#pequeno godmodding? sim
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aviso importante de leitura obrigatória.
oi kaytanos, tudo bem? hoje nós queremos conversar duas coisas com vocês. uma é um pequeno aviso referente as aceitações de hoje enquanto a outra já é um assunto mais sério, leiam tudo com atenção.
começando pelo mais simples: hoje uma notícia pegou a mod shell desprevenida, como ela é responsável pelas aceitações talvez ela não se sinta bem o suficiente para fazer isso essa tarde. talvez as aceitações atrasem e sejam feitas só durante a noite, ou de último caso vão ser deixadas para amanhã. e a atualização das páginas pode ser algo que vá demorar ainda mais. esperamos que possam compreender.
agora sobre o outro assunto mais sério que tem a ver com os personagens ativos na nossa comunidade. isso é um puxão de orelha que serve pra todo mundo igualmente, não só para uns e outros.
vamos falar sobre indiretas e intrigas/desavenças não combinadas. sabemos que algumas coisas simplesmente acontecem, isso é um rpg com personagens que podem ser imprevisíveis, com coisas acontecendo que as vezes fogem do nosso controle. a graça do jogo é essa, certo? porém, é sempre bom ter atenção com o limite do outro. vocês não estão jogando sozinhos e sim com diversas pessoas. enquanto alguns não ligam de ter diversos "angst" envolvendo seu personagem, outros podem já não ficar tão confortáveis com isso acontecendo.
nem todo mundo para pra conversar com os ooc envolvidos antes de seus personagens agirem, o que é normal, acontece e faz parte. mas tenham em mente que as vezes algumas situações podem acabar passando dos limites e criando um ambiente pesado e desconfortável. tá tudo bem brigar, tudo bem ter seus ódios, tudo bem olhar torto pra fulano e ciclano, porém lembrem de não cruzar nenhum tipo de linha do aceitável e acabar fazendo o player se sentir mal.
sendo assim, isso é um pedido para que tenham mais cuidado com como os personagens de vocês se portam. além disso, não tenham vergonha de fazer "disclaimers" ou "notas ooc" falando sobre como é a personalidade do seu char e como ele age. assim quem se sentir desconfortável com esse tipo de interação pode só chegar em você e pedir para que não aconteça, além de deixar todo mundo ciente.
outra coisa importante: não confundam ooc com ic. não levem problemas que seus personagens tem para a vida real. e também não deixem que informações ooc afetem o seu jogo, como dito nas nossas regras godmodding e metagaming é proibido e passível de advertência.
algumas vezes nós da moderação não podemos intervir, então não tenham medo de também conversar entre si. os personagens são apenas bonecos sendo usados para criar histórias e desenvolver situações, o que importa de verdade é como vocês estão em ooc. então se algo te incomodou não tenha medo de ir lá com o coleguinha e avisar que incomodou. a gente não tem como saber até onde certa situação foi combinada ou não e até onde só aconteceu um mal entendido ou não.
novamente, pedimos mais uma vez para que tenham cuidado com como vocês respondem a certas coisas. caso a situação seja algo mais sério, sempre combinem em ooc antes de simplesmente jogar isso na timeline sem ter noção de como o outro vai reagir. e por fim, lembrem que isso é apenas um jogo. vamos manter a paz entre players.
obrigada pela atenção, deixem um up na postagem após a leitura.
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𝐒𝐓𝐀𝐑𝐓𝐄𝐑 with @whitequcen
◜ 🧜 . ⁺ . Beber chá não era um de seus hábitos recorrentes, mas muitas vezes via-se obrigada a recorrer à bebida para um pouco de equilíbrio após algumas noites de excessos. Sentada em uma das mesas do estabelecimento, enquanto aproveitava da gostosa sensação que seu chá de camomila lhe proporcionava, foi abordada por uma mulher, que não encontrara nenhum assento vago pelo salão e pedia autorização para se juntar a ela. ─── Compartilhar um pouco de chá com desconhecidos é um dos grandes prazeres da vida. ─── Um riso fraco escapou entre seus lábios por conta de suas próprias palavras, mesmo que realmente acreditasse que aquela era uma ótima maneira de conhecer novas pessoas. ─── Claro que pode se sentar. ─── Disse, afastando ligeiramente a cadeira ao seu lado para que pudesse se acomodar.
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Ai gente, lá vou eu de novo. It's me, Lyssa, ao seu dispor. E vamos falar sobre a segregação de asian fcs em "comunidades ocidentais". (Descobri como formatar, observem!) Eu estive nas mesmas duas que as meninas; Olympus e Empathica. Como na segunda em questão eu passei pouquíssimo tempo, vou falar sobre minha experiência na Olp.
