#pelo amor bate na bola direto
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EU VOU ME DESFAZER AQUI
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Os melhores sambas-enredo da Mocidade Independente
Marco Antonio Antines A Festa do Divino - 1974 - Tatu, Nezinho, Campo Grande ESTA OBRA-PRIMA, AINDA DO TEMPO EM QUE A MOCIDADE ERA UMA PEQUENA ESCOLA, OU COMO SE DIZIA ENTÃO: UMA BATERIA CERCADA DE ESCOLA POR TODOS OS LADOS, É UMA LENDA NO MUNDO DO SAMBA! MUITOS ATRIBUEM A ESTE SAMBA, MAIS DO QUE A QUALQUER DE SEUS ANTECESSORES NA HISTÓRIA DO SAMBA-ENREDO, A PRESENÇA QUASE QUE OBRIGATÓRIA, A PARTIR DE ENTÃO, NOS SAMBAS DE UM ''GRITO DE GUERRA'', CONVITE, UMA ORDEM AO POVO: ''DELIRA, MEU POVO!''. QUEM ESTAVA NA AVENIDA, GARANTE QUE FOI O QUE ACONTECEU: AS ARQUIBANCADAS DELIRARAM E, NUMA ÉPOCA EM QUE ESCOLA PEQUENA NÃO BOTAVA BANCA, A MOCIDADE ASSUSTOU AS GRANDES AGREMIAÇÕES. PRODÍGIO DE UM SAMBA MAGNÍFICO. A RECEITA PARECE SIMPLES E NÃO SE COMPREENDE POR QUE NÃO É SEGUIDA SEMPRE. OS AUTORES PARECEM TER MERGULHADO NA ATMOSFERA DA FESTA EM TELA E APENAS DESCREVEM O QUE VÊEM: A TERCEIRA ESTROFE É A MAIS DESCRITIVA DA HISTÓRIA DO SAMBA, MAS QUE PROPRIEDADE IMPECÁVEL: NADA DE ''ENGALANADAS'', ''APOTEOSE'' (DIZEM QUE PARTE DA CULPA É DE ARI BARROSO COM SUA AQUARELA POVOADA DE ''INZONEIROS'') E OUTRAS ARAPUCAS VERBAIS QUE MAIS DISTANCIAM A PLATÉIA QUE A ENVOLVEM!O SAMBA DE SUCESSO E ETERNO É SEMPRE SIMPLES! TUDO PARECE SE RESUMIR EM HONESTIDADE NO TRATO DO TEMA, SIMPLICIDADE E EMOÇÃO. O GRANDE MAL TALVEZ ESTEJA NA POLITICAGEM POR TRÁS DA ESCOLHA DO SAMBA-ENREDO (PREFIRO ''SAMBA DE ENREDO'') E NA EXCESSIVA INGERÊNCIA DO CARNAVALESCO ATÉ DURANTE A CRIAÇÃO DO SAMBA (COM SEUS DEVANEIOS E FANTASIAS ALOPRADAS QUE NEM SEMPRE ECOAM NA ALMA DO SAMBISTA)! MAS AQUI SE DÁ A PERFEIÇÃO. O RITMO, POR EXEMPLO, NESTA OBRA PRIMA DEVE-SE EM MUITO A ESCOLHA DE REDONDILHAS MAIORES PARA OS DOIS REFRÕES (E ATÉ A EXISTÊNCIA DE DOIS REFRÕES, PONTOS ALTOS É UMA ORIGINALIDADE DESTE SAMBA) FAVORECE A MEMÓRIA POPULAR DA FESTA HOMENAGEADA, PORQUE A REDONDILHA É O VERSO DO POVO DESDE A IDADE MÉDIA EM PORTUGAL: DEPOIS O CORDEL CONSAGROU! TUDO PERFEITO, MAS COM UM JÚRI DESPREPARADO PARA A TAREFA: EIS O ÚNICO MOTIVO DE A MOCIDADE NÃO TER COLHIDO SEU PRIMEIRO CAMPEONATO. O SAMBA GANHOU, OBVIAMENTE, O ESTANDARTE DE OURO, QUE PARECE TER SEMPRE ACERTADO MAIS QUE O JÚRI OFICIAL... QUE SÓ VIU NO DESFILE MÉRITOS PARA UM QUARTO LUGAR! O Mundo Fantástico do Uirapuru - 1975 - Tatu, Nezinho, Campo Grande ESTE GRACIOSO SAMBA DA MOCIDADE EM HOMENAGEM AO SIMPATICO UIRAPURU É UM PRIMOR DE MELODIA VESTINDO LETRA BEM DESENVOLVIDA E APRESENTADA. PRIMEIRO, ANUNCIA UM SONHO E TRAÇA UM CENÁRIO AMAZÔNICO PARADISÍACO, NO QUAL SURGE, MISTERIOSO APENAS POR MEIO DE SEU CANTO E DEPOIS ELE PRÓPRIO, O UIRAPURU! POR FIM, ACORDA FELIZ POR SABER QUE É CARNAVAL. UM BELO E SAMBA, SEM GRANDES REQUINTES, MAS CONVINCENTE EM SUA FRANCA OBJETIVIDADE. Mãe Menininha do Gantois - 1976 - Toco e Djalma Crill ESTE SAMBA MERECE DE PRONTO O ELOGIO POR TRATAR DE UM TEMA DO CANDOMBLÉ SEM EXAGEROS DE SAUDAÇÕES EM NAGÔ E SEM OS EXAGEROS DE SEMPRE NESSE TEMA. DE FATO, A SIMPLICIDADE E REFERÊNCIAS AOS ORIXAS, ERÊS, ETC SÃO NOMES JÁ PERFEITAMENTE ASSIMILADOS PELO PÚBLICO E A COMUNICABILIDADE É QUASE PERFEITA. A PROVA MAIOR É QUE O SAMBA FOI CANTADO POR TODAS AS ARQUIBANCADAS EM CORO! DE UNS ANOS PARA CÁ, AS ESCOLAS ENTRARAM EM UMA ONDA DE SAMBAS QUE SE IMPÕEM A OBRIGAÇÃO DE TOCAR EM CERTAS PALAVRAS CHAVES DO ENREDO QUE ACABAM ENJAULANDO O COMPOSITOR E PRODUZINDO UMA GRANDE QUANTIDADE DE SAMBAS MEDIOCRES. VERDADEIRAS COLETÂNEAS DE LUGARES COMUNS SEM APARENTE LIGAÇÃO MUITAS VEZES! SEMPRE VALE RECORDAR SAMBAS MONUMENTAIS COMO ''MARTIM CERERÊ'', ''ALÔ ALÔ TAÍ CARMEM MIRANDA'' E ''EXALTAÇÃO A TIRADENTES'', EXTREMAMENTE ECONÔMICOS! ESTE SAMBA, SE NÃO É EXATAMENTE MINIMALISTA, NÃO ABUSA E NOTE-SE QUE, NESTE TEMA, JÁ NÃO É POUCO MÉRITO! A ESCOLA CHEGA ANUNCIANDO QUE A MAGIA VAI TOMAR A PASSARELA, E LOGO LEMBRANDO A NATURALIDADE BAIANA DO CANDOMBÉ BRASILEIRO, CHAMA PELOS NOMES OS ORIXAS, PARA EM SEGUIDA SAUDAR A HOMENAGEADA E CHAMÁ-LA A VER O QUE DE FATO ACONTECEU: A CIDADE DO RIO DE JANEIRO, NA PASSARELA, CANTA EM LOUVOR DA MÃE MENININHA COM A MOCIDADE. PERFEITO! MELODIA SINGELA E DOCE, RITMO ADEQUADO E BOA HARMONIA DO CONJUNTO. UMA PEQUENA OBRA PRIMA! Samba, Marca Registrada do Brasil - 1977 - Dico da Viola e Jurandir Pacheco SAMBÃO! DE PRIMEIRA, DA MELHOR QUALIDADE! TÃO VIGOROSO QUE MUITA GENTE NEM REPARA QUE SE TRATA DE SAMBA DE ENREDO. O RITMO É A VIDA DESTE SAMBA. MELODIA ATRAENTE E LETRA CORRETA. UM SAMBA NA MEDIDA PARA AQUELA MOCIDADE DE ANTIGAMENTE QUE TINHA O VIGOR JOVEM DE SUA BATERIA: UM CORAÇÃO EM FESTA! A LETRA TEM UMA QUALIDADE QUE SEMPRE ME SEDUZ: É OBJETIVA, VAI DIRETO AO PONTO, LEMBRA OS PRINCIPAIS NOMES DO SAMBA RESPEITOSAMENTE E DÁ SEU RECADO: O SAMBA É MARCA REGISTRADA DO BRASIL! O Velho Chico - 1982 - Adil, Dico da Viola, Roça EXCELENTE SAMBA COM LETRA BRILHANTE NA QUAL O PRÓPRIO RIO SÃO FRANCISCO, ANTROPOMORFIZADO EM UM HOMEM VELHO, NOS CONTA SUA HISTÓRIA, DESDE AS ORIGENS DA TERRA, NO PARAÍSO PRIMORDIAL ATÉ OS MOMENTOS EM QUE SUA HISTÓRIA COINCIDE COM A DO BRASIL. ESTE SAMBA É PERFEITA OBRA-PRIMA, MOMENTO MAIS ALTO DA POESIA EM PADRE MIGUEL! O RIO CONTA SUA HISTÓRIA COM VÍVIDA EMOÇÃO, COMO UM CABOCLO VELHO, CUJA LINGUAGEM FOI BEM TRADUZIDA NA LETRA. ''Bate batéia, na peneira fica o ouro O que cai não é tesouro'' A BELEZA DA IMAGEM CRIADA PARA O RIO DESAGUAR NO MAR, COMO SE CONDUZIDO POR UM BARQUINHO PRATEADO EM OFERENDA A YEMANJÁ É BRILHANTE. PERFEITA! IRRETOCÁVEL! MELODIA E LETRA GENIAIS! Ziriguidum 2001 - 1985 - Gibi, Arsênio, Tiãozinho ESTE SAMBA, MATREIRÍSSIMO E JOCOSO, FEITO PARA VESTIR UM ENREDO DE FERNANDO PINTO, TEM UM QUÊ DE TROPICALISMO LANÇADO ÀS ESTRELAS. É DELICIOSO EM SUA PROPOSTA CARNAVALESCA: FAZER DA MOCIDADE A PIONEIRA NO ESPAÇO, A PRIMEIRA A FINCAR BANDEIRA NO TEMA! ENGRAÇADAMENTE MISTURA COM UM TEMA ESPACIAL AS FUTURISTAS PALAVRAS TRADICIONAIS DO SAMBA, JÁ MEIO FORA DE MODA À ÉPOCA DO DESFILE COMO: ''ZIRIGUIDUM''. DEPOIS BRINCA COM O NOME DA ESCOLA DIZENDO QUE, SENDO INDEPENDENTE, VAI A QUALQUER LUGAR E PODE FAZER INCURSÕES ATÉ POR TEMAS COMO ESSE. DEPOIS USA O SÍMBOLO DA ESCOLA, A ESTRELA, PARA DESEJÁ-LO BRILHANDO MAIS QUE NUNCA E PARTE PARA A POESIA DESENFREADA: ESCREVER VERSOS NA LUZ DO LUAR E FAZER UM CARNAVAL ESPACIAL COM TODO O UNIVERSO SAMBANDO. GRACIOSO, DESPRETENSIOSO E LEVE. AGRADOU EM CHEIO E ARREBATOU O TÍTULO. É CLÁSSICO PRA NINGUÉM BOTAR DEFEITO. E CARNAVALESCO! QUE FALTA, À ÉPOCA, ESTAVA FAZENDO UM TEMA ALEGRE, LEVE E SOLTO! Chuê, Chuá, As Águas Vão Rolar - 1991 - Toco, Jorginho Medeiros, Tiãozinho ESTE SAMBA QUE EMBALOU MERECIDO CAMPEONATO DA MOCIDADE TEM POEMA IRREGULAR NA LETRA, POIS ALTERNA MOMENTOS EXCELENTES, COM MOMENTOS MENORES. SEU GRANDE DESTAQUE É A BELÍSSIMA MELODIA! AÍ SIM ELE VISTO POR ESTE PRISMA É UM SAMBA PARA CAMPEONATO. NA AVENIDA, FUNCIONOU DE MODO SUBLIME. Sonhar Não Custa Nada, Ou Quase Nada - 1992 - Paulinho Mocidade, Dico da Viola, Moleque Silveira ESTE SAMBA MARAVILHOSO DA MOCIDADE SERIA O SAMBA DO TRI-CAMPEONATO, MAS EM 92, UMA ESTÁCIO ARRASADORA COM UM SAMBA AINDA MELHOR, ARREBATOU O PÚBLICO. SEJA COMO FOR, ESTE SAMBA É INFINITAMENTE SUPERIOR AO DOS DOIS CAMPEONATOS DE 90 E 91! POETICAMENTE, TEM A CARA DA MOCIDADE, SEU REFRÃO, ''ESTRELA DE LUZ, QUE ME CONDUZ, ESTRELA QUE ME FAZ SONHAR'', VIROU AUTÊNTICA ASSINATURA DA ESCOLA! O TEMA É O SONHO! TODAS AS ACEPÇÕES DO SONHO. FIEL AO SEU TEMA, O VOCABULÁRIO UTILIZADO É TODO SOBRE O CAMPO SEMÂNTICO DO SONHO: DELÍRIO, NOITE, LUA, ETC! JOGA COM MUITA CATEGORIA COM A IDÉIA DE LIBERDADE E FLUIDEZ QUE O SONHO PROPICIA! MELODIA ORIGINAL E RITMO CORRETO! TUDO DA MELHOR QUALIDADE! Marraio Feridô Sou Rei - 1993 - Serafim Adriano, Edu Ferreira, Antonio Andrade ESTE SAMBA TEM UMA LETRA SUPER MATREIRA E DESENVOLVE SEU TEMA COM INTELIGÊNCIA E MAESTRIA. O TEMA É O JOGO, EM TODAS AS SUAS ACEPÇÕES: O JOGO, BRINCADEIRA, O JOGO-METAFÓRICO-DA VIDA ALÉM DO OUTRO, TAMBÉM ALEGÓRICO, JOGO DO AMOR. INTELIGENTEMENTE O SAMBA CONTA QUE O JOGO COMEÇOU NA GRÉCIA (O QUE É DUVIDOSO, MAS VÁLIDO ARTISTICAMENTE) E COLOCA A PRÓPRIA SORTE DA ESCOLA EM JOGO NO DESFILE: ''A Mocidade vem jogar no Carnaval A sorte da estrela que nos guia No pano verde desta minha fantasia'' ESTE ÚLTIMO VERSO É DE UMA FELICIDADE EXPRESSIVA QUE HAVIA MUITO NÃO SE OUVIA NO CARNAVAL! PONDO PARALELAMENTE VERDE-ESPERANÇA DE GANHAR, ETC A IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA COM O TEMA SEMPRE RESULTA EM BELOS MOMENTOS! DE MODO EXTREMAMENTE ELEGANTE, A MOCIDADE MOSTRA O CARÁTER MUTÁVEL DA SORTE: ''Já joguei muito com a vida Já rodei igual pião A sorte pode vir parar na minha mão'' O ACERTO DESSA IMAGEM É IMPACTANTE, A IMAGEM DO PIÃO SENDO JOGADO, AÇÃO, PORTANTO, DO PRÓPRIO HOMEM, FÁ-LO PERCEBER QUE A SORTE PODE ESTAR EM SUA MÃO OU NELA VIR DAR! O ÚLTIMO REFRÃO, COM O VERSO QUE QUE DÁ INCLUSIVE TÍTULO AO SAMBA, É UMA LEMBRANÇA DO CARÁTER LÚDICO E INFANTIL DE UM JOGO QUE EM SUAS MÚLTIPLAS FACETAS, É O PRÓPRIO JOGO DA VIDA: ''Rola bola, bola rola Na vida sempre joguei Se carambolar eu ganho Feridô marraio sou rei'' CARAMBOLAR, VEM DO BILHAR, DÁ-SE QUANDO TRÊS BOLAS ENTRAM EM CHOQUE, A IDÉIA NO SAMBA É DE QUE O INESPERADO ACONTECEU E O POETA GRITA: FERIDÔ MARRAIO SOU REI! ISTO É, JOGO NA MELHOR POSIÇÃO E SOU O DONO DO JOGO! Criador e Criatura - 1996 - Beto Corrêa, Dico da Viola, Jefinho, Joãozinho ESTE SAMBA, QUE EMBALOU MAIS UM BRILHANTE CAMPEONATO