#primeiras estórias
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Trevava.
Voava, porém, a luzinha verde, vindo mesmo da mata, o primeiro vagalume. Sim, o vagalume, sim, era lindo! — tão pequenino, no ar, um instante só, alto, distante, indo-se. Era, outra vez em quando, a alegria.
João Guimarães Rosa, in: Primeiras estórias
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Eu tenho q voltar a ler os livros clássicos viu
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Aliança
avisos: totalmente fluff, slice of life(?), metade da estória é imaginação do mark, caso não dê pra entender kkk...
notas da nunu: ouço mpb e penso nele, amo ele... não sei se todo mundo daqui conhece a música (aliança dos tribalistas), mas leiam ouvindo ela pra entrar mais na vibe
ah, e se puderem reblogar e me dar feedback eu ficarei muito agradecida!!
Mark te observava dormir.
Havia chegado tarde todos os dias daquela semana, encontrando você acordada poucas vezes, e ainda dobraria no sábado - dia seguinte - tudo pra ganhar um extra e conseguir fechar aquela viagem para búzios pra comemorar os quatro anos de vocês dois. Você ainda não sabia da viagem e se chateava pelo atraso do namorado, que escondia a surpresa dizendo que a semana estava corrida; “fim de mês amor, o escritório sempre fica uma loucura, você sabe”
O Lee ainda ponderava se te faria o tão sonhado pedido nessa viagem. “Somos jovens demais?”, “Será que eu tô pronto mesmo?”, eram algumas das dúvidas que ele tinha e o deixavam nervoso, angustiado.
Mas nenhuma delas era se você era de fato a pessoa certa.
Nunca teve essa duvida. Por mais clichê que pareça. Desde seus olhos se encontraram com os dele, naquela fogueira que o pessoal do retiro de jovens da igreja fizeram, ele sabia que era você. Era como se fosse de fato um sinal divino; tudo ao redor desapareceu e o único pensamento que restou em sua cabeça era “ela. é ela”.
Não sabe se você sentiu o mesmo ou só o achou fofo a primeira vista, nunca chegou a perguntar. só agradeceu a deus depois daquele dia por você ter puxado assunto com ele, mesmo tendo que se deslocar do outro lado do círculo e ouvindo algumas piadinhas sem graças dos amigos.
O namoro foi bem aceito por ambas as famílias e abençoado pelo pastor visto que ele e você eram jovens de respeito.
E a cada mês que se passava, a afirmação que veio na mente de minhyung assim que a viu voltava a mente dele, cada vez mais forte, trazendo novas borboletas para habitar seu estômago.
Agora, fazendo um carinho no seu rosto, vendo sua respiração tranquila que o trazia paz, aquelas imagens que um dia ele sonhava em acontecer ficavam mais nítidas;
Você de vestido branco e longo, segurando lírios - seus preferidos - da mesma cor, o véu cobrindo seu rosto, fazendo ele ficar ansioso pra ver você mais nitidamente.
Seu pai ao seu lado, caminhando lentamente, os amigos de mark como padrinhos — taeyong e donghyuck certamente estariam chorando, johnny estaria segurando as lágrimas assim como sua namorada, que era uma das madrinhas.
A filha de jaehyun seria a daminha de honra, traria as alianças e os votos, parando no meio do caminho para falar com seu pai, e elogiando a noiva quando chegasse ao altar, ganhando um beijo na testa em seguida.
mark tinha plena certeza que depois que você tirasse o véu nada o faria parar de chorar. talvez se acalmasse um pouco no final, quando saíssem da igreja; você no colo dele, fazendo jus ao posto de noiva.
os dois indo em direção ao carro em meio a chuva de arroz que jogavam, para enfim seguirem para a lua de mel.
e não existiria ninguém mais feliz que mark lee aquele dia, pois como diz a música dos tribalistas, ele estava com o seu par perfeito.
#sucosdelimao🍋#slice of life#fics!🎣#nct dream mark#pt br#mark x reader#lee mark#nct dream#nct 127#mark lee#fluff#songfic#Spotify#idol x reader#nct scenarios#mark lee scenarios#mark lee scenario
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The Story Of Us (Epílogo)
Eu costumava acreditar que o amor era vermelho, mas é dourado. Ato Único: Forever&Ever
notas! agora é o fim mesmo. demorou pra sair, mas tá aqui o epílogo da minha primeira série. confesso que conforme o final se aproximava, escrever ficou mais difícil, só que ter terminado foi uma grande vitória e alegria pra mim. se você achou esse post de paraquedas, ou se começou a me seguir recentemente, eu te convido a ler o projeto que criei com maior carinho do mundo. foi uma delícia fazer suspense pra revelar quem seria o próximo ex, e principalmente pra revelar quem seria o maridão... obrigada por todo apoio e por terem me dado tanta moral hahaha, sem isso eu nem teria começado. enfim, tsou sempre vai ter um espaço no meu coração como o enredo que me devolveu o prazer pela escrita. e espero poder trazer mais estórias tão complexas quanto, enquanto eu conseguir.
masterlist
Estar nervosa assim deveria ser considerado um crime. A porta de madeira parece tão sem graça que dá dó da sua cara de bunda, da qual sua mãe já havia reclamado mais de mil vezes. Tudo que quer é ver Renjun no singelo altar no alto do jardim em que decidiram fazer a cerimônia para aproveitar o fim da Primavera.
Renjun, por sua vez, está tentando manter a calma com todas as forças que tem, ele quer ser seu porto seguro nessa hora. As mãos suam frio sem parar, e Jaemin, seu padrinho, já gastou uma caixa inteira de lenços de papel para ajudá-lo.
Quando o trio de cordas começa a melodia suave da marcha nupcial, você e Renjun respiram fundo quase ao mesmo tempo. O pai do noivo se ofereceu para lhe levar ao altar, como um gesto carinhoso de boas vindas oficiais à família.
Finalmente, nada mais separa você do seu noivo, e todo o resto desaparece das suas vistas. Tanto ele quanto você só têm olhos um para o outro, até mesmo andar parece mais difícil do que antes, tão hipnotizada está pela visão deslumbrada do homem da sua vida à sua espera.
Renjun não sabia que o próprio pai o entregaria sua noiva, portanto ao vê-los, os lencinhos de Jaemin passaram a ter outro uso, ele não segurou as lágrimas. Desceu os degraus para te buscar, soltando um risinho bobo ao te admirar tão perto.
— Você é a mulher mais linda do mundo. — ele sussurra após deixar um beijinho nas costas de sua mão, te levando para o altar.
Não consegue respondê-lo porque a emoção embargou sua garganta e encheu seus olhos d’água, e ainda tem muita cerimônia pela frente.
— Te amar, Renjun, tem gosto de felicidade. — você começa a ler seus votos tão carinhosamente escritos, olhando nos olhos dele, controlando-se para não arruinar a declaração com o choro que ameaça voltar. — Quando nos encontramos de novo, tudo fez sentido, exatamente quando te beijei na calçada porque fiquei preocupada, exatamente quando não me deixou em paz por isso… — os convidados riem da sua piadinha, o que te dá um momento para respirar. — Te amar, Renjun, é tudo que eu sempre quis. Eu fui feita pra você.
— A minha cor favorita sempre foi amarelo. — ele inicia, arrancando algumas risadas aqui e ali. — É sério… só que antes de te amar, eu percebi que amava a idealização do amarelo. Os girassóis, o sol, as estrelas, a riqueza, a própria vida que o amarelo dá. Depois de te conhecer, você virou o meu amarelo, nada tem mais graça. Você é mais bonita que os girassóis, o sol, as estrelas, você vale mais do que qualquer dinheiro e me dá mais vida do que qualquer coisa que já experimentei.
Você o abraça sem nem ligar para maquiagem e cabelo, que fiquem arruinados. O que importa é que ninguém mais põe o dedo entre você e Renjun. Ele é seu, você é dele. E pronto.
A vida de casados lhes caiu como uma luva, pois tudo que precisavam estava bem ali: viraram um só. A lua de mel, os primeiros meses, o primeiro evento sediado na própria casa — receberam Jaemin, a nova namorada, sua mãe e os pais de Renjun para a noite de Natal, com bastante comida e presentes.
