#projetoalmasfloridas
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eu nunca escrevi sobre você. pelo menos uma vez por semana eu digo que te amo. mas eu nunca escrevi sobre você. ou sobre nós. sobre isso aqui que a gente tem agora. há desculpas, eu sei. já não escrevo mais como antes, já não tenho 16 anos, quase nunca entre no tumblr, e não tenho tempo pra nada. mas será que isso é desculpa? acho que tenho medo, de não sair nada. de escrever e não sair nada, nada. e descobrir que não é verdade aquilo que eu te digo toda semana, e que eu juro que sinto nos meus ossos e em cada poro de minha pele, então por que eu não escrevo? tenho medo de não parecer tão forte no papel. e se não for forte no papel e nas palavras haverá de ser forte aonde? se isso aqui sempre foi o que eu tive de mais sincero, de mais real, de mais secreto. por que nunca houve uma única linha sobre você? e já faz quase um ano. minto, já fazem mais de sete. o tempo é tão confuso entre a gente. tudo, tudo é tão confuso entre a gente. a gente se apaixonou em momentos tão diferentes. se juntássemos o seu eu apaixonado e o meu eu apaixonado faríamos um ótimo casal. mas eles nunca se encontraram. ou eu nunca me apaixonei? apaixonei sim, eu sei que sim, quando eu digo que te amo, e espero ansiosa que tu diga que me ama de volta, e penso em tu quando acordo, e sorrio boba com tuas mensagens, e faço planos em minha cabeça, e, e, e. e ainda assim, não sei. escrevo isso aqui sentindo que tem algo errado por eu nunca ter escrito isso aqui antes. talvez eu não tenha mais 16 anos e não seja tão romântica e não tenha tantas palavras e não sinta tantos sentimentos. e talvez isso tudo seja assim mesmo com todo mundo e. e talvez eu queria ter me apaixonado por tu 7 anos atrás quando eu ainda era tão boba e tudo era tão agora e teríamos tanto tempo e eu poderia escrever sobre você todos os dias e nunca seria o suficiente. mas não é assim. não foi assim. é como é. e não é assim, não sei.
#meusrascunhos#meusrabiscos#autorais#autorias#projetoalmasfloridas#projetoflorejo#pequenosescritores#pequenasescritoras#liberdadeliteraria#carteldapoesia#poecitas#lardepoetas#buscandonovosares#quandoelasorriu#arquivopoetico#lardepoesias#mardeescritos#projetoverboador#projetoartelivre
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só vivo pra ocupar o espaço predestinado pelo universo.
#buscandonovosares#caligraficou#poecitas#mardeescritos#lardepoetas#doceesther#clubepoetico#projetoalmasfloridas#lagrimas
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há amores infinitos e aqueles que acabam há amores em vida e aqueles que matam e ainda há os amores de corpo e pele mas poucos conhecem os AMORES D'ALMA #PoemasIntimos #novospoetas #projetoalmasfloridas #frases #amor
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fico deitada em meu quarto me lembrando de tudo. de absolutamente tudo. dos dias que tivemos juntos. dias em que você me beijou os melhores beijos. e me roubou os mais sinceros risos. e me falou as mais privadas palavras. e me envolveu nos abraços mais apertados. e me provocou as mais fortes saudades. dias em que eu te amei religiosamente. como se fosse sagrado. como se fosse eterno. dias em que a gente sentia algo tão forte que eu podia jurar que não havia no mundo alguém que já o havia sentido. foi descoberta nossa. assim como um dia alguém descobriu o fogo. e alguém descobriu a roda. e alguém descobriu o teto. e deus descobriu a vida. a gente descobriu o amor. simples assim. na falsa inocência das crianças. na esquina entre minha casa e a tua. no gosto de álcool dos vinhos baratos. no tédio da calçada dos meus vizinhos. a gente descobriu essa coisa que dava sentido a tudo. e que não acabava nunca. eu me lembro agora disso. de como não acabava nunca. nunca.