DA MOCIDADE INDEPENDENTE É ORIGINALÍSSIMO EM SEU TEMA. NÃO ME RECORDO DE NADA PARECIDO NA HISTÓRIA DO SAMBA. COMEÇA MOSTRANDO A SOLIDÃO DO CRIADOR QUE SE FINDA NO ATO DA CRIAÇÃO. CRIANDO O HOMEM À SUA IMAGEM E SEMELHANÇA, QUE, SENDO ASSIM, NÃO SE COMPORTA EM SEU LIMITE E SEGUE O IMPULSO DE CRIAR, TORNANDO-SE DE SIMPLES CRIATURA, UM CRIADOR ELE PRÓPRIO. E O HOMEM CRIA ARTE, IDÉIAS, CIÊNCIA! E ONDE PÁRA? NÃO DEVE PARAR, MAS PODE EM UM EXCESSO DE CRIAÇÃO: O DA DESTRUIÇÃO EM MASSA! MAS A MOCIDADE NÃO QUERIA FALAR DE TRISTEZA E DIZ QUE A ÚNICA BOMBA A EXPLODIR NAQUELE CARNAVAL ERA ELA MESMA EM ALEGRIA! UMA CONCEPÇÃO PERFEITA! O DESTAQUE VAI PARA O REFRÃO: ''Olha pra mim Diga quem sou Eu sou o espelho Sou o próprio criador'' A BELEZA E PROFUNDIDADE DESSES VERSOS SÃO COMOVENTES. TUDO PERFEITO, BEM DITO, SEM EXCESSOS E COMOVENTE. MODERNO COMO A MOCIDADE, HISTÓRICO COMO UM CARNAVAL INESQUECÍVEL. O CARRO ABRE-ALAS COM UM MUNDO TENDO DENTRO UM FETO, ALÉM DE OUSADO FOI UM BRILHANTE RASGO DE IMAGINAÇÃO DO GENIAL RENATO LAGE. De Corpo e Alma na Avenida - 1997 - Chico Cabeleira, Joãozinho, Muca, J. Brito ESTE SAMBA PROMETE UMA ESCOLA DE CORPO E ALMA NA AVENIDA, ISTO É, PERFEITA DE UMA PONTA A OUTRA E DE ALMA ELEVADA: ANIMADA, PLENA, FIEL A SEUS PRINCÍPIOS E TRADIÇÕES. O CORPO VAI SENDO COMPARADO A CADA SÍMBOLO, COMPONENTE OU ATIVIDADE DA ESCOLA. PROMETE VIRAR PELO AVESSO, PELO AVESSO VER O LADO DE DENTRO DO CORPO E DA ALMA: UMA RADIOGRAFIA PRECISA DO CORPO E DA ALMA. DO HOMEM? DA ESCOLA? QUEM PODE DIZER A UMA ALTURA DESSAS? PERFEITO! Brilha No Céu a Estrela Que Me Faz Sonhar - 1998 - Joãozinho, Guinna, Muca, J. Brito ESTE SAMBA DE LETRA SENSACIONAL TEM A ASTROLOGIA COMO TEMA E JOGA DE MODO BRILHANTE COM O PRÓPRIO SÍMBOLO DA ESCOLA. MELODIA ESTUPENDA. REFRÃO IMORTAL! LETRA ESPETACULAR!
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Felipe Araújo lembra a perda do irmão Cristiano: 'Meu grande herói'
Convidado do 'Conversa com Bial', o cantor falou do estouro na carreira, lançou 'Hoje eu beberei', sua nova música de trabalho e contou ser o maior solteiro do país. O empresário Rafael Vanucci também participou do programa Felipe Araújo teve o irmão Cristiano Araújo como inspiração Felipe Araújo foi o convidado do Conversa com Bial desta sexta-feira, 1/11. Fenômeno do sertanejo, o cantor falou sobre sua trajetória de sucesso, da saudade do irmão Cristiano Araújo, da sua paixão pelo futebol e pelo filho. Ao lado do cantor, seu empresário, amigo e produtor musical, Rafael Vanucci, também participou do programa. Felipe Araújo lembrou do irmão Cristiano Fábio Rocha/Globo O talento está no sangue de Felipe. O cantor de 24 anos é irmão de Cristiano Araújo, saudoso cantor falecido precocemente em 2015, em um trágico acidente de carro ao lado da namorada. O compositor falou sobre a importância e a perda do irmão. “Ele sempre foi minha inspiração. (...) quando eu nasci ele já cantava e eu sempre frequentei os shows dele em bares, aniversários, shopping desde os 2 anos. Eu cresci ouvindo ele. O Cristiano sempre foi minha referência da vida. As primeiras coisas que eu fiz na vida foi junto com ele. A primeira vez que fui ao cinema foi ele que me levou, primeira vez que saí para uma festinha, foi ele quem levou. Primeira vez que fui a um show, foi um show dele. Ele sempre foi meu exemplo, meu grande herói”. Felipe Araújo falou sobre a perda do irmão Cristiano Araújo Reprodução/TV Globo “Cristiano está presente em todos os momentos da minha vida, principalmente nos momentos de glória. Por exemplo, sempre está do meu lado, me apoiando, eu sinto isso quando estou cantando, nesses momentos como esse de realização de um sonho. Eu fico muito feliz em saber que tem um anjo assim olhando pela minha vida”. “Tenho certeza que ele está muito orgulhoso de tudo que eu estou conquistando. Então sempre penso: o Cristiano vendo isso, ele ia ficar muito feliz”. Hoje Felipe tem sua própria identidade e uma carreira bem-sucedida. O cantor revelou que no início tinha medo das comparações e que era conhecido como o “irmão do Cristiano”. “Sempre me preocupei com as pessoas acharem que eu estava querendo me aproveitar da situação. Ninguém conhecia o meu trabalho que era anterior a isso”. O cantor contou como aprender a lidar com essa situação: “Antes de irmão do Cristiano, antes de filho do João Reis, eu sou o Felipe, não é? Sempre pensei que com trabalho e muita dedicação, perseverança e trabalhando todos os dias, as pessoas iam me enxergar como o Felipe Araújo”. Felipe Araújo relembra emoção de cantar em Barretos Bial lembrou que a apresentação de Felipe Araújo em Barretos ocorreu em 16 de agosto deste ano, exatos seis anos após a primeira vez do irmão Cristiano na festa. O público presente era de 70 mil pessoas. "Eu não escolhi, foi uma coincidência incrível. Eles contrataram a gente para essa mesma data e o presidente da festa mesmo disse que foi coincidência". Rafael Vanucci aproveitou para contar que ele e o pai de Felipe têm um projeto futuro para o cantor onde ele faria algo com as músicas do irmão: "O dia que ele se sentir bem com isso”. Bial questionou sobre o atual estado civil do cantor. Ele foi direto: “Sou solteiro convicto. Acho que sou a pessoa mais solteira do Brasil”. Felipe Araújo fala sobre o sucesso "Atrasadinha" e conta sobre parceria com Gusttavo Lima O hit “Atrasadinha”, definido como "pagodejo" pelo cantor, é candidato a música do ano. Felipe falou como o sucesso mudou sua vida e lembrou de um vídeo gravado pelo jogador de futebol Vinícius Junior, do Real Madrid, que fez a música rodar todo o mundo. Ele também contou sobre a parceria com Gusttavo Lima para 2020 e do início da carreira em uma banda de rock: “Estou muito feliz. É uma música que mudou a minha vida. Um grande divisor de águas da minha carreira. É incrível. Um presente”, contou sobre a música. “A gente unificou as agendas. Gustavo sempre foi um grande parceiro meu desde que eu comecei a cantar profissionalmente aos 15 anos”. "Sou apaixonado, mas minha grande essência é lógico, é o sertanejo. E com 15 anos comecei a compor. (...)Faço uma mistura muito legal de coisas que eu gosto”. Além da música, Felipe reserva outras paixões, uma delas pelo futebol. Ele contou que, inclusive, empresaria alguns jogadores junto com outros três sócios e que é um torcedor – com direito a tatuagem – do Corinthians. “Não sei se seria jogador profissional, mas eu gosto de jogar bola. Jogo bem. Para pessoas normais, eu jogo bem”. Rafael Vanucci fala sobre o estado de saúde de sua mãe, a cantora Vanusa Rafael Vanucci também recordou a vida. O empresário é filho da cantora Vanusa e de Augusto César Vanucci, um dos grandes nomes da TV brasileira. Rafael falou sobre a mãe que sofre com uma grave depressão e do pai, que faleceu quando o empresário tinha apenas 13 anos, e que era responsável pela direção de grandes sucessos da TV. “Tenho um pouco dele. Meu pai era um cara que vivia televisão 24 horas por dia. (...) Uma coisa que pouca gente sabe é que meu pai foi o primeiro diretor a levar a música sertaneja para a televisão. E eu tive muita influência nisso”. Rafael Vanucci conta que foi secretário do cantor Leandro, irmão de Leonardo Vannuci começou a carreira como secretário do cantor Leandro, da dupla com Leonardo. Ele lembrou que assim que teve contato com o mundo da produção artística, se identificou: “Leandro virou um padrinho e um dia virei para o Leandro e disse: 'É isso que quero fazer da minha vida. Eu quero cuidar da sua carreira. Esse povo que está aqui não sabe nada'”. Rafael Vanucci falou sobre a perda do padrinho Leandro e do amigo Cristiano Araújo Fábio Rocha/Globo Rafael também fez um paralelo entre a perda do padrinho com a de Cristiano Araújo. “Foi muito louco. As perdas do Leandro e do Cristiano foram muito diferentes, mas eu sempre acho que Deus me colocou nesses lugares por algum motivo”. “No dia que aconteceu o acidente do Cristiano, acabou o show e fui para um hotel e fiz um post. Naquele dia faziam 17 anos que eu tinha perdido o Leandro e postei e dormi com o celular na mão. Quando acordei era um dos empresários do Cris me ligando: ‘Rafa, corre que Cristiano sofreu um acidente'. São coincidências que só Deus para explicar”. Rafael contou que após a morte de Cristiano recebeu alguns propostas de trabalhos de outros artistas mas que não conseguia sequer olhar para o ônibus de outros artistas: "Eu olhava naquele ônibus e vinha o Cristiano". Pedro Bial recordou o momento em que Felipe conheceu sua musa, Paolla Oliveira, no Altas Horas. Felipe se tornou pai este ano. Ele falou sobre o amor pelo filho: “Conheci o verdadeiro amor. Todo mundo sempre me falou isso. Sempre pensei: maior clichê, mas é a mais pura verdade da vida”. O bate-papo acabou com o lançamento da nova música de trabalho de Felipe: “Hoje eu beberei”. Renan da Resenha se emociona ao lembrar de Gabriel Diniz: 'Foi o primeiro a dizer, vem cá, vou te ajudar' Gustavo Mendes e Thiago Brava lembram a morte do amigo Cristiano Araújo: 'A gente bebia e chorava'
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O sol brilhava com toda sua força naquela manhã e os amigos aproveitavam mais um dia na praia. Luiza estava com uma ressaca brava e as queimaduras solares ardendo e não quis sair da cama, onde dormiu a madrugada toda apenas de calcinha e com o ventilador ao lado da cama. Após a caminhada na praia com Alex na noite anterior, Gustavo jogou um colchão no chão do quarto onde André e Rafael dormiam e apagou, acordando apenas na manhã seguinte.