De início, foi complicado organizar a festa sozinhos por causa de tudo que tinham de fazer. Mas depois de verem o resultado e a felicidade nos olhos daquelas pessoas que amavam tanto, tudo valeu a pena.
Já havia passado a festa da Epifania quando você e Renjun voltaram de uma escapada para as montanhas, o inverno nunca fora tão bom. Chegando em casa, você ri da decoração de Natal ainda intacta por toda a sala de estar.
— Eu esqueci completamente que a gente só voltaria no meio de Janeiro, amor. — você lamenta, já retirando alguns elementos de onde conseguia passar a mão.
Seu marido, no entanto, te impede de continuar, enroscando sua cintura e fazendo seus tornozelos girarem.
— Amor, ninguém sabe que ainda tá aqui. É nossa casa, a gente decide. — ele tenta te convencer a descansar um pouco antes de tomar conta da bagunça, usando as artimanhas do próprio carinho.
Ele beija seu pescoço com habilidade de quem te conhece há várias estações, alcançando os seus lábios com toda doçura que havia guardado só para você.
— O que você acha da gente jantar fora hoje, hm? — o marido sugere entre beijos molhados, nem dá tempo de raciocinar, você apenas concorda, envolvida demais nos toques.
— Jun… — você o guia até o quarto, empurrando-o levemente para que se sentasse na beirada da cama. Toma lugar em seu colo, apertando o quadril masculino com as coxas, voltando a beijá-lo logo em seguida.
— Adiantou o jantar? — ouve o sussurro provocante de Renjun e ri com vontade, sem nenhuma vergonha de estar dedicando toda sua atenção ao pescoço tão bonito do marido. — É o meu prato favorito.
— Você é tão bobinho, sabia? — diz, retornando aos lábios desenhados dele. — É melhor estar com fome, amor, porque aqui o serviço é completo. — suspira ao sentir os efeitos abaixo do abdômen. — Entrada, principal, sobremesa…
— Vou querer tudo.
Apesar de já casados, Renjun nunca parou de te fazer sentir a adrenalina do início do namoro: a aventura, a expectativa, as borboletas. Ninguém haveria de te levar aonde ele te leva, nada o faria sentir o que você faz.
Naquela noite, depois do amor, ele te segurou nos braços como o bem mais precioso que ele tem, desejando que pudessem ficar assim, juntos e perto, eternamente. Até depois do fim.
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Meu marido me ajudou a me libertar
By; Linda
Oi, sou a Linda, sou considerada pela sociedade uma mãe fantástica e uma esposa exemplar, mas isso é apenas uma “máscara”, ao longo dos anos venho passando por uma transformação fantástica e é entre quatro paredes que realmente sou eu mesma.
Venho de uma família tradicional e rigorosamente protestante. E em minha infância fui educada e treinada para ser uma mãe perfeita e uma esposa submissa, com isso ao longo dos anos conquistei a típica fama de “defensora da moral e bons costumes”, porém quando meu marido e eu ainda namorávamos certo dia ele olhou em meus olhos e disse que enxergava por trás da máscara, que ele sabia que tudo aquilo era apenas fachada. Ele disse:
- “vejo em seus olhos alguém agonizando por liberdade, você pode ter essa aparência de “Santa” mas consigo ver que você é uma verdadeira puta”.
Claro que quando ele disse isso fiquei furiosa e exigi pedido de desculpas, mas depois sozinha fiquei pensando no que ele disse e bem… Por muito tempo relutei contra meus desejos e fantasias, até que aos poucos ele conseguiu me ajudar a alcançar a liberdade, hoje ainda detenho a fama de uma mulher irrepreensível, mas estou em uma constante busca pela satisfação e prazer.
A algumas semanas atrás eu conheci aqui o te contos e decidi publicar meu primeiro passo para a liberdade se podemos assim dizer.
Desde o início de meu casamento meu esposo sempre dizia que eu era uma verdadeira puta e que seu propósito era me libertar, então ele começou trabalhando em meu psicológico, me mostrando contos eróticos, hentai (nunca gostei de filmes pornô), e inventando estórias enquanto transávamos, até que um dia em nosso aniversário de 3 anos de casamento ele me levou para uma pousada de luxo. Foram três dias e duas noites maravilhosos, no primeiro dia apenas andamos por todo o lugar conhecendo e tirando fotos, depois no início da noite um jantar super romântico, mas o que eu não sabia (em minha ingenuidade) é que meu marido já estava colocando seus planos em ação.
Ele já havia percebido que eu tenho fetiche por exibicionismo, gosto de ter a impressão de ser observada enquanto transo, e em casa mesmo já havíamos transado na janela e até mesmo na sacada, mas nunca ninguém nos viu, apenas a sensação de alguém passar em algum momento já me deixava louca.
Depois do jantar fomos em direção da nossa suíte quando de repente ele me puxo para o gramado e me encosta numa árvore e de costas para ele começou a beijar meu pescoço e dar leves mordidas na minha nuca (meu ponto fraco), nesse momento minhas pernas já ficaram bambas, pêlos arrepiados e um tesão gigantesco, ele então abriu o zíper da calça e levantou meu vestido (o que essa parte foi bem fácil, já que como ninguém nos conhecia naquele lugar ele fez questão de comprar roupas bem curtas e justas para mostrar a esposa gostosa que ele tinha), e então começou a me foder ali mesmo, minha primeira reação foi de resistência, mas estava completamente dominada por ele.
Então de repente me soltou, se arrumou e começou a me puxar pela mão me levando a para a piscina, chegando lá vimos que as luzes estavam apagadas, mas como era noite de lua cheia estava bem claro, tiramos nossas roupas e entramos na piscina que era aquecida, eu não acreditava que estava fazendo aquela loucura, nunca imaginei que fosse capaz daquilo, e um sentimento misto de medo, pavor e tesão me deixava cada vez mais louca ao ponto de gozar só de sentir ele chupando meus seios.
Começamos então a transar intensamente, particularmente não gosto muito de transar na água, pois perde um pouco a lubrificação, mas naquela noite em especial estava muito bom. Não era uma piscina funda então dava para nos mexer tranquilo, e no auge meu marido diz que aquela noite seria um marco na minha vida, seria o início de minha libertação e me pediu para olhar para a borda da piscina para as cadeiras de descanso.
Nesse momento gelei, e quando me virei devagar vi um jovem sentado nos olhando, eu fiquei estática, sem saber o que fazer, meu esposo então me levou para a borda e ainda por trás de mim continuou me fodendo, eu estava morrendo de vergonha, mas ainda cheia de tesão, então meu esposo me puxou pelos cabelos, levantando minha cabeça e me fazendo olhar para o jovem e então disse em meu ouvido:
- “deixa essa puta sair, essa é uma oportunidade de sentir o maior prazer que você já sentiu na vida”.
Então olhando para aquele jovem se masturbando olhando fixamente para mim, comecei a me soltar, me levantei um pouco deixando meus seios que está escondido em baixo d’água amostra por cima da borda da piscina, fiquei olhando para ele com cara de safada, fazendo caras e bocas.. kkkk
E toda aquela situação, meu esposo me fodendo forte cheio de tesão tambem, me dando mordidas em minha nuca e aquele jovem me olhando, eu gozei, gozei muito gostoso, ao terminarmos eu estava com o corpo tão mole que meu esposo teve que me levar no colo para nossa suite e então dormi como um anjo e um grande e belo sorriso nos lábios, completamente satisfeita.
Foi a minha liberdade...
Enviado ao Te Contos por Linda
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Ontem finalmente comecei a ler Primeiras Estórias do Guimarães Rosa (sim, é uma preparaçao pra encarar grande sertao veredas) e ja teve um punhado de frases que me pegou de jeito, a principal foi essa:
"Tudo, para a seu tempo ser dadamente descoberto, fizera-se primeiro estranho e desconhecido."
Usarei ela pra ajudar na minha ansiedade com o futuro.
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Se quer seguir-me, narro-lhe; não uma aventura, mas experiência, a que me induziram, alternadamente, séries de raciocínios e intuições. Tomou-me tempo, desânimos, esforços. Dela me prezo, sem vangloriar-me. Surpreendo-me, porém, um tanto à parte de todos, penetrando conhecimento que os outros ainda ignoram. O senhor, por exemplo, que sabe e estuda, suponho nem tenha ideia do que seja na verdade - um espelho? Demais, decerto, das noções da física, com que se familiarizou, as leis da óptica. Reporto-me ao transcendente. Tudo, aliás, é a ponta de um mistério. Inclusive os fatos. Ou a ausência deles. Duvida? Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo."
