#quintais de fruta
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Jabuticabeira
A cidade de pedra tem seus muitos tons de verde pintados nas calçadas do bairro....
Saí para caminhar e esbarrei numa jabuticabeira… árvore típica do país e me lembrei de uma conversa sonolenta após um dia inteiro de andanças pela metrópole do seu Mário. Na volta para casa, Pr reparou que havia inúmeros pé de frutas pelas calçadas da cidade. Vimos um pé de romã e outro de limão… Mas o que chamou a atenção dele… foi a jabuticabeira, com seus frutinhos verdes agarrados ao…
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A Importância da Preservação do Canário-da-Terra: Conservando uma Espécie Ícone Presente na Fauna Brasileira
Canário-da-Terra Sicalis Flaveola
O Canário-da-Terra, também conhecido como Sicalis flaveola, é uma das aves mais encantadoras que habitam os céus do Brasil. Com sua plumagem vibrante e canto melodioso, essa espécie conquista admiradores de aves por todo o país. Neste artigo, exploraremos a beleza e características únicas do Canário-da-Terra, mergulhando no fascinante mundo dessas aves coloridas.
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História e Distribuição:
Originário da América do Sul, o Canário-da-Terra é uma espécie nativa encontrado em diversas regiões do Brasil, desde o Nordeste até o Sul do país, essa ave conquistou espaço em diferentes ecossistemas, adaptando-se tanto a áreas urbanas quanto a ambientes naturais.
Características Físicas:
O Canário-da-Terra destaca-se por sua plumagem vibrante, que varia de tons amarelos a laranjas intensos. Com um pequeno porte, em torno de 13 centímetros, e um bico cônico, essas aves exibem uma aparência graciosa. A distinção entre machos e fêmeas é evidente, com os primeiros apresentando cores mais intensas.
Comportamento e Alimentação:
Essas aves sociais são frequentemente vistas em bandos, demonstrando um comportamento gregário. Alimentam-se principalmente de sementes e frutas, sendo facilmente atraídas por comedouros e bebedouros colocados em jardins e quintais.
Hábitos:
Os canários-da-terra são pássaros predominantemente terrestres, embora também sejam capazes de realizar voos curtos e ágeis entre a vegetação. Eles são bastante sociáveis e geralmente são encontrados em pequenos grupos, especialmente durante a época de reprodução. Além disso, são pássaros diurnos, sendo mais ativos durante as primeiras horas da manhã e no final da tarde.
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Canção melodiosa:
O Canário-da-Terra é famoso por seu canto melodioso, que encanta amantes de aves em todo o Brasil. Os machos, em especial, utilizam o canto como uma forma de atrair parceiras e demarcar território. A qualidade e diversidade do canto podem variar entre indivíduos, adicionando uma camada única à experiência de observar essas aves.
Horário do canto:
O Canário-da-Terra é conhecido por cantar principalmente durante as primeiras horas da manhã e no final da tarde, especialmente durante o período de reprodução. No entanto, o comportamento exato pode variar dependendo de fatores como a região em que vivem e as condições ambientais. Geralmente, eles são mais ativos vocalmente durante o período de acasalamento, que pode variar de acordo com a localização geográfica. Em regiões tropicais, por exemplo, eles podem cantar durante todo o ano, enquanto em regiões temperadas, o período de canto pode ser mais sazonal.
Reprodução:
A reprodução dos canários-da-terra geralmente ocorre durante a primavera e o verão, quando há maior disponibilidade de alimento e condições climáticas favoráveis. Os casais constroem ninhos em arbustos ou árvores baixas, onde a fêmea põe de 3 a 5 ovos por ninhada. O período de incubação dura cerca de 13 a 14 dias, e os filhotes deixam o ninho após duas semanas, sendo alimentados pelos pais até que possam se alimentar sozinhos.
Curiosidades:
Os Canários-da-terra são pássaros extremamente sociais, formando grupos coesos em busca de alimento e proteção.
Suas vocalizações variadas incluem cantos territoriais, de cortejo e de alarme, demonstrando uma rica comunicação entre os membros do grupo.
Tempo de vida:
O tempo de vida médio dos canários-da-terra varia em torno de 5 a 10 anos. Os canários-da-terra são pássaros encantadores e de grande importância ecológica, contribuindo para o equilíbrio dos ecossistemas onde estão presentes. Sua beleza, canto melodioso e hábitos fascinantes os tornam uma presença bem-vinda em diversas paisagens naturais e urbanas em todo o Brasil.
Predadores:
O Canário-da-terra como qualquer animal silvestre, ele tem seus próprios predadores naturais. Aqui estão alguns exemplos:
Aves de Rapina: Predadores como falcões, gaviões e corujas são ameaças significativas para os canários-da-terra, especialmente os juvenis e os adultos mais pequenos.
Mamíferos: Algumas espécies de mamíferos, como gatos domésticos, cães, furões e até mesmo pequenos carnívoros nativos, podem representar uma ameaça para os canários-da-terra.
Répteis: Cobras e lagartos predadores podem se alimentar de ovos, filhotes ou até mesmo adultos de canário-da-terra, dependendo do tamanho da presa em relação ao predador.
Insetos: Embora menos comuns, há casos de insetos predadores, como formigas, que podem representar uma ameaça para ovos ou filhotes de canários-da-terra.
Outros pássaros: Em alguns casos, outras aves, especialmente aquelas que são maiores ou mais agressivas, podem atacar canários-da-terra, especialmente durante disputas territoriais ou por recursos alimentares.
Esses são apenas alguns exemplos de predadores que podem ameaçar os canários-da-terra em seu ambiente natural.
Beleza e Características Únicas:
O canário-da-terra, desempenha papéis cruciais nos ecossistemas onde habita.
Além de sua aparência distinta, seu canto melodioso é frequentemente apreciado em áreas rurais e urbanas, trazendo alegria aos que o escutam. Essas características únicas o tornam não apenas um símbolo de beleza, mas também um importante componente cultural em muitas regiões do Brasil.
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Ecologia e Importância Ambiental
Do ponto de vista ecológico, o canário-da-terra desempenha um papel vital na dispersão de sementes e no controle de insetos, contribuindo diretamente para a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas onde vive. Como granívoro e insetívoro, sua dieta inclui uma variedade de sementes e insetos que são fundamentais para a saúde das florestas e áreas de vegetação nativa.
Além disso, sua presença indica a qualidade ambiental de determinadas áreas, servindo como um indicador biológico de ecossistemas saudáveis. A conservação do canário-da-terra não apenas protege a espécie em si, mas também contribui para a preservação de todo o ambiente natural que o sustenta.
Ameaças e Desafios
Infelizmente, o canário-da-terra enfrenta diversas ameaças à sua sobrevivência. A destruição de habitats naturais devido ao desmatamento, expansão agrícola e urbanização são algumas das principais causas de declínio populacional dessa espécie. Além disso, a captura ilegal para o comércio de aves silvestres representa uma ameaça constante, comprometendo ainda mais suas populações em todo o Brasil.
Estratégias de Conservação
A preservação do canário-da-terra exige esforços coordenados de conservação que abordem tanto a proteção de habitats quanto o combate ao tráfico ilegal de aves. Iniciativas como a criação de áreas protegidas, a restauração de ecossistemas degradados e a conscientização pública são fundamentais para garantir um futuro seguro para esta espécie tão querida.
Além disso, políticas de educação ambiental e incentivos para práticas agrícolas sustentáveis são essenciais para promover a coexistência harmoniosa entre as atividades humanas e a conservação da biodiversidade.
Conclusão
Em suma, o canário-da-terra não é apenas um pássaro bonito e melódico, mas um indicador vital da saúde ambiental e um componente crucial dos ecossistemas brasileiros. Sua preservação não só assegura a sobrevivência de uma espécie emblemática, mas também contribui para a proteção de habitats naturais e para a manutenção da biodiversidade como um todo.
Portanto, é imperativo que todos os setores da sociedade, desde governos até indivíduos, se unam em esforços contínuos para proteger e conservar o canário-da-terra. Somente através de ações coletivas e comprometimento com a sustentabilidade poderemos garantir que as gerações futuras também possam desfrutar da beleza e do canto desse tesouro natural brasileiro.
O Canário-da-Terra é mais do que uma ave comum; é um símbolo da rica biodiversidade brasileira. Seu canto melodioso e beleza exuberante fazem dele um tesouro natural que merece ser admirado e protegido. Ao compreendermos e valorizarmos essas aves, contribuímos para a preservação de uma parte significativa do nosso patrimônio natural. Portanto, ao avistar um Canário-da-Terra, lembre-se de que está diante de uma pequena maravilha alada, representante de toda a exuberância da fauna brasileira.
Abaixo, uma Playlist:
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Como Fazer Uma Festinha Ao Ar Livre
Olá! Organizar uma festinha ao ar livre é uma ótima maneira de aproveitar as belas noites de verão com amigos e familiares.
Se você está planejando uma festinha ao ar livre, aqui estão algumas dicas para torná-la inesquecível.
