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#só dei continuidade porque ess conversa é importante
acaixadonada · 6 months
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Onda
As dores do corpo físico nada são em comparação ás dores da alma. Parece não ter muito o que fazer, falar também não resolve o problema. É curioso: a tranquilidade e o bom humor alternando entre um e outro dia com tristeza, finalmente adquiri estabilidade "na tristeza" também(?). Mas tudo passa, é importante lembrar disso. Ter auto estima boa não implica em deixar de sentir tristeza, raiva, frustração... tem a ver com a resposta que damos para esses sentimentos e como lidamos com eles. Eles sempre estarão ali. A vida não é perfeita, nada será e eis a beleza dela ♥
Hoje é fácil para mim travessar essas ondas só, mesmo estando submersa. Elas passam, são pequenas. Em algum momento o mar se acalma novamente. Difícil é atravessar as grandes: você não pode se mexer porque é pior, não pode mergulhar, nadar, "é só esperar"... pois você não sabe para onde está indo. Se nadar pode estar se dirigindo ao fundo, pensando estar submergindo e não sabe. Você não sabe para qual lado é a superfície, não consegue enxergar. Essa é perigosa. Essa onda especificamente você não consegue atravessar só, e nem deve. Saber pedir ajuda também é uma consequência da humildade.
Nem tudo na vida conseguimos resolver sozinhos; pedir ajuda não é sinal de fraqueza, pelo contrário, é necessária uma força muito grande para fazê-lo e admitir que não consegue. Aquilo que não podemos resolver, na maioria das vezes, é algo que devemos entregar e deixar a vida, Deus, o universo resolver. Porque se preocupar, e entristecer com aquilo que nada podemos fazer para solucionar? Costumava dizer a minha mãe (até vir morar aqui e conviver com gente neurótica): Para quê me preocupar com o que não vou resolver agora? Vou deixar para me preocupar amanhã com o que foi determinado para ser resolvido amanhã. (Amanhã aqui, é modo de dizer.) Se as coisas tem um momento certo, uma data certa para serem resolvidas e os problemas solucionados, porque me preocupar com eles antes do momento certo?! E arruinar toda a experiência de aproveitar o presente?! Não! Não façamos isso.
Enfim. Sonhei com algo que é digno de registro, penso eu. Pode servir para alguma coisa. Era noite, céu aberto, estrelado, lindo demais! Estava caminhando sozinha no que me pareceu ser uma pedreira, num local ermo, mas... uma estrada passava pelo meio dela, cortando... e essa pedreira estava localizada de frente ao mar(?) SIM, ERA PEDRA, ERA UMA PEDREIRA. Embora eu concorde que pedreira de frente ao mar seja meio... Não sei, será se isso um dia existiu? Aaaaanyways, é um sonho e sonhos são mensagens do subconsciente, então nem todo sonho fará sentido mesmo... Eu estava caminhando sozinha por ali, pensando em pegar um ônibus ou... como o ônibus já deveria ter passado, algo assim, e resolvi olhar por cima das pedras que estavam para o lado do mar. Curiosamente, lembro de ver uma trouxa esquisita lá embaixo, mas não dei atenção a ela. Tdah, já disse que tenho, mas sou ótima com detalhes. Quando presto atenção em alguma coisa, ou pessoa, algum momento, lembro de tudo com muitos detalhes (e isso ás vezes é um problema para mim). Não dei importância para aquela trouxa feiosa, suja lá embaixo, preferi prestar atenção no mar! Lindo, tranquilo, azul, majestoso ♥ Pensei vir alguém e por medo resolvi continuar caminhando. Estava com medo de ser incomodada por algum homem, e ironicamente tinha um homem esquisito se aproximando num carro. E claro, como a mensagem foi entregue com sucesso acordei nesse momento. Quando "voltei para casa" Deus deixou bem claro que dali em diante por um tempo minha caminhada seria só, e hoje concordo que foi melhor assim, eu entendi a razão. Tanto que não estou iniciando e muito menos dando continuidade a conversas aleatórias com ninguém, homens menos ainda e foi a isso que me remeteu aquela preocupação de ter alguém "no caminho que viesse a incomodar", e começar a me movimentar quando percebi que alguém chegava. As coisas estão diferentes não sei em quê, mas sei que estão estão. A pedreira e o mar... sei muito bem o que elas representam. Um dia esses simbolismos já tiveram um significado específico. Estou protegida. E sinceramente? Medo de que me façam alguma coisa já não tenho mais. Podem ferir um corpo de carne, mas o espírito ninguém fere e nem mata. O ser humano não tem poder contra o que é eterno. Enfim.. em duas semanas é a segunda vez que sonho com pedras. É só mais uma maneira de o universo confirmar que devo descansar meu espírito e continuar, apreciar a natureza, as belezas no meio do caminho. A caminhada é tão importante quanto o destino.. ela ensina mais. Tudo isso vai passar. As coisas que eu busco para mim são para mim, são minhas. Senão não estariam no meu coração. Logo logo, de um jeito ou de outro, estarei no meu lugar. Num cessninha indo embora quem sabe! Enquanto eu tiver que ficar aqui por ordem 'superior' (por assim dizer) vou fazer o melhor que posso com esse tempo. Mas... com os olhos na estrada, na beleza do mar e na firmeza das pedreiras.
Nosso subconsciente tem maneiras curiosas de nos entregar mensagens específicas, porém sempre dentro daquilo que faça sentido, e que seja simples para que venhamos a entender. Tenho promovido mudanças demais nos últimos 6 meses. Tem sido muito para a minha cabeça. Mas foi bom lembrar que está tudo bem, estável.. e que devo, e posso continuar.
A mensagem vale para cada um de nós.. ás vezes as coisas estão de certa forma no seu lugar, 'tudo está estável', e insistimos em temer por ser algo desconhecido... e mesmo no desconhecido estamos protegidos.
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alexsussuarana · 4 years
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A Cosette de Maracanã.
Li Os Miseráveis há uns quatro anos. Percebi em algum ponto que era um livro para ler de tempos em tempos, como outros. Além da qualidade literária de Victor Hugo havia a descrição dos conflitos pós-napoleônicos entre a República e a volta da Monarquia, num entrelaçamento de personagens que não apenas os retratava e estereotipava enquanto perfis sociais de uma França da primeira metade do século XIX, como transformava a própria França em um personagem da trama. Não à toa Victor Hugo gasta um capítulo a descrever maravilhado o moderno sistema sanitário que corre pelos subterrâneos de Paris. Mas, eu paro por aqui, pois esta descrição pode chateá-lo e não o convencer a ler o livro. Quem quer ler sobre esgotos? Mesmo que seja uma grande carência das cidades brasileiras?
De qualquer forma afirmo que Os Miseráveis mudou minha percepção de mundo. Muitos apontam meu progressismo como culpa da esquerdopata doutrinação do marxismo cultural de uma universidade federal, mas foi Victor Hugo. Em sua metade eu já era refém, queria falar dele pra todo mundo. Ai de minha esposa que atura essas descobertas tardias, mas eu já aprendera a lição e dava vasão em blogs e grupos de conversa na internet.
A percepção que tenho do livro é a de que ele traz uma possível influência do cristianismo primitivo: aquele que ainda se dirigia aos pobres e os redimia de sua miséria ao despertar neles a responsabilidade não só de seus próprios destinos, mas do destino dos outros. Acredito eu que a comunhão a que se dedica o personagem Jean Valjean em dado momento é não só fruto do iluminismo que resgatava o homem da centralidade religiosa, mas uma crítica à igreja católica em seus próprios termos ao esmiuçar a vida de um homem que procura a redenção a princípio por meio da partilha do próprio pão.
