#por isso me foquei só na segunda parte :3
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shield-o-futuro · 1 year ago
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Scarlly e Sam vocês costumam treinar juntos? Quem geralmente ganha?
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Sam: Aham, com muita frequência, tanto aqui quanto na SHIELD. E ela é quem costuma ganhar de mim mais vezes, mas acho que somos um adversário a altura um pro outro, por isso gostamos tanto de treinar juntos. Nossos estilos meio que se completam.
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dalilasena · 4 years ago
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O começo de tudo.
Olá, bem-vindo ao meu mundinho e essa é a minha história, tudo começou em uma comemoração, exatamente eu fui gerada em uma noite de comemoração do aniversário de meu pai, um belo presente ele ganhou, mas segundo eles foi tudo planejado. Eu me chamo Dalila Sena de Oliveira Lima, a escolha do meu nome foi uma homenagem a minha bisavó, mãe do meu avô materno, tenho 20 anos, nasci no dia 23 de dezembro de 1999 as 11:45 em Feira de Santana no Hospital da Mulher.
Meu nascimento já foi um milagre, minha mãe perdeu todo o liquido da placenta no início do oitavo mês de gestação, o que levou a um parto cesárea as presas pois eu corria risco de vida, assim que eu nasci fui submetida a uma cirurgia no pé onde tinha ficado com resquícios de placenta, após a cirurgia fiquei internada na UTI e horas depois descobriram que o medicamento que tinham aplicado no meu pé estava corroendo minha pele e assim passei por outra cirurgia. Segundo o médico eu poderia ter dificuldades para andar com o pé direito, mas tudo ocorreu bem e eu consegui os movimentos perfeitos, ainda hoje tenho a cicatriz. Bom, eu contei tudo isso e não contei de onde veio o início da minha árvore geológica, sou filha de Domingas Sena de Oliveira Lima e Elielson Lopes Lima e neta materna de Valdelice Alves de Sena e Dário José de Sena e paterno Elisabeth Lopes Lima e Sabino Pereira Lima.
Eu cresci cercada de duas famílias incríveis e muito grandes , segundo as minhas contas tem em torno de 70 pessoas tanto por parte de mãe como por parte de pai , minha família por parte de mãe é dividida nas cidades de Irecê, Salvador, João Dourado e Paraíba, já a de meu pai a maioria é daqui de Feira mesmo e falando em pai na época que eu nasci ele era sargento do exército e minha mãe cabelereira, mesmo ele sendo 6 anos mais novo que minha mãe assumiu uma responsabilidade com a mais perfeita excelência.
Até meus três anos morávamos em uma casa no Sitio Matias quando meu pai decidiu abrir um salão de beleza para minha mãe e apostar em um negócio para a família. Não demorou muito tempo e nos mudamos para o bairro Panorama, minha mãe abriu seu salão com equipamentos de segunda mão e meu pai ainda continuava no exército mas as coisas começaram a apertar, passamos a morar em uma casa em um cômodo só, no cimento e sem nenhum conforto, usávamos sandálias remendadas e comíamos o que tinha, a casa foi construída pelas próprias mãos dos meus pais com a ajuda de um pedreiro pois não tínhamos muito dinheiro, foi então que meu pai deu o primeiro passo, largou o exercito e abriu uma mercearia e pouco a pouco foi conquistando os clientes e aumentando suas mercadorias.
Eu comecei meu colegial na Escola Prisma no Feira 7 mas minha mãe não gostou dos rendimentos e logo após mudei para o Joana de Angelis, lá eu passei por muitas coisas boas e ruins , quando eu tinha 12 anos meu cabelo era enorme e batia quase no joelho, foi ai que sofri um pequeno bullying, uma certa vez as meninas da minha sala se reuniram para me esperar chegar na sala e todas elas puxaram meu cabelo dizendo que era implante, eu acabei cortando meu cabelo no ombro de tanta raiva que fiquei. Estudei no Joana de Angelis até meu 5º ano.
O 6º ano foi na Escola O Pequeno Polegar no Tomba e foi aí que surgiu minha primeira paixão e onde eu dei o meu primeiro beijo em Rogério, o beijo que me deu prejuízo, no 7º ano eu estava tão apaixonada nesse menino que fazia de tudo por ele, comprava lanches, dava mimos , colares e mandava cartas até que um dia “minha melhor amiga” também ficou com ele em uma viagem da escola que minha mãe não deixou eu ir. Eu perdi as estribeiras em tudo, tive minha primeira crise de ansiedade e acabei perdendo de ano, mas sempre tive o apoio dos meus pais, e digo, isso foi muito fundamental para o meu amadurecimento, no ano seguinte eu não caia mais em nenhum papinho e passei todos os anos direto sem recuperação, foquei de um jeito em meus estudos que até hoje me orgulho. Não posso esquecer de uma professora que passei a considerar uma mãe até hoje, Francis Cleide, ela era professora de matemática e além dela fiz amizades verdadeiras que até hoje mantemos contato e fazemos encontros.
No 1º ano do fundamental fui estudar no Acesso, porém eu não me encaixava lá, as pessoas faziam questão de mostrar suas classes sociais , viagens ,casas e lugares caros o qual eu não me sentia a vontade por saber os esforços que meu pai fazia para me manter lá, foi então que eu pedi para minha mãe me mudar de escola no meio do ano, foi uma decisão fundamental e que eu não me arrependo, e então conclui do 1º ao 3º ano do ensino médio no Intelecto, lá eu fiz muitas amizades incríveis inclusive tinha um grupo de estudos que me ajudou muito nas boas notas, ele era formado por eu, Emile e Daniel.
Em 2018 eu passei pela pior perda da minha vida, como disse anteriormente eu e minha família somos muito unidos e uma das pessoas mais incríveis que o mundo pôde ter foi minha avó Valdelice a mãe de minha mãe, ela era a simplicidade em pessoa, desde pequena eu sempre fui muito apegada a ela, tinha o costume de alisar os cabelos dela e além disso nos parecíamos muito , por sermos uma pessoa calma, sensível , pensar mais nos outros do que em si mesma, ser radiante ... enfim. Foi uma partida inesperada, ela foi submetida a uma cirurgia por conta de algumas dores que ela vinha sentindo e por erro médico ela acabou falecendo, nossa família ficou muito abalada, até hoje nossos encontros não são mais os mesmos, todo São João todos se reunião na casa dela em Irecê ,era a época mais esperada do ano só para ver todo mundo junto. Minha mãe é uma pessoa incrível e não há tempo ruim para ela e depois dessa partida eu tive que segurar as pontas por um bom tempo aqui, ela passou por um inicio de stress e vivia tomando remédio para dormir.
Voltando para o meu ensino médio eu tive um grande apoio do meu trio, bem unidos e bem focados passei por tudo isso, no último ano cada um arranjou um namorado, inclusive eu ,o nome dele é Bruno e mora em Salvador, ele passou um ano insistindo em mim e eu rejeitando, mas aí eu resolvi dar uma chance, depois de muitas decepções amorosas que tive, isso nunca impediu meus estudos, hoje tenho 2 anos e 8 meses com ele. Ao terminar o ensino médio eu almejava cursar psicologia por gostar de ajudar as pessoas mas percebi que não conseguiria por ser muito sensível e tomaria para mim as dores das pessoas, foi ai que eu pensei em Educação Física e fiz uma matricula na Unifacs quando estava próximo de começar as aulas entraram em contato comigo para fazer mudar de curso por não ter fechado turma, então eu tentei mudar para a Fat e lá fui eu, no primeiro dia de aula estava eu lá pronta para iniciar o semestre, tocou o sinal e cada um foi para suas salas e não tinha nada no mural sobre o meu curso, fui até a coordenação e ninguém me deu resposta, depois de duas horas uma moça veio me informar que não tinha formado turma e que eu poderia escolher outro, mas só pela desorganização eu sai de lá também.
Voltei na Unifacs e resolvi cursar Fisioterapia, eu achava que me identificava também, fui na primeira semana de aula e me decepcionei, não conseguia entrar no laboratório por não gostar de ver sangue e mais uma vez tranquei a matricula, cheguei em casa decepcionada por não saber o que eu ia fazer da vida, chorei horrores e tive uma conversa com uma amiga, ela me fez enxergar todos os meus pontos positivos e como eu já trabalhava no mercado do meu pai desde 15 anos e me identificava com pessoas e criatividade em vedas eu comecei a fazer 3 cursos no Instituto Mix um de Marketing ,outro de Gestão de Pessoas e outro de Informática Empresarial.
Durante esses 6 meses que eu fiquei tentando resolver minha vida também foi um período bem complicado, tenho uma tia que desde os 15 anos faz hemodiálise e a maior parte dos seus dias foi em hospital, há 10 anos ela é transplantada de rim e pâncreas, mas quando foi ano passado ela descobriu que tinha um C.A e começou mais uma luta. Sua primeira seção que quimioterapia fez com que suas plaquetas baixassem e foi internada na uti ,os médicos já nos preparavam para o pior mas mais uma vez ela conseguiu reverter o quadro, durante essas 6 meses ficava internada constantemente e eu passei a ficar com ela acompanhando ,não sei onde consegui forças, eu revezava os dias e as noites com minhas outras tia de Salvador e posso dizer nem aquela cadeira desconfortável me fazia desanimar só por vê a força que ela tem, Cristiana, outro grande exemplo de superação na minha vida.