•(Excerto do conto "O espelho", de João Guimarães Rosa - Primeiras estórias. Rio de Janeiro, José Olympio, 1969, p. 71.)
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Eu li a minha primeira comic no readcomicsonline. Tirando o pesadelo que foi os anúncios toda hora, gostei muito da experiência. Algumas coisas que eu notei foram:
1. Comics e mangas são MUITO diferentes. Seja pela estrutura da publicação, seja pela estrutura da história, como os diálogos funcionam, a história. Enfim, tudo
2. Como disse antes, a estrutura da história é muito diferente. Quando estava lendo, tive a mesma sensação que tenho quando vejo um desenho animado. Não sei explicar muito bem, mas o jeito que a estória se desenrola é muito semelhante a de um desenho.
3. Comics tem um fandom muito único. A maioria dos personagens são multimídia, então muitas pessoas conhecem e gostam deles mesmo sem ter lido comic alguma. Em histórias de super heróis de qualquer mídia, o que importa mais é o personagem, não o plot, por isso você tem quinhentos universos diferentes mas os personagens continuam mais ou menos os mesmos. E, também por isso, você não precisa necessariamente ler o material original para ser considerado "fã". Daí que tá a razão do por que, mesmo tendo um impacto tão grande na cultura pop, comics não vendem muito.
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@themousefromfantasyland
The Devil to Pay in the Backlands (Portuguese: Grande Sertão: Veredas, "Great Backlands: Paths"; also translated as The Great Backlands and Their Paths) is a novel published in 1956 by the Brazilian writer João Guimarães Rosa.
The original title refers to the veredas, which are small paths through wetlands usually located at higher altitudes characterized by the presence of grasses and buritizais, groups of the buriti palm-tree (Mauritia flexuosa), that criss-cross the Sertão region in northern Minas Gerais as a labyrinthine net where an outsider can easily get lost, and where there is no single way to a certain place, since all paths interconnect in such a way that any road can lead anywhere. The English title refers to a later episode in the book involving an attempt to make a deal with the Devil.
Guimarães Rosa—a doctor, diplomat, polyglot, and writer—first emerged with Sagarana (1946; Eng. trans. Sagarana), a haunting collection of stories about the people of the sertão (backlands) of Minas Gerais state. An erudite, Guimarães Rosa used language that incorporated elements of oral tradition and was imbued with neologisms, inverted syntax, and lexical transformations.
A “universal regionalist” owing to his empathetic treatment of the theological and metaphysical experiences of his humble and marginal characters, he produced among his crowning achievements the stories in Primeiras estórias (1962; “First Stories”; Eng. trans. The Third Bank of the River, and Other Stories), a collection of hopeful epiphanies, and Grande sertão: veredas (1956; “Great Backlands: Paths”; Eng. trans. The Devil to Pay in the Backlands), his 600-page epic on honour, courage, love, and treachery that takes the form of a first-person monologue by a backlands outlaw who makes a pact with the Devil to gain revenge.
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Doação de plotes/ideias de fanfics.
Regras:
1. Só adote se for realmente usar!
2. Cada pessoa só pode adotar duas ideias.
3. Dê os créditos ao criador das ideias @Alexpacial no spirit fanfics.
4. Assim que a estória for publicada, por favor, entre em contato para que eu possa ler!
5. Não use sem autorização!
Como adotar.
Entre em contato comigo pelas mensagens privadas indicando o número do plote/ideia.
Caso tenha gostado do plote e não conseguir desenvolver, pode entrar em contato pelas mensagens privadas ou no spirit fanfics, irei estar a disposição para ajudar.
Os casais podem ser adaptados!
Plotes/ideias.
1. Após a descoberta de um câncer mortal, YeonJun, um jovem universitário, aproveita ao máximo seus últimos meses de vida.
Indisponível.
2. Durante tempos caóticos, SooBin imaginava um mundo mágico, um lugar onde ninguém envelhece e todos são felizes. Sobretudo, o mundo e a alegria não passava de alucinações.
Indisponível.
3. BeomGyu a todo momento se perguntava: "Por que não sou eu?". O Choi todos os dias se sentava no banco da quadra esportiva do seu colégio, esperando que pelo menos um daqueles que dizem ser seus amigos o notassem. Era todos os dias assim, se humilhando por amizades que não valia a pena.
Indisponível.
4. Soobin estava perdido, o trágico acidente que matou seus pais o deixou louco. Todas as noites voltava para a época que era criança, mas quando acordava, retornava a vida triste sustentada por ilusões.
Disponível.
5. TaeHyun não era o tipo de garoto que vivia na internet, mas seu blog todos os dias era atualizado com vídeos das noites felizes que tinha com seus quatro colegas de classe e únicos amigos.
Disponível.
6. O caso de Choi YeonJun foi solucionado e fechado com Choi BeomGyu como culpado, mas o que não imaginavam, era que o assassino de YeonJun era o Havaiano que tinha uma paixão psicótica pelo mais velho. HueningKai não aguentou sentir ciúmes dos dois garotos e teve que tomar medidas drásticas.
Disponível.
7. BeomGyu estava mais que falido e precisava sustentar sua família. Em um momento inesperado, Kang TaeHyun entrou em sua vida e como dizem "se apaixonou a primeira vista". De início, o Choi recusou qualquer flerte vindo do Kang, mas ao descobrir que ele era rico, BeomGyu não deixaria sua família definhar na pobreza, então faria o que fosse preciso.
Indisponível.
8. As paranóias nascidas dos problemas mentais os destinaram a se encontrarem. O colégio nunca mais seria o mesmo depois da tragédia que meros garotos fizeram. E em suas palavras, todos mereciam o caos.
Disponível.
9. YeonJun dava o seu melhor diariamente; as melhores notas, o melhor comportamento, prestativo e gentil. Mas o gritos e brigas dos seus pais todos os dias o levou a fazer coisas que não deveria.
Disponível.
10. Adolescentes só queriam aproveitar. Do que adianta passar suas vidas presos a ilusão criada por seus pais? Contos de fadas não eram reais. Cinco garotos fugiram de suas casas em busca da verdadeira felicidade: liberdade.
Indisponível.
11. Enquanto a neve caía, Kai observou todos que já foram importantes em sua vida indo embora.
Disponível.
12. TaeHyun se culpava pela morte dos amigos. O carrossel carregava suas almas, todos os lugares que um dia frequentaram alegremente. Agora havia fantasmas o observando. Só restou ele e quatro almas aprisionadas na terra por causa do seu egoísmo.
Indisponível.
13. "Você pode me ver?". Soobin ficou perplexo quando um ser que se auto denominava fantasma surgiu dizendo ser seu namorado. (SooKai)
Disponível.
14. Todos diziam que Choi YeonJun era o mais lindo dos homens. O líder de equipe sem duvidas era belo, mas a chegada do novo residente deixou YeonJun bravo, pois agora havia concorrência, a beleza de BeomGyu era de longe, perfeita.
Indisponível.
15. Soobin secretamente nutria sentimentos por HueningKai, o garoto de pele bronzeada e o mais lindo dos sorrisos. Em um dia comum, Soobin recebeu a tarefa de ensinar o mais novo membro do clube de música a tocar piano: Kai. Além de ensina-lo a tocar, era também encarregado de ouvir a risada mais linda do mundo.
Disponível.
16. Sorrisos de dentes amarelos que causaram o fim da vida de YeonJun. Ele não havia se matad0, foi assassinado por julgamentos.
Indisponível.
17. Depois de uma desilusão amorosa, BeomGyu prometeu que nunca iria amar ninguém. Mais uma promessa para ser descumprida, pois os cabelos azuis de Soobin o obrigaram a dividir o fone de ouvido com o veterano.
Indisponível.
18. Os surtos, a mente apocalíptica, a forma que o aspirante a rockstar odeia o mundo fez YeonJun se ver perdidamente apaixonado pelas mechas brancas perdidas nas castanhas do cabelo de BeomGyu.
Indisponível.
