#remador
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siriusblackdevotee · 9 days ago
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Fanarts of baby teddy with tonks 😭🥺😭 baby teddy with remus 😭🥺😭 baby harry with lily 😭🥺😭 baby harry with james 😭🥺😭 baby harry with sirius 😭🥺😭
thry jusd needd tiem😭😭😭
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rebelside · 1 year ago
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I just thought on something. I've def always hated remadors in the movies. Not because of casting (NATALIA, DAVID MY BABIES), but because... Well, plot (I liked the little things we got though) . Now I realize I never noticed something. David and Natalia had such good chemistry, that it doesn't matter if there's no way tonks would be Latino. It doesnt match the books at all (the blacks are not, Ted tonks doesn't sound Latino in the slightest either) .. But she's still perfect. Kudos,representation perfection. And once again, for all the movies faults, kudos on casting'
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fraternoviril · 1 year ago
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Remador.
Foto: https://www.tumblr.com/perfectnonfreedom
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flyborboletand · 1 year ago
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Moça, oq vc me recomenda no dia para perda de peso??
Bom confesso que eu poderia te recomendar várias coisas, porém oque mais funciona comigo é o déficit calórico, caso você não entenda sobre o assunto vou fazer uma leve explicação, porém não sou PROFISSIONAL no assunto.
TMB
Primeiro você precisa saber qual é sua Taxa Metabólica Basal (TMB) é o mínimo de energia necessária para manter as funções do organismo em repouso, como os batimentos cardíacos, a pressão arterial, a respiração, etc.
Basicamente é o tanto de calorias que seu corpo consome de calorias apenas por você viver.
Déficit calórico
Após saber sua tmb você deve criar um plano de dieta a onde você consome uma quantidade de caloria menor que sua TMB você não precisa comer seila 600 calorias você pode ir aos poucos e fazendo planos cada vez mais restritivos.
Por exemplo Se sua tmb é 1.300, você pode consumir 1.000 calorias tranquilamente.
Exercícios
Também aconselho você a fazer bastante exercício durante esse período, vou deixar uma listinha aqui bem básica, mas pode ser que ajude.
Polichinelo: 50
Agachamento: 25
Pular corda: 1 minuto
Corrida parada: 1 minuto
Abdominal remador: 25
Prancha: 1 minuto
Repetir 2 vezes
Água
E claro sempre beba Água pós isso vai diminuir sua retenção de líquido e vai ajudar muitooo.
Espero que eu tenha conseguido ajudar, não sou uma ana super profissional, porém eu tento.
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itsjustmiana · 1 year ago
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05/10 diário p.a: 83,7
comida: frango, meia batata assada (pequena) e alface. deu por volta de 300kcal, me senti péssima e quase fui vomitar tudo. depois comi umas três colheres de gelatina 0kcal.
bebida: 3 litros de água, chimarrão e energético de 20kcal
exercício: 30 minutos de esteira (270kcal) e exercícios (abdominal, remador, elevação, polichinelo - 50 repetições de cada).
mood: me sinto péssima. sinto que sou um fracasso e que qualquer outra pessoa faria isso melhor. to criando uma culpa gigantesca por colocar qualquer pedaço de comida no meu corpo. mas é isso, um dia de cada vez.
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futfemspain · 1 year ago
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El vídeo shipper que ha reposteado en sus storys el hermano de J 🙈🙊😻🤭🤗😍😍😍. Esta más enganchado que nosotras mismas. Es el auténtico remador. Es es nuestro cravioto 😍😍😍. Ni Mireia Belmonte llegó a tanto. Que se aguante la pija, ya le gustaría a ella tener un remador asi, ni con sus llamadas de atención va a conseguir bajarme del barco cactus. Ahora vendría bien el meme de patiño y no dejes de soñar 😜. Anon love
El hermano cómo rema la madre que me parió
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sweeetdreamspat · 1 year ago
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.closed starter | "I knew this was too good to be true." + @kthwell
"...O semideus que chegou recentemente. Ele é bem calado, não é?" Patrick se virou a tempo de ver o semideus andando ao redor do lago, desacompanhado. O filho de Hipnos suspirou, apoiado em um dos remos. "Ou está reclamando que o melhor remador do acampamento chegou pra te acompanhar no treino? Para desencargo de consciência, pelo menos agora eu sei nadar."
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bclligercnts · 1 year ago
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                      ✦  CALMO  e  relaxado,  com  ar  de  quem  não  tem  onde  estar  na  vida  e  realmente  não  tinha,  baby  estava  a  procurar  aquele  com  quem  estava  a  bater  record  de  tempo  sem  se  comunicarem.  @drvnkprophct,  é  claro.  eventualmente,  avisou  o  moreno  com  um  equipamento  que  parecia  demasiado  com  um  equipamento  de  canoagem.  uma  traição,  é  claro,  após  o  outro  se  recusar  a  pegar  boldering  como  uma  atividade  opcional  em  conjunto.    ao  menos,  se  não  iriam  se  divertir  escalando  e  desviando  de  pedras  de  lava,  havia  uma  diversão  em  pegar  seus  amigos  desprevenidos.  com  a  leveza  de  um  jaguar,  baby  começou  a  seguir  o  caminho  de  river,  passos  silenciosos  na  grama  macia  fora  de  seu  ritmo  normal  para  que  passasse  despercebido  pelos  ouvidos  sensíveis  do  outro  e  uma  respiração  controlada,  até  que  uma  sombra  de  uma  arvore  ofereceu  a  cobertura  perfeita.    —•    you  little  bitch,❜  pronunciou  cada  palavra  com  clareza  e  exasperação  assim  que  o  moreno  passou  pelo  ponto  ideal  da  árvore    —•    “como  assim  você  se  juntou  aos  remadores  de  barquinhos  e  não  me  falou  nada?❜ 
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pmswcntntfrgrmmr · 15 days ago
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[FRENESI]
Este poema foi desenhado 
De vermelho
Pela madrugada
Entre o encontro das paredes
Apoiado a almofada
Mãos trêmulas
Dedos cruzados
Linhas ludicamente tortas
À meia luz
Onde naveguei
Em um pequeno remador
Nas cores do oceano
Pacificamente azul
E sobre como
Afoguei-me
Em todas as razões
Após tênues tempestades
Tentando chegar em terra firme.