No ano de 2020 eu fui até a Unef em um aulão e fiz uma prova na qual fui aprovada, então só bastava encarar meus medos e dar o primeiro passo ou tentar novamente e foi assim que eu cheguei em Publicidade e Propaganda, me apaixonei pela instituição, no curso e em todos os mestres que compõe ela. Ainda não sei qual área vou seguir, mas sei que darei o meu máximo em todo esse processo e buscarei ser uma empresária de sucesso assim como meu pai cresceu de forma incrível em sua micro empresa. Esqueci de falar que tenho um irmão de 16 anos, somos bem unidos, alias não só com ele, mas com meus pais também, temos uma grande sintonia e cumplicidade, se eu sou quem sou devo tudo a eles, minha família é incrível e são minhas maiores inspirações. Mesmo sendo uma pessoa muito ansiosa e isso me atrapalhando muito no meu dia a dia eu posso afirmar que meu coração sempre vai ser aberto a tudo de melhor que a vida possa me proporcionar pois sei que tudo que passei foi para a minha formação como uma pessoa melhor a cada dia.
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maziekeen · 5 years ago
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Então, eu tenho um bocado de boas notícias: comecei no trabalho novo e tá sendo muito legal; as pessoas são muito maneiras e eu tô gostando do que faço. -- Apresentei a primeira parte do meu TCC (a banca é pra meio que aprovar o projeto de pesquisa por semestre seguinte) e tirei 10! :3 -- E eu consegui fazer a revista pra disciplina das caminhadas, mas entreguei incompleto (porque foquei mais no TCC) e ainda assim fechei a matéria com 8! yayyy (1/?)
desculpa a demora IMENSA em te responder. salvei a ask nos drafts pra não perder e ai esqueci :(
1) que maravilha saber que o trabalho novo começou bão demais uai! fico feliz por você hun. E TIROU 10 NO TCC YASS, espero que tenha conseguido mais 10 por aí hein ksahdkjsa. que foda hein, cheia de coisa pra fazer e dando conta
2) SUPER TE ENTENDO e não é ruim tu querer isso não. por mais que visita seja um trem bão, ter nossa casa de volta também é e ta tudo bem hun. ela ainda está ai? como ta indo tudo?
3) ainda está de férias do trabalho lindo lá? E COMO FOI O FINAL DE ANO? foi bão apesar de tu achar estanho antes da virada e bleh? omg espero que nada tenha dado errado, POR FAVOR D:
meu natal foi bem lindo, sempre é assim uma bagunça sabe, e só a família mesmo e tals. ano novo foi top, bebi horrores como disse que iria e me arrependi, mas foi muito bão. METAS PRA 2020? só DEus sabe KSJHAJKD. ah, eu preciso sair da hibernação, mandar ansiedade se fuder (e algumas pessoas). como o ano já começou, bom, ainda não tô lá, mas quase. e tu hein? 
PS: MULHER TU ASSISTIU DICKINSON?????? corre, hailee finalizou gravação da segunda temporada acho e sei lá quando sai, mas deve ser logo
~~~~~~~~~~
Falta só mais um semestre agora, graças a todos os santos! – A minha sogra, que mora na Itália, veio passar um tempo aqui no Brasil e tá ficando aqui em casa; por um lado é otimo, porque ela ajuda a manter a casa organizada e cozinha, mas ela fuma muito e é muito geniosa, então as vezes é difícil lidar com ela. Mas ela vai pra Minas por um tempo e a gente vai voltar a ter a csa pra gente. É meio ruim que eu queira que ela vá? Gosto muito dela, mas quero minha casinha de volta :( (2/?) 
Ah, outra boa notícia: depois de uma semana e meia de trabalho, eu estou de recesso. A minha chefe pediu pra eu ficar de olho, caso precise fazer alguma coisa, mas no geral eu tô de férias YAYYY – Acho que isso é tudo, final de ano costuma ser mais legal pra mim, mas esse tá esquisito; apesar das coisas boas, parece que algo vai dar errado idk – Como foi o seu natal? Quais são suas metas para 2020? -K (3/3)
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sophiaunderwoodblog · 4 years ago
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Dezembro de 2020/Minha quarentena.  Me desbloqueando de traumas do passado.
RELACIONAMENTO: Acabei de afastando do fake,quando percebi que estava me humilhando em troca de migalhas de amor por alguém que doava este amor para mais duas mulheres,me machuquei,olhando para o que eu estava fazendo aceitando aquela condição de número 3,sonhando em ser a principal,pensando que precisava agradar o outro para conseguir o primeiro lugar,me senti horrivél, quanto tomei consciencia da situação.Era o ultimo lugar,amor tem limites. Prefiro me amar o dobro dei valor a mim mesma.Me calei para não ouvir ser apenas um "drama". Me libertei deixando essa pessoa com quem verdadeiramente amava. Assim ficariamos bem,os dois. Sei que agi errado muitas das vezes,a paixão cega os olhos,o amor não acaba de uma hora pra outra,mas o amor não exige estar perto,na verdade ele é livre,não temos controle de quem amamos,mas do que podemos fazer com isso,decidi não viver esse amor,pelo simples fato de que amo sozinha. Até tentei desconstruir a idéia do amor monogamico,afinal,nenhum dos meus amigos e nenhuma das minhas amigas são fieis,não vou espalhar nada a ninguém,mas os desabafos de traições e arrependimentos com pedido de socorro para mim,não são poucos. Tenho amigos casados com cerca de 4 amantes ! SIM 4! tudo me fez desacreeditar na fidelidade e rependar em um relcionamento aberto. ùnico casal que nunca desabafou traição comigo tem um relacionamento aberto e estão juntos cerca de 12 anos. Desde a adolescencia até hoje que são casados vivem em um relacionamento aberto,onde uma vez ao mês podem transar com outras pessoas desde que o outro saiba. De segunda a sexta são um casal,aos sábados saem juntos como se fossem amigos e um ajeita alguém para o outro ficar em baladas e festas ou coisas parecidas. O trato é,não existe apego ou posse,existe amor,que segundo eles,quem ama não deixa de olhar ou sentir atração por outra pessoa,a questão é a maturidade para aceitar que seu namorado ou namorada,pode imaginar outra pessoa na hora H, pode se sentir atraido por outra pessoa,pode querer ficar com outra pessoa até meio que escondido e o trato deles é. Poder falar abertamente sobre outra pessoa que te atrai,dizer o que sente vontade de fazer com ele e com a pessoa que se sente atraido. O trato deles é que traição é quando não acontece o dialogo e acontece algo do tipo escondido,segundo eles fidelidade é ilusão. São um casal tranquilo,que nunca vi brigar,planejam formar familia juntos e manter a liberdade. Ambos saem sozinhos com amigos quando quiserem,e ficam com outras pessoas conversando com o parceiro(a). Parece loucura,mas desconstruiu toda imagem de casal que eu tinha e pra mim eles são o casal perfeito. Se eu pudesse dar um conselho a este meu romance do passado e amigo, eu diria para tentar este tipo de relacionamento,acredito que isso traria mais felicidade e menos peso,seria a liberdade para ele ser quem é. Porque,fidelidade pelo jeito não é o forte da maioria das pessoas,não digo apenas dos homens. Eu não guardo nenhuma raiva,ainda sinto amor,mas sei que a vida são de grandes eternos amores que vem e que vão e a vida segue seu caminho e não temos controle,como muitos já falaram,a pandemia veio mostrar essa falta de controle. Viver em paz,é desapegar de querer ter o controle sobre tudo e deixar a vida simplesmente seguir. Digo que não deixei de amar,deixei de me iludir,e aprendi meu verdadeiro valor. Mereço muito mais. E se eu viajar,precisa ser por mim,não por outra pessoa. E para onde eu quiser ir. Principalmente,não quero ser mãe agora,tenho muito para viver antes de assumir essa grande responsabilidade que é ser mãe. Ando desejando que ele realize este sonho com a namorada,sim,é verdadeiro,sabemos quando amamos de verdade,é quando existe desapego e posse,e o desejo de ver o outro feliz. fofo não? O sonho daquele rapazinho era ser pai, essa parte é muito fofa e bonitinha nele. em questão de relacionamentos de quarentena,foi isso,e superar um fato que aconteceu ano passado com outra pessoa,que foi bem pior. LUTO Tive desafios muitos grandes,um novo luto,um de quatro patas,bem no inicio da pandemia,assisti meu gatinho ser jogado no lixo na minha frente, gastei tudo o que eu tinha para salva-lo,e em off passei a depender de uma pessoa muito tóxica da familia. Estava carregando muitas dores na alma. Fui me reerguendo cuidando de mim,focando em mim,novos cursos,projetos,terminar a faculdade finalmente! Afinal,precisei parar três vezes,já não tenho mais de quem cuidar além de mim,e durante anos eu apenas fui uma garota que cuidava de todos. Lá estava eu,com um novo projeto em mente,trabalhando nele, fazendo mais 4 cursos além da faculdade,e trabalhando com vendas online. Fazendo de tudo para dar a volta por cima. CONSEGUI ! Então foi a vez de resolver outras questões,soltar os traumas e deixar a vida fluir,fiz muitas meditações durante a pendemia sempre que pude.Porém a rotina começou a seguir um rumo de muita pressão e correria,fora ficar tentando alcançar as metas de vendas. E me vi com alto nivel de estress. Mas me sentindo vencedora. Então eu abandonei algumas coisas,e foquei melhor em outras,e criei um novo caminho,mês passado finalizei um dos cursos,teve a confraternização pessoalmente de um curso que apenas pudemos fazer