Primeiro, você precisa escolher o local certo para sua festa. Escolha um local que tenha muito espaço para as pessoas se moverem e onde haja muita sombra e ventilação.
Se você quiser, também pode decorar o local para torná-lo ainda mais especial.
Em seguida, é hora de pensar na comida. Você pode preparar pratos leves e saborosos como saladas, sanduíches, pizzas e petiscos para satisfazer seus convidados.
Também não se esqueça de fornecer bebidas refrescantes, como refrigerantes, água e sucos.
Agora, a diversão! Escolha alguns jogos para entreter seus convidados, como tênis de mesa, badminton ou até mesmo um jogo de futebol de botão.
Se você quiser, também pode espalhar alguns jogos de tabuleiro pelo local.
Por fim, lembre-se de ter algum tipo de cobertura, como uma tenda ou guarda-sóis, caso o tempo mude.
Isso permitirá que as pessoas continuem a se divertir mesmo se começar a chover.
Com essas dicas, sua festinha ao ar livre certamente será um sucesso! Se você seguir essas orientações, você e seus convidados vão se divertir tanto que a noite não vai acabar tão cedo. Boa sorte!
Convidados
O primeiro passo é fazer uma lista de convidados. Lembre-se de convidar apenas pessoas próximas e que se sintam confortáveis ao ar livre. Uma dica é fazer convites personalizados, seja por meio de redes sociais ou por cartões impressos, para deixar a ocasião ainda mais especial.
Local
Escolha um local que seja adequado para a festa e que proporcione uma boa experiência aos convidados. É importante ter uma área coberta em caso de chuva ou sol forte, e lembre-se de que o espaço deve ser grande o suficiente para acomodar todos os convidados. Parques e quintais são boas opções.
Horário
Escolha o horário da festa de acordo com a previsão do tempo. Evite horários de muito sol e opte por períodos mais frescos, como fim de tarde ou início de noite.
Decoração
A decoração é essencial para criar um ambiente agradável e divertido. Opte por elementos que estejam em harmonia com o ambiente e com o tema escolhido.
Balões coloridos, toalhas de mesa e vasos com flores são opções simples e que podem fazer a diferença. Lembre-se também de que a festa deve estar de acordo com a faixa etária dos convidados.
Comes & Bebes
A comida e a bebida são fundamentais em qualquer festa. Aposte em comidinhas fáceis de comer, como sanduíches, salgadinhos e frutas.
Para beber, água, sucos e refrigerantes são boas opções. Lembre-se de ter opções para pessoas com restrições alimentares.
Diversão
Por fim, a diversão é o ponto alto de qualquer festa. Invista em brincadeiras para todas as idades, como jogos de tabuleiro, pula-pula, bola, entre outras.
E para os pequenos, uma dica é ter uma roupa infantil feminina confortável, como uma jardineira jeans infantil, para que elas possam se divertir sem se preocupar com a roupa.
Enfim, estas foram algumas dicas para fazer uma festinha ao ar livre. Lembre-se de que o mais importante é aproveitar a ocasião ao lado de pessoas queridas. Esperamos que as dicas tenham sido úteis e que sua festa seja um sucesso!
O post Como Fazer Uma Festinha Ao Ar Livre foi publicado primeiro em Kidstok .
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Tarsila do Amaral, Morro da favela, 1924.
«O quintal foi durante séculos o lugar onde a África repousava do esforço escravo. Ali, contavam-se histórias, cultuavam ancestrais e orixás, e se festejava a vida. Em Salvador, no Recife, São Luís do Maranhão, Ouro Preto ou no Rio de Janeiro a nossa língua convivia com os idiomas indígenas e africanos.
O narrador diz ter um gosto especial em adentrar nos quintais seja em África ou Brasil: Gosto de entrar por esses quintalões antigos, em Olinda ou em Benguela, afagando os cansados muros de adobe, afastando as pesadas folhas de bananeira e humidade ofegante, para finalmente sentar no chão, a cabeça encostada ao tronco rugoso de alguma árvore centenária. Um abacateiro. Uma mangueira. Uma figueira. Um pau de fruta-pão. Fecho os olhos e logo um vago rumor de vozes ascende da terra negra.»
José Eduardo Agualusa, Milagrário Pessoal, D. Quixote, 2010, p. 159.
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Quantos de nós plantamos algum alimento? Podemos plantar mais! É possível plantar em vasos, em varandas, em quintais, em canteiros, áreas verdes de prédios, em terrenos baldios, em parques. Não são os outros que precisam começar a plantar, somos nós que precisamos plantar. Temos essa capacidade. Vamos cultivar. Quantas das plantas que a gente vê nas ruas que são de comer? Para quem tem quintais, a imaginação e a pesquisa podem render muitos frutos. O que você já plantou? O que deu certo? Para quem tem vasos e varandas, as possibilidades também são gostosas de comer. Em quintais, podemos cultivar macaxeira, feijão, abóbora, milho, cará, mamão, banana, feijão, frutas... Podemos cultivar. Até para quem tem varandas é possível cultivar. Cuidar e fazer crescer a própria rúcula, couve, alface, tomate, manjericão, quiabo, pimentas, pimentão... Vamos cultivar. E sem veneno <3 Para quem gostaria de ter uma introdução antes de começar, o Instituto Pindorama dará um curso online sobre produção em pequenos espaços e áreas urbanas, produção em sistemas baldios e quintais. Saiba mais: Workshop de permacultura em situações de colapso - Instituto Pindorama: https://bit.ly/2WRCJFM #vamosplantar #vamoscultivar #alimentos #hortaurbana #agrofloresta #SAF #permacultura
https://bit.ly/2QZIUnc
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PONTA DE PEDRAS
cento e dezessete estrofes de amor
Das praias lá do nordeste,
Da Bahia ao Maranhão,
Tem uma que eu garanto,
Quem conhecer seu encanto
Não se esquece dela, não!
É a de Ponta de Pedras,
No norte Pernambucano
A praia é uma linda faixa
Que mostra na maré baixa
Seu charme provinciano
A areia é um açúcar branco
Da cor da casca do ovo,
Onde a Lua faz toalete,
E como um espelho reflete
As virtudes do seu povo
Hoje ela é diferente
Da praia de minha infância,
Tornou-se mais populosa,
E ficou menos charmosa
Por conta da vil ganância
A areia da praia tinha
Um aspecto glamoroso,
A rua ficava afastada
E aquela areia salgada
Foi até pista de pouso
Foi pista de pouso, sim!
Eu grito e provoco ecos,
Naquela praia extensa,
Que tinha beleza imensa,
Pousaram mil Teco-Tecos
Não sei bem se foram mil,
Talvez sejam exageros,
Era um lindo aviãozinho,
E em cuja cabine de pinho
Cabiam dois passageiros
Mesmo em dias chuvosos
A minha praia é linda,
Aquelas pedras disformes,
Parte de rochas enormes,
Que a natureza nos brinda.
E o farol de Santa Helena
De intermitente lampejo,
Que alcança o horizonte
E orienta o navegante,
Seja a motor ou bordejo
No farol de Santa Helena
Eu muitas vezes fui lá.
Subia a rampa do monte,
Pela trilha verdejante
Das touceiras de araçá.
A Lua na minha terra
Tem um suave acalento
É de uma linda candura,
Aparenta uma escultura
Enfeitando o firmamento
E o luar tem uma brancura
Que da noiva, imita o véu,
Tem beleza irradiante
E a Lua é um brilhante
Resplandecendo no céu
Aquela Lua que eu via
Era uma enorme gema,
Ou um circular tesouro,
Era uma moeda de ouro
Ou um redondo poema.
Parecia um sol noturno
De encanto e sutileza,
O mar se tingia de prata
E todo o verde da mata
Debulhava-se em beleza
Nas noites de Lua cheia
A praia virava o dia,
Onde casais passeavam
E as crianças brincavam
Com graciosa alegria
Eu pensava na infância
Que a Lua da minha rua,
Era só da minha praia
E que lá pelo Himalaia
Nunca se viu essa Lua
Ledo engano aquele meu,
Porque essa formosura,
Em torno da Terra gira,
E todo o mundo admira,
O seu encanto e ternura
Deus nos ofertou tanto,
Pra todos, não só pra mim,
Abundantes frutos do mar,
A praia, o clima, o luar,
E os banhos no gulandim
O banho no gulandim,
Era assaz reconfortante,
Ah, que mergulho envolvente,
Na água fria e corrente
Que procedia da fonte.
A região do gulandim
Era charco e mil nascentes
Mas hoje só temos mágoa,
Vendaram os olhos d´água
E eliminaram as vertentes
Tinha uma lagoa caudal
Lá no sítio de seu Té,
Mas foi sendo assoreada,
E depois foi loteada,
Foi-se o poço lava-pé.
Paturis nadavam nela
Com a sua filiação nata,
E até bicho que não voa,
Bebia água na lagoa
Depois corria pra a mata.
