um texto com o título A Incrível História do Brasileiro que Ajudou a Fundar a OMS. Na reportagem, conto como o médico Geraldo de Paula Souza teve participação essencial na criação da maior entidade global de saúde. Para colher todas as informações, entrevistei a historiadora Mariana Dolci, doutora em ciências pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Qual não foi minha surpresa quando, dias depois, recebi uma mensagem de WhatsApp da Mariana com uma sugestão dessas que jornalista nenhum pode deixar passar. Ela havia compartilhado comigo o contato de Érico Vital Brazil, neto de Vital Brazil (se escreve com Z mesmo), um dos mais importantes cientistas de nosso país durante os séculos 19 e 20. 
Se você já esteve em São Paulo e andou pelos lados do bairro do Butantã, a Avenida Vital Brazil é uma das vias mais importantes da região. E, como você vai conferir nos próximos parágrafos, a escolha da homenagem justamente nessa região da capital paulista faz todo o sentido.
Curioso para saber mais sobre o assunto, escrevi para Érico, que gentilmente me respondeu e passou quase duas horas no telefone contando histórias fascinantes sobre seu avô e um Brasil do passado. Ajeite-se bem na poltrona ou na cadeira e venha comigo nessa viagem pela nossa história. 
Os primeiros anos
Manuel dos Santos Pereira Junior era um homem à frente de seu tempo. Enfrentou a família e desistiu de um casamento arranjado para viver com o amor de sua vida, Maria Carolina Pereira de Magalhães. Para cada um de seus filhos, resolveu dar um nome diferente: foi assim que o primogênito acabou registrado em 1865 como Vital Brazil Mineiro da Campanha. 
Vital porque nasceu em 28 de abril, dia de São Vital. Brazil porque era brasileiro, ora pois. Mineiro porque veio ao mundo em Minas Gerais — e, como você já deve ter sacado pelo ritmo da minha explicação, ele é natural de Campanha, município que fica na porção Sul do estado. 
O nome de seus sete irmãos são um show à parte: Maria Gabriela do Vale do Sapucaí, Iracema Ema do Vale do Sapucaí, Judith Parasita de Caldas, Acacia Sensitiva Indígena de Caldas, Oscar Americano de Caldas, Fileta Camponesa de Caldas, Eunice Peregrina de Caldas. A diferença nos sobrenomes se deve ao fato de Manuel, o patriarca, trabalhar como caixeiro viajante — daí a distribuição geográfica de acordo com a cidade em que a família estava no momento de cada nascimento. 
Um dos fatos mais marcantes da biografia de Vital Brazil aconteceu quando ele tinha cerca de 7 anos de idade. À época, ele, seus pais e irmãos moravam no município de Caldas. Foi ali que conheceram um pastor presbiteriano, que resolveu fixar residência e abrir uma escola na cidade. Manuel ficou encantado com o líder religioso e decidiu converter toda a sua família ao protestantismo.
Na esteira das mudanças, o pequeno Vital foi matriculado na escola presbiteriana, onde teve uma educação de rígida e de alta qualidade, que repercutiu por toda a sua vida.
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Vital Brazil com seus pais e irmãos num retrato tirado no Rio de Janeiro na década de 1890Foto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
É ainda na infância que nosso personagem teve o primeiro contato com a medicina, o que possivelmente influenciou na sua decisão de seguir na área. Nessas andanças pelas terras mineiras, a família conheceu um médico sueco, que havia escolhido o Sul de Minas Gerais para criar um centro de tratamento contra a tuberculose. 
Na intenção de produzir vacinas contra a varíola, o especialista europeu inoculou no braço do menino Vital o vírus causador da doença. A partir das feridas causadas pela infecção leve, ele extraiu o pus que serviu para imunizar outras pessoas da região.  
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Faculdade: do sonhos ao diploma
Aos 15 anos, Vital já trabalhava para contribuir com a renda da família. À época, todos eles moravam na então pequena e pacata cidade de São Paulo. No período, o jovem atuou como bedel de colégio, professor, redator de jornal, entregador e construtor de estrada de ferro. Em sua cabeça, o sonho era reunir as condições para cursar medicina dali a alguns anos. 
Para isso, contou com o esforço de seu pai, que enviou cartas requisitando apoio financeiros aos familiares mais ricos que pertenciam à classe política da elite mineira — um dos destinatários dessas cartas foi um primo distante (e futuro presidente da república) Venceslau Brás. Porém, a resposta recebida foi a pior possível. Um senador chegou a desmerecer Manuel, dizendo que ele era muito pobre para ter filho médico. 
Apesar das dificuldades financeiras, Vital Brazil conseguiu se formar na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1891, aos 26 anos. O diploma veio com muito sacrifício: o estudante passava a parte livre do dia trabalhando como professor ou escrivão de polícia para conseguir pagar as contas. O único momento que tinha para estudar era de madrugada — para não dormir, ele mastigava nacos de pão molhado e ficava com os dois pés dentro de uma bacia de água gelada. 
Em seus anos na universidade, Vital foi aceito como estagiário de José Pereira Rego, o Barão de Lavradio, um médico com grande fama na então capital do país, o Rio de Janeiro. O barão foi um dos precursores do movimento sanitarista no Brasil, que propunha mudanças nas casas e na configuração das cidades para deixar os ambientes mais arejados, além de se preocupar com o impacto do lixo e do esgoto na saúde humana. 
Volta à pauliceia (nada) desvairada
Com a proclamação da República em 1889, muita coisa se modificou na administração do país. Uma das alterações mais importantes aconteceu quando o médico Cesário Motta foi enviado para São Paulo com o objetivo de estabelecer uma estrutura de saúde pública na cidade. Em pouco tempo, foram criados os institutos bacteriológico, vacinogênico, de química e de distribuição de medicamentos para atender todo o estado paulista. 
Vital Brazil foi convidado a trabalhar nesse projeto em 1892 e inaugurou o posto de inspetor de saúde em 1893. Sua principal tarefa era acompanhar e combater as doenças infecciosas que assolavam não só a capital, mas também os municípios do interior e do litoral. Ao longo de seus anos na função, o médico teve que lidar com surtos de febre amarela, varíola, cólera, entre vários outros.
Esse período também marca o contato de Vital Brazil com uma turma de respeito: ele virou companheiro de trabalho de nomes como Adolfo Lutz, Emílio Ribas, Teodoro Sampaio e Victor Godinho, todos eles importantíssimos para o movimento sanitarista em voga na época. Juntos, eles trouxeram ideias novas e revolucionárias — caso dos cuidados com a higiene e com o saneamento básico como essenciais para a saúde pública.
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O grupo de sanitaristas de São Paulo. Na foto, além de Vital Brazil, estão Emílio Ribas e Victor GodinhoFoto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
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Rumo ao interior
O fato de Vital Brazil trabalhar com doenças infecciosas gerava grande preocupação em sua família. Numa época em que vacinas e remédios praticamente não existiam, qualquer infecção por vírus ou bactéria representava uma sentença de morte. Em 1895, o médico contraiu a febre amarela e, após sua recuperação, ele foi vencido pelos argumentos de sua esposa para largar o cargo de inspetor público e procurar outros caminhos profissionais. 
Pouco depois desse episódio, Vital recebeu e aceitou um convite para ser clínico-geral em Botucatu, a 238 quilômetros da capital paulista. Nesse período, a cidade do interior servia como um grande portal para o sertão e as terras inexploradas do noroeste paulista, do Paraná e do Mato Grosso do Sul. 
A vida de nosso personagem sofreu uma nova guinada quando ele foi atender uma menina de 14 anos que havia sido picada por uma cobra. Sem ter o que fazer, o médico viu a garota morrer em seus braços e decidiu que, a partir daquele dia, se dedicaria a encontrar um tratamento para acidentes com esses répteis. 
Que fique claro: Vital já demonstrava interesse por essa área desde a época da faculdade, quando assistiu uma palestra de um especialista indiano a respeito do tema. Apesar de ter tentado explorar a área algumas vezes, havia uma grande dificuldade logística. Não existia nenhum laboratório no país com a capacidade de receber serpentes com segurança — como não tinha antídoto para o veneno, qualquer picada significava um perigo mortal. 
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Ainda no interior, Vital resolveu construir um serpentário na frente de sua casa. Ele pagava para os moradores da região caçarem cobras vivas na natureza. O médico realmente mergulhou de cabeça no assunto e começou a estudar e fazer as experiências. Nessas sessões, descobriu que um grupo de cientistas franceses propunha o desenvolvimento de um soro a partir do veneno como solução para esse problema. Foi um daqueles momentos “eureca” de descoberta, tão raros na medicina.