E o que fez Jean Valjean para perseguir a redenção? Resgatou Cosette. Resgatou-se, também, é claro, mas o fez de maneira que hoje clamaríamos como cristã, doando-se inteiramente à salvação de uma alma. No entanto, Cosette não era uma pecadora e Jean Valjean não era um cristão ferrenho, apesar do cristianismo ter um papel importante em sua jornada. Mas para resumir a ação, um pecador verdadeiramente arrependido resgata uma inocente da injustiça. E para dar fim à reflexão deste parágrafo, aqueles que causam a injustiça são temidos e evitados por Jean Valjean, às vezes confrontados, mas não julgados. São a personificação do mal em sua essência e Victor Hugo contrasta a formulação do mal entre personagens que são maus por ignorância ou por busca de uma justiça moral pautada pela sociedade e excludente pela natureza da própria organização social da qual a Igreja da época fazia parte.
Falemos de Cosette. A sua condição antes do resgate é uma das cenas mais tocantes do livro, talvez da história da literatura. E Victor Hugo nos faz observar as condições sub-humanas em que a criança vivia pelos olhos do próprio salvador, Jean Valjean. Um artifício simples, mas eficiente: também nos bota no papel de agentes do resgate. Sabemos das dores do protagonista, mas não temos certeza de que ele sabe que ali ele não está só a salvar aquele pequeno ser, mas a tentar se resgatar da miséria a que foi imposto. Falando assim, pode soar como egoísmo, mas é só empatia. Apenas empatia.
A passagem em que Jean Valjean resgata Cosette é deslumbrante e por algum tempo procurei imagens que representassem aquele exato momento com toda a dor que ela contém, mas nunca encontrei uma a altura. A mais próxima talvez seja a que ilustra esse post. Mas na semana anterior dei de cara com Cosette no Facebook: Uma criança de Maracanã, Pará, encontrada seminua, deitada no chão da rua, violentada e desacordada no meio da madrugada. A polícia foi acionada, a criança resgatada, os algozes da sua condição foram presos. O caso todo remetia à Cosette: uma criança que não tinha mais a mãe (a de Cosette trabalhava em outra cidade, a da nossa é incapaz), criada por um casal de ignorantes que a explorava impiedosamente. A referência foi chocante demais e não única. Até Belchior me veio a mente com advertência de que isso é apenas uma canção, ou um livro. A vida realmente é diferente, quer dizer, ao vivo é muito pior.
A realidade de nossa Cosette de Maracanã me chocou e provou que as ilustrações do livro entregam o que ele é: um livro. Mas não há desdém na última afirmação. Eu vi a realidade e me arrependi de a ter procurado. Há mais de 150 anos Victor Hugo resgatou os miseráveis de seu tempo os trazendo ao primeiro plano de uma mídia burguesa da época e chamou atenção à humanidade dos desvalidos. A miséria e a luta por sobrevivência dos desvalidos tratadas no livro são bastante reais e arrisco dizer que são os elementos que mais universalizam a história, que mais nos semeiam a empatia. E, por fim, universalizam porque damos de cara com os personagens nas páginas dos jornais ou em posts de redes sociais.
Quando vi a foto da criança já tomada dos primeiros socorros, ainda com hematomas, no hospital, a realidade e a literatura se digladiavam na minha mente e uma ausência se fez presente: onde estava Jean Valjean? Quem era o salvador de nossa Cosette?! Eu obviamente sei que o livro é uma ficção, mas o nosso cérebro comumente busca por soluções, é o seu trabalho. E o meu perpassou pela polícia, médicas, enfermeiras, psicólogas e pousou sobre as assistentes sociais. Já vi o seu trabalho, tive a dimensão de sua importância, e me veio aquela sensação de injustiça quanto à hierarquia profissional a que tanto damos importância. São profissionais que precisam ser dotadas de uma grande sensibilidade social. Há em suas mãos a responsabilidade sobre a verdadeira essência da vida: a continuidade. Não quero contrapor a isso o simplismo de que a medicina salva vidas de forma apenas biológica – psicólogas também terão parte na recuperação da criança. Mas a luta, mesmo, será com as assistentes sociais, que se responsabilizarão pela reintegração da criança ou talvez até da sua então integração de fato à sociedade.
Nos posts que continham a sua foto discutia-se o que deveria acontecer aos criminosos. Continuava-se a ignorar o mais importante, a vida da criança. Afinal, esse é o papel da França enquanto personagem do livro: nós somos uma sociedade, somos um conjunto de cidadãos que deve ter responsabilidade sobre a vida do outro. E nós?! Superaremos a fixação em punir como única medida de justiça às vítimas? E quanto a todas as pessoas que não tem algozes diretos como a nossa Cosette e estão em situação miserável como ela e os próprios algozes estavam? Como será feita a justiça para elas?
Nos interessarmos pela vida do próximo de maneira positiva, buscando entender nossa sociedade e nos aprofundando em discussões que afetam não apenas nossa situação, mas a de todos, é a verdadeira definição de política. A sensação de incapacidade é comum em nosso tempo e, como o livro alerta, muitas vezes não temos poder de mudar a vida de quantas pessoas quisermos, às vezes nem de uma, mas tomar responsabilidade sobre nossas próprias posições enquanto agentes da contestação já representa uma ação direta, já nos dá algum poder de mudança mesmo que não imediata. Contestar refina a discussão e nos aproxima de uma solução.
O choque que tive provavelmente me acompanhará sempre que falar deste livro. Ele continuará a ser um marco em minha vida, e eu sei que em meu tempo de vida não estarei livre de ver novas cenas como esta.
Não reproduzo a imagem da criança por respeito à própria criança. E apesar deste texto ter sido gerado por sua imagem, espero que os que a compartilham saibam que o anonimato pode ser confortável para o futuro dela.