Jacaré do papo amarelo
Tinha na lagoa o seu lar
E até jiboia ou sucuri,
Muita gente viu ali,
À caça de seu jantar
Toda noite na lagoa
Tinha muitas sinfonias,
Mesmo sem grandes apuros,
Mas batráquios e anuros
Entoavam melodias
As lavadeiras de ganho
De trabalho bem sofrido,
Quaravam a roupa ao sol,
Nos juncos, ao arrebol
Pra clarear o tecido
Mas veio o assoreamento,
Que em geral nunca tarda,
Para não ficarem na popa,
Passaram a lavar a roupa
No buraco Maria Ricarda.
Era um buraco nanico,
Como árvore em bonsai,
Um olho d´água corrente
Que desaguava bem rente
Ao coqueiral de meu pai.
Minha praia era mais linda,
Quintais com plantas e flores,
Gardênias, papoulas, camélias,
Girassóis, begônias, bromélias,
E rosas de várias cores
Minha praia era formosa
Tinha brisas sem açoites,
E a pureza dos jasmins
Que realçavam os jardins
E perfumavam as noites
Tinha uma beleza distinta
Dessas que Deus aprimora,
Iluminada por candeias
Era uma das aldeias
Dos pescadores de outrora.
Tinha um matagal viçoso,
Da bela mata nativa,
Opulenta e verdejante
Era mata exuberante
E de força vegetativa.
Era assim a minha terra,
Mas pra você visitar,
Tinha estrada esburacada
E uma ladeira escarpada
Pra ter acesso ao lugar
No inverno essa estrada,
Era uma sopa de barro,
E se um carro atolasse
Era grande o impasse
Para retirar o tal carro
Mas era estrada pitoresca
Ao chegar o verão festivo
As poças de lama se iam,
As copas da mata se uniam
Formando um túnel nativo
Hoje não é mais assim,
Todo o trecho é asfaltado,
Depois de pavimentada
Aquela ladeira escarpada,
Ficou mesmo no passado
Mesmo assim valia a pena
Visitar o meu terreiro,
De água morna e clara,
Era mesmo uma joia rara
Em meio a grande celeiro
O praieiro tinha a leveza
De um lenço de cambraia,
Com seu andar maneiroso
Era muito prestimoso
O morador dessa praia
Era religioso e simples
Como frade franciscano,
Acomodado à carência
Tinha o dom da paciência
De um monge tibetano
Mas não lhe pisasse o calo
Nem lhe fizesse desfeita,
Porque o frade ia para longe
E a paciência do monge
Até mudava de seita
O verde mar dessa terra,
Tem grandiosa beleza,
O seu encanto emudece,
Durante o verão parece
Com um colar de turquesa
No período de lua cheia
A maré seca, e o marfim
De cada croa aparece,
É como se Deus me desse
Mais outras praias pra mim
As croas daquele mar
São lindos bancos de areia.
Os que veem não se esquecem,
Mas as croas se esvaecem
Quando a maré está cheia
Pelas ruas era vendido
Um tal doce japonês
Era um tipo quebra-queixo
E o vendedor, seu Aleixo
Padecia de surdez
E pra chamar o tal surdo
Antes que ele se fosse.
O remédio era gritar,
Pra seu Aleixo voltar
E a gente comprar o doce
Ele usava uma gaitinha
Com o som de cacatua
E tocava uma harmonia,
Que quando a criança ouvia
Corria pra porta da rua
E os pirulitos gostosos
Que tinham forma de cone.
A tábua, uma parafernália
E o vendedor Bill de Analia
Também era cicerone
Geraldo de seu Argemiro
Vendia sorvete em floco.
Era gelo bem raspado
Com groselha misturado
Que ele servia num copo
Os bicheiros de anzol
Júlio fazia pra mim,
Mas eu cutucava as locas,
Escarafunchava as tocas,
Mas nada de anequim
Mas boa nisso era Aurora,
Irmã de Júlio e Juarez,
Não sei como ela fazia,
Mas num só bicheiro trazia
Dois anequins de uma vez
Era filha de tio Adauto
E morava na Rua do Meio,
Todo dia era sucesso
Pois na hora do regresso
O samburá vinha cheio
O mar nos presenteava
Com frutos bem preciosos,
A vida marinha abundava
E o pescador exultava
Com os ganhos generosos
Até mesmo o bauneiro
Tinha fauna bem nutrida
E era pertinho da praia,
Mas até se via arraia
A procura de comida
Eu pescava no bauneiro
Com caniço de bambu,
Pegava Ariocó e baúna,
Cocoroca e caraúna,
Mariquita e baiacu.
Eu ficava admirando,
O movimento que eu via,
As canoas que singravam,
Umas iam, outras voltavam,
Num vai-e-vem de alegria.
Marisco, Peixe e lagosta,
Polvo, siri e camarão,
Os frutos que o mar nos dava,
E quando o barco chegava,
Lá estava eu de plantão.
Era a canoa de tio Mauro
E eu era seu grande fã.
De coração caridoso
Dava o peixe generoso
À minha mãe, sua irmã.
Era um ser que ajudava
Sem desdém ou escarcéu,
Mas Jesus sentiu sua falta,
Botou seu nome na pauta,
E ele se foi para o céu.
O curral era o “Das Malhas”,
Curral de tirar o chapéu,
Era uma fonte de fartura
Ninguém passava apertura
Nas refregas de xaréu
Era um curral muito farto
Com imponência e gala,
Se o peixe passasse perto,
Sentia atração, por certo,
De entrar em sua sala
Da sala para o chiqueiro,
Eram dois pulinhos, só.
E desse pro chiqueirinho,
Era só mais um pulinho,
E já estava no xilindró
Hoje o peixe é escasso
E na alma sentimos dores,
Por conta da pesca inglória,
Lamentável e predatória
Por parte de pescadores
Matam os frutos do mar
Sem critério nem sobrosso,
Fêmeas em pleno defeso
E filhotes aquém do peso,
Dá muita pena, seu moço!
Pescadores sem consciência,
Sem escrúpulos nem temores,
Afrontam as regras da pesca,
Nenhum lucro lhes refresca
E se tornam predadores
Com ganância ilimitada
E a ideia fora dos trilhos,
São seres em desatino,
Que empenham destino
E o futuro dos filhos
Que parem com a predação,
Pra que nada degringole,
E que a fatura dessa conta
No futuro, lá na ponta,
Não recaia sobre a prole.
Atualmente em minha praia,
Já tem drogados dementes,
Assaltos a mãos armadas,
E até furtam as moradas
De veranistas ausentes
Mas também tem coqueiral
Que engalana a paisagem,
De copas muito frondosas,
Que balançam procelosas
Movimentando a folhagem
As copas desses coqueiros,
Vibram com certa mandinga
Bailam ao sabor do vento
Como um velho desatento
Após uns goles de pinga
Depois de desidratadas
No gramado ao arrebol,
As folhas desses coqueiros
Cobriam casebres inteiros
Abrigando-os de chuva e sol
Cada folha verdejante
Ao sabor do vento forte
Parecia um grande abano
Ou melhor, um aeroplano
Voando do sul pro norte
São palmeiras arecáceas,
De cocos grandes e machos,
Com estaturas altivas
Onde muitas patativas
Faziam ninho nos cachos.
Papai tinha um coqueiral
Herdado do meu avô,
Na praia de Tabatinga,
Numa faixa de restinga,
Onde existia um platô.
Muitas vezes fui com ele,
Acompanhando o grupelho,
Mas era só pra atrapalhar,
Como eu podia ajudar
Se eu era só um fedelho
Eu os exaltei nesses versos,
Mas não tinha só os coqueiros
Era mais nobre o meu solo,
Tinha o aconchegante colo,
Dos seus humildes praieiros
E as frutas de minha terra,
Tinham sabor incomum,
Mangaba e graviola,
Murici e carambola,
Pitomba e araticum.
A goiaba de minha praia,
Que sabor que ela tinha,
E os suquinhos de manga,
Chupei potes de pitanga
No limiar da cozinha
Jambo, oiti, jabuticaba,
Jenipapo, pinha e abiu,
Sinto saudade demais,
Trapiá... Eu não vi mais,
Pelo visto já sumiu!
Araçá, cajá e caju,
Eu colhia sem plantar,
E o guajeru, onde eu acho?
Eu que chupava um cacho
Contemplando o verde mar.
Doce de jaca era bom,
De sabor imorredouro,
E a macaíba singela
Com a polpa bem amarela
Como um potinho de ouro
A pinha da feira era doce
Ao contrário do jiló,
Mas a romã mais gostosa
De semente roxa-rosa
Era a da tia Leo(ó).
Uma frutinha também,
Que não me sai da retina,
O cambuí. Agora é um fiasco,
Tinha muito no carrasco
Onde hoje é a Malvina.
Os sapotis mais gostosos
Que eu já comi, não é prosa,
Foram os de um sapotizeiro
Que ficava no terreiro
Da casa de tia Rosa
E os caldos mais gostosos
Da doce cana-caiana...