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saudenamelhor · 3 months ago
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Para ganhar massa muscular de forma eficaz, é fundamental combinar exercícios como flexões, agachamentos e elevações com uma alimentação balanceada, rica em proteínas, gorduras saudáveis e carboidratos. A prática regular de atividades físicas deve ser acompanhada de um suprimento adequado de calorias e hidratação, essenciais para a recuperação e otimização dos resultados. Para quem deseja ganhar massa muscular, investir em exercícios e uma alimentação balanceada é fundamental. Neste artigo, vamos explorar 9 exercícios poderosos, que podem ser feitos em casa sem precisar de equipamentos caros, e que vão te ajudar a fortalecer diferentes grupos musculares. [caption id="attachment_6133" align="alignnone" width="693"] Ganhar Massa Muscular[/caption] Introdução aos Exercícios Para Massa Muscular Os exercícios para ganhar massa muscular têm ganhado cada vez mais atenção, especialmente entre aqueles que buscam melhorar a forma física e a saúde. O primeiro passo é entender que o ganho de massa muscular não se limita apenas à prática de atividades físicas; envolve uma combinação eficaz de exercícios e alimentação adequada. Estudos mostram que misturar diferentes tipos de treino, como exercícios de força e resistência, pode aumentar significativamente os resultados. Além disso, dedicar pelo menos duas vezes por semana para realizar uma variedade de exercícios é essencial para trabalhar todos os grupos musculares. São várias as opções disponíveis que podem ser realizadas com o peso do próprio corpo, evitando a necessidade de equipamentos de academia dispendiosos. Exercícios como flexão, agachamento e elevação lateral, por exemplo, não apenas ajudam a desenvolver a força, mas também proporcionam um ótimo treino cardiovascular. Importante lembrar que a prática regular, associada a uma dieta equilibrada e rica em proteínas, será a chave para não apenas alcançar, mas manter os resultados desejados. Preparar-se adequadamente é fundamental para evitar lesões e garantir um treinamento eficiente. Portanto, neste artigo, vamos discutir cada um desses exercícios e como incorporá-los à sua rotina de maneira eficiente! [caption id="attachment_6135" align="alignnone" width="708"] Ganhar Massa Muscular[/caption] Exercícios Práticos Para Fazer em Casa Quando se trata de exercícios práticos para fazer em casa, a boa notícia é que você não precisa de uma academia ou equipamentos sofisticados. Utilize o peso do seu próprio corpo para realizar uma gama de exercícios que ajudam a ganhar massa muscular de forma eficiente. Confira abaixo algumas opções: 1. Flexão Um dos exercícios mais populares, a flexão de braço trabalha o peitoral, tríceps e deltoides. Como fazer: Deite-se de barriga para baixo, coloque as mãos na largura dos ombros e empurre o corpo para cima, mantendo uma linha reta dos pés à cabeça. 2. Agachamento O agachamento é um exercício completo que envolve várias partes do corpo, principalmente as pernas e o abdômen. Como fazer: Fique em pé, afaste os pés na largura dos ombros e flexione os joelhos, agachando como se fosse se sentar em uma cadeira invisível. 3. Elevação Lateral A elevação lateral é excelente para trabalhar os músculos dos ombros. Como fazer: Em pé, segure um peso ou objeto similar em cada mão e, com os braços levemente flexionados, eleve-os lateralmente até a altura dos ombros. 4. Tríceps na Cadeira Este exercício é eficaz para tonificar a parte de trás dos braços. Como fazer: Apoie as mãos na borda de uma cadeira ou banco, estique as pernas à frente e, em seguida, dobre os cotovelos, descendo o corpo até um ângulo de 90º. 5. Abdominal Remador Para fortalecer o core e definir a barriga, o abdominal remador é uma excelente escolha. Como fazer: Deite-se de costas, flexione os joelhos e, utilizando a força do abdômen, eleve o tronco, levando os joelhos em direção ao peito. Esses exercícios podem ser facilmente integrados à sua rotina diária e, se praticados regularmente, vão auxiliar no ganho de massa muscular. Lembre-se
de começar devagar e aumentar a intensidade conforme você for se sentindo confortável e forte o suficiente! [caption id="attachment_6136" align="alignnone" width="706"] Ganhar Massa Muscular[/caption] Importância da Alimentação no Ganho Muscular A alimentação desempenha um papel crucial no processo de ganho muscular. Não basta apenas fazer exercícios; é essencial nutrir o corpo de forma adequada para que os músculos se desenvolvam e se recuperem após o treino. Primeiramente, a ingestão de calorias é fundamental. Para construir massa muscular, você precisa consumir mais calorias do que gasta. Isso cria um superávit calórico, essencial para o crescimento muscular. Outra parte importante da dieta é o consumo adequado de proteínas. Proteínas são os blocos de construção dos músculos, e uma quantidade suficiente deve ser incluída em cada refeição. É recomendado que a ingestão de proteínas para pessoas que desejam ganhar massa muscular seja em torno de 1,6 a 2,2 gramas por quilo de peso corporal por dia. Além das proteínas, a ingestão de gorduras saudáveis e carboidratos também não deve ser negligenciada. As gorduras, como as presentes em abacates, nozes e azeite, são vitais para a produção de hormônios que ajudam no crescimento muscular. Já os carboidratos são a principal fonte de energia para o corpo, e sua ingestão ajuda a manter os níveis de energia durante os treinos. Por último, é importante lembrar que a hidratação é fundamental. Manter-se bem hidratado ajuda na recuperação muscular e na performance durante os treinos. Em resumo, uma alimentação balanceada que inclua uma variedade de nutrientes é essencial para quem busca ganhar massa muscular. Otimizar sua dieta, alinhando-a com seu regime de exercícios, pode fazer toda a diferença nos resultados que você deseja alcançar. Conclusão Em conclusão, ganhar massa muscular é um objetivo que pode ser alcançado com dedicação tanto nos exercícios quanto na alimentação. Integrar práticas físicas, como flexões, agachamentos