Gabi e os rapazes estavam abrigados na sombra da barraca enquanto Yasmin e Manu tomavam sol nas esteiras. Gustavo observava o mar, os óculos de sol inibiam seus olhos inchados por causa da ressaca, e seu pensamento não saia da noite anterior.
– Que ressaca do caralho! – Alex exclamou ao pegar uma garrafa de água no cooler e a beber por inteiro.
– Pior é a ressaca moral. – Gustavo suspira e se ajeita na cadeira. – Como foi ontem com a Luiza, Gabi?
– Ela ficou chorando e esbravejando por um tempo, depois começou a passar mal e vomitou algumas vezes. Eu dei remédio, ela tomou um banho gelado e foi melhorando, até pegar no sono sentana no box. Tive que ajudá-la a se levantar e consegui que ela colocasse uma calcinha antes de desmaiar de sono na cama, em frente ao ventilador. – Gabi conta e ri ao lembrar da cena de Luiza bêbada, Gustavo consente.
– Tomara que ela acorde bem.
– Ela vai acordar, ver esse dia lindo e querer correr pros teus braços, Samurai! – Alex sorri pra tentar animá-lo, mas Gustavo estava com as esperanças esgotadas. Apesar de estar morrendo de vontade de fazer as pazes com Luiza, sabia que seria difícil se resolver com ela naquele feriado, visto o estado de nervos que a loira se encontrava na noite anterior.
– Será que hoje ela acorda melhor? – Mateus, que havia escutado a conversa, pergunta á Gabi.
– Espero que sim! Pelo menos pra ela e o Samurai conversarem, né?
– Pois é, ele tá péssimo. – Os dois observam Gustavo quase inerte na cadeira, com o rosto virado para o mar. Mesmo com os óculos de sol sua expressão era visivalmente abalada e pensativa, mesmo sem o poder de ler pensamentos, qualquer um ali sabia que Luiza e toda a confusão da noite de domingo povoavam sua mente.
[***]
Na casa de praia, Luiza desperta e se mexe na cama. Sua boca ainda estava um pouco seca e amarga, a cabeça pesava e com um pouco de fraqueza no corpo. Seus ombros e costas ainda ardiam, levantou-se com preguiça e caminhou até sua mala, escolhendo um vestido de malha soltinho para vestir. Assim que se vestiu, segurou sua necessaire e, ao dar o primeiro passo em direção ao banheiro, viu a camiseta preta de Gustavo pendurada atrás da porta. Seus olhos encheram de lágrima quando segurou a peça e a aproximou das narinas, inalando o perfume do rapaz. Chorou e apertou a camiseta como se o abraçasse, não conseguia pensar em mais nada além de Gustavo e em tudo o que houve naqueles últimos dias. Queria perdoá-lo, viver toda a alegria de estar com ele mais uma vez, mas seu coração parecia ter virado um abismo. Luiza sente um aperto no peito ao lembrar-se do beijo entre ele e Valéria. Ainda não estava pronta para perdoá-lo. Quem sabe um dia, mas por enquanto o fantasma de seu passado gritava em seu ouvido. Alguns minutos depois ela secou as lágrimas, colocou novamente a camiseta pendurada no lugar de antes e seguiu para o banheiro. Lavou o rosto, escovou os dentes e depois desceu para a cozinha, abrindo a geladeira para tomar um copo de água. A sensação refrescante da geladeira a fez fechar os olhos por alguns segundos, o gelo aliviava muito a dor e a ardência. Enquanto se refresca com a geladeira aberta, ouve a campainha tocar e decide não ir atender, afinal se fosse um dos amigos abriria a porta direto. Volta a fechar os olhos e mais uma vez o barulho da campainha a surpreende.
– Quem é esse desgraçado que não tem mais o que fazer nesse domingo ensolarado, hein? Caralho! – Ela resmunga e fecha a porta da geladeira, caminhando até a porta principal. Quando abre, dá de cara com Valéria e seu irmão, Robson.
– Bom dia, turista! – Valéria abre um sorriso falso e Luiza revira os olhos.
– O que você quer? – A loira apóia uma das mãos na cintura e Robson a mede de cima a baixo.
– O Gustavo está? – Valéria passeia o olhar para dentro da sala.
– Não, foi pra praia.
– Você pode me fazer um favor? Ontem ele esqueceu a camisa lá em casa e eu trouxe. – Valéria entrega a camiseta branca que Gustavo usara na noite anterior. Luiza engole seco, mas arca uma sobrancelha pra disfarçar.
– Já que vocês estão tão íntimos, porque não entrega pessoalmente? – A loira cruza os braços e estufa levemente o tórax.
– Agora eu e meu irmão temos um compromisso, não podemos perder tempo… Você faria esse favor pra mim? – Valéria sorri enquanto Luiza respira fundo.
– Dá essa merda aqui. – Ela puxa a camiseta com força e a segura.
– Olha, vou te dar um conselho. Não fica triste por causa do Gustavo não, viu? Homem é tudo igual, é só ver uma mulher bonita e já caem em cima… – A morena sorri com malícia e Luiza franze o cenho.
– Minha filha, eu tô cagando e andando pro Gustavo e pra você! Se quiser ficar com ele, faça bom proveito! – Luiza explode e os irmãos recuam – E você, perdeu alguma coisa aqui?! – Ela invoca com Robson.
– Nada, eu só… – Ele paralisa enquanto Luiza o encara com desprezo.
– Nós já vamos, né, Robson? Já fiz o que tinha que fazer. Tchau, Barbie! – A moça acena com os dedos e sorri, saindo junto com o irmão.
– VAI PRO INFERNO, RATAZANA DE PRAIA! – Luiza bate a porta com força, joga a camiseta de Gustavo em cima da mesa ao sentir uma bola de fogo se formar em sua garganta ao mesmo tempo em que suas costas e cabeça começam a doer. As lágrimas preenchem seus olhos e o choro é imediato. A lembrança da expressão vitoriosa de Valéria a deixava enjoada, fez questão de ir lá e esfregar na cara dela que havia transado com Gustavo. Luiza não conseguia ser forte, toda aquela dor de ver seu amado com outra a corroia e escorria pelo rosto em forma de lágrimas. Sobe sem nenhum entusiasmo até o quarto, vira o ventilador na direção da janela e se senta no parapeito, observando a natureza das montanhas em volta da casa e se deixa inundar pela angústia.
[***]
De volta a praia, Gustavo e Yasmin relaxam na sombra enquanto o restante se diverte na água.
– Ontem eu fui tirar satisfação com a Valéria sobre o que ela fez. – Yasmin conta enquanto arruma a lateral do biquíni.
– Hmmm. – Gustavo murmura de olhos fechados, sem interesse.
– Eu disse que você tem namorada e que ela é uma piranha, ainda joguei um copo de vodka bem na cara dela! – Ela sorri vitoriosa e o amigo solta uma gargalhada.
– Valeu, Yasmin! Se bem que eu acho que não tenho mais namorada… Quer dizer, isso se namorar comigo passou pela cabeça da Luiza. – Ele abre os olhos e fita o horizonte, incerto do futuro em relação á Luiza.
– Claro que passou, Gus! – Ela o tranqüiliza – A gente sabe que a Luiza é muito intensa, sem contar que isso mexeu com o orgulho dela, mas essa tempestade toda vai passar! Eu tenho certeza que quando voltarmos pra casa ela estará mais calma e vocês logo farão as pazes.
– Quando eu brigava com a Raíssa eu não ficava assim, não parecia que o mundo ao meu redor tinha parado e eu não ficava com a boca amarga… Argh! – Gustavo exclama e Yasmin ri.
– Ah, você está apaixonado, Samurai!
– Pois é… E com medo de perder a razão dessa paixão toda. – Ele suspira profundamente.
– Não, você não vai perdê-la. Quando a gente briga com quem ama dá esse medo mesmo, mas pense que o amor é mais forte do que qualquer intriga! – Yasmin sorri e Gustavo retribui.
Os outros amigos vão saindo do mar e se juntando aos dois. Gabi e Manu vêm na frente.
– Vamos pra casa, gente? – Manu pega uma toalha e começa a se secar.
– Sim! Eu estou morrendo de fome! – Gabi avisa ao pegar outra toalha e começar a se secar.
– Então vamos, galera! – Yasmin se levanta assim que o restante os encontra na areia. Eles arrumam rapidamente as coisas e vão para a perua, organizando-se e voltando para a casa.
Faltavam poucos minutos para a uma da tarde quando Gabi abriu a porta de casa. Ela entra, seguida de Manu e Yasmin. Os rapazes continuam do lado de fora, tirando as cadeiras e esteiras do veículo e as deixando no quintal. Mateus e Gustavo vão buscar o almoço num restaurante ali perto.
– Luiza?! – Manu chama, procurando a loira.
– Ela deve estar no quarto ainda – Yasmin diz e então as três caminham até o dormitório. Luiza ainda está sentada no parapeito da janela, olhando para as montanhas. As amigas se aproximam e percebem que ela chora. Mesmo com as lágrimas caindo, sua expressão está apática.
– Own, meu amor, ainda está tristinha? – Manu arruma uma mecha fina de cabelo da prima, a ajeitando atrás da orelha.
– Não fica assim… Ontem eu joguei um copo de vodka na cara da Valéria por você! – Yasmin sorri e Luiza retribui, sem entusiasmo.
– Obrigada, Yas! – Luiza ergue o braço direito e abraça a amiga por alguns segundos – Essa piranha veio aqui deixar a camiseta do Gustavo que ele esqueceu na casa dela ontem.
As amigas se entreolham.
– Como? – Manu estranha – Eu e o Fê encontramos ele e o Alex após a caminhada deles e nós quatro voltamos pra casa, juntos.
– E depois ele perguntou se tinha algum colchão extra para dormir lá no quarto com o Rafa e o André… – Yasmin contou e Luiza torceu os lábios – O Mateus me contou que ele deitou no colchão e apagou, nem tomou banho.
– Então de quem é a camiseta? – Gabi franze as sobrancelhas.
– Deve ser igual a que ele usou, pode até ser do irmão dela! Uma camiseta branca de malha é fácil de achar em qualquer lugar… – Manu explica, Yasmin e Gabi concordam e Luiza dá de ombros.
– Ela bateu aqui e disse pra eu não ligar pro Gustavo, pois os homens são todos iguais. Se eu tivesse uma arma, metia bala naquela biscate! – Luiza conta enquanto seca as lágrimas.
– Mais que vaca essa menina, puta que pariu! Ela faz isso pra te irritar! Nem dá moral, ela não merece. – Gabi já perdera a paciência.
– E os homens não são todos iguais! Nós conhecemos seis deles que são da melhor qualidade, não é? – Yasmin sorri, Manu e Gabi também.
– Cinco deles, porque o Gustavo é um babaca! – Luiza esbraveja.
– Não, prima, foi um mal entendido mesmo… Eu estava ao lado dele, ela ficou dando em cima e o beijou. O Gus ficou puto, se afastou e já logo disse que tinha namorada! – Manu conta e Luiza volta a olhar pro horizonte.
– Sinceramente, eu quero mais é que se foda.
– Luiza… Acredita na gente! O Gustavo não tem culpa, ele te ama! – Gabi insiste então Luiza perde a paciência.
– Eu já disse que quero mais é que ele se foda! ELE E ESSA PIRANHA. Foda-se de quem foi a iniciativa, eles se beijaram e fim. Não vai mudar!
Yasmin, Manu e Gabi olham pra Luiza, paralizadas. Talvez a fossa da amiga fosse durar mais do que o esperado.
– Ei, garotas. – Felipe surge na porta, fazendo voz de locutor de rádio, Mateus vem logo atrás e eles se aproximam das meninas.
– E aí Preciosa, está melhor? – Mateus envolve o braço direito na cintura de Yasmin.
– Só pela cara dela dá pra saber que não – Felipe comenta, Luiza e o restante concordam.
– A gente trouxe o almoço e já está na mesa, vamos lá? – Mateus convida antes de selar os lábios da namorada.
– É melhor você comer, prima. – Manu diz e Luiza consente. Ela sai da janela e eles vão até a cozinha.