Tudo hoje é só quimera,
Mas o de Bill Regis era
O melhor caldo de cana
As cascas, raízes e folhas,
Eram as misturas singelas,
Era a química rudimentar
Da farmácia popular,
Para aplacar as mazelas
Camomila, babosa, arnica,
Mutamba, sálvia, carobinha,
Avenca, jurubeba, cidreira,
Eucalipto, poejo, aroeira,
Quixaba, arruda e cavalinha.
Mastruz, catuaba, carrapicho,
Quebra-pedra, quina, pata de vaca,
Assa peixe, alecrim, barbatimão,
Cambará, canela, manjericão,
Boldo, alecrim e alfavaca.
Quando eu, ainda na infância,
Sofria congestão nas narinas,
Vozinha, com todo amor,
Preparava um lambedor
De muçambé das campinas
Era remédio caseiro,
Mas logo o efeito se via,
As melhoras eram notórias
E nas vias respiratórias
O ar do pulmão fluía
Minha terra era bem simples
De ruas sem calçamentos,
Onde pastavam cabrinhas,
Cavalos, vacas, galinhas,
Burros, porcos e jumentos.
E os galos lá de casa,
E os de Lelita de Ezequiel,
Que cantavam muito cedo,
Anunciando no enredo
Que o sol já estava no céu
Ai que saudade que eu sinto
Dos velhos carros de boi,
Da minha infância feliz,
E do canto de um concriz
Lembrando que o dia se foi
As festas dos protetores
É bem depois da de Reis,
É homenagem ao padroeiro,
E ocorre em janeiro
No domingo final do mês.
Era festa do padroeiro,
Que até hoje se festeja,
Era a reunião das famílias
Onde os pais, filhos e filhas
Caminhavam para a Igreja.
E andavam sem tumulto,
Sem bagunça ou valentia,
Com modos de cavalheiro,
Pra louvar o Padroeiro,
Como o respeito exigia.
Os senhores e as senhoras
Passeavam em rejubilo,
Vestidos com muita linha
E em cada barraquinha
Contemplavam o estilo
As barraquinhas de palha
Tinham formato de saia,
Todas feitas com apuros,
Encostadinhas nos muros
Das casas da Rua da Praia
E o pastoril do Futrica
Que vinha lá de Goiana,
A de vermelho, a mestra
A de azul, contramestra
Azul e vermelho, a diana.
O velho “salgava” a pastora
Conforme pedia o freguês,
Que para isso pagava,
Enquanto Futrica salgava
A pastorinha outra vez.
O velho como era chamado,
Na verdade, era um palhaço,
Que comandava o folguedo
E o tal “salgar” no enredo,
Só simulava um amasso.
E as rochas submersas
Que enfeitam o litoral,
São de geologia ignota,
De uma era bem remota,
De tempo transcendental.
Tacipema e Bauneiro
São lajes em duas faixas
É um casal proeminente,
Que se mostra aparente
Somente nas marés baixas
São jurássicas, sim senhor!
E de singelas esculturas,
E quem foram esses gênios,
Que nesses muitos milénios,
Alteraram-lhes as figuras?
Desde que eu era menino,
Eu amava o meu torrão,
E com a alma aguerrida,
Eu pensava: Nesta vida
Não deixarei este chão.
Nem tudo acontece assim
Conforme a nossa vontade,
Pois quando começa a lida,
Temos que mudar de vida
Mudando até de cidade
Nada ocorreu como eu
Planejei em minha mente,
O tempo foi só traçando,
E eu no traçado trilhando
Até a data presente
Hoje eu recordo saudoso,
Daquela fase perfeita!
Onde eu sorvia os minutos
Como quem consome frutos
Do final de uma colheita
Eu nasci naquela terra,
Numa casa bem defronte
Ao mar, onde as canoas
Ficavam com as suas proas
Voltadas pro horizonte
Minha terra é a mais linda
De todas as terras da Terra,
Cada canto que eu contemplo
É como ver mais exemplo
Da beleza que ela encerra.
Eu me orgulho falando
Daquelas ruas tranquilas
Daqueles recantos felizes
Onde eu finquei raízes
E nunca vou extraí-las
Berço bom de minha vida,
De minha infância singela,
Dos conselhos de vozinha
Dos pios de uma andorinha
Na soleira da janela
Não foi porque eu nasci lá,
Fique certo, não foi não!
É que a danada é bonita,
É como enfeites de fita
Em festas de São João.
Aquele era o meu solo,
Era o que eu conhecia.
Era o chão que eu pisava,
Era a terra que eu amava,
Era a vida que eu vivia.
Ah... Se eu recuperasse,
Aqueles elos perdidos,
Aqueles períodos distantes,
De momentos fascinantes
Dos tempos que já são idos
E se o passado voltasse,
Pros tempos do rococó,
Para aquela casa da esquina
Velhinha, quase em ruína,
Era o cantinho de vovó
Minha meninice na Terra,
Foi de um variado matiz,
Foi um gostoso pitéu,
E eu sob aquele céu
Tive uma infância feliz
Não posso descrever tudo
Que vivi no doce berço,
Muita coisa eu não falei
E por certo não rezei,
Dessa missa, nem um terço
Mas vou fazer uma previsão
Dessas de cabra da peste,
Porque um dia há de chegar
Quando Ponta de Pedras será
A capital do nordeste.
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Exercício de escrita - 1
Apesar das previsões pessimistas, as fortes chuvas de julho terminaram e as reformas na Avenida Marechal Mascarenhas de Morais foram concluídas. O bairro da Imbiribeira seca à medida que o sol ressurge sobre Recife. Ele chega às cinco e parte às dezessete para receber aborrecido uma lua discreta. Os dias permanecem quentes e as noites parecem anunciar um final de ano abrasador. Os ventiladores em pane dispostos na calçada do reparador de eletrodomésticos da Avenida Pinheiros colorem o chão.
Ninguém conversa muito na rua onde eu moro. A maioria das casas é habitada por idosos antipáticos. Alguns frequentam religiosamente o mercado de frutas e verduras do bairro. Outros caminham as quinze centenas de metros da Lagoa do Araçá em laço. Uns sequer saem de casa: talvez por conta dos buracos do asfalto puído, talvez por falta de vontade. Os moradores mais jovens raramente são vistos a vagar. Trabalham demais, cedo demais, tarde demais. Os cachorros dos quintais de algumas casas transformaram-se em vigilantes por acidente. Latem forte e assustam alguns pedestres desavisados.
A casa de número 73 é particularmente especial. Os azulejos verdes empoeirados perderam o brilho há anos, mas o charme da fachada de algum modo mantém-se vivo. A caixa de correspondência com os números sete e três escritos à caneta piloto confunde alguns entregadores de encomendas inexperientes. O carteiro da rua sabe que, no passado, naquela mesma fachada, os números em metal reluzente distinguiam o domicílio. Não sei quando nem como exatamente o par de números foi roubado. Meus pais não procuraram substituí-lo. Eu, naturalmente, não procurei substituí-lo. O portão prateado e o piso do quintal coberto por placas de cerâmicas antiderrapantes brilham em proporções diferentes. As flores do jardim, excessivamente mal regadas, resistem coradas.
O terraço da casa incorpora um jardim de inverno brando e sereno. Uma mussaenda-rosa alta demais corta-o ao meio. Suas folhas simultaneamente rosadas e secas alongam-se à procura do sol. As salas de estar e de jantar, bastante espaçosas, são conectadas por dois degraus largos e rebaixados. Poucos móveis preenchem o ambiente: um sofá vermelho em formato de L com seis espaços, um hack castanho que sustenta uma TV fina demais, um ventilador turbo preto e uma cristaleira abarrotada de taças e talheres de festa aposentados. É supostamente meu cômodo favorito.
Os azulejos vermelhos da cozinha denunciam as tendências estético-arquitetônicas do primeiro morador. Ele construiu a maioria das casas da rua. Morava nelas por um tempo enquanto construía outras. Nunca pude entrar nas casas dos meus vizinhos, mas tenho a impressão que todas refugiam um aposento colorido demais.
O quarto da minha irmã é o menor da casa. Alguns livros de Lygia Fagundes Telles dividem as prateleiras do armário com roupas gastas e coleções de Direito Civil e Tributário. A cama ocupa o centro do aposento. Uma cortina blackout lilás impede vigorosamente a entrada de luz solar. Tornou-se difícil distinguir dia e noite. Uma mesinha-de-cabeceira ampara um abajur, um carregador de celular e uma caixinha de analgésicos. Eu e minha irmã convivemos muito bem. O tempo foi generoso com nossas diferenças.
O quarto dos meus pais é naturalmente o maior de todos. As paredes verdes e a cama queen size coexistem independentes. Dois guarda-roupas integram o todo. Meu pai mora em Manaus desde 1997. Minha mãe passa alguns meses do ano ao lado dele e os demais aqui conosco. São raros os momentos em que eu lembro do meu pai. Não o amo muito, ou pelo menos não o amo como minha mãe e minha irmã o amam. Não desejo o mal dele apesar do desinteresse. Julgo minha conduta razoável nessas condições.