e elevações, à sua rotina, juntamente com uma dieta equilibrada e rica em proteínas, é fundamental para obter resultados eficazes. Além disso, a maneira como você se alimenta tem um impacto significativo no seu progresso. Garantir um suprimento adequado de calorias e os nutrientes certos é como preparar o solo para que as sementes do seu treinamento floresçam. Portanto, mantenha a disciplina e a consistência, e observe não apenas seu corpo se transformar, mas também sua saúde e bem-estar alcançarem novos patamares. Lembre-se: o caminho para o ganho muscular não envolve apenas realizar os exercícios, mas também entender a importância de nutrir seu corpo corretamente. Com os esforços certos, você poderá conquistar seus objetivos e desfrutar de um estilo de vida mais saudável e ativo! FAQ - Perguntas Frequentes sobre Ganho de Massa Muscular Quais são os melhores exercícios para ganhar massa muscular em casa? Os melhores exercícios incluem flexões, agachamentos, elevações laterais e abdominais remadores, todos facilmente executáveis em casa. É possível ganhar massa muscular sem equipamentos de academia? Sim! Você pode utilizar apenas o peso do seu corpo para realizar uma variedade de exercícios eficazes. Qual a importância da alimentação na musculação? A alimentação adequada fornece os nutrientes e calorias necessários para o crescimento muscular, ajudando na recuperação e no desempenho físico. Quantas vezes por semana devo treinar para ganhar massa muscular? Recomenda-se realizar exercícios pelo menos duas vezes por semana para cada grupo muscular. Como saber se estou consumindo proteína suficiente para ganhar massa muscular? Uma boa referência é consumir entre 1,6 a 2,2 gramas de proteína por quilo de peso corporal diariamente. Qual é a melhor forma de me manter hidratado durante o treinamento? Beba água antes, durante e após os exercícios, e considere incluir bebidas isotônicas durante treinos prolongados.
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beatrizglv11 · 3 months ago
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15 de novembro de 1895, o dia em que o maior clube do mundo foi fundado, obrigada seis jovens remadores.
"Se não houvesse o Flamengo pra eu torcer, não tinha graça o meu viver."
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wisteriavenusta · 4 months ago
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Mesmo que estejas na mira de me roubar e me lances com uma remada pelas costas no reino de Hades, terás sempre sido um bom remador.
Thomas Mann, Morte em Veneza.
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schoje · 6 months ago
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Foto: Daniel Hostin Desde setembro, a região central de Blumenau está recebendo obras de revitalização da iluminação pública. A melhoria dos pontos de luminosidade é perceptível para quem circula no entorno da Praça da Fonte Luminosa, na Rua das Palmeiras e no início da Rua 15 de Novembro até próximo a Rua Curt Hering. Entretanto, em consideração a comerciantes e ao próprio público que deve circular a região central da cidade na semana de Natal, a Diretoria de Iluminação Pública estará interrompendo a realização dos trabalhos a partir do sábado, dia 16, retomando aos serviços no dia 26 de dezembro. De acordo com o diretor de iluminação pública, Daniel Hostin, há uma boa perspectiva de conclusão da obra dentro do primeiro trimestre de 2024. “Já conseguimos atingir cerca de 40% do cronograma da revitalização e muito em breve, toda a região central estará contemplada com a benfeitoria”, reitera. Além de ampliar os pontos de luminosidade, a revitalização oferecerá maior segurança pública, eficiência energética e a própria economia com as manutenções. Lembrando que com a obra, as lâmpadas de sódio estão sendo substituídas pela tecnologia em led. "Estamos dando a devida atenção a região central, cuidando do Centro Histórico e dos patrimônios, para que estes se mantenham preservados e atrativos para contemplação da comunidade, bem como, dos turistas. Além de que, aumentando as condições de luminosidade, o município fica mais seguro", considera a vice-prefeita, Maria Regina Soar. Ao todo estão sendo investidos mais de R$ 7 milhões na melhoria, que será dividida em dois momentos. A etapa inicial da obra abrange desde o entorno da Praça da Fonte Luminosa, seguindo em direção à Rua das Palmeiras, Mausoléu, Museu da Cerveja, Praça Dr. Blumenau, Praça do Remador, além da Rua 15 de Novembro e transversais. O benefício também atenderá o entorno da Prefeitura. A revitalização da iluminação contempla a troca de todos os atuais postes, além da substituição das luminárias por tecnologia em led, o que garante eficiência energética e economia. A segunda etapa da obra, que terá início após a conclusão da primeira fase, contempla a revitalização da iluminação da Avenida Presidente Castelo (Beira-Rio), incluindo também novos postes, projetores e luminárias em led. Esta etapa deve iniciar somente em 2024. Assessor de Comunicação: Fernando Gonzaga Fonte: Prefeitura de Blumenau - SC
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flavia0vasco · 10 months ago
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SEQÜÊNCIA 12 - A ILHA DO PESCADOR
Diário
25/06/1900
Amanhã tem início a temporada de caça às baleias, que se estende até fins de setembro. Há 22 anos que me dedico a essa atividade. De quebra, a maior parte do ano vivo da pesca artesanal de pequenos peixes pra subsistência, morando na vila de pescadores, junto à rua XV. Há três meses minha filha de 10 anos, desfrutou do uso de uma Kodak Brownie nº 1, própria para crianças, mas que conquistou também minha curiosidade. Ganhei de minha Branca essa preciosidade, que só vem com 6 fotos, e nessa recente ocasião, aproveitei para eternizar numa delas a sua imagem doce, já sabendo que ia deixá-la. A foto, guardei-a entre as páginas do meu Diário. Quanto à minha Branca , deixei-a a um mês. Antes de nos despedirmos pela última vez sem que ela desconfiasse de minha partida me fotografou com sua própria câmera, dizendo que assim me teria sempre por perto.