Rafael e André arrumaram as marmitex, as bebidas, os copos, pratos e talheres em cima da mesa da cozinhas e todos se sentaram. Luiza sentou em uma das pontas, entre Gabi e Yasmin, e Gustavo estava na outra ponta, ao lado de Felipe. O almoço foi tranquilo, o – agora ex – casal não falou quase nada. Enquanto os amigos almoçavam e conversavam, Luiza mexia na comida com o garfo, sem a menor vontade de comer. Gustavo tentava manter o foco na conversa, mas inevitavelmente fugia o olhar pra loira. Ela estava visivelmente cabisbaixa e o fato dela não comer o preocupava. Pensou em insistir que ela comesse ao menos o frango, mas sabia que esse simples pedido desencadearia uma discussão descomunal. Quando todos terminaram de comer, Luiza se ofereceu para lavar a louça e Mateus avisou que ele lavaria, ela poderia descansar. Yasmin permaneceu na cozinha com o namorado e o restante foi para a sala, Gustavo e Rafael trouxeram os colchões do quarto para ter onde todo mundo se aconchegar. Como de costume no verão de Ubatuba estava chovendo fortemente e eles resolveram ver um filme, o escolhido foi ‘Tropa de Elite’. Enquanto esperavam Mateus terminar de lavar a louça, Luiza foi até o banheiro de cima, já que o de baixo estava ocupado por Gustavo.
Em frente ao espelho e com a porta trancada, ela fitava as olheiras fundas e a expressão abatida. Desliza as mãos pelo rosto e não consegue conter as lágrimas, tudo o que estava sentindo era forte demais. Parecia que todo o seu passado que tanto queria superar entrava sem pedir licença, a bagunçando de novo. Tentou cessar as lágrimas lavando o rosto, mas ainda demorou alguns minutos até conseguir se acalmar. Fechou a torneira, enxugou o rosto e abriu a porta, encontrando Gustavo saindo do quarto onde eles dormiram.
– Fui pegar minha camiseta que estava lá. – Ele se explicou assim que percebeu a mudança de fisionomia no rosto dela.
– Hoje de manhã a Valéria veio trazer a camiseta que você esqueceu lá na casa dela ontem.
– Hã? – Gustavo franze o cenho e Luiza respira fundo.
– Não se faça de idiota.
– Não estou me fazendo de idiota! Eu nunca fui na casa dela, muito menos dormi lá.
– Então de quem é a camiseta? – Luiza cruza os braços e Gustavo dá de ombros.
– Não faço ideia.
– Foda-se. – Ela faz menção de sair, mas ele a impede, segurando de forma leve seu punho.
– A camiseta que usei ontem está lá no quarto de baixo, com uma marca rosa e laranja da tinta que estava em seu rosto ontem.
Luiza sente seu coração apertar ao lembrar do momento em que deitou no ombro do rapaz e recebeu um beijo carinhoso na cabeça, pouco antes de tudo acontecer.
– Espero que saia. – Sua garganta arde e a voz embarga.
– Luiza… – Gustavo a chama de forma carinhosa e Luiza abaixa a cabeça, tentando frear as lágrimas.
– O que é, Gustavo?
– Vamos conversar enquanto eles vêem filme. – O coração de Gustavo também estava acelerado. – Por favor.
– Eu não disse ontem que não quero mais papo?
– Disse.
– E você é retardado por um acaso?
A grosseria de Luiza o deixa irritado e ele solta seu punho.
– Caralho, Luiza! Eu respeitei que ontem você não queria conversa, mas hoje é outro dia! O pior já passou. Será que dá pra conversarmos como dois adultos?
– Não, não dá. – Algumas lágrimas escorrem pelas bochechas rosadas de Luiza e Gustavo engole seco – O pior ainda não passou! Dá licença. – De novo, ela vira-se de costas e dessa vez consegue se afastar.
– Então vai acabar tudo assim? – Gustavo cruza os braços e espera Luiza se virar.
– Vai.
– Tudo por causa de um mal entendido?
– Não houve mal entendido! Você me traiu!
– Eu não te traí, Luiza! – Gustavo é incisivo e Luiza solta uma risada debochada.
– Verdade, tinha me esquecido que pra você nós não estavamos juntos oficialmente.
– Eu não quis dizer isso…
– Então escolhesse melhor as palavras! – Ela altera o tom de voz e o faz respirar fundo.
– Como se você fosse uma pessoa muito contida, né, Luiza? – Ele provoca e agora é ela quem respira fundo – Ontem mesmo me disse que sou igual ao João e eu não tô fazendo escândalo por causa disso.
– Não faz escândalo porque sabe que é verdade!
– Você é inacreditável… – Gustavo ri de nervoso e Luiza continua o encarando.
– Eu realmente não sei o que você espera de mim. Quer que eu faça lavagem cerebral e esqueça da cena que vi ontem?
– Só queria que você agisse como uma mulher de vinte e quatro anos para termos uma conversa civilizada! – Gustavo a encara de volta e aguarda uma resposta madura de Luiza. Ela pigarreia e, com ares de superioridade, responde:
– Eu não quero mais tocar nesse assunto a partir de agora. A gente não tem mais o que conversar! Falarei apenas o básico com você por consideração aos nossos amigos, porque pra mim, tudo morreu ontem.
Gustavo a encara com os lábios levemente abertos e Luiza se arrepende no instante em que percebe o olhar do rapaz ganhar um ar vazio, mas ela não voltaria mais atrás.
– Beleza, Luiza. – Gustavo vira as costas e desce as escadas bruscamente.
– Gus, vai começar o filme. – Gabi avisa assim que o rapaz achega á sala.
– Não vou ver filme, vou dar uma volta.
– O que aconteceu? – Mateus franze o cenho enquanto todos os presentes observam, desintendidos, Gustavo abrir a porta.
– Preciso esfriar a cabeça. – Ele sai da mesma forma rude com que desceu as escadas. Os amigos se entreolham ainda tentando entender tal reação, até que Luiza surge no cômodo.
– Aí está o motivo da furia do Samurai. – Mateus comenta com Yasmin e Manu, e as duas consentem.
– Tudo bem, Preciosa? – Gabi pergunta e Luiza confirma ao balançar a cabeça e sentar-se ao seu lado, em um dos colchões do chão.
– Você sabe o que aconteceu pro Gustavo querer ir dar uma volta? – Yasmin se fez de desentendida, se Luiza entendesse a pergunta como uma ameaça, outra briga se iniciaria.
– Ele disse que queria conversar civilizadamente, então eu respondi com todas as letras que não quero mais nada e ele ficou putinho. – A loira conta com certo desdém, para esconder a culpa de ter sido tão grossa com o rapaz.
– Coitado, ele só se fode. – Alex comenta e Gabi consente.
– Gente, se ele quis dar uma volta, problema dele! Ontem disse que eu estava agindo como criança e hoje o show foi ele quem deu… Eu tenho todo o direito de não querer conversa! Ou vocês só vêem o lado dele? – Luiza encara cada um de seus amigos.
Apesar de penderem mais para o lado de Gustavo, todos compreendem o lado de Luiza. Sua infância em concursos de beleza, sua criação e seu passado padecido intensificaram a natural insegurança da moça. Entendiam que para ela ainda era muito difícil entender que o beijo de Valéria e Gustavo foi apenas um mal entendido e o que rapaz é verdadeiramente apaixonado por ela.
– A gente te entende, prima. – Manu desliza os dedos pelos cabelos da prima e Luiza consente. Todos se organizam para assistir ao filme, Yasmin faz mais pipoca e Mateus dá o play.
[***]
A chuva havia parado poucos antes de Gustavo sair da casa, seus pés agora afundavam na areia úmida de Perequê-Açu. O vento no rosto e o barulho do mar o deixavam calmo, comtemplava a natureza e tentava entender a decisão de Luiza. Não queria acreditar que ela queria acabar inclusive com a amizade de tantos anos. Seria bem difícil esquecer os momentos que passaram juntos, mesmo sendo tão poucos, mas seria muito pior não tê-la mais em sua vida. Obiviamente queria reatar, namorar, fazer tudo certo, mas se ainda assim fosse difícil demais para Luiza, ele aceitaria e respeitaria a ter apenas como amiga – O que Gustavo não gostaria era de perdê-la de todas as formas. Soltou os chinelos na areia e sentou-se em cima deles, observando o mar. As águas estavam calmas, ora mais clara, ora mais escura, mas basicamente serenas. No meio do sossego veio uma onda forte e barulhenta, mudando todo o curso das águas. Gustavo assossiou o estado do mar com seu relacionamento com Luiza. As calmaria reinava até que uma onda veio e desregulou tudo. Ele fitava o mar enquanto a onda passava, ainda fazendo alusão á situação que estavam vivendo. Quando a onda passou, o mar voltou á calmaria e Gustavo percebeu que talvez aquilo fosse apenas algo passageiro. Entendia perfeitamente o estado emocional de Luiza, afinal ele presenciou muita coisa que contribuiu para sua insegurança, mas não suportava ser tratado de forma grosseira por algo que não era de sua responsabilidade. Entre seus devaneios, percebeu alguém se aproximando.
– Oi! – Valéria sentou-se ao lado de Gustavo e ele demonstrou seu desconforto ao respirar fundo.
– O que você tem na cabeça?
– Uau, que recepção mais colorosa. – A morena torceu os lábios e bateu as mãos, tirando alguns grãos de areia da pele.
– Por que você me beijou na festa de ontem?
– Eu queria ficar com você desde que te vi.
– Eu tinha namorada. – Gustavo reafirma, com as sobrancelhas levemente franzidas. – E você sabia, já que viu a gente na praia.
– Então você não gostou do beijo? – Valéria parecia alheia á reprovação de Gustavo.
– Claro que não! Aquela insanidade sua custou meu namoro.
– Se só com um beijinho ela te deu um pé na bunda, talvez não goste tanto assim de você…
– Não interessa. – Gustavo reforça a voz e Valéria o encara. – Porque inventou de levar uma camiseta pra Luiza dizendo ser minha?
– Foi só uma brincadeira. – Valéria dá os ombros.
– Você tem noção do que fez? A Luiza está puta comigo e eu nem fiz nada! – Gustavo desvia o olhar pro mar novamente. – Ela me detesta por uma maluquice sua! Mano… Eu nem te conheço. Você não tinha o direito de foder com tudo.
– Não posso querer ficar com um cara bonito?
– Valéria, eu tinha namorada e você não respeitou isso. – Ele volta a olhar para a caiçara – Tinha um monte de caras solteiros lá e você cismou justo comigo. Porra, eu tava numa boa com a mina que amo e você fodeu tudo.
– Eu não fodi com nada. – Valéria aumenta o tom de voz e Gustavo a encara com desdém – Se ela te detesta é porque nunca te amou! Não há confiança nesse relacionamento?
– Não vou ficar escutando sermão de uma descontrolada como você. – Gustavo se levanta e limpa a areia do calção, em seguida segura o par de chinelos. – O mínimo que deveria fazer era ir lá contar a verdade para a Luiza e se desculpar.
– Porque eu faria isso? Nunca mais vou ver aquela Barbie na minha vida.
– Porque ela tá magoada para caralho com uma coisa que você fez!
– Não era eu quem namorava com ela. – Valéria permanece sentada ao encarar Gustavo. – Ela está magoada com você, se virem vocês dois.
– Caralho, eu não te beijei e você sabe muito bem disso! Você tem algum problema mental?
– Calma, você é muito estressado, menino! – Ela dá uma risada debochada e Gustavo se irrita mais ainda.
– Você fodeu com o meu namoro e eu não quero nem ouvir falar de você. Seja adulta o suficiente e se desculpe com a pessoa que mais se magoou com isso tudo! Se coloca no lugar dela e aprenda a ser menos egoísta. – Ele finaliza e sai antes de Valéria responder qualquer coisa.
Voltou a caminhar pela praia, respirando o ar marítimo para se acalmar e não voltar para a casa mais nervoso do que quando saiu. Ao voltar para o imóvel depois do passeio, encontrou os amigos na sala, com o filme pausado.
– E aí, Samurai! Tá mais calmo? – Mateus pergunta e Gustavo consente. Em uma rápida olhada pela sala percebe que Luiza não está no cômodo.
– E aqui? Tudo bem? – Ele pergunta e desvia o olhar pro início da escada que leva aos quartos.
– Bem… – Yasmin começa a contar o que houve enquanto Gustavo caminhava na praia. – O pai da Luiza ligou para avisar que a Emília será sacrificada amanhã. Ela arrumou as coisas e foi para a casa dos pais… O Alex, a Gabi e a Manu foram levá-la até a rodoviária.
– Caralho. – Gustavo diz num suspiro longo ao imaginar o quão difícil esse momento seria para Luiza, e o que mais o incomodava era não poder ter dado um abraço na moça. – Ela deve estar arrasada.
– Ela chorou bastante, mas decidiu ir sozinha. – Yasmin exalava um ar tristonho pela situação da amiga e foi abraçada por Mateus.
– Queria ter dado um abraço nela… Sei lá. – Gustavo suspira de novo e Felipe se aproxima.
– Seu abraço vai ser mais útil quando ela voltar, depois da morte da Emília.
– Espero que ela tenha mudado de ideia quando voltar.
– Concordo com o Fê, acredito que ela vai estar precisando muito do seu abraço quando voltar. – Yasmin abre um sorriso doce e Gustavo retribui.
– Mas e aí, como foi a caminhada? – Felipe pergunta e eles voltam a se sentar nos sofás.