Quando fui pra lá arrastada (acreditam se eu disser que eu tinha preconceito com rp de pjo e similares mitológicos?) eu decidi aplicar uma fc ocidental, já que não tinha outra provável chance de fazê-lo (já que a krp sim, IGNORA a existência de ocidentais nas cmms em 90%). Minha melhor amiga foi com FC asiático e bora jogar, né?
No início, tivemos muito receio dela sofrer alguma segregação, já que notávamos uma separação meio besta. Mas as pessoas interagiam muito bem com ela, queriam participar das situações que envolviam o char dela (que tinha questões bem interessantes ligadas à bondade/maldade), e mesmo que muitos fizessem isso com interesse sexual, faziam. (Ao menos até ele começar a namorar, mas acho que a gente pode abordar isso em outro momento)
Não demorou muito pra que notássemos que a segregação era "voluntária": os coreanos se mantinham numa bolha, namoravam entre si e praticamente viviam entre si. E é claro que, como uma reação em cadeia, isso acabava por repelir os polos. Minha amiga nunca teve boas interações com os coreanos na olp, mesmo sendo. Eu brotei uma coreana, e também não tive; porque nós duas interagiamos muito bem com os ocidentais. Ela inclusive teve outros asiáticos de outras regiões, e caiu no mesmo.
Além disso, faltava motivação pra tentar quebrar essas bolhas. Nas unicas vezes que interagi com a krp-olp que existia dentro da olp (rs) eu ganhei: mistura de ic e ooc, godmoding com questões sexuais DUAS vezes (esse rolou com a minha amiga, mas me envolveu e eu fiquei super transtornada), personagem minha sendo acusada de assédio, por um beijo combinado e PEDIDO pela outra player, mas pros outros ela disse que eu "forcei a barra".
Infelizmente, quando eu era do rpi do twitter, eu fui do rp de idol por anos e abandonei porque era TÓXICO, beirava o doentio, e fui pro ocidental. Quando vim pra tag, eu achei que esse cenário mudaria, mas me enganei profundamente. Infelizmente, a má fama e preconceito que a krp tem/sofre é mais do que justificada.
Hey, Lyssa!! (adorei o lilás, é uma das minhas cores favoritas) Aproveitando aqui pra te responder porque você citou uns pontos bem... Relatables. Quero dizer, eu realmente posso relatar a respeito disso. Eu joguei na Olympus junto com a Persephone por pouco tempo, acabei desistindo depois de pelo menos um mês ali...? porque eu estava ficando sem tempo e o estilo de jogabilidade das comunidades não estavam me agradando ― fazia o quê, uns três meses ou menos desde que eu tinha abandonado o rp indie? Por aí. Eu já explano o fato de que eu realmente não consegui me adaptar bem com comunidades durante o longo tempo em que tentei me integrar na tag por várias questões das quais inclusive você chegou a citar no seu relato. E vamos de read more porque o papo aqui vai ser bem extenso.
Quando eu estava no roleplay indie, eu era de um nicho pequeno que tinha ali de pessoas que adotavam uma jogabilidade um tanto mais comum para perfis ocidentais, era um tipo de jogabilidade inclusive bastante interpretativa e que permitia com que muito desenvolvimento fosse gerado através da postagem de "capítulos" da história do seu personagem (chamávamos de plots) que podiam ser postados por link do google drive com um doc no word ou então um link de um documento no google docs. Acabava que ficávamos meio afastados do nicho grande do famoso "krp" e esse grupinho se autodenominava "asianrp interpretativo". No fim das contas eu acabei me afastando porque ali se tornou um ambiente bastante tóxico pra mim e cheio de pessoas que queriam ser superiores umas às outras, além de gente que ficava caçando OOC de conta pra espalhar intriga e excluir a pessoa do jogo porque ela ia ficar mal falada por todo mundo lá naquele nicho.
Acabou que nada nas comunidades me agradou muito pelo fato de que eu realmente gostava da jogabilidade da qual eu estava acostumada na aba do rp indie em que eu me encontrava, além do fato de que ali, por mais que o círculo fosse pequeno, era uma galera toda trabalhada na interpretação. Não havia tantos problemas envolvendo mistura de IC e OOC ou pessoas que só queriam saber de garantir sua fodinha matinal no meio da semana como temos na tag krpbr. No rp indie tinha sim segregação presente ali entre asiáticos e ocidentais, mas eu diria que na tag as coisas chegam a ser até um pouquinho mais complexas, especialmente quando a gente para pra pensar que existem inúmeros pontos a serem visualizados e considerados nessa discussão quando a gente tá abraçando as comunidades.