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Junto com um assistente, Vital Brazil extrai veneno de cobra em meados de 1900Foto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
Chegava a hora de dar adeus a Botucatu: Vital juntou seus pertences e voltou a São Paulo, onde começou a fazer seus experimentos no Instituto Bacteriológico, com o apoio de seus amigos Adolfo Lutz, então diretor da instituição, e Emílio Ribas, secretário de saúde do estado paulista. 
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Crise no litoral
Apesar do franco crescimento, São Paulo estava longe de ser a locomotiva do país nessa época. Isso, claro, tinha repercussões na área da saúde, com um diminuto número de médicos para cuidar de muita gente. A fim de organizar o atendimento, Emílio Ribas dividiu responsabilidades e deu a cada dupla de profissionais de sua equipe o dever de acompanhar a situação sanitária de várias cidades paulistas. 
Vital Brazil e o colega Bonilha de Toledo ganharam a incumbência de ficar de olho em tudo que estava ocorrendo em Santos, local estratégico onde muitas encomendas e cargas chegavam ou eram enviadas pelos navios. Tudo ia bem nesse trabalho até que, em 1899, surgiu a notícia de que um surto de peste negra (provocada pela bactéria Yersinia pestis e responsável pela pandemia mais devastadora da história durante a Idade Média) havia brotado na cidade do Porto, em Portugal, que tinha conexões e linhas de comércio frequentes com o município do litoral paulista. 
Não demorou para que os primeiros casos suspeitos de peste negra fossem notificados em Santos. Vital Brazil desceu rapidamente para o litoral, com a intenção de coordenar as ações para que a doença não se espalhasse para a região e, quem sabe, afetasse todo o país. Mal sabia que, dali a alguns dias, ele mesmo seria infectado pela bactéria causadora da peste negra. 
Preocupado com toda a situação, o governo federal resolveu enviar médicos do Rio de Janeiro para reforçar o time de combate em campo. E, num desses encontros fascinantes da história, coube ao jovem Oswaldo Cruz tirar o sangue e fazer o diagnóstico da doença em Vital Brazil. Ainda bem, nosso personagem principal se recuperou e pode seguir a carreira normalmente. 
O sonho da casa própria
Com o surto de peste negra devidamente controlado, Vital Brazil voltou a São Paulo e logo recebeu uma ótima notícia: finalmente o governo aprovara a compra do terreno onde funcionaria um instituto para a produção dos seus soros antiofídicos — até então, tudo era feito no Instituto Bacteriológico, próximo à Avenida Paulista, onde não havia estrutura para receber as cobras (de onde era extraído o veneno) e os cavalos (em quem esse veneno era aplicado para que o soro fosse obtido). 
O terreno escolhido para abrigar o novo centro de pesquisa era a antiga Fazenda Butantan, às margens do Rio Pinheiros, que ficava muito, mas muito, distante do centro da cidade — e pensar que, hoje em dia, esse mesmo local corresponde mais ou menos aos bairros de Pinheiros e Butantã, um dos polos econômicos mais poderosos e pungentes da capital paulista.  
A compra do terreno foi oficializada em 8 dezembro de 1899. Em apenas 16 dias, Vital Brazil começou a trabalhar em seu laboratório no novíssimo Instituto Serunterápico do Estado de São Paulo, atual Instituto Butantan, que segue até hoje como uma dos centros de pesquisa e inovação mais importantes do Brasil e do mundo. 
Já produzindo ciência de ponta numa boa velocidade, Vital Brazil se viu diante de uma nova polêmica: enquanto grupos de cientistas franceses defendiam a criação de um remédio único para lidar com todos os acidentes com cobras, o brasileiro apostava que, para cada veneno, deveria existir um tipo de soro específico. O avançar do conhecimento mostrou que nosso representante estava correto.
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Vital Brazil extraindo veneno de cobra no Instituto Serunterápico do Estado de São Paulo (atual Instituto Butantan)Foto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
A partir daí, Vital ganhou ainda mais fama e começou a representar o país em missões científicas por outros países. Na Exposição Universal de 1904 em St. Louis, nos Estados Unidos, o Instituto Butantan foi a primeira instituição brasileira a ganhar reconhecimento internacional com uma medalha de prata por suas pesquisas pioneiras.
Uma passagem curiosíssima com o médico aconteceu nos primeiros meses de 1916, quando ele estava na cidade americana de Nova York para um ciclo de palestras e reuniões. Numa madrugada, Vital Brazil foi acordado em seu hotel: um sujeito havia levado uma mordida de cobra no Zoológico do Bronx. Nenhum profissional de saúde tinha conseguido fazer algo. O brasileiro foi até o local, conseguiu produzir o soro e salvou a vida do paciente, que já agonizava por 72 horas. 
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Mudança de ares
O cenário começou a ficar estranho para Vital nos últimos anos da década de 1910. Nesse período, seu amigo Oswaldo Cruz morreu, Emílio Ribas se aposentou e Adolfo Lutz aceitou um convite para trabalhar no Rio de Janeiro. A partir de 1919, sentindo-se isolado e incomodado com as interferências políticas em seu trabalho, o médico resolveu largar a direção do Instituto Butantan. 
Com muitos convites para trabalhar no país e no exterior, nosso personagem escolheu a cidade de Niterói para construir o Instituto Vital Brazil, onde abriu um centro de pesquisas na área de medicina tropical. Com os contatos que tinha feito em suas passagens pelos Estados Unidos, ele conseguiu o investimento de grupos privados, como a Fundação Rockefeller, para financiar suas linhas de estudo. 
Esse misto de parceria público-privada, aliás, foi outra grande sacada de Vital Brazil. Vacinado com o que vivenciara no Instituto Butantan, ele moldou sua nova instituição para que ela não sofresse tanto com as mudanças políticas, de cargos e de interesses que ocorrem a cada eleição. 
Na década de 1920, Vital Brazil ficou entre indas e vindas do Rio de Janeiro a São Paulo. Em terras paulistas, assumiu por alguns anos a direção do Instituto Adolfo Lutz (o antigo Instituto Bacteriológico). No período, também se interessou por venenos de aranhas e passou a estudar e classificar as espécies mais frequentes no país. 
Outro projeto genial que botou em prática nesses anos foi a criação dos postos antiofídicos. Ele incentivou a construção de entrepostos em vários locais do Brasil em que a comunidade levava cobras e recebia em troca o soro, para ter à mão em caso de problemas. 
Esses centros eram instalados em locais com maior frequência de acidentes desse tipo — há registros dessas unidades na Paraíba, no Mato Grosso, em Goiás, no Maranhão, no Rio Grande do Norte, em Alagoas e até no Acre! Se hoje a comunicação e o acesso a algumas áreas do país é difícil, imagine a situação no início do século 20. 
Vital Brazil permaneceu firme no trabalho até 1949, quando resolveu se aposentar aos 84 anos. O pioneiro morreria um ano depois, em 1950.
Não merecia mais?
Ao terminar de ouvir toda essa história, não pude deixar de perguntar: com tantas contribuições, Vital Brazil não merecia um Prêmio Nobel de Medicina?
Érico, que é pesquisador e trabalha no Museu Casa de Vital Brazil, uma instituição familiar que reúne a obra do pesquisador, diz que ninguém sabe se seu antepassado chegou a ser indicado alguma vez ao prêmio da fundação sueca. “Meu avô acreditava que a ciência existe para dar respostas aos grandes problemas da humanidade. Apesar dessa missão tão nobre, ele sempre foi extremamente modesto e nunca aceitou um cargo de fundo político ou que não tivesse a ver com suas pesquisas”. 
A personalidade reservada talvez tenha impedido Vital Brazil de alçar voos ainda maiores e conquistar certos reconhecimentos internacionais. Mas seu trabalho incansável repercute até hoje na vida de milhares de pessoas, que são salvas todos os anos graças ao seu legado.
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jpucinelli-blog · 7 years
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Meu nome é João e desejo me corresponder com um rapaz que seja O TAL
Muito antes do advento dos sites de relacionamentos e de compras/vendas pela internet, nos anúncios de jornal podíamos encontrar as mais variadas ofertas, desde a venda de um jogo de facas herdados da bisavó, até moças e rapazes anunciando seu desejo de encontrar um parceiro/a. Foi inspirado nesses anúncios que Roberto Carlos e Erasmo Carlos, compuseram especialmente para o jovem tropicalista Gal Costa, o clássico “Meu Nome é Gal”. Gal cantava, dançava e embalava este grande sucesso em TV aberta, num grito pela liberdade sexual e poder de escolha da mulher em meio a ditadura militar e todo o conservadorismo brasileiro, que reservava o Pai o direito de escolha sobre o destino da filha.
