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Após sua família ser assassinada, refugiado da África aceita Jesus e é batizado
Confira a novidade em https://ntgospel.com/testemunhos/apos-sua-familia-ser-assassinada-refugiado-da-africa-aceita-jesus-e-e-batizado
Após sua família ser assassinada, refugiado da África aceita Jesus e é batizado
O relato de Hamadi é uma saga de perdas e superações que se desenrola em meio à violência extrema na África. Ele testemunhou o assassinato brutal de seus irmãos e pai por extremistas islâmicos, e quando confrontado por um atacante, sua mãe sacrificou a pr��pria vida para garantir a fuga de Hamadi. O caminho para a Europa foi repleto de desafios, incluindo um perigoso naufrágio em um barco superlotado que custou vidas preciosas.
Ao chegar à costa, Hamadi, apesar de sobreviver à tragédia marítima, carregava um peso de culpa por estar entre os sobreviventes. Seu encontro com um ministério de refugiados marcou o início de uma nova jornada. Inicialmente relutante em se conectar, ele encontrou apoio e amizade em um cristão que o auxiliou na obtenção de documentos e emprego.
A pergunta sincera de Hamadi sobre o motivo do amor e ajuda que estava recebendo abriu uma oportunidade para seu amigo compartilhar o Evangelho. A analogia entre o sacrifício da mãe de Hamadi e o sacrifício de Jesus Cristo ressoou em seu coração, levando-o a aceitar a Cristo como seu Salvador. Agora, Hamadi está em processo de treinamento para se tornar um líder entre os refugiados, impactando vidas com a mensagem transformadora do Evangelho.
Segundo o guiame, o trabalho desses ministérios não se limita apenas à assistência prática; eles desempenham um papel fundamental na reconstrução emocional e espiritual de refugiados traumatizados. Além disso, testemunhos como o de Hamadi demonstram como o amor de Cristo pode romper fronteiras e transformar vidas, gerando um impacto que se estende às comunidades na África.
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Vila de Salem: Ambientação e Contexto
Os EUA ainda eram uma colônia inglesa. A região chamada de Nova Inglaterra (engloba os estados de Connecticut, Massachusetts e Maine) havia sido estabelecida por dissidentes religiosos que procuravam construir uma sociedade baseada na Bíblia de acordo com sua própria disciplina escolhida.
Entre 1689 e 1692, os nativos americanos continuaram a atacar muitos assentamentos ingleses ao longo da costa do Maine, levando ao abandono de alguns dos assentamentos e resultando em uma inundação de refugiados em áreas como o Condado de Essex - Condado onde fica a Vila de Salem.
Salem Village ou Vila de Salem (atual Danvers, Massachusetts) era uma vila de agricultores puritanos, que ficava a mais ou menos cinco quilômetros de distância da cidade portuária de Salem.(aproximadamente 15 minutos a cavalo ou 30 minutos a pé). A vila é conhecida por sua população fragmentada, que não só sofria de muitas disputas internas, mas também tinha uma relação tensa com a cidade de Salem (atualmente Salem). Os vizinhos da cidade grande consideravam a população muito briguenta e argumentadora.
A vila era povoada por imigrantes vindos de todas as partes da Europa, que pretendiam construir uma sociedade baseada em suas crenças religiosas e escravizados trazidos da África, mas moravam próximo ao vilarejo indígenas das nações Pequot, Massachusetts e Naumkeag.
Muitos reverendos passaram pela vila desde a sua fundação em 1636, nunca permanecendo mais do que um ano no local. até que em 1689, Samuel Parris, irmão do Chefe Comunal (Prefeito), Thomas Parris, assumiu a posição.
A elite dominante (liderada pelos Porter) discordou sobre a escolha de Parris como seu primeiro ministro ordenado, mas os aldeões concordaram em contratá-lo. O que acabou fazendo com que Porter, católico devoto, tivesse a desculpa perfeita para construir uma igreja.
No geral, a vila aceitava relativamente bem homens e mulheres em todos os tipos de trabalhos. Os puritanos acreditavam que homens e mulheres eram iguais aos olhos de Deus, mas não aos olhos do diabo. As almas das mulheres eram vistas como desprotegidas em seus chamados "corpos fracos e vulner��veis". Ainda sim, a crença puritana e a cultura predominante era que as mulheres eram inerentemente pecaminosas e mais suscetíveis à condenação do que os homens.
Eventos e fenômenos estranhos eram comuns em várias partes do lugarejo, o que assustava bastante os moradores. Os indígenas que moravam nas campinas e florestas mais próximas diziam que a terra era amaldiçoada, em especial os terreno da Igreja recém construida em homenagem a Santa Edwiges e a igreja cristã do pastor Parris. Nenhuma das nações tentou avisar os novos vizinhos, pois tinham a esperança de que eles acabassem indo embora por conta disso.
Na vila, há quem acredite nas falas do pastor Samuel Parris de que esses eventos são manifestações do demônio. Já os que acham que é crendices populares ou mentiras, geralmente, ficam do lado da família Porter
A família Porter é uma das mais influentes na região, inclusive há uma ligação dela com a coroa britânica. Eles acreditam que Samuel ou Thomas Parris são os responsáveis por criar e espalhar essas histórias.
Empenhado em acabar com a fama dos Parris, Joseph Porter convidou a Lucrezia Borgia (@queencwps) para abençoar a igreja que foi financiada com o dinheiro deles e de convidar a filha mais nova do rei para passar uma temporada na vila na esperança da história de bruxa, bruxaria e satanismo parassem.
Os Porter são próximos dos Ponsonby (@helterskxlter), Barthes (@litenengel) e Montgomery (@thelvmb ). A ideia deles é aumentar a influência para tirar os Parris do controle da cidade
A fortuna dos Porter vem de inúmeros investimentos em vários negócios, como a Brown Shipping and Yards. Por conta da empresa de navegação e entregas é comum a presença de estrangeiros e comerciantes de outras regiões, já que é a única que faz o transporte de carga pesada para aquela área da Nova Inglaterra, o açougue onde Yrsa (@thebxlly) trabalha.
Alheios a isso ainda tem a família Good. É uma casa composta por 7 mulheres, cujo chefe da casa se encontra sempre fora da cidade, já que ele dá aulas na universidade em Cambridge, há 5 horas de viagem dali.
Começaram os rumores de que a família na verdade é um coven de bruxas e que a matriarca da família, Amélia Good, seria a líder do coven, já que é vista sempre indo até a cidade indo buscar carregamento de livros na Brown Shipping and Yards em nome do marido. Por enquanto, são apenas rumores que ninguém acredita muito, porque Parris está focado em fechar o Prostíbulo local, conhecido como “Casa de Madame Berthe”, e é propriedade de uma cafetina de mesmo nome, que força um sotaque francês falso.
Leitura e erudição, no geral, é vista com maus olhos na Vila de Salem, a menos que você seja da nobreza, burguesia ou clero. Assim como associação com os indígenas e homossexualidade, mas as pessoas evitam comentar sobre porque ninguém quer ser o alvo do sermão do Reverendo Parris.
Pessoas Importantes
Samuel Parris (Michael Fassbender): O Reverendo da Paróquia da Vila de Salem. Casado e com filhos, a história conta que ele foi um dos acusadores responsáveis pelo julgamento das Bruxas de Salem. Era um ministro puritano que metade da Vila amava e a outra metade odiava. Autoritário e inflexível, o fanatismo e a paranoia de Parris, que via o diabo até na própria sombra, ajudaram a criar o clima de medo e histeria que marcou os julgamentos. Aqueles que não apoiavam suas visões religiosas ou políticas se tornavam alvos de desconfiança e, às vezes, relacionados aos supostos atos de bruxaria. Sua influência direta sobre as acusações iniciais e sua recusa em buscar reconciliação após os julgamentos deixaram marcas duradouras na história de Salem. Após os eventos, Parris perdeu o apoio da comunidade e foi forçado a deixar seu posto como pastor em 1696, vivendo uma vida obscura até sua morte em 1720.
Thomas Parris (Ralph Fiennes): Chefe Comunal (Prefeito). Thomas era um líder bastante respeitado na Vila de Salem, por ser justo, religioso e honesto com os moradores locais. Trouxe seu irmão, Samuel para ser o ministro da vila, já que nenhum ministro parecia agradar a população dividida entre radicais e progressistas, sendo o terceiro ministro no espaço de 5 anos. Ele foi um dos primeiros a apoiar as acusações feitas por sua sobrinha Betty Parris e por Abigail Williams, ajudando a legitimar os rumores de bruxaria na vila. Alguns historiadores argumentam que os irmãos Parris usaram os julgamentos para consolidar sua autoridade na comunidade. Após os eventos em 1692, Thomas nunca mais conseguiu vencer uma eleição, sendo forçado a se mudar para Boston - onde morreu alguns anos mais tarde - para fugir da fama de corrupto e covarde por não ter conseguido impedir a decapitação da própria esposa por bruxaria.
Ronald Faulkner (Sean Bean): Xerife de Salem. Faulkner é escocês e veio para Nova Inglaterra a mando do rei. Ele já está em fim de carreira e tem carta branca de Parris para controlar a cidade como bem entender. Ele tem dois assistentes, seu filho George e George Corwin, sobrinho do governador de Connecticut, que quer muito sua posição, apesar de não ter um pingo de preparo.
Edward Brown (Cillian Murphy): Dono da Brown Shipping and Yard. Brown é um ex - membro da Royal Navy e sócio de Joseph Porter na empresa. É solteiro e tem apenas uma irmã, ninguém nunca viu os dois no mesmo lugar, mas todo mundo finge que não acha isso estranho. Se mudou para a vila em 1688 e tem um negócio bastante promissor
Tituba (Rosario Dawson): Tituba foi uma mulher escravizada de origem indígena que desempenhou um papel central nos Julgamentos das Bruxas de Salem em 1692, em Massachusetts, na colônia puritana inglesa da América. Ela foi uma das primeiras pessoas acusadas de praticar bruxaria durante o famoso episódio de histeria coletiva. Tituba veio das ilhas do Caribe, possivelmente Barbados, onde nasceu e viveu antes de ser trazida para Salem por Samuel Parris. Por conta de sua origem, era comum vê-la visitando as nações indígenas na região.
Amelia Good (Kathryn Hahn): Matriarca da família Good. - Casada com o professor James Good, Amélia é uma mulher agradável, mas que evita muito contato com o mulherio da vila e proíbe que as filhas façam o mesmo. Há rumores de que na verdade a família é um coven de bruxas, já que são sempre vistas com livros para todos os lados.