#meusrascunhos#meusrabiscos#autorias#autorais#mardeescritos#poesias#carteldapoesia#projetoflorejo#projetorevelações#projetosonhantes#projetoalmasfloridas#pequenosescritores#pequenasescritoras#liberdadeliteraria#quandoelasorriu#poecitas#projetoverboador#projetoartelivre#projetoconhecencia#projetomardeescritos#projetocartel#projetonovosautores
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tem um ditado, acho que indígena, que diz que nada na natureza se perde, mas se transforma. isso acaba sendo uma parte dos princípios da termodinâmica. tu não acha isso poderoso? é algo que tenho refletido bastante, perdemos tantas coisas pelo caminho, pessoas, objetos e vontades, de alguma forma todas essas coisas boas que se foram tenho pedido pra algum dos deuses as tranformarem em coisas mais incríveis para outros. eu tive minha cota do que precisava daquilo. o ciclo precisa continuar, assim como nós.
#lagrimas#carteldapoesia#projetoalmasfloridas#projetoautorial#projetoreconhecidos#mardeescritos#doceesther
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Me sinto rejeitada. Aquele colega da quinta serie que sempre sentava no funda da sala e fazia todos rirem durante as aulas e nunca me chamou pra comer um lanche ou me acompanhou no caminho de casa. Rejeitada. Sempre olhando de canto do olho o amigo que fiz aos 14 anos e que dizia que eu era especial e que eu era diferente, sendo que eu nunca fui tão especial ou tão diferente quanto gostaria de ser. As vezes sinto que ninguém nunca me olhou de canto, nunca fez planos secretos que envolviam me levar para algum lugar, nunca falou de mim pros amigos depois de beber além da conta. Rejeições. Minha mãe que sempre preferiu minha irmã mais nova e meu pai que só tem conversas de verdade com a mais velha. A pessoa que sempre disse gostar mais de mim morta desde o ano passado. O sentimento de rejeição. A segunda opção quase sempre. As vezes a terceira, a quarta, a quinta, sabe-se lá qual opção já fui mas nunca a primeira. Rastejando por aí pedindo esmolas pedindo ajuda pedindo para ser escolhida. Me escolhe me escolhe me escolhe. Rejeitada. Nenhum poema sobre mim, nenhuma música, nem um texto que seja num pedaço de papel. Minhas melhores amigas que sempre tiveram outra melhor amiga que não era eu. Minhas tentativas fracassadas. Meu amontoado de ideias nunca reveladas. Meus medos. Minhas falhas. Meus defeitos jogados na minha cara de novo e de novo e de novo. A cada não um defeito, a cada adeus um defeito, a cada olhar que não era pra mim e sim para aquela amiga que estava ao meu lado, um defeito. Perseguida e amedrontada por minhas rejeições. Ficando menor e menor e menor. Apagada, desligada, magoada. Rejeitada. Rejeitada.
#meusrabiscos#meusrascunhos#mardeescritos#projeto autoral#projetorevelações#projetoalmasfloridas#cancionaria#conhecencia#novosautores#novospoetas#naflordapele#recuperandoaessencia#pequenosescritores#carteldapoesia
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Me lembro que sempre que o sol estava se pondo, ou a lua estava nascendo, ou o céu estava bonito, me lembro que eu corria até sua casa. Ou você até a minha. "corre, vem ver como o céu ta bonito". E você sempre corria. Eu também. Era dito e certo, sem falhas. Me lembro que vimos o eclipse e ficamos a noite toda no frio até que ele sumisse por completo. Ninguém mais faz essas coisas comigo, sabia? Esse ano teve um eclipse e nem vi até o final. Não queria ver sozinha. Teve um dia que a lua estava nascendo enorme e linda nas férias e ninguém me avisou. Eu nem vi nascer. Fiquei chateada. As vezes só você via as constelações que eu tentava mostrar. Muita coisa eu só mostrava pra tu, sabe. Eu lembro de quando teus pais viajavam e tu ia lá em casa me chamar pra ir dormir contigo. Eu brincava que você tinha medo de dormir sozinha, e talvez tivesse mesmo, sei lá. E eu sempre ia. E minha mãe pegava no meu pé. As vezes todo mundo pegava no meu