As impressões chegaram hoje da França, que maravilha!  A caixinha de alumínio veio recarregada com um novo filme para novas fotos, que vou tratar de fazer valerem a pena. A chamada visão panorâmica não é a mais ideal, mas sim fotos tiradas a pouca distância do motivo, como me explicou Branca. Então, infelizmente, capturada a próxima baleia jubarte, evidentemente dado às suas dimensões, é certo que não consiga fotografá-la, como queria. Mas, conseguirei cenas de seu aproveitamento na armação da baía, com bons motivos, desde a coleta de seu óleo, às ossadas após seu destrinchamento, assim como a carne comestível, porém pouco apreciada, do grande mamífero. Amanhã embarco com a Brownie, munido do meu diário para registrar o outro lado do meu ofício.
15/07/1900
Acordei zonzo, sem saber onde estava. De algum modo, não me reconheci, quando senti meu rosto coçar, e levando a mão até ele, percebi que tinha crescido minha barba. Procurei logo um espelho, e na falta deste, algo lustroso em que me mirar. Não encontrei nada. Algo me dizia que me surpreenderia com minha própria imagem. Mais velho, e cansado, apesar de limpo. Logo que dei por mim, vi que não tinha roupas. Apenas um tapa-sexo, amarrado à cintura, feito de franjas de alguma fibra vegetal. Com algum esforço, tentei lembrar o que se passara, e apenas fragmentos me vieram à mente. Um enorme choque e o barco voou... e me veio toda a história:
No meu primeiro dia de caça no ano, madruguei, à espera da maré baixa. Meu café foi à base de água, e peixe frito passado na farinha de mandioca, do bocado que me cabia como pagamento. Sou arpoador, dos bons, modéstia às favas. Ganho bem por isso. Uma bagatela a mais que os demais, lanceiro, timoneiro e remadores. Não importa quanto eu casse. Os companheiros, 9 ao todo, cada um com uma tarefa, normalmente me esperavam pra zarpar. Mas, dessa vez era diferente. Eu tinha uma promessa a cumprir. Iria sozinho. Levava como prenda uma guirlanda de flores à Senhora do Mar. O mal nascera do abandono de mãe, na altura dos 29, grávida de parto difícil, e destino à beira de ser triste. A mãe quase morrera, e a criança prematura, desacreditada, chorava a falta do pai. Eu, arrependido, me havia com os descarregos pra que esta alcançasse a cura, tamanha a minha culpa.
Pedia pelo menino, que sobrevivesse, de mal nenhum sofresse. E eu voltaria. Icei velas, ao vento, e embarquei numa aventura repleta de esperança. Apesar do medo, meu ânimo não se abateu. Peguei no timão, e segui em frente, remando sempre, além da costa, de olho em algum cetáceo que cruzasse meu caminho. Não demorou muito, vi um baleote, que atraí jogando-lhe iscas, até que chegasse bem perto e pudesse feri-lo com meu arpão manual. Mantive-o ao lado do bote, enquanto seu sangue jorrava, e seus gemidos gritados alcançavam sua mãe, pega nessa armadilha, indo em socorro à sua cria. Antes que fosse capaz de atingí-la, ela deu meia volta e me atingiu de cheio, num golpe de calda, que primeiro me lançou contra o mastro, onde bati com a cabeça, desmaiando instantaneamente, e segundo me deixou à deriva, com o timão estilhaçado. Sua fúria, ainda que cheia de razão, não seria capaz de salvar o filhote. Ela então retomaria a rota a caminho de procriar.
Na volta, não sei como, dizem, me trouxe até essa ilha longínqua, quase morto de fome, sede, dor nas articulações e imundície, a própria baleia. Um ato de benevolência que me fez reconhecer a crueldade que eu cometera, tirando a vida de seu filhote. Era ali a sua rota de volta pra casa. Ainda um paraíso para os remanescentes da sua espécie. E aqui vou eu ficando. Meu próprio filho, inocente, sacrificado pela ausência do pai.
Tão logo concluiu o trecho, André supôs ser Branca, a mulher da foto. A própria amante do Pescador. Viu nisso, um fato íntimo que dizia muito sobre ele. Queria conhecer essa mulher. Saber quem era. O que fazia. De onde vinha. Qual seu papel na vida do Pescador. Afinal carregava um filho na barriga. E de quem seria a criança? Dele? Com essas perguntas na cabeça, André fechou o diário, e guardou-o de volta. Agora se via novamente com o desconhecido, sem saber onde estava, se sozinho ou não, ou o que fazer. Na mochila, guardava numa algibeira um pedaço de pão, carne seca e uns bolinhos de jenipapo. Sortimento providenciado por Curimã, o remeiro.