online,nos conhecemos pessoalmente no ultimo dia do curso. Não tive quem compartilhasse de uma vitória minha,foi apenas eu mesma comemorando,naquele momento nem me sentia tão sozinha,estava com as minhas colegas e feliz por ter saido de casa depois de tanto tempo. VENCENDO MEUS TRAUMAS: Acho que esperava muito das pessoas em relação a ter empatia e receber apoio e carinho,eu não tive. O fato é que sonhava em encontrar uma pessoa que pudesse compartilhar,ter apoio e caminhar comigo respeitando meu tempo,acompanhando minhas vitórias. Mas,acabei caminhando sozinha. Percebi que os homens,todos que se aproximaram de mim apenas queriam me levar para cama enquanto eu sonhava romanticamente com um jantar a luz de velas e um companheiro para compartilhar meu trauma,um bloqueio que me fazia temer o momento intimo,o sexo no caso. Não gosto de ser tocada,acho estranho ser acariciada,só conheço o toque de homens atraves de violencia,o que podem esperar de mim? Eu me assusto,isso é estranho,é bizarro,então se afastam,porque não querem esse peso ou passar pelos desafios na caminhada comigo. Não tive apoio de familia,amigos,de ninguém! Cada vez mais as lembranças rodeavam a minha cabeça,não sabia para que direção seguir,o medo me dominava em abrir a boca e falar.E quando falei,para minha surpresa me culparam. Tenho poucas recordações do ocorrido que não seja o susto. Poucas memórias de infancia,coberta por violencia,negligencia,abusos. ~ Os pesadelos confusos e as perguntas para familia,e a seguinte resposta era sempre dada. " Para de inventar as coisas,os meninos são bonzinhos,você imagina as coisas pensa que é verdade porque tem um probleminha." Nenhum profissional descobria um probleminha que me fizesse confundir fantasia com realidade,me questionei por anos,até me revoltar. O meu probleminha é que repetia que os meminos faziam brincadeiras estranhas comigo,que não queria mais brincar com eles. Mas para terem paz,me faziam brincar com os meninos e deixar os adultos conversando. Então a minha ultima memória que seguiu de pesadelos e travas durante anos foi de um jogo chamado gato mia,onde me prenderam na cama e não me lembro de mais nada. Um tempo depois um dos meninos "bonzinhos" estava sendo internado numa clinica de reabilitação. Estes meninos eram amigos e sobrinhos da melhor amiga da minha mãe,e eram todos unidos e muito amigos, brincava com eles desde os 3 anos,quando tudo começou eu também não tenho memória. O fato é que,é estranho que uma criança pense em morrer se não houve nada,é estranho que o meu vestido não estivesse mais em mim,apesar da falta de memória,é estranho que sentisse nojo de mim mesma por volta dos 9 anos,um ano depois da brincadeira. Era bizarro o medo de tomar banho com companhia,em clubes,quando amiga ia dormir em casa,e passei a me isolar,ficar quieta,tive pequenas mutilações, me aliviava com a ponta da tesoura na escola.E infelizmente,não houve cuidados comigo. Minha mãe trabalhava 24 horas em outra cidade e praticamente a conheci quando já estava doente. Minha adolescencia foi complicada principalmente pela falta de informação,orientação em relação as mudanças do corpo. E tudo que eu tinha era internet que só poderia acessar com minha avó do meu lado,pra não ter perigo pra mim. Recebia algumas orientações romantizadas seguidas por visões religiosas e uma criação rigida,sobre como ser uma boa moça e se comportar para não ficar falada. Sem julgamentos,minha avó nasceu em 1922,falesceu com 92 anos,era uma visão diferente. Eu diria que minha quarentena serviu para me tornar uma outra pessoa,me transformar completamente,aprendi a lidar melhor com meus traumas e ter uma visão diferente de várias situações que passei. Não fiz terapia no inicio da pandemia,ainda estava avaliando a situação com uma ex psicologa que disse que seria melhor medicamento para tratar o luto,fui contra por pensar diferente e ela me enviou um texto gigantesco falando sobre a minha falta de respeito com ela como profissional. No mês de junho eu conversei com uma colega sobre o que ela achava de me atender,porque eu sabia que ela estudava bastante,nunca fomos amigas ou próximas mas eramos da mesma turma,ela ficou de pensar e deu a resposta agora,em dezembro,infelizmente ela perdeu a avó com covid,e consigo sentir a dor,não é nem imaginar,mas sentir,não da mesma forma é claro,mas senti. Participei essa semana de um grupo de apoio de quarentena entre mulheres e não me fez bem,mexeu muito comigo a repetição da frase que precisamos ter com quem contar,juatamente em um momento que não me sinto bem,que passei mal durante dias e fui ignorada pela minha familia. Conversas com camera ligada e tudo mais,apenas com pessoas que conheci na internet ou amigos que conheço pessoalmente,nada de familia. E eu sou uma pessoa muito familia. Por incrivel que pareça. Gosto de cuidar,de proteger,sou aquela pessoa que ama intensamente,quando alguém falha comigo,demoro séculos para perdoar. Eu diria que venci muitas barreiras sozinha,que senti falta de apoio e fui encontrar em um grupo de mulheres feministas,em outro grupo de mulheres "deusas",existem rituais para deusas,e só isso faz com que eu me isole porque 100% da familia me detesta por questões religiosas e tem muitos fanaticos religiosos na familia. Principalmente minha tia.(rsrs) A partir do momento que faço ritual para uma deuda eu estou negando o Deus que eles conhecem. Só para deixar claro,ninguém mata animais,ninguém mata bebês,e não tem nada de satânico. Este grupo me fez entender o valor da mulher.E nos colocam no papel de deusas poderosas pelo simples fato que geramos a vida. Foi um grupo que me fez mais do que bem,apenas de não ter psicologos ali,foi muito terapeutico ouvir sobre este valor que se perdeu com os anos. Ouvir que o meu corpo é um templo sagrado que é tudo muito precioso,do jeito que ele é. Depois disso comecei a assistir lives de uma psicologa que debatia a liberdade sexual da mulher,e após isso,começei a ver as lives pelo instagran sempre que eu podia,até querer participar dessa luta,espalhando informação,espalhando conteudo,tentando trazer essa liberdade e essa visão de poder ser livre sem julgamentos. Usar a roupa que quiser,fazer o que quiser... Pois é nosso direito,e o homem é obrigado a respeitar qualquer mulher independente do que ela veste. E acredito que me superei de todas as formas possiveis,desde um amor a distancia que me conscientizei que não daria certo,que estava me iludindo e precisaria seguir meu caminho sem esperar por nada,amar sozinha sem deixar de viver ou buscar novos amores. Caminhar sozinha mesmo com uma certa angustia de me sentir só,mas sobreviver amando estar comigo,e vivendo cada segundo apreciando cada respiração. Eu sei que,amo estar sozinha,mas sinto falta de apoio quando preciso. Mas ter uma vida solitária não siguinifica ter uma vida triste ou infeliz,ao contrário,na maioria dos meus dias fico bastante alegre estando sozinha. Vantagens de estar sozinha: Assisto o que gosto,tenho 4 quartos só pra mim e posso dormir cada dia em um se eu quiser. Posso andar até pelada pela casa inteira se eu quiser,no calor é claro. As desvantagens não são muitas perto de como é bom morar sozinha. Os pontos ruins são as responsabilidades de administrar uma casa,dar conta de todas as tarefas e as vezes querer chorar parecendo humanmente impossivel dar conta de todas as responsabilidades que isso envolve. Na adolescencia colamos posters nas paredes,em vida adulta são os boletos. No momento confesso que me sinto cansada,desanimada,mas é devido ao corpo dolorido a casa que preciso dar conta e uma coleção de matéria pra estudar,de um dos meus cursos eu nem terei férias. Porém estou me recuperando de uma gripe forte,com um mal estar que sinto até agora e vim me distrair escrevendo,rsrs,talvez,justamente para não me sentir sozinha. A falta de apoio é dolorida,isso fez com que me afastasse ainda mais,para evitar me humilhar pedindo mais ajuda e apoio da familia,então fico assim quietinha,vivendo do meu jeito,sendo feliz como posso ser,e agora,vou comer uma trufa e assistir uma comédia com a minha gata de estimação. Trato como filhos de 4 patas,nunca uso muito palavras como,dou dona dos meus bichos,ou sou a lider das minhas cachorras,ou animal de estimação,geralmente uso a palavra filhos para se referir a todos. Não sou mãe de nenhum ser humaninho ainda,mas sou mãe de quatro filhos de quatro patas,que na verdade era para serem 7 filhos. Sim,tenho uma paixão louca por pets. E eu não posso vizitar ongs ou lugares que doeem animais que já pego um filhote novo pra cuidar. A questão é calcular o gasto de cada um,acabei fazendo um planner pet, o planner pet comprado é muito caro na minha opinião,então comprei uma caderneta de gatinho rosa e fiz de planner pet,principalmente porque tenho facilidade em esquecer das vacinas e o planner acaba ajudando. São como filhos mesmo,cada um tem sua bolsa com suas próprias coisas,o que dizer,são minha paixão. Sempre que eu escrever filhos,vou estar me referindo a cachorros e gatinhos.E amanhã será mais um dia passando mal no meio de tanta correria de final de ano nos cursos e na facul. #ESGOTADA !!!