A Notícia
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relatabrasil · 5 years
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No 'Conversa com Bial', Belo repassa carreira, e Gracyanne confirma comer até 35 ovos por dia
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Cantor e modelo fitness, juntos há dez anos, falam da relação e do pedido dela para que ele parasse de fumar Gracyanne Barbosa revela comer até 35 ovos por dia Desde os anos 90 ele não saiu das paradas. No Conversa com Bial desta sexta-feira, 11/10, o cantor Belo foi o convidado do dia e contou um pouco sobre sua a trajetória. Desde o início, aos 11 anos, quando ganhou seu primeiro cavaquinho, passando pelo momento da prisão, até a liberdade e a continuidade do sucesso. Sua esposa, a empresária e musa fitness Gracyanne Barbosa também participou do bate-papo e revelou curiosidades sobre a rotina saudável do casal. Conhecida e referência da beleza fitness, ela respondeu a uma curiosidade sobre sua alimentação. A ex-dançarina confirmou a Bial que chega a comer 35 ovos por dia: “Às vezes...às vezes só 25. Só a clara". Belo e Gracyanne Barbosa participaram do 'Conversa com Bial' TV Globo/Fábio Rocha "É que na verdade, a gente está sempre na rua, sempre viajando, eu levo as claras em forma de omelete geralmente e é a maneira que você consegue comer sem incomodar muita gente porque não tem cheiro e mesmo gelado não fica tão ruim”. Gracyanne fala sobre estilo de vida saudável e comenta título de musa fitness Gracyanne também contou sobre as criticas por sua forma física, mas que também é tida como exemplo de determinação para seus 8 milhões de seguidores nas redes sociais. A relação com seu corpo, aliás, ela diz, é de prazer: “Sempre foi minha verdade, sempre gostei de esporte. Sempre gostei de ter essa vida disciplinada". “O mercado foi levando as pessoas para cuidarem mais da saúde, cuidarem mais da estética e mesmo nessa época eu era criticada por um corpo que talvez as pessoas não estivessem acostumadas, principalmente por eu ser dançarina que era um perfil mais 'gostosona' e eu tinha esse perfil mais atlético, mas as pessoas, mesmo quando elas não gostavam, eu via que elas me tinham como inspiração para outras áreas da vida”. + Confira todos os vídeos do programa de sexta, 11/10 Gracyanne Barbosa fala sobre pedido dela para que Belo parasse de fumar Para Bial, Belo afirmou que o relacionamento com Gracyanne trouxe inúmera mudanças para sua vida. Ela, inclusive, revelou que o marido deixou de fumar após um pedido seu como presente de aniversário. “Eu falei: ‘Eu quero de presente que você pare de fumar!’. Eu não acreditei que ele ia parar, mas daquele momento em diante ele nunca mais botou um cigarro na boca." No 'Conversa com Bial', Gracyanne Barbosa contou que come até 35 ovo por dia TV Globo/Fábio Rocha E tantas mudanças resultaram em 22 quilos a menos na balança para Belo, mas ‘comilão’ assumido, ele lembrou de sua última turnê pela Europa, quando se deliciou com os pratos locais enquanto Gracyanne levava sua marmita fitness. “Para mim se tornou tão natural. E eu gosto tanto. Estou tão adaptada, meu paladar está tão adaptado, que eu já não tenho vontade. Não é um sofrimento para mim”, revelou a empresária. Belo relembra o início da carreira, no Soweto Com mais de 20 anos de carreira, Marcelo Pires Vieira, nome de batismo do cantor, contou que não entrou para o ramo musical emprestando seu vocal, e sim como instrumentista, mas a falta de um cantor o fez ser “obrigado” a assumir a voz da banda. Ele também lembrou o início no Soweto. “O Soweto foi quem me lançou, quem me projetou para o mercado nacional”. “Um dia ele (o vocalista) faltou e tínhamos uma apresentação para fazer no bar. Falaram: ‘Você!’. Eu falei: ‘Pelo amor de Deus, eu ’”. Belo contou sobre um momento delicado na vida e agradeceu Viviane Araujo TV Globo/Fábio Rocha Filho de pai musico sertanejo, o cantor contou que cresceu ouvindo música sertaneja de raiz. Aos 11 anos, um presente dos pais mudou o rumo da sua vida. “Meu pai me ensinou os primeiros acordes e quando eu fiz 11 anos ele me perguntou o que eu queria de presente. Eu pedi um cavaquinho” Saída do Soweto Belo fala sobre saída do Soweto “A transição foi em 99 e em 2000 eu saí, porque eu queria cantar algumas coisas que de repente, dentro do grupo, eu não conseguia fazer." “A minha origem é essa, mas eu queria cantar outras coisas, como foi um dos meus maiores sucessos, se não o maior, foi ‘Tua Boca’, da novela O cravo e a Rosa, foi o meu primeiro sucesso na carreira solo. Eu não conseguiria dentro de um grupo de pagode fazer aquele tipo de canção." A prisão em 2013 Belo fala sobre prisão em 2013 Belo foi condenado por associação ao tráfico. Ficou 3 anos e 8 meses na cadeia. Após acompanhar um vídeo exibido no programa, o cantor lembrou da fase difícil que viveu e contou que achou que sua carreira e a vida tinham acabado. “Foi uma loucura. Eu estava vivendo um momento tão bom na minha vida. De ascensão como artista, como cantor e acontece esse episódio isolado que realmente me leva do céu ao inferno em fração de segundos. Eu não acreditei realmente que eu seria preso, até porque a prova material era muito pequena e até por causa de outras coisas da época também. Eu não acreditava!”. “Saí de cabeça erguida, dei a volta por cima por causa dos meus fãs”. Belo agradeceu a Viviane Araujo pela primeira vez no 'Conversa com Bial' TV Globo/Fábio Rocha "Eu não cometi crime nenhum. Falei com um cara!" "Eu sem fazer show, sem poder executar o meu trabalho, e minhas músicas tocavam." Belo agradece, pela primeira vez, a ex-companheira, a atriz Viviane Araújo Sobre esse período, Belo também agradeceu, pela primeira vez, a ex-companheira, a atriz Viviane Araújo. “Sou muito grato por tudo que ela passou. Por tudo que ela fez para minha vida nesse momento que foi tão importante. Ela foi tão parceira, tão amiga. Sempre esteve ao meu lado em todos os momentos que eu passei naquela transição de prisão, liberação e tudo mais”. Padre Marcelo Belo fala sobre convite que recebeu do Padre Marcelo Rossi enquanto estava na prisão Ainda na prisão, Belo recebeu um convite do Padre Marcelo Rossi. Os dois gravaram uma versão da música “Noites Traiçoeiras”. “Quando o padre me chamou para fazer essa parceria, eu não podia sair de lá, não podia gravar, mas ele conseguiu uma autorização no qual eu consegui gravar um clipe na Praia do Flamengo e gravar a voz em um estúdio”. “Ali também foi uma salvação porque ele me resgatou do lugar onde eu estava”. Gracyanne e Belo Gracyanne revela quais são as diferenças entre ela e Belo “Conheci ela quando ela estava chegando no Rio, ela tinha 16 anos na época, mas eu já estava muito veloz. Eu já tinha filhos (...) A gente se desencontrou, a vida seguiu, a minha também seguiu, nos encontramos, casamos e estamos há 10 anos juntos”, contou Belo. "Eu aprendi a ser muito mais romântica com ele. Eu sou muito racional", relevou Gracyanne sobre o relacionamento com o marido. Belo agradece a Viviane Araujo pelo apoio na cadeia: 'Sou muito grato por tudo que ela passou' Nile Rodgers fala sobre quando viu Madonna pela primeira vez: 'Engraçado'
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greatoldfiction · 7 years
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Do Correio Eletrônico de (Nome Deletado-2)
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O médico me disse pra escrever. Eu ia me sentir melhor, ele disse. Me disse pra contar pra alguém, pra me abrir. Sugeriu um grupo de apoio familiar. Me trata como se fosse eu que tivesse passado por isso.
Eu não consigo.
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Os remédios estão ajudando. Um toda manhã, dois nos piores dias. Me sinto um fraco de merda tendo que pedir ajuda pra aguentar. Não fui eu que passei por nada daquilo.
(Nome Deletado) é quem realmente está sofrendo. Eu tenho que tomar medicação só pra ter forças pra cuidar dela, e ela parece tão bem. Enquanto eu me sinto mais miserável a cada dia, ela haje como se nada tivesse acontecido. As vezes eu sinto raiva dela por isso.
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A cada dia que passa me sinto melhor pra escrever. Não sei se melhor seria a palavra certa, na verdade. Os remédios me ajudam a não sentir nada. Já faz quase um mês que comecei a tomar, diariamente, e o efeito me dá um grande alívio. É o mais perto de ter uma emoção que cheguei nesses últimos dias.
A não ser à noite. Durante os sonhos, é como se a medicação parasse de fazer efeito, e tudo fica pior. Todas as coisas que ela fala pra encobrir o trauma parecem se materializar na minha cabeça. Até acordar, é como estar no inferno.