No tempo em que eu estive na Olympus eu não me sentia ignorada por ninguém e eu tinha sido bem recebida num geral pelas pessoas, consegui umas conexões legais com um pessoal, mas eu não me aventurei muito de cabeça pra experienciar algo um tanto quanto mais profundo do que eu pessoalmente acabei vendo (embora relatos como o seu não faltem, inclusive imagino o quão frustrante deve ter sido passar por essa situação). Mas eu diria que de fato, a questão também vai de você ir atrás de interações, e eu lembro que particularmente eu buscava interações e ninguém tinha problema algum em interagir nos meus posts mesmo. Em quesito da Empathica que foi uma comunidade da qual eu experienciei melhor, eu também não tive grandes problemas nessa questão. Eu acho inclusive que eu interagia mais com os ocidentais do que propriamente com os asiáticos, porque eu só me lembro das conexões que eu tinha com o pessoal de fc ocidental... Por isso essa questão toda fica bem complicada quando a gente para pra pensar que é o krp que fica se colocando em bolha e acaba se vitimizando em alguns casos. Na Empathica chegou a rolar uma parada chata que foi quando enviaram uma ask falando que tinha asiático demais na comunidade, sendo que haviam mais personagens BRANCOS do que asiáticos. Mas fora isso, eu sempre consegui captar mais a parte do pessoal se isolando do que qualquer coisa. E na hora que você vai atrás do pessoal pra mostrar que tá disposto a interagir e montar algo, o que você recebe é de fato um pacote completo do que a gente já tá exausto de tanto reclamar, um pacote completo do que praticamente todas as comunidades fixam ali nas regras para que seja evitado ou até mesmo que seja proibido. Complexo, né?
No fim das contas, acaba que nem tem como eu culpar quem tem ranço do krp porque até quem faz parte dessa região aí do rp reclama e não suporta.
#ot: replies#artemis talks#+ lyssa#tá dificil ser rpgista nessa tag convenhamos#comprovadíssimo que ninguém mais aguenta a existência do krp#difícil defender
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“a time they kissed” -lully
AVISOS; ↪ just as usual, eu exagerei no tamanho, então a bíblia está sob o read more; ↪ eu fugi um pouco do propósito do meme, o que significa que, enquanto tem realmente um beijo nessa “drabble” (rs), isso não é o foco do texto. perdão. eu me empolguei e acabei não querendo descartar tudo. um dia ainda escreverei algo que preste sobre o tema; ↪ tentei ao máximo fugir do godmodding, mas Deus sabe que eu não sou muito boa nisso, então se você encontrar algo do tipo: MIL PERDÕES! ↪ isso pode ser considerado um universo alternativo (ou não). inseri algumas coisas que já tínhamos discutido no texto, mas também coloquei algumas outras só para o propósito desse texto, então, canon ou não, it’s your call; ↪ espero que você goste, apesar das falhas. ♥ @lullyandher1x1
A noite de seu casamento ainda a atormentava, às vezes.
Sucedera em uma das primeiras noites de verão — o primeiro que passava em Portugal, muito mais ameno do que qualquer um que jamais vivenciara na Espanha; à época, parecera ser um sinal —, duas semanas depois de sua chegada. Aqueles dias haviam sido duros, permeados, quando em público, por farsas e, longe dos olhares curiosos dos cortesões, por terríveis discussões, e Isabel pensara ser incapaz de suportar.
Suportar, no entanto, era seu dever, e ela o cumprira com maestria e com um sorriso no rosto. Vestida com as cores dos Habsburgo, artifício que explicitava a oficialização da aliança entre as casas, prometera perante Deus e homens amar, respeitar e obedecer a Miguel, e acreditara, então, estar jurando em falso. O obedeceria, sim, porque não tinha nenhuma outra escolha, mas não o respeitava, e jamais o amaria.
Não fora a primeira e nem tampouco a última vez em que se precipitara demais em suas conclusões.
Então a escuridão se pusera sobre eles e trouxera consigo a obrigação. O sorriso de Isabel vacilara, mas não desvanecera, e, ao ser deixada por suas damas de companhia, despida de todos os seus adornos e vestes a não ser por uma fina camisa de dormir, escondera suas mãos trêmulas sob os cobertores e esperara por Miguel.
Com os olhos fixos no teto, apenas ouvira a porta lateral se abrir. Revelava a figura de seu esposo, mas ela não desviara a atenção para ele, não até que a expectativa e a curiosidade lhe forçassem a fazê-lo, e o que encontrara ali ainda a surpreendia muitos meses depois.