Os clássicos anúncios começavam por dizer o nome “Meu nome é Gal” e em seguida a motivação “desejo me corresponder com um rapaz que seja o tal”, era essa a ideia de iniciar uma correspondência, uma serie de cartas que passariam a ser trocadas com o interessado naquela anuncio. As expectativas em relação ao pretendente eram importantíssimas, para já funcionarem como um filtro, mas para Gal: “tanto faz que ele tenha defeito, ou traga no peito, crença ou tradição”. Outra parte importante era a descrição sobre a pessoa que faz o anuncio. Que na canção era uma parte narrada pela cantora em tom forte e empoderado, que dificilmente é encontrado em registro e particularmente amo muito:
"Meu nome é Gal, tenho 24 anos Nasci na Barra Avenida, Bahia Todo dia eu sonho alguém pra mim Acredito em Deus, gosto de baile, cinema Admiro Caetano, Gil, Roberto, Erasmo, Macalé, Paulinho da Viola, Lanny, Rogério Sganzerla, Jorge Ben, Rogério Duprat, Waly, Dircinho, Nando, E o pessoal da pesada E se um dia eu tiver alguém com bastante amor pra me dar Não precisa sobrenome Pois é o amor que faz o homem."
Estar inserido em um universo de esquerda exige, pensar e agir conforme as regras e normas deste ambiente, apresentando e relacionando com pessoas que deem conta de ao menos adentrar este universo. O que não é tão simples assim, na vida real. Por isso não é raro ver mulheres e homens que se colocam a esquerda estarem sozinhos ou para além disso falarem desta solidão militante como algo que de fato causa incomodo, dor e sofrimento. Neste universo ter a coragem de Gal Costa e enunciar ao mundo “que tanto faz e eu amo igual”, sem rotulações, medos e preconceitos, me parece um ato revolucionário.
Dada as licenças poéticas da canção, pensar em amores possíveis que acontecem de diversas formas e modelos é importante para rompermos com uma lógica utilitária das relações. “nunca leu Freud”, “votou no Aécio”, “escuta sertanejo” quem nunca ouviu ou até mesmo justificou um não relacionar com uma dessas frases, que atire a primeira bala halls.
Não quero aqui advogar por um rompimento com estes padrões de escolha, seleção, desejo, afetos porque é particular de cada pessoa, claro que dada as problematizações quando envolve racismos e elitismos disfarçados de desejo. Quero aqui um pequeno respirar sobre a vida real e cotidiana e os caminhos possíveis do relacionar-se. Os relacionamentos, o ato de relacionar-se acontece na vida cotidiana, onde a banda toca de diversos ritmos e muitas vezes (na maioria) fora das nossas expectativas. Quero pensar e me colocar disposto a romper com os esquemas engendrados, do homem/mulher ideal para o relacionamento ideal, seja monogâmico ou poli-multi-livre e etc...
.. meu nome é João e desejo me corresponder com um rapaz que seja o tal. Detalhe, que seja o “tal”!
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miguelitov8 · 4 years
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Alfa Romeo faz 110 anos: no Brasil, fracassou após vender só 8 modelos
O dia 24 de junho é especial para a Alfa Romeo, que neste ano comemora o aniversário de 110 anos. Na data em questão, em 1910, nascia oficialmente em Milão a Anonima Lombarda Fabbrica Automobili (ALFA), após o italiano Cavalier Ugo Stella comprar do francês Pierre Alexandre Darracq a Società Italiana Automobili Darracq.
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Nesse período de mais de um século, a fabricante italiana construiu uma história riquíssima, marcada por altos e baixos. Os problemas iniciais vieram já nos primeiros anos, quando eclodiu a Primeira Guerra Mundial. A empresa foi socorrida pelo italiano Nicola Romeo, que em 1920 adicionou seu sobrenome à marca.
Após outro período de dificuldade, a fabricante foi estatizada por Mussolini em 1933. Bombardeada durante a segunda Guerra Mundial e reerguida pela República Italiana após o conflito, a marca ficou em mãos governamentais até 1986. Naquele ano, a Alfa Romeo foi privatizada e adquirida pelo Grupo Fiat. Desde 2014, integra o Grupo FCA (Fiat-Chrysler Automobiles).
Desde a fundação, a empresa soma glórias no Automobilismo. Na década de 1930, venceu corridas com veículos preparados por ninguém menos que Enzo Ferrari, que na década seguinte fundou a própria escuderia.
Em 1950, o piloto Nino Farina tornou-se o primeiro campeão mundial de Fórmula 1 ao volante de um Alfa Romeo (na época ainda não existia título para construtores). No ano seguinte, foi a vez de Juan Manual Fangio ganhar o título com um carro da marca. Triunfos em ralis e em categorias de turismo também fazem parte da história da marca.
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Alfa Romeo criou logomarca especial para comemorar o aniversário de 110 anos
Além de glórias no automobilismo, a marca italiana também é famosa por ter produzido alguns dos mais belos automóveis da história. Entre eles, destacam-se o Giulia Sprint, o Montreal e o 8c Competizione.
O que deu errado para a marca no Brasil?
A trajetória da Alfa Romeo inclui duas passagens pelo Brasil. Porém, ambas fracassaram e a marca nunca conseguiu se estabelecer no país. Os motivos que fizeram a empresa não obter sucesso por aqui são diversos e complexos.
A primeira passagem pelo país data de 1968. Naquele ano, a então estatal italiana adquiriu uma empresa pública brasileira: a FNM (Fábrica Nacional de Motores) sediada em Xerém, Duque de Caxias (RJ), que passava por um processo de privatização.
Inauguradas na década de 1940, as instalações da FNM tinham maquinário antigo. Os planos de investimentos da Alfa Romeo foram alterados durante a década de 1970, difícil para toda a indústria automobilística devido às crises do petróleo. Diante disso, a matriz, na Itália, não pôde destinar mais recursos ao Brasil, cujo interno mercado na época representava apenas uma fração do que é hoje.
Pequena e antiquada, a fábrica brasileira não conseguia ter grande volume de produção. Além disso, ocorriam falhas no processo de montagem. A aquisição das operações brasileiras da Alfa Romeo pela Fiat e a transferência da linha de montagem de Xerém para Betim (MG) sanaram vários dos problemas, mas os números de fabricação permaneceram baixos.
Após deixar de produzir no Brasil em 1986, a Alfa Romeo voltou em 1990 como importadora. A segunda investida, porém, foi maculada principalmente pela estratégia comercial de vender os carros da marca em concessionárias Fiat.
Despreparada para prestar serviço premium, a rede ainda fez trapalhadas como liquidar um lote encalhado de veículos 155, acentuando bastante a desvalorização dos similares usados. As variações cambiais e fiscais ocorridas na virada do século pioraram ainda mais a situação.
Em 2006, a Alfa Romeo deixou o país e até hoje não voltou. O listão de hoje relembra todos os 8 modelos que a fabricante comercializou oficialmente por aqui. Relembre!
1. Alfa Romeo 2300
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Sedã 2300 é o único automóvel nacional da marca
Primeiro e até hoje único carro nacional da Alfa Romeo, o  2300 foi lançado em 1974. Desenvolvido exclusivamente para o mercado brasileiro, o sedã era o carro mais moderno do país na época, com câmbio de cinco marchas, freios a disco nas quatro rodas e cintos de segurança de três pontos. Tinha motor 2.3 de quatro cilindros, inicialmente com 140 cv de potência bruta, e tração traseira.
O sedã passou por uma reestilização para a linha 1977. Naquele ano, a Alfa Romeo vendeu as operações brasileiras para a Fiat – interessante notar que, em nível global, a segunda só passaria a controlar a primeira em 1986 – e transferiu a produção para Betim (MG). O 2300 passou por mais uma plástica para 1985 e, no ano seguinte, saiu de linha.
Com o encerramento da produção, a marca milanesa deixou de operar no país. Ao longo de 12 anos, cerca de 30 mil unidades do 2300 foram fabricadas. cerca de 1.000 exemplares chegaram a ser exportados para a Europa no fim da década de 1970.
2. Alfa Romeo 164
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Um dos primeiros importados a chegar ao Brasil em 1990 foi o 164
O primeiro produto Alfa Romeo projetado após a aquisição pela Fiat, o 164 é também lembrado por ter sido um dos primeiros automóveis estrangeiros a chegar ao Brasil após a reabertura do mercado, em 1990. O grande e luxuoso sedã com design assinado pelo estúdio Pininfarina marcou o retorno da Alfa Romeo ao país, agora como importadora.
Inicialmente, o 164 era movido sempre por um motor 3.0 V6 de 12 válvulas e 192 cv. No anos seguintes, passou a ser comercializado também na versão Super, na qual um cabeçote de 24 válvulas elevava a potência do V6 para 2015 cv.