Antes de pensar em se limpar, resolveu comer. Depois sairia em busca de algum contato humano. Bebeu um gole d’água. Se enfastiou da comida. Não devia. Não contava com outra guarnição, sabia. Esteve, assim, por alguns instantes, sentado sobre a cama. Absorto em nada. Até que lhe soou ao longe um estrondo quebrando na água perto da praia. Correu até a porta, e ainda conseguiu ver um aguaceiro se desfazendo num anel de espuma. A cena parecia a de um submarino imergindo. André cogitou sem mais demoras que se tratava de um cetáceo. De uma coisa estava certo: de que encontrara o litoral dos caiçaras. A visão do animal só confirmava isso. E a cabana. Mas, em que ponto? Mal refletiu e, mais adiante, do fundo do mar, uma enorme cabeça de odontoceti, reconhecida como sendo a de um cachalote, emergiu. E ele não estava sozinho. A grande poça de espuma tinha sido cavada pela batida de sua calda ou a de um do grupo, contra a água. Com isso, André se viu mais aliviado. Com certeza havia habitantes nas redondezas. Mas, por outro lado, pelo estado abandonado em que encontrara a cabana, duvidava de que estivessem por perto. Ademais, não parecia ter nenhuma construção nas imediações. Ficaria feliz em ver adiante a estação baleeira. Pelo jeito, teria que varar um par de horas pra vasculhar alguma vizinhança. Isso teria que ficar para o dia seguinte. O sol já desaquecia por agora. E só arriscaria perambular por ali mesmo ainda sob a luz do dia. Também o candeeiro sem óleo, não lhe daria a vantagem de escapar das trevas mais à noite, até o sono vir. Sorte ainda poder recorrer à lanterna do celular e ao notebook, se sem avarias. Quanto a isso decidiu checar a câmera fotográfica e a do Iphone. A manual Eos estava guardada numa capa de couro, sem riscos. Quanto ao celular, foi tratar de botar o boné, e dependurar os óculos na blusa, pra sair e testar a câmera de vídeo. Mas, o dispositivo não ligou de primeira. A foto de Terêncio fora uma das últimas, juntamente com uns poucos vídeos da aldeia, produzidos até o término da recarga anterior do Power bank – lembrou. Lançou mão, então, de nova recarga, indo apanhar o carregador portátil, junto com o cabo.
Feito isso, após 30 minutos em que se deu a recarga, tempo em que permaneceu sentado na areia, deu a sorte de flagrar novamente os cetáceos, indo na direção deles, para uma tomada. Antes, porém, tirou os sapatos, deixando-os de lado, e foi molhar os pés na marola. Pra chegar mais perto. Faturou uma bela imagem do conjunto, para sua alegria, quando todo o grupo, no total de 10 indivíduos, subiu à tona pra respirar -- o que levou uns 10 minutos!  Um espetáculo!
Seu Iphone possuía função satélite. Funcionava em qualquer lugar, o mais remoto possível, sem wi-fi. Não fosse essa configuração para além da estratosfera, suas transmissões de dados não seriam possíveis, ali. Enviar ou receber arquivos de som e imagem entre seus dispositivos e os de outras pessoas estaria fora de cogitação. Se quisesse se ilhar completamente, de fato conseguiria sem essa tecnologia. Mas, seu calcanhar de Aquiles, não era não poder contar com um satélite, mas sim os limites do Power bank. Para escrever, muito do material digital gerado tinha que ser organizado. Não lhe restaria tanta bateria. Isso o apavorou. Sem internet, textos e fotos eram nada. A vida, ali, assim, era nada. Sobreviver era mais do que questão de pão e água. Era pura sanidade. Estava lançado à própria sorte. Isso o balançou quanto ao que no fundo o levara até lá. Isso, ainda um mistério pra ele mesmo.
Levou a mão nos sapatos, e caminhou pela orla, contornada de uma natureza exuberante. Vencidas as grandes pedras arredondadas e cinzentas, chegava-se a um platô verdejante repleto de espécies floridas. No solo atapetado de gramíneas, da trilha recuada além da orla, beiravam os coqueiros e as palmeiras, em profusão. Era uma cena paradisíaca. O azul turquesa do oceano a tudo rondava, a partir da areia clara e batida.
Pouco a pouco, não mais do que um ponto na imensidão, cresceu sobre a armação a figura insuspeita de André, ainda mal traçada, nos míopes olhos do mestre caiçara. Pé-ante-pé, cresceu indivisível a mancha sem, ainda, – repentina – lograr despertar o insólito. Para André a grande armação, pra sua surpresa, já se tornara real, deixados pra trás o par de quilômetros andados. A certa altura, o altear ressabiado das vozes uníssonas dos homens destrinchadores de baleias pairou sobre o vento e as ondas, sobrevoando o coro dos pássaros marinhos costeiros ... e, sob a aba do chapéu – mediante o alto e súbito burburinho --, Saulo virou-se, de rompante, levando as mãos, à sombra dos olhos, espremidos, que recuaram logo, incrédulos, ante a estupefata visão. Num cisco, arrancou da cabeça o velho chapéu, segurando-o firme numa das mãos, e alcançando os andaimes, célere, rumou à praia, embalado enérgico pelos braços abertos, e ao largo das passadas espaçadas. Seu ar sereno cedeu a feições retorcidas de espanto e perturbação durante a marcha. Adiante, pressuroso, mesmo tendo os pés bem treinados sob o peso da areia, alcançou todo arfante, a pouca distância que o separava de André. Levou na chegada, mecânico, o chapéu de volta à cabeça, brecando brusco - e, assim, estanque e mudo – mediu, abestalhado, a expressão do garoto.  
Estiveram, assim, por um tempo a se estudarem. Um gesto de ombros de Saulo, com os olhos arregalados ao arquear das sobrancelhas, superou momentaneamente a incomunicabilidade entre os dois. Inquiridoras, suas mãos ainda espalmadas pra cima esperavam uma reação:
André foi o primeiro a romper o silêncio:
- Sou André.
- André.