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tunasdiaries · 7 years ago
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- A: 31/12/17
Acho que pra você entender tudo que aconteceu esse ano eu devia começar a falar do ano passado. Em janeiro de 2016 eu tive minha primeira grande perda que foi a minha tia avó. Ela era o que eu tinha mais medo de perder, e quando aconteceu eu fiquei sem chão. Nunca tinha lidado com a morte de uma pessoa próxima. A única coisa que me ajudou foi estudar. Eu foquei toda a minha atenção nisso e passava o dia inteiro estudando. Fazia uns 5 cursos online então passava o tempo todo em casa mesmo e o único contato humano que eu tinha era quando minha irmã e meu ex namorado vinham pra cá.
Em novembro veio a segunda perda: meu ex namorado. Nós tínhamos uma ótima relação, quase não brigávamos, era algo leve e que só fazia bem. Até o dia que ele decidiu que não queria mais, e sem nenhuma desculpa ou respeito ele terminou comigo como se eu não valesse nada. Tínhamos acabado de fazer uma viagem (que ele resolveu me presentear depois de passar o ano estudando) e assim que nos despedimos e ele colocou os pés na casa dele ele mudou. Ficou distante, começou a me ignorar e três dias depois resolveu terminar comigo por mensagem no whatsapp. Nunca me deu um motivo, nunca quis se encontrar comigo. Ele deletou e bloqueou minha família de todas as redes sociais, me tratou como se eu fosse um lixo e me trocu pela primeira que apareceu. Até tínhamos uma viagem já paga e ele um mês depois levou outra no meu lugar. E eles estão juntos até hoje, o que me faz pensar que esse foi o motivo dele ter terminado. Passei meses mal, chorando e tentando me recuperar. Demorou mas passou.
2017 veio com apenas uma coisa boa: minha aprovação que finalmente veio na faculdade dos meus sonhos. Primeiro entrei pra UFF, o que eu não achei que ia gostar eu acabei amando e me vi triste na hora de ir embora. A UFF foi uma grande surpresa pra mim porque eu estava criando uma vida em Volta Redonda: novas amizades, faculdade, tava começando a sair de novo aos poucos. Era outra cidade, mesmo sendo aqui do lado era um lugar que nada de mal tinha me acontecido, muito pelo contrário.
Em julho veio minha terceira perda, minha tia. Minha tia cuidou de mim desde o dia que eu voltei da maternidade. Ela era uma mãe, ela até dizia que eu era uma filha que não tinha saído dela. Ela tem todo o meu amor, ela era tão compreensiva...  eu nem precisava falar nada que ela já entendia. Nunca me cobrou nada, nunca brigamos. Acho que eu nunca vou me relacionar com outro ser humano como eu me relacionava com ela. Ela veio pra Resende com minha irmã passar férias. Quatro dias depois ela teve um AVC, ficou internada e 7 dias depois se foi. Foi algo que ninguém esperava, ela estava super bem. Foi chocante ver como uma pessoa pode acordar de manhã, fazer todas as coisas rotineiras e no fim do dia estar fazendo uma cirurgia no cérebro. Eu que encontrei ela caída na cozinha, liguei para a ambulância e fui com ela para o hospital. Essa cena me assombra até hoje. E com essa perda dela, a mais dolorida de todas eu sinto que eu mudei muito.
Por dentro eu sinto como se eu fosse um queijo suíço. Toda cheia de buracos. Toda quebrada. É uma tristeza que me acompanha o tempo inteiro. Ficar feliz é algo difícil, o que as vezes existe são momentos de alegria que não duram muito. Então a partir disso eu passei a cuidar muito menos de mim. Minha alimentação que era boa ficou ruim, estou mais magra do que estava, passei a realmente ligar o botão do foda-se para tudo.
No meio da internação dela veio a UFRJ. Ela pelo menos ficou sabendo que eu fui aprovada, e um dia depois do AVC eu fui para o Rio fazer minha matrícula. Como não sabíamos o que ia acontecer, eu tinha que garantir minha vaga no Rio porque ela iria precisar de cuidados e essa era a minha vez de cuidar dela. Lembro que eu era a pessoa mais triste dentro daquele campus indo fazer matrícula. Uma coisa que era um sonho virou um pesadelo.
Fui pra UFRJ e vejo que foi uma coisa boa. Ela é melhor e é um lugar que eu sinto orgulho todos os dias de fazer parte. O começo foi difícil, eu tirei minhas primeiras notas baixas na faculdade porque eu simplesmente não conseguia estudar. Ir para as aulas era a única coisa boa. Eu só tinha aula 3 vezes na semana e na parte da tarde, o resto do tempo eu ficava sozinha na casa das minhas tias tendo que aguentar a falta que as duas me faziam. Eu chorava, tentava estudar e não conseguia. Eu faltava muita aula porque quando as coisas estavam ficando insuportáveis eu corria pra Resende e ficava lá por semanas. Claro que isso não ia me ajudar a ir bem nas provas. Mas tendo isso acontecido umas duas vezes, depois eu voltei e foi melhor. Não perdia mais nenhuma aula, estudava todo santo dia pra conseguir recuperar as notas. E consegui: tirei 10 em todas as provas, corri atrás de ponto extra pra compensar as primeiras notas ruins e fiquei com o CR 9,3. No final tudo deu certo.
A vida sentimental ficou em segundo plano. Tendo demorado a me curar do mal que meu ex me fez, eu só fui começar a sair de novo em julho. E todas as vezes foram em Volta Redonda, então com a minha saída de lá isso acabou morrendo. No Rio eu não tava com cabeça, até surgiram umas duas pessoas mas eu não tava no clima. Tendo que lidar com o luto eu iria querer sair com alguém que me entendesse. Pensar naqueles primeiros encontros, falar de futilidades e etc não tava mesmo na minha cabeça. Só quando eu melhorei e passei a me interessar por um guri que era meu monitor eu quebrei a cara porque descobri que ele era gay. Então foi realmente um fracasso, porque quando eu finalmente fico interessada em alguém eu escolho logo o impossível. Pelo menos não tive tempo de me envergonhar muito. Só quando entrei de férias, estando de volta na minha casa eu voltei a sair com um garoto de Volta Redonda e agora tô enrolada nessa história até o pescoço. Agora isso fica para os próximos capítulos.
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aquinojr · 7 years ago
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Escrever na minha vida
Faz muito tempo que não escrevo um texto sem obrigação de nada. Lembro que quando eu era moleque gostava de escrever. Era bom em redação. Cheguei até a fazer livros de RPG sozinho no caderno. Nunca joguei nenhum, mas o prazer que tinha de construir minhas ideias dentro do caderno era mágico. Quando mais jovem, passei a colocar no papel as histórias dos personagens que eu criava para jogar.
A que me lembro melhor daquela época era sobre um vampiro Gangrel (não lembro mais o nome que lhe dei). Ele era japonês. Filho de um oficial norte-americano com uma japonesa. Se conheceram no país natal dela no final da segunda guerra e lá viveram. Na minha história uma mulher em trajes vitorianos o salvara de um vampiro com vestes de samurai que havia matado toda sua família. A mulher (também uma vampira) decidiu transformar meu personagem em sua cria.
Cheguei a mostrar esse texto para meu professor de filosofia no ensino médio:
- Escreva mais. Você tem potencial nisso - Era sempre isso que o professor Rodolfo dizia. Não sei se por preguiça ou outras prioridades mas nunca continuei aquela história.