pé, aliás. Você também. Mas isso agora não é tão importante. Lembra que você sempre me apresentava seus namorados? Desde que eu era criança sempre foi assim. Eles tinham que gostar de mim também. Eu achava isso o máximo. Eu achava tantas coisas o máximo, não sei se cheguei a te dizer. As comidas que você fazia eram minhas preferidas e as roupas que a gente custumizava me faziam feliz. As pequenas coisas. Não sei se te disse. Dia 9 faz um ano que você morreu. Eu me lembro que acordei de manhã e o celular tocou e eu não fazia a menor ideia. Eu nem acreditei de cara. Como que acreditaria? E todo mundo que falava comigo eu só repetia "quero ir pra casa". E eu fui. E eu te vi. E sabe quem me acompanhou? Aquele amigo que você sempre dizia que ia voltar a falar comigo. E voltou mesmo, mas não durou muito. Mas enfim, você tava certa. Ele chorou bastante também apesar de que vocês sempre discutiam. Todo mundo chorou bastante. Eu lembro que fiquei meio irritada com as coisas sei lá. Foi tudo muito novo pra mim. Enfim. Creio que me alonguei demais. É que o céu esteve lindo esse ano inteiro. Era isso que eu queria dizer. Eu vi o sol se pôr tantas vezes. Da janela de minha amiga da pra ver um pôr do sol dos mais lindos que já vi. Nunca falha. Eu sei que você não iria lá ver por causa da distância, mas eu te mostraria as fotos. Também vi a lua nascer na praia, enorme e vermelha. Parecia de mentira de tão lindo que era. Queria te mostrar essas coisas. Dividir contigo, sabe. Você iria amar. Me lembram você. Me lembro sempre de você.
#meusrabiscos#meusrascunhos#mardeescritos#projeto autoral#projetorevelações#projetosonhantes#projetoalmasfloridas#projetoautoral#novosautores#naflordapele#novospoetas#cancionaria#conhecencia#carteldapoesia#pequenosescritores#pequenasescritoras
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e esse é um pensamento muito difícil
pensei e repensei como seria a conversa, a versão final: depois que fizéssemos as tatuagens que seria sobre nós duas, na hora do adeus eu diria algo como "então mãe, fiz muito coisa errada, algumas sei que te fizeram desistir e se desesperar por um tempo, mas tem outra que na verdade nao tem nada de errado, gosto de meninos e meninas" e foi até aí que cheguei com essa idealização. o depois deixei incubido à vida. só que pelo sim e pelo não teu amor por mim estaria marcado na tua pele em forma de arte mãe, eu estaria ali seja lá oque acontecesse, meio egoísta da minha parte. queria poder te falar da dor desse devaneio pra poder chorar comigo, mas não sei se choraria comigo ou por mim, só sei que eu estaria na tua derme como uma lembrança, e eu preciso pelo menos dessa certeza, que tu me carregaria fosse oque fosse. te amo mãe.
#lagrimas#lgbtq#lgbt#projetoalmasfloridas#projetodivulgando#doceesther#mardeescritos#carteldapoesia#versografando
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Eis o meu problema. Não consigo me abrir. Não sei ser sincera comigo e com os outros, nunca escrevo sobre o que realmente me aflinge. Todos os meus sentimentos são maquiados, todas as minhas falas são planejadas, todos os choros ensaiados. Não sei chorar de verdade (ou chorar as verdades). Porque tudo me parece tão particular, tão indigno de compaixão ou de pena. Sinto vergonha do que penso e sinto, e do que não consigo nem com muito esforço sentir. Por que eu falaria a alguém sobre isso? É tão mais fácil falar dos meus problemas corriqueiros, que se assemelham aos de tantas outras pessoas por aí. Que são aceitáveis. Que não machucam ninguém, além da pessoa que vive em minha própria cabeça. Creio que na verdade o mundo todo só está preparado para as superfícies. Ninguém quer explorar o oceano muito além do que já foi descoberto. Pra que? Vai que decepcione. O mais provável é que sim. Minha terapeuta disse que estou fugindo de mim mesma, que tenho medo de me encarar de frente, de ouvir minhas próprias verdades. Não sei se