O modelo permaneceu no mercado local até 1997, quando saiu de linha na Itália. Com exceção do 2300, é o automóvel da marca italiana mais emplacados do país, com cerca de 6.000 exemplares comercializados.
3. Alfa Romeo Spider
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Segunda geração do Spider tinha design assinado pelo estúdio Pininfarina
O Spider é um dos produtos mais famosos da Alfa Romeo. O da primeira geração, em especial, tornou-se sonho de consumo após ser dirigido por Dustin Hoffman no clássico filme A Primeira Noite de um Homem (1967). O modelo da segunda safra, lançado mundialmente em 1995, é menos carismático, mas foi o único vendido no Brasil.
De qualquer modo, quando chegou ao país, em 1996, o conversível impressionou. O design desenvolvido pelo estúdio Pininfarina esbanjava originalidade. Já o motor 3.0 V6 de 190 cv, semelhante ao do 164, assegurava ótimo desempenho. O pênalti era a tração dianteira, que traía a tradição do modelo original.
Apesar de o Spider ter permanecido à venda em outros mercados até 2006, por aqui as importações oficiais só duraram até 1998. Estima-se que, nesse período, pouco mais de 200 unidades tenham sido trazidas, o que faz dele um dos carros da marca mais raros no país.
4. Alfa Romeo 155
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Sedã de linhas angulosas, o 155 teve carreira curta no mercado local
Em 1996, a linha da marca italiana cresceu no Brasil com o sedã 155. Menor e mais acessível que o 164, mas também luxuoso, era equipado por um motor 2.0 16V com duas velas por cilindro (sistema que o fabricante chama de Twin Spark) de 150 cv.
O Alfa Romeo 155 teve carreira curta por aqui: permaneceu no mercado por menos de dois anos. Isso porque, em 1998, o modelo deixou de ser fabricado na Itália. Durante esse período, cerca de 1.000 exemplares foram importados.
Na verdade, a trajetória do 155 não fui muito mais longa nem mesmo na Itália: entre o lançamento, em 1992, e o fim da produção, passaram-se apenas seis anos. Apesar do pouco tempo de vida, o sedã protagonizou o feito de sagrar-se campeão na famosa categoria alemã DTM de automobilismo em 1993.
5. Alfa Romeo 145
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O produto mais acessível da marca italiana durante os anos de 1990 era o hatch 145
O ano de 1996 foi movimentado para a Alfa Romeo no Brasil. Além do Spider e do 155, a gama foi reforçada também com o 145, primeiro hatch que a marca italiana comercializou no mercado local. O projeto ainda era recente em nível mundial: datado de 1994, impressionada pelo design arrojado.
Inicialmente, o 145 era comercializado unicamente com o motor 2.0 16V Twin Spark de 150 cv. A partir de 1998, passou a ser oferecido também um 1.8 16V de 138 cv. O 145 permaneceu no país até 1999, quando deixou de ser importado. Nesse período, enfrentou outros hatches como o BMW 318i Compact e o Audi A3.
No total, aproximadamente 1.700 unidades do hatch foram emplacadas por aqui. Curiosamente, a Alfa Romeo nunca trouxe o 146, derivado de quatro portas do 145. Ambos foram retirados de produção em 2000.
6. Alfa Romeo 156 e 156 Sportwagon
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Linha 156 era comporta pelo sedã e pela perua Sportwagon
Para muitos, o 156 é o melhor Alfa Romeo da fase mais recente, após a aquisição pela Fiat. O modelo já chegou ao mundo impressionando: lançado em 1997, logo recebeu o título de Carro Europeu do Ano, em 1998, em uma votação que reúne jornalistas automotivos de vários países do continente. O prêmio era creditado, majoritariamente, à ótima dirigibilidade do modelo.
O estilo, contudo, também era destaque: o 156 foi o primeiro resultado de uma reformulação completa que a linha da marca receberia na virada do século. O designer Walter de Silva rompeu com os traços quadrados que a marca vinha adotando até então e foi criativo ao esconder as maçanetas das portas traseiras, fazendo o sedã lembrar um cupê.
Com essas credenciais, o modelo chegou ao Brasil já em 1998. Por aqui, o modelo também deveria representar o início de uma reformulação para a Alfa Romeo. Sob o capô, trazia o já conhecido motor 2.0 16V Twin Spark, com 153 cv. Em 2000, a linha 156 cresceu com a perua Sportwagon. No ano seguinte, a station desembarcou no país com a mesma motorização do sedã.
Para 2003, a Alfa Romeo passou a oferecer como única opção um motor 2.5 24V de 190 cv, associado a um câmbio automático. Mas aquele seria o último ano dos dois modelos no país. No exterior, porém, ambos seguiram em linha até 2007.
Mundialmente, a gama 156 está entre as mais bem-aceitas da marca italiana: a produção chegou a cerca de 680 mil veículos. Desse total, aproximadamente 1600 vieram para cá, incluindo a Sportwagon. Desse modo, apenas o 164 e o 2300 tiveram números de vendas superiores no mercado local.
7. Alfa Romeo 166
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Top de linha, o 166 vendeu abaixo das expectativas também na Europa
O substituto do 164 surgiu mundialmente em 1998 e começou a ser comercializado no Brasil no ano seguinte. Top de linha da marca, era um sedã grande e imponente, embora o design não tenha sido tão feliz como o do 156.
Mecanicamente, o 166 associava o motor V6 3.0 24 válvulas Twin Spark com 226 cv a um câmbio automático. No mundo todo, o modelo acabou tendo vendas discretas. No Brasil, ainda mais: o número de veículos importados teria sido inferior a 150.
Mundialmente, o 166 passou por uma reestilização na linha 2003, que melhorou o aspecto frontal. Essa atualização, entretanto, ficou restrita a outros países, uma vez que, no Brasil, as vendas foram suspensas já em 2002. Na Itália, a produção só foi encerrada em 2007.
8. Alfa Romeo 147
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Último Alfa Romeo vendido oficialmente no país foi o 147
O último produto que a Alfa Romeo vendeu no mercado brasileiro foi o 147. Honrando as tradições do fabricante, o hatch médio tinha estilo arrojado e interior sofisticado. Ao contrário do que aconteceu com o antecessor 145, a marca italiana optou por trazê-lo apenas com carroceria de quatro portas.
O motor era o mesmo 2.0 16V Twin Spark que equipava outros veículos da marca. Calibrada para entregar 148 cv de potência, a unidade trabalhava em conjunto com um câmbio automatizado de uma embreagem. Era o único conjunto disponível.
As importações do 147 ocorreram entre 2002 e 2005 e envolveram menos de 100 exemplares. No ano seguinte, a Alfa Romeo interrompeu as operações no país. A trajetória internacional do hatch começou antes, em 2000, e terminou bem depois, em 2010. Naquele ano, ele foi substituído pela Giulietta.
Bônus: FNM 2000 e 2150
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FNM 2000 é um Alfa Romeo produzido sob licença
A Alfa Romeo já tinha ligações com a FNM muito antes de adquiri-la. Embora as duas fossem completamente distintas, toda a linha de veículos da extinta estatal brasileira, na verdade, tinha origem milanesa. Os projetos eram fabricados no país sob licença, após terem sido desenvolvidos na Itália.
Desse modo, o sedã que a FNM produziu por aqui entre 1960 e 1973 era, na verdade, idêntico ao Alfa Romeo 2.000 Berlina italiano. Até o característico coure sportivo estava presente na dianteira! A maior diferença entre os dois estava praticamente só no emblema do fabricante, uma vez que até a mecânica era igual.
No lançamento, o sedã nacional recebeu o nome de JK, em homenagem ao então presidente da república. Porém, em 1964, ano em que ocorreu o golpe militar, o modelo foi rebatizado de FNM 2000. Era uma alusão ao motor 2.0, com câmaras de combustão hemisféricas e duplo comando de válvulas, inicialmente capaz de entregar 115 cv de potência bruta.
Outra mudança de identidade veio em 1969, quando o veículo passou a ser chamado de 2150, em virtude de um aumento de cilindrada, que elevou a potência bruta para 125 cv. Nessa época, a FNM já estava sob controle da Alfa Romeo, mas a empresa italiana manteve a marca brasileira até 1974, quando enfim adotou a própria identidade.
O sedã marcou a década de 1960 devido à modernidade: chegou a ter freios a disco servoassistidos, câmbio de cinco marchas sincronizadas e pneus radiais. Os números de vendas foram discretos não por falta de demanda, mas em função de problemas na direção da FNM e pelo fato de o fabricante sempre ter priorizado a linha de caminhões.
