#pvhiv
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Havia alguns meses em que eu sentia que algo estava errado comigo, sempre fui muito analítico sobre minha saúde, então era claro que algo não estava normal.
Depois de meses fazendo terapia, por achar que estava com depressão e sem ter grandes resultados, uma luz acendeu na minha cabeça: “será que eu tenho HIV?”.
Meu último teste tinha sido feito em junho de 2021, então já era hora de fazer um novo. 16 de janeiro eu saí do trabalho, fui até uma unidade básica de saúde do meu bairro e solicitei o exame. Era no meu horário de almoço e tive que esperar até o fim da tarde.
Quando voltei e a biomédica me disse que deveria esperar ali para que o médico pudesse falar comigo, eu já tive a certeza do laudo positivo. Minhas pernas ficaram fracas e eu senti tudo girar, foi a pior sensação do mundo. Eu tinha certeza de que tinha no máximo mais dez anos de vida.
É engraçado como a vontade de viver surge em momento como este, quando sentimos que estamos a beira de um precipício e sem poder fazer nada. O médico chegou e me disse: “então, seu resultado deu reagente”, eu paralisei, eu não soube o que deveria dizer ou fazer, fiquei ali naquele momento apenas olhando fixamente para ele.
“Mas você está saudável”. Eu não vou morrer?! Foi a única coisa que consegui dizer naquele momento. “NÃO!” ele me disse tentando trazer conforto ao jovem desesperado diante dele.
Ele me deu um encaminhamento para o local da minha cidade onde era realizado o segundo exame de confirmação e o tratamento. Naquele dia eu dirigi meu carro em alta velocidade e quando via uma ponte eu acelerava mais ainda em direção a ela, eu não queria viver assim.
Algo em mim lutava contra a vontade de morrer, no fundo, eu sabia que queria viver, eu sabia que precisava superar isso. Mas a única coisa que vinha em minha mente era o Cazuza: magro, fraco, estigmatizado e a beira da morte.
Acredito que essa seja a imagem que vem a mente de muitas pessoas que pensam em HIV. A morte junta com a promiscuidade e homossexualidade. Essa última afirmação era algo conflitante em mim, eu contraí o vírus de uma mulher, mesmo sendo bi e me relacionamento também com homens.
Quando por fim cheguei em casa, eu consegui chorar, e foi uma longa noite tentando entender o que tinha feito a mim mesmo, qual seria o karma que me atingiu.
No outro dia acordei cedo, me arrumei, como se me preparasse para o meu próprio velório. Fui até o lá, fiz o exame e foram os 15 minutos mais longos da minha vida. Positivo novamente, era a constatação de minha vida havia sido ceifada.
Eu chorei para a psicóloga como nunca havia feito antes, eu só sabia dizer que iria morrer. E ela o tempo todo me confortava dizendo que não, que o HIV tinha se tornado uma doença crônica e que só morria quem não realizava o tratamento.
Então mais um longa espera se surgiu: o exame onde é analisado a carga viral no corpo só era realizado as terças e quintas às 7h, aquele dia era quinta, mas já havia passado o horário...
Às 6:35h eu já estava lá, numa ânsia de saber o que fazer a seguir. Realizei o exame e do dia 21 era minha consulta e outra grande surpresa, minha carga viral era de 32! Algo que só acontece quando a pessoa já era realizando o tratamento ou é considerado controlador de elite.
Foi quando a médica me disse novamente que eu estava muito saudável e que a minha infecção era recente e muito provavelmente meu corpo estava conseguindo controlar a infecção, como acontece naturalmente nesta fase. A infectologista queria marca um próximo exame apenas SEIS meses depois, dizendo que eu poderia viver uma vida normalmente.
Ansioso como eu sou, disse que não, era muito tempo para se viver na dúvida, contaminando outras pessoas e que aquilo significava 1/12 de vida que eu tinha pela frente. Eu devia ter a resposta disso o quanto antes, foi aí que ela relutantemente marcou para dois meses depois.