- Sim. Você me entende, certo?
- Sim. De onde?
- Longe.
- Como? Como parou aqui?
- O barqueiro. Paguei-lhe uma moeda.
Confuso, o mestre baleeiro chacoalhou a cabeça. O olho, arregalou. Buff ... -  baforou.
Tirou o chapéu, no peito. Esticou o braço, e meneando a mão, chamou:
- Vem, vem, vem ...
Deu, rápido, meia volta rumo à armação. Para além dela. Até um casebre. Entrou. Atrás, André. Verteu água de um pote de barro numa cuia. Ressabiado, ofereceu. Espanando, em seguida, na frente, a mão para que André a bebesse. Ele então tomou. A tomar pelo cintilar acobreado da luz áurea lá fora, já já a tarde fúlgida findaria. Se passasse o que fosse tudo teria que ser rápido.
Tirando de André a cuia vazia, Saulo reabasteceu-a, e tomou ele mesmo, um longo gole, espalmando as costas das mãos na boca molhada. Da fronte dele pingavam gotículas de água, sobre o rosto afogueado. As marcas da maturidade lhe sulcavam os veios principais da pele crispada, perfilado o busto desavantajado, sem corpulência atlética, mas compleição compacta e robusta, qual a de um homem meio baixo, que não conta por mais atributos do que um caráter honesto, e espírito tenaz.
Puxou o toco de tronco de árvore, que pareava com a tábua de madeira que servia de tampo de mesa, e deu pro rapaz sentar. De um canto a outro da parede foi procurar a rede em que dormia para servir de assento. Mais calmo, começou:
- O que você André faz aqui.
- O Pescador. Vim atrás das estórias e lendas dele.
- Cabana, Pescador. Vem de lá?
- Acho que sim. A casa tava abandonada.
- Casa amaldiçoada. Povo não mexe.
- Mexi. Não sabia onde ficar.
- Por quê Pescador?
- Meu tataravô era pescador. Desde pequeno gosto dessas estórias.
- Issu?
- Ah! A ilha. É um mistério pra mim. Uma promessa de fugir do mundo de onde venho.
- Amanhã folga armação. Saio com primeiro sol pra pescar. Você aqui aparece antes. E levantou.
André saiu.
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reglupin · 11 months ago
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Os navegadores mais famosos da Antiguidade foram os fenícios, mas os egípcios também garantiram a fama de grandes construtores de barcos. O sucesso nesse negócio é fácil de explicar: o Egito dependia das atividades econômicas desenvolvidas ao longo do rio Nilo e, portanto, de embarcações para transporte de pessoas e mercadorias. Nas águas calmas do Nilo sopra um vento norte, ideal para barcos a vela, leves e velozes. Para enfrentar a força das ondas do mar, no entanto, eram necessários barcos mais pesados e movidos a remos.
Nas guerras navais ou em patrulhamento contra ataques piratas, os contendores usavam embarcações a remo, que poderiam ou não estar equipadas com velas. Tudo dependia da estratégia dos comandantes militares. O ideal é que uma esquadra de guerra tivesse uma composição mista de embarcações leves, a vela, e pesadas, a remo, para executar manobras diferentes de ataque, abordagem e retirada durante batalhas em alto mar.
O barco de guerra mais rápido desse período histórico é o trireme e teria sido desenvolvido pelos gregos. A marinha grega utilizou esquadras compostas majoritariamente por triremes nas guerras do Mediterrâneo. O nome indica que os remadores eram dispostos em três níveis diferentes de altura no barco. Essa formação, geralmente com mais de um remador em cada remo, aumentava a força da propulsão e a capacidade da embarcação de responder com rapidez às mudanças de rota.
Havia também quinqueremes, as maiores embarcações de guerra da época, com capacidade para até 500 homens, dos quais 300 eram remadores, e 150 toneladas de peso. Ao contrário do que se poderia imaginar, o nome tem pouco a ver com o número de níveis dos remos. Quinqueremes podiam ter dois níveis de remos com dois ou três homens em cada ou três remos com dois remadores ou apenas um. Eram portentosas máquinas de ataque, mas perderam importância com a redução dos conflitos navais durante o Império Romano.
As táticas de ataque naval na época, quando ainda não se usavam canhões, resumiam-se a diferentes manobras de aproximação. Os barcos mais pesados, posicionados na linha de frente ou nas laterais da esquadra, aproximavam-se dos adversários tentando abalroá-los abaixo da linha do mar com esporões instalados na proa. Assim, afundavam a embarcação adversária.
Outra manobra consistia em buscar aproximação lateral com as embarcações inimigas. Desse modo, os soldados podiam desembarcar no deck vizinho por meio de uma ponte pênsil e iniciar uma batalha corporal. A operação era mais vantajosa, pois evitava a destruição do barco oponente e possibilitava a apropriação do dinheiro e da tripulação. Era a manobra preferida pelos romanos, porque a luta corporal nos conveses reproduzia uma batalha em terra firme. Os romanos eram considerados melhores soldados do que marinheiros.
Plutarco seguiu a mesma linha de raciocínio. Sua descrição da influência de Cleópatra sobre Marco Antônio é ainda mais passional do que a do colega. Na versão de Plutarco, Marco Antônio é um homem sem capacidade de decisão por estar dominado pela paixão por Cleópatra. Segundo essa versão, Marco Antônio agiu sob a influência dela.
“Era como se estivesse tomado pelo espírito dela e uma força imperiosa o levasse aonde ela estava”, escreveu Plutarco. Marco Antônio teria se esquecido de todo o resto, teria traído e abandonado os que lutavam e morriam em seu nome. Depois, no barco de Cleópatra, sentado no convés, sozinho e em silêncio, segurava a cabeça com as duas mãos, como se não acreditasse no acontecido.