O Demônio e o Anjo
Nessa mesma época eu gostei muito de duas meninas (cada uma em tempos diferentes). Para a primeira eu escrevia coisas românticas (arriscava até alguns poemas) ela dizia que achava legal, mas nada demais. Mostrei a alguns colegas na época e eles falavam que meu texto lembrava o filme “Cidade dos Anjos” (até hoje nunca vi). Essa garota pedia para eu comprar várias coisas. No final só queria me explorar. Com o tempo fui me afastando dela e com isso conheci a segunda menina.
Essa sim era muito legal. Inteligente, bonita, gostava de um monte de coisas que eu gostava. Parecia perfeita. Ela sabia dos meus sentimentos por ela. Cheguei a escrever uma carta realçando-os. Entreguei o texto a ela que curiosa leu na minha frente.
- Desculpe minha frieza, mas não gosto de cartas românticas. Prefiro que a pessoa seja direta. - Foi o que ela respondeu. Andamos juntos por bastante tempo e por erros que admito ter cometido ela se afastou. Na época senti raiva, mas depois me conformei. Eu não merecia alguém como ela (e provavelmente nunca merecerei). Sobre a atitude dela, descobri uns anos depois, ouvindo a conversa de uma amiga, que algumas mulheres não gostam de homens que se expressam por texto por acharem estes frouxos e sem atitude (algo que não entendo o significado até hoje, pois várias pessoas me dizem que sou assim).
A Chegada do Cachorro Preto
Lembro também que foi nesse período que passei a me tornar uma pessoa pessimista e negativa. Os motivos podem ser vários: rebeldia da adolescência, problemas com meus pais, um efeito colateral de uma combinação de sistema nervoso delicado com um longo período sofrendo bully no ginásio,  ou até por me dar conta que não tinha nenhum talento especial e ser apenas mais um na “fila do pão”.
Talvez o verdadeiro motivo seja uma carência insaciável. Uma vontade descomunal de ter alguém para chamar de cara metade, de meu anjo, de minha mulher, minha vida, de “mozão”. Uma pessoa que quisesse trocar experiências comigo, dividir sua vida, chorar comigo, trepar comigo, um amor. Hoje em dia vejo que isso é uma mera utopia e uma visão de amor egoísta que muito provavelmente não saciaria meus desejos (mas se quiser tentar me provar o contrário mande uma mensagem no meu Instagram, kkk brincadeira).
Umas das coisas que fazia para amenizar (além de encher os ouvidos do Beto e outros colegas com meus sentimentos) era descarregar essa raiva, tristeza e frustração em textos. As vezes escrevia com tanta raiva que chegava a rasgar a folha do caderno com a caneta. Isso me conformava de alguma forma. Para mim era como se eu pudesse gritar sem precisar incomodar ninguém.
Sete Anos entre Calabouços e Dragões
O tempo passou e no período em que prestei meu serviço militar obrigatório comecei a jogar RPG com meus amigos Beto, Diego e Gui. Para essa aventura tinha escrito também uma introdução para a personagem que criei.
Seu nome era Vish’nu (se fala Vixnu como o deus hindu). Uma jovem humana (sim, interpretei uma personagem feminina e não restrinjo o gênero na hora de criar um novo) que fora misteriosamente abandonada no meio da floresta quando recém nascida. Sendo encontrada com um estranho arco ao seu lado por um grupo de elfos negros que cultuavam uma deusa boa. Foi treinada nos caminhos da natureza e acreditava que tinha adquirido poderes mágicos pelo tempo que ficou vivendo com eles. Um dia, foi enviada para representa-los em um encontro de grupos que viviam na floresta... bem, poderia descrever mais dessa aventura, mas isso estenderia demais esse texto pois tive sete anos de muitas histórias ao lado dos meus amigos.
Todos nós tínhamos vontade de escrever mais sobre nossos personagens. Eu com Vish’nu, Beto com Alad, o halfling druida e Diego com Nathanael, o Paladino. Com o tempo, outras coisas foram tomando prioridade. Mas em mim (e imagino que neles também) esses personagens continuam vivos.
O Blog e a Faculdade
Durante essa campanha de RPG, eu resolvi criar um blog chamado “Taverna do Jão”. Nele eu escrevia sobre as coisas que gostava (nerdices), replicava notícias, compartilhava link’s para download. Escrevi semanalmente por quase três anos. Claro que tive meus períodos de hiato, mas até que não eram muito longos. Não compartilhava minhas tristezas nele. Foquei em informação e entretenimento.
Logo depois disso eu cai de paraquedas (graças ao PROUNI) na faculdade de jornalismo. Escolhi essa graduação pois ela me parecia ter uma variedade maior de conhecimentos em relação a outras. Pensava que, se eu me tornasse um jornalista teria chance de conhecer sobre o máximo de coisas que pudesse decorar (e escrever) . Estava certo nesse ponto.
Na faculdade aprendi as técnicas para montar um texto jornalístico: Os seis “Q”, pergunta regente, simetria de texto, uso de palavras ambíguas, linha editorial, angulação. Acabei ficando, sem modéstia,  muito bom. Na época eu não tinha percebido (apesar das pessoas sempre falarem). Só vim me dar conta disso recentemente quando algumas pessoas me pediram para revisar seus textos.
Tive noções de fotografia, criação de publicações impressas, produção de programas de rádio e televisão (com foco no jornalismo). Também foi nesse período que ocorreu meu primeiro contato com edição de vídeo (o que viria a se tornar atualmente minha principal fonte de renda).
Foi nesse tempo que minhas conversas com o Beto, Diego e Gui começaram a tomar pontos mais acadêmicos, sociais e até políticos. Nos tornamos mais questionadores, debatíamos sobre um monte de coisas além de continuar falando sobre as nerdices de sempre.
Fiz colegas na faculdade (que me arrependo profundamente de não ter ficado mais próximo) e cheguei a gostar de uma colega de classe (que não deu em nada novamente por meus erros).
Outro Blog, Um Estágio de Verdade e a Síndrome do Impostor
Mais próximo ao fim da faculdade uma colega me convidou para escrever em um blog/site que ela estava criando com a irmã e mais algumas pessoas. Escrevi bastante no início mas com o tempo fui de dedicando cada vez menos a ele. Cada semana que não conseguia ter vontade de escrever uma matéria, me enchia de uma culpa que me sufoca até hoje. O site ainda existe mas, obviamente, não foi por meu mérito.
Ao mesmo tempo, consegui um estágio em uma central sindical. Antes deste tinha conseguido outros. Mas estes eram na verdade trabalhos de telemarketing. A verdade é que as empresas se aproveitavam (e continuam fazendo até hoje) a lei do estágio para conseguir mão de hora muito abaixo ao valor do mercado.
Na central sindical eu estagiei durante um ano. Após isso fui efetivado. Lá eu realizei muitas funções: social media, cobertura foto-jornalística, cobertura de eventos sindicais, escrevia para o site, adicionava conteúdo, auxiliava em coisas internas. Até monitoramento por redes sociais eu fiz. Cheguei a viajar a trabalho para São Paulo (SP), Teresópolis (RJ) e Luziânia (GO). Graças a esse ultimo que fiz minha primeira (e única até o momento) viagem de avião. Mesmo tendo acontecido muitas coisas chatas, gostei muito do tempo que trabalhei lá.
Mas aí chegou o último período da faculdade e o maligno TCC. Eu sabia qual seria meu tema, já tinha boa parte da bibliografia, já estava lendo um pouco sobre...mas empaquei. Por algum motivo eu não consegui desenvolver o texto no papel. E para piorar, o pouco que conseguia escrever apagava pois achava muito ruim. Me bateu uma síndrome do impostor. Parecia que durante todos os quase quatro anos da faculdade tinha conseguido enganar professores, família, amigos e principalmente a mim próprio. Resolvi trancar a matrícula para colocar as ideias no lugar. Pensei que seria só por um período. Já fazem 3 anos (ou mais).
Brave New World
Muito tempo passou e muitas coisas aconteceram (boas e ruins). Não consigo ver meus amigos na frequência que gostaria. Seja por falta de tempo ou um impulso incontrolável que adquiri de querer ficar em casa. Estou desempregado a um bom tempo e graças a uma pessoa que trabalhou comigo na central sindical consigo alguns freelas com filmagem e edição vídeo. Apesar de ser bem diferente desta pessoa, eu a respeito e sou grato pela ajuda dela. Também realizei um pequeno sonho de ter um canal no YouTube e tenho postado coisas com uma certa frequência.
Tem algumas coisas em vista mas nada cem porcento confirmado. Tomara Deus, ou Oxalá, ou Buda, ou Krishna, ou Odin (ou até meus Arceus) que algo se concretize. Mas apesar do cachorro preto ser muito pesado, eu ainda consigo puxar a coleira. Estou cheio de dívidas e não gosto de me sentir um peso para ninguém, muito menos para minha família que tem me ajudado bastante nesse período e com a qual tenho me dado melhor (mas não o quanto eles merecem).Até algumas horas atrás não tinha vontade de escrever. Mas parece que me empolguei um pouco. 