– Tava de boa até a Valéria chegar e agir como se não tivesse feito nada demais.
– A Valéria foi falar com você? – Yasmin se espanta.
– E ainda falou que foi só uma brincadeira, só que essa brincadeira custou meu namoro e a confiança da Luiza.
– É muita cara de pau! – Felipe balança negativamente a cabeça.
– Foda é ela se achar no direito de sair beijando qualquer cara quando dá na telha. – André comenta e todos consentem.
– Falei para ela vir aqui e contar pra Luiza que a culpa foi toda dela.
– E ela? – Yasmin e Felipe mostram ansiedade na resposta.
– Se esquivou, disse que não faria isso porque jamais veria a Luiza de novo.
– Ela cisma com alguém, beija o cara na frente de todo mundo e ainda acha que tá certa? – Rafael também estava indignado, principalmente por todo o acontecimento ter deixado Luiza arrasada.
– Ela devia vir aqui pedir desculpas para a Luiza, mas agora não adianta mais porra nenhuma. – Gustavo franze o cenho e Yasmin apóia seu braço no ombro do amigo.
– Sei que tudo está parecendo perdido agora, mas lá em São Paulo vocês vão ter tempo de conversar e se entenderem. A mágoa da Preciosa vai passar quando perceber que você não tem culpa de nada e a ama pra caralho.
– Vou respeitar o tempo dela, mas a gente vai conversar, sim, como dois adultos. – Gustavo finaliza e é abraçado por Yasmin.
[***]
O ônibus que transportou Luiza á sua cidade natal chegou ao seu destino por volta das quatro da tarde. O pai de Luiza, Fernando, a buscou na rodoviária. Ele desceu do carro para ajudar a filha com as malas e os dois se aconchegaram num abraço longo e apertado. Fernando e Luiza sempre foram muito unidos, a moça encontrava abrigo no abraço do pai e o senhor tinha um amor incondicional pelos filhos, mas a ligação com a primogênita parecia de outras vidas. Fernando era alto, grisalho e com os olhos azuis e expressivos de quem Luiza puxou. Era magro e tinha o maxilar quadrado e marcado, delineado pela barba sempre feita.
– Como foi de viagem? – O senhor perguntou depois de entrarem no carro e ele travar as portas. Dá a partida e eles seguem caminho.
– Foi tudo bem.
– E o feriado na praia, estava bom?
– A praia estava ótima! – Luiza se anima ao lembrar do clima perfeito do feriado no litoral norte.
– Então não choveu em Ubachuva? – Fernando cita o apelido que a cidade ganhou por causa do seu clima.
– Só de tarde. De manhã fez um sol delicioso, aproveitei bastante.
– A mãe vai surtar quando ver sua cor do pecado. – Fernando zomba do tom avermelhado na pele da filha.
– Não tô afim de encheção de saco hoje. – Luiza esbraveja e o pai percebe a mudança na expressão da loira ao parar o carro no farol em frente á escola onde Luiza cursou o ensino médio. Ao fixar os olhos no muro branco com o nome da escola, ela pode jurar que sentiu o cheiro das árvores que ficavam no pátio. Lembra das aulas que sentava ao lado de Gustavo e sentia uma alegria imensa ao vê-lo sorrindo. E quando ele segurou em sua mão para ajudá-la em um exercício de matemática no primeiro colegial, seu coração quase saiu pela boca. Hoje Luiza entende que já era paixão, desde quando Gustavo usava calças e moletons largos e ela só usava roupas pretas. Vê a praça perto do colégio, onde ela e todos os amigos ouviam música e conversavam ao anoitecer. Sorri ao lembrar-se de quando tentava andar de skate e Gustavo segurava em sua mão, a encorajando e dando chocolates de presente quando conseguia andar um metro sem cair. Voltou á sua mente uma tarde de primavera em que encontrou Gustavo voltando pra casa depois de uma das aulas complementares, e resolveram sentar embaixo da árvore. No diskman o um cd do System Of A Down, banda que era unânime no gosto dos amigos naquela época. Luiza deitou a cabeça no ombro de Gustavo e conversaram sobre as inseguranças da vida. Estavam nostálgicos, pois a vida escolar estava acabando e uma nova fase iria se iniciar. Gustavo encarou os olhos de Luiza e prometeu que nunca a deixaria. Anos depois ainda sente seu corpo gelar ao lembrar-se daqueles olhos brilhantes a encarando e o tempo parecia ter parado. Mal sabia que naquela tarde Gustavo quase a beijou, se não fosse pelo medo de fazer algo errado e perder sua grande amiga. Luiza chacoalha a cabeça, no meio das lembranças boas vem a imagem de Gustavo e Valéria se beijando na festa.
– Quer me contar alguma coisa? – Fernando pergunta ao olhar pelo retrovisor e entrar na rua em que a família mora.
– Agora não. – Luiza responde assim que o pai estaciona o veículo.
Fernando desliga o carro e eles descem, Luiza vai á frente e entra na sala enquanto o pai pega sua mala. A casa da família é de construção antiga, com grande espaço interno e um enorme quintal que Emília dividia com os outros dois cachorros da família: Duque, o vira-latas que Luiza encontrou quando voltava da escola há sete anos atrás, e Cocada, uma husky siberiano cega de um olho que a família resolveu adotar quando a cadela foi abandonada no pet shop. A decoração feita por Noêmia, a mãe de Luiza, dava um ar rústico e chique á casa, contando com móveis de madeira escura, muitos quadros, espelhos e plantas. Deu alguns passos sala adentro e sua mãe surgiu da cozinha.
– Filha! – Noêmia abriu os braços e sorriu. A mãe de Luiza era baixa, magra, tinha os cabelos lisos num corte chanel, castanho assim como os olhos. Possuia um ar natural de julgamento.
– Oi, mãe. – As duas se abraçaram e Noêmia franziu o cenho quando notou o tom avermelhado na pele da filha.
– Meu Deus, você não passou protetor solar, Luiza!? Isso faz um mal danado pra pele! Já quase morreu semana passada e ainda se torra no sol? Se continuar desse jeito vai envelhecer mais rápido… Quer isso?
– Mãe, não enche o saco! – A loira esbraveja – A Emília está morrendo, eu tive um final de semana horrível e as estou tratando das queimaduras? Não precisa se preocupar com envelhecimento, eu não dependo mais da minha beleza pra ganhar dinheiro!
– Não precisa ficar irritada, eu só quero o seu bem – A senhora dá de ombros ao impinar levemente o nariz.
– Cadê a Emília?
– Está no quintal.
Luiza corre até a parte externa da casa e encontra Fernando agachado ao lado de Emília, que dorme na grama. Ela volta a chorar e o senhor se levanta. Luiza corre e o abraça, chorando ainda mais. Fernando passa os dedos nos cabelos da filha, com os olhos marejados.
– Papa, eu não quero que ela morra! – A moça soluça e pede como uma criança, Fernando a aperta mais no abraço. Ver a filha chorando daquele jeito corta seu coração.
– É difícil pra todos nós, Lulu… Mas a Emília está sofrendo demais. Melhor nós chorarmos com sua partida do que vê-la mal desse jeito.
– Você tem razão… – Luiza se afasta e limpa as lágrimas, olhando para a cadela deitada na sombra. Ela se aproxima, ajoelhando-se ao lado de Emília. Luiza passa a mão na cabeça da companheira, que abre os olhos e abana o rabo. Fernando observa a cena com os olhos marejados. O choro constante de Luiza a impede de falar, apenas se senta e faz carinho nos pêlos negros da cadela. O pai volta pra dentro de casa, deixando as duas sozinhas. Luiza não consegue dizer nada, apenas chora e se deita no chão, ao lado de Emília. Segura na pata da cadela e dá um beijo no focinho que está levemente molhado, sentindo que a respiração de Emília está mais pesada que o normal. Ela fecha os olhos e permanece na mesma posição por mais de meia hora, quando se levanta e limpa a roupa e os olhos inchados. Caminha até a parte posterior da casa e vai cumprimentar Duque e Cocada, que fazem a maior festa com a moça. Enquanto Luiza brinca com eles esquece por alguns minutos da dor de estar perdendo Emília e de ter se decepcionado com Gustavo. Depois de matar a saudade dos cachorros, Luiza entra na cozinha e encontra seus pais sentados á mesa. Ela puxa uma cadeira e senta-se também, seus pais repararam na expressão vazia da filha. Noêmia e Fernando seguram as mãos de Luiza por cima da mesa.
– Nós fizemos tudo o que foi possível, infelizmente ela está muito debilitada e já tem uma certa idade… – Fernando explica com a voz um pouco embargada.
– Tenho certeza que fizeram! Só fico mal porque faço veterinária e nada posso fazer pra deixá-la um pouco mais com a gente. Talvez seja egoísmo demais da minha parte.
– É totalmente natural que se sinta assim… Mas quando essa dor passar, verá que foi o melhor e todos fomos muito felizes com ela – Noêmia sorri carinhosamente pra Luiza, que retribui. Os olhos castanhos da senhora se enchem de lágrimas e Luiza aperta a mão da mãe.
– A Doutora Suzana vai vir amanhã pra conversar com você sobre o processo – Fernando avisa e Luiza consente.
– Quer tomar café, filha? – Noêmia oferece.
– Não… Estou sem fome.
– Minha querida, precisa comer… Senão vai passar mal de novo. – O pai avisa carinhosamente. – Está melhor da dor?
– As dores já passaram, não precisa se preocupar, pai. Sou forte. – Luiza sorri e o senhor consente, ainda preocupado
– Schwester? – Luiza ouve uma voz familiar a chamar em alemão, se vira e vê seu irmão Victor parado na porta da cozinha. O rapaz tem apenas vinte anos e mesmo assim é mais alto que a irmã mais velha. Também tem o corpo esbelto, seus cabelos são loiros e um pouco compridos, ele usa alargadores pequenos e tem uma tatuagem multicolorida no braço esquerdo e parte do peito. Os olhos são azuis como os do pai e da irmã, seu queixo é bem definido e seus lábios são finos. Victor conseguiu nota suficiente para estudar em uma universidade federal e escolheu cursar Comunicação Social na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mudou-se para Porto Alegre há mais de um ano, onde divide um apartamento com Tiago – irmão mais novo de Gabi, e durante os recessos da faculdade retorna á casa dos pais.Luiza rapidamente se levanta e corre para abraçar o irmão, sendo retribuída imediatamente. Eles se abraçam forte, sempre foram muito ligados. Ambos voltam a chorar, com a morte de Emília se aproximando os corações da família estavam estilhaçados.
– Caralho, que saudade de você! – Luiza soluça ao passar a mão nos cabelos do rapaz.
– Como você tá? Tirando tudo isso… – Victor pergunta com o rosto vermelho e molhado de lágrimas.
– Minha vida tá uma bosta! – Ela tomba a cabeça no ombro do irmão, chorando mais ainda. Ele a abraça fortemente, seus pais se levantam e abraçam os filhos. Uma integrante da família estava partindo e levando um pouco deles com ela. Quando soltam-se do abraço Luiza se lembra que não avisou as meninas quando chegou em São Luiz do Paraitinga, caminha até seu antigo quarto, onde seu pai deixou seus pertences e pega seu celular. Manu havia lhe enviado um SMS perguntando se estava tudo bem e Luiza decidiu ligar para a prima. Após alguns toques Manu atende e Luiza descreve os acontecimentos até ali, deixando a prima tristonha com a situação de Emília. No meio da conversa Luiza pergunta discretamente sobre Gustavo, Manu então conta que o rapaz está mais quieto que o normal e com o olhar ainda vazio. Luiza suspira fundo e confessa á prima que está sentindo falta do rapaz. Manu sugere que, quando voltar da viagem, a moça dê uma chance para conversar com Gustavo. Mesmo ainda magoada e contrariada, Luiza consente. Elas conversam por mais alguns minutos, Gabi e Yasmin surgem na linha para falar com a amiga e, depois de conversar e chorar de novo ao descrever o olhar de Emília, elas desligam a ligação e Luiza vai até o banheiro para lavar o rosto.
[***]
Assim que se recompõe, Luiza desce as escadas e vai para quintal, encontrando o irmão sentado ao lado de Emília, fazendo carinho na cabeça do animal.
– Pode ficar tranqüilo que ela não vai sofrer. – Luiza o tranqüiliza ao sentar-se do lado do irmão e deslizar com delicadeza os dedos pelos pêlos da cadela.
– Sei lá… Pode soar estranho, mas prefiro que ela descanse do que continue sofrendo. – Victor suspira ao ver a expressão cansada de Emília.
– Não é estranho. Isso mostra que nós realmente gostamos dela e queremos o melhor… – Luiza compartilha a mesma idéia que o irmão, os dois acariciam a cachorra que dorme tranquilamente.
– Como foi em Ubatuba?
– Até domingo a noite foi uma delícia, depois ficou uma bosta.
– Eita! Por quê? – Victor arregala os olhos.
Luiza respira profundamente antes de contar tudo o que houve desde que Gustavo voltou do Japão. Obviamente ela conta apenas o seu lado da história, a imagem de Gustavo e Valéria se beijando não sai de sua cabeça, muito menos o aperto no peito. Victor ouve com atenção a história da irmã, levando em conta o quanto Luiza é dramática e que ela está com o orgulho ferido, por isso aumentaria o drama.
– Fui só mais uma, pra variar. – Lembrar de tudo aquilo fez os olhos dela encherem de lágrimas, ela olha pra cima por alguns segundos e consegue conter o choro.