19. TaeHyun gostaria de voltar no tempo, voltar ao momento em que conheceu Kai, porque viver o amor que vivem na atualidade o fazia desejar nunca ter o conhecido.
Indisponível.
20. Pobre pequeno Huening, desejava tanto sair do escuro que se perdeu nas ruas mau iluminadas de LA, foi quando as luzes se acenderam que percebeu que sua vida não passava de uma mentira.
Disponível.
21. Fogo nas rosas. Os sonhos de HueningKai o deixavam paranóico. Quem era o homem de cabelos vermelhos que mesmo no fogo, não se queimava?
Disponível.
22. No ano de 1972, BeomGyu desembarcou do seu trem na Coreia do Sul, o país da sua falecida mãe. Quando criança, o americano ouvia sua mãe dizer que encontraria a felicidade lá. E seu guia para encontrar a tão desejada paz, foi Kang TaeHyun, um estudante normal que voltava de mais um dia de aula.
Indisponível.
23. Soobin não tinha muitas ambições, apenas desejava ser o grande amor da vida de TaeHyun, mas Kai já tinha esse posto.
Disponível.
24. YeonJun, HueningKai, Soobin e BeomGyu tentavam alertar os riscos do mundo perfeito, mas TaeHyun estava tão feliz no lugar, que sua ambição falou mais alto, e isso poderia custar sua vida.
Disponível.
25. BeomGyu ficou em choque quando descobriu os planos de alguns colegas para tirar a vida de seu amado TaeHyun, com medo de piores resultados contra o namorado, BeomGyu tomou medidas drásticas e fatais.
Indisponível.
26. TaeHyun achava as pessoas mais loucas, extremamente atraentes. Talvez seja por isso que é loucamente apaixonado por BeomGyu. Não via problema em pular a janela da casa do Choi toda noite para velo dormir. Mas... No fim da história, quem realmente é o louco?
Indisponível.
27. BeomGyu se encontrava em uma posição de merda, posição essa que é; aceitar que os planos daquele que mais odeia estava o afetando. Sem duvidas estava apaixonado.
Indisponível.
28. YeonJun precisava apenas de um amigo, se apaixonar pelo único disposto a ser seu amigo não foi planejado, mas estava realmente apaixonado por Soobin.
Disponível.
29. E ele chorou de novo, por nada. Ele só não sabia como parar. Ele é lindo com seus cabelos longos, mas isso não importava, pois não sabia fazer as vozes da sua cabeça pararem. Choi BeomGyu só queria ajuda.
Indisponível.
30. HueningKai não era bom para BeomGyu, mas sempre que o garoto mandava mensagem no meio da noite para andar nas ruas de Nova York, sentia outro sentimento nascer e crescer em seu peito.
Disponível.
31. Soobin sempre foi um ótimo mentiroso. Uma das suas mentiras mais contadas e mais belas, era quando dizia a HueningKai que o amava, mesmo sabendo que seu coração pertence a YeonJun.
Disponível.
32. Soobin era viciado em abraçar o corpo de Kai e Kai amava se sentir acolhido nos braços do seu melhor amigo. Melhores amigos, isso que deixava o deixava triste todos os dias, não queria estragar sua amizade de anos por sentimentos secretos.
Disponível.
33. No canto do banheiro HueningKai abraçava seu próprio corpo, o celular ao lado marcava a décima sexta ligação perdida e sempre no fim a mesma mensagem ecoava: " por favor, escute o som do meu amor. Não vou parar de ligar até me ouvir".
Disponível.
34. TaeHyun, um extra terrestre nascido em Netuno, com a ajuda da tecnologia, conseguiu se comunicar com os seres humanos, especificamente com Choi YeonJun, um estudante de direito que ama astronomia. Por influencia do amigo, o ET se interessou pelo planeta Terra e pelo amigo humano.
Indisponível.
35. No reino do céu, Choi Soobin, um cupido iniciante, recebe a sua primei missão; juntar Huening Kai e Choi YeonJun. Porém, inesperadamente, encontrou-se em uma situação crítica; estava atraído pelos dois garotos que deveria juntar.
Disponível.
36. Quando criança, Soobin acreditava que Kai, o filho dos seus vizinhos, era um robo. Muitas vezes presenciou cenas que para uma criança era desuma; cair e não chorar, levar bronca e não expressar uma expressão de tristeza ou raiva, na verdade, Kai era muito calado. Mas foi quando cresceram que Soobin descobriu que HueningKai era o garoto mais gentil que existe e tinha o sorriso mais maravilhoso do mundo.
Disponível.
37. Sempre antes de dormir, BeomGyu observava a silhueta humanoide na sua janela, mais tarde veio a descobrir que o diabo estava a sua procura e que ele era a vítima do pacto dos mil anos.
Disponível.
38. Rivais das pistas. YeonJun era um piloto de corridas clandestinas, considerado um dos melhores corredores, se não fosse Choi BeomGyu, o cara que ficava flertando no meio das corridas.
Indisponível.
39. Para que seus pais não descubram seu segredo, HueningKai aceita ser o cachorrinho de BeomGyu, que descobriu o que tanto escondia e o ameaçou contar aos pais do estrangeiro.
Indisponível.
40. TaeHyun acreditava que apenas Soobin o entendia. Paranóico após ser rejeitado por seus pais, TaeHyun se privou de todo mundo. Mas Soobin estava disposto a trazer o lindo sorriso do Kang de volta.
Disponível.
41. O garoto bom se tornou mal, agora TaeHyun iria provar para YeonJun que se matando iria renascer. Depois de anos de relacionamento, o Kang cansou de ser traído e humilhado.
Indisponível.
42. Soobin desejou a uma estrela cadente que o garoto que tanto sonhava fosse real, então, em meio a uma loja de doces, os cabelos roséos de YeonJun o fez agradecer a estrela durante a noite.
Disponível.
43. BeomGyu considerava Kang TaeHyun sua babá. Cansados da rebeldia do filho, os pais de BeomGyu contrataram Kang TaeHyun para ser a boa influencia do Choi, em outras palavras, um amigo. Mas BeomGyu era insuportável, depois que o garoto entrou na vida do Kang, ela se tornou caos.
Indisponível.
44. BeomGyu e TaeHyun estão em um relacionamento de longos e duradouros anos, e queriam dar os próximos passos da relação, mas eram inseguros sobre isso.
Disponível.
45. Kai tinha que dar adeus a Terra do Nunca, mesmo que isso custasse as lembranças dos bons momentos. O lugar estava desabando, Huening estava caindo. Por causa do humano, seus amigos mágicos estavam desaparecendo. Deveria salvar NeverLand ou salvar sua vida?
Disponível.
Notas finais.
Tudo que foi escrito aqui é totalmente autoral, se caso algo for semelhante a alguma estória já escrita, tudo não passa de mera coincidência.
Obrigado a todos que leram e adotaram uma ideia, espero ter ajudado!
#txt#social spirit#kpop edits#spirit fanfics#plotes#ideias de estórias#enredos#kang taehyun#choi beomgyu#choi soobin#choi yeonjun#hueningkai#tomorrow x together#dark stan#ramdon#random#doação
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Ah, o tempo é o mágico de todas as traições... E os próprios olhos, de cada um de nós, padecem viciação de origem, defeitos com que cresceram e a que se afizeram mais e mais.
João Guimarães Rosa, in: Primeiras Estórias
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Contos de Primeiras Estórias que eu mais gostei
(Na ordem em que aparecem)
As margens da alegria
Sorocô, sua mãe, sua filha
A terceira margem do rio
Luas de mel
A benfazeja
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ASs primeiro de Outubro de 2024 (escrevendo, livro, 2024)
TLDR: Esse ASs está bem centrado em vários projetos que tenho de livros, com lançamentos que pretendo fazer entre esse ano e ano que vem.
Pela primeira vez desde que iniciei a escrever o Pássaro e a Fonte, escrevi a noite. Eu sempre escrevia apenas pela manhã.
Já comentei antes, mas depois que eu terminar de escrever esse livro estou pensando em revisitar o primeiro rascunho de livro que comecei a escrever durante o início da pandemia. Então ano que vem eu compartilho a introdução dele.