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dietasdicas1 · 4 years ago
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Ana Gorini: mestre em corrida, doutora em velocidade
Ana Gorini é doutora em biologia molecular e professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Ana Gorini é também uma corredora das mais dedicadas — e velozes! Em paralelo a uma longa e respeitada carreira acadêmica, desenvolveu um invejável currículo esportivo: já venceu a Maratona de Punta del Este, no Uruguai, e foi a melhor brasileira na Maratona de Nova York.
Ana vem atuando na linha de frente do combate à Covid-19, doença infecciosa causada pelo Sars-CoV-2 (conhecido popularmente como coronavírus). Especialista em vírus respiratórios similares ao Sars-CoV-2, a bióloga é coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológica e Empreendedorismo em Saúde (Nite Saúde), em Porto Alegre. Neste bate-papo, Ana falou sobre a sua atuação diante da Covid-19 e contou suas histórias mais marcantes na corrida.
Como está a sua rotina nas últimas semanas? O que tem visto do combate à Covid-19 e como tem sido sua atuação nesse contexto?
Dou aula na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, a única Federal atualmente no País focada somente na área da saúde, então temos muitas ações sendo tomadas. Falando especificamente da minha atuação, coordeno o Núcleo de Inovação Tecnológica e Empreendedorismo em Saúde (Nite Saúde), e uma das áreas que a gente tem é a de tecnologias em saúde, incluindo as impressões 3D. E estamos produzindo algumas máscaras e outros equipamentos de proteção individual. Minha especialização é em vírus respiratórios, como influenza, adenovírus e outros. Tenho parceria com o laboratório central do estado, responsável por fazer o diagnóstico de todas as doenças virais de notificação compulsória, então acabei sendo um contato entre os vários pesquisadores interessados em trabalhar com o assunto.
No Hospital da Santa Casa de Porto Alegre há um laboratório de biologia molecular que entrou na rede de análise desses casos. Só que eles não estão dando conta. Por isso, um dos papéis que eu tive foi o de treinar uma equipe de voluntários da universidade, alunos de doutorado e pós-doutorado para fazer os experimentos, desenvolver os protocolos para análise das amostras de pacientes suspeitos de estarem infectados com o coronavírus.
Ainda faço parte de um movimento que se chama “Pacto Alegre”: participo, junto com uma rede de empresários, pesquisadores, professores e autoridades públicas, em um projeto pela inovação, para descobrir como startups podem trazer novas ideias no combate à Covid. São startups de tecnologia da informação, inteligência artificial para a localização e detecção dos casos, atendimento remoto a casos suspeitos, desenvolvimento de produtos e de descontaminação de ambiente hospitalar.
Dentro desse turbilhão, dá para treinar?
Quase todo dia vou para a universidade ou para o hospital a pé. Quando chego ao prédio em que moro, subo de escada os sete andares para manter um pouquinho de atividade física. Com isso não fico totalmente parada. Mas a minha rotina do dia a dia se resume muito à casa/trabalho, trabalho/casa e admito que acaba sendo muito estresse, envolvimento, compromisso, cobranças (minhas comigo mesma).
Venho com uma lesão crônica há uns 15 anos e tenho levado “daquele jeito”, empurrando com a barriga. Sempre tive problema do lado esquerdo, como se fosse no glúteo e achava que era ciático, depois piriforme, enfim, sempre aquela coisa crônica, tentando tratar. No final de 2016 sofri uma ruptura parcial bastante grave de isquiotibial, fiquei um mês parada e melhorei.
Mas no fim de 2019 fiz uma ressonância e, dos três tendões, dois estavam com 3 cm de ruptura parcial. Virei estudo de caso de uma equipe de fisioterapeutas e educadores físicos, que me passaram alguns exercícios. Neste ano, quando estava recomeçando a correr, inserindo a corrida aos poucos, estourou a pandemia. Como eu já vinha de um longo tratamento, foi mais fácil continuar sem correr.
Vamos falar um pouco da sua outra “carreira”, a de atleta. Como começou a correr?
Foi em 1993, com 16, 17 anos. Teve uma época em que eu corria todo dia de manhã, pois sempre gostei de acordar muito cedo. Para mim nunca foi aquele drama: “Ai, vou ter que acordar cedo pra correr?”! A corrida se encaixou na minha rotina porque eu acordava tão cedo que não tinha nada para fazer na manhã, então saía para correr. Às 5h30, 6h estava na rua, isso ao longo de muitos anos.
Às vezes corria de manhã, chegava o final do dia e eu pensava: “Vou sair para correr!”. Aí corria mais 8 ou 10 km, mesmo já tendo corrido 15 km de manhã. Claro que as lesões foram se acumulando, porque nunca fiz exercício de força, nunca gostei de musculação nem nada.
Em 2009 comecei a treinar pista e foi ali que eu ganhei a Maratona de Punta, no Uruguai. Depois disso participei da segunda edição da Nike 600K e tive uma fratura por tensão. Ainda corri uns dois trechos da prova com o pé fissurado, sem encostar o calcanhar no chão. Já em 2015 foquei treinar em morros, porque queria fazer o Desafio de Urubici.
Logo depois de completar essa prova fui morar em Nova York e lá fiz a maratona. Depois disso vieram lesões e fiquei na dúvida se continuava focando as corridas longas. Gosto muito de corrida longa, não pela prova propriamente dita, mas porque gosto de correr, sair para a rua e ficar uma hora e meia correndo pela cidade. Gosto muito disso. É um momento que eu tiro para passear. Mas em 2019 resolvi treinar para fazer provas de 1.500 metros e na primeira fiquei a 4 segundos do recorde estadual. Foi uma experiência divertida, mas descobri ali que não gosto de ter que correr acima do meu limiar. Gosto de rodagem, daquela monotonia de estar sempre no mesmo ritmo…
Essa paixão pela atividade física veio de onde? Teve influências em casa?
Meus pais foram muito sedentários a vida toda, só faziam caminhadas, mas me fizeram dançar balé, ter aulas de natação… Na natação, participei de alguns campeonatinhos, tinha aquelas “medalhazinhas” de clube. Além disso, comecei a pegar onda muito cedo, fazia bodyboard, pois cresci na beira da praia. Depois cheguei a fazer aulas de aeróbica acompanhando meu irmão na academia. Só comecei a correr mesmo quando fui fazer intercâmbio nos Estados Unidos e engordei demais. Comecei a acompanhar uma amiga alemã na pista de corrida da escola por alguns meses. Em alguns dias fazíamos treinos de pista, em outros dias, rodagem de 3 ou 4 milhas.
Eu sofria demais, mas a vontade de perder todo aquele peso e voltar para o Brasil o mais próximo possível do meu normal era muito grande. Então, quando voltei pra cá, eu já tinha sido “picada” pelo bichinho da corrida. Retornei ao País no último ano do ensino médio e, na educação física, acabei escolhendo o atletismo. Treinava na pista também, mas achava chato essa coisa de ficar dando voltinha em pista, então comecei a correr no parque acompanhada de alguns colegas. Participava das corridinhas de colégio e das provas de 10 km — e sempre ganhava na minha categoria.
E daí para as corridas longas, foi rápido?
Em 1997 voltei a morar nos Estados Unidos, em Montana, e ia ter uma meia-maratona. Acabei me inscrevendo e adorei! De volta ao Brasil, em 1999, amigos estavam treinando para a Maratona de Porto Alegre e decidi fazer com eles um treino de 28 km, e eles acabaram me convencendo a tentar. Estava me sentindo bem. Quando chegou ao ponto em que tínhamos de fazer a volta, no km 14, eles ficaram para trás. Fiquei uns 10 minutos esperando por eles. No fim, corri a prova e fiquei em primeiro lugar na categoria, com 3h26min.
No ano seguinte saí de casa e precisava comprar uma geladeira, mas não tinha dinheiro. Daí eu pensei: “Ah, vou correr a Maratona de Porto Alegre de novo porque se eu for bem, consigo o dinheiro para comprar a geladeira”. Então, eu saí pensando “Minha geladeira, minha geladeira, minha geladeira” e fiz em 3h23min, ganhei R$ 800 e comprei!
Depois disso, fiz várias provas longas. Em 2002 corri a Maratona de Paris e fiz em 3h09min, usando uma camiseta de algodão escrita “Brasil”. Quando eu estava chegando, vieram os repórteres dizendo que eu era a primeira sul-americana. Foi uma surpresa para mim.
Como foi essa evolução a ponto de desempenhar de forma tão impressionante?
Tenho uma “planilhazinha” em que vou botando os tempos que faço nas provas. Então, essa coisa da evolução na corrida… Não sei, sempre fui muito estável, tenho esse padrão de constância. A minha melhor maratona foi aos 40 anos de idade. Na verdade, aos 39, em novembro de 2015, quando corri em Nova York. Nunca deixei de estudar, fiz mestrado, doutorado, estudei para concurso público. É difícil se dedicar, ter uma vida de atleta, né?