Não parecera o mesmo homem determinado ao lado de quem se postava todos os dias, fazendo o convincente papel da noiva satisfeita. Ali dentro, sozinho com ela — por todas as graças de Deus, lembrava-se de ter pensado; não saberia como reagir se alguém exigisse assisti-los, para se assegurar da consumação. Era um costume bárbaro, mas bastante difundido, e por muito tempo Isabel o temera —, estivera mais vulnerável, e, pela primeira vez, ela se apercebera de que não eram tão diferentes assim.
Ele não exigira nada.
Questionara por muito tempo como se portaria em sua noite de núpcias, pois, temerosa quanto estivesse, Isabel conhecia seu dever. Mas ele não a tocara, e o único sangue que manchara o branco dos lençóis viera de um pequeno corte em seu pé esquerdo.
Haviam se deitado juntos, mais próximos do que nunca antes, mas aquilo fora tudo. Seu respeito por Miguel começara a crescer a partir dali, criando raízes profundas em seu ser. Na manhã seguinte, para todos os efeitos, a união fora considerada consumada.
Os meses seguintes não passavam de um borrão em sua mente. A coroação viera e se fora, fazendo dela a rainha de Portugal, e Isabel logo se acostumara ao título. Passara a gostar de sua vida no palácio, embora ainda sentisse falta do lar que tivera em Madrid. As discussões com Miguel se haviam tornado menos frequentes, e, com o tempo, dado lugar a certo silêncio incômodo que, por sua vez, fora substituído por certa cumplicidade moderada. Em algum ponto, passara a vê-lo como um amigo, talvez, alguém a quem recorrer em tempos difíceis.
Era mais do que esperava ter conseguido até o inverno. Era mais do que esperava ter conseguido em uma vida inteira na corte portuguesa. E, no entanto, não parecia ser o suficiente.
Passara boa parte da noite rondando seu quarto, retirando objetos de seus lugares e reposicionando-os logo depois. Muito de seu tempo livre era dedicado a considerar a situação atual de seu casamento. Era casto, muito mais do que outros imaginavam, a ponto de chocar o mais rigoroso dos frades. Por muito tempo, isso não a havia incomodado. Pensara poder viver bem daquela forma, a menos até que houvesse a necessidade de um herdeiro, e talvez não houvesse de fato; um dos filhos de Pedro poderia herdar o trono de Miguel, prosseguir o legado que, em outras circunstâncias, teria pertencido ao seu pai.
A perspectiva não lhe era tão agradável agora. Assim, tomara sua decisão, apesar das diversas incertezas; e sua decisão a levara até aquele momento, parada diante da mesma porta lateral pela qual Miguel entrara seis meses antes.
O inverno de Lisboa era, também, menos rigoroso. Vestia a mesma camisa de dormir com a qual se deitara na noite em que se casara — ou talvez fosse apenas algo muito parecido, mas lhe soava apenas adequado que a vestisse naquela ocasião.
Ponderou se deveria pedir permissão para entrar, mas logo se desfez da possibilidade. Tantas vezes adentrara os aposentos do esposo durante a noite, apenas para encontrá-lo lidando com deveres políticos; ora, não fora por isso que se haviam tornado próximos, afinal? As circunstâncias não eram muito diferentes agora, não para ninguém além dela, não até que fizesse suas intenções claras.
Assim, simplesmente girou a maçaneta.
Por um instante, acreditou que a porta lateral estaria trancada — em um momento de falta de coragem, quase desejou que estivesse; assim, poderia desistir sem tentar. Sabia que ele compreenderia assim que a visse, embora as visitas fossem bastante comuns. O próprio modo como se vestia era bastante sugestivo, destoando em muito das usuais roupas de dormir com que ele a vira nos últimos meses, longas e de tecido grosso. Mas, como em todas as outras vezes, a porta se abriu de imediato, abrindo passagem para ela.
Hesitou, questionando, uma última vez, se teria tomado a decisão correta. Teria sido um movimento sensato? Ele não teria vindo a ela, se quisesse…? Mas logo dispensou tais pensamentos. Saberia em breve. De pouco lhe adiantariam mais conclusões precipitadas.
Tão silenciosamente quanto podia, fechou a porta detrás de si, indicando que não planejava retornar à privacidade de seus próprios aposentos tão cedo. Um artifício sutil, talvez, mas um que lhe serviria bem.
Naquela noite, ele não se sentava à escrivaninha, como de costume. Bem, ela não havia esperado que sim; levara mais tempo do que o usual para que suas damas de companhia a preparassem, e devia estar muito tarde. No entanto, sabia que ele não adormecera. As velas ainda estavam acesas, e não ouvia a respiração ritmada que denunciava o sono.