Essa versão resistiu durante muito tempo porque os relatos de Cássio Dio e Plutarco são as principais fontes de informação sobre aquele episódio. E os dois, como já sabemos, serviam à causa de Otávio, ao responsabilizar o Egito e Cleópatra pelas decisões de Marco Antônio. Convenhamos que foi um jeito contraditório de salvar a pele de Marco Antônio. Em vez de desertor, ele foi transformado em um homem fraco, manipulável e sem vontade própria. Cleópatra, sempre ela, teria enfeitiçado Marco Antônio com magias egípcias. Essa versão não ajudou muito a biografia de Marco Antônio nos séculos seguintes, mas foi a que prevaleceu na história.
Mais recentemente, como tudo que diz respeito à vida de Cleópatra, essa versão passou por revisões. Não se colocam em dúvida os fatos relatados por Cássio e Plutarco. Cleópatra realmente mandou os marinheiros içarem as velas do barco e, aproveitando-se de um vento favorável, fugiu da guerra atravessando o bloqueio das forças de Otávio. Marco Antônio, que comandava outro barco, pulou para uma embarcação mais leve e juntou-se ao quinquereme (veja box) da companheira.
O que os historiadores contemporâneos contestam são os motivos pelos quais eles fizeram o que fizeram e a responsabilidade de cada um no episódio.
Argumentos técnicos contradizem a versão de Cássio de que a fuga de Cleópatra foi repentina e inesperada, um piti de madame. Segundo os defensores dessa teoria, atribuir os acontecimentos no Ácio a uma crise de TPM não faz sentido, porque seria ignorar a história pessoal dos comandantes.
O relato do historiador Cássio mostra uma Cleópatra frívola e histérica, que não suportou as tensões de uma guerra e fugiu, e trata Marco Antônio como um homem manipulado pela mulher. Seria isso mesmo? Duvidoso. A descrição do autor ignora a competência com que Cleópatra governou o Egito e a experiência de Marco Antônio como comandante militar nas conquistas romanas. Mesmo admitindo que os dois tenham perdido a inteligência por causa da paixão, é difícil acreditar que fugiriam de forma covarde no meio de uma batalha.
A análise dos movimentos navais do dia indica que o casal planejou a manobra de escape em minúcias e com antecedência. Vários detalhes sustentam essa versão. Na época, os navegadores já conheciam a direção dos ventos. Portanto, era improvável que um vento tivesse soprado “de repente” e beneficiado Cleópatra. É razoável supor que Marco Antônio e seus oficiais tivessem conhecimento das condições climáticas da região e da frequência dos ventos.
Para corroborar essa tese, os estudiosos lembram que as tropas de Marco Antônio tinham passado meses ancoradas no Ácio. Nesse tempo, prepararam-se para a batalha, estudaram o lugar e traçaram as estratégicas navais de combate. Portanto, os marinheiros e comandantes militares conheciam bem a região e os ventos muito antes de a guerra explodir.
Também parece sorte demais que Cleópatra estivesse a bordo de uma embarcação equipada ao mesmo tempo com remos e velas. Barcos de guerra costumavam ter apenas remos para evitar sobrepeso. Por isso, o mais provável é que o barco de Cleópatra tenha sido preparado com os dois sistemas de navegação para permitir aquele tipo de manobra escapatória.
Levando em conta esses elementos, acredita-se que Marco Antônio e seus oficiais sabiam o que faziam. Cleópatra teria içado as velas no exato momento em que o mar Jônico apresentava as melhores condições climáticas para aquela operação, tanto que o resultado foi um sucesso. Os barcos da rainha e de Marco Antônio escaparam sem um arranhão no casco. As embarcações de Otávio chegaram a perseguir os fugitivos, mas só alcançaram dois deles, e desistiram no meio da empreitada.
Resolvida essa questão, o problema é entender as razões pelas quais Marco Antônio e Cleópatra e seus comandantes militares colocaram aquela operação em andamento. Por que um general veterano das guerras romanas ao lado de Júlio César abandonaria seus homens em plena batalha naval? Por que ele não voltou para liderar e inspirá-los durante a batalha? Teria agido por paixão, para proteger Cleópatra? Ou por interesse político, para manter o poder sobre Roma a partir do Egito? Ele teria algum outro plano futuro para preservar o poder? Afinal, o que se passava na cabeça de Marco Antônio naquele momento?
Essas são as perguntas sem respostas até hoje. Ninguém sabe quais eram, de verdade, os objetivos e motivações de Marco Antônio e Cleópatra. O que os estudiosos militares e historiadores fazem é interpretar os reais interesses dos dois e imaginar suas razões a partir da análise da movimentação da sua esquadra e de seus soldados. Dentro dessa perspectiva, acredita-se que, ao fugirem da batalha no mar, o casal esperava ser seguido pelo resto da esquadra.
De fato, pelo menos 60 barcos conseguiram escapar da luta e acompanhá-los de volta a Alexandria. Os demais ficaram para trás. Muitas embarcações já não tinham espaço para manobras no mar, estavam sob ataque ou próximas demais dos adversários. Algumas ainda demoraram para se livrar do material excedente e das torres de guerra, plantadas nos decks para funcionar como base de lançamento de pedras e tochas, e foram atacadas pelos adversários.
Outra teoria em estudo garante que a fuga só aconteceu porque Marco Antônio tinha dado a batalha por perdida. A fuga seria o último recurso de sobrevivência – e ele a usou quando necessário. Analistas de batalhas navais explicam que ele posicionou as embarcações mais pesadas da esquadra na linha de frente para atacar o inimigo com força máxima. O problema é que os inimigos, comandados pelo general Marcos Agrippa, um homem experiente e maduro, responderam com embarcações leves e rápidas, escapando do adversário.
