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Hoje eu recebi a pior notícia que podia receber. A Lara, minha pequena está com câncer, metástase. Uma palavra que significa que não tem volta. Ela significa tudo de pior que essa doença consegue ser. Ela significa que o ser que por 8 anos foi meu colo, abrigo e razão de tanta coisa boa está indo embora. Fica o sentimento de falha, mesmo quando a gente fez tudo, fica o pavor de não saber como vai ser o dia de amanhã, a única coisa que sabemos é que ela não vai ficar sofrendo, vamos aliviar o sofrimento dela. Muitas vezes ela foi alívio do nosso. Foi praticamente uma semana inteira lutando para descobrir o que ela tinha, o que estava acontecendo. Ao sinal de que tinha algo errado, foi difícil identificar. Ela não se deixou abater, ela ainda brinca, ainda pede carinho. Ela ainda é ela, mesmo com dor, mesmo com medo e por ser ela que dói tanto, porque ela é boa do primeiro pontinho do nariz até a ponto do rabo. Mas, as coisas dão errado, não é mesmo? O que a gente faz agora quando o principal foco de alegria de três vidas vai embora? Ela era o alívio pra cada dia difícil. A sensação é de pavor, medo, angústia. Faltam palavras para descrever a dor que se sente vendo e sabendo que ela vai partir. O que dá o mínimo de conforto é saber que ela foi plenamente amada durante oito anos. Não teve um dia em que ela não recebesse e retribuísse todo amor.

Obrigada Lara. Eu precisei escrever agora porque depois não vou conseguir, mas você merecia isso. Você merece ser lembrada por todo bem e alegria que proporcionou. Eu espero te encontrar e te amar em outras vidas, obrigada por ser meu maior Porto Seguro! Eu sempre vou amar você.

Polyana Foletto Prauchner

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Se você quiser eu vou te dar um amor desses de cinema…

Daqueles com todas as loucuras românticas das comédias, até as brigas intensas que sempre acabam na cama. Deixa eu estar contigo nas tuas tempestades, te abraçar quando o medo vier. Eu quero ser tua calmaria, teu porto seguro. Prometo que nunca vai faltar carinho, planos ou conversas. E se faltar? Nosso silêncio já é suficiente.

Amo como posso te ouvir por horas, como você se desconcerta comigo, e como a gente se conserta um no outro. Nessas idas e vindas, o que eu mais espero é o dia em que a gente fique de vez. É com você que eu faço planos, com você que eu quero traçá-los sem erros. Quero viajar o mundo ao teu lado. Você me entende como ninguém.

É sobre nós, sempre foi, mesmo nas nossas guerras, quando tudo parece se despedaçar, no final, somos sempre nós voltando um para o outro. Obrigada por me fazer sorrir, por suportar minhas birras e por cuidar de mim, mesmo quando eu te enlouqueço ou tento fugir, eu sempre volto pra ti e por ti.

Polyana Prauchner

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Eu aprendei que mesmo sozinha conseguiria seguir quando às 3 da manhã eu senti meu peito explodir e tive certeza que ninguém além de mim poderia resolver o caos que habitava ali.

Polyana Prauchner

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Meu maior medo no final do dia é perceber que me perdi de mim perante a maldade do mundo.

Polyana Prauchner

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Eu sempre quis fazer tudo certo, sabe? Erros sempre foram a parte dolorosa, nunca lidei bem com eles. Antes de errar pedia desculpas, antes mesmo de errar me torturava. É que veja bem, quando eram com a gente dói né? Então eu não queria ser aquela que faz doer. Eu busquei tanto acertar com todos em cada detalhe e esqueci de acertar comigo. Esqueci que eu merecia o mesmo cuidado e proteção que sempre busquei dar aos outros, fui tanto para tanta gente que de tanto não ser pra mim virei nada. Ninguém cuida de quem não se cuida. Ninguém ama quem não se ama. Você nunca vai ser tudo pra os outros, enquanto não entender que o mais importante é ser tudo pra você.

Polyana Prauchner

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Sempre será você, mesmo que minha coragem pra fugir seja maior que a pra ficar. Eu sou um erro e detesto te ver errar.

Polyana Prauchner

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Meu corpo entrelaçado ao teu foi a linha mais bonita que o destino escreveu

Polyana Prauchner

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Eu nunca me submeti a algo que me quebrasse tanto. Eu nunca senti tanta dor e culpa. Esse está sendo um dos piores dias e eu só gostaria de desaparecer.