concordo. Eu já me conheço, eu alimento meus monstros três vezes por dia, canto suas canções de ninar e os ponho para dormir. Não sinto medo deles, ou de mim. Tenho medo é que me vejam, que me julguem. Não quero que me apontem o dedo, que não compreendam, que me achem louca. Pois até mesmo a loucura só é bonita quando rasa, divertida, um exagero do sentir que transforma um dia comum em uma alucinante aventura. Quando eu realmente enlouqueço não tem charme, não tem poesia. A poética das coisas não vai além da segunda camada de nossos desejos. No núcleo de nosso ser é onde se encontra o verdadeiro fogo, que queima. E ninguém quer se queimar desta maneira. Todos só querem se aquecer e assar marshmallows ao redor da fogueira. Não os culpo. Quero fazer o mesmo na fogueira de outros. Provavelmente faço. Porém as vezes me pergunto se todo mundo esconde a maior parte de si como um iceberg do qual sentem vergonha, como se tivessem culpa da água estar tão gelada. Gosto de acreditar que sim, que todos são um universo de mistérios pouco glamourosos. Mas sendo sincera, quando sinto inveja ao ver as pessoas chorando, se declarando, e se expondo como livros abertos em cima da mesa, já não tenho tanta certeza. Será que é possível ter certeza quando se fala dos outros? Será que ter certeza faria em si alguma diferença? É mais provável que não, então não sei pra que me questiono tanto. Não sei porquê fico remoendo minhas angústias, se não me levam a nada. Remoendo às escondidas, claro. Imagina que horror se alguém me flagra neste momento tão íntimo: no qual meus olhos se abrem para dentro e, tal qual um cientista a olhar para o céu atravéz de um telescópio que o amplie a visão, encaro bem de perto a anatomia de meus demônios.
#meusrascunhos#meusrabiscos#projetoalmasfloridas#projetoautoral#conhecencia#naflordapele#projetosonhantes#novospoetas
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Houve um tempo em que uma mensagem como essa que você me enviou de madrugada me faria passar a noite em claro. Imaginando as possibilidades, os desfechos, as portas que se abririam para a gente voltar e viver uns 15 minutos de romance novamente. Mas esse tempo passou. Não da mais pra mim. Depois de quase um ano e de toda a barra que eu tive que suportar sozinha, nem com todas as palavras do mundo tu vai fazer eu te querer de novo. Depois de fazer eu me sentir usada, humilhada e boba como naqueles filmes em que a pessoa quebra a cara ao vivo e em público. É o meu limite. Então não me gaste o tempo, nem me tire a paciência com teus enigmas e jogos de palavras. Eu lembro bem como tu fazia essas coisas. Eu sei que tu ta esperando eu iniciar uma discussão que resolva todos os mal entendidos como eu sempre fazia. O problema é que não há nada pra se resolver, pois dessa vez eu já entendi tudo. Pra mim já está bem claro. Pra você também parecia estar, talvez algo aconteceu e abalou teu conforto. Deve ser teu namoro que vai mal, ou teus pais te botaram pra fora de casa, ou tu decidiu fazer aquela viagem que sempre planejava, ou vai ver apenas olhou ao redor e viu que ninguém te abraça com calma como eu fazia. Que seja, tanto faz a alternativa. Não da mais pra mim. Queria dizer que me dói esse adeus, mas nem isso. Já doeu o que tinha que doer, já sofri, já implorei, já passei noites em claro pensando em você, em nós, nessa merda toda que a gente viveu. Já me enchi de remédios, de álcool, cigarros e olhei nossas fotos até fxarem em minha mente de um jeito que pensei que nunca sairiam. Mas é isso, não sobrou nada pra me lamentar agora. Só quero ficar em paz. Não significa que tô bem que me reergui, que minha vida ta ótima e os problemas se foram. Significa apenas que não é mais sobre você. Que tu não está mais no centro de minhas idéias, acho que nem mesmo nas beiradas. Que isso tudo é passado. Então deixa lá, bem lá atrás. Não revira mais esse baú pois não sobrou nada de nós dois lá dentro.