Nestes longos dois meses eu consegui ter um pouco de paz, busquei muita informação sobre controladores de elite e isso me trouxe o conforto que eu precisava naquele momento. A morte já era algo um pouco mais distante — talvez 20 anos — mas a vontade de aproveitar estes próximos anos me ajudou a manter minha saúde mental e física em dias.
Numa luta contra o tempo, eu saí de 68 kg para atuais 74 kg. Mas não se enganem, a perda de peso não estava ligada ao vírus e sim a depressão desenvolvida neste tempo. Hoje eu percebo e acredito que o que MATA não é a AIDS e sim o estigma, este que é perpetuado até hoje...
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Covid-19: pessoas a partir de 50 anos podem receber vacina bivalente em Porto Alegre
Pessoas com 50 anos ou mais poderão receber a dose da vacina bivalente contra Covid-19, a partir da quinta-feira (27), na capital gaúcha. No total, são 33 locais aplicando o imunizante. O grupo se soma às pessoas com comorbidades que têm 12 anos ou mais, com deficiência permanente de 12 anos ou mais, gestantes, puérperas, imunocomprometidos a partir dos 12 anos e profissionais de saúde, todos com esquema vacinal primário completo.
Unidades que atendem até as 21h
- Navegantes - Campo da Tuca - IAPI - Clínica da Família Álvaro Difini - Clínica da Família José Mauro Ceratti Lopes - Belém Novo - Tristeza - São Carlos - Santa Marta - Modelo - Ramos - Morro Santana - Chácara da Fumaça Postos que atendem até as 17h - Glória - Nossa Senhora de Belém - Nonoai - Nova Brasília - Sarandi - Jardim Itu - Rubem Berta - Costa e Silva - Nossa Senhora Aparecida - Vila Ipiranga - Vila Jardim - Campo Novo - Camaquã - Panorama - Parque dos Maias - Ipanema - Restinga - Lomba do Pinheiro - Ilha dos Marinheiros - Mato Sampaio - Moab Caldas (até 19h) Imunocomprometidos São imunocomprometidos ou em condição de imunossupressão: - Pessoas transplantadas de órgão sólido ou de medula óssea - Pessoas vivendo com HIV (PVHIV) - Pessoas com doenças inflamatórias imunomediadas em atividade e em uso de corticoides - Pessoas em uso de imunossupressores e/ou imunobiológicos que levam à imunossupressão - Pessoas com erros inatos da imunidade (imunodeficiências primárias) - Pessoas com doença renal crônica em hemodiálise - Pacientes oncológicos que realizaram tratamentos quimioterápico ou radioterápico nos últimos seis meses - Pessoas com neoplasias hematológicas Comorbidades De acordo com a definição do Ministério da Saúde expressa na Nota Técnica 17/2023 da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, as comorbidades e condições de saúde são: - Diabetes mellitus - Pneumopatias crônicas graves - Hipertensão arterial resistente - Hipertensão arterial estágio 3 - Hipertensão arterial estágio 1 e 2 com lesão em órgão-alvo - Insuficiência cardíaca - Cor-pulmonar - Hipertensão pulmonar - Cardiopatia hipertensiva - Síndromes coronarianas - Valvopatias - Miocardiopatias - Pericardiopatias - Doenças da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas - Arritmias cardíacas - Cardiopatia congênita no adulto - Próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados - Doenças neurológicas crônicas e distrofias musculares - Doença renal crônica - Hemoglobinopatias e disfunções esplênicas graves - Obesidade mórbida - Síndrome de down e outras síndromes genéticas - Doença hepática crônica. Com informações do g1* Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil Read the full article
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SÍNDROME DA FADIGA CRÔNICA NA INFECÇÃO PELO HIV | NEUROCIÊNCIAS EM DEBATE - A fadiga crônica é um achado comum em pessoas vivendo com HIV (PVHIV), e sua base fisiopatológica ainda não está bem elucidada. Uma das principais teorias tenta vincular a origem da fadiga a uma desregulação nos níveis de citocinas. Texto completo em: http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/arquivos/488
#depressao #depressão #fadiga #fadigacronica #neurofisiologia #neurociencias #neurociências #HIV #AIDS #infecção #fisiopatologia #citocina #citocinas #saude #saúde
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Writing this in Portuguese for all my Brazilians out there.