Polyana Prauchner

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Doeu e eu quis chorar, as lágrimas surpreendentemente não vieram. Elas sempre rolaram pelo meu rosto com facilidade, mas já não estavam ali. Elas que tantas vezes me esvaziaram não quiseram sair. Parando pra pensar, eu me agarrei a mim com tanta força que nem elas quiseram ir. Eu estou sentindo tanto medo que me enrosquei e morro sufocando aos poucos cada parte de mim mesma, com medo de sufocar ao lado daqueles que nunca entenderiam a dor de sentir e ser tão intensamente.

Polyana Prauchner

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Não me peça para ser metade, eu nasci pra ser inteira. Não me peça pra ficar fria, eu nasci para entrar em combustão.

Polyana Prauchner

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Sabe o que me assusta e entristece, me motiva e me move atualmente? Alguém tem que apagar a luz e alguém há de acender. Em todas as casas, em todas as noites ou madrugadas as luzes são apagadas por alguém, acredito fielmente na coragem necessária para apagar a luz. Precisa estar disposto a abrir mão, deixar ir a luz. Precisa estar acima de tudo pronto para encarar cara a cara seus medos que sempre afloram com facilidade na ausência de luz. Morei a vida todinha em casa e quando fui embora percebi a importância de quem apaga as luzes, tem toque de força e cuidado. Apagar as luzes pode ser a morte, pode ser um sonho deixado para trás, apagar as luzes são milhões de ações e escolhas em apenas um toque. Mas acender também, pela manhã geralmente… Tem sabor de recomeço, coragem do novo e de ver além, coragem de se permitir tocar por todas as cores de cada amanhecer. Coragem de lutar e resistir, de carregar sonhos e sentimentos. Iluminar, segurar a mão, guiar e abrir caminhos. Sempre vou admirar a complexidade dos mais pequenos atos, sempre quero conseguir me permitir sentir. Sabedoria para entender a necessidade da escuridão e força para iluminar.

Polyana Prauchner

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Medo.

Já sentiu o nó se formando na garganta? Já se viu sufocar sem nem uma ideia de como havia chegado a esse ponto. Já observou cada erro e falha e se condenou pelo medo que estava por vim por consequência dos mesmos? Já chorou tanto que suas lágrimas secaram e mesmo assim sua respiração não volta ao normal? Já tremou, suou e sem sequer ter tempo de se permitir sangrou? 

O medo é paralisante, o medo é viciante. Quanto mais medo sentimentos, mais ele nos trava e mais nos prende. Eu sei que você não sabe o que vai acontecer, muitas vezes já lemos que a única certeza da vida é a morte. Mas o que fazemos com o medo de algo pior? Será que existe algo pior do que a morte? Será que vale tão pouco assim nossa existência a ponto de um medo ser maior do que a luta por ela?

Muitas vezes eu desisti de mim, eu soltei de minha mão e finge que não estava vendo enquanto me jogava dentro de um abismo do qual eu saberia que não conseguiria voltar. Eu já andei errado, já agi errado e já magoei tanta gente pelo medo de machuca-los ou me machucar. Eu já quebrei tanto que passei fita isolante em torno do meu coração buscando apenas parar de sentir.

O medo nada mais é do que uma proteção, nada mais é que uma liberação que nos prende. Nada mais é do que uma segurança em meio ao caos dos erros, mas até que ponto ele é válido? Até que ponto devemos nós privar de tudo que podemos sentir quando o medo é ignorado e superado?

Inúmeras das perguntas aqui eu não sei responder, eu sei que agora por mais que seja difícil admitir: Estou com medo. Medo de não ser o suficiente, medo de não saber o que será amanhã, medo de me perder e perder aqueles que amo. O medo sempre nós acompanha por onde quer que estejamos... Ele sempre estará ali. Adormecido ou não. Cabe a você e somente a você o calculo de custo ou beneficio. 

Ninguém pode segurar em suas mãos e te guiar para fora do medo, ninguém pode resolver seus problemas e falar que tudo bem se sentir assim, tudo bem deixar que as lágrimas rolem pelas curvas de seu rosto e molhem seus lábios com seu sabor salgado. Você deve decidir superar ou desistir. Não apenas na física, mas em muitas vezes da nossa realidade tudo depende do referencial.

O seu referencial vale a pena?

 Polyana Prauchner

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Não precisamos de alguém que nos salve.

É, eu sei... Como assim?

Mais claro não tem como ficar. Nos mulheres somos criadas de forma que faz com que a maioria de nós pense que precisamos de alguém para nós salvar. Não é verdade. Crescemos aprendendo que somos as princesas, mas nunca nos deixariam crescer sabendo que não precisamos que o príncipe encantando venha em nosso resgate.