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Fotos Alfa Romeo | Divulgação
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Alfa Romeo faz 110 anos: no Brasil, fracassou após vender só 8 modelos publicado primeiro em https://autopapo.uol.com.br/
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caiosilvabrasil · 4 years
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Alfa Romeo faz 110 anos: no Brasil, fracassou após vender só 8 modelos
O dia 24 de junho é especial para a Alfa Romeo, que neste ano comemora o aniversário de 110 anos. Na data em questão, em 1910, nascia oficialmente em Milão a Anonima Lombarda Fabbrica Automobili (ALFA), após o italiano Cavalier Ugo Stella comprar do francês Pierre Alexandre Darracq a Società Italiana Automobili Darracq.
VEJA TAMBÉM:
Entre as marcas pioneiras da indústria nacional, 5 foram extintas
Meia-volta: listamos 10 marcas de carros que abandonaram o Brasil
Logomarcas de fábricas de carros têm significado: conheça 10 delas
Nesse período de mais de um século, a fabricante italiana construiu uma história riquíssima, marcada por altos e baixos. Os problemas iniciais vieram já nos primeiros anos, quando eclodiu a Primeira Guerra Mundial. A empresa foi socorrida pelo italiano Nicola Romeo, que em 1920 adicionou seu sobrenome à marca.
Após outro período de dificuldade, a fabricante foi estatizada por Mussolini em 1933. Bombardeada durante a segunda Guerra Mundial e reerguida pela República Italiana após o conflito, a marca ficou em mãos governamentais até 1986. Naquele ano, a Alfa Romeo foi privatizada e adquirida pelo Grupo Fiat. Desde 2014, integra o Grupo FCA (Fiat-Chrysler Automobiles).
Desde a fundação, a empresa soma glórias no Automobilismo. Na década de 1930, venceu corridas com veículos preparados por ninguém menos que Enzo Ferrari, que na década seguinte fundou a própria escuderia.
Em 1950, o piloto Nino Farina tornou-se o primeiro campeão mundial de Fórmula 1 ao volante de um Alfa Romeo (na época ainda não existia título para construtores). No ano seguinte, foi a vez de Juan Manual Fangio ganhar o título com um carro da marca. Triunfos em ralis e em categorias de turismo também fazem parte da história da marca.
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Alfa Romeo criou logomarca especial para comemorar o aniversário de 110 anos
Além de glórias no automobilismo, a marca italiana também é famosa por ter produzido alguns dos mais belos automóveis da história. Entre eles, destacam-se o Giulia Sprint, o Montreal e o 8c Competizione.
O que deu errado para a marca no Brasil?
A trajetória da Alfa Romeo inclui duas passagens pelo Brasil. Porém, ambas fracassaram e a marca nunca conseguiu se estabelecer no país. Os motivos que fizeram a empresa não obter sucesso por aqui são diversos e complexos.
A primeira passagem pelo país data de 1968. Naquele ano, a então estatal italiana adquiriu uma empresa pública brasileira: a FNM (Fábrica Nacional de Motores) sediada em Xerém, Duque de Caxias (RJ), que passava por um processo de privatização.
Inauguradas na década de 1940, as instalações da FNM tinham maquinário antigo. Os planos de investimentos da Alfa Romeo foram alterados durante a década de 1970, difícil para toda a indústria automobilística devido às crises do petróleo. Diante disso, a matriz, na Itália, não pôde destinar mais recursos ao Brasil, cujo interno mercado na época representava apenas uma fração do que é hoje.
Pequena e antiquada, a fábrica brasileira não conseguia ter grande volume de produção. Além disso, ocorriam falhas no processo de montagem. A aquisição das operações brasileiras da Alfa Romeo pela Fiat e a transferência da linha de montagem de Xerém para Betim (MG) sanaram vários dos problemas, mas os números de fabricação permaneceram baixos.
Após deixar de produzir no Brasil em 1986, a Alfa Romeo voltou em 1990 como importadora. A segunda investida, porém, foi maculada principalmente pela estratégia comercial de vender os carros da marca em concessionárias Fiat.
Despreparada para prestar serviço premium, a rede ainda fez trapalhadas como liquidar um lote encalhado de veículos 155, acentuando bastante a desvalorização dos similares usados. As variações cambiais e fiscais ocorridas na virada do século pioraram ainda mais a situação.
Em 2006, a Alfa Romeo deixou o país e até hoje não voltou. O listão de hoje relembra todos os 8 modelos que a fabricante comercializou oficialmente por aqui. Relembre!
1. Alfa Romeo 2300
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Sedã 2300 é o único automóvel nacional da marca
Primeiro e até hoje único carro nacional da Alfa Romeo, o  2300 foi lançado em 1974. Desenvolvido exclusivamente para o mercado brasileiro, o sedã era o carro mais moderno do país na época, com câmbio de cinco marchas, freios a disco nas quatro rodas e cintos de segurança de três pontos. Tinha motor 2.3 de quatro cilindros, inicialmente com 140 cv de potência bruta, e tração traseira.
O sedã passou por uma reestilização para a linha 1977. Naquele ano, a Alfa Romeo vendeu as operações brasileiras para a Fiat – interessante notar que, em nível global, a segunda só passaria a controlar a primeira em 1986 – e transferiu a produção para Betim (MG). O 2300 passou por mais uma plástica para 1985 e, no ano seguinte, saiu de linha.
Com o encerramento da produção, a marca milanesa deixou de operar no país. Ao longo de 12 anos, cerca de 30 mil unidades do 2300 foram fabricadas. cerca de 1.000 exemplares chegaram a ser exportados para a Europa no fim da década de 1970.
2. Alfa Romeo 164
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Um dos primeiros importados a chegar ao Brasil em 1990 foi o 164
O primeiro produto Alfa Romeo projetado após a aquisição pela Fiat, o 164 é também lembrado por ter sido um dos primeiros automóveis estrangeiros a chegar ao Brasil após a reabertura do mercado, em 1990. O grande e luxuoso sedã com design assinado pelo estúdio Pininfarina marcou o retorno da Alfa Romeo ao país, agora como importadora.
Inicialmente, o 164 era movido sempre por um motor 3.0 V6 de 12 válvulas e 192 cv. No anos seguintes, passou a ser comercializado também na versão Super, na qual um cabeçote de 24 válvulas elevava a potência do V6 para 2015 cv.
O modelo permaneceu no mercado local até 1997, quando saiu de linha na Itália. Com exceção do 2300, é o automóvel da marca italiana mais emplacados do país, com cerca de 6.000 exemplares comercializados.
3. Alfa Romeo Spider
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Segunda geração do Spider tinha design assinado pelo estúdio Pininfarina
O Spider é um dos produtos mais famosos da Alfa Romeo. O da primeira geração, em especial, tornou-se sonho de consumo após ser dirigido por Dustin Hoffman no clássico filme A Primeira Noite de um Homem (1967). O modelo da segunda safra, lançado mundialmente em 1995, é menos carismático, mas foi o único vendido no Brasil.
De qualquer modo, quando chegou ao país, em 1996, o conversível impressionou. O design desenvolvido pelo estúdio Pininfarina esbanjava originalidade. Já o motor 3.0 V6 de 190 cv, semelhante ao do 164, assegurava ótimo desempenho. O pênalti era a tração dianteira, que traía a tradição do modelo original.
Apesar de o Spider ter permanecido à venda em outros mercados até 2006, por aqui as importações oficiais só duraram até 1998. Estima-se que, nesse período, pouco mais de 200 unidades tenham sido trazidas, o que faz dele um dos carros da marca mais raros no país.
4. Alfa Romeo 155
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Sedã de linhas angulosas, o 155 teve carreira curta no mercado local
Em 1996, a linha da marca italiana cresceu no Brasil com o sedã 155. Menor e mais acessível que o 164, mas também luxuoso, era equipado por um motor 2.0 16V com duas velas por cilindro (sistema que o fabricante chama de Twin Spark) de 150 cv.
O Alfa Romeo 155 teve carreira curta por aqui: permaneceu no mercado por menos de dois anos. Isso porque, em 1998, o modelo deixou de ser fabricado na Itália. Durante esse período, cerca de 1.000 exemplares foram importados.
Na verdade, a trajetória do 155 não fui muito mais longa nem mesmo na Itália: entre o lançamento, em 1992, e o fim da produção, passaram-se apenas seis anos. Apesar do pouco tempo de vida, o sedã protagonizou o feito de sagrar-se campeão na famosa categoria alemã DTM de automobilismo em 1993.