Caso algo como o que foi mencionado acima aconteça com você o SUS oferece o teste para HIV de graça nas UBS (Unidades Básicas de Saúde). Se o teste for positivo não se desespere porque o tratamento também sai de graça:
"Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) todos os medicamentos ARV e, desde 2013, o SUS garante tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV (PVHIV), independentemente da carga viral."
English Translation (cause I know you're all curious):
If something like what was mentioned above happens to you, SUS offers the HIV test for free at UBS (Basic Health Units). If the test is positive, don't despair because the treatment is also free:
"Since 1996, Brazil distributes all ARV drugs free of charge through SUS (Unified Health System) and, since 2013, SUS has guaranteed treatment for all people living with HIV (PVHIV), regardless of their viral load."
Mais informações/more informations:
Also: don’t stigmatize HIV+ individuals because they all have different circumstances and might’ve gotten the virus from a variety of sources (sex, occupational, birth, blood transfusions in other countries).
HIV-related stigma remains a huge barrier to preventing HIV, and is linked to a low level of people testing for HIV.
The bad news is that Trump is cutting America’s spending on HIV year after year. He has taken steps to weaken the Affordable Care Act since coming to power.
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23/365 - último dia de estágio ambulatorial
10/02/2022
hoje foi meu último dia de estágio no setor ambulatorial do hospital. foram dias intensos mas de muito aprendizado... pude dispensar medicamentos, observar as evoluções dos pacientes pelos farmacêuticos, entender como funciona a farmácia, bem como a realidade dos pacientes convivendo com diversas condições de saúde. também conheci pessoas maravilhosas ❤ enfim,
vi pela primeira vez um jovem dar entrada no setor para pegar os medicamentos do esquema de primeira linha para PVHIV. fiquei em choque... é algo muito distante da minha realidade.
fiquei bem pensativa... enfim.
🥺❤
é isso
bjo
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Pessoas vivendo com HIV podem tomar vacina tríplice viral
Pessoas vivendo com HIV podem tomar vacina tríplice viral
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Geral
Recomenda-se vacinar as PVHIV que não tenham tomado nenhuma dose anteriormente
De acordo com os Protocolos Clínicos de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para manejo da infecção pelo HIV em Adultos e o de Crianças e Adolescentes, em conformidade com as recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI), pessoas vivendo com HIV entre 5 e 49 anos de idade podem e devem se…
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#Blog da Saúde#HIV#Noticias do Ministério da Saúde#pessoas#podem#tomar#tríplice#vacina#viral#vivendo
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01/12/17 - Homenagem às PVHIV e às Pessoas que trabalham no Enfrentamento de HIV/Aids
01/12/17 – Homenagem às PVHIV e às Pessoas que trabalham no Enfrentamento de HIV/Aids
HONRO PROFUNDAMENTE e ABRAÇO IRMAMENTE a todas as Pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHIV)! Honro também aqueles que se previnem para não adquirir essa e outras infecções. Honro e abraço mais ainda aqueles que não conseguem se cuidar e se expõem ao HIV, porque esses merecem mais cuidado. Honro os que já não estão mais vivos! Honro também todas as pessoas vivendo sem HIV. “Primum non nocere – first DO…
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hoje eu também dispensei pela primeira vez medicamentos antirretrovirais para PVHIV.
foi uma experiência única para mim.
08/02/2022
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