Meu quarto é bem ordinário. De um lado, uma cama de solteiro branca, de outro, um guarda-roupa de madeira convenientemente alto. Recentemente coloquei uma estante de quatro níveis entre os dois. Tenho tentado passar menos tempo aqui, pois ver minha cama me dá vontade de deitar e, do mesmo modo, deitar me dá vontade de dormir. Quando somos adultos, dormir de forma indiscriminada não é mais um privilégio permissível.
Abro meus olhos, são 5 horas e 52.
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Laranjas, Território e Arquitetura
Estamos na época das laranjas. Mas, quantas ficarão por colher, em pátios e quintais por este país fora, por abandono ou desleixo de um território outrora vital.
Ausência, é o sentimento que perpassa em aldeias, e não só, do interior de Portugal, onde no passado as laranjas eram colhidas, distribuídas, vendidas, consumidas, num sinal de vitalidade de ocupação humana, com sentido de cultura e sustentabilidade.
Aldeias e lugares vazios, logradouros na cidade totalmente desqualificados, com ocupações informais ou impermeabilizados para acesso a tristes garagens, onde outrora existiam também aqui quintais com pequenas hortas e árvores de fruta.
A sustentabilidade do território deverá, também, passar pela revitalização das nossas aldeias, dos pátios e quintais existentes, a requalificação dos logradouros num contato mais estreito com a natureza.
Pensar o território e a cidade, passará por reverter o processo de desertificação do interior e potenciar os espaços vazios, obsoletos e desqualificados da cidade, que deveriam ser alvo de políticas ativas, num sentido de sustentabilidade e valorização do território.
Infelizmente, as laranjeiras ao abandono são um indicador da ausência, da perda e do esquecimento de locais outrora vivos e sustentáveis.
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Montréal me tem...
E aqui estou, finalmente, merecidamente, incrivelmente pronta para os desafios da mudança! Quase dois anos e meio depois da primeira faísca, muito planejamento e organização.
Lembro de ter encontrado uma amiga das antigas no Zaffarri de Poa e ter contado do meu plano (ainda embrionário) e ela ter me dito: “vai mesmo! Afinal de contas, o que te prende aqui?” 5 segundos de reflexão, e a resposta mútua: nada. Então, eis que realmente chegou a hora. E até ela tomar forma, muito trabalho e segredo.
Estou aqui fazem exatos 36 dias. E estou em casa. Minha casa é grande, colorida, tem dança, música, vários jardins, muita água, muita comida, fartura de frutas, legumes - alguns que nunca tinha provado. Bebo água da torneira, e é boa. Aqui ninguém usa sacola descartável em supermercados e lojas: todo mundo sai de casa com a sua na bolsa. Faz muito calor no verão, mas já está passando. Essa semana caíram as primeiras folhas e as árvores já estão amarelando. Tenho um passe ilimitado de transporte público (metrô e ônibus): recarrego uma vez por mês e nada mais. Fico impressionada como é possível sair de casa de manhã com um lanche na bolsa e uma garrafinha de água (comprei uma incrível que mantém a temperatura por 24h!) e voltar de tarde sem ter gastado um centavo. Claro que isso também requer disciplina, cumprir com o objetivo e tal. Mas aqui em casa é assim. Todo mundo se respeita, até porque somos todos muito diferentes e do mundo todo. Na escada rolante, por exemplo, é costume deixar um degrau livre entre a pessoa da frente e você. O metrô pode estar lotado, mas ninguém vai te bulinar. Aqui em casa todo mundo fala francês, independente da origem. Os quebecois têm um sotaque bem típico, como o “leite quente" do sul do Brasil. Mas dá pra entender. Brabo mesmo é quando um cachorro faz xixi na sua perna e você ainda não aprendeu como xingar em francês e só consegue dizer pro dono do bichano que ok… não foi nada. Aqui em casa, criança é livre pra andar na rua sem a mão dos pais, pois aprende desde cedo a atravessar a rua e perigo não há. Também tem livre escolha. Outro dia mesmo me emocionei com um garotinho de uns 7 anos que fazia tricô no trem. A parada gay aqui dura 10 dias e no desfile participam os políticos de todos partidos com muita harmonia e respeito do público, o exército, marinha, e tem o grupo da família, onde casais homossexuais, com ou sem filhos, desfilam o amor. Aqui em casa, o tempo é diferente e a pressa (fazer tudo com antecedência) não condiz com a realidade. É difícil de explicar, mas tem que ter paciência e saber que as coisas vão acontecer no tempo certo, mas com um outro ritmo, e quem dita esse ritmo com certeza é um quebecois. A diferença social aqui entre o rico e o pobre é bem menor do que no BR. A maior diferença é que uns não gostam de trabalhar e se contentam com o básico. A periferia é um amor e só sabemos que é periferia porque olhamos o mapa. Aqui não temos grades nas casas nem detectores de metal nos bancos. Moro num apartamento simples, mas bem localizado e aos poucos vou arrumando. Tenho uma mesa com quatro cadeiras e duas luminárias emprestadas. Minha cama ainda é um colchão no chão e meus criados mudos são de papelão. Plantei cebolinha verde e manjericão. Minha casa me conforta, me acolhe e me dá coragem pra seguir em frente e desbravar os meus quintais. A cada dia novos aprendizados e um novo cantinho, parque, bairro, rio, um novo cenário se apresenta. Sejam todos bem vindos. Eu sou a Tati e estou no Québec.
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Agricultores familiares do Território Sertão Produtivo participam da ação Adote uma Árvore
Agricultores familiares do Território Sertão Produtivo participam da ação Adote uma Árvore
Agricultores e agricultoras familiares de 24 comunidades, de nove municípios do Território Sertão Produtivo, estão participando da ação Adote uma Árvore. O objetivo é incentivar essas famílias para o plantio de arvore nativas e frutíferas em seus quintais, aumentar a produção de frutas e, consequentemente, contribuir para uma alimentação diversificada e saudável, além de conscientizar sobre a…
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III - SEMANA
PONTO, VIRGULA, SONHO E EPIFANIAS DE ESQUINA
DIA 15 - SEGUNDA FEIRA
15-A |
no meio das costelas de adão o menino que escrevia cartas para os duendes come sopa de planetas feita na sombra da pedra grande dos dois irmãos calados. e tudo é sopro, e tudo é assovio, tudo some e se perde em um fio
15-B |
num piscar de olhos a vista vai do passado ao presente, chega no futuro e leva a lembrança na abertura dos afetos
15-C |
José carrega os galhos secos nas costas enquanto Benjamin trás a água fresca pra molhar o mar seco da serra
//
DIA 16 - TERÇA FEIRA
16-A |
picar pão seco do dia-a-dia e por no cesto das costas, pular o muro da rotina e quebrar a barreira que veda a vontade
16-B | licença
16-C | crença
16-D | impermanência
16-E | bença
16-F | perdão
//
DIA 17 - QUARTA FEIRA
17-A |
nessa cidade existe pessoas de algodão, nessa cidade existe pessoas que enxugam as próprias mágoas
17-B | paisagem é encontro, e o encontro também é paisagem
17-C | toda sacola vazia voa e sufoca a vontade
//
DIA 18 - QUINTA FEIRA
18-A |
no meu sonho eu caminho descalço pela praia, fecho os olhos e tampo a nariz e fecho a boca e caio no mar. acordo com os pés frios na mata do morro. no meu sonho Dirce não come pão seco, não morre tão cedo e nem as frutas da fruteira mofam. no meu sonho cristo tá perto e a gente tá dentro. amém.
//
DIA 19 - SEXTA FEIRA
19-A |
MAR,
UNS CACOS DE VIDRO,
UM RAIO E O SOL
//
DIA 20 - SÁBADO
20-A |
essa viagem talvez seja sobre gostar bem menos do apego, de entender o que é apego, de entender a capacidade de estender quintais, de alongar varandas e aumentar as cadeiras na cozinha.
20-B |
essa viagem é sobre viajar e encontrar o reencontro no processo de perca
20-B |
toda pequena árvore tem uma grande sombra
//
DIA 21 - DOMINGO
21-A |
as vontades que são feitas de amianto voam tão longe que alcançam os morros feitos de gratino
21-B | garganta
21-C | lenha
21-D | brasa
21-E | machado
21-F | meio-fio
21-G | para-peito
21-H | curva
21-I | vista
21-J | folego
21-K | pausa
21-L | estender o pescoço, criar coluna, inventar pomar, alongar quintais. toda estada cria encontros, todo encontro cria novos quintais.