Joseph Porter (Antônio Banderas): Patriarca da família Porter - Investidor e homem muito influente politicamente na região. Católico e devoto de Santa Edwiges, é o principal rival de Thomas e Samuel Parris, foi o responsável pela construção da Igreja de Santa Edwiges e por manter o mosteiro nas proximidades da cidade. Acredita que os Parris são os responsáveis pelo pânico satânico instaurado na vila e pelos eventos estranhos que ocorrem na região
Padre Johns (Wagner Moura): É o pároco trazido por Porter para rivalizar com os Parris. É um homem bastante progressista e educado, tendo inúmeros diplomas e graduações. É secretamente abolicionista e tenta ter a mente aberta quanto aos acontecimentos locais.
Lendas Locais
Bruxo da Floresta (@verswtile): Dizem que é um bruxo muito poderoso, capaz de cuidar de qualquer enfermidade. Aqueles que são atendidos por ele, desaparecem e reaparecem dias mais tardes, sem nenhuma lembrança do ocorrido, mas completamente curados de qualquer que seja a moléstia. Alguns dizem que é um escravizado que fugiu outros que é um indígena de olhos puxados, mas ninguém sabe ao certo se isso é real.
Cavaleiro Sem Cabeça: Ninguém nunca viu, mas é possível escutar se você ficar acordado passado a meia noite, os cascos de cavalo correndo as ruas de Salem. Os mais antigos dizem que é o fantasma de um soldado indígena conhecido como Cara de Cavalo e que teve sua cabeça arrancada por uma machadinha de um rival branco e inglês, por conta disso, ele cavalga à noite em busca de sua cabeça perdida, assombrando os moradores locais e carregando todas as pessoas brancas que estiver pela rua.
A Mulher de Branco: A Mulher de Branco é um espírito que aparece nas noites de lua cheia, na beira do cais de Salem, vestida inteiramente de branco e que vaga pela região, em busca do amor de sua vida, um marinheiro que foi embora e roubou seu coração. Há relatos de que seria muito feia, por isso tem um véu branco lhe cobrindo o rosto e depois de atacar o homem, desaparece sem deixar vestígio.
Zé do Caixão: É como chamam o homem de preto e olhos escuros que vem às fazendas no dia anterior de toda fuga de escravizados. Recebeu o nome por ter as unhas grandes bem parecidas com a do ao agente funerário local Dizem que se você não deixar um presente bom para o Zé do Caixão, todos os seus escravizados irão fugir e sua plantação será incendiada por ofender a entidade
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EPISÓDIO 45- J.P.BIMENI
Garimpando Bolachas- Episódio 45- J.P.BIMENI – Garimpando Bolachas J.P. Bimeni Jean Patrick Bimenyimana Serukamba Em seu álbum de estreia Free Me (2018), Bimeni, nascido no Burundi em 1976, surpreende com uma voz que embra Otis Redding no auge mas com a alma da África. Refugiado, que vive em Londres desde o início dos anos 2000. Suas canções de amor, perda, esperança e medo são transmitidas…
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Sem título #1 🇵🇹🇧🇷
Olha, moleque, hoje eu tô sem paciência pra ficar escrevendo em inglês, mesmo que eu seja fluente, escrever em outra língua cansa bastante e eu não tô com gracinha pra ficar demorando no post, mesmo que eu não tenho que traduzir letrinha por letrinha as merdas que eu falo, então, se você não fala português, só bota essa porra no google tradutor, tá? Estadunidense safado.
Essa história vai ser mais longa que a bingola do berimbau que eu vou tocar na apresentação da feira de ciéncias da minha escola, então se você quer me ver xingando esse moleque 24/7 nessa merda de post, pode vir aqui comifo que você vai ser MUUUUUITO BEM-VINDO(A), confia😇🙏🙏🙏🙏🙏
Enfim, tem um web-amigo meu português que conheci aqui no tumblr porque esse filhinho da putinha 🥰 entrou nas minhas dms pensando que eu era puta de esquina do tumblr enquanto eu era uma merda VIRGEM (Sim, Raul, até hoje me lembro disso, seu babaca do caralho, arrombado.)
E o 'problema' — por assim dizer — era que esse marginal, quando ele tá com tesão ele fica insuportável, porque parece que eu sou a única forma de contato (mesmo que virtual) de alguém com mais de um cromossomo X que ele tem na vida diária dele em uma dose frequente....mente PREOCUPANTE...
E aí ele fica me mandando uma cantadas, mesmo quando o assunto é seríssimo, é sério, eu só tava falando de como tava o meu breeding kink e ele ficou me mandando cantada, ex.: "vamos melhorar a estatística então, etc.", perguntei se ele tava me levando à sério em algum momento que aquele canalha tenebroso de merda, e sendo que ele falou que não, vou contar o que eu tava querendo falar pra vocês já que esse desgraçado não quer, e é bem simples, na verdade, só alonguei o post com toda essa bosta inutil pra fingir que tem algo de útil :3
O que eu vou falar agora é sobre a crise de imigração em massa à Europa, especialmente de muçulmanos, e alguns meses atrás alguns emigrantes paquistaneses (se não me engano) vandalizaram um monumento de pedra que era A Cruz de São Sebastião (não tneho certeza se foi a dele mesmo, mas foi uma), partindo ela ao meio, no caso com uma parte dela rachada e caída. E tem como notoriamente ver que com a violência de uma —talvez "minoria" (afinal, como você chama um grupo já numeroso de pessoas em ascensão de minoria?) — bem barulhenta por todos os lugares onde passam, que eles almejam por basicamente etnocídio.
"Ah mas, Alba, não tem ninguém sendo morto por causa da cultura" É, mas pelo menos AINDA. Etnocídio é classificado como a morte ("natural" ou não) de uma cultura, seja envolvendo seus genes, sua língua, práticas cerimoniais/religiosas, e coisas características. Como p.ex.: o que a maioria ESMAGADORA dos povos colonizadores quando chegaram nas Américas e em alguns pontos da áfrica, ou até o que aconteceu no Egito com o espalhamento do Islame, levando e enfraquecendo a cultura nativamente egípcia (para você ter noção, uma das poucas instituições ainda de pé hoje em dia que usam a língua descendente do egípcio falado em sua época de ouro, é a Igreja Copta e muitas poucas pessoas fora deste ramo sabem falá-la como está hoje em dia, sendo agora uma língua morta, por não ter nenhum falante nativo oficialmente reconhecido, sendo usada como língua eclesiástica).
Ou seja, este pessoal mal-intencionado (os "refugiados" que se passam por gente necessitada, pq todos nós aqui sabemos que tem muito refugiado que se prejudicou pq os refugiados falsos pioram as próprias condições de vida), está lá para basicamente iniciar um etnocídio com o povo europeu. E antes que você me chame de baba ovo de europeu, eu apenas gostaria de te informar que eu ODEIO europeu. (eu "infelizmente" tenho um preconceito considerável com quem, especialmente na internet, que eu conheço, mas excessões podem facilmente serem feitas, desde que a pessoa mostre ser de bom-caráter claro) E o motivo desse post é justamente falar que dependendo da região, não vai ter fácil defesa contra o europeu não!!
Vamos direto ao assunto, porque tenho aula amanhã (tenho que voltar para aquele emprego e trabalho escravo nem sequer remunerado que gasta metade das horas úteis do meu dia e desgasta a minha mente para um potencial maior para fazer uma boa mudança na sociedade)... NÃO TEM COMO VOCÊ SALVAR UM POVO, NAÇÃO OU PAÍS, QUANDO OS HOMENS DELA TEM FETICHE EM SER CORNO E/OU ESTUPRADO POR UM DOS CARAS QUE ESTÃO TENTANDO APAGÁ-LOS DA TERRA!!!
E nem tô falando de fetiche em negão, porque na maioria das vezes é só pq "costuma" ser dotado e quando algum arrombado tem fetiche em dominação mundial de uma raça ela ja é lelé da cuca mesmo, e olhe lá... EU TÔ FALANDO DOS CRIMINOSOS QUE ESTÃO INVADINDO A EUROPA!!
Realmente não tem como salvar esses bando de homem frouxo quando eles basicamente trm fetiche em ter a mulher deles tomada e ser usads como esposa de organização terrorista. Se você realmente quer que o europeu liberaleco acorde, não o defenda, se ele diz que a nação dele é forte.
Tem que botar é mais pra se foder mesmo!!