Eu sempre saía para correr de manhã cedo, voltava e ia para o laboratório, ia para a universidade estudar e passava o dia inteiro na frente de um computador ou de pé no laboratório fazendo experimentos. Não tinha essa coisa de se alimentar tal hora, de dar uma dormida, de ir para o treino, fazer musculação…
Fico pensando que se lá nos meus 17, 18 anos eu tivesse tido um treinamento, uma dedicação maior, talvez tivesse um tempo melhor em maratona. Meu sonho é poder estar com 50, 60 anos correndo, nem que sejam 20 minutos. Eu admiro quem participa desses campeonatos masters, firmes e fortes, felizes em estar correndo. Esse é o nosso grande desafio! Não é a velocidade, mas a constância. Meu objetivo não é ser a mais rápida, mas tentar manter esse padrão. Foram pouquíssimas as provas, ao longo de 27 anos de corrida, às que fui pensando em ganhar. Geralmente vou para fazer um tempo melhor do que já fiz. Compito comigo mesma.
Foi difícil conciliar isso com uma carreira acadêmica tão exigente?
Penso assim: quando tu precisa que uma coisa seja feita com urgência, dê para alguém que não tem tempo. Certamente aquela pessoa vai conseguir fazer. Tu pega alguém que tem todo o tempo do mundo, ele não faz nada. Pode ter certeza. Então, quando tem muito trabalho, muito isso, muito aquilo, aí é mais um motivo para eu encaixar uma corridinha ali no meio da rotina, né? Já fiz de tudo o que tu possa imaginar, dar aula com o sovaco intenso (risos), ir para a balada direto da corrida… Quando a gente gosta, não tem essa de ter que achar um jeito de conciliar. Não tem sacrifício.
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42 km de emoção em Nova York
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Primeira sul-americana na Maratona Internacional de Paris, em 2002, primeira colocada na Maratona Internacional de Punta del Este 2010, primeira brasileira na Maratona de Nova York em 2015. Parece que o método funciona…
Pois é! Vou contar a história de Punta. Em 2010 estava fazendo esse treino de pista e tinha um treinador muito legal, o Tarso Dellinghausen. Eu tinha corrido a Maratona de Porto Alegre em junho e, no mês seguinte, estava de férias na Bahia, em Itacaré, treinando por lá. Como me sentia bem, achei que dava para encarar outra maratona. Conversei com o Tarso e ele disse: “Aninha, se tu quer fazer tempo, vai para Buenos Aires. Mas se quiser fazer pódio, vai para Punta!”. Lá fui eu para Punta del Este com a meta de correr em 3h10min. Larguei com muita vontade de ir ao banheiro e lá pelo km 8 uma mulher que estava na frente entrou por uma duna para fazer xixi. Foi aí que decidi tentar alcançá-la.
No km 21 passei por ela e comecei a correr junto com a que estava em primeiro. Lá pelas tantas ela ficou para trás e eu segui. Quando comecei a me dar conta de que eu estava me sentindo bem na prova, já era lá pelo km 35, um treinador aqui de Porto Alegre passou por mim de moto e disse: “Para de rir!”. Tenho essa característica, todo mundo diz “Tu nunca vai chegar antes em uma prova porque sempre teu sorriso vai chegar na frente”. E ele: “Para de rir, tu ainda não chegou, tu ainda tem 4 km pela frente. Deixa pra rir quando terminar” — e eu gargalhava!
Quando terminei a prova, eu nem acreditava! Eu tinha feito 3h e… Ai, agora não sei de cabeça, 3h02min, 3h03min… Mas, enfim, fui a primeira colocada e fiquei em um estado de êxtase, nem consegui dormir naquele dia. No dia seguinte, 5h30min da manhã, acordei minha colega de quarto, a Lena Stropper, uma corredora de Porto Alegre que tinha feito os 10 km, e disse: “Lena, vamos trotar?”.
E em Nova York, como foi essa história de ser a primeira brasileira?
Eu já não corria maratona fazia uns dois anos, pois me dediquei mais às provas de montanha. Em 2015 eu tinha feito Urubici, Bombinhas e Volta à Ilha, prova que a nossa equipe já havia ganhado em 2014. Então, como me senti preparada, fiz o Indomit em agosto e, em setembro, embarquei para Nova York, pois tive a confirmação de que iria para esse estágio sênior pós-doutoral.
Na época, a maratona passava na esquina da minha casa, eu morava entre a Madison e a Quinta Avenida, na frente do Central Park, e fiquei “Bah! A maratona vai passar na frente de casa e não vou correr!”. Não tinha conseguido fazer a inscrição. Para tentar não cortar os pulsos, me inscrevi em uma meia-maratona que teria duas semanas antes, a Central Park Half Marathon. Corri essa meia-maratona, corri também aquela 5th Avenue One Mile. Só que aí, no dia 15 de outubro, um pessoal me manda no WhatsApp um e-mail de uma empresa dizendo que havia pacotes disponíveis. Confirmei que queria a inscrição e, na sexta-feira, acordei de manhã bem cedo, antes de trabalhar, e corri uns 28 km, me sentindo pronta para a maratona. Me inscrevi para o pelotão entre 3h10min e 3h15min, porque como estava há muito tempo sem fazer maratona de asfalto, esse era o tempo que eu imaginava fazer.
Estava me sentindo muito bem. Adoro correr no frio! Uma inspiração para mim é uma frase que vi na parede de um professor que era corredor também: “Put everything out, or get out”, ou seja “Ou tu bota tudo para fora, ou tu cai fora”. Então, eu nas provas, enquanto estiver me sentindo bem, vou no meu ritmo. Se quebrar, quebrei. Não tem essa coisa segurar o pace.
Nova York tem uma energia incrível e fui me sentindo bem até a Queensboro Bridge, o ponto mais crítico, já no km 25. O meu pace médio foi de 4:13 min/km, mas na ponte chegou a 5:30 min/km. Aí, quando a gente sai da ponte, começa a ouvir uma gritaria, parece o Maracanã lotado. Como já morava ali, meio que já sabia o caminho todo, podia fazer de olho fechado. Quando faltava 1 km mais ou menos eu pensei: “Se mantiver o ritmo vou fazer abaixo de 3h”. Eu não acreditava, acabei completando em 2h59min24s.
Depois da prova fui pra casa e tinha uma amiga me esperando. Fiz banho de gelo, uma long neck pra cada uma e ficamos batendo papo. No fim ainda fomos para os pubs encontrar com os amigos.
A maratona é sua distância preferida?
Tenho um pouco esse perfil de tanto em prova curta quanto em prova longa acabar me dando bem. Mas o que gosto mesmo é de correr, porque é uma prova em que tu não precisa se matar tanto no ritmo — fora que no outro dia está inteiro. Então não é nem aquela prova de 1.500 metros, que tu termina achando que vai morrer, e nem é aquela prova de 42 km que tu fica dois dias sem conseguir caminhar direito.
E os perrengues, foram muitos?
Teve essa fratura por estresse durante a prova da Nike 600K, quando, mesmo com o pé quebrado, ainda corri mais um trecho. Um ou dois trechos. Mas acho que o maior perrengue em prova que eu passei foi no Rocky Man, no Rio de Janeiro, uma prova de 28 km de montanha. Eu achava que as provinhas aqui de Porto Alegre, como Wine Run, Mountain Dew, fossem de montanha… Nessa prova, um dos picos que a gente tem de subir é o do Corcovado. Foi aí que eu vi que a coisa da montanha é séria mesmo, porque depois de fazer essa parte em 4h53min, ainda vieram 12 km remando de canoa polinésia. Por fim, ainda corremos da Praia Vermelha até o Leblon pegando areia. Acho que aquilo ali foi o maior perrengue pelo qual já passei.
Conte algum feito do qual você se orgulha.
Acho que os meus maiores feitos não foram em prova, foram as corridas que fiz “me, myself and I”: quando fui a Torres del Paine, na Patagônia Chilena, e fiquei 18 dias de mochilão sozinha pela Patagônia com barraca, saco de dormir, hotel, aquela coisa. No primeiro dia do Circuito W, que é uma trilha que você faz por toda a região, fui ver o Glaciar Grey, um trecho de 16 km que fiz correndo sozinha. Eu estava sem GPS, só com um reloginho. Tinha saído às 9h do alojamento e sabia que a pista fechava por volta das 17h30, mas, por questões de segurança, eles pedem para o pessoal começar a retornar a partir das 15h. Então, quando deu 15h30 eu estava de volta e fiquei olhando as distâncias lá em um mapa, ainda na trilha. Daí apareceram uns funcionários que trabalham no parque e me perguntaram o que eu queria saber. Respondi que estava tentando ver a distância que tinha feito, eles perguntaram até onde eu tinha ido e eu respondi. Daí eles: “Não, impossível! Você não foi até lá”. “Fui sim! Mas é que fui correndo.” Eles continuaram duvidando e tive de mostrar pra eles as fotos do ponto em que tinha ido. Aí eles: “Nossa, 43 km!”. Fiquei surpresa, nem sabia!