O médico disse que é uma reação natural. As histórias que ela conta, as coisas que ela diz. Ele disse que é uma forma de lidar com o trauma.
Eu tentei conversar sobre isso de todas as formas possíveis. Ela diz não lembrar de nada do que aconteceu. Só lembra de sair com os amigos pra festa e depois disso a “experiência”.
As vezes eu preciso me segurar pra não dizer à ela o que os médicos dizem. O que o exame que fizeram nela comprovou que aconteceu, só pra que ela pare de contar aquela historinha de merda. Acho que se não fossem os remédios, esse pensamento já teria feito com que eu me matasse.
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Já era de manhã quando ligaram pra polícia. Eu havia passado a noite toda procurando, depois que eles disseram que a “lógica” era que ela tivesse bebido demais e dormido na casa de algum dos amigos. O fato de todos os amigos já terem dito que não sabiam aonde ela estava não serviu de nada praqueles filhos da puta fazerem alguma coisa. Foi um casal de idosos passeando pela beira da praia que encontrou minha irmã de 16 anos sem roupas e desmaiada na areia.
Ninguém no mundo sabe o quanto é dificil escrever isso. Mesmo com esses remédios de bosta, ninguém sabe.
Já escrevi tudo que precisava escrever.
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Acho que ainda vou precisar desse diário por algum tempo. O médico estava certo quando disse que escrever ia ajudar
Eu cometi um erro, e (Nome Deletado) sofreu por minha culpa. Tinha acabado de cozinhar a janta e estávamos sentados na mesa comendo quando ela começou a falar dos sonhos. Ela disse que estava na praia de noite e que avançava em direção ao mar, e pessoas ao redor cantavam uma música alegre e um anjo saiu de dentro da água para recebê-la. As pessoas cantavam cada vez mais animadas enquanto o anjo a abraçava e a levava cada vez mais pro fundo e que ela sentia como aquilo era bom e importante.
Eu não sei o que me deu na hora, mas eu não aguentei. Disse pra ela parar de inventar histórias e aceitar o que tinha acontecido. Quando voltei a mim, achei que tinha saído do controle. Mas depois da forma como ela reagiu, acho que nunca cheguei nem perto disso. Eu entendo a reação dela, eu sei que ela não tem culpa nenhuma de estar passando por isso. Minha irmã é a pessoa mais doce e calma que eu conheço. A forma como ela reagiu …
A única coisa que eu conseguia pensar na hora era que ela não se machucasse, eu só queria que ela não se machucasse. A espera até que a ambulância chegasse foi o momento mais angustiante que passei desde a ida até a delegacia no dia em que aconteceu.
Eu nunca vou conseguir me perdoar pela forma que eu tratei ela. Não era meu direito ir contra a forma dela de lidar com as coisas. Ela ainda não voltou do hospital, e não faço ideia de como vai ser daqui pra diante. Os médicos disseram que vão me chamar assim que ela puder conversar, mas que pode levar algum tempo.
O pior de tudo ainda é que mesmo agora que consigo pensar com mais clareza, o que ela disse ainda mexe comigo. Porque o que eu tenho sonhado toda noite é exatamente o que ela descreveu.
A não ser a coisa que ela chama de anjo.
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Já faz uma semana que ela voltou pra casa. Ela não falou mais no assunto desde então, e não dá sinal nenhum de lembrar da noite em que discutimos. Eu não tive coragem de falar nada sobre isso, e o médico disse que não é problema deixar as coisas como estão. Uma amiga vai vir passar a noite aqui hoje, elas combinaram de assistir juntas uma série ou um filme. Eu não acho que seja uma boa, mas o médico disse que coisas assim são necessárias pra que ela melhore.
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Vendo agora, meu medo parece sem justificativa. Deixei as duas fazendo pipoca antes de vir para o quarto. Assim que a menina entrou pela porta, as duas começaram a fofocar e dar gritinhos e botar a conversa em dia. Como se tudo estivesse da mesma maneira que sempre foi.
Eu deveria estar feliz de ver minha irmã voltar a ser o que era, mas uma parte de mim não consegue aceitar que tudo esteja bem. É como se essa impressão de normalidade fosse só uma ilusão, uma mímica da realidade que um dia tivemos. Não consigo afastar o pensamento de que algo não esteja certo.
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(Nome deletado) acordou hoje como se nada tivesse acontecido. Eu estava na cozinha, esperando que ela levantasse e descesse as escadas. Ainda assim, quando parou na minha frente eu não sabia o que fazer. Continuei de pé, com um meio sorriso congelado na cara. Espero que ela não tenha notado como as minhas mãos tremiam. Ela pediu ovos mexidos de café da manhã. Por um tempo, fiquei sem conseguir reagir. Depois, peguei os ovos e a frigideira e cozinhei como se nada tivesse acontecido.Ela realmente não lembra de nada.
No meio da noite passada meus pesadelos estavam tão fortes que acabei acordando no meio da noite, sem sono. Liguei a luz do abajur com a respiração ainda acelerada dos sonhos horríveis. Foi bem à tempo de ver a figura que entrava correndo pela porta do meu quarto.
Era a amiga de (Nome Deletado). Entrou correndo como o demônio e fechou a porta com um empurrão que deveria ter acordado toda a casa, se tivesse alguém pra ser acordado. Ela veio chorando e se jogou em cima da cama, repuxando as cobertas enquanto me empurrava e dizia pra mim fazer alguma coisa, fazer alguma coisa por favor.
Eu teria ficado cagado se não soubesse que ela estava falando da minha irmã.  
Corri tropeçando pelo corredor até chegar no quarto onde as meninas dormiam. Ela estava de pé ao lado da janela, os dedos arranhando o vidro enquanto falava alguma coisa. Tive que chegar perto pra conseguir entender algo. “Eu escuto ele, mas não consigo ver de onde ele fala.” Ela repetia e embaralhava a frase, misturando besteiras sobre a lua e como ela deveria mostrar um caminho pra alguma coisa.
Aquele médico desgraçado nunca tinha me dito que esse tipo de coisa poderia acontecer. Na minha cabeça, aquilo era algum tipo de sonambulismo ou algo assim. Eu não entendo nada sobre sonâmbulos, mas já vi em um monte de lugares que não se deve tocar nas pessoas quando elas estão tendo crises.
Eu tentei falar com ela, trazê-la pra fora do sonho, mas não adiantou de nada. Sabia que a amiga dela ainda devia estar no quarto dando continuidade ao ataque de ansiedade, mas não podia deixar minha irmã parada ali falando sozinha. Quase meia hora se passou até que ela virou de costas e foi andando em direção à cama. Levantou o cobertor como faria se estivesse acordada e deitou de lado.Eu cheguei mais perto para conferir. Ela dormia, os olhos fechados e a respiração tranquila.
Saí do quarto e fui direto pro meu. A menina estava enrolada num amontoado de roupa de cama, os olhos bem arregalados vigiando a porta. Eu disse pra ela que estava tudo bem, que o que quer que tivesse acontecido já tinha passado. Não tenho certeza se ela chegou a me ouvir, porque a única coisa que ela fez foi pedir pra que eu ligasse pra mãe dela, o que eu fiz.
Ela não quis pegar as coisas no quarto quando o carro chegou. Eu disse que poderia pegar, mas assim que a buzina do carro tocou ela disparou escada abaixo, batendo a porta com força ao sair. Já eram quase cinco da manhã, e eu tinha certeza de que não voltaria a dormir. Dei mais uma conferida na (Nome Deletado) pra ver se ela ainda dormia e depois fui me arrumar pro trabalho. O tempo que sobrou, usei pra vir escrever isso e preparar o café da manhã. De tarde tenho que pegar minha irmã em casa pra irmos na consulta. Agora, só preciso criar coragem pra ir lá acordar ela.