#untitled#yapping#professional yapper#portuguese#get mad about it#go argue with a wall#boring#stupid yapping#rant#texto longo#long text#long reads
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The Mapping Journey Project-Bouchara Khalili
Bouchra Khalili é uma artista e acadêmica franco-marroquina cuja prática multidisciplinar desenvolve estratégias colaborativas de narrativa com membros de comunidades excluídas da filiação cidadã. O The Mapping Journey Project de Khalili foi desenvolvido ao longo de três anos nas rotas de migração do Mediterrâneo, colaborando com refugiados e cidadãos apátridas do Norte e Leste da África, Oriente…
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Tribunal japonês reconhece refugiado gay norte-africano
Osaka, Japão, 05 de julho de 2024 – Agência de Notícias Kyodo – O Tribunal Distrital de Osaka ordenou nesta quinta-feira (4) que o governo japonês conceda status de refugiado a um homem que afirmou ter fugido de seu país no Norte da África após enfrentar perseguição por ser gay. A decisão inédita pode abrir um importante precedente para casos similares no país. O homem, na casa dos 30 anos,…
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Tragédia no Iêmen: Naufrágio de Barco com Migrantes Deixa ao Menos 49 Mortos e 140 Desaparecidos
Refugiados e migrantes continuam a arriscar a vida em rota perigosa, apesar da instabilidade no Iêmen e das consequências da guerra em Gaza. Pelo menos 49 pessoas morreram e outras 140 estão desaparecidas após o naufrágio de um barco que transportava refugiados e migrantes do Chifre da África para o Iêmen, informou a Organização Internacional para Migrações (OIM) das Nações Unidas. A embarcação…
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Malária: gestantes, crianças e pessoas vulneráveis são mais afetadas
Ao longo dos últimos anos, o progresso na redução da malária estagnou – a doença não apenas continua colocando em risco a saúde e a vida das pessoas, mas também perpetua um ciclo vicioso de desigualdade. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS) em razão do Dia Mundial da Malária, lembrado nesta quinta-feira (25). “Pessoas que vivem em situaç��es mais vulneráveis, incluindo gestantes, bebês, crianças menores de cinco anos, refugiados, migrantes, pessoas deslocadas internamente e povos indígenas continuam a ser desproporcionalmente afetadas”, analisa a entidade. Dados da OMS indicam que, em 2022, foram contabilizados 249 milhões de novos casos de malária, além de 608 mortes em todo o planeta. África Do total de casos de malária, 94% foram identificados no continente africano. A região responde ainda por 95% das mortes pela doença. Populações rurais que vivem em situação de pobreza e com menos acesso à educação são as mais atingidas. Diante do cenário, a OMS aponta que as metas estabelecidas para a redução da malária até 2025 não serão alcançadas. A entidade alerta ainda para barreiras em áreas como equidade no acesso à saúde, igualdade de gênero e direitos humanos nas estratégias de combate à malária. “Todas as pessoas deveriam ter direito a serviços de qualidade oportunos e acessíveis para prevenir, detectar e tratar a malária, mas essa não é uma realidade para todos”, destaca. Bebês e crianças Os dados mostram, ainda, que bebês e crianças pequenas seguem respondendo pelo maior número de mortes provocadas pela doença – em 2022, quatro em cada cinco mortes relacionadas à malária no continente africano foram contabilizadas entre crianças menores de cinco anos. Desigualdades no acesso à educação e a recursos financeiros, segundo a OMS, agravam ainda mais o risco. “Crianças menores de cinco anos de famílias pobres da África subsaariana têm cinco vezes mais chance de serem infectadas pela malária do que as de famílias mais ricas”, alerta a entidade. Gestantes A OMS salienta, ainda, que a gravidez reduz a imunidade da paciente para combater a malária, tornando gestantes mais suscetíveis a infecções e aumentando o risco da forma grave da doença e de morte. Desigualdades de gênero, portanto, aumentam o risco de contrair a doença. “Se não for tratada, a malária, durante a gravidez, pode causar anemia grave, morte materna, morte do feto, parto prematuro e recém-nascidos de baixo peso”, indica a OMS. Refugiados, migrantes e indígenas Por fim, a entidade lembra que alterações climáticas e emergências humanitárias, incluindo catástrofes naturais, além de conflitos em países onde a malária é considerada endêmica, deslocam populações e colocam pessoas em situação de vulnerabilidade para a doença. “Esses e outros grupos seguem sendo excluídos dos serviços que necessitam para prevenir, detectar e tratar a malária, dificultando o progresso na concretização de um mundo livre da doença”, concluiu a OMS. Recomendações Dentre as recomendações listadas pela entidade para o combate à malária figuram: - Acabar com a discriminação e o estigma; - Envolver comunidades na tomada de decisões em saúde; - Levar cuidados de saúde para perto de onde as pessoas vivem e trabalham, por meio da saúde primária; - Abordar fatores que aumentam os riscos de malária; - Incluir intervenções de controle da malária na cobertura universal de saúde. Como é a doença De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a malária é uma doença infecciosa, febril, aguda e potencialmente grave. Ela é causada pelo parasita do gênero Plasmodium, transmitido ao homem, na maioria das vezes, pela picada de mosquito do gênero Anopheles infectado, também conhecido como mosquito-prego. A doença, entretanto, também pode ser transmitida pelo compartilhamento de seringas, por transfusão de sangue ou da mãe para o feto durante a gravidez. Após a picada do mosquito transmissor, o parasita permanece incubado no corpo do indivíduo infectado por pelo menos uma semana. A seguir, surge um quadro clínico variável, que inclui calafrios, febre alta, sudorese e dor de cabeça. Podem ocorrer também dor muscular, taquicardia, aumento do baço e, por vezes, delírios. No caso de infecção pelo protozoário P. falciparum, também existe uma chance de se desenvolver o que se chama de malária cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença. Nesse quadro, além da febre, podem surgir dor de cabeça, ligeira rigidez na nuca, perturbações sensoriais, desorientação, sonolência ou excitação, convulsões e vômitos. O paciente pode chegar a entrar em coma. O tratamento da malária visa a eliminar o mais rapidamente possível o parasita da corrente sanguínea do paciente e deve ser iniciado o mais rapidamente possível. O tratamento imediato com medicamento antimalárico – até 24h após o início da febre – é considerado fundamental para prevenir complicações. Se o teste de diagnóstico não estiver acessível nas primeiras duas horas de atendimento, o tratamento com antimaláricos deve ser administrado com base no quadro clínico e epidemiológico do paciente. Brasil No Brasil, de acordo com a Fiocruz, há três espécies de parasitas Plasmodium que afetam o ser humano: P. falciparum, P. vivax e P. malariae. O mais agressivo é o P. falciparum, que se multiplica rapidamente na corrente sanguínea, destruindo de 2% a 25% do total de hemácias (glóbulos vermelhos) e provocando um quadro de anemia grave, além de pequenos coágulos que podem gerar problemas como tromboses e embolias em diversos órgãos do corpo. Já o P. Vivax, de modo geral, causa um tipo de malária mais branda, que não atinge mais do que 1% das hemácias, e é raramente mortal. No entanto, seu tratamento pode ser mais complicado, já que se aloja por mais tempo no fígado, dificultando sua eliminação. Além disso, pode haver diminuição do número de plaquetas, o que pode confundir a infecção com outra doença bastante comum, a dengue, retardando o diagnóstico. A doença provocada pela espécie P. malariae possui quadro clínico bem semelhante ao da malária causada pelo P. vivax. É possível que a pessoa acometida por este parasita tenha recaídas a longo prazo, podendo desenvolver a doença novamente anos mais tarde. Fonte: EBC SAÚDE Read the full article
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✊🏽🇵🇸 DECLARAÇÃO emitida pela reunião de facções palestinas em Moscou
As facções palestinas reunidas na cidade de Moscou expressam a sua gratidão e apreço aos líderes russos por acolherem as suas reuniões e pela sua posição de apoio à causa palestina. Afirmam, à luz da criminosa agressão sionista contra o nosso povo, as consequências positivas e o espírito construtivo que prevaleceram na reunião, e concordaram que as suas reuniões continuarão em rodadas. Um próximo diálogo para alcançar uma unidade nacional abrangente que inclua todas as forças e facções palestinas no quadro da Organização para a Libertação da Palestina, o único representante legítimo do povo palestino.
As facções afirmaram o seu acordo sobre as tarefas urgentes que o povo palestino enfrenta e a sua unidade de ação para alcançá-las, as mais importantes:
1- Enfrentar a criminosa agressão israelense e a guerra genocida travada contra o nosso povo na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém, com o apoio, assistência e participação dos Estados Unidos da América.
2- Resistir, parar e frustrar as tentativas de deslocar o nosso povo da sua terra natal, a Palestina, especialmente na Faixa de Gaza ou na Cisjordânia e Jerusalém, e enfatizar a ilegalidade dos colonatos e a sua expansão de acordo com as resoluções do Conselho de Segurança e a Assembleia Geral das Nações Unidas.
3- Trabalhar para levantar o cerco bárbaro imposto ao nosso povo na Faixa de Gaza e na Cisjordânia e prestar ajuda humanitária, vital e médica sem restrições ou condições.
4- Forçar o exército ocupante a retirar-se da Faixa de Gaza e impedir tentativas de estabelecer a sua ocupação ou controle sobre qualquer parte da Faixa de Gaza sob o pretexto de zonas tampão, e o resto dos territórios ocupados, e aderir à unidade de todos Territórios Palestinos de acordo com a Lei Básica.
5- Rejeitar qualquer tentativa de separar a Faixa de Gaza da Cisjordânia, incluindo Jerusalém, como parte dos esforços para privar o povo palestino do seu direito à autodeterminação e estabelecer o seu Estado livre e independente com plena soberania sobre todos os territórios palestinos ocupados, tendo Jerusalém como capital, de acordo com as resoluções internacionais.
6- Apoiar a firmeza heróica do nosso povo guerreiro e a sua resistência na Palestina e o seu entusiasmo em apoiar o nosso povo na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, especialmente em Jerusalém, e a sua corajosa resistência, para superar as feridas e a destruição causadas pela criminosa agressão, e reconstruir o que a ocupação destruiu, e apoiar as famílias dos mártires e dos feridos e todos aqueles que perderam as suas casas, propriedades e recursos.
7- Enfrentar as conspirações da ocupação e as contínuas violações contra a abençoada Mesquita de Al-Aqsa, e os seus ataques à liberdade de culto durante o mês sagrado do Ramadã, impedindo os fiéis de chegarem até ela e insistindo em resistir a qualquer dano à Mesquita de Al-Aqsa, a cidade de Jerusalém e seus lugares sagrados islâmicos e cristãos.
8- Apoio total aos corajosos homens e mulheres presos em prisões que são submetidos a diversas formas de tortura e opressão, e a determinação de priorizar a realização de todos os esforços possíveis para libertá-los do cativeiro da ocupação.
9- Enfatizar a protecção da Agência Internacional de Ajuda e o seu papel vital no cuidado dos refugiados palestinianos até que o seu regresso seja conseguido, e implementar a Resolução n.º 194 das Nações Unidas.
10- As facções palestinianas saúdam o Estado da África do Sul pelo seu apoio ao povo palestino e pelo seu papel fundamental na apresentação de um caso ao Tribunal Internacional de Justiça para responsabilizar a ocupação israelense pelo crime de genocídio.
Facções palestinas reunidas em Moscou
Sexta-feira, Sha'aban 20, 1445 H
Correspondente a 1º de março de 2024 DC
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Casablanca: um olhar profundo sobre o filme
Imagine se você estivesse vivendo em um período de guerra mundial. Se tivesse que escolher entre salvar sua vida e a vida de alguém que você ama muito, o que você faria? Este é o drama vivido pelo personagem Rick, do filme Casablanca! Sejam bem vindos à série Filmes de Todos os Tempos do canal Alfarrábios da Alma. Aqui eu conto um pouco sobre o filme, para você que ainda não assistiu, sem spoiler. E depois, teço alguns comentários mais profundos sobre o filme, do ponto de vista do autoconhecimento, do desenvolvimento pessoal e da espiritualidade, com um pouco de spoiler. Então, vamos pra telinha!