Para finalizar, gostaria de fazer uma última pergunta relacionada à Covid-19: as coisas vão voltar ao “normal”?
Espero que a gente nunca volte ao normal. Realmente espero que essa pandemia tenha servido para que algumas atitudes humanas sejam definitivamente mudadas. Para começar, a gente tem que respeitar a distância física entre as pessoas, respeitar a saúde do outro. Esse é um aspecto importante, ter a consciência de mudar. Outra coisa: há necessidade de consumir tanto? É preciso ir o tempo todo ao shopping, comprar aquela coisa nova, roupa nova, consumir coisas fúteis e gerar lixo ambiental o tempo todo? Porque a sustentabilidade não está na reciclagem, está na redução do consumo! Mas o que a gente vê é uma sociedade cada vez mais consumista, cada vez “usando” mais.
Espero que essa consciência, como um todo, mude: como a gente lida com a natureza, com a devastação ambiental que acaba gerando mudança climática. Isso, inclusive, é um aspecto que acaba contribuindo muito para essas doenças emergentes. Afinal, esses micro-organismos que têm como seus hospedeiros naturais animais silvestres, daqui a pouquinho, por uma questão de desrespeito do ser humano perante esses animais, esses micro-organismos acabarão se adaptando a um novo hospedeiro, que somos nós! Com isso a gente acaba desenvolvendo novas doenças, para as quais não temos nenhum medicamento, nenhuma vacina e sobre as quais a gente não conhece nada!
Sobre as corridas de rua, é uma questão de tempo, temos de esperar baixar essa curva epidêmica. Estamos vivendo uma pandemia que tem uma curva epidêmica lenta no início, mas que passa por um crescimento exponencial no número de casos até chegar a um ponto em que grande parte da população já foi infectada e o vírus para de circular tanto. Daí temos uma queda nesse número de casos novamente. Não demora muito, e a gente consegue voltar à nossa rotina normal.
Por Fausto Fagioli Fonseca
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sem-t-ver · 6 years ago
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Saldo de uns tempos pra cá:
- Depois de receber uma ligação anônima, falando que meu pai biológico morreu, retomei contato com parte da família. E, por incrível que pareça, me pediram perdão por me traumatizar de tal maneira, além de sugerirem uma conversa pessoalmente para esclarecer esses 18 anos de silêncio, quando eu for para Curitiba.  - Não. Ainda não sei se meu pai biológico morreu mesmo. Mas essa possibilidade me causou um estranhamento absurdo. Sentimentos adormecidos em um pedaço de gelo que pulsa meu sangue, chamado coração, começou a derreter.  - Resolvi aceitar a oportunidade em USA e isso foi o impulso para resolver vários fatores que estavam pendentes na minha vida. Pequenos passivos que carregava sem perceber. Foi bom.  - Para ir embora em Julho, estou correndo com tudo. Entreguei o apartamento, desapeguei de 80% das minhas coisas.  - A sensação de saber que no segunda semestre não vou estar mais aqui e posso (devo e vou) fazer o que quiser é libertadora e perigosa. Sou um FODA-SE ambulante.  - Foquei 200% no trabalho e voltei ao "Beast Mode". Mas o que ~quase ~ ninguém sabe na empresa, é que assim que tiver a quantia X, vou pedir a conta no dia seguinte. Preciso fazer isso com muito cuidado pra não destruir uma reputação ilibada construída ao longo desses 2 anos.  - É horrível ver seus amigos e familiares fazendo planos e você saber que não vai estar presente. Shows, viagens, férias, feriados, aniversários...Mas mantenho minha escolha sem olhar pra trás.  - Jamais pense que as pessoas não são capazes de fazer coisas horríveis contigo. Elas são. São capazes de fazer até pior.  - Eu superei o Eduardo da pior/melhor maneira possível. Foi quase uma sabotagem mental. Precisei de um choque sinestésico pra cair na real. Com isso, percebi 3 coisas: 1. Eu nunca gostei de verdade dele, gostava da ideia de não fazer ideia sobre ele, da ideia de te-lo e da tensão sexual e estranha que existe entre nós (conjuguei certo, ainda existe) / 2. Acho que ele é incapaz de me dar o que preciso agora, nem se quisesse conseguiria. Minhas prioridades mudaram. Temos um péssimo timing. / 3. Existem diferentes graus de afinidade e no momento eu quero os meramente físicos. To off pra tesão mental. -  Quinta-feira nos encontramos sem planejar e, apesar da tensão ainda existir forte e ser óbvia para todos, não arrancamos a roupa um do outro e tudo bem. Quer dizer, poderia ter acabado nisso mas eu fui além e peguei o primo dele (sorry not sorry). O pior é que queria MUITO lembrar mais sobre, mas infelizmente só tenho flashs da madrugada. É como se das 3h em diante alguém tivesse assumido e eu mesma só voltei 15h, com uma aparência péssima e toda dolorida.  No geral, minha amiga resume bem nossa relação: "Helo, você tem um beijo e um soco, um dos dois vai ter que acertar a boca dele alguma hora. Ou os dois. Vocês falam que não, fingem que não, mas ficam se irritando, se provocando e implorando pela atenção um do outro. Fora que eu vi vocês beijando do lado da geladeira. Não dá pra entender. Aliás, agora ele me contou que foi traído e tal, até dá, ele é mega problemático e você mega resolvida (chega a ser irritante). De qualquer maneira, acho que vocês deviam sair do jeito que você sai com o Leo. Já tentou? Vocês vão embora logo menos e ficam perdendo tempo de qualidade nessa coisa ridícula. Vai por mim, eu sou mais velha e sei do que to falando." Concordei, mas não vou atrás pra acontecer. Não sou a Roberta, muito menos Rhaíssa, Monike, Nathalia, Letícia, Laura, Vitória, Priscila, Mariana, Lara, Raquel ou quem quer que seja. Eu sou a Heloísa e ele não sabe o que isso significa. 
- Fiz uma lista de pessoas que gostaria de me despedir apropriadamente antes de sumir. Escrevi o nome do Thiago. DUAS VEZES. Eu nunca vou ser imune a ele. E depois de muito tempo eu chorei. Chorei por ter perdido tanto tempo tentando fingir que não me afeta. Eu teria escolhido ele. Se tivesse que escolher um zilhão de vez ainda seria ele. Chorei por ter ido embora da casa dele em SP, depois de tudo que vivemos lá, naquela semana. Chorei por saber que em 10 anos jamais senti nada nem parecido com que ele me faz sentir. E que provavelmente nunca irei. Chorei porque é tarde. Chorei porque não faz mais sentido. Chorei porque minha cor favorita, apesar de usar muito preto, ainda é azul no tom dos olhos dele. Chorei porque percebi que jamais vou amar de novo.
- Meu pai (padrasto) ficou internado 11 dias porque a doença autoimune dele voltou. Isso é assustador. Apesar de ter fetiches com hospitais, não foi nem um pouco prazeroso "dormir" por lá nesses dias. Só teve alta após se submeter à imunoterapia (é quase uma quimioterapia) e ainda está se recuperando.   - Minha tia Mônica saiu daqui de Bauru, após visitar meu pai e teve um infarto fulminante. Morreu com 50 anos sentada no sofá da casa do meu primo.  - Meu melhor amigo voltou a morar em Bauru depois de 8 anos e agora quem vai embora sou eu.  - No começo do mês fui numa festa de aniversário (sensacional) na fazenda de um amigo e reencontrei o Leo. A primeira coisa que ele me disse, depois do oi foi: Você é o tipo de pessoa que dá nome à furacões e tempestades. Tive que concordar.
- Tenho um hábito estranho de ter um dia e horário certos, toda semana para falar com meus melhores amigos. Olívia terça, 22h e Mila quinta, 19h. Às vezes vira áudios, às vezes videocall, às vezes textão. Mas sempre estamos presentes de alguma maneira.  Essa presença ausente (relação de longa distância) é necessária. E sinceramente, sinto que as coisas só são reais se eles souberem, ou depois que ouço o que eles pensam à respeito. chega a ser cômico, de tão recíproco. Daqui 2 semanas a Olí vai terminar o namoro dela e o Mila mudar pra Bauru. E antes mesmo disso acontecer eles já me contaram, só pra ser real.  De duas semanas pra cá, não fizemos isso. Sinto que vou explodir, mas preciso de coragem pra contar algumas coisas. Mas a gente respeita o tempo de cada um e tudo bem. 
- Embora esteja bem focada em cumprir meu objetivos com meu jeitinho virginiana de ser, o ascendente em sagitário pega firme quando eu to afim de fazer merda. E olha, ultimamente eu to de parabéns!!!  - Existem muitos outros aspectos relevantes para falar sobre, mas esses são os que estão apertando e por isso tô escrevendo aqui. Pra organizar as ideias e entender melhor o que tá acontecendo. 
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