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O médico disse que não há com o que se preocupar. O trauma se manifesta de várias formas, e o melhor jeito de lidar com isso é… lidando com isso. Ele disse que, se a coisa piorasse, poderíamos procurar outras soluções. Eu tive que me segurar pra não gritar com ele. Não vou deixar minha irmã passar por mais nada de ruim, nem que isso seja um “tratamento”.
Minha consulta foi mais rápida. Costumo marcar um encontro com o psiquiatra um pouco depois da consulta de (Nome Deletado), assim consigo faltar menos no trabalho. Contei pra ele os acontecimentos recentes, os sonhos e as mudanças de comportamento da minha irmã, e ele decidiu subir minha medicação. Preciso dizer que estou com medo de tomar mais remédios e eles me deixarem chapado em um momento em que (Nome Deletado) precise de mim, mas não estava afim de discutir.
A janta ainda não está pronta, e ela deve estar com fome.
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Ela comeu muito pouco hoje, quase não falou. Acabei de tomar um dos remédios. Eles são realmente bem fortes, meus olhos ficam se fechando sozinhos o tempo todo e o sono é muito grande.
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Ela nem tocou no café da manhã. Desceu as escadas e sentou na mesa sem dizer nada. Nem notou a torrada que eu tinha deixado no prato dela. Eu tentei dar bom dia, conversar sobre qualquer coisa, mas ela não disse nada. O médico tinha alertado sobre dias assim. Eu lavei a louça, terminei de me arrumar e saí pro trabalho. Devo ter tentado me despedir no mínimo umas cinco vezes. Ela não disse nada o dia todo, nem quando voltei do trabalho com pizza de janta. Ela não quis comer. Pedi que pelo menos me fizesse companhia e ela ficou ali sentada, com um pedaço de pizza de queijo no prato à sua frente. Assim que acabou, ela foi pro sofá e se sentou pra assistir TV, embora não parecesse prestar atenção em nada.
Quando chegou a hora de dormir, ela levantou sem que eu precisasse avisá-la e foi pro quarto.
Algo na forma como ela fechou a porta do quarto ao entrar me deixou mal. Sabe, as pessoas parecem sempre mostrar algo na maneira como fecham a porta. Fraco demais se estão tristes, fortes demais se estão bravas, dá pra sentir. A forma como ela fechou a porta foi só normal, tipo, normal demais. E eu tenho certeza de que ela não está normal.
Sinto quase uma necessidade de tomar os remédios pra dormir, mas sei que seria egoísmo apagar assim. (Nome Deletado) pode precisar de mim, e eu não quero estar virado num saco de batata caso isso aconteça.
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Fazem quase duas semanas que eu não escrevo nada. Não tive coragem.
Eu sabia que uma hora teria que botar pra fora o que aconteceu naquela noite e o que se seguiu ao evento, mas estava com medo demais de revirar os acontecimentos na minha cabeça.
Ok, lá vai:
Eu acabei não tomando os remédios pra dormir, só deitei na cama e esperei o sono vir. Achei que seria difícil sem os medicamentos, mas nem reparei o quanto eu estava cansado. Foram apenas alguns minutos e o sono me derrubou com tudo. Foi um sono surpreendentemente bom, sem sonho algum, que durou até mais ou menos as 3 da manhã. Foi quando o cântico me acordou.
Eu não sei de onde vinha, ou se realmente estava ali, agora que parei pra pensar. Só sei que foi o que me fez acordar. Parecia um coro de vozes distantes, cantando de forma arrastada numa língua que eu nem faço ideia qual seja. Pensei em (Nome Deletado) e na minha cabeça veio a lembrança da forma como ela fechou a porta. Eu precisava ver como ela estava.
Levantei da cama. Assim que meu pé encostou no chão, uma onda de arrepios se espalhou pelo meu corpo. Meus dedos encontraram algo gelado e escorregadio ao assentarem. Demorei alguns segundos pra processar que era algum tipo de líquido. Apesar da estranheza da situação, me pus de pé e caminhei até a porta.
A luz do corredor estava acesa, e consegui entender que aquilo no chão era água. Vinha em pequenas ondas do quarto da minha irmã, que se espalhavam pelos cômodos ao longo do corredor e desciam os degraus da escada.
Não sei como aquilo não me deixou tão espantado na hora quanto eu estou agora. Naquele momento, a única coisa que eu conseguia pensar era na minha irmã presa naquele quarto e não na situação absurda da água que vinha sei lá de onde. A água chegava quase à metade da minha canela quando alcancei a porta do quarto de (Nome Deletado).
Tive que fazer muita força contra a porta pra que ela abrisse. Coloquei meu corpo todo contra a madeira e empurrei. Quando ela se abriu, uma onda alta me acertou na cara, quase me derrubando no chão. Água se espalhava pelo corredor e por toda a casa.
O cântico parecia mais alto ali dentro. As palavras ainda não faziam sentido algum. Não fosse a luz da lua que entrava pela janela, não teria conseguido encontrar (Nome Deletado). Ela estava deitada no chão, completamente submersa.
Corri pra tirá-la de lá. Tentei levantá-la por muito tempo, cada vez aplicando mais força, mas ela parecia estar muito pesada. Era como se não quisesse sair de lá.
Fiquei tateando a água que não parava de se mexer pelo quarto, tentando encontrar alguma coisa que a estivesse prendendo.
A água estava muito agitada e era difícil de enxergar qualquer coisa, mas eu me esforçava para tentar encontrar algo lá embaixo. Foi então que eu encontrei o motivo de eu não conseguir puxá-la pra fora. Minhas pernas falharam quando eu entendi o que estava vendo.
Mãos. Mãos de dedos longos e finos, com unhas torcidas que surgiam do chão. Elas se prendiam com força nela, nos pulsos, na parte de trás na camisa, no tornozelo, em qualquer lugar que conseguissem puxar. Aquilo, o que quer que fosse, estava matando a minha irmã.
Eu gritei. Não sei se foi de frustração, de desespero, só de medo, talvez isso tudo junto. Gritei de uma forma que eu nunca tinha gritado antes, mais parecido com o urro de algum bicho selvagem encurralado e com medo.
De alguma forma aquilo pareceu aliviar a pressão que as mãos faziam nela, e o corpo se mexeu alguns centimetros.
Meu instinto foi mais rápido do que a minha mente nessa hora. Puxei ela com tudo pra cima, e fiquei aliviado quando vi que tinha ela em meus braços. Saí correndo pela porta do quarto e em direção às escadas.
Não consigo lembrar de ter chamado a polícia, mas não demorou muito para que aparecessem. Encontraram eu e (Nome Deletado) no chão da cozinha, encharcados.
Eu não conseguia explicar o que tinha acontecido, mas consegui dar a entender que tinha salvado minha irmã de um afogamento. Os policiais nos ouviram, chamaram uma ambulância e foram revistar a casa. Depois de um tempo voltaram e, sem dizer uma palavra, esperaram a chegada da ambulância. Assim que ouviram a sirene, conduziram minha irmã para fora da casa e direto para ambulância.
Eu meio que entrei em pânico nessa hora. Comecei a gritar e a perguntar o que estava acontecendo, se eles não estavam vendo o que tínhamos acabado de passar. Foi a forma como os policiais me olharam que me fez calar a boca.