5. Alfa Romeo 145
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O produto mais acessível da marca italiana durante os anos de 1990 era o hatch 145
O ano de 1996 foi movimentado para a Alfa Romeo no Brasil. Além do Spider e do 155, a gama foi reforçada também com o 145, primeiro hatch que a marca italiana comercializou no mercado local. O projeto ainda era recente em nível mundial: datado de 1994, impressionada pelo design arrojado.
Inicialmente, o 145 era comercializado unicamente com o motor 2.0 16V Twin Spark de 150 cv. A partir de 1998, passou a ser oferecido também um 1.8 16V de 138 cv. O 145 permaneceu no país até 1999, quando deixou de ser importado. Nesse período, enfrentou outros hatches como o BMW 318i Compact e o Audi A3.
No total, aproximadamente 1.700 unidades do hatch foram emplacadas por aqui. Curiosamente, a Alfa Romeo nunca trouxe o 146, derivado de quatro portas do 145. Ambos foram retirados de produção em 2000.
6. Alfa Romeo 156 e 156 Sportwagon
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Linha 156 era comporta pelo sedã e pela perua Sportwagon
Para muitos, o 156 é o melhor Alfa Romeo da fase mais recente, após a aquisição pela Fiat. O modelo já chegou ao mundo impressionando: lançado em 1997, logo recebeu o título de Carro Europeu do Ano, em 1998, em uma votação que reúne jornalistas automotivos de vários países do continente. O prêmio era creditado, majoritariamente, à ótima dirigibilidade do modelo.
O estilo, contudo, também era destaque: o 156 foi o primeiro resultado de uma reformulação completa que a linha da marca receberia na virada do século. O designer Walter de Silva rompeu com os traços quadrados que a marca vinha adotando até então e foi criativo ao esconder as maçanetas das portas traseiras, fazendo o sedã lembrar um cupê.
Com essas credenciais, o modelo chegou ao Brasil já em 1998. Por aqui, o modelo também deveria representar o início de uma reformulação para a Alfa Romeo. Sob o capô, trazia o já conhecido motor 2.0 16V Twin Spark, com 153 cv. Em 2000, a linha 156 cresceu com a perua Sportwagon. No ano seguinte, a station desembarcou no país com a mesma motorização do sedã.
Para 2003, a Alfa Romeo passou a oferecer como única opção um motor 2.5 24V de 190 cv, associado a um câmbio automático. Mas aquele seria o último ano dos dois modelos no país. No exterior, porém, ambos seguiram em linha até 2007.
Mundialmente, a gama 156 está entre as mais bem-aceitas da marca italiana: a produção chegou a cerca de 680 mil veículos. Desse total, aproximadamente 1600 vieram para cá, incluindo a Sportwagon. Desse modo, apenas o 164 e o 2300 tiveram números de vendas superiores no mercado local.
7. Alfa Romeo 166
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Top de linha, o 166 vendeu abaixo das expectativas também na Europa
O substituto do 164 surgiu mundialmente em 1998 e começou a ser comercializado no Brasil no ano seguinte. Top de linha da marca, era um sedã grande e imponente, embora o design não tenha sido tão feliz como o do 156.
Mecanicamente, o 166 associava o motor V6 3.0 24 válvulas Twin Spark com 226 cv a um câmbio automático. No mundo todo, o modelo acabou tendo vendas discretas. No Brasil, ainda mais: o número de veículos importados teria sido inferior a 150.
Mundialmente, o 166 passou por uma reestilização na linha 2003, que melhorou o aspecto frontal. Essa atualização, entretanto, ficou restrita a outros países, uma vez que, no Brasil, as vendas foram suspensas já em 2002. Na Itália, a produção só foi encerrada em 2007.
8. Alfa Romeo 147
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Último Alfa Romeo vendido oficialmente no país foi o 147
O último produto que a Alfa Romeo vendeu no mercado brasileiro foi o 147. Honrando as tradições do fabricante, o hatch médio tinha estilo arrojado e interior sofisticado. Ao contrário do que aconteceu com o antecessor 145, a marca italiana optou por trazê-lo apenas com carroceria de quatro portas.
O motor era o mesmo 2.0 16V Twin Spark que equipava outros veículos da marca. Calibrada para entregar 148 cv de potência, a unidade trabalhava em conjunto com um câmbio automatizado de uma embreagem. Era o único conjunto disponível.
As importações do 147 ocorreram entre 2002 e 2005 e envolveram menos de 100 exemplares. No ano seguinte, a Alfa Romeo interrompeu as operações no país. A trajetória internacional do hatch começou antes, em 2000, e terminou bem depois, em 2010. Naquele ano, ele foi substituído pela Giulietta.
Bônus: FNM 2000 e 2150
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FNM 2000 é um Alfa Romeo produzido sob licença
A Alfa Romeo já tinha ligações com a FNM muito antes de adquiri-la. Embora as duas fossem completamente distintas, toda a linha de veículos da extinta estatal brasileira, na verdade, tinha origem milanesa. Os projetos eram fabricados no país sob licença, após terem sido desenvolvidos na Itália.
Desse modo, o sedã que a FNM produziu por aqui entre 1960 e 1973 era, na verdade, idêntico ao Alfa Romeo 2.000 Berlina italiano. Até o característico coure sportivo estava presente na dianteira! A maior diferença entre os dois estava praticamente só no emblema do fabricante, uma vez que até a mecânica era igual.
No lançamento, o sedã nacional recebeu o nome de JK, em homenagem ao então presidente da república. Porém, em 1964, ano em que ocorreu o golpe militar, o modelo foi rebatizado de FNM 2000. Era uma alusão ao motor 2.0, com câmaras de combustão hemisféricas e duplo comando de válvulas, inicialmente capaz de entregar 115 cv de potência bruta.
Outra mudança de identidade veio em 1969, quando o veículo passou a ser chamado de 2150, em virtude de um aumento de cilindrada, que elevou a potência bruta para 125 cv. Nessa época, a FNM já estava sob controle da Alfa Romeo, mas a empresa italiana manteve a marca brasileira até 1974, quando enfim adotou a própria identidade.
O sedã marcou a década de 1960 devido à modernidade: chegou a ter freios a disco servoassistidos, câmbio de cinco marchas sincronizadas e pneus radiais. Os números de vendas foram discretos não por falta de demanda, mas em função de problemas na direção da FNM e pelo fato de o fabricante sempre ter priorizado a linha de caminhões.
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4maos · 2 years
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Nomes e Sobrenomes Mais Comuns no Brasil - PAsseios em Alagoas
Nomes e Sobrenomes Mais Comuns no Brasil – PAsseios em Alagoas
Saiba agora quais são os nomes e sobrenomes mais comuns no Brasil, e veja se o seu nome está nessa lista ou se ele é visto como um nome “raro” ou incomum no território nacional.  Veja também: Aprenda a usar a internet para ganhar dinheiro de verdade. Vamos te mostrar também qual o sobrenome mais comum no Brasil, o que está presente nos documentos de identidade de muitos brasileiros, será que…
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renatosampaio101 · 4 years
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Alfa Romeo faz 110 anos: no Brasil, fracassou após vender só 8 modelos
O dia 24 de junho é especial para a Alfa Romeo, que neste ano comemora o aniversário de 110 anos. Na data em questão, em 1910, nascia oficialmente em Milão a Anonima Lombarda Fabbrica Automobili (ALFA), após o italiano Cavalier Ugo Stella comprar do francês Pierre Alexandre Darracq a Società Italiana Automobili Darracq.
VEJA TAMBÉM:
Entre as marcas pioneiras da indústria nacional, 5 foram extintas
Meia-volta: listamos 10 marcas de carros que abandonaram o Brasil
Logomarcas de fábricas de carros têm significado: conheça 10 delas
Nesse período de mais de um século, a fabricante italiana construiu uma história riquíssima, marcada por altos e baixos. Os problemas iniciais vieram já nos primeiros anos, quando eclodiu a Primeira Guerra Mundial. A empresa foi socorrida pelo italiano Nicola Romeo, que em 1920 adicionou seu sobrenome à marca.
Após outro período de dificuldade, a fabricante foi estatizada por Mussolini em 1933. Bombardeada durante a segunda Guerra Mundial e reerguida pela República Italiana após o conflito, a marca ficou em mãos governamentais até 1986. Naquele ano, a Alfa Romeo foi privatizada e adquirida pelo Grupo Fiat. Desde 2014, integra o Grupo FCA (Fiat-Chrysler Automobiles).
Desde a fundação, a empresa soma glórias no Automobilismo. Na década de 1930, venceu corridas com veículos preparados por ninguém menos que Enzo Ferrari, que na década seguinte fundou a própria escuderia.