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Frutíferas nativas: cambuci, cabeludinha grumixama e uvaia
Presentes em todas regiões e biomas brasileiros, as frutas nativas são fontes de nutrientes e sabores únicos, que têm tudo para conquistar paladares brasileiros e de outros países
Você já ouviu falar em cambuci, cabeludinha grumixama e uvaia? Pois bem, para alguns podem dar margens a muitas especulações e adivinhações, mas para outros são nomes ligados à alguma planta. E quem pensa dessa forma está certo: são árvores nativas do Brasil, que espelham a riqueza da flora do País, expressa em sabores diferenciados de frutas ricas em nutrientes, potencial comercial e conservação do meio ambiente. Algumas frutas nativas já ganharam o mundo. É o caso do açaí, levado pela onda fitness que descobriu sua potência energética. O cupuaçu é outra que vem conquistando mercado. Mas a grande maioria ainda é desconhecida até mesmo no Brasil, com exceção da jabuticaba, do maracujá e da goiaba, frutas as quais são encontradas facilmente nas gôndolas de mercados, feiras e em outros pontos de comercialização, in natura ou na forma de sucos, sorvetes ou como ingredientes de pratos doces e salgados. "As frutas atualmente com comércio consolidado, encontradas com frequência e praticamente o ano todo, são em sua maioria exóticas, ou seja, originárias de outros países. Como exemplo podemos listar os citros (laranja, limão e tangerina), originários principalmente das regiões subtropicais e tropicais do sul e sudeste da Ásia, incluindo áreas da Austrália e África; a banana, originária do sul e sudeste do continente Asiático; a maçã, oriunda da região do Cáucaso, cadeia de montanhas da Ásia e do leste da China; a uva, dos continentes Europeu, Asiático e Americano; o abacate e o mamão, originários da América Central. Enfim, a maioria das frutas que consumimos no dia a dia. Mas temos uma riqueza de frutas nativas que precisam ser conhecidas e colocadas à disposição da população, não só do Brasil como de outros países; também para que sua exploração comercial responsável se torne fonte de renda e emprego, principalmente para os pequenos produtores rurais", explica Ednei Antonio Marques, engenheiro agrônomo e diretor do Núcleo de Produção de Mudas de São Bento do Sapucaí, unidade da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, ligada à Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS). O agrônomo explica que a gama de plantas frutíferas nativas é grande e pode ser dividida pelos biomas brasileiros. "Algumas são bem conhecidas e apreciadas regionalmente, como é o caso do pequi na região Centro-Oeste e do umbu no Nordeste". A seguir, alguns exemplos:
• Mata Atlântica ‒ ameixa da mata, araçá (amarelo, vermelho, roxo, goiaba), cabeludinha, cambuci, cambucá, grumixama, guariroba, pitanga, pitangatuba, jabuticaba, uvaia, entre outras. • Cerrado ‒ buriti, araticum, murici, pequi, baru, cajuzinho do Cerrado, bocaiuva, guavira, baru, mangaba etc. • Floresta Amazônica ‒ maracujá, açaí, cupuaçu, camu-camu, cubiu, abiu, inajá, bacuripari, guaraná e outras. • Caatinga ‒ licuru, umbu, caju, maracujá da Caatinga, entre outras. • Campos Sulinos ‒ araucária, espécie dominante de florestas ombrófilas mistas, no Sul do País, também denominadas de matas de araucária. E na região dos Pampas, a feijoa, também conhecida como goiaba serrana.
Segundo Ednei, a diferença entre as frutas "comerciais", encontradas facilmente nas cidades, e as frutas nativas encontradas principalmente em matas, quintais e pomares domésticos, é que as nativas não passaram por um processo consolidado de seleção e melhoramento genético, sendo que algumas já começam a se tornar raras. "Alguns estudos apontam evidências de que as populações indígenas faziam a seleção de algumas plantas, mas com a Colonização e a chegada das frutas exóticas, não se consolidou um eixo de trabalho com essas frutíferas". Atualmente, existem trabalhos pontuais sendo realizados sobre o potencial das frutíferas nativas. No Estado de São Paulo, um desses estudos está sendo realizado pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), tendo como foco a propagação, a colheita e o processamento de quatro frutíferas da Mata Atlântica: cambuci, grumixama, cereja do Rio Grande e uvaia. De acordo com os pesquisadores, a pesquisa é relevante pois abre a oportunidade de criação de materiais que podem ser adaptados em diversas regiões, proporcionando o cultivo comercial dessas frutas, que podem ser excelentes alternativas de renda e diversificação em áreas de outras atividades agrícolas. Os estudos estão sendo conduzidos no âmbito do projeto temático Frutas da Mata Atlântica potencialmente funcionais: caracterização, multiplicação de plantas e conservação pós-colheita, coordenado pelo professor Angelo Jacomino. Segundo Bruna do Amaral Brogio, que integra o grupo de pesquisadores, no âmbito da pesquisa, o projeto voltado à área de propagação vegetativa dessas espécies está sendo desenvolvido por três métodos convencionais: estaquia (retira-se um ramo da planta matriz ‒ estaca ‒ e o coloca em um meio apropriado para enraizar); alporquia (técnica de enraizamento na própria planta matriz, por meio de um anelamento coberto por substrato em um determinado ramo selecionado da árvore); enxertia (junção de partes de plantas, porta-enxerto e enxerto, de forma que irão se unir e formar uma única planta). "O objetivo é aprimorar o método de propagação clonal para obter mudas comerciais de frutíferas nativas, com plantas uniformes e que preservem as características de interesse agronômicos. Hoje, esse processo é feito por semente, o que gera uma variabilidade muito grande, pois nenhuma muda é igual à outra, o que resulta em respostas de crescimento, produção e qualidade de frutos desiguais em campo. Em testes iniciados com a uvaia e a grumixama, houve algumas dificuldades para formar as mudas de forma clonal, mas estamos em continuidade com as pesquisas". A contribuição da Secretaria de Agricultura à produção de frutíferas nativas Por meio da CDRS e de seus Núcleos de Produção de Mudas localizados em Itaberá, Marília, São Bento do Sapucaí, Pederneiras e Tietê, há décadas a Secretaria de Agricultura produz e comercializa mudas de frutíferas nativas, como cambuci, araçás (amarelo, vermelho, roxo, goiaba), cereja do Rio Grande, uvaia, pitanga, grumixama, cabeludinha, jaracatiá, juçara, jerivá e jabuticaba. "A nossa produção de nativas, com exceção das que já são produzidas em escala comercial (citadas anteriormente), é feita a partir de sementes, tendo cada uma seu tempo e processo de formação. Contando com o conhecimento e a prática de nossos técnicos e equipe de campo, temos uma metodologia que garante qualidade e rusticidade das mudas. Além disso, as parcerias com instituições de pesquisa e as universidades, como as com a Esalq, para a qual fornecemos mudas e trocamos experiências, têm permitido que novos caminhos de produção se abram", explica Ednei, informando que, anualmente, apenas em São Bento do Sapucaí, são produzidas e comercializadas entre 10 e 12 mil mudas de frutíferas nativas (com preços que variam de R$ 3,00 a R$ 8,00). Para obter a lista de mudas produzidas, os preços e os contatos dos Núcleos da CDRS, acesse: www.cdrs.sp.gov.br. O contato do NPM de São Bento do Sapucaí pode ser feito pelos tels.: (12) 3971-1306 (WhatsApp) /3971-2046 e pelo e-mail: [email protected]. Lembrando que, por conta da pandemia, o atendimento tem sido feito pelos canais digitais e por telefone, e a retirada mediante agendamento prévio. Sítio do Bello: onde a produção se harmoniza com o meio ambiente Aliar recuperação ambiental, produção agrícola e geração de renda é possível? Com o trabalho realizado no Sítio do Bello, localizado em Paraibuna, cidade encravada na Serra da Mantiqueira, distante pouco mais de 120 km da capital paulista, Douglas Bello, que adquiriu a propriedade há mais de 20 anos, demonstra que sim. Fruto de um projeto pessoal, a propriedade concentra duas vertentes: recuperação ambiental de uma área de pasto degradado e formação de uma agrofloresta com produção de frutíferas nativas, as quais são beneficiadas e transformadas em uma gama de produtos comercializados para todo o País. Além disso, mantém os seus 10 hectares, onde estão plantadas mais de seis mil árvores de cerca de 50 espécies de frutas, com as "porteiras abertas" para a ciência, a educação ambiental, o incentivo à produção sustentável e as trocas de experiências com produtores, pesquisadores e interessados de forma geral. "A recuperação de uma área degradada é um processo difícil e oneroso, principalmente para os pequenos produtores. Sempre tive o desejo de ter uma área produtiva integrada