Resumo do Filme
O filme Casablanca é um dos mais importantes e conhecidos filmes de Hollywood (Hollywood – Wikipédia, a Enciclopédia Livre, 2023), lançado durante a Segunda Guerra, em 1942 e tratando do tema da guerra. No drama envolvente, Rick se vê dividido entre seu amor por Ilsa Lund (Ingrid Bergman) e seu senso de dever para com a causa aliada. O filme foi dirigido pelo austro-húngaro Michael Curtiz (Michael Curtiz – Wikipédia, a Enciclopédia Livre, 2023), que fez vários outros filmes importantes nos idos de 1940, tais como As aventuras de Robin Hood, Elvis Presley e Balada Sangrenta, além de diversos filmes de um ator muito famoso na época, chamado Errol Flynn (Casablanca (Filme) – Wikipédia, a Enciclopédia Livre, 2023). A história do filme foi uma adaptação da peça de teatro “Everybody Comes to Rick's” (Everybody Comes to Rick's, 2019), que em português seria “Todo mundo vem para o Rick”, uma peça não produzida, portanto só um esboço escrito por Murray Bennett e Joan Alison. Os autores, ilustres desconhecidos na época, viveram uma história verídica algo semelhante à história do filme e se baseiam nessa história para escrever a peça. Estrelado por Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, o filme conta a história de Rick Blaine, papel de Humphrey Bogart, proprietário do café do Rick, em Casablanca, uma cidade do Marrocos, na costa atlântica do norte da África (Casablanca – Wikipédia, a Enciclopédia Livre, 2023), que estava sob o domínio da França de Vichy e, consequentemente da Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial. Rick se vê dividido entre seu amor pela ex-namorada Ilsa Lund (Ingrid Bergman) e seu senso de dever para com a causa aliada. Rick tem como amigo e como pianista de seu bar o saudoso Sam, interpretado por Dooley Wilson (Dooley Wilson – Wikipédia, a Enciclopédia Livre, 2023), que toca a música imortalizada pelo filme “As Time Goes By”. Na peça original, baseada em alguns fatos vividos pelos escritores, eles encontraram de fato, na França, um pianista negro tocava jazz para uma multidão de franceses, nazistas e refugiados. Uma informação interessante é que o piano em que Sam toca "As Time Goes By" no filme foi leiloado, em novembro de 2014, por 2,9 milhões de dólares em Nova Iorque (As Time Goes By – Wikipédia, a Enciclopédia Livre, 2023). O filme foi produzido em 4 meses, de maio a agosto de 1942, e teve um custo de US$1.039.000 (Um milhão e trinta e nove mil dólares), tendo sido lançado em novembro do mesmo ano. O filme foi indicado a 8 oscars, tendo recebido de fato 3 oscars: - o de melhor filme, pela Warner Bros. tendo Hal B. Wallis como produtor; - o de melhor direção, por Michael Curtiz - o de melhor roteiro adaptado, por Julius J. Epstein, Philip G. Epstein e Howard Koch O filme também é considerado um clássico do cinema noir e um dos melhores filmes de amor já produzidos.
Um Olhar Profundo (Início do Spoiler)
Rick é um americano que vive em Casablanca desde que foi forçado a fugir dos Estados Unidos por causa de suas atividades antifascistas. Ele é dono do Rick's Café Américain, que é uma casa noturna frequentada por todo tipo de pessoa, incluindo refugiados e nazistas. A característica principal do bar de Rick é justamente a liberdade e a diversidade de pessoas que ali frequentam, desde que não provoquem brigas, nem confusões, as quais o Ricky reprime sem pena. Um dia, Rick recebe a visita de Ilsa Lund, uma mulher por quem ele foi apaixonado no passado, quando vivia em Paris. Ilsa é casada com Victor Laszlo (Paul Henreid), que é um líder da resistência tcheca que está sendo perseguido pelos nazistas. O casal precisa escapar de Casablanca e ir para o Estados Unidos, onde Lazlo poderá continuar sua luta contra o regime nazista. Existem 2 salvos-condutos que desapareceram, que são um misto de passaporte com visto de entrada num país, com validade determinada, mas ninguém sabe com quem estão. Estes documentos poderiam ser a chance de Lazlo e Ilsa saírem de Casablanca para os Estados Unidos. Será que os salvos-condutos estão nas mãos do Ricky? Estando ou não, Rick está relutante em ajudar Ilsa, pois ainda está magoado por ela o deixar esperando em uma estação de trem em Paris. Mas ele não sabe o porquê de Ilsa ter agido dessa forma (00:46). Ilsa procura por Ricky e pede ajuda para sair do país e ele concorda em ajudar. Ilsa imagina que ele tem os salvos-condutos e que eles irão fugir juntos, inclusive porque o próprio marido Lazlo aprova que ela vá embora sem ele. Mas Ilsa não concorda com isso. Ilsa acaba explicando a Rick que ela já era casada com Lazlo na época de Paris em que tiveram um caso. No entanto, não pode contar isso a Ricky, porque o próprio Lazlo não queria que ninguém soubesse que eles eram casados, para garantir a segurança dela. (01:21:00) Além disso, nessa mesma época, o marido havia sido capturado e jogado em um campo de concentração, de modo que Ilsa acreditava que o marido estivesse morto. Qual não foi sua surpresa quando o marido retornou vivo, logo depois de ela ter o caso com Ricky. Após as justificativas de Ilsa, Rick decide ajudá-la e prepara um plano de fuga, usando os dois salvos-condutos. Ilsa imagina que os documentos serão para ela e para o Ricky, porém Ilsa e Lazlo acompanham Rick ao aeroporto, junto com o chefe de polícia, estando este sob a mira de um revólver apontado por Rick. Nesse momento, Rick precisa fazer uma escolha: renunciar ao seu amor por Ilsa e ajudá-la a escapar com seu marido, ou escapar com ela de Casablanca, deixando Lazlo para trás. No final, Rick decide ajudar Ilsa e Laszlo a escaparem. Ilsa fica inconformada, mas Rick explica que ela tem um importante papel na vida de Lazlo e que Lazlo tem um papel importante como revolucionario contra o regime nazista, de modo que eles devem continuar sua missão nos Estados Unidos. Ou seja, Rick abdica de seu amor e coloca sua vida pessoal em segundo plano, em prol do bem comum, da luta por um ideal de justiça e humanidade. Em termos de autoconhecimento e espiritualidade, o filme ensina sobre o amor, o sacrifício e o senso de dever. A pessoa que ama e é abandonada, em primeiro lugar, ela tem a sensação de que não foi amada. No caso do Rick, ele e Ilsa combinaram de fugir juntos de Paris, para viverem juntos em uma outra realidade. Mas Ilsa deixa ele esperando na estação de trem com Sam e isso faz com que ele fique com ódio dela. E que tipo de amor é esse que se transforma em ódio? Esse é o amor condicional, é o amor egoísta. Porque a pessoa que tem amor no coração, ela vai compreender o outro e continuar amando. Mas com o passar do filme, nós percebemos que aquele ódio que Rick sente pela Ilsa é algo superficial. Mas que nas profundezas do seu coração, ele continua sentindo amor. E em que momento temos certeza de que aquele amor que o Rick começou a sentir em Paris continua sendo o mesmo amor e que é verdadeiro? No momento em que ele salva a Ilza e o marido Lazlo, dando a eles os salvos-condutos. Além disso, ele também mostra a sua nobreza de espírito, salvando o Lazlo, que é alguém que se dedica quase integralmente às causas aliadas, que seria o bem comum. Ou seja, ele abdicou de sua amada e abdicou de sua própria segurança, ficando em Casablanca, em prol de manter a vida de uma pessoa que luta pelo bem comum, que é Lazlo, e em prol da sua parceira, que é o combustível de Lazlo para continuar lutando pela causa. Se ele fosse um egoísta, ele certamente não teria a nobreza de dar o salvo-conduto ao Lazlo, marido da sua amada e teria ele mesmo ido com ela, deixando Lazlo em Casablanca sozinho, só esperando a morte. Se você se lembrar de uma conversa entre o marechal alemão e a Ilsa, o marechal disse para ela que Lazlo só tinha duas alternativas: a primeira opção era um salvo-conduto que o marechal daria ao Lazlo para que retornasse à França de Vichy, ou seja, uma opção péssima, porque a França de Vichy estava sob o domínio da Alemanha. E a segunda opção era a morte dele em Casablanca. (procurar trecho no filme) Veja que situação difícil: coloque-se no lugar do Rick. Se você estivesse em meio a uma guerra mundial e tivesse se apaixonado por uma pessoa casada. Se essa pessoa vem até você pedir sua ajuda para manter a vida do seu parceiro ou parceira, o que você faria? Você ajudaria essa pessoa que você ama? Você se aproveitaria da situação para eliminar o parceiro ou parceira dessa pessoa que você ama, para poder ficar com ela? Você não ajudaria simplesmente? Deixaria a pessoa sem ajuda, mesmo você tendo as condições para ajudar? Vamos complicar um pouco mais a situação? Vamos supor que esse parceiro ou parceira da pessoa que você ama fosse alguém importante para muitas pessoas? Fosse alguém crucial para ajudar a resolver um problema grande, relativo a uma cidade ou país? Vamos supor que essa pessoa fosse um revolucionário, capaz de mudar o mundo? Uma pessoa que, de alguma forma, tivesse o poder de uma mudança substancial para o bem, que fosse em uma pequena parte do mundo? E