Em 1950, o piloto Nino Farina tornou-se o primeiro campeão mundial de Fórmula 1 ao volante de um Alfa Romeo (na época ainda não existia título para construtores). No ano seguinte, foi a vez de Juan Manual Fangio ganhar o título com um carro da marca. Triunfos em ralis e em categorias de turismo também fazem parte da história da marca.
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Alfa Romeo criou logomarca especial para comemorar o aniversário de 110 anos
Além de glórias no automobilismo, a marca italiana também é famosa por ter produzido alguns dos mais belos automóveis da história. Entre eles, destacam-se o Giulia Sprint, o Montreal e o 8c Competizione.
O que deu errado para a marca no Brasil?
A trajetória da Alfa Romeo inclui duas passagens pelo Brasil. Porém, ambas fracassaram e a marca nunca conseguiu se estabelecer no país. Os motivos que fizeram a empresa não obter sucesso por aqui são diversos e complexos.
A primeira passagem pelo país data de 1968. Naquele ano, a então estatal italiana adquiriu uma empresa pública brasileira: a FNM (Fábrica Nacional de Motores) sediada em Xerém, Duque de Caxias (RJ), que passava por um processo de privatização.
Inauguradas na década de 1940, as instalações da FNM tinham maquinário antigo. Os planos de investimentos da Alfa Romeo foram alterados durante a década de 1970, difícil para toda a indústria automobilística devido às crises do petróleo. Diante disso, a matriz, na Itália, não pôde destinar mais recursos ao Brasil, cujo interno mercado na época representava apenas uma fração do que é hoje.
Pequena e antiquada, a fábrica brasileira não conseguia ter grande volume de produção. Além disso, ocorriam falhas no processo de montagem. A aquisição das operações brasileiras da Alfa Romeo pela Fiat e a transferência da linha de montagem de Xerém para Betim (MG) sanaram vários dos problemas, mas os números de fabricação permaneceram baixos.
Após deixar de produzir no Brasil em 1986, a Alfa Romeo voltou em 1990 como importadora. A segunda investida, porém, foi maculada principalmente pela estratégia comercial de vender os carros da marca em concessionárias Fiat.
Despreparada para prestar serviço premium, a rede ainda fez trapalhadas como liquidar um lote encalhado de veículos 155, acentuando bastante a desvalorização dos similares usados. As variações cambiais e fiscais ocorridas na virada do século pioraram ainda mais a situação.
Em 2006, a Alfa Romeo deixou o país e até hoje não voltou. O listão de hoje relembra todos os 8 modelos que a fabricante comercializou oficialmente por aqui. Relembre!
1. Alfa Romeo 2300
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Sedã 2300 é o único automóvel nacional da marca
Primeiro e até hoje único carro nacional da Alfa Romeo, o  2300 foi lançado em 1974. Desenvolvido exclusivamente para o mercado brasileiro, o sedã era o carro mais moderno do país na época, com câmbio de cinco marchas, freios a disco nas quatro rodas e cintos de segurança de três pontos. Tinha motor 2.3 de quatro cilindros, inicialmente com 140 cv de potência bruta, e tração traseira.
O sedã passou por uma reestilização para a linha 1977. Naquele ano, a Alfa Romeo vendeu as operações brasileiras para a Fiat – interessante notar que, em nível global, a segunda só passaria a controlar a primeira em 1986 – e transferiu a produção para Betim (MG). O 2300 passou por mais uma plástica para 1985 e, no ano seguinte, saiu de linha.
Com o encerramento da produção, a marca milanesa deixou de operar no país. Ao longo de 12 anos, cerca de 30 mil unidades do 2300 foram fabricadas. cerca de 1.000 exemplares chegaram a ser exportados para a Europa no fim da década de 1970.
2. Alfa Romeo 164
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Um dos primeiros importados a chegar ao Brasil em 1990 foi o 164
O primeiro produto Alfa Romeo projetado após a aquisição pela Fiat, o 164 é também lembrado por ter sido um dos primeiros automóveis estrangeiros a chegar ao Brasil após a reabertura do mercado, em 1990. O grande e luxuoso sedã com design assinado pelo estúdio Pininfarina marcou o retorno da Alfa Romeo ao país, agora como importadora.
Inicialmente, o 164 era movido sempre por um motor 3.0 V6 de 12 válvulas e 192 cv. No anos seguintes, passou a ser comercializado também na versão Super, na qual um cabeçote de 24 válvulas elevava a potência do V6 para 2015 cv.
O modelo permaneceu no mercado local até 1997, quando saiu de linha na Itália. Com exceção do 2300, é o automóvel da marca italiana mais emplacados do país, com cerca de 6.000 exemplares comercializados.
3. Alfa Romeo Spider
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Segunda geração do Spider tinha design assinado pelo estúdio Pininfarina
O Spider é um dos produtos mais famosos da Alfa Romeo. O da primeira geração, em especial, tornou-se sonho de consumo após ser dirigido por Dustin Hoffman no clássico filme A Primeira Noite de um Homem (1967). O modelo da segunda safra, lançado mundialmente em 1995, é menos carismático, mas foi o único vendido no Brasil.
De qualquer modo, quando chegou ao país, em 1996, o conversível impressionou. O design desenvolvido pelo estúdio Pininfarina esbanjava originalidade. Já o motor 3.0 V6 de 190 cv, semelhante ao do 164, assegurava ótimo desempenho. O pênalti era a tração dianteira, que traía a tradição do modelo original.
Apesar de o Spider ter permanecido à venda em outros mercados até 2006, por aqui as importações oficiais só duraram até 1998. Estima-se que, nesse período, pouco mais de 200 unidades tenham sido trazidas, o que faz dele um dos carros da marca mais raros no país.
4. Alfa Romeo 155
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Sedã de linhas angulosas, o 155 teve carreira curta no mercado local
Em 1996, a linha da marca italiana cresceu no Brasil com o sedã 155. Menor e mais acessível que o 164, mas também luxuoso, era equipado por um motor 2.0 16V com duas velas por cilindro (sistema que o fabricante chama de Twin Spark) de 150 cv.
O Alfa Romeo 155 teve carreira curta por aqui: permaneceu no mercado por menos de dois anos. Isso porque, em 1998, o modelo deixou de ser fabricado na Itália. Durante esse período, cerca de 1.000 exemplares foram importados.
Na verdade, a trajetória do 155 não fui muito mais longa nem mesmo na Itália: entre o lançamento, em 1992, e o fim da produção, passaram-se apenas seis anos. Apesar do pouco tempo de vida, o sedã protagonizou o feito de sagrar-se campeão na famosa categoria alemã DTM de automobilismo em 1993.
5. Alfa Romeo 145
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O produto mais acessível da marca italiana durante os anos de 1990 era o hatch 145
O ano de 1996 foi movimentado para a Alfa Romeo no Brasil. Além do Spider e do 155, a gama foi reforçada também com o 145, primeiro hatch que a marca italiana comercializou no mercado local. O projeto ainda era recente em nível mundial: datado de 1994, impressionada pelo design arrojado.
Inicialmente, o 145 era comercializado unicamente com o motor 2.0 16V Twin Spark de 150 cv. A partir de 1998, passou a ser oferecido também um 1.8 16V de 138 cv. O 145 permaneceu no país até 1999, quando deixou de ser importado. Nesse período, enfrentou outros hatches como o BMW 318i Compact e o Audi A3.
No total, aproximadamente 1.700 unidades do hatch foram emplacadas por aqui. Curiosamente, a Alfa Romeo nunca trouxe o 146, derivado de quatro portas do 145. Ambos foram retirados de produção em 2000.
6. Alfa Romeo 156 e 156 Sportwagon
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Linha 156 era comporta pelo sedã e pela perua Sportwagon
Para muitos, o 156 é o melhor Alfa Romeo da fase mais recente, após a aquisição pela Fiat. O modelo já chegou ao mundo impressionando: lançado em 1997, logo recebeu o título de Carro Europeu do Ano, em 1998, em uma votação que reúne jornalistas automotivos de vários países do continente. O prêmio era creditado, majoritariamente, à ótima dirigibilidade do modelo.
O estilo, contudo, também era destaque: o 156 foi o primeiro resultado de uma reformulação completa que a linha da marca receberia na virada do século. O designer Walter de Silva rompeu com os traços quadrados que a marca vinha adotando até então e foi criativo ao esconder as maçanetas das portas traseiras, fazendo o sedã lembrar um cupê.
Com essas credenciais, o modelo chegou ao Brasil já em 1998. Por aqui, o modelo também deveria representar o início de uma reformulação para a Alfa Romeo. Sob o capô, trazia o já conhecido motor 2.0 16V Twin Spark, com 153 cv. Em 2000, a linha 156 cresceu com a perua Sportwagon. No ano seguinte, a station desembarcou no país com a mesma motorização do sedã.