com a conservação ambiental e mostrar a viabilidade de se combater a degradação por meio de um empreendimento economicamente viável. Quando adquiri o sítio, em 1999, era uma área de pasto degradado. Eu sou químico de formação e meu segmento de atuação é a indústria, então busquei conhecimento e apoio técnico sobre o sistema agroflorestal. Passadas duas décadas, temos uma área recomposta, com retorno de animais e pássaros - estes aliados na disseminação de sementes que geram novas árvores - e disponibilizamos no mercado frutas típicas de nosso País, in natura ou na forma de sucos, polpas congeladas, doces etc. Tudo em um processo sustentável dos pontos de vista econômico, social e ambiental, com geração de renda e emprego, tanto na área produtiva no campo como na comercial, por meio da empresa instalada em São Paulo", conta Douglas, acrescentando que no site do Sítio, além de adquirir as frutas e os produtos, as pessoas têm à disposição informações técnicas e botânicas sobre cada fruta. "Entendemos que é preciso fazer um resgate cultural dessas frutas, pois o seu conhecimento está restrito a pessoas de mais idade, comunidades tradicionais e alguns ciclos gastronômicos. É preciso apresentá-las às pessoas, principalmente às crianças". O produtor faz questão de tomar como referência, em todo processo, o trabalho dos extensionistas da Secretaria de Agricultura. "Há 20 anos, quando iniciei os primeiros plantios, adquiri as mudas nos Núcleos de Produção de São Bento do Sapucaí e de Tietê. O trabalho que os técnicos da CDRS fazem é de excelência e as mudas de muita qualidade. Além disso, o respaldo técnico que dão aos produtores é fundamental para que a produção tenha sucesso. É um trabalho que precisa ser divulgado cada vez mais", salienta Douglas, destacando também as ações de pesquisa. "É fundamental que cada vez se invista em estudos que viabilizem a seleção de mudas e diversificação de variedades. Por isso, estamos sempre abertos e contribuindo com os pesquisadores, como é o caso da nossa parceria com a Esalq". http://www.sitiodobello.com.br/ Cambuci: publicação da Secretaria de Agricultura é incentivo da extensão rural paulista para a produção e o consumo dessa fruta nativa
Relatos históricos apontam que o cambuci foi muito utilizado pelos bandeirantes e tropeiros, os quais tinham a tradição de consumir a cachaça curtida com o fruto. Mas estudos mostram que o fruto do cambucizeiro já era conhecido pelos indígenas, que o chamavam kãmu'si, cujo significado é pote d'água em tupi-guarani, por conta de seu formato. Atualmente, para grande parte das pessoas que conhecem o fruto, principalmente as crianças, ele é descrito como uma fruta que parece um disco voador; o que se deve ao seu formato arredondado e achatado na extremidade, com cerca de cinco centímetros de diâmetro e cor predominantemente verde, que pode variar para verde-amarelada. Nos últimos anos, passou a ser uma fruta cada vez mais comentada em relação a conversas, quando o assunto é gastronomia. Nessa trajetória de sucesso, além de dar nome a um conhecido bairro da capital paulista (o qual tem como ponto turístico, em sua praça central, um cambucizeiro), o cambuci ganhou status e se tornou a fruta símbolo da Mata Atlântica, sendo encontrada, principalmente, nos trechos que compreendem as Serras do Mar e da Mantiqueira, no Estado de São Paulo. Ganhou uma Rota Gastronômica, que inclui várias cidades do Vale do Paraíba e o entorno da capital, dedicada à exploração do seu potencial na fabricação de licores, cachaça, geleias, doces, sorvetes, molhos, além das mais variadas receitas doces e salgadas. Como também ganhou espaço na mídia, o cambuci vem sendo redescoberto e explorado por pequenos produtores rurais que estão vendo na fruta a oportunidade de diversificar atividades, aumentar a oferta e garantir uma maior renda. "As demandas dos agricultores vêm aumentando e a Secretaria de Agricultura não poderia ficar alheia. Por enquanto, a maioria dos cambucizeiros são nativos, mas podem ser plantados; e nesse sentido, o trabalho dos nossos Núcleos na produção e comercialização de mudas de qualidade com preço acessível tem sido fundamental. Mas, como extensionistas, entendemos também que era necessário pesquisar, desenvolver, adaptar e testar receitas variadas, para oferecer aos produtores e consumidores uma amostra do imenso potencial dessa fruta, que só não dá para ser consumida pura ao natural, por conta de seu sabor que é ácido, intenso e forte, chegando, inclusive, a ser adstringente quando ainda verde. Então fizemos a opção pela elaboração da Instrução Prática Cambuci", explica Beatriz Cantusio Pazinato, nutricionista da Divisão de Extensão Rural (Dextru)/CDRS, que coordenou a publicação, produzida e editada pela instituição. Com informações importantes sobre manejo, conservação dos frutos e Boas Práticas de Fabricação, a publicação traz uma grande lista de receitas. Os interessados podem fazer o download no site da CDRS: www.cdrs.sp.gov.br. Produção de mudas No âmbito do projeto da Esalq (já referido), o cambuci está no centro das pesquisas do doutorando Marcelo B. Santoro, que relata os principais resultados preliminares. "Ao longo de nossos estudos, têm sido grandes os desafios para estabelecer uma metodologia para a seleção e produção de mudas por multiplicação vegetativa, que garantam a manutenção das características das plantas e a uniformização do pomar. Hoje, com a multiplicação via semente isso não é possível, além de ter um impacto negativo no manejo e nos tratos culturais, pois com plantas desuniformes é difícil estabelecer podas, adubação etc. de forma adequada. Os testes realizados com as técnicas de alporquia e estaquia não tiveram sucesso, mas no que diz respeito à enxertia, a técnica de enxerto por fenda lateral apresentou resultados animadores, então estamos intensificando os experimentos para confirmar os resultados. Outro ponto observado, que pode contribuir com a propagação por meio de sementes, foi a identificação de novas formas de semeadura e de que sementes parcialmente secas não tem seu potencial de germinação afetado (o que vai contra a sabedoria popular); então aumenta a oferta para a formação de novas mudas. Nosso objetivo é intensificar os experimentos para selecionar materiais superiores. Nesse contexto, enaltecemos a parceria com a Secretaria de Agricultura, pois o trabalho dos extensionistas da CDRS é excepcional e com eles temos feitos trocas de experiência e mudas, que têm sido fundamentais no desenvolvimento das pesquisas e na aproximação com as necessidades do campo", comenta o pesquisador, ressaltando que o cultivo de cambuci e outras frutas nativas pode realmente ser sustentável. "Com o contato estreito com os técnicos da CDRS, nos aproximamos da realidade dos produtores, principalmente dos agricultores familiares, que precisam de novas alternativas de renda aliadas à conservação ambiental. Nesse cenário, as frutíferas nativas são uma opção extremamente viável, pois podem, inclusive, ser plantadas em Áreas de Preservação Permanente (APPs), possibilitando renda com a extração responsável das frutas", continua Santoro. Anualmente, somente no Núcleo de Produção de São Bento do Sapucaí da CDRS são produzidas e comercializadas cerca de três mil unidades de mudas cambuci. Cambuci na alimentação e o seu valor nutricional Na esteira do reconhecimento gourmert, os valores nutricionais da fruta também foram sendo descobertos. "O cambuci contém vitaminas, minerais e fibras que ajudam a regular algumas funções do corpo humano, com destaque para a grande concentração de vitamina C. Cada 100g da polpa do cambuci maduro contém, em média, cerca de 16mg de vitamina C, enquanto que na fruta verde o teor é mais do que o dobro, em torno de 40mg/100g de fruto. Portanto, as necessidades diárias de vitamina C (45 a 80mg/pessoa/dia) podem ser supridas com o consumo de cerca de três a quatro unidades (tamanho médio) dessa fruta por dia", explica a nutricionista Beatriz, dizendo que, seja em pratos doces ou salgados e toda uma gama de bebidas, o cambuci oferece um sabor diferenciado e refrescante. Ela informa também que, hoje, a fruta, considerada parente da goiaba, da pitanga e da jabuticaba, pode ser encontrada em hortifrútis, empórios e feiras especializadas - principalmente de produtos orgânicos, além de locais em que produtores fazem vendas diretas, inclusive pela internet. Receitas Sorvete de cambuci Ingredientes 8 cambucis médios 1 lata de leite condensado (395g) 1 lata de creme de leite (300g) Preparo • Bater todos os ingredientes no liquidificador, até ficar uma mistura homogênea. • Despejar em um pote ou em tacinhas e levar ao freezer para congelar. • Servir como sobremesa ou lanche.