– Cara… Não sei se o que me espanta mais é você ter se apaixonado pelo Gustavo ou por ele ter ficado com outra na sua frente. Sabe… É o Gustavo! Ele nunca traiu nem a Raíssa, como que ele fez isso de propósito?
– Pra você ver o quão falso e dissimulado ele é.
– Não é exagero seu? – Victor encara Luiza. Ela suspira, também considerava essa hipótese.
– Pode ser… Mas dói pra caralho! Me sinto usada, uma panaca que ficava pensando nele enquanto ouvia músicas de amor e ele só pensando em me comer.
– Pelo o que conheço do Gustavo, ele jamais faria isso.
– Vai defendê-lo também?
– Por tudo o que me contou, se ele estivesse errado não iria ficar correndo atrás. Homem nenhum fica correndo atrás de uma mulher que só grita, se não gosta de verdade e quer se acertar. E… – Victor continua assim que Luiza faz menção de retrucar tudo o que o irmão disse – O Gustavo te levou naquela pedra e se declarou pra você depois que vocês já tinham transado, é óbvio que não queria só isso.
– Então porque ele ficou com a outra?
– Pode ter realmente sido um mal entendido! Luiza, eu sou homem e sei quando um cara só quer sexo. Você disse que ele demorou pra chegar em você e falar sobre esse sentimento, certo? Isso é sinal de paixão. Ele estava inseguro porque tá apaixonado.
Luiza hesita num suspiro demorado. Será que todos ao seu redor estavam certos e fora apenas um mal entendido? Ela queria acreditar no irmão e nos amigos, mas aquele beijo a lembra de tudo o que sofreu com João.
– A Manu me aconselhou a conversar com ele quando voltar pra São Paulo… Vamos ver se conseguirei manter a calma.
– Tenta mudar o foco e depois conversa com ele, o Gustavo deve estar mal também.
– É… Quem sabe. – Naquele momento tudo o que Luiza menos queria era pensar em Gustavo e em tudo o que houve – Mas então, como estão as coisas em Porto Alegre?
– Tudo bem! Tô trabalhando durante o dia e a noite tem a faculdade, eu e o Tiago juntamos uma grana e vamos abrir um pub. Já alugamos o galpão e estamos reformando, só falta o nome. Até o final do ano ele será inaugurado! Aí só vamos trabalhar com isso. – Os olhos de Victor brilham ao contar a novidade.
– Caralho, isso é incrível! Eu tenho certeza que vai ser um sucesso! – Luiza sorri, orgulhosa do irmão.
– Quando estiver pronto eu aviso, aí você e o pessoal vão lá pra conhecer! – Victor estava muito ansioso e animado com o novo negócio.
– É claro que nós vamos!
– Crianças? – Mesmo com os filhos já na faculdade e cuidando das próprias vidas, Fernando ainda os via como pequenos.
– Sim, pai. – Luiza sorri, ela e Victor se viram para o senhor.
– Vamos jantar? A mãe fez macarrão em sua homenagem, Vitão. E torta de maçã pra Lulu! – O senhor ri e os dois consentem, sentiam falta da comida de Noêmia. Luiza e Victor se levantam ao mesmo tempo, Fernando apóia cada braço no ombro dos filhos e os três vão juntos até a sala de jantar, onde Noêmia os espera com a mesa posta e um sorriso acolhedor no rosto.
[***]
Anoiteceu tranquilamente tanto em São Luiz do Paraitinga quanto em Ubatuba. Luiza jantou em família e curtia a nostalgia na antiga, e Gustavo tentava não pensar tanto na moça durante o churrasco que Mateus e Felipe comandavam na casa de praia. – o que era completamente em vão. Tudo o que houve naquele final de semana passava na cabeça de ambos como um filme infinito, sem comerciais e sem terem idéia do que ia acontecer no esperado final. A vontade de fazer as pazes também os acompanhava, mas Luiza se sentia rejeitada e seu orgulho ainda falava mais alto. Mal sabia ela que Gustavo não desistiria tão fácil assim.
Já passava das nove da noite quando Luiza saiu do banho e foi ao seu antigo quarto, onde sua mãe deixara tudo arrumado para a filha passar a noite. Estava acabada, não tinha vontade de fazer nada. Antes de vestir a regata, passou o spray que Gustavo comprou na praia e chorou de saudade daquelas horas com ele. Desejava deixar de gostar tanto dele, de lembrar do beijo e do perfume dele e simplesmente sumir de si mesma. Desde o começo Gustavo a fazia se sentir diferente em relação a tudo e nesse momento ela tinha vontade de apertar o pescoço dele até vê-lo caído no chão, ao mesmo tempo que queria ligar e ouvir palavras de conforto daquela voz que lhe provoca arrepios. Mas, a sensação de fragilidade fez o orgulho de Luiza se transformar num muro e, mesmo que estivesse sufocando, não ligaria pra Gustavo de jeito nenhum.
Ela desce as escadas sem o menor ânimo e com os olhos ainda marejados. Victor e Fernando dormem nos sofás com a televisão ligada, como sempre fizeram. Luiza sorri, amava demais aqueles dois. Escuta um barulho na lavanderia e quando olha pela janela, vê Noêmia limpando algumas lágrimas com o dorso da mão. Luiza suspira e vai ao encontro da mãe, apoiando o braço no ombro da senhora e sendo retribuída com um abraço lateral. As duas observam Emília dormir no buraco abaixo de onde deveria ter uma churrasqueira, seu local favorito desde filhote.
– Ela não vai sofrer, mãe.
– Eu sei, Lulu… Mas vocês vão. E isso acaba comigo! – Noêmia desaba em um choro sofrido e Luiza a abraça, deslizando os dedos pelos cabelos da mãe.
– A morte e o sofrimento são naturais, mas um dia tudo se transforma em saudade boa e lembraremos só das alegrias que tivemos com ela. Dói, dói pra caralho vê-la indo embora, mas a vida é assim. Vivemos dezessete anos com a Emília e fomos muito felizes, agora é hora da nossa guerreira descansar! – Luiza também não segura as lágrimas, mesmo dando o apoio necessário à Noêmia naquele momento.
– Ai Luiza, você já é uma mulher! – Noêmia afrouxa o abraço e limpa as lágrimas, impressionada com as palavras da filha.
– É, não sou mais aquela criança espevitada que vivia correndo e com os joelhos ralados. Continuo agitada, como uma boa ariana com ascendente em aquário! – Luiza sorri ao citar o que sua mãe, uma amante da astrologia, sempre lhe dizia. Noêmia afasta uma mecha do cabelo da filha para trás da orelha, também sorrindo.
– Mesmo sendo por um motivo triste, é muito bom ter você e o Victor aqui em casa.
– Pois é… E é disso que precisamos neste momento, de nós quatro juntos.
– Eu te amo, filha! – Noêmia a abraça forte e Luiza retribui. Sua mãe nunca fora muito carinhosa e, bem no fundo, Luiza sentia falta disso.
– Também te amo, dona Noêmia! – A loira apertou a senhora num abraço carinhoso e as duas choraram baixo por mais alguns minutos, antes de voltarem pra casa e irem se deitar.
[***]
Na casa de praia, os amigos organizam a bagunça pós churrasco, num clima triste por Luiza não estar com eles e pelo sofrimento silencioso de Gustavo. Manu e Gabi separam o lixo em grandes sacos pretos enquanto Gustavo ajuda Felipe e Alex a empilhar as cadeiras de plástico, em seguida eles guardam as mesmas no quartinho ao fundo da casa. Alex e Felipe vão para a sala e Gustavo se aproxima das amigas.
– A Luiza mandou mais alguma notícia?
– Não, Gus… Só aquela ligação mais cedo. – Gabi suspira, também estava preocupada.
– Manda uma mensagem pra ela, Gus… Quem sabe é isso que falta? – Manu sorri e Gabi concorda.
– Do jeito que ela está brava comigo capaz de me dar um soco via bluetooth! – Gustavo arca brevemente as sobrancelhas e faz as meninas rirem – Foda que eu gosto pra caralho dela.
– Ela também gosta de você! Mas estão acontecendo muitas coisas ao mesmo tempo na vida dela… Espera essa maré ruim passar, chama ela pra conversar a sós e, eu tenho certeza, vocês vão se acertar e ficarão juntos pra sempre! – Manu sorri abertamente e Gustavo retribui o sorriso, tentaria pensar de uma forma mais positiva.
– O que me resta agora é esperar… Bom, vou lá dentro ver se falta arrumar alguma coisa. Valeu pela força! – Ele se despede e as amigas consentem, acompanhando Gustavo com os olhares atentos.
– Eu nunca vi o Gustavo assim… Ele está completamente apaixonado! – Gabi confessa assim que o rapaz entra na casa.
– Sinceramente, eu torço para que a Luiza baixe a guarda e o escute, porque se ela cismar… Já era! – Manu suspira fortemente e a amiga consente.
– E vai ser foda pro Gustavo. – Gabi conclui enquanto fita o chão por alguns segundos. Manu concorda e elas seguem separando o lixo.
Quando voltou para a casa, tudo estava arrumado e Gustavo sentou-se no sofá, com André e Mateus, para verem um pouco de TV antes de irem dormir. Apesar de estar com os olhos voltados para a tela, não fazia ideia do que estava passando já que só consegue pensar em Luiza triste pela perda de Emília. O gosto do beijo dela ainda estava em sua boca e o perfume impregnado em sua corpo. O sono começa a chegar e ele tomba a cabeça para trás, fechando os olhos e refletindo em quanto queria fazer as pazes com a loira. Não era, nem de longe, um cara que saía com muitas mulheres, e com Luiza teve a certeza de que era ela que queria pra sempre. Os melhores beijos e a melhor transa da sua vida foram com ela e Gustavo queria mais, sentia uma vontade enorme de ligar e ouvir sua voz mais uma vez. Porém Luiza ainda estava irredutível e deixara bem claro que não o queria perto, só restou a Gustavo respirar fundo e decidir ir deitar. Levantou, desejou boa noite para os amigos e foi para o quarto onde dormiu com Luiza. Trocou de roupa e deitou-se, o celular ao seu lado. Apoiou o braço na testa e fechou os olhos, se esforçando ao máximo para mudar o foco do pensamento e conseguir dormir.
Enquanto Gustavo se segura para não ligar pra ela e tenta pegar no sono, Luiza decide se despedir individualmente de Emília. Com a ajuda do irmão, carregou Emília no colo até seu quarto. Empurrou a porta de madeira com delicadeza, vendo-a fechar em seguida, sentou-se na cama de solteiro e aconchegou Emília em seu colo. A cadela deita a cabeça no peito da dona e Luiza segura a pata de Emília com carinho. A loira beija o topo da cabeça de Emília, suspirando em seguida.
– A vida é difícil, Emília. A gente sabe que um dia, todo ser vivo cumpre seu papel na Terra e vai viver do outro lado, mas… – Luiza não freia as lágrimas, que escorrem pelo seu rosto e respingam sobre Emília – É tão difícil.
Todas as lembranças ao lado da cadela passam pela cabeça de Luiza como um filme e ela se dá conta que viveu mais anos com Emília do que sozinha. Sente o peito doer, como se um pedaço seu estivesse sendo arrancado aos poucos. Mesmo sendo um animal irracional, a rottweiler é mais fiel e companheira do que muito ser pensante que Luiza conhecia.
– Não vou ser egoísta e dizer o quanto eu estou sofrendo com a sua partida, meu amor… – Luiza mal consegue falar, então respira fundo e enxuga as lágrimas – Só tenho que agradecer por tudo o que me ensinou e dizer que o que eu tive com você, nunca terei com nenhum outro cachorro. Você foi minha amiga, minha companheira, meu porto seguro quando meu mundinho estava desabando. Eu te amo, eu te amo com todas as minhas forças! Mas eu não quero te ver sofrendo.
A cadela levanta a cabeça com dificuldade e fita Luiza, que soluça e chora como se fosse secar toda a água de seu corpo. Despedidas sempre foram difíceis para ela, e aquela – de longe – era a mais difícil. Emília abana o rabo e Luiza a abraça.
– Não se esforce, minha querida… Fica quietinha aqui no colo da mamãe. – Emília obedece, aconchegando-se novamente no colo da dona. Luiza puxa o lençol estampado com bolas coloridas e cobre as duas, repousando nos travesseiros em suas costas. A loira envolve os braços em Emília como uma mãe segura um bebê indefeso, então recupera o fôlego e continua a conversa – Você sabe que eu não sou boa com palavras, né? Por isso fico chorando feito uma idiota… – Luiza ri sozinha, o nó em sua garganta parece nunca cessar – Eu quero que você vá em paz, bebêzão. Não precisa ter medo, quando chegar lá no céu dos animais você será recebida por um monte de bichinhos e anjos que vão cuidar de você. Lembra do Bibo, o cachorro da Manu? Então, ele estará lá te esperando para brincar, como vocês faziam antigamente. A Chica e o gatinho da Yas também, até o Akira! E toda essa dor e cansaço que você sente, vai passar. Não se preocupe comigo e nem com o Victor, nós vamos ficar bem. Vamos cuidar da mãe e do pai. Esses dezessete anos juntas foram os melhores anos da minha vida. E se eu pudesse, viveria tudo de novo! Mas você é uma guerreira, precisa descansar desse mundo tão injusto e nojento. Eu não vou te esquecer, mesmo cuidando de outros animais, você será sempre a única! Você me ensinou a amar e a respeitar os animais, a dar valor pra momentos únicos e de grande valor, e me inspirou a ser veterinária. Um dia, Emília, a gente vai se encontrar, eu sei disso. Quando minha hora chegar eu vou te encontrar do outro lado da vida e quando a gente se ver de novo, vamos comemorar e brincar muito como nos velhos tempos!