vamos supor que você não tem esse poder. Você permitiria que essa pessoa fosse salva no seu lugar, como fez o Rick? Aí é que está a diferença entre o egoísta e o virtuoso. O egoísta vai salvar a si mesmo e, talvez, a pessoa por quem ele é apaixonado. O virtuoso vai pesar a situação e tentar alguma solução em que ele possa se salvar, porque nenhuma vida é dispensável, muito menos a sua, e possa salvar também aquela pessoa que pode salvar o mundo. E não simplesmente deixar que essa pessoa morra, por ser alguém que ganhou uma competição de amor, ficando com a mulher que ele ama. Foi isso que o Rick fez: salvou alguém com quem ele competiu e perdeu, de certa forma. Mas ele fez isso porque sabia de suas próprias capacidades. Se você se lembrar, o Rick já era uma pessoa que vivia bem, ali em Casablanca. Ele também já era capaz de viver sem a sua amada Ilsa, porque já tinha aprendido a lidar com isso, com a solidão, com a tristeza. E ele conseguiu sobreviver e lutar pela sua própria vida em Casablanca, chegando a ser o dono de um bar que recebia todo tipo de pessoa, de qualquer nacionalidade, de qualquer corrente política. O Rick é uma pessoa admirável, no sentido de que aprendeu a lidar com as situações mais adversas, mesmo tendo se tornado um pouco rígido e duro, no fundo, ele é um sentimental, ele ajuda as pessoas que precisam. Mesmo que inicialmente ele demonstre um certo desprezo pela generosidade e até chegue a ser rude com as pessoas que pedem ajuda, ele sempre acaba ajudando a pessoa. Vejam o exemplo da moça que nem mesmo pediu ajuda a ele, apenas fez uma pergunta sobre o Capitão Renault (1:06:08). Mesmo assim, o Rick deu uma ajudinha para o marido da moça ganhar na roleta para ter o dinheiro dos vistos para a América. O Rick deixa claro em várias situações que ele é um egoísta durão. Mas nas suas atitudes, ele também mostra que tem um coração. Ou seja, ele é durão o bastante para se manter em Casablanca, um lugar cheio de surpresas e conflitos, onde passam estrangeiros de todo mundo, já que a cidade é o maior porto da África, e, na época, era considerado um centro de luta de poder entre potências inimigas europeias, que são França e Alemanha. Embora Casablanca estivesse sob o domínio francês, já que Marrocos só se tornou independente em 1956, temos que nos lembrar que, em 1942, em plena Segunda Guerra, parte da França estava sob o domínio da Alemanha. Rick sabe que é um pouco egoísta e por isso não se colocaria no lugar do Sr. Lazlo, que deu a vida pela revolução. Ele sabia que Lazlo era a pessoa capaz de fazer o sacrifício necessário por uma grande causa. E também sabia que o que dava força para que o Lazlo fizesse tal sacrifício, era justamente o amor que ele sentia pela Ilsa. Assim, Rick também sabia que, se ele tirasse a Ilsa de Lazlo, ele não teria mais a mesma força para continuar suas batalhas. A história de Rick, Ilsa e Lazlo lembra um pouco a história do Rei Arthur, Guinevere e Lancelot. O Rei Arthur seria equivalente a Lazlo. Guinevere seria Ilsa e Rick seria Lancelot. A história conta que o Rei Arthur, em seu papel de rei e, portanto, regente do povo, era casado com a Guinevere, que também era muito respeitosa com Arthur, assim como Ilsa, porém não era propriamente apaixonada por ele. Então, Guinevere conhece Lancelot em uma viagem em que este vai escoltá-la para se casar com Arthur. Assim, os dois se apaixonam, da mesma forma que Rick e Ilsa se apaixonam em Paris. Eles acabam tendo um caso e Ilsa trai o marido, assim como Guinevere traiu Arthur com Lancelot. A diferença é que o final da história de Rick é mais feliz que o destino de Lancelot, que acaba sendo enfeitiçado por Elaine, a prima de Guinevere, que se passa por Guinevere e tem um filho com ele. Por causa disso, Lancelot é expulso do reino pela Guinevere e enlouquece, enquanto Rick, ao contrário, fica bem consigo mesmo em Casablanca. Assim, fica claro que Rick já desenvolveu seu espírito um pouco além do seu ego, sendo uma pessoa capaz de enfrentar a solidão, na forma de solitude; sendo capaz de abdicar do seu amor, na forma de compaixão; sendo capaz de viver com alegria e generosidade em seu bar tão amigo da diversidade! Bem, espero que essas reflexões te ajudem a ter um olhar profundo sobre o filme Casablanca! Se você já assistiu, que tal assistir de novo com essa nova perspectiva? Se não assistiu ainda, pegue a sua pipoca, e bota pra estourar! Read the full article
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bandeiras brancas
Não tenho qualquer compaixão pelos membros do governo de Gaza, o Hamas, e do seu braço armado exclusivamente feito de homens, que espalha o terror a inocentes não só no estado vizinho como a algumas minorias dentro dos campos de "refugiados" , eufemismo para "concentração" , em que vivem 2 milhões de encurralados. Gente que assassina opositores conterrâneos, que acredita num deus intervencionista vingativo colonizando as mentes de inocentes com seus particulares credos patriarcais, um deus que só protege (e mal) os seus, matando em seu nome, quando o seu verdadeiro nome não é amor, é terror. Içam bandeiras e a bandeira da Palestina não me diz nada, é um pau e um pano para dividir 2 povos semitas milenares na Terra que cozinham um excelente húmus.
Não tenho qualquer compaixão pelos membros do governo de Israel feito de homens e mulheres que justificam a matança com a matança, que são neocolonialistas, que odeiam a separação de poderes, que são contra o amor entre pessoas de credos diferentes, que se enfurecem com o discurso corajosamente honesto de António Guterres ao contextualizar a escalada de ódio entre povos nas últimas décadas. Gente que acredita que a sua terra é a única prometida por um deus que só protege (e mal) os seus, mesmo com a ajuda de pentágonos, matando em seu Nome, quando o seu verdadeiro Nome não é amor, é terror. Içam bandeiras nos seus tanques e a bandeira de Israel também não me diz nada, é um pau e um pano para dividir 2 povos semitas da Terra que dizem "casa" da mesma maneira.
Tenho muito pouca compreensão por quem usa bandeiras simplistas nos seus perfis como se não fossem os dois povos a necessitar serem libertados destes líderes radicais religiosos nacionalistas. Como se o mundo "não fosse apenas de duas terras, a dos vivos e a dos mortos" . A bandeira das tréguas e a mesa redonda de negociações dizem-me alguma coisa.
Não acredito, nem penso que alguma vez acreditarei, que a mudança e o progresso se atinjam através de massacres. Sejam cometidos pelo oprimido, sejam cometidos pelo opressor que responde à violência do oprimido. Sejam na Irlanda do Norte Protestante, sejam na África do Sul Africâner, sejam na Índia do Império Britânico, sejam na Colômbia dos Narcos, sejam no Alabama do KKK, sejam no País Basco do vizinho Império Espanhol. A reconciliação e o perdão começam no cessar fogo. Uma bomba que mata famílias multiplica futuros terroristas como lemmings, não elimina os já existentes. Uma faca filmada que degola uma criança multiplica inimigos sedentos de genocídio, não tira do parlamento esses monstros que ordenam bombardeamentos e que querem a aniquilação do outro.
Os comentários nas redes sociais tornaram-se lugares também eles de guerra e de tomadas de posição de abjecto maniqueísmo. Insultam-se judeus, não se ataca Benjamin. Insultam - se muçulmanos, não se ataca Khaled Meshaal. Insultam-se moderados.
E deus e/ou alá, que até prova em contrário não tem/têm Twitter nem seguem a sic notícias no Instagram, parecem querer pouco saber do mundo. Lá onde estão e não surgem, fecham mais um saquinho mortuário e conversam sobre o facto de serem orgulhosamente a segunda maior razão para se morrer em toda a História Humana, logo a seguir a estar doente. Reparando que cá em baixo quem odeia é quem publica. Quem odeia é quem divide. Quem odeia é que quer vingança. Quem odeia é que parece ser maioria. Quando a grande e verdadeira maioria das gentes no mundo é a de quem defende a paz, a construção de pontes e o direito humanitário. As bandeirinhas levantadas por todos e todas deviam ser brancas. Gonçalo Fontes
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Vidas que importam
A visão das crianças famintas e doentes da etnia Yanomami, me lembrou as imagens da mesma fome desprezo e desumanidade, que assistimos há bastante tempo vindas da África.
Assistimos a tudo isso como se fosse um filme de terror e não a realidade da miséria que vemos também estampada nas ruas das grandes cidades brasileiras.
Da mesma forma que vemos hordas de refugiados morrendo nas travessias ou vivendo precariamente nos países que as ignoram.
Será que imaginamos que esses fatos não nos atingem?
Será que nos imaginamos em nossas redomas blindadas salvos de tudo isso?
Que mundo é esse afinal?
Enquanto isso países ricos gastam bilhões em armamentos, blindados e afins, queimando dinheiro em uma ridícula guerra.
Que humanidade é essa na qual algumas vidas valem mais que outras?
Ai que preguiça que me dá...