Aproximou-se cuidadosamente, como se ele fosse mandá-la embora caso fizesse algum movimento brusco. Sequer se sentia atraída pela ideia de movimentos bruscos, na realidade. Sentia que o que quer que acontecesse naquela noite requeriria uma boa dose de delicadeza.
“Miguel,” chamou por ele, por fim, embora soubesse que ele reconhecera sua presença. Permaneceu parada ao lado da cama por um momento, o cenho vincado; poucas vezes haviam dividido uma cama. Quando visitava o quarto dele, ocupava uma das poltronas próximas à escrivaninha.
Entretanto, dificilmente alcançaria qualquer objetivo parada a tanta distância dele. Assim, acomodou-se na cama, sentando-se com o corpo inclinado em sua direção.
“Se importa?” indagou, a voz frágil. Pousou uma das mãos sobre o braço dele, e, para sua grande surpresa, descobriu que o gesto lhe trazia alguma segurança. Finalmente se deitou, ainda voltada para ele. “As noites têm sido bastante solitárias,” confessou. Não estava mentindo. Nos últimos dias, retornar à sua própria câmara para dormir sozinha tinha se tornado uma tarefa bastante difícil.
Suspirou, balançando a cabeça. Seus dedos haviam agarrado o tecido da camisa dele, como se para ter algo ao qual se ancorar.
“Eu não sei…” balançou a cabeça, umedecendo os lábios. “Não compreendo muito do que vem acontecendo,” admitiu. “Mas as coisas mudaram entre nós desde… bem,” expirou lentamente, “desde o casamento. Tive a impressão errada?” indagou, subitamente, porque a possibilidade só lhe ocorrera então. “De qualquer forma, é como me sinto. Mudada. E penso que talvez seja para o bem. Nosso bem, o bem do reino, seja como for,” engoliu em seco.
Por mais difícil que lhe parecesse — sentia o sangue subir às suas bochechas; à meia-luz, seria difícil de enxergar, mas estava certa de estar tão vermelha quanto as chamas das velas —, manteve os olhos nos dele.
“A princípio, pensei que este arranjo estava fadado ao fracasso. Pensei que nunca seria capaz de ser feliz aqui, ou… com você,” comprimiu os lábios bem juntos, ponderando quais seriam suas próximas palavras. “Mas eu estava errada. Estou feliz. Gosto de Portugal. Gosto deste palácio, destes quartos… Aprendi mesmo a gostar da minha coroa, embora ache que ela seja um pouco apertada para mim,” ergueu as sobrancelhas, humor brilhando em seus olhos. “E, bem. Também aprendi a gostar de você. É muito mais fácil tê-lo ao meu lado.” Capturou o lábio inferior entre os dentes. “Começo a pensar que realmente sabiam mais do que nós ao decidir que deveríamos nos casar.”
Ajeitou a posição na cama, assumindo uma expressão pensativa.
“E tenho pensado, também…” iniciou, hesitante. “Tenho pensado sobre o futuro.” Permitiu que um pequeno sorriso surgisse em seus lábios. “É uma atividade estimulante, de fato. Mas nada se concretizará até que eu diga o que tenho a lhe dizer, então…” Fez uma breve pausa. “Muito mudou entre nós, de fato. Passei a respeitá-lo como jamais pensei que aconteceria. Tem grande habilidade, e estou certa de que será um dos maiores reis que Portugal jamais chegará a conhecer,” disse, sincera. “E sou grata por sempre ouvir o que digo, por mais que não tenha essa obrigação, por mais que uma consorte como eu não tenha um lugar verdadeiro na política,” admitiu. “Mas há algo mais. Não pensei que chegaria a querer…” interrompeu-se, porque o decoro lhe impedia de dizer as palavras. “Veja como é engraçado o destino. Pensei que sequer poderíamos ter o que temos hoje, e, hoje, me vejo desejando por mais. Me casei com você, mas não posso dizer que sou sua esposa. E gostaria… Gostaria de sê-lo, entende?” arriscou. Seu coração batia muito rápido contra as costelas.
Calou-se, então, porque não havia mais nada o que dizer. Em vez disso — como não houvesse reação imediata —, inclinou seu rosto para a frente, na direção de Miguel, cerrou os olhos e selou seus lábios aos dele.
Foi um beijo rápido, e inocente e desajeitado, mas arrancou o fôlego de Isabel mesmo assim. Como tantas outras coisas que conhecera desde sua partida da Espanha, era novo; e, daquela vez, ela se via ansiosa para descobri-lo.
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