Também tem o livro da Wanda, que é um spin-off de um dos contos eróticos que escrevi, mas que seria um "coming of age" de uma garota descobrindo a sexualidade e o estilo de vida BDSM. O livro (que não é erótico, tem um pouco de inspiração no livro "Fear of Flying de Erica Jong, que ainda preciso terminar de ler).
Além disso, outro livro que ainda pretendo lançar ainda esse ano é o livro de poesias "Poético 2024", reunindo poesias desde março, quando comecei a escrever quase que todos os dias. Alguns meses me renderam 20 poesias, então talvez tenha uma ou outra que preste.
Quero escrever mais um conto da fada Selinho! Já tinha comentado antes, mas acho que o mês é oportuno: quero fazer uma orgia halloweenística HAHAHA!
Hoje depois de muito tempo sem conseguir escrever a estória do pássaro, finalmente consegui me organizar e dar uma atenção pra ele.
O que rendeu 2000 palavras hoje. O capítulo 27 fechou com 3,362, o que é o recorde de palavras pra um capítulo até agora. FALTA POUCO, MUITO POUCO!
Total de palavras no livro: 32,819. Tempo estimado de leitura: +2h. Total de páginas aproximado: 120.
Por hoje é isso. Amanhã tentarei escrever um pouco mais.
#delirantesko#espalhepoesias#pequenosescritores#lardepoetas#carteldapoesia#poetaslivres#projetoalmaflorida#projetovelhopoema#semeadoresdealmas#livro#o passaro e a fonte#wanda#poetico 2024
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Mordida
Primeira leitura pós Bienal. Esse livro é na realidade quadrinhos de uma vampira que namora um lobisomem, simples assim. É uma estória divertida e rápida, romantica e engraçada. Pra quem gosta de monstros, romance e piadas, vale muito a pena.
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"Vereda do Amor" é uma obra literária do escritor brasileiro João Guimarães Rosa, que faz parte do livro "Primeiras Estórias". A narrativa reflete sobre o amor e as relações humanas, utilizando a linguagem rica e poética característica do autor. Rosa é conhecido por sua habilidade em explorar o sertão e suas complexidades, trazendo à tona temas universais de forma única.
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Era uma vez um pescador morto por uma baleia no ano de 1900 nas águas da Bahia. E os ossos seu único vestígio na areia da praia de uma ilha deserta muito longe dali. Esse, o fato verídico. Agora, a lenda é pura invenção. De um jovem escritor que viajou para desbravar essa história através da imaginação e lhe deu um nome: A Ilha do Pescador. Sua fonte de inspiração, um recorte de jornal. Da época. O próprio pescador e seu barco de pesca artesanal. E na memória do garoto de outrora a imagem do avô, também pescador. Seu ídolo e herói.
Carlos Aranhos
Em memória ao meu avô.
A Ilha do Pescador
A Ilha do Pescador: uma história de aventura, sonho e fantasia
por Flávia Vasco
Cansado da vida desencantada da megalópole, André parte numa viagem rumo ao desconhecido, carregando na bagagem apenas a imaginação, em busca de um passado perdido, de encontro às estórias de mar e de pescadores.
Roteiro
Cena 1: um velho, aos 92, em farrapos, afunda revolto sob a forte sucção da água no oceano, morto, em meio aos destroços de um naufrágio. (Fade out)
Cena 2: (Fade in) (Plano aberto) a câmera sobrevoa o mar. No centro, o homem, aos 69, é rodeado por uma baleia e dois filhotes, ao lado de um barco à vela.
Cena 3: (Plano médio) os personagens brincam.
Cena 4: (Plano Americano) o homem, barbudo, chapina água contra os cetáceos. A baleia borrifa na fria atmosfera o ar quente e úmido, condensado em gotículas de água.
Cena 5: (Primeiro plano) rosto do homem. Feliz e sorridente.
(J Cut. Trilha sonora de suspense)
Cena 6: o ataque do tubarão:
***
1924. Ao longe, uma barbatana dorsal é vista. O alvo é Sancho. A fuga é instantânea. Auxiliada pelo homem, que de volta ao barco, se interpõe entre o caçador e a caça. Arma rápido uma bocada de isca fresca pra atrair o grande peixe. O tubarão caiu. Com o arpão feriu-o nas brânquias. Com fúria, o animal atirou-o fora do barco. Na queda, perdeu os sentidos; mas, logo se recuperou, à superfície. Outra investida estava reservada contra ele. Foi quando mergulhou fundo e desferiu um golpe certeiro na altura do focinho, com uma faca que levava junto ao cinturão. Um segundo golpe foi tentado na altura dos olhos, mas passou só perto. Foi aí que apareceu em cena, a baleia-mãe para ajudar. Com uma cabeçada estonteante, combaliu o que restara do tubarão, livrando o pescador de um novo ataque. Recolhido, o tubarão recuou. Mas, não por muito tempo. Bastou que o valente homem retornasse sem fôlego ao barco, para que a fera desse meia volta e, sem piedade, desferisse uma mortal mordida sobre a cauda de Sancho. O pequeno animal logo esvaiu em sangue que tingiu toda a água. Tentou sobrenadar sem escapar à luta, mas foi em vão. O tubarão vencera. Caiu morto, sem recurso. Terminando devorado pelo temível predador. A mãe aflita, nada podia ou pudera fazer. Recuou com o outro filhote, mais velho, para além de sua jornada, a fim de pelo menos garantir a sobrevivência de ambos. O Pescador ... assim, o conheceríamos, somente observou o êxodo dos pobres amigos, com os olhos cheios de água.
(Smash cut)
Título: A Ilha do Pescador
Sinopse: um jovem fascinado por estórias de mar e de pescadores sai em busca de inspiração para escrever a sua própria história. O que encontra são pistas, e a partir daí descobre que não tem mais nada com que contar senão com a própria imaginação.
Num mundo desencantado,
onde não há mais segredos,
é preciso inventar.
Primeira Parada: A Ilha do Farol – A Partida
O espetáculo das baleias. O que sobrou de um passado de glória, que sucumbiu à submissão do poder do homem, esse ser predatório da natureza. Espetáculo (!) porque se deve a ações conservacionistas mais recentes que garantem a perpetuação dessa espécie, e deslumbram os olhos dos turistas em busca de uma foto. Mas, essa é parte de uma história que eu já sei. Como é contar uma história que ainda não sei?
Acordei hoje cedo pensando que estava na vila. Queria fazer meu próprio café, mas estava na pousada. Contrário a todas as minhas expectativas e fantasias, ali não era tão comum ser diferente e se contentar -- caso encontrasse -- com uma autêntica casa de pescador, e pretender fazer parte daquele cenário, buscando novas amizades. Não, sem chances. E eu não vinha pra ficar, estava de passagem, e sequer era pescador. Meu mundo era outro, e como OUTRO que eu era, embaçava-se minha vista de como deveriam ser as coisas na realidade: a vida na vila. Ainda assim, impregnado de estrangeiro, vindo da cidade grande, esperava me encantar com a minha viagem. Fosse com as estórias do lugar, fosse com os passeios fora do guia de viagens, fosse com a falta mesmo do saber.
Assim cedo demais acordei. A escuridão lá fora, bem cerrada, me dizia que em dias normais não era hora de levantar. Eu me antecipara em uma hora ao despertador do relógio de pulso, pousado sobre a cômoda do lado da cama, ao alcance da mão. Precisei ir ao banheiro, tateando no escuro, e logo voltei a me deitar, e cochilei. Permaneci em estado de vigília com medo de perder a hora. O barco sairia assim que o sol apontasse os primeiros raios; assim instruíam os moradores aos turistas. Quando acordei de vez, lembrei de desprogramar o alarme, e me sentei na beirada da cama pra tomar um gole d’água fresca da moringa, de barro, fria. Despejei o líquido na caneca de estanho, com alça, e tomei. Agora, algum ruído eu ouvia que vinha da cozinha, as primeiras panelas do desjejum dos madrugadores. Não demorou muito, sentado à mesa, senti o aroma de café abrindo minhas narinas, confrontado meu hálito quente do primeiro gole com o ar gélido da manhã. Eu trocara minha roupa de dormir por um cardigan azul marinho, com detalhe vermelho-branco no bolso e na barra da cintura ... dotado de gola v, abotoado na frente sobre uma camiseta branca. Com uma calça jeans, combinando com meu sapatênis casual zípper, vermelho e azul também.