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EPISÓDIO 45- J.P.BIMENI
Garimpando Bolachas- Episódio 45- J.P.BIMENI – Garimpando Bolachas J.P. Bimeni Jean Patrick Bimenyimana Serukamba Em seu álbum de estreia Free Me (2018), Bimeni, nascido no Burundi em 1976, surpreende com uma voz que embra Otis Redding no auge mas com a alma da África. Refugiado, que vive em Londres desde o início dos anos 2000. Suas canções de amor, perda, esperança e medo são transmitidas…
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Putin, Biden e a Ucrânia
Putin e Biden conversarão sobre a Ucrânia e no início deste ano pretendem se reunir para discutir sobre o mesmo assunto, Putin em si já disse que os EUA o procura para falar o mesmo "blá blá blá" de sempre, mas o que a Rússia poderia fazer para vencer no jogo geopolítico pelo controle da Ucrânia com os EUA e UE? Quais cartas Putin tem sobre a mesa que deixariam os inimigos muito pressionados? Vou apresentar algumas delas aqui e nos comentários. Primeira opção 1: Sabendo que a Europa passa por uma crise do gás a Rússia taticamente já cortou o fornecimento de gás para a Alemanha, principal economia da UE, mas ainda resta uma cartada não utilizada por Putin, fora a parcela russa, a Europa é altamente dependente do fornecimento de gás da Argélia (país do Norte da África), isto é, ele sabe que a Argélia e o Marrocos estão com uma tensão próximo de uma guerra, já que ambos os países são hostis um ao outro por inúmeros motivos, como o financiamento da Argélia a separatistas no Norte do Marrocos (região autônoma) por onde passa os tubos que levam gás a Europa enquanto o Marrocos financia pessoas para desestabilizarem a Argélia. Para ser mais específico a Rússia podia financiar secretamente o Marrocos a tentar tomar o controle do norte do país com doação de armas, ou pedir a ajuda da China para isso. Uma guerra direta entre o Marrocos e Argélia no norte do Marrocos cortaria o fornecimento de gás para a Europa e ainda por cima aumentaria a quantidade de refugiados que atravessarão a fronteira norte do Marrocos com a Espanha para chegar na Europa, algo que já acontece em pequena escala, com isso a OTAN teria que intervir no conflito e tirar sua atenção da Ucrânia. Lembrando que a Rússia já faz isso financiando um grupo militar que quase tem o controle total da Líbia, vizinha da Argélia e por onde passam muitos refugiados para a Europa. Segunda opção: Putin pode usar o poder nuclear da Rússia como dissuasão e já está fazendo. Belarus aliada da Rússia que faz fronteira com dois países da OTAN quer mudar a constituição do país para poder receber armas nucleares, isto é, a Rússia pode usar armas nucleares russas em seu território que para a Rússia seria como um objeto de barganha, como se fosse uma indireta para os EUA "se você continuar me pressionando a deixar a Ucrânia fazer parte da OTAN eu vou começar a armar meus aliados com meus mísseis nucleares". Belarus pode ser o país inicial, a Rússia tem uma vasta opção de países onde pode colocar mísseis nucleares russos que ameaçariam os EUA dos quais estão o Irã, Venezuela, Cuba, Nicarágua, Sudão, etc. Terceira opção: Trabalhar com a China para desestabilizar países da OTAN. A China sendo o principal parceiro comercial na Europa, tendo portos europeus sob seu controle pode causar uma pressão econômica na região, afinal existem países ali que ameaçam cortar relações com a China para estreitar laços com Taiwan, o que dá motivos para a China ajudar a Rússia. Já a Rússia pode muito bem orquestrar a sua inteligência de espionagem a incitar tumultos nesses países da Europa, afinal o aumento no valor da energia no continente europeu e a inflação alta são um belo motivo para protestos. Quarta opção: Se por acaso a Ucrânia intervir em Dombass (região separatista pró-Russia) com fogo massivo a Rússia poderia utilizar isso como motivo para invadir e tomar o controle da região de uma vez por todas, mas a OTAN financiaria a Ucrânia a iniciar combates com a Rússia, então a opção dos russos será bombardear várias instalações militares ucranianas até chegar na capital Kiev, infelizmente vários civis ucranianos se candidataram para exército em prol da defesa do governo, isso acabaria com muitos civis mortos por bombardeios, o que dará argumentos para a OTAN chamar Putin de assassino, mas a OTAN em si não poderá intervir diretamente no conflito. Quinta opção: A Rússia poderia abrir caminho no leste da Europa para refugiados africanos, árabes e asiáticos poderem passar em direção a Europa. Atualmente a Europa só tem concentração de refugiados vindos pelo Sul e Oeste, a Rússia pode deixar o leste da Europa cheia de refugiados, assim como já fez entre Belarus e Polônia. Putin sabe da Xenofobia da Europa. Fonte: https://www.linkedin.com/posts/ryan-mendes-b7399917b_depois-dos-primeiros-casos-da-micron-aparentemente-activity-6879074973303087104-lrue Read the full article
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A Lista de Mendes: A história esquecida do diplomata português que salvou 30 mil do nazismo
Por Cláudio Tsuyoshi Suenaga
Em 14 de junho de 1940, a França é ocupada pelas tropas nazistas e o marechal Pétain (1856-1851) assina o armistício, instalando em Vichy a sede de um governo colaboracionista. Na cidade de Bordéus, sudoeste do país, afluem multidões de refugiados com a esperança de chegar à fronteira, atravessar a Espanha, entrar em Portugal e dali embarcar para a América. A Espanha do ditador Francisco Franco (1892-1975), apesar de oficialmente neutra, era descaradamente pró-nazi, de modo que só aqueles que podiam provar, com um visto português, que não tinham a intenção de permanecer, eram autorizados a entrar e passar – depressa – pelo território do país. Esta era outra tremenda dificuldade que se interpunha, pois poucas semanas depois do início da Segunda Guerra Mundial com a invasão da Polônia pelas tropas nazistas em 1º de setembro de 1939, o ministro dos Negócios Estrangeiros, o próprio ditador Antônio de Oliveira Salazar (1889-1970), igualmente alinhado com Hitler, já havia decretado instruções formais para a não emissão de vistos a determinadas categorias de refugiados, considerados indesejáveis – nomeadamente judeus, comunistas e antifascistas –, sem autorização prévia.
Foi em meio a esse quadro de perseguições, desalento e desespero que o cônsul-geral português em Bordéus, Aristides Sousa Mendes, se pôs a emitir vistos de entrada em Portugal a qualquer um que necessitasse, convertendo sua própria residência (imediatamente atrás dos escritórios do consulado, no Quai Louis XVIII) em abrigo temporário de refugiados. Dali partiam para Portugal, permanecendo em sua casa em Cabanas de Viriato, distrito de Viseu, enquanto não conseguiam embarcar para outros continentes.
Originário de uma família aristocrática, Aristides Sousa Mendes do Amaral e Abranches nasceu em 19 de julho de 1885, em Cabanas de Viriato, filho do juiz José de Sousa Mendes e de Maria Angelina Ribeiro de Abranches Castelo Branco. Tal como seu irmão gêmeo, César, licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra, em 1907. No ano seguinte casou-se com sua prima Angelina, com a qual teria 14 filhos. Em 1910 ingressou na carreira diplomática. Foi cônsul de Demerara (Guiana Francesa) em 1910; Zanzibar (África Oriental Britânica), entre 1911 e março de 1918, com exceção de grande parte de 1914 e 1915, que passou em Portugal por motivos de saúde; Curitiba, no Estado do Paraná, em 1918; São Francisco (EUA), entre 1921 e 1923; São Luís, no Maranhão, em 1924; Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em 1926; Vigo (Galiza-Espanha), em 1927; Antuérpia (Bélgica), em 1929; e Bordéus, a partir de 1º de agosto de 1938.
Na cidade de Curitiba, Sousa Mendes foi suspenso de suas funções e colocado na situação de disponibilidade, com uma redução considerável do vencimento. O despacho ministerial o apontava como elemento hostil ao regime político republicano e democrático então vigente em Portugal. César, que por essa altura era encarregado de negócios na Embaixada Portuguesa no Rio de Janeiro, ajudou na defesa de seu irmão enviando ao Ministério dos Negócios Estrangeiros uma representação assinada por 34 cidadãos portugueses residentes em Curitiba em defesa de Aristides “como protesto contra uma campanha miserável que ali lhe têm movido criaturas sem vislumbre de senso moral”. A defesa surtiu efeito e revogou-se a suspensão das funções diplomáticas. A punição que recebeu pelas suas convicções monárquicas e anti-republicanas só serviu para reforçá-las. Aristides aumentou legalmente o seu nome para Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches, reafirmando assim as suas raízes aristocráticas. Seu irmão fez o mesmo.
Ao ser nomeado para o prestigioso e lucrativo posto de cônsul-geral da Antuérpia, na Bélgica, em 7 de setembro de 1929, a carreira de Sousa Mendes chegava ao auge. No entanto, a duplicidade, a deslealdade e a intriga que caracterizavam o funcionamento interno do Palácio das Necessidades o revoltavam. Sonhava em ser capaz de algum dia desmascarar a corrupção no seio do Ministério dos Negócios Estrangeiros, mas ponderava que isso era impossível sob o regime vigente. “Quando um dia pudermos falar”, escrevia ele a César, “não nos calaremos”. Infelizmente esse dia nunca chegou. Seriam necessários muitos anos e a sua própria tragédia pessoal para que o seu descontentamento se cristalizasse em termos políticos. Ante a falta de decoro da cena política nacional, refugiava-se na fé. Daí as imagens religiosas em sua casa.
Entre 1936 e 1938, sem remuneração adicional de qualquer espécie, ocupou a posição de decano do corpo diplomático em Antuérpia, a despeito dos gastos adicionais que isso obviamente trazia. Logrou enorme êxito nessa função, como demonstram os numerosos artigos publicados na imprensa de língua francesa e flamenga. O rei belga Leopoldo III (1901-1983) lhe conferiu duas condecorações, fazendo-o oficial da Ordem de Leopoldo e comendador da Ordem da Coroa, a mais alta condecoração da Bélgica.
Sousa Mendes escreveu a Salazar em 1938, recordando-lhe, entre outras coisas, que era “o número 2 no respectivo quadro, sendo o mais antigo de todos os funcionários que preferiram a passagem ao corpo diplomático, em resposta a um inquérito do Ministério dos Negócios Estrangeiros”. Requerendo a chefia da missão de 2ª classe na missão diplomática chinesa ou na japonesa, em vez disso, em 1º de agosto daquele ano, Salazar transferiu-o para Bordéus, um lugar pouco atrativo. Sousa Mendes enviou dois telegramas ao ditador, pedindo para ser mantido em Antuérpia, mas não obteve reconsideração. Desta vez a renitência de Salazar revelar-se-ia positiva: o seu resultado final seria um incontável número de vidas salvas.
Católico dos mais conservadores, Sousa Mendes era, até ali, um partidário e funcionário fiel da ditadura salazarista. Somente causas profundas poderiam pôr em cheque suas convicções e mudar sua postura. E foram elas que o fizeram em 16 de junho de 1940. Ao sair do consulado, viu-se cercado pela multidão. Entre os aflitos, encontrou um amigo, o rabi Krueger, pai de cinco filhos e pensou que tinha de fazer algo por ele. Levou-o para o consulado e depois de refletir, decidiu que iria desrespeitar a ordem e emitir vistos para salvar aquela família. Ao propor isso ao rabi, ele teria respondido que só aceitaria se o cônsul desse vistos a todos os seus irmãos que estavam na rua.
Diante do impasse entre ajudar a salvar milhares de vidas humanas e cumprir a ordem de Salazar, Sousa Mendes enveredou pelo que chamou de “desobediência moral”, ou seja, “o dever de desobedecer que assiste aos funcionários e agentes da administração pública, quando a ordem não reúna todos os requisitos legais”. E assim, afirmou: “Não vou ficar impassível à janela e assistir à matança dos inocentes. Não, não e não! Não sou cúmplice da chacina, vou desobedecer a Salazar, vou passar os vistos e salvar os perseguidos. De agora em diante, darei vistos a todos. Não há mais nacionalidades, nem raças, nem religiões. Decidi seguir esse princípio mesmo que seja destituído. Devo agir corno cristão, como manda a minha consciência! Prefiro estar com Deus contra um homem, do que estar com um homem contra Deus”.
Durante três dias – 17, 18 e 19 de junho de 1940 –, quase sem dormir, Aristides de Sousa Mendes, com a ajuda da mulher, Angelina, do filho, Pedro Nuno, e do secretário José da Silva Ferreira de Seabra, atendeu milhares de pessoas que formavam longas filas nas escadas, dentro do edifício de Legação e fora deste, na rua, comprimindo-se em busca do almejado visto. Muitos foram assinados em plena rua, em uma pequena mesa que instalou na tentativa de salvar o maior número possível de refugiados. Em uma atitude considerada estranha, foi a diplomacia inglesa que alertou o governo de Portugal a respeito do cônsul que desafiava o protocolo diplomático, trabalhando fora de hora e em locais “impróprios”.