“Senhor” um deles disse, “gostaríamos que o senhor nos acompanhasse até a delegacia.”. Na hora eu quase achei que fosse piada. Como eles podiam não perceber que eu também tinha sido atacado?Continuei discutindo e martelando em cima do que tinha acontecido até que eu ouvi a frase que me fez questionar minha sanidade.
“Senhor, já chega. Não tem água em lugar nenhum.”
Depois disso eu não consigo lembrar os detalhes com muita clareza. Me levaram pra delegacia, interrogatório. O advogado que eu chamei foi o mesmo que tinha nos auxiliado durante todo o caso de (Nome Deletado). Bastou que ele contasse a história toda e um depoimento da minha irmã dizendo que o “afogamento” era só um efeito colateral dos remédios que ela estava tomando, e eles nos mandaram pra casa.
Depois disso marquei uma consulta urgente, pra mim e pra ela. A cara que o psiquiatra fez quando eu contei a situação toda me deixou desconfortável. Ele sempre tinha aquela expressão apaziguadora em todas as consultas, nunca esboçando nenhum tipo de reação, não importa o quanto terrível fossem as coisas que saíam da minha boca. Agora, depois de ouvir minha história ele parecia apreensivo ou… curioso.
A expressão desapareceu depois de alguns poucos segundos. Ele voltou à cara de sempre, e me disse que aquilo era “normal”. E que eu não devia deixar de tomar os remédios, se não aquilo poderia acontecer de novo.
Quanto à (Nome Deletado) o médico dela sugeriu que passasse alguns dias na clínica. Observação. Eu não queria deixar ela lá, não mesmo, mas sabia que depois daquele show de insanidade que eu tinha dado, não estava em posição de discutir.
Depois do que acabei de contar, esperei uns 3 dias ainda pra vir escrever isso tudo. Eu precisava ter certeza de que eu ainda era eu mesmo antes de escrever isso. Sabe, que eu não estava louco.
Foi difícil me decidir, mas consegui chegar à uma conclusão. Não sei se aquela bizarrice da água, vozes e mãos que surgem do nada era real. Mas de uma coisa eu tenho certeza: Eu nunca, por nada nesse mundo, machucaria a minha irmã.
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Mais uma semana se passou desde minha última entrada. Minha irmã ainda está internada.
Fui visitar ela uma vez desde então. Ela estava dormindo quando eu entrei no quarto, e não consegui falar com ela. Haviam dois médicos comigo na sala, além de um segurança da clínica. Eles me deixaram ficar por 5 minutos e me mandaram embora. Não protestei. (Nome Deletado) parecia bem ali. Parecia estar em paz.
O psiquiatra me receitou remédios novos. Eles são fortes, mas têm me mantido vivo. É como se eu conseguisse enxergar a situação pelo lado de fora, sem o véu dos sentimentos me fazendo confundir tudo.
A única coisa que eu não consigo entender foi o que aconteceu aquele dia, a alucinação com a água. Por mais que eu tente, meu cérebro não se convence de que eu tenha criado aquilo em um surto.
Pra isso, o melhor remédio ainda é não pensar no assunto.
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Uma mulher bateu na porta de casa, hoje.
Ela era loira, cabelo curto. Sua roupa e o enorme sorriso me diziam que ela estava ali a trabalho. Talvez eu tenha me enganado, talvez não.
Ela queria falar sobre (Nome Deletado). Disse que estava ali em nome da clínica, para me informar de que a minha irmã estava fazendo progresso, mas havia surgido uma oportunidade de acelerar o processo e aumentar as chances dela de recuperação. Ela me entregou um panfleto de uma casa de repouso. “CliniPark.” Parecia muito com um chalé à beira de um lago. Na imagem, uma menina em uma cadeira de rodas era empurrada por um homem de jaleco, provavelmente pra assistirem o pôr do sol da varanda.
Eu agradeci a moça e a levei até a porta. Disse que ia pensar no assunto e entrar em contato com a clínica assim que me decidisse. Ela sorriu e acenou.
Sobre o CliniPark: Levei horas procurado no Google. De todos os infinitos resultados com esse nome, nenhum chega nem perto de um chalé à beira do lago. O panfleto não tinha nenhum endereço.Não espero que eles acreditem que eu vou simplesmente deixar que levem a minha irmã por aí.
Mas, ainda assim, essa semana tem sido surpreendentemente calma. Tinha esquecido de como é ficar sozinho. Talvez, o melhor pra minha irmã nesse momento seja deixá-la com profissionais capazes de tratar o caso. Não quero acabar descontando minhas frustrações nela, como o médico disse que eu fiz durante a alucinação. E Deus sabe como eu me esforço pra não deixar transparecer o quanto a condição dela me entristece. Talvez o CliniPark não seja a melhor solução, mas com certeza existem outras piores.
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Eu já suspeitava de que algo estivesse errado, mas eu meio que tenho certeza agora. Sei lá, puta merda. Como eu vou saber, também? Eu devo estar mais louco que a (Nome Deletado).
Fui visitar ela hoje de manhã. Cheguei no hospital e não consegui esconder minha surpresa ao ver como ela parecia bem. Eu sei que a primeira coisa que eu deveria ter sentido era felicidade ao ver ela sorrindo ao me ver, como se nada tivesse acontecido, mas foi espanto o que eu senti. “Ela não deveria estar bem assim” pensei, “Não é normal que ela esteja assim”. Porém só levou um tempo até que eu me recuperasse do susto e a felicidade levasse a maior sobre a suspeita. Conversamos sobre coisas bobas e rimos juntos. Parece que faz tanto tempo que não ríamos juntos…
Tudo ocorreu bem até que eu toquei no assunto de voltar pra casa. A cara dela se fechou e a voz baixou de tom assim que eu toquei no assunto. “Não. Não é hora pra isso.” Eu fiquei sem palavras, sem conseguir nem ao menos desviar o olhar daquele rosto que eu mal conseguia reconhecer.
Ela abrandou a expressão. Casualmente, falou do CliniPark. Os médicos tinham dito que seria bom pra ela. Que ela achava que seria um lugar bom pra ...sssse tratar.
Aquilo me deu arrepios, o jeito que ela falou a palavra. Sssse tratar, como se tivesse lodo na boca. Como ela foi saber do CliniPark? Porque os médicos foram tratar disso com uma paciente com problemas psicológicos? E porque logo (Nome Deletado) ia querer se enfiar em uma cabana num lago, logo ela que odiava aquele tipo de lugar? A coisa parecia cada vez mais retorcida pra mim, e o modo como ela falou só agravou a situação.
Acho que foi aí que eu tive a ideia mais estúpida de todas. Foi a emoção do momento. Mas, naquela hora, eu sabia que tinha que tirar ela dali.
“Quer saber de uma coisa? Acho que você está certa. Você deveria ir pra lá, e eu vou te levar.”
Um enorme sorriso surgiu no rosto dela. Ela tinha mordido a isca. “Mas esses médicos vão complicar as coisas pra gente… Tive uma ideia! Eu venho te buscar hoje de noite, a gente sai de fininho e eu te levo lá.” Ela concordou. Parece uma mentira tão óbvia que eu não sei como foi funcionar, mas acho que ela estava feliz demais pra perceber. Eu ESPERO que ela não tenha sido capaz de perceber. Vou preparar o carro. Hoje à noite eu tiro ela daquela clínica.
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Deu tudo errado. Ela percebeu a direção que eu tomei com o carro. Tentou me atacar e acabou virando a direção. Batemos numa árvore.