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As vezes eu anseio por um desastre. Desejo que algo grande aconteça. Essas tragédias naturais, furacões, tsunamis. A força da natureza utilizando toda sua revolta para nos salvar de nós mesmos. Soa como música para meus ouvidos. A possibilidade de um apocalipse, de todos os recursos se esgotarem e a humanidade precisar lutar pela sobrevivência. Guerras, com milhares de mortos e outras milhares de pessoas sofrendo pelas consequências trágicas do combate entre os países. Sempre que vejo os jornais, ou ouço os boatos, a possibilidade de o mundo inteiro entrar em colapso me é extremamente excitante. Imagina que luxo poder me ocupar de lutar pela minha vida, ao invés de dia após dia querer destruí-la. Grandes acontecimentos que tornem meus problemas atuais insignificantes, que façam eu olhar tanto para fora a ponto de esquecer que está tudo fora do lugar aqui dentro. Se eu tivesse alguma crença em um ser divino, superior, imploraria que tivesse pena de mim e me jogasse em meio a uma realidade dura e desesperadora. Uma invasão alienígena, uma nova era do gelo, uma ditadura militar, uma distopia que seja. Qualquer coisa que não este ócio, esse tempo que disponho livre para pensar sobre mim e sobre o mundo, essa necessidade de viver em sociedade com regras que já não me cabe contestar mas que também não posso suportar. Com tantos livros para ler, e tantos filmes para assistir, e tantos assuntos pra se manter atualizada. Com conflitos políticos para opinar, e lutar por direitos que nem sei se me favorecem de verdade ou se são apenas mais deveres. Com crise de insignificância, invisibilidade, baixa autoestima e impotência. Estou cansada da luta contra estes monstros internos de grande porte que me devoram de dentro pra fora. Quero dragões, batalhas e montanhas tão difíceis de subir e de vencer que não me sobre tempo para pensar em mais nada. Quero enlouquecer e ser o Quixote da atualidade, poder fugir do real, dos olhares, das normas, e ir com bravura em meu cavalo enfrentar meus invencíveis inimigos. Quero outros problemas, para ter outras recompensas, ou me recompensar por mim mesma. Não pense que não sei o que estou dizendo, e que não faço ideia do que estou falando, que eu não iria muito longe. Também não faço questão de ir longe, apenas gostaria de ir. Ir é para mim, suficiente.
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Saudade de quando eu era apaixonada por você e o menor elogio seu podia levar minha autoestima às alturas. Agora nada tem me levado muito alto. Ninguém tem ido muito longe comigo. Ou talvez eu que não vou longe com ninguém. Não sei. Enfim, encontrei outro dia um print que fiz de uma conversa nossa. Estávamos discutindo, mas era uma discussão boba sem pretensões de criar rancor ou algo semelhante. Aquele tipo de discussão na qual já se escreve com o sorriso no rosto. Imagino que eu devia estar sorrindo enquanto escrevia tudo aquilo, pra ser sincera não lembro. Mas sinto falta dessas coisas. Não de você, especificamente. Sinto falta das sensações que percorriam todo meu corpo em momentos bobos como aquele, e que agora não me atingem mais em nenhuma situação. Pra onde foi tudo isso ein? Onde que perdi essa pessoa? Não você, mas eu mesma. Esse alguém que eu era, cheio de sentimentos e de medos e de planos fantasiosos que eu não tinha coragem de contar a ninguém. Cheia de expectativas em relação a vida. Agora já nem espero nada, de nada. Onde eu me perdi? Foi em você? Eu podia jurar que sim, mas já não tenho tanta convicção quanto tinha antes. Antes era diferente. Mesmo depois do fim, das lágrimas e da gente se bloquear em tudo que é rede social só pra não ter que lidar com ver o outro segundo em frente. Era diferente. Mesmo assim, eu ainda era eu. Com meus sofrimentos, ressentimentos, e palavras não ditas grudadas na garganta. Ainda era eu. Tudo isso era eu. Mas tudo isso se foi. Não tenho mais palavras pra te dizer, nem pra dizer a ninguém. Eu sento em frente à minha terapeuta toda quinta feira e não consigo falar nada, apenas olho pro teto, pro tapete, pro forro da poltrona que sempre muda de cor. Não digo nada. Não sou eu. Não me sinto eu. Não me sinto ninguém. Não consigo me acostumar ao meu novo corte de cabelo. Me olho no espelho e sou uma estranha pra mim. Pareço estranha por fora, e por dentro. Como um alien que se apossou de meu corpo e agora está em crise de identidade por não saber mais o quanto dele sou eu. O quanto de mim é ele. O quanto disso tudo era você. Note que eu disse "era". Porque nada disso é você hoje em dia. Meus problemas não são você, meus sentimentos não são você, nem mesmo a falta deles é você. Nem esse texto é você, embora eu te mencione. Era uma outra época uma outra pessoa. Será que você também se sente outra pessoa? Se reconhece? Perguntas as quais não terei resposta. Nem as quero. Não faz diferença pra mim, sinceramente. Só quero encontrar comigo mesma, só quero uma conversa que seja com quem eu costumava ser. Nem sei se me quero de volta. Mas preciso desse encontro. Preciso pra saber se ainda sou capaz de sentir frio na barriga e de ter aquele brilho infantil nos olhos. Preciso pra saber que ainda existo. Só pra isso.