Não tive pressa. Desfrutei do ócio, me entregando completamente à cadeira, quase deitado contra o costado de estrado de madeira, com os braços cruzados. No quarto, praticamente intocada, minha tralha era só uma “big” mochila com um bocado de coisa dentro: um pulôver branco e preto ziguezagueado em duas listras delgadas, vermelha e branca, no peito e na cintura; um conjunto moletom blusa bege siri e calça preta 100% algodão, fechado; duas bermudas com bolsos laterais: uma marrom e uma azul marinho; uma regata branca; uma camiseta 100% algodão branca e uma preta também; uma camisa branca de cambraia, conjunto com uma calça também branca, do mesmo tecido; uma sandália de couro, marrom claro, de dedo; um chinelo havaiana branco; e, um pijama meia malha azul anil, com fecho em botões pretos. Pouco menos que um look versátil meu na metrópole nos dias de trabalho: su��ter azul marinho, camisa branca, relógio dourado, cordame bege e marrom no outro pulso, calça de brim preta, e mocassim marrom.
Pra completar os acessórios: snorkel; óculos escuros; boné; toalha branca; um punhado de blocos de anotação; algumas canetas pretas; nécessaire com artigos de higiene bucal, mais cosméticos como shampoo, condicionador, 5 sabonetes, 3 tubos de protetor solar; 5 cuecas; 2 sungas; 6 pares de meias socket: 3 brancas e 3 pretas; e 2 pares de meias de lã grossa: uma branca e uma preta.
No bolso lateral esquerdo: o celular Iphone, última geração, com o Power bank possante, apropriado pra viagem. Enquanto, num dos bolsos falsos, guardara o certificado de mergulho e o ticket de translado até as praias. No outro, um bocado de dinheiro em espécie.
*A cinta elástica de pano trazia amarrada junto ao corpo, por dentro da roupa, pra provisionar algum valor a mais. E a carteira de couro preta com poucos tostões, documentação pessoal, e cartões do banco, levava normalmente no bolso da calça ou bermuda.
Ademais, o pé de pato ia dependurado no ombro, num estojo de pano. Também o tripé. Assim como uma mochila menor, de apoio, com o notebook, 14 polegadas, compacto, com boa portatibilidade, junto a uma Canon Eos com lente EF 50 mm, munida de filtros de cores primárias, e um estoque de rolos de filme preto-e-branco e colorido.
Uma relíquia me fazia companhia pra onde fosse desde a adolescência. A foto de meu tataravô emoldurada em vidro de presente do meu avô. Nicolau. Também presente dele eu levava a tiracolo uma foto de meu bisavô ainda bebê tirada pela mãe Emma, além de um desenho dele já velho feito por meu avô. Tudo emoldurado. Era com a minha baleia de pano que ele brincava comigo fazendo truques e traquinagens de fantoche. E me enchia de estórias de pescadores da Bahia, de onde vinha, e onde era casado com uma baiana. Minha família descendia por parte de pai de artistas. Minha tataravó, seguiu a profissão do pai que era fotógrafo profissional, mas de forma amadora. O avô dela era um homem de renome nos primórdios da fotografia na França. Emma era o nome da minha tataravó e o que se sabia dela é que tinha sido abandonada pelo meu tataravô e corria uma mágoa amarga sobre ele. Guardei os retratos e o desenho na mochila de mão.
Comi e bebi pouco. À mesa, uns pães de sal, café de coador na cafeteira preta, umas fatias de queijo muçarela e presunto, leite frio de saquinho servido na vasilha de plástico própria dele, umas bolachinhas sortidas e uma única banana. Só. Eu estava acostumado a um desjejum mais farto ou singular em outras estadias standard, de boas pousadas três estrelas das cidades do patrimônio histórico e paisagístico, de Minas e do Nordeste, no caso Recife. E também com o requinte dos cafés franceses e italianos, sem falar no brunch americano. Mas, não escondia minha predileção pelos mineiros nas primeiras horas do dia: fosse o pitoresco acervo gastronômico, material e natural das fazendas rurais tradicionais e rústicas, na minha hora mais feliz do dia -- a aurora da manhã --, fosse o refinamento, estilização, padronização e simplificação das pousadas na cidade.
No primeiro caso (o café pitoresco mineiro) pra falar a verdade muito ou pouco do que era servido não era uma questão: não se tomava por medida. E sim a qualidade da experiência. A mesa farta ou não, não contava. O lugar grande ou pequeno, com pouca ou muita atração, também não. O que contava mesmo era a natureza da coisa vivida, capaz de impregnar nossa experiência de memória. Sempre me refugiei nesse canto da essência pra fugir à morte imposta pelo cotidiano, pela rotina e pela repetição. Sempre tentei não sucumbir aos devaneios deletérios, drogas e surtos psicóticos de uma vida monótona, me refugiando nessas experiências do passado e dos sentidos, que moram na nossa imaginação. Pra não fugir à realidade em desespero, me impus a disciplina de um espírito livre, e desde pequeno me apeguei ao sonho, pra me salvar do massacre e amortecimento das HORAS. Viciantes e “nonstop” (na falta de uma palavra melhor, em português), ELAS sempre correndo, se fartam nos engolindo, sem condição de salvação. Ou, de restauração da psique ou do corpo. Nos consomem sem dó, em stress e cansaço. Esgotando nossas forças. Alimentando todas as doenças da alma. Nessa pressa. Nesse Vazio. Damas do aprisionamento, diabólicas. Assim ELAS galopam incessantes, sem páreo, ou descanso, cedendo à repetição desarrazoada e absurda de um Tempo sem sentido já há muito vivido abaixo da abobada celeste pelos seres humanos.
Desfrutei por vezes junto à “mesa” caipira, rica e simples, de momentos inesquecíveis. A cozinharia mineira integrada aos processos naturais de preparo dos alimentos, tantas vezes demorados, não era separada do entorno de delícias junto à natureza, entre bichos e seu habitat. Vivi um mundo de volições dos sentidos. Vivi outro tempo e modo de vida.
Numa dessas vezes, lembro do leite da vaca, quente, tirado na hora, que meu organismo fraco do sedentarismo e artificialismo da vida moderna exigiu ser fervido antes, pra evitar a contaminação por bactérias, dado meu organismo sem defesas. Mesmo assim, o bigode branco da espuma e o calor da bebida me marcaram. Tanto quanto o gosto forte e gorduroso do lácteo, estranho ao meu paladar, e contraditoriamente rejeitado e deleitado ao ser descoberto. Lembro de ter feito uma careta de nojo, e sentir ânsia de engolir por me parecer sujo e anti-higiênico. Falta de um contato mais íntimo com a natureza e seus processos vitais. Já, para os antigos, bastava um esguicho forte tirado da mole, lisa, tépida e pegajosa teta da vaca (pra mim enervante) pra, assim espremida contra a boca, sair quente ou morno o líquido, sem risco de fazer mal à saúde. Podia mesmo uma canequinha ir a reboque pra entornar o primeiro reforço da manhã. Aquilo, espumando, era misturado, muitas vezes com o sal ou a cachaça, pra servir de fortificante e despertador. O caboclo virava aquilo de um gole só, garganta abaixo, e estufava o peito, revigorado, nutrido horas a fio, numa explosão de energia, pronto pro trabalho pesado das primeiras horas do dia. Era ótimo pra curar ressaca.
Outra vez, na fazenda da minha amiga era costume passar o mel no pão. Nunca tinha ouvido falar nisso. Eu era menino. Tinha crescido na cidade grande à base de manteiga. Melhor, margarina. Cedo, antes de irmos ao curral tirar leite, fomos ao apiário. O irmão dela, apicultor, todo paramentado em vestimenta própria, máscara com véu contra picadas, luvas, botas de galocha, todo de branco, foi até o tambor da colméia, e de longe vimo-lo fazer toda a operação. Com cuidado, examinou a produção das abelhas, e tirou lá de dentro um torrão de favo, pingando o néctar. As abelhas em polvorosa o assediaram. Ele tirou o tanto quanto havia da cera fabricada, e estocou-a num contâiner de plástico, transparente, vedando-o, em seguida. Estávamos extasiados. O zum-zum nos chegava, e enquanto ele vertia o própolis no vidro esterilizado, sonhávamos com a hora de prová-lo. O favo mesmo foi posto na mesa da cozinha para chuparmos a seiva do mel de dentro da cera. Como esquecer! Eu pouco acostumado, achei que fosse me fartar, atraído e desvairado, com a pureza do experimento inédito. Tirei com a faca um pedaço de caber na boca, e logo enjoei, de tão doce. Quase me decepcionei por não poder mais. Então era assim, nem tudo que é bom demais, pode se ter em demasia. Às vezes basta degustar. É o caso do mel. Pelo menos pra mim. Mas, jamais saiu da minha cabeça o gosto da cera.