Ela desmaiou na hora. Eu sofri um corte feio na testa, mas meu pavor de ver ela desacordada foi tão grande que eu só fui perceber quando o sangue correu pra dentro do meu olho.
Eu não sei o que fazer agora. Consegui dirigir até em casa e arrastar ela pro quarto. Liguei pra polícia.
Dessa vez eu vou ser preso, certo que sim. Mas qualquer coisa é melhor do que levar minha irmã de volta praquela clínica. Se essa merda toda virar notícia eu vou saber que tá tudo bem. A polícia tá demorando muito. Minha cabeça começou a doer há algum tempo, e agora parece que vai explodir. Acho que eu não devia estar na frente de um computador escrevendo enquanto aguardo a polícia vir buscar minha irmã que eu quase matei. Mas se isso tudo acabar do pior jeito, pelo menos alguém vai ficar sabendo.
(Nome Deletado-2), Tô te mandando esse arquivo por email. Se alguma coisa acontecer nesse meio tempo ou alguém tentar mexer nesse arquivo sem uma senha, ele vai chegar em ti de qualquer forma. Talvez seja útil no meu julgamento. Atestar insanidade? Tem um zumbido estranho demais nos meus ouvidos. Parece
Eles estão cantando. Na porra do meu pátio. Deve ter uns 50 caras cantando no meu pátio.
Aquele cântico que eu ouvi aquela vez. É produto da loucura, com certeza. Mas não da minha.
Acho que já é meio óbvio que a polícia não vem. (Nome deletado) não para de se contorcer na cama, cada vez mais forte na medida que a cantoria deles fica mais alta.
Eu sei aonde isso vai dar. Tenho vontade de abrir a porta, ir lá pra rua e encher todos eles de soco, até que alguém puxe uma arma e atire na porra da minha cabeça
É o que eu faria, com certeza. Mas eu não vou deixar minha irmã sozinha. Ela levantou da cama. Eu não sei, não sei se é levantar que se chama isso que ela fez
Tem algo errado com a pele dela e o jeito que ela se mexe e eu não consegui ver o resto direito mas
Cara eu não aguento isso. Qualquer coisa, qualquer coisa menos ver ela assim. Eu não consigo.
Ela voltou pro quarto. Eu ouvi ela se arrastando. Minha porta tá fechada agora. A música deles não sai da minha cabeça. É como se pulsasse, que nem um coração batendo. Eu não sei o que eles cantam, as palavras, mas quase dá pra entender a letra
dentro da minha cabeça Eu não consigo olhar pra ela. O que quer que tenha acontecido, o que eles fizeram com ela, é horrível demais pra se ver. Consigo ouvir ela se arrastar pelo corredor e batendo na minha porta e eu espiei eu vi aquilo apenas por um segundo eu sou um covarde eu sei mas prefiro morrer do que olhar eu escuto a água que escorre eu escuto a forma como vibra com o canto e eles louvam o afogador a sentinela de El’avahd o coraçao do abismo o que rasteja na sombra
ele coneguiu entrar no quarto
ele esta vestindo ela o deus a coisa dentor dela
preciso salvar ela tirar aqiylo de dentro dela eu disse eu disse  nunca machucaria ela mas ela nao estq mais aqui
nao vou deixar ele levar ela peo fundo
ela nunca vai ser dele
(Nome Deletado) mana eu semre vou cuidar sempre me perdoe por favor
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em recuperação.
Ontem a pessoa me acordou contando que encontrou uma menina incrível no Tinder, mas estava chateado pq logo depois de conversarem ela deu unmatch. Só que ele resolveu tentar adicionar ela no Facebook. Eu sofri bastante ao saber disso, principalmente pq comecei a me culpar por não ter encontrado ele pessoalmente antes, mais vezes, pra tentar dar continuidade ao tal processo que eu me convenci que tinha iniciado na última quinta. Eu realmente achei que tinham acontecido coisas a noite e que ele iria gostar de mim aos poucos, mesmo sabendo que isso seria impossível em se tratando dele. Acabei ficando mal do estômago com a possibilidade de ter deixado uma oportunidade passar. E magicamente todos os resultados de tiragens que eu fiz começaram a falar sobre fechar um ciclo com uma pessoa e deixar o novo entrar. Prestar atenção nas sincronicidades.
Então eu simplesmente perguntei a ele se a menina tinha aceitado.
Passei as horas seguintes tentando manter um pouco de calma, mas eu sabia de todas as mentiras que eu contei pra mim mesma no último mês e que mais cedo ou mais tarde elas seriam desmascaradas. Todas as mentiras que eu falei aqui nos posts, todas as noites em claro criando teorias que pudessem abarcar uma mínima possibilidade de ele me corresponder, mesmo sabendo o quanto elas eram duvidosas.
Na verdade, eu sabia o que ia acontecer desde os primeiros minutos depois que nos beijamos na festa. Lembro exatamente da cena. Estávamos só nós dois na pista, perto do DJ, e depois que finalmente ficamos ele soltou Dreams dos Cranberries e eu achei isso muito legal. Até que a pessoa terminou de me beijar, me soltou e ficou estranho, olhando pro nada, enquanto a música tocava e eu esperava alguma demonstração de carinho ou qualquer coisa. Eu comecei a me perguntar o que estava acontecendo, o que tinha de errado, e ele me explicou mais tarde quando subimos. Mas eu estava sozinha há tanto tempo. Ele foi a primeira pessoa com quem realmente fiquei desde 2016. Eu precisava insistir. Lembro que foi horrível tentar tomar a iniciativa dos beijos, a maioria sem vontade da parte dele, lembro de ficar tentando beijá-lo de novo no metrô qd estávamos voltando sendo que ele não queria. E ainda assim quando cheguei em casa eu insisti. Não que eu me arrependa disso, afinal nossa amizade é preciosa pra mim e ela nunca teria acontecido se eu tivesse me afastado nesse dia. Eu só penso no quanto eu tentei acreditar em algo diferente e me afastei completamente dos fatos pra não ter que ficar sozinha, não que eu não estivesse.
Pois bem.
Eu tentei dormir cedo, mas tinha uma coisa muito forte em mim querendo resolver tudo isso, e eu senti um impulso de pegar no celular e reinstalar os aplicativos pra voltar a tentar com outras pessoas, e dessa vez era sério.
Então ele respondeu na mesma hora. A menina o aceitou e a conversa estava dando certo.
Enquanto isso, o Tinder estava instalando. Em algum momento decidi ir pro OkCupid também.
Eu comecei a entregar as coisas a ele aos poucos em vez de simplesmente me declarar de uma vez ou mandar os prints do meu textão (que voltou pra lixeira do Evernote e eu vou apagar permanentemente). Cheguei dizendo que eu estava há um tempo pra chamar ele pra sair de novo, mas achei que seria nada a ver. Ele disse que tinha receio de isso confundir as coisas pois (obviamente) via uma amizade entre a gente. Falamos sobre expectativas. Então eu decidi ser honesta de uma vez e explicar que eu criei sentimentos sérios por ele, que foram basicamente responsabilidade minha, e que eu sabia que ele tinha estabelecido uma amizade mas fiquei tentando mudar as coisas. Enfim, nós nos resolvemos e eu ainda fiquei sabendo de detalhes sobre duas pessoas que ele ficou nesse meio tempo, que me surpreenderam bastante e foram justamente em um dos vários dias em que fiquei me questionando se ele estava com alguém ou não, e tentando me convencer que não - normal. Até que a conversa foi fácil. Eu tinha muito medo de não saber ser amiga dele e ontem tive uma amostra de que com o tempo, isso vai funcionar muito bem. Só preciso passar pelo meu processo de esquecimento e cura.