Para 2003, a Alfa Romeo passou a oferecer como única opção um motor 2.5 24V de 190 cv, associado a um câmbio automático. Mas aquele seria o último ano dos dois modelos no país. No exterior, porém, ambos seguiram em linha até 2007.
Mundialmente, a gama 156 está entre as mais bem-aceitas da marca italiana: a produção chegou a cerca de 680 mil veículos. Desse total, aproximadamente 1600 vieram para cá, incluindo a Sportwagon. Desse modo, apenas o 164 e o 2300 tiveram números de vendas superiores no mercado local.
7. Alfa Romeo 166
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Top de linha, o 166 vendeu abaixo das expectativas também na Europa
O substituto do 164 surgiu mundialmente em 1998 e começou a ser comercializado no Brasil no ano seguinte. Top de linha da marca, era um sedã grande e imponente, embora o design não tenha sido tão feliz como o do 156.
Mecanicamente, o 166 associava o motor V6 3.0 24 válvulas Twin Spark com 226 cv a um câmbio automático. No mundo todo, o modelo acabou tendo vendas discretas. No Brasil, ainda mais: o número de veículos importados teria sido inferior a 150.
Mundialmente, o 166 passou por uma reestilização na linha 2003, que melhorou o aspecto frontal. Essa atualização, entretanto, ficou restrita a outros países, uma vez que, no Brasil, as vendas foram suspensas já em 2002. Na Itália, a produção só foi encerrada em 2007.
8. Alfa Romeo 147
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Último Alfa Romeo vendido oficialmente no país foi o 147
O último produto que a Alfa Romeo vendeu no mercado brasileiro foi o 147. Honrando as tradições do fabricante, o hatch médio tinha estilo arrojado e interior sofisticado. Ao contrário do que aconteceu com o antecessor 145, a marca italiana optou por trazê-lo apenas com carroceria de quatro portas.
O motor era o mesmo 2.0 16V Twin Spark que equipava outros veículos da marca. Calibrada para entregar 148 cv de potência, a unidade trabalhava em conjunto com um câmbio automatizado de uma embreagem. Era o único conjunto disponível.
As importações do 147 ocorreram entre 2002 e 2005 e envolveram menos de 100 exemplares. No ano seguinte, a Alfa Romeo interrompeu as operações no país. A trajetória internacional do hatch começou antes, em 2000, e terminou bem depois, em 2010. Naquele ano, ele foi substituído pela Giulietta.
Bônus: FNM 2000 e 2150
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FNM 2000 é um Alfa Romeo produzido sob licença
A Alfa Romeo já tinha ligações com a FNM muito antes de adquiri-la. Embora as duas fossem completamente distintas, toda a linha de veículos da extinta estatal brasileira, na verdade, tinha origem milanesa. Os projetos eram fabricados no país sob licença, após terem sido desenvolvidos na Itália.
Desse modo, o sedã que a FNM produziu por aqui entre 1960 e 1973 era, na verdade, idêntico ao Alfa Romeo 2.000 Berlina italiano. Até o característico coure sportivo estava presente na dianteira! A maior diferença entre os dois estava praticamente só no emblema do fabricante, uma vez que até a mecânica era igual.
No lançamento, o sedã nacional recebeu o nome de JK, em homenagem ao então presidente da república. Porém, em 1964, ano em que ocorreu o golpe militar, o modelo foi rebatizado de FNM 2000. Era uma alusão ao motor 2.0, com câmaras de combustão hemisféricas e duplo comando de válvulas, inicialmente capaz de entregar 115 cv de potência bruta.
Outra mudança de identidade veio em 1969, quando o veículo passou a ser chamado de 2150, em virtude de um aumento de cilindrada, que elevou a potência bruta para 125 cv. Nessa época, a FNM já estava sob controle da Alfa Romeo, mas a empresa italiana manteve a marca brasileira até 1974, quando enfim adotou a própria identidade.
O sedã marcou a década de 1960 devido à modernidade: chegou a ter freios a disco servoassistidos, câmbio de cinco marchas sincronizadas e pneus radiais. Os números de vendas foram discretos não por falta de demanda, mas em função de problemas na direção da FNM e pelo fato de o fabricante sempre ter priorizado a linha de caminhões.
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Fotos Alfa Romeo | Divulgação
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A generosidade de Boechat contada por seus colegas jornalistas
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Jornalista da Band fica para a história da comunicação marcado pelo zelo extremo com a informação, ao ouvir do mais humilde ao mais poderoso da mesma forma
Jornalista tem de ser emissário da notícia, não a própria. Quando passa de fio condutor a fonte da mensagem, geralmente tem alguma coisa errada.
Ricardo Eugênio Boechat foi prova disso nesta segunda-feira. Da pior forma. Sua morte trágica — mais uma entre tantas deste início de ano tão difícil — se deu quando ele, aos 66 anos, estava no auge de uma carreira já tão protagonista no jornalismo brasileiro.
E a comoção gerada, pode ser explicada só pela tragédia em si? Quando se vê o choque produzido em seus colegas jornalistas — alguns ainda mais famosos do que ele —, fica claro que não. Boechat era especial no meio da imprensa.
E especial também para quem o ouvia. Não foi à toa que, logo depois do anúncio de sua morte na colisão do helicóptero em pane com um caminhão no Rodoanel paulistano — ele era passageiro da aeronave pilotada por Ronaldo Quatrucci —, taxistas formaram comboios e fizeram buzinaços em homenagem ao jornalista.
Uma movimentação tão espontânea quanto simbólica que deve ser puxada pela memória toda vez que alguém falar uma bobagem como “o rádio está morrendo”. Diga isso a esses profissionais do volante que ligavam o som do carro só para tocar notícia tendo Boechat de maestro, às 7h30 da manhã. Ele mudou a forma do veículo, impondo seu estilo único e híbrido, com opinião forte e clara, ironia fina e humor escancarado — não por outro motivo, sua parceria com Zé Macaco Simão pegou tão bem. A cara do povão.
Na TV, mesmo apresentando o telejornal do horário mais nobre e sisudo, conseguiu inovar, encontrando o “onde” e o “como” encaixar seu estilo sarcástico de fazer doer em quem deveria doer. O Jornal da Band virou referência para muita gente por causa disso. Alguns apresentadores/jornalistas nos vidram os olhos, outros não nos causam impacto, ainda que também sejam competentes. Você podia “gostar” ou “não gostar” dele, mas Boechat era daquele primeiro time. Ninguém diria que viveu a maior parte de sua trajetória no jornalismo impresso.
Colegas
William Bonner, o número 1 do jornalismo da Rede Globo, resumiu o que era o Careca, como o conheciam nas salas de redação. “O Boechat foi um colecionador de prêmios e um colecionador de amigos. Acho que esse é um resumo pertinente para o que representou para todos nós, jornalistas”, disse em seu perfil no Instagram, acrescentando que ele deixa em todos uma “tristeza avassaladora”, principalmente por conta do difícil momento para o jornalismo profissional na atualidade.
O adjetivo mais usado pelos colegas para falar de Ricardo Boechat foi “generoso”. Ancelmo Gois, que herdou dele a coluna mais importante do jornal “O Globo”, contou sobre o dia em que se encontraram na padaria para um café da manhã no qual Boechat repassaria algumas dicas ao novato. Ficaram no bate-papo até 5 da tarde. É raro esse tipo de gesto, resumiu o próprio Gois.
Outra história, esta pinçada do Twitter, mostra o comportamento que o principal âncora da Band deu a um calouro de uma turma de Jornalismo pouco antes de entrar. Era uma gravação para um trabalho de faculdade, mas o tratamento que lhe dedicou foi exatamente o que Boechat esperava de cada um de seus entrevistados. O nome disso é empatia; o sobrenome, generosidade.
E a última questão do garoto naquela entrevista foi que mandasse uma palavra em forma de conselho para o grupo de futuros colegas. Boechat olhou para a câmera e disse: “Envelheçam!”.
Sim, jornalistas. Envelheçam. Envelheçamos. E que a generosidade se porte como o melhor dos vinhos nessa caminhada do tempo. Generosidade com seu público-leitor e com a notícia. Ela torna o riso fácil, deixa a alma leve e compensa uma série de defeitos. Boechat certamente os tinha, mas o que fica para a história da comunicação é o zelo extremo ao ouvir do mais humilde ao mais poderoso, na composição da pauta do dia. Em tempos difíceis, onde as fake news devastam informações e reputações, isso não é pouco.
Elder Dias é editor-chefe do Portal Estádio das Coisas. Siga no Twitter.
A generosidade de Boechat contada por seus colegas jornalistas publicado primeiro em https://www.revistabula.com
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