Luiza tomba a cabeça para trás, seu rosto já está inchado e sua cabeça dói. Queria voltar no tempo, aproveitar cada segundo dos anos que passou com Emília e talvez nunca ir para a Capital, afinal sentia-se muito bem naquele lugar, com seus pais e seu irmão. Só tinha lembranças boas e uma sensação de nostalgia tomou conta dela. Puxou forte a respiração e inalou o cheiro da noite, que entrava pela janela do quarto. Fechou os olhos e lembrou de quando seu pai chegou em casa com um filhote gordo e desajeitado, um enorme laço rosa estava amarrado em seu pescoço. Luiza era muito fã das histórias de Monteiro Lobato e homenageou sua personagem favorita nomeando a filhote como Emília. Victor, na época com três anos, logo se juntou as duas na brincadeira de correr no quintal. Dizem que os animais escolhem um humano de estimação e ‘pegam’ sua personalidade, todos sempre acharam que Emília era a Luiza de quatro patas. Era brava e arisca com desconhecidos, não gostava muito de carinhos exagerados e nem futilidades, mas quando se tratava de sua família, a defendia com unhas e dentes. E sempre estava lá, mesmo nos banhos matinais de sol embaixo da árvore no quintal. Luiza sorri, certa de que Emília teve uma vida divertida com a família Kolleger. Riu baixo ao se lembrar do dia que Emília capturou um rato e levou o ”troféu” para Noêmia, colocando o bicho morto no chão da cozinha. A mãe quase desmaiou e Fernando jogou o rato bem longe das duas. Sentiu orgulho ao lembrar de quando Emília pulou o muro da casa e salvou o pequeno Victor do ataque de um fortão idiota. Emília era exepcional. Numa tarde, Noêmia cozinhava batatas numa panela quando a trava de segurança travou. Emília, num impulso, entrou em casa e não deixava ninguém entrar na cozinha, latindo e mostrando os dentes enormes. Luiza e Victor chegaram da escola e viram a cena, preocupados. Em poucos minutos a trava se soltou e Noêmia percebeu que a cadela a protegeu de tentar ver o que houve e causar uma explosão. Foram momentos que provaram que Emília era única, jamais teriam outra daquele jeito. Diferente de qualquer outra cadela que Luiza já havia conhecido, parecia saber quando qualquer um da família não estava bem e permanecia devotadamente acompanhando o ente querido. Eram essas as lembranças que queria guardar de sua fiel companheira.
– Foram os melhores dezessete anos da minha vida, Emília. Obrigada por ter me ensinado tanto! Você foi extremamente importante pra mim e pra todos da família Kolleger. Pode ter certeza que terá um lugar no coração de cada um que conviveu com você. Nós te amamos com toda a força e vou cuidar deles, assim como você fez enquanto estive longe. Eu amo você e, não se esqueça, um dia a gente vai se encontrar!
Emília olha para a dona, seus olhos castanhos estão cansados e tem um ar de compreensão, amor e agradecimento. Luiza sorri e beija o focinho da cadela, que retribui com uma lambida em sua bochecha. Emília deita novamente a cabeça no peito da dona e fecha os olhos. Luiza apóia sua cabeça lateralmente na cadela e ambas adormecem, juntas.
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RETRATO DE FAMÍLIA
Defende que Maria era mulher de verdade uma santa
Mas bate na mulher que quando tu chega em casa serve tua janta
E não vem com esse papinho de que ela era louca
Grávida do 3 filho, lavava limpava e ainda tinha que trabalhar
Enquanto você escolhia o emprego a dedo pensando na sua carreira
Ela lidava com a fralda suja, louça, roupa e mamadeira
Mas no final de semana você tava muito cansado
Tinha que desestressar ir passear, pescar ou dar um rolê com os compadre de carro em casa é que eu não vou ficar
A mulher ficava em casa, quando ele voltava tudo tinha que estar no lugar, não vamos brigar
Achando que a situação finalmente melhorou
Chega ele bêbado, fedendo a cachaça lhe chamando de amor
Querendo o que é seu por direto, diz ele
Ela sem entender se rende ao que sempre lhe disse respeito, segundo ele mesmo
Queria liberdade saiu cedo da casa dos pais
Encontrou um carinha, que disse promessas parecia bom rapaz
Vivia trabalhando mas quando casaram, não trabalhava mais
Buscando independência acabando com a decência do que seria um lar
Segue ele desolado, sem entender aonde tava errado
Quer tentar uma vez mais tentar, pela família ele tenta mediar
Cansada de tanta mentira disse a mulher com ira
Posso até ficar sozinha, mas tenho minha família pra me sustentar
Ser dominada nunca mais
Foi conquistar seu mundo, tendo apenas alguns segundos pra lembrar do que era descansar
Pagou escola, pro filho jogar bola e a menina natação
Nunca tive isso, mas meus filhos vão!
Na casa tinha comida, no trabalho dividia marmita com duas outras mães
Quando chegava enfim realizada em ver os filhos bem
Não parava, continuava, fazia a janta, gritava e pedia ajuda, mas agradecia, amém
O pai já ausente, se dizendo não ser presente continua a negar
Qualquer ajuda ou auxílio e respira com alívio o rancho que vai comprar
Conheceu mais uma moça, que considerou pra si boa, com ela ele não precisava mudar
Teria agora sua segunda chance de ter um relance do que era criar um lar, mais uma benção
No ventre da nova moça uma vida a pulsar, uma menina que alegria!
Alegre e em prantos a filha mais velha criada pela mãe começa a se perguntar
Será que agora ele vai mudar?
Anos se passam
As histórias se entrelaçam e começam a se complicar
O filho bom moço, segue com esforço a se dedicar
Minha família sempre vai vir em primeiro lugar
Dez anos criado pelo pai e o resto em todo e qualquer outro lugar
Tem orgulho da mãe guerreira entende do pai as besteiras mas começa a se questionar
Será que agora minha irmã vai lhe perdoar?
Já crescida, ferrada na vida no silêncio se calou, sem flash, sem fã, esqueceu mãe, irmão, pai, e todo o resto do clã
Se afundou nas drogas e do fundo do poço fez uma promessa a cantarolar
Cês vão saber quando eu voltar
E voltou
Vendo a dor causada foi pedir perdão pra toda a família, estavam todos lá
Encontrou a diferença de quem ela tinha crença que nunca ia lhe abandonar
O pai lhe negou pouso não tirou 1 real do bolso e fez questão de constatar
Nunca mais precise de mim ou venha me pedir ajuda que eu não vou te dar.
A mãe dos filhos sente na pele o que é ver sua filha chorar de se debruçar
Porque ele não consegue me amar?
Porque ele não pode me aceitar?
E se passam meses anos
A pequena família ainda mais unida
Mãe e filha continuam a se questionar
Quanto tempo mais vamos ter que aguentar?
Quanto tempo mais vamos ter que lutar?
Se vendo presas em seus medos com todos seus receios
Só lhes resta se apoiar
E em meio a toda essa nossa sina
Se você quer saber onde tá o pai
o pai, deve tá por aí, sei lá
Autor: Branca Snow
@snow.branca.oficial ( Instagram)
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Resumo Porto dos Milagres: capítulos da novela de 3 a 16/06/2019
capítulo 95, segunda, 3 de junho
Guma deve saber que o dinheiro que Lívia emprestou era de Félix – esse é o desejo de Alexandre, que o pai promete realizar. Epifânia tem uma conversa amorosa, quase uma despedida com as filhas. Rodrigo e Dulce fotografam a saída de corantes da fábrica de Félix direto no riacho, e ela se prontifica a encaminhar a denúncia.
Amapola tenta convencer Adma a revelar que são irmãs, mas ela não aceita. Rosa fiscaliza os últimos detalhes para a festa da noite. Félix demonstra para a mulher toda a raiva que sente contra Epifânia. Deodato não quer deixar a esposa sozinha, mas ela insiste que ele vá à festa. Lívia ajeita a roupa que deu de presente para Guma. Genésia, Amapola e Augusta se disfarçam de homem para não perder a inauguração. As três se cruzam na rua e nem se reconhecem. Epifânia abre a porta e é Adma que chega para visitá-la.
capítulo 96, terça, 4 de junho
Epifânia tenta que ela vá embora, sem sucesso. Vênus e Serena são assediadas pelos “machos” Augusta, Genésia e Amapola e fogem assustadas. Adma finge que veio pedir uma trégua para Epifânia e se oferece para fazer um cafezinho. Coloca veneno em uma das xícaras e serve a dona da casa, que demora, mas acaba tomando tudo. Ezequiel convida Leontina para um passeio. Os homens chegam no Centro de Lazer.
Mulheres deslumbrantes, com Haidê e Selminha à frente, começam a circular pelo salão. Rufino fica com ódio ao ver a irmã. Otacílio reconhece o traseiro de Amapola e acaba com o seu disfarce. Ela é expulsa do local e o marido leva-a embora, a pedido de Félix. Oswaldo segue Leontina. Augusta fica boquiaberta ao ver Selminha e Rodolfo dançando. Rosa Palmeirão surge no alto da escada e Félix cruza o olhar com ela. Em sua casa, Adma dá de cara com Epifânia, que a acusa de assassina.
capítulo 97, quarta, 5 de junho
Epifânia enumera todos os crimes de Adma, que começa a xingá-la. Ondina pergunta porque a patroa está falando sozinha. Aos gritos, Adma conclui que era um fantasma, para espanto da empregada. Rosa termina o seu discurso sob aplausos. Oswaldo com ciúmes vê Leontina e Ezequiel bebendo juntos. Esmeralda garante à Lívia que é virgem e está se guardando para Guma. Luiza se chateia quando Fred avança nos carinhos.
Otacílio volta para festa, quase tem um ataque ao ver quem é dona do negócio e vai embora de novo. Rosa percebe que Augusta não tira o olho de Selminha e manda Haidê distrair o “cavalheiro”. Augusta finge ser um “barão do cacau”. Leontina e Ezequiel se envolvem em um clima sensual e Oswaldo vai ficando cada vez mais furioso. Alexandre chega na festa. Félix vai ao quarto de Rosa.
capítulo 98, quinta, 6 de junho
Os dois brindam com champanhe. Adma acorda com um mau pressentimento. Otacílio não sabe como contar sobre Rosa para Amapola e finge dormir. Oswaldo interrompe o beijo entre Ezequiel e Leontina. Rodolfo beija Selminha, que fica logo romântica, embora ele corte a fantasia dela. Augusta, bêbada, faz um escândalo e é desmascarada por Genésia, que também perde a barba e o boné na confusão.
Augusta vai embora prometendo fechar o antro de perdição. Rosa lembra-se de Laura. Oswaldo e Leontina se beijam e se amam. Na frente de todos, Félix humilha Guma e conta que foi o seu dinheiro que o salvou. Guma fica estarrecido ao saber que Lívia mentiu para ele. Rosa impede que os dois briguem. Deodato percebe que Epifânia está morta e fica dilacerado pela dor. Félix entra em casa, mas dá meia volta e vai atrás de Rosa. Os dois se beijam.
capítulo 99, sexta, 7 de junho
Rosa ameaça pegar o punhal, mas Félix acaba domando-a e confessando o seu imenso desejo. Ela manda-o embora. Guma, de cara amarrada, espera Lívia acordar. Augusta estranha que Oswaldo não tenha dormido em casa. Leontina acorda, não se lembra de nada e vai embora correndo. Judite chega na casa encontrando todos muito tristes e oferece a sua ajuda para Deodato.
Adma fica alerta ao saber que Rosa está de volta à cidade. Rodolfo está sem dinheiro e Selminha não quer receber mesmo. Lívia tenta se desculpar, mas Guma continua furioso e acaba o namoro. Esmeralda ouve tudo, deliciada e vai ao quarto de Lívia só para tripudiar. Venâncio fica sabendo que Rosa voltou e acha que ele é a melhor pessoa para contar para a patroa. Lívia cobra uma explicação de Félix.
capítulo 100, sábado, 8 de junho
Félix e Lívia têm uma discussão. Ele argumenta que Guma é orgulhoso como ele, senão teria aceitado a ajuda tanto dele quanto dela. Lívia pede demissão, Félix insulta-a e Alexandre toma o partido da ex-namorada. Pai e filho trocam palavras duras, mas Lívia interfere para que os dois parem de brigar. Quando vai embora, os dois comemoram o sucesso do plano. Venâncio se prepara para contar tudo, mas sempre é interrompido.
Rosa decide ir com as meninas ao velório. Deodato pede que Epifânia jamais o abandone. Eriberto estranha ao ver Judite na casa do irmão. Genésia avisa que vai assumir a casa. Leontina pensa em ir embora. Alexandre manda Esmeralda vigiar Guma, para que ele e Lívia não se reaproximem. Rita fica atarantada ao saber que Selminha está de volta. Adma insiste em saber se Félix está escondendo alguma coisa dela.
capítulo 101, segunda, 10 de junho
Félix deixa claro para Adma que não vai ficar contra o estabelecimento de Rosa. Babau promete à Rosa que vai procurar Ondina para ver se ela sabe alguma coisa sobre o filho de Bartolomeu. Ricardina e Augusta se encontram na igreja e está formado o embate. Félix chega para encerrar a confusão.