Se você já se sentiu incapaz de resolver alguma situação simplesmente porque disseram que não conseguiria e então percebeu que estavam errada. Se você já se sentiu culpada por não ter alguém em seu lado nas datas comemorativas. Se você já se sentiu menosprezada. Você sabe do que eu estou falando.

Quanto mais crescemos e maiores são as mudanças na sociedade, maior nossa percepção perante aquilo que nos foi implantado desde sempre e os erros disso. Eu já entrei em relacionados por me sentir incapaz de ficar sozinha, como se ter um cara ou meu lado ou não pudesse definir minha força. Eu já me submeti a situações porque eu me sentiria culpada se perdesse o meu “príncipe encantado”.

A verdade é que está tão culturalmente impregnado que precisamos de alguém do sexo oposto ao nosso lado que simplesmente parece irreal a ideia de ser feliz sozinha. A verdade é que quando percebemos o quão mais simples é, mais queremos. 

Mas o que seria simples? Amor próprio. O amor próprio não nos cobra, não nos julga e não faz com que tenhamos que abrir mão de nossos sonhos e desejos. Não estou dizendo que o amor seja ruim, veja bem... Estou dizendo que quando temos o amor próprio paramos de aceitar qualquer amor.

A chave para a felicidade não existe. Vamos cair e levantar inúmeras vezes. Vamos acreditar que precisamos de alguém que venha e esteja disposto a nos salvar de nós mesmas. Mas quando aprendermos lidar com nossa pior parte, honraremos nosso melhor e aí sim o amor vai valer a pena. 

Polyana Prauchner

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eu lutei por nós

não me importei em perder desde que isso significasse te ganhar

você mudou as regras e escolheu me ver perder a única coisa que já desejei ganhar

hoje parto, partida na certeza que nem tudo que desejamos merecemos

hoje sei que mereço mais do que suas migalhas

Polyana Prauchner

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Onde eu aprendi ser tão solta? Você me pergunta com essa voz rouca toda vez que eu sorrio leve e vou embora. Mas a verdade é que estou presa. Você diz que está bem assim, que somos tudo e não precisamos de nada. Eu preciso... De você. Eu me prendi a você. Logo eu que sempre fui embora primeiro com medo de ver a porta fechar na minha cara, logo eu que deitei em camas onde nem por um segundo me senti amada. Eu sempre soube ir e nunca motivada a ficar. Talvez seja minha liberdade que te prenda, porque mesmo presa eu não tento te prender. Meu jeito de viver sozinho, meu jeito de amar minha companhia. Talvez se eu não tivesse aprendido a me amar, você nunca tivesse percebido que meu sorriso sem jeito com bochechas coradas é onde tu queres fazer morada. 

Talvez minha forma de partir mesmo quando quero ficar, de calar quando o que eu quero é gritar, seja o que te mantém aqui. Talvez antes, com os outros tenha dado errado porque era pra ser nós. Eu nunca me moldei aos seus gostos e costumes. Eu lhe estresso, lhe preocupo... Muito diriam que sou responsável por uma grande parte da sua loucura e possivelmente no futuro de alguns de seus cabelos brancos. Eu sei quando vai chover e não levo casaco, você me escuta fungar e pede para que eu tome cuidado, enquanto tudo que eu quero são teus braços para me proteger e o seu cuidado numa noite fria.

Quem sabe? Quem sabe você vá embora na próxima semana ou até mesmo amanhã. Quem sabe eu faço um bolo e um café. Quem sabe eu ajeito minha vida para se enquadrar na sua. Marcamos viagem para matar a distância. Quem sabe você compra meu perfume e eu o seu, suas camisas ganham um pouco mais do meu cheiro e a saudade aprender a soltar um pouco. Quem sabe a gente aprende lidar com a distância e com as feridas que marcaram tanto nós dois. Quem sabe a gente mostre para todos os amores que vivemos como se ama de verdade. Quem sabe a gente não passe de um gostar calado que eu venho prendendo em minha garganta. Quem sabe um dia eu tome coragem e te diga o quanto eu te quero e o quanto dói não poder estar aí para realmente te ter. Quem sabe um dia você veja que mesmo longe, estamos encaixados e isso lhe faça ter vontade de me ter para sempre.

Quem sabe num futuro não tão distante você queira transformar eu e você em nós.

Quem sabe não passe de uma semana a mais ou de uma conversa agradável. 

Uma coisa que eu te digo, mesmo com esse texto finalizado eu não deixei de sentir, eu não quero que seja para sempre porque o para sempre acaba. Eu quero que seja o suficiente para te fazer querer ficar e mesmo ao ir ser eternizada em suas memórias. Eu quero ser tua paz e quem te tira o chão. Eu quero ser sua em toda minha liberdade e te quero em toda sua liberdade.

Polyana Prauchner