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A última vez que tentei falar com você foi em abril do ano passado. Eu não queria nada demais, apenas conversar. Falar sobre as ofensas que tu me fez 1 semana depois de meu aniversário e de eu ter chorado as mágoas com aquele amigo que a gente tinha em comum. Mas tu não me respondeu. Já faz mais de um ano e nunca tive nenhuma resposta. E agora, sem explicações, sem motivações que eu conheça, tu vem falar comigo como se a vida ainda fosse uma terça feira de 2015. Como se tudo o que a gente passou, e todas as ofensas que fizemos um ao outro pudessem ser simplesmente esquecidas. Mas não podem. Seria ótimo se pudesse. Eu, mais do que qualquer um, adoraria poder sorrir pra você igual quando éramos adolescentes e a distância entre minha casa e a tua não era tão grande e nossas mãos se encaixavam facilmente e entre eu e você não havia esse abismo que existe agora. Adoraria, mas não consigo. Você não pode cair de paraquedas na minha vida já organizada e querer trazer o passado para o presente, porque nao é assim que as coisas funcionam. A gente magoou muito um ao outro, 2 anos atrás quando todas aquelas coisas aconteceram e todo mundo achava que a gente voltaria em menos de uma semana porque "vocês dois são pra sempre", mas nós dois sabiamos que aquele fim era pra valer. Eu me feri. Tu se feriu. E nossa mágoa só fez aumentar em todo esse tempo separados. As coisas que tu fazia ainda me atingiam mesmo longe. Eu te via com aquelas pessoas agindo estranho, fazendo coisas das quais eu sabia que tu se arrependeria no dia seguinte porque eu ainda te conhecia melhor do que qualquer um que você abraçava na rua e chamava de amigo. Eu te via e isso me magoava. E mágoa por mágoa se formou uma parede. Sólida, fria e azul. Que tu não pode chegar e atravessar e fazer tudo ficar bem, pra aparecer na minha sala domingo de tarde e assistir os filmes que nunca tivemos tempo de terminar. Não vai acontecer. Não é assim. Eu ja tetminei os filmes com outras pessoas. Alguns eu precisei terminar de assistir sozinha. O que importa é que eu já sei o final então não sobrou mais nada pra gente ver junto. É mais certo assim. Eu prefiro que você me esqueça, que me deixe em paz. Que ignore minha presença igual ignorou todas as minhas mensagens e que se um dia eu voltar a te ligar tu nem mesmo me atenda. E que também não me ligue. Eu prefiro que tu mude de calçada qando me encontrar na rua e que tu finja que não me vê se eu passar ao teu lado, mesmo que eu passe 200 vezes torcendo pra tu me ver e segurar minha mão e falar comigo. Prefiro que não aconteça. É melhor. Duro pra mim. Duro pra você. Porém melhor, pra todos.
#meusrabiscos#novospoetas#cancionaria#conhecencia#carteldapoesia#ecodepoeta#pequenosescritores#liberdadeliteraria#projetoalmasfloridas
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