Começou por assinar o nome completo, a certa altura passou a assinar Sousa Mendes e, por fim, só assinava Mendes. Mais tarde mandou confeccionar um carimbo especial para que o processo pudesse caminhar ainda mais rápido.
Por ser o cônsul-geral na França, contatou os outros consulados e ordenou que também emitissem vistos. Entretanto, o cônsul de Bayonne, Faria Machado, recusou-se, alegando simplesmente a falta de pessoal. Sousa Mendes deslocou-se então àquele consulado e assumiu o comando da situação, apresentando-se aos colegas boquiabertos dizendo-lhes que agora já tinham mais um funcionário. Em ato contínuo, pôs-se a passar vistos, ajudado pelo funcionário consular Manuel Braga. Tudo em simples papéis carimbados, em que escrevia: “O governo português requer ao governo espanhol a cortesia de permitir ao portador circular livremente pela Espanha. Ele é refugiado do conflito europeu e está a caminho de Portugal”.
O cônsul passava vistos na rua, dentro do carro, em qualquer situação, em qualquer lugar e a qualquer pessoa que o solicitasse. Ao todo, entre judeus, perseguidos políticos ou apenas cidadãos que fugiam do fogo das armas, calcula-se que tenha salvado em torno de 30 mil pessoas. E nunca cobrou nada para passar os vistos, embora muitos lhe tivessem oferecido vultosas quantias. De acordo com o historiador israelense Yehuda Bauer (1926-), Sousa Mendes “foi responsável pela maior operação de resgate empreendida por uma única pessoa durante a barbárie nazista”.
Em 24 de junho de 1940, Salazar enviou dois telegramas acusando-o de “concessão abusiva de vistos em passaportes de estrangeiros” e ordenando que regressasse imediatamente a Lisboa. Acompanhado da família, o cônsul acatou a ordem, mas, mesmo a caminho de casa, continuou a distribuir vistos, às vezes quando os nazistas já estavam “nos calcanhares de suas vítimas”.
Ao passarem por Hendaya, já quase na Espanha, foi surpreendido por uma cena trágica: muitas centenas de refugiados apinhavam-se na zona da fronteira. O governo espanhol havia recebido a informação de que os vistos emitidos por ele já não eram válidos e não estavam permitindo que os refugiados entrassem no país. Desembaraçando-se dos agentes, não desistiu. Pediu aos refugiados que o seguissem e formou uma enorme caravana, que conduziu até outro posto fronteiriço.
Já em Portugal, o diplomata foi forçado ao exílio interno até sua morte. Viu a sua carreira de 30 anos de diplomata acabar, de forma drástica. Foi destituído do Ministério dos Negócios Estrangeiros e ficou em situação de “disponibilidade” com grande corte no vencimento. Também foi impedido de exercer atividades políticas e advocatícias.
Terminada a guerra em 1945, desaparecem as contingências que desaconselhavam a reapreciação de seu processo. Em carta enviada ao Presidente da Assembléia Nacional, refere-se a si próprio na terceira pessoa e reclama:
“Não pode porém suportar a evidente injustiça com que foi tratado e conduziu ao absurdo, a que pede seja posto rápido termo, de o reclamante ter sido severamente punido por factos pelos quais a Administração tem sido elogiada, em Portugal e no estrangeiro, manifestamente por engano, pois os encômios cabem ao país e à sua população cujos sentimentos altruístas e humanitários tiveram larga aplicação e retumbância universal, justamente devido à desobediência do reclamante. Em resumo, a atitude do Governo Português foi inconstitucional, antineutral e contrária aos sentimentos de humanidade e, portanto, insofismavelmente ‘contra a Nação’. Pede deferimento (a) – Aristides de Sousa Mendes”.
Não recebe qualquer resposta. É, pois, definitivamente condenado à miséria, ao ostracismo e à desonra.
O destino ainda lhe reservava outra tragédia pessoal. Em 25 de julho de 1948, sua esposa Angelina falecia aos 59 anos de idade, vítima de uma hemorragia cerebral, depois de ter permanecido em coma durante vários meses. O seu casamento, como todos os casamentos, não fora isento de problemas, mas Sousa Mendes amava profundamente a mulher e ela retribuía-lhe esse amor com uma devoção total a ele e à família. Ela aprovava e apoiava inteiramente as decisões que havia tomado em Bordéus, sem jamais tê-lo censurado pelas desastrosas consequências pessoais advindas. Ao seu modo discreto e apagado, partilhara os sofrimentos do marido, mas estes acabaram por rebentá-la antes a ela do que ele.
Aristides Sousa Mendes com sua esposa Angelina.
Aos poucos os seus 12 filhos (dois haviam falecido) venderam os bens e dispersaram-se por vários países. Em 1949, muitos deles emigraram para os EUA.
Aristides Sousa Mendes junto com sua esposa e filhos.
Em outubro daquele ano, Sousa Mendes resolve casar por procuração com a francesa Andrée, com quem tivera uma filha. No entanto, sabia ele que casar com Andrée poderia trazer graves consequências devido à instabilidade mental dela e à profunda hostilidade da família dele em relação a ela. Um dos motivos para efetuar o casamento parece ter sido o desejo de legitimar a filha, bem como, e principalmente, aplacar a solidão.
Em 3 de abril de 1954, aos 69 anos, Sousa Mendes morre pobre e desonrado, assistido apenas por um sobrinho, no Hospital da Ordem Terceira, um convento franciscano na rua Serpa Pinto, em Lisboa. A causa do óbito foi uma trombose cerebral agravada por pneumonia. Sua casa de Cabanas de Viriato, bem como os seus bens, foram vendidos em leilão público para saldar dívidas, ficando o seu interior completamente vazio e à mercê de invasores que ao longo dos anos a usaram para galinheiro, pocilga ou mesmo abrigo de rebanhos. A sua morte passou despercebida em Portugal. Em Léopoldville, capital do Congo Belga, um refugiado o qual ele ajudara lembrou-se do cônsul e escreveu na necrologia de um jornal: “Un grand ami de la Belgique est mort”.
A verdade sobre o que realmente tinha acontecido foi silenciada pelo regime de Salazar. Nem mesmo durante o processo disciplinar, realizado à porta fechada, se apurariam todos os fatos.
Cabe lembrar que foi a abertura política e a instauração da democracia em Portugal com a Revolução dos Cravos em abril de 1974, que permitiram a reelaboração de novas visões e concepções acerca da história e da identidade nacional, agora desvinculadas de uma postura nacionalista estreita e voltadas à recuperação das heranças árabe e judaica. Abriram-se assim os arquivos e se fez surgir à luz do dia a riqueza da contribuição judaica, desde os primórdios da nacionalidade até o decreto de expulsão, no século XV, bem como os horrores das conversões forçadas e das torturas infligidas pela Santa Inquisição. Portugal reencontra-se com os seus judeus, incrementando-se o interesse dos historiadores e demais estudiosos sobre as questões judaicas, em um processo de identificação histórica por parte de setores significativos da população.
Concomitantemente, só então se começou a conhecer os pormenores da situação vivida por esse diplomata e compreender a importância do seu gesto, iniciando-se uma ampla campanha pela reabilitação de seu nome, que só se concluiu em 1988, quando o Parlamento o livrou dos opróbrios lançados em seu currículo pelos “inquisidores” de Salazar
Reconhecimento tardio
Em 1958, Joana, uma das filhas de Sousa Mendes, que vivia em Nova York, escreveu ao primeiro-ministro israelita, David Ben-Gurion (1886-1973), falando-lhe de seu pai. Este ordenou uma investigação sobre as alegações de Joana e, em 1961, o gabinete do primeiro-ministro a informou que 20 árvores haviam sido plantadas em memória de seu pai na Floresta dos Mártires, em Jerusalém.
A Floresta, situada nos terrenos do Museu Israelita do Holocausto Yad Vashem, recorda as vítimas e “gentios justos” que ajudaram judeus durante a Segunda Guerra. Hoje o bosque conta com 30 mil árvores, simbolizando cada uma das vidas que salvou. Yad Vashem (Autoridade para a Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto), é a organização estatal israelita que autentica as declarações sobre gentios justos. Muitos dos refugiados que Sousa Mendes salvou emigraram mais tarde para Israel.
Yad Vashem tornou a homenagear Sousa Mendes em 1967, desta vez com a sua mais alta distinção, uma medalha comemorativa com a inscrição do Talmude “Quem salva uma vida humana é como se salvasse um mundo inteiro”. A cerimônia, que ocorreu em Nova York, sequer foi noticiada pela imprensa portuguesa, amordaçada pela censura salazarista.
Homenagem a Aristides de Sousa Mendes (Justo entre as Nações) no Yad Vashem de Jerusalém. Foto de
Sentindo-se encorajada com as honrarias prestadas por Israel, em 18 de janeiro de 1969 Joana escreveu diretamente ao presidente português Américo Tomás: “A minha maior aspiração é ver a memória de meu pai reabilitada pelo Governo da Nação Portuguesa, pois a sua grande obra humanitária enaltece e dignifica profundamente Portugal e o seu nobre povo, assim como a nossa história diplomática. É pois do íntimo da minha alma que rogo a V.Ex.ª se digne interceder junto do Governo pela reabilitação da memória do meu querido pai.”
Não obteve resposta à sua solicitação.
Em Portugal, a família de Sousa Mendes só conseguiu a atenção de dois jornalistas. Em 4 de maio de 1976, duas semanas antes de Melo Antunes ordenar a investigação do caso, o Diário Popular publicou um artigo de António Colaço intitulado: “À espera de reabilitação póstuma de um português que Salazar castigou por ter salvado milhares de judeus das garras nazis”. Em 22 de fevereiro de 1979, António Carvalho escreveu em A Capital acerca de “um justo português”, no artigo “Testemunhas do Holocausto”.
Ainda em 1979, o presidente Mário Soares concede, a título póstumo, a “Ordem da Liberdade” a Aristides de Sousa Mendes.
Em 1988, depois de muitas resistências, a Assembleia da República e o governo português, pressionados pelos filhos de Sousa Mendes e pelos norte-americanos (entre estes o congressista Tony Coelho), finalmente procedem à reabilitação do cônsul.