Judite admira as camisolas de Epifânia, agradece e se despede da patroa. Eriberto surpreende-a no quarto e ameaça-a, mas o braço da defunta derruba um vaso, assustando-o. Selminha conversa com Rita, meio irritada. Genésia não deixa Socorrinho ir para a igreja com o vestido que escolheu, e ela obedece. Leontina não quer conversar com Oswaldo e faz ciúmes para ele com Ezequiel, que bate na porta. Dulce colhe assinaturas para a ação popular. Amapola dá de cara com Rosa no velório.
capítulo 102, terça, 11 de junho
Rosa enfrenta-a. Amapola proíbe Otacílio de tocar nela, se tranca na suíte, espalha penas de ganso por todo o quarto e desmaia. Leontina namora Ezequiel sob os olhares raivosos de Oswaldo, que segue a cunhada até a cozinha e lhe dá um enorme beijo. Leontina manda Ezequiel embora.
Félix manda a esposa se despedir da defunta. Adma desmaia quando seus olhos cruzam com os de Epifânia e eles se abrem. Venâncio chora junto com a patroa. Guma interrompe Félix, quando ele vai iniciar o discurso de despedida para Epifânia. O prefeito concede a palavra ao pescador. Ezequiel se decepciona ao saber que Leontina é pobre. Genésia anuncia que será a nova dona da casa, da loja e da vida de todos da família. Alexandre vai visitar Lívia. Guma emudece ao ver os dois.
capítulo 103, quarta, 12 de junho
Esmeralda coloca lenha na fogueira. Ezequiel manda Esmeralda parar de pegar no pé de Guma. Deodato deixa Genésia tomar conta da situação. Amapola perdoa Venâncio mas, para Otacílio, dá várias penalidades. Socorrinho e Alfeu reagem, mas acabam acatando a decisão familiar.
Genésia manda que eles contem todos os parafusos e porcas da loja. Rodolfo pede que a mãe nada faça, mas Augusta está decidida a declarar guerra ao Centro Noturno de Lazer. Félix coloca Augusta para fora do seu escritório. Rosa aconselha Selma a lutar por Rodolfo. Rita vai atrás de Selma mais uma vez. Alexandre aconselha Lívia a procurar Guma para uma conversa. Depois, manda Eriberto espicaçar o pescador e cobrar a dívida na frente de todos.
capítulo 104, quinta, 13 de junho
Félix vibra com a estratégia do filho. Selma se chateia com Rita, que insiste que ela largue a vida e manda que ela desapareça. Eriberto provoca Guma, que parte para a briga. Babau e Rufino apartam. Esmeralda cobra de Alexandre e ele explica o seu plano. Ricardina ampara Rita, que não abre o seu coração. Rodolfo procura Selma e confessa não conseguir tirá-la de seus pensamentos.
Ela se chateia, porém, quando percebe que ele só quer ir para a cama e garante que para isso ele precisará de muito dinheiro. Augusta estranha quando Oswaldo chega com carne em casa para o jantar. Francisco observa a mulher rezando e tenta entender o que a preocupa tanto. Socorrinho e Alfeu, revoltados, contam parafusos. Leontina ameaça ir embora se Oswaldo insistir em falar de amor. Lívia procura Guma e ele a trata mal.
capítulo 105, sexta, 15 de junho
Guma manda que ela vá embora. Esmeralda tenta chegar perto, mas ele a humilha também. Leontina faz charme para Ezequiel, mas ele não dá bola. Augusta conclama todas as senhoras portomilagrenses e funda o MCM – Movimento das Com Moral – para invadir o bordel de Rosa. Amapola resolve se unir ao grupo e leva um estandarte com um sutiã vermelho. Rosa concorda com a mesa de carteado proposto por Rodolfo. Rita mente para Francisco que a razão de sua agonia é o jantar para os pais de Fred. Guma chora olhando a lua.
Venâncio acompanha a patroa na marcha. Adma está cismada porque Babau será o prefeito na ausência de Félix. Otacílio procura Rosa para que ela o defenda, e entra no quarto dela. Ela manda que ele vá embora, mas precisa descer para atender Félix, que chega para avisá-la do MCM. Otacílio tenta sair pela janela, mas é visto por Amapola. Adma vai atrás de Félix. Augusta invade o Centro de Lazer.
capítulo 106, sábado, 16 de junho
Augusta enfrenta Rosa e Félix. Amapola e Venâncio sobem até a porta do quarto. Otacílio se esconde no armário. Rosa intercepta a entrada de Amapola. Rodolfo salva a situação, fingindo ser o homem que foi visto na janela. Sem se dar por vencida, Amapola abre o armário e fica cega. Oswaldo tenta evitar a violência, mas Rosa pensa em usar as armas para afugentar as beatas que montaram acampamento.
Félix se grila ao ver Adma, que sugere que o marido vá embora. Otacílio finge desespero ao ver Amapola cega e garante não ter saído de casa. Adma fica em choque ao saber da cegueira de Amapola e sai correndo para a casa dela. Alexandre e Lívia saem para procurar Leontina, que está nos braços de Severino. Uma mão misteriosa faz massagem em Deodato e tira do armário uma camisola de Epifânia. Rosa avisa Augusta que, quando a primeira luz do sol entrar, vai botar para quebrar.
*Os resumos da novela Porto dos Milagres são disponibilizados pelo Canal Viva, podendo haver alterações de acordo com a edição da novela.
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De novo sendo a menina do irmão da minha amiga,2
Depois de ter dado para o irmão da minha amiga, ficamos sem oportunidade de transarmos de novo. Ele as vezes me mandava fotos do seu pau, me mandava foto de punhetas, dizendo que estava pensando em mim, eu retribuía e me vestia de menina, e mandava fotos pra ele. Até que, alguns meses depois, minha amiga foi viajar mais sua mãe, para São Paulo. O irmão dela ficou em casa mais seu pai, e o pai dele, basicamente trabalhava o dia inteiro, voltava apenas as 8 horas da noite, de modo que, naquela semana ele passou ela inteiramente sozinho. Ele mandou uma mensagem pra mim, numa tarde que ele estava sozinho.
-Oi Laurinha, eu tô em casa sozinho hoje, vamos fazer algo bem gostoso? Venha aqui agora, a porta da frente está só encostada, e vá direto ao quarto da minha irmã, e se vista com algo que você goste. Eu estarei lhe esperando.
Como a minha casa e a dele eram relativamente perto, sai de casa e corri para a casa dele, eu tava louco de tesão, e doido pra ser fodida que nem da última vez. Eu cheguei lá e entrei na casa dele. Não tinha ninguém, então, como combinado, fui direto para o quarto da irmã dele. Lá, já tratei de ir tirando minhas roupas, e ir escolhendo uma para eu vestir. Procurei até que encontrei, um sutiã rosinha claro, vesti e ajustei ele pra empinar bem meus peitinhos e fazer parecer pequenos seinhos. Peguei uma calcinha par do sutiã, de rendinhas, que ficava bem apertadinha, e demarcava um risquinho como se fosse uma bucetinha, pus uma blusinha branca, de alcinha, toda cheia de babadinhos na parte da frente. E pus uma saia de cetim preta. Ela era bem armada, dava um volume legal para minha bunda. Para um menino que gostava de se vestir de menina, aquela roupa estava perfeita, pus ainda nos pés uma bota preta, de couro, cano médio, e sem salto. De cabelo solto, eu parecia uma menininha, prontinha pra dar e pra ser fodida. Me deitei na cama da irmã dele, deixei os pés na cama, de modo que os joelhos ficassem para cima, e as coxas juntas. Eu tirei a calcinha e deixei na metade da coxa, tirei uma foto nessa posição e mandei pra ele, seguida da mensagem:
-Vem cá amor, já tô pronta, olha o que tá te esperando.
Ele visualizou e não respondeu. De repente ele entra porta a dentro completamente nu, de pau duro.
-Oi amor. –Eu falo me levantando e indo dar um beijo nele. –Que saudades que eu tava de você. Seu amiguinho já tá grande né. –Eu completo, dando uma pegada no pau dele.
-Oi Laurinha, eu também tava com saudades. Como tua bundinha tá gostosa nessa saia. Não queria lhe dizer nada, mas eu sinto um tesão quando vejo minha irmã vestida com essa saia e ficava imaginando como ela ficaria em você.
Eu já nem respondi, estava concentrado em bater uma pra ele. Ele me segurou pela cabeça e me forçou para baixo, fazendo eu me abaixar. Eu me ajoelhei, olhei bem nos olhos dele. Ele me segurou pelo cabelo e eu abocanhei, pus tudo na boca olhando pra ele, e comecei a chupar. Eu subia e descia, passando a língua na cabecinha e na glande, envolvia minha língua no pau dele. Tirava o pau da boca, passava a língua e chupava a cabecinha, enquanto punhetava o resto do pau, depois descia ia até as bolas, chupava e lambia elas, depois subia novamente, abocanhava tudo e engolia até me engasgar, eu subia e descia, subia e descia... Sempre passando o lábio no pau, ele dava pequenos gemidos e me segurava pelo cabelo.
-Aí Laurinha, que delícia, que saudade que eu tava dessa boquinha de veludo explorando meu pau. Olha pra mim, olha, deixa eu ver seu rostinho de menina enquanto tu chupa meu pau.
Ele fodia minha boca, olhava pra mim e dava uns gemidos. Provavelmente a visão de uma menina com seu pau na boca o deixava muito excitado. Fiquei uns 5 minutos chupando ele, até que ele pediu.
-Aí Laurinha, que delícia, para senão eu vou gozar, aí delícia para, eu quero te comer ainda.
Eu obedeci e parei, ele passou o pau na minha bochecha, mostrando minha submissão a ele.
-Fica de quatro vai, eu tô louco pra meter nessa bucetinha.
Eu obedeci, fiquei de quatro na cama da minha amiga. O mais gostoso de tudo aquilo é que eu estava sendo fodida num quarto de uma menina, como se fosse eu estivesse no meu próprio quarto, e um Macho Tivesse vindo na minha casa e me comido no meu quarto. Ele chegou por trás, levantou minha saia, e baixou minha calcinha. Começou roçando aquele pauzão na minha bundinha nas popinhas, até que ele vestiu uma camisinha, e começou a enfiar. Ele ia metendo devagar, mas de forma muito gostosa, ele ia acariciando minha bundinha, passando a mão nos meus cabelos, e sussurrando no meu ouvidinho, sendo bem carinhoso para agradar sua putinha.
-Olha que gostoso, putinha. –Ele falava baixinho no meu ouvido. –Olha que delícia meu pau entrando em ti.
Eu senti as bolas batendo, ele tinha enfiado tudo dentro do meu cuzinho, ele me segurou pela cintura e começou a bombar, eu não resistindo comecei a rebolar na rola dele.
-Aí Laurinha que delícia que é comer teu cuzinho, tu tava louquinha por uma rola né? Já tá rebolando, ai que delícia, rebola mais vai.
-Ain delícia, eu tava louquinha pra sentir essa rola de novo, mete vai, eu quero dançar no seu pau.
Ele já estava num ritmo bem mais rápido, pois eu já estava acostumada com a rola dele, eu gemia e rebolava na pica dele, estávamos muito mais sincronizados que dá primeira transa. Eu me sentia uma menina completa: Estava vestida de menina, gemendo na rola de um macho. Estava adorando. Já estávamos transando a uns 10 minutos, eu me descontrolava por causa do tesão, me via no espelho dando pra ele, submissa e levando pau, como aquela visão era boa, eu pedia pra ele me bater e me xingar bem alto.
-Ain fode, fode, fode caralho, fode, mete na minha bucetinha vai, mete vai, ain mete e me bate, fode sua putinha vai, eu quero pica, vai fode e me bate, ain gostoso, aí que pica gostosa, aí que rola deliciosa, fode vai, me bate caralho, me chama de puta, me fode como a vadia que eu sou.
Ele batia muito, dando tapas, e puxões no meu cabelo, mostrando a vadia que eu era, ele via que eu gostava, eu pedia mais, e ele dava, eu falava com aquela vozinha fina de menina, e me fazia parecer muito mais putinha do que eu já estava.
-Quer pica vadia? Então toma pica aí, toma. É uma putinha mesmo, gosta de apanhar e de levar rola, safada.
Nós transamos por mais uns 15 minutos, ele segurou meus braços juntos para trás, de modo que eu fiquei com a cara atolada no travesseiro, e sem reação, só podia gemer. Ele bombava com muito mais força, me dava tapas e puxava meu cabelo. Meu pau estava duro na saia, no vai e vem daquela foda ele ficava roçando no tecido da saia, eu já muito excitado gozei sem me tocar nem nada, gozei tudo na saia, ele continuou me comendo.
-Gozou foi putinha? Quem quer gozar agora sou eu safada. Vem cá, quero gozar na sua boquinha.
Ele tirou o pau da minha bundinha, tirou a camisinha e mandou eu me ajoelhar. Eu como boa menina obedeci, adorava ser submissa. Ele bateu com a rola dura na minha cara, e eu pus aquela rola na boca e comecei a chupar olhando pra ele. De repente ele me dá um tapa no rosto.
-Aí putinha, cuidado com esses dentes.
Ele logo em