Nesse dia foi só isso o café da manhã: leite, pão e mel. E uma profusão de cheiros a me invadir o nariz, a bosta de vaca, a grama orvalhada da manhã, lá fora, o pêlo suado de cavalo - lembrando a textura da crina e do couro liso depois que o alisamos e distribuímos o sal na estrebaria -, o cheiro do chiqueiro dos porcos rosados, roncando enlameados, entre o roer das espigas de milho granadas, e restos de lavagem. E outro cheiro tão característico! A titica de galinha, dessas que ficam entre os galos garanhões, ciscando no chão do terreiro o milho encruado e a quirela, jogada de mãozada ... enquanto, nos poleiros, as teúdas e manteúdas chocam nos ninhos seus ovos de pintos. E cacarejam, cá e lá, batendo em vôo raso as asas, aqui e ali, depenadas.
Chegavam ali à cozinha, numa sinfonia, todas essas peripécias, batendo no olfato virgens suas essências.
Na cachoeira, pós-café, a macilenta argila escorregadia sob os pés e entre os dedos melequentos, estourando borbulhas minúsculas, e puns indecentes, apareceu marrom, como na gamela da fruteira, e na caneca de cerâmica, sobre a mesa da cozinha, lado ao lado com o copo de latão reluzente. E as panelas de argila queimada no fogão a lenha de alvenaria singela guardada de segredos, borbulhavam sobre a trempe de ferro fundido, o feijão preto colhido no roçado, fumegando a todo vapor, à combustão da lenha rachada, alimento do fogo avivado pelo sopro, espalhando a cinza das aches, em meio ao negro rastro de fumaça queimada, dos tições em brasa.
De outra vez, não esqueço, puseram-me na boca salivante o queijo mofado, maturado na dispensa úmida e fria, sob condições artesanais de preparo e cuidado. Um quartinho escuro, mal iluminado, com estantes de tábuas de madeira velha, onde descansavam os queijos redondos cobertos por uma fina camada de casca de fungo, eram protegidos por um véu de tule, a cair do móvel, pra livrá-los da ação indesejável de moscas, mosquitos e varejeiras. Um cheiro acidulante e azedo, penetrante, enzimático e lácteo, subia pelas paredes do cubículo, sintetizando a microbiótica e o ambiente. Mereci levar um exemplar desses pra casa, e casei-o com o doce de leite, figo, cidra, goiabada e o melado nas compotas cheias tiradas do tacho de cobre gigante da propriedade.
Na cidade, na pousada (no segundo caso, em que se tem o café refinado), a refeição matutina era um banquete de encher a boca d’água. Diversidade de pães doces e salgados: à base de ervas e farinhas de todos os tipos; bolos; biscoitos; bolachas; broas; queijos; requeijão; pão de queijo; torrada; café expresso, para além do de pano da vovó, e o de coador; leite; chás; sucos naturais de mamão, laranja e melancia; iogurte; coalhada; mel; geléias; frutas como melão, mamão, melancia, banana e abacaxi; ovos mexidos; fritada de cebola, tomate, presunto, queijo e cebolinha (ou omelete, irmã gêmea, com recheio a gosto); panqueca; waffle; salsicha ao molho; cereais; achocolatado; e uma mesa de doces.
Agora, tratava-se de pernoite. Não esbanjara na estadia. Local simples, seguro, bem localizado, módico. Do porto logo ali do lado partiam os barcos de passeio para as praias do litoral da Bahia. Meu pacote incluía um percurso que cobria quatro delas em cinco horas. Com direito a permanecer por dois dias na última para aproveitar mais a viagem. Dali, era por conta de algum inusitado curioso, ir além e, nos confins do mar, muito além da orla praieira de Cabo Coral, combinar com o canoeiro, personagem envolto em mistério da Ilha Perdida, ir até a mítica Ilha do Pescador. Lugar remoto, de todo perdido no horizonte das rotas de pacotes turísticos paradisíacos. A ilha inspirava assombro e mistério, para os que dela se aproximavam com suas estórias de pescadores, e antigo porto baleeiro.
Eu tomara o cuidado de separar o que achava necessário para além da travessia, guardando aquele vestuário para os dias frios da noite e o calor intenso do dia. Fora precavido. Ficaria uma tarde na misteriosa Praia dos Sambaquis na Ilha do Pescador, eventualmente visitando outras praias, quando o barco de volta me recolheria para a cidade mais próxima, muito além da laguna, a milhas e milhas de distância.
Na cidade, junto à baía, as ruas de pedras lisas cobriam o entorno do centro histórico, ramificando-se tortuosas e estreitas, entre as casas, solares e sobrados coloridos, que ora descortinavam nas treliças de seus avarandados e sacadas, tapetes patchwork álacres, feitos pelos artesãos locais, arejados nos dias de faxina, ensolarados. Uns chegavam a ser tão bonitos que não passavam despercebidos ao olhar sensível de um fotógrafo, pronto a revelá-los em suas cores vivas e puras, contra o fundo preto-e-branco de uma fotografia.
Era em contraste com essa paisagem quase térrea, encimada e engolfada pelo céu imenso, que subindo por ladeiras até a parte mais alta dos principais bairros que davam uma vista privilegiada do contorno de toda a orla praieira, que se podia ver bem mais além a quase perder de vista, como um ponto branco, sob um rochedo na imensidão do mar, a partir dos arredores do cais, o Farol, referência da principal praia da baía, destacando-se acima da plataforma do forte, na arrebentação das ondas, solitário e hirto, acalentando os navegantes necessitados de orientação, e estampando toda sua tradição nos cartões postais da costa do continente.
A pousada ficava ali, entre a parte baixa e a parte alta, não sem contar com transporte à mão para os deslocamentos entre as duas. A distância até os barcos era irrisória, de uns dois quilômetros, podendo ser feita a pé. Mas, devido a algum desconforto da bagagem, desencorajava o percurso. Sendo inevitável contar com um Uber para checar nas baias numeradas do ancoradouro, as placas de metal ou pirogravuras de madeira, com o desenho do barco e seu nome de batismo, para o embarque. Eram acorrentadas nos mastros de amarração dos barcos. Cada uma parecia como um bom cartão-postal à base de maçarico. Obras de arte popular, fruto do trabalho artesanal anônimo.
Saindo da porta da Pousada dos Diamantes até a Galera do Albatrozes, mais à direita do ancoradouro, não se levava mais do que cinco minutos. Assim, André, contando com tempo, mas não querendo correr nenhum risco de atraso, antecipou-se na saída, ainda atrás do sol, para evitar tumultos e imprevistos.