as, out/20. com Ascom Agricultura.SP -- [email protected]
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Solanum betaceum, conhecido popularmente como tomate-de-árvore é uma fruta nativa dos Andes, na América do Sul, rica em vitamina A. Muito apreciada pelo seu sabor agridoce, pode ser consumida ao natural ou em sucos, geleias, saladas de frutas ou até em molhos acompanhando carnes. No Brasil, essa frutinha é muito cultivada nos quintais baianos, paulistas e mineiros, assim como na nossa hortinha. Oferecemos essa delícia sempre nos nossos cafés como mais uma opção orgânica aos nossos hóspedes. Nos certificar da qualidade dos serviços que prestamos não é só um compromisso como também um prazer! . . https://www.villaalferes.com.br/ . Whatsapp: (32)988874406 . #PousadaVillaAlferes #tiradentes #tiradentesmg #organico #comidaorganica #pousadastop #pousadasmg https://www.instagram.com/p/CEFvZ2zlEoJ/?igshid=1at9ha4f10ie0
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Pesquisa avalia produção agrícola de indígenas passada de geração a geração em aldeia no Acre
Pesquisa foi desenvolvida entre os anos de 2016 e 2020 e apresentada como tese de doutorado de Tomaz Lanza. Pesquisador acredita que modo de produção agrícola indígena contribui para a conservação da biodiversidade no AC Tomaz Lanza Após pouco mais de três anos de levantamento de dados e experiências na prática dentro da aldeia Nova Aliança, na terra indígena Kaxinawá de Feijó, no interior do Acre, o pesquisador Tomaz Lanza afirma que o modo de produção agrícola dos indígenas contribui para a conservação da biodiversidade no estado. A pesquisa foi uma parceria entre a Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal do Acre (Ufac) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), desenvolvida entre os anos de 2016 e 2020 e foi apresentada como tese de doutorado de Tomaz Lanza. “Sem dúvida essa forma de cultivo, de fazer agricultura, cultura de relação com as plantas alimentícias, é muito importante para a conservação da biodiversidade no Acre. É uma agricultura resiliente que vem sendo utilizada e praticada há várias gerações, é altamente produtiva e não observei problemas significativos com pragas e doenças. São sistemas diversificados, dificilmente eles plantam uma cultura só”, contou o pesquisador sobre a conclusão do estudo. Para Lanza, o povo Kaxinawá tem uma agricultura que está mais ligada com a floresta do que a convencional. “É uma agricultura que, ao meu ver, é o mais próximo de uma agricultura sustentável porque ela não necessita de irrigação, nem defensivos químicos, agrotóxicos e que conserva sementes crioulas. É resiliente e altamente produtiva e está muito alinhada com a conservação da natureza e do solo que quando fica fraco, eles mudam de lugar. Então, existe uma consciência na prática deles de um uso consciente e de uma agricultura mais limpa”, complementou. Lanza afirma que mesmo sob influência da cidade, ainda existe muito conhecimento preservado e uma utilização grande dessas plantas, que são cultivadas em roçados, bananais, às margens dos rios, nas praias e nos quintais, onde são cultivadas algumas plantas frutíferas e hortifrúti. Pesquisador acredita que povo Kaxinawá têm uma agricultura que está mais ligada com a floresta do que a convencional. Tomaz Lanza/arquivo pessoal Sobre a pesquisa A pesquisa entrou como projeto complementar para estudar a agricultura da terra indígena avaliando a prática de manejo utilizada, que tipo de plantas, como plantam, qual a época e de que forma fazem o plantio. Lanza disse que teve como orientador foi o professor Lin Chau Ming da Unesp Botucatu, em São Paulo, e co-orientador o pesquisador da Embrapa Acre, Moacir Haverroth, que é o coordenador do projeto Etnoconhecimento e Agrobiodiversidade entre os Kaxinawá de Nova Olinda, no qual está inserida a tese dele. O estudo também avaliou os produtos que os indígenas cultivam e também as frutas que são encontradas na floresta. O pesquisador contou que, ao todo, encontrou 115 espécies de plantas alimentícias consumidas dentro da comunidade. Desse total, 50 foram consideradas como cultivadas. Algumas delas são milho, banana, cará, taioba, entre outras. Outras 65 nas áreas de mata, encontradas na floresta, entre frutas e folhas que os indígenas consomem no dia a dia como acaí, patauá, pama, cocão, maçaranduba, abiurana, entre outros. “A gente subia o rio Envira, ficava lá um tempo na terra indígena. É uma pesquisa etnobotânica que busca entender a relação que essas pessoas têm com as plantas, mas o foco nosso é sobre as plantas alimentícias”, contou. Além disso, também teve como objetivo tentar compreender todo o processo de cultivo e vivenciar o cotidiano de como eles praticam a agricultura. “Como a gente sabe, os indígenas têm uma cosmo visão muito forte associada às plantas, à natureza. Então busquei entender quais músicas eles cantavam para abrir um roçado pra colheita e quais rituais eles faziam”, contou sobre o processo de observação. O pesquisador defende que existe um conhecimento aprofundado sobre a natureza pelos Kaxinawás, que se trata de uma agricultura complexa, que contribui muito com a conservação não só cultural dessas populações, mas para conservação da biodiversidade. “Eles comem essas plantas, cultivam, conservam essas variedades agrícolas, conservam as plantas alimentícias da floresta, então é bacana ver essa relação próxima com a natureza e que está totalmente associada a conservação da biodiversidade do Acre. Isso é importante não só para eles, mas para o Acre e e Amazônia, Brasil como um todo”, concluiu. Mamão jacaré faz parte da plantação dos indígenas Tomaz Lanza/Arquivo pessoal
Artigo Via: G1. Globo
Via: Blog da Fefe
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Pesquisa avalia produção agrícola de indígenas passada de geração a geração em aldeia no Acre
Pesquisa foi desenvolvida entre os anos de 2016 e 2020 e apresentada como tese de doutorado de Tomaz Lanza. Pesquisador acredita que modo de produção agrícola indígena contribui para a conservação da biodiversidade no AC Tomaz Lanza Após pouco mais de três anos de levantamento de dados e experiências na prática dentro da aldeia Nova Aliança, na terra indígena Kaxinawá de Feijó, no interior do Acre, o pesquisador Tomaz Lanza afirma que o modo de produção agrícola dos indígenas contribui para a conservação da biodiversidade no estado. A pesquisa foi uma parceria entre a Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal do Acre (Ufac) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), desenvolvida entre os anos de 2016 e 2020 e foi apresentada como tese de doutorado de Tomaz Lanza. “Sem dúvida essa forma de cultivo, de fazer agricultura, cultura de relação com as plantas alimentícias, é muito importante para a conservação da biodiversidade no Acre. É uma agricultura resiliente que vem sendo utilizada e praticada há várias gerações, é altamente produtiva e não observei problemas significativos com pragas e doenças. São sistemas diversificados, dificilmente eles plantam uma cultura só”, contou o pesquisador sobre a conclusão do estudo. Para Lanza, o povo Kaxinawá tem uma agricultura que está mais ligada com a floresta do que a convencional. “É uma agricultura que, ao meu ver, é o mais próximo de uma agricultura sustentável porque ela não necessita de irrigação, nem defensivos químicos, agrotóxicos e que conserva sementes crioulas. É resiliente e altamente produtiva e está muito alinhada com a conservação da natureza e do solo que quando fica fraco, eles mudam de lugar. Então, existe uma consciência na prática deles de um uso consciente e de uma agricultura mais limpa”, complementou. Lanza afirma que mesmo sob influência da cidade, ainda existe muito conhecimento preservado e uma utilização grande dessas plantas, que são cultivadas em roçados, bananais, às margens dos rios, nas praias e nos quintais, onde são cultivadas algumas plantas frutíferas e hortifrúti. Pesquisador acredita que povo Kaxinawá têm uma agricultura que está mais ligada com a floresta do que a convencional. Tomaz Lanza/arquivo pessoal Sobre a pesquisa A pesquisa entrou como projeto complementar para estudar a agricultura da terra indígena avaliando a prática de manejo utilizada, que tipo de plantas, como plantam, qual a época e de que forma fazem o plantio. Lanza disse que teve como orientador foi o professor Lin Chau Ming da Unesp Botucatu, em São Paulo, e co-orientador o pesquisador da Embrapa Acre, Moacir Haverroth, que é o coordenador do projeto Etnoconhecimento e Agrobiodiversidade entre os Kaxinawá de Nova Olinda, no qual está inserida a tese dele. O estudo também avaliou os produtos que os indígenas cultivam e também as frutas que são encontradas na floresta. O pesquisador contou que, ao todo, encontrou 115 espécies de plantas alimentícias consumidas dentro da comunidade. Desse total, 50 foram consideradas como cultivadas. Algumas delas são milho, banana, cará, taioba, entre outras. Outras 65 nas áreas de mata, encontradas na floresta, entre frutas e folhas que os indígenas consomem no dia a dia como acaí, patauá, pama, cocão, maçaranduba, abiurana, entre outros. “A gente subia o rio Envira, ficava lá um tempo na terra indígena. É uma pesquisa etnobotânica que busca entender a relação que essas pessoas têm com as plantas, mas o foco nosso é sobre as plantas alimentícias”, contou. Além disso, também teve como objetivo tentar compreender todo o processo de cultivo e vivenciar o cotidiano de como eles praticam a agricultura. “Como a gente sabe, os indígenas têm uma cosmo visão muito forte associada às plantas, à natureza. Então busquei entender quais músicas eles cantavam para abrir um roçado pra colheita e quais rituais eles faziam”, contou sobre o processo de observação. O pesquisador defende que existe um conhecimento aprofundado sobre a natureza pelos Kaxinawás, que se trata de uma agricultura complexa, que contribui muito com a conservação não só cultural dessas populações, mas para conservação da biodiversidade. “Eles comem essas plantas, cultivam, conservam essas variedades agrícolas, conservam as plantas alimentícias da floresta, então é bacana ver essa relação próxima com a natureza e que está totalmente associada a conservação da biodiversidade do Acre. Isso é importante não só para eles, mas para o Acre e e Amazônia, Brasil como um todo”, concluiu. Mamão jacaré faz parte da plantação dos indígenas Tomaz Lanza/Arquivo pessoal Artigo originalmente publicado primeiro no G1.Globo
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