Com isso, a tropa de Otávio aproximou-se com mais facilidade dos barcos de Marco Antônio a ponto de desembarcar seus homens nos conveses inimigos. Na época, os barcos eram equipados com uma espécie de ponte pênsil para permitir a passagem de passageiros de um para outro. Nos conveses, os marinheiros lutavam como soldados do exército, sentiam-se em terra firme, enfrentando os inimigos no braço, com espadas e machados.
A Batalha do Ácio seria interpretada mais tarde como um conflito maior que simplesmente uma luta entre Otávio e Marco Antônio. Teria sido um enfrentamento “da superioridade” romana contra o “decadente e exótico" Egito.
A manobra de escape, segundo essa versão, fazia parte da estratégia preliminar dos comandantes da esquadra egípcia, mas deveria ser usada apenas em caso de derrota iminente. Marco Antônio deve ter concluído que já tinha perdido a guerra e usou-a. A manobra tinha vantagens. Escapando, os dois comandantes privariam Otávio da confirmação da vitória e da possibilidade de apropriar-se da fortuna do Egito de forma imediata. Era sabido que Otávio precisava de dinheiro e terras para pagar os soldados.
Quando a rainha do Egito mandou içar as velas do barco e bateu em retirada, os oficiais de Marco Antônio já davam a guerra por perdida. Os comandantes teriam decidido garantir a sobrevivência pela fuga na esperança de se agruparem mais tarde e retomarem a disputa contra Otávio. Essa hipótese não melhora muito a imagem de Marco Antônio, mas, pelo menos, dá a ele o benefício de ser visto como um comandante que cometeu um erro tático, não como um desertor sem caráter ou ética.
Há quem diga ainda que a estratégia de guerra de Marco Antônio estava equivocada desde o início. Ele optou por posições militares defensivas, como forma de garantir a segurança do Egito. O general avançou pela Grécia, mantendo as rotas de transporte de mantimentos e roupas e esperou os movimentos das forças de Otávio, que vinha pela Itália. As forças de Marco Antônio e Cleópatra acabaram encurraladas no Ácio e não tinham alternativa além de tentar escapar com o maior número possível de barcos e marinheiros.
Seja qual for a verdade sobre os acontecimentos no Ácio, o fato é que Marco Antônio saiu dele não apenas derrotado, mas também humilhado e desacreditado. Mesmo os mais entusiasmados analistas militares acreditam que há fatores incompreensíveis no comportamento dele e na estratégica de combate. A própria opção de uma guerra por mar parece irracional. Marco Antônio era um soldado do exército, experiente em batalha no chão. Quem tinha mais experiência em navegação era a tropa de Cleópatra. A opção pela batalha naval teria sido dela.
O fim da guerra, de qualquer forma, foi melancólico para a esquadra de Marco Antônio. No cair da noite daquele 2 de setembro, os marinheiros renderam-se aos comandantes dos navios de Otávio. No dia seguinte pela manhã, o confronto estava terminado. Os remanescentes das forças de Marco Antônio e Cleópatra ainda levaram uma semana para negociar os termos da rendição. Cássio descreveu assim os últimos momentos daquela batalha nas águas do mar Jônico:
[...] quando o fogo começou a destruir os barcos e os homens, longe de serem capazes de infligir qualquer mal aos adversários, os soldados de Marco Antônio sequer podiam salvar-se a si mesmos. A tropa de Otávio ainda içou velas na direção daqueles barcos com a esperança de ficar com o dinheiro do adversário, tentando debelar o fogo que eles mesmos haviam causado. Consequentemente, muitos desses homens também se tornaram vítimas das chamas e de sua própria ambição.
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aprendizmestre · 1 year ago
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² Tu pois, ó filho do homem, levanta uma lamentação sobre Tiro. ³ E dize a Tiro, que habita nas entradas do mar, e negocia com os povos em muitas ilhas: Assim diz o Senhor Deus: Ó Tiro, tu dizes: Eu sou perfeita em formosura. ⁴ No coração dos mares estão os teus termos; os que te edificaram aperfeiçoaram a tua formosura. ⁵ Fabricaram todos os teus conveses de faias de Senir; trouxeram cedros do Líbano para te fazerem mastros. ⁶ Fizeram os teus remos de carvalhos de Basã; os teus bancos fizeram-nos de marfim engastado em buxo das ilhas dos quiteus. ⁷ Linho fino bordado do Egito era a tua cortina, para te servir de vela; azul e púrpura das ilhas de Elisá era a tua cobertura. Ezequiel 27:2-7 ⁸ moradores de Sidom e de Arvade foram os teus remadores; os teus sábios, ó Tiro, que se achavam em ti, esses foram os teus pilotos. ⁹ Os anciãos de Gebal e seus sábios foram em ti os que consertavam as tuas fendas; todos os navios do mar e os marinheiros se acharam em ti, para tratarem dos teus negócios. ¹⁰ Os persas, e os lídios, e os de Pute eram no teu exército os teus soldados; escudos e capacetes penduraram em ti; eles manifestaram a tua beleza. ¹¹ Os filhos de Arvade e o teu exército estavam sobre os teus muros em redor, e os gamaditas nas tuas torres; penduravam os seus escudos nos teus muros em redor; eles aperfeiçoavam a tua formosura. Ezequiel 27:8-11 ²⁵ Os navios de Társis eram as tuas caravanas que traziam tuas mercadorias; e te encheste, e te glorificaste muito no meio dos mares. ²⁶ Os teus remadores te conduziram sobre grandes águas; o vento oriental te quebrou no meio dos mares. Ezequiel 27:12 “Társis fez negócios com você, tendo em vista os seus muitos bens; eles deram prata, ferro, estanho e chumbo em troca das suas mercadorias. Ezequiel 27:25,26 bye editor do site
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