Desceu na terceira plataforma, sobre a esteira de ripas longitudinais, rijas, compactadas e grossas, suspensas do ancoradouro, tendo visto ao longo do caminho conjuntos de pontos de luz tremeluzentes das lanternas dos celulares, esparsos, dos grupos de turistas, que iluminavam a baixa noite, enquanto aguardavam a aurora. Contava que, dentro em breve, os tons mais claros do céu desceriam, anunciando a manhã e com ela o sol, previsto para brilhar aos 25 graus Celsius, às 10 horas. À sua frente, as silhuetas dos companheiros de viagem resplandeciam contra o amarelo ocre da luz dos pequenos holofotes, e o marulho das águas ao fundo trazia um dejà vu, sobre a sombra flutuante do breu das embarcações, cobertas de frio pela brisa, e sereno da madrugada. Havia poucos tocos de madeira, e algumas pedras do mar, que serviam de assento, junto à cerca lateral. As mulheres e os mais velhos se revezavam à espera da partida. Ainda era pouca a conversa. Nenhum contato, quase. Tudo era silêncio, murmúrio e quietude. Apenas um homem andrajoso, em seus avantajados anos, comido pela calvície, em meio aos fios brancos despenteados, e a dura barba rala por fazer, permanecia andando de um lado pro outro, inquieto, a fumar um cigarro de palha, e a bater contra a coxa uma velha boina puída, marrom. Vez ou outra passava a mão na cabeça, o olhar cabisbaixo, aflito. Mal esperava pra sair do lugar, parecia. Os demais, poucos em pé, com as mãos nos bolsos, ou braços cruzados e, mais além, algum outro sob a fumaça enevoada de um cigarro, ou ainda algumas crianças, entre seis e dez anos -- encolhidas no chão e com as mãos nos joelhos --, davam a idéia de seres bem comportados, íntegros, limpos, bem vestidos, bem agasalhados, bem nutridos e bem protegidos. Longe das cenas torpes e sujas dos pederastas de cais, que inspiravam um Jean Genet, envoltos em decrepitude nos arredores dos becos, escuros e fétidos, da cidade baixa. Ou dos bares e puteiros a la Charles Bukovski, que podiam servir de um imaginário marginal nas proximidades das zonas de decadência, fosse esse o caso da nossa cidade costeira.
Não devia haver muitos mais a aparecer, já que a tripulação deveria ser pequena, pois o barco não era muito grande. A essa altura, não se constatava excitação alguma, apenas rostos pendentes, entre o sono e bocejos, conquanto felizes, por embarcarem numa relaxante e contemplativa aventura.
Em pouco tempo mais gente apareceu. Até que a luz tomou no céu os seus primeiros contornos de rosa, lilás e anil, convocando o dono do Albatrozes a fazer soar o apito, ensaiando um primeiro sinal de que já era hora de embarcar. Uma fila se formou, sob a orientação de um ajudante de ordens, que checou toda a documentação. Embarcou um a um, junto à prancha que subia até o piso do barco. Em seguida, foi dada a partida nos motores, e cinco minutos depois, soaram dois avisos sonoros, graves, para anunciar a saída. Estávamos todos a bordo.
O sono se dissipara. O ar dos pulmões se renovava a pleno vapor. O timoneiro era o próprio capitão, sob o comando de seu próprio navio. Era um tipo reteso, enegrecido, boa-praça, de boa estatura, barba grisalha, com pinta de marinheiro, trajando uniforme branco impecável, e um quepe da Marinha de fato, mas em vez do cachimbo “de poppye,” trazia na boca uma cigarrilha, quase sempre acesa, como companhia. No peito vinha o patuá. A fé no Guia. O cordame de Ogum. Azul, verde e branco. Aliás, o capitão tinha por apelido, esse mesmo nome capitulado: todos o chamavam Capitão, somente. Sua história era cheia de audácia. Tão acostumado a estender seus sonhos por outros mares e praias, acabou por fim, por se recolher na rota do passeio turístico, de curta duração, só pra não se aposentar. O Albatrozes era homenagem a uma travessia que fez à Antártica em meados de 1980, num outro barco especialmente construído para isso: o Escuna Extremo Sul I. Ele, o Capitão, foi “presenteado” no inverno, sob forte vento, por uma maciça presença de albatrozes em mar aberto. Isso registrou na mente dele o significado do infortúnio por que passou, na ocasião. A escuna passou por uma travessia perigosa, e encalhou num bloco de gelo, embicando de quilha, sobre ele, criando assim dificuldades para se desprender. Foi necessário esperar por uma movimentação das placas de gelo, o que durou cerca de uma semana. Nesse intervalo, temeu-se que ambos os tripulantes, ele e o companheiro de aventura, sofressem um naufrágio, caso houvesse alguma avaria, assim que solto o veleiro. Foram dias tensos, em que pouco se podia fazer, apesar do uso de ferramentas especiais para tentar abrir trincas no gelo. Por fim, a sorte os recebeu, e uma nova acomodação do gelo abriu caminho para içar velas. O casco intacto.
Mais tarde, como nos contou, ele mesmo diria: “Ainda que esses breves momentos de angústia não superassem tantos outros piores na história da navegação, ainda sim a presença dos albatrozes com seus guinchos era reconfortante naquele isolamento acústico, só quebrado pelo eco do ar gélido escalando as altas paredes das calotas polares; ainda sim, era reconfortante a presença dos albatrozes naquele referencial inerte, em que tudo se movia, menos nós, entediados de centro, envoltos em puro azul e branco, entre céu e mar, dia e noite. Só mesmo o bico preto das aves, cruzando o ar, para nos livrar da monotonia, e nos fazer brincar de novo; ainda sim era reconfortante, porque não estávamos de todo sozinhos, apartados da civilização. Havia sinal de vida. Era bom tê-los. Simbolizava na pior das hipóteses, que tudo ia bem. A vida seguia. Não era mau agouro. Apenas uma lembrança do infortúnio, em meio ao qual ficou uma lembrança boa deles.”
Essa e outras histórias faziam parte do currículo de vida do navegador e aventureiro, que explorou toda a costa atlântica brasileira, e parte da pacífica onde as águas banham países da América do Sul. Realizou, aí, inúmeras transações comerciais via o transporte náutico, e se rendeu ao ardente desejo de desbravar novas experiências, tanto no continente quanto em alto-mar. Saíra bem jovem da Bahia, e a ela retornava próximo ao fim da vida, sem nenhuma ambição, apenas a de descansar e deslumbrar-se com o vai-e-vem dos turistas, e das embarcações. Nos últimos três anos, chegado à terra natal, registrava diária e secretamente em seu íntimo, sob olhar atento e amiúde, as mudanças havidas desde seu tempo de menino. Já não era mais constante o desfilar sábio dos fenômenos naturais. Eles já não seguiam uma ordem própria, consoante a harmonia com o Todo. O ritmo da natureza estava quebrado, e não havia volta. Isso todo mundo sabia. O mar continuava um mistério, mas tinha perdido o encanto.
O sol frio ameaçava pairar sobre nossas cabeças, e não havia esperança de que o vento se aquecesse tão cedo. Levaria um tempo até que os motores fossem reduzidos a uma potência mínima, e o mormaço nos alcançasse trazendo à tona os cardumes de peixes. Chegada a hora, o Capitão, então, nomeou-os um a um. Também fez questão de dar uma idéia do ecossistema subaquático marinho, sem se esquecer de pontuar as principais ações dos órgãos de preservação do Santuário das Baleias: os CPFA (Centros de Pesquisa e Fiscalização Ampla), e suas subdivisões segundo as especialidades técnicas de cada órgão, tanto em terra quanto em mar; e, os CPFR (Centros de Pesquisa e Fiscalização Restrita), igualmente subdivididos segundo as especialidades de cada área técnica, vinculadas aos respectivos órgãos, voltados para as comunidades praieiras no entorno do Projeto Piloto, e ações específicas a se desenvolverem no controle da qualidade do mar e sua orla. E presidindo essas duas chaves principais do organograma com suas subdivisões, estava o NPSB (Núcleo Preservacionista do Santuário das Baleias), que com base no seu Projeto Piloto, subdividido em áreas do entorno de preservação, integrava ambos os centros já mencionados, mas com interface para o Turismo. E como estandarte simbólico mantinha a mínima gestão de operações na pedra do Forte, onde ficava o Farol. Com atenção para o que se passava próximo, no mar. Assim, havia uma equipe de salvamento e primeiros socorros, e de controle da área de turismo (manutenção da infra-estrutura de banheiros e trilhas, gestão do museu da baleia, suporte à equipe de mergulhadores e apoio ao comércio ambulante). Havia uma parceria com a Marinha, no controle da entrada e saída dos barcos, não podendo exceder em 345 os visitantes com acesso à pedra. Disso se estimava o número de barcos a acederem ao Farol.
Mais uma vez forçados os motores, o atraque no nosso destino era breve: questão de vinte minutos; até lá, vídeos e fotos flagrariam a passagem dos golfinhos, não prevista no script. Tempo para risos, chats e conversas. Grupos de casais, amigos, familiares e empedernidos solitários, como eu, ali, confabulavam, enfim. Não podia faltar, contudo, o Capitão. Imortalizado, mais uma vez nas tantas imagens.
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