Eu fiquei um pouco preocupada com o Tinder pq até aí eu não tinha nem encontrado ninguém pra dar like, que dirá um match. Eu preciso começar com alguém novo pra superar isso completamente. Em compensação o OkCupid me surpreendeu muito, justo o app onde eu nunca era respondida e as pessoas sumiam com enorme facilidade, me deu 3 conversas de uma vez só.
Mas uma me chamou a atenção.
Acho que por volta de uma hora depois que eu instalei, quando eu peguei o celular de novo pq não estava dormindo, apareceu um match novo com uma das pessoas de quem eu estava esperando resposta antes mesmo de conhecer o cara que eu estava gostando (tipo, acho que bem antes). Eu me lembro que quando conheci ele (o que ironicamente faz exatamente dois meses hoje), eu foquei muito nisso pq foi literalmente a única pessoa em semanas que começou a conversar comigo e não sumiu (nem era estranha ou ancap). E eu estava me torturando há semanas por causa de uns 3 ou 4 caras "perfeitos" do OkCupid que não estavam me respondendo.
Eu fiquei muito feliz que dessa vez eu não só teria chance com pessoas legais de lá, como alguém de antes finalmente tinha me respondido. E hoje esse cara novo me disse que voltou a usar o app depois de 6 meses fora. Sabe a tiragem que falou da sincronicidade? É como se o universo estivesse me dizendo esse tempo todo pra encerrar as coisas com a pessoa e voltar aos apps pq assim que eu fizesse isso, outra pessoa que eu estava esperando iria, simplesmente, voltar no mesmo dia. Como se ele estivesse esperando eu estar pronta pra voltar. Eu revi hoje as respostas dele no perfil e são simplesmente perfeitas em relação ao que eu estava procurando antes de tudo isso acontecer.
Isso está me ajudando muito a lidar com a situação até pq as outras pessoas não são exatamente animadoras. Ainda dei match com um crush antigo no Tinder. Haha. Nisso eu voltei à conversa com o cara que eu gosto e a gente ficou trocando conselhos sobre apps bons pra usar e eu tive certeza que a nossa amizade vai funcionar muito bem quando eu estiver pronta pra isso.
Hoje eu acordei sentindo um certo vazio por ter "acabado". Eu tenho um problema muito sério que é querer fugir do sofrimento e da angústia nessas situações, é isso que me faz mentir pra mim mesma pra poder estender a ilusão o máximo possível e não ter que sentir essas coisas. E aí quando eu finalmente encerro tudo, eu fico tentando me forçar a ficar bem, o que é algo muito cruel de se fazer consigo mesmo. Então dessa vez eu estou tentando lidar com a dor e com esse processo chato, porque eu gosto de verdade dele e isso não vai sumir de uma hora pra outra. Requer paciência, autocuidado e calma. Eu preciso sentir todas essas emoções e curtir a bad até que eu possa vivenciar uma fase mais feliz. Hoje já chorei, principalmente quando percebi que as conversas com as pessoas novas estavam muito diferentes da primeira conversa com ele e tive medo de que não encontrasse as mesmas afinidades. Mas agora já me sinto melhor. Vão ser dias com seus altos e baixos mas é algo a ser vivido pra poder ser superado.
Senti uma dorzinha no coração a maior parte do tempo, mas estou muito otimista.
Eu gostei da pessoa anterior por um ano e meio e consegui superar no mesmo dia (acho que pq na verdade eu já estava "superando" meses antes de falar com ele), mas sinto que esses dois meses, por mais curtos que tenham sido, criaram em mim um sentimento muito mais profundo, talvez pelo fato de ser baseado em uma ligação muito verdadeira com uma pessoa que realmente se importa (e muito!) comigo. Outras pessoas foram extremamente negligentes e acho que o fato de ele ter profundos sentimentos de amizade e carinho por mim foi justamente o que me fez confundir tudo, pq eu estava acostumada a ser tratada do jeito errado, como se eu não valesse de nada só pq não respondia aos anseios românticos das pessoas que gostei antes. Isso faz tudo ser mais difícil pq eu não quero viver sem isso, mas ter esse cuidado constante dele também torna difícil de superar. Mas eu prefiro mil vezes que seja dessa forma.
Gostar dele foi muito bom pq eu estava muito ansiosa antes e me preocupando com as coisas erradas. Queria saber a frequência afetiva e sexual das pessoas antes mesmo de começar uma conversa, isso pq na verdade a minha ansiedade tinha me convencido de que eu definitivamente nunca teria um relacionamento feliz. Por todo o tempo em que conversei com ele, nada disso importou. E agora que estou do outro lado, eu não quero de jeito nenhum voltar a toda essa angústia que eu estava sentindo, não quero mais essas crenças limitantes na minha vida.
Em compensação eu estou tentando prestar atenção nas afinidades, nos gostos em comum, pq depois dessas conversas com ele eu definitivamente não consigo mais relevar isso na hora de sair com alguém. Preciso de algo que esteja em um nível parecido. Hoje eu acabei falando por acidente com um cara que se identifica politicamente como "de centro", coisa que eu odeio, por causa das coisas em comum.
Mas eu prometi pra mim mesma que não vou ter pressa dessa vez. Esse é o elemento essencial pra conseguir seguir em frente. Se eu começar a me convencer de que não vou achar alguém que seja como ele, com quem eu tenha tantas coisas em comum, eu vou tornar mais dolorosa ainda uma situação que já é sofrida por si só. Se as afinidades são importantes eu tenho que me atentar bastante a isso e ir conhecendo as pessoas com calma, mesmo que eu leve meses pra encontrar alguém que valha a pena. Se eu prometer pra mim mesma que só vou sossegar com a pessoa que parecer mais certa, mesmo que isso demore, eu posso ficar em paz sabendo que vai ser um relacionamento tão bom quanto seria com ele. Ficar sozinha por muito mais tempo vai doer, mas pode ser que seja necessário pra que eu possa finalmente encontrar alguém que vale a pena.
Consegui combinar com a minha amiga de irmos no centro dela amanhã, o mesmo onde eu fui em 2016, e eu até tinha anotado alguns tópicos do que eu preciso perguntar, mas depois da conversa de ontem consegui resumir esses tópicos pra apenas dois. A sessão é de caboclos, os mesmos que uma cigana me disse pra procurar em 2017. São pendências espirituais que eu preciso resolver e que claramente impactaram a minha vida afetiva. Preciso de algumas respostas e principalmente, não posso passar por esse processo sozinha. Somente isso vai conseguir trazer a paz que o meu coração precisa agora, pra esse momento de transição ser vivido da melhor forma possível e principalmente pra eu ter uma ideia de como chegar ao relacionamento que eu mereço.
Eu espero que seja logo e acho que pode ser com a pessoa que me respondeu ontem, pelo que vi no perfil isso seria ótimo.
Ah, e sobre o blog: apaguei vários posts, fiz uma grande limpeza em tudo que estava baseado nas mentiras que falei pra mim mesma e nas ilusões que eu criei. Dava pra perceber o quanto eu estava ansiosa só pela forma que eu me expressei nos textos. Acabou que agora eu consigo chegar rapidinho no primeiro post rsrs Dei uma arrumada no blog em si e uma repaginada no layout pra ele não acabar que nem o último, que eu deletei, ou o anterior que eu "encerrei atividades".
Não é fácil, mas vai melhorar. Esperança é o que não falta agora. E é tudo que eu tenho de mais precioso.
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