“Quando aparece alguém como Aristides de Sousa Mendes podemos acreditar que a humanidade ainda existe. Sempre que há guerras e horrores, há também a esperança, que nos chega através destes homens e mulheres”, afirmou António Moncada de Sousa Mendes, neto do cônsul, durante um jantar em homenagem a este organizado pelo Rotary Clube de Silves, na Fábrica do Inglês, em 26 de outubro de 2000. António Moncada e o conselheiro da Embaixada de Israel em Portugal, Reda Mansour, foram a Silves a pedido do Rotary, que todos os anos, em determinadas épocas, destaca algumas pessoas e as suas atividades, durante as suas reuniões. Ambos traçaram o perfil e expuseram os fatos que fizeram de Sousa Mendes um homem especial e perseguido.
Os presentes nesse encontro, entre os quais João Leal (representante do governador civil), José Manuel Pearce de Azevedo (ex-cônsul britânico no Algarve), Ralf Pinto (representante da comunidade judaica do Algarve) e Francisco Aleixo (representante do governador do distrito rotário), ficaram visivelmente impressionados com tudo o que foi dito sobre Sousa Mendes.
No início de 2002, a revista Visão, de Portugal, realizou uma ampla pesquisa para eleger o “personagem de língua portuguesa” do século XX. O ditador Oliveira Salazar, devido a sua forte – e polêmica – presença na história recente do país, foi o nome mais lembrado. Em segundo lugar, para surpresa geral, à frente de personalidades como Fernando Pessoa, Amália Rodrigues e tantas outras, foi eleito Aristides Sousa Mendes!
Em 23 de abril de 2002, as comunidades luso-brasileira e judaica em São Paulo prestaram conjuntamente uma homenagem ao cônsul. Durante o evento, realizado no clube A Hebraica, em São Paulo, a maior e mais tradicional instituição judaica da América Latina, foi descerrado o busto de Sousa Mendes, esculpido pelo artista plástico Santos Lopes e oferecido à comunidade judaica paulistana pelo Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo. Além disso, uma exposição organizada pela Hebraica, pelo consulado geral de Portugal em São Paulo e pelo Instituto Camões, procurou recontar a história de Mendes por meio de 21 painéis com fotos e documentos vindos diretamente do Museu da República e Resistência da Fundação Aristides de Sousa Mendes, de Lisboa.
A iniciativa teria partido do membro do Conselho Permanente das Comunidades e ocupante de outros cargos na comunidade luso-brasileira, o advogado Antonio de Almeida e Silva, juntamente com José Magalhães e Rui Mota e Costa.
Os destaques foram a presença do neto de Aristides Sousa Mendes, Álvaro dos Santos Mendes, que veio de Portugal especialmente para a homenagem, e de Maria de Jesus Barroso Soares, presidente da Fundação Aristides de Sousa Mendes e esposa do ex-presidente de Portugal, Mário Soares. Também estiveram presentes o presidente de A Hebraica, Hélio Bobrow, o cônsul de Israel, Medad Medina, o cônsul de Portugal, Domingos Fezas Vidal, e o presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo, Antônio dos Ramos.
Em 17 de junho de 2004, marcando a data em que Sousa Mendes começou a passar vistos aos refugiados e em memória aos 50 anos de sua morte, igrejas e sinagogas de mais de 30 cidades por todo o mundo prestaram-lhe homenagens. Em Lisboa, a missa foi celebrada pelo cardeal-patriarca dom José Policarpo, e contou com a presença de representantes das comunidades judaica e muçulmana, membros da família Sousa Mendes e da fundação com o seu nome. A iniciativa partiu da Fundação Raoul Wallenberg, com o apoio do Vaticano, da Presidência da República e do Ministério dos Negócios Estrangeiros português, do Comitê Internacional Ângelo Roncalli e de várias fundações.
Sousa Mendes integra uma restrita lista de heróis humanitários da Segunda Guerra Mundial, ao lado de nomes como Oskar Schindler (1908-1974), do diplomata sueco Raoul Wallenberg (1912-1947), que salvou 20 mil judeus húngaros do extermínio, do chefe de Polícia do Cantão de St. Gallen (leste da Suíça), Paul Grüninger (1891-1972), que em 1940 falsificou passaportes, salvando três mil judeus, e de Chiune Sugihara (1900-1986), vice-cônsul japonês em Kaunas, então capital da Lituânia, que em 1940 concedeu vistos para seis mil de judeus fugirem passando pelo Japão, mesmo contra a vontade do governo japonês e num cenário político de alto risco. Sua ação, tal como a de Sousa Mendes, acarretou-lhe a exoneração de Ministério das Relações Exteriores. Ao retornar ao Japão, em 1947, enfrentou graves problemas financeiros.
De todos eles, Sousa Mendes talvez seja o nome menos conhecido, embora tenha salvado o maior número de vidas.
O pesquisador Vasco Marques Paula, nascido em 1926 na cidade portuguesa de Cintra – onde seu pai, um oficial do exército anti-salazarista, servia no campo de aviação – desembarcou no Brasil em 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, na condição de exilado político. Justamente por ter sofrido, juntamente com sua família, as injunções de quem é sumariamente expulso de sua pátria por um regime totalitário, tornou-se um dos maiores defensores e propaladores dos atos de Sousa Mendes, a ponto de, a partir de março de 2002, mesmo sem contar com outros recursos financeiros a não ser o minguado salário de aposentado e de vendedor de lembrancinhas num quiosque da Praça de Artesanato de Mongaguá (cidade balneária do litoral sul paulista), onde residia, começar a enviar cartas – todas elas devidamente acompanhadas de uma fita cassete contendo a gravação da reportagem de uma rádio portuguesa sobre o cônsul – a vários meios de comunicação, embaixadas, consulados, governos, prefeituras, organizações, associações etc., incluindo o próprio presidente da República do Brasil (à época Fernando Henrique Cardoso), conclamando-lhes pelo reconhecido público da figura de Sousa Mendes.
Sobre esse seu devotado empenho, diz ele: “Eu tenho que fazer, eu tenho que divulgar, já que a imprensa, o rádio e a televisão não fazem nada. E as embaixadas e os consulados nada fazem. Então resolvi fazer alguma coisa, que é pouco, mas é alguma coisa”.
Vasco Marques Paula. Foto de Cláudio Tsuyoshi Suenaga.
Qualquer comparação com Schindler é veementemente repudiada por Vasco: “Não há como comparar Schindler com Sousa Mendes. Schindler era um nazista, portanto um porco irracional, um sujo. Schindler jamais pensou em salvar quem quer que fosse. Schindler simplesmente explorou judeus com cujo trabalho em sua fábrica de panelas enriqueceu. Ele tinha fábrica de panelas e talheres que fornecia ao exército alemão. Arranjou uma fortuna extraordinária, porque não pagava a mão-de-obra, dava apenas comida. Não há comparação possível entre um porco e um homem extraordinário como Aristides de Sousa Mendes, que concedeu os 30 mil vistos de entrada em Portugal, graças aos quais 30 mil judeus se safaram das câmaras de gás e da morte, ao passo que arruinou-se e a própria família, mulher e 14 filhos. E acabou por morrer na miséria, abandonado e esquecido por todos os 30 mil que salvou”.
Vasco Marques Paula e Cláudio Tsuyoshi Suenaga, em foto do advogado Northon Salomão de Oliveira.
Frequentemente surgem correlações entre a figura de Schindler, que tinha até carteirinha do Partido Nazista, e a de Sousa Mendes, que até os 55 anos era um salazarista ferrenho. Schindler e Sousa Mendes salvaram milhares de pessoas dos campos de concentração nazistas, mas são figuras bem distintas. Enquanto o primeiro era um bon vivant, um homem sem princípios, orientado unicamente pelo propósito de enriquecer, o segundo era um devotado pai de família e diplomata. Como asseverou Vasco, Schindler se interessava pelos judeus apenas como mão-de-obra barata para sua fábrica, daí ter poupado mil vidas; Sousa Mendes se preocupou em ajudar as pessoas, indiscriminada e desprendidamente, atendendo aos apelos dos refugiados. Agiu por conta própria, contra a lei do Estado Novo salazarista, sem ajuda de ninguém e sem ganhar nada, e fê-lo em 1940, no início da guerra, enquanto Schindler só agiu em 1944. Por esses motivos é que a preferência do cineasta Steven Spielberg em filmar a vida Schindler tenha soado tão mal, mormente àqueles que conheciam a vida e os feitos de Sousa Mendes e de outros muito mais autênticos e inquestionáveis beneméritos.
O advogado Northon Salomão de Oliveira com Vasco Marques Paula em foto de Cláudio Tsuyoshi Suenaga.
Apesar das inúmeras homenagens que foram prestadas ao cônsul – aliás, todas tardiamente –, ainda não se fez justiça a esse homem extraordinário que sempre recusou a notoriedade e nunca viu seus atos como dignos de grandes honrarias, julgando ter apenas agido segundo sua consciência. Seu nome precisa ser reverenciado à altura, e seus feitos divulgados massivamente e integrados ao currículo escolar, não ficando restrito apenas a determinados círculos e segmentos. É dever precípuo dos historiadores, sociólogos e demais especialistas em ciências humanas, debruçarem-se sobre a sua vida e produzirem obras de peso resgatando as lições e os legados que deixou para as gerações futuras. Todas as iniciativas, portanto, são importantes para que o mundo, enfim, tome conhecimento de uma personalidade que marcou o século XX e para que o espírito humanitário, que se encontra cada vez mais ameaçado, jamais pereça.
Leia abaixo esta matéria de Cláudio Suenaga em versão sintetetizada que foi publicada sob o título de "A Lista de Mendes” na revista Aventuras na História, “Coleção Grandes Guerras – Segunda Guerra Mundial: Do Dia D até a Vitória” (São Paulo, Editora Abril, edição 6, maio de 2005, p.37).
Fontes consultadas
Dorlhiac, Gabriella. “O ‘Schindler português’ salvou 30 mil”, in O Estado de S. Paulo, 22-04-2002.
Leitão, Olga e Salomão, Levy. “O Schindler Português: Aristides Sousa Mendes”, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1998-99.
“Aristides Sousa Mendes, uma esperança no tempo triste da guerra”, in Naus’s (Revista luso-brasileira), maio de 2002, n° 79, ano 7, p. 13-15.
“Casa do Passal assegura apoio ao Governo e da Câmara”, in Diário de Coimbra, 18-05-1999.
“Aristides de Sousa Mendes: O cônsul injustiçado”. Documentário com duração de 58 minutos produzido por Teresa Olga e Fátima Cavaco em 1992 para a RTP/RTC.
Paula, Vasco Marques. Entrevista a nós concedida em Mongaguá (SP) pelo pesquisador de história e militante em prol do reconhecimento da figura e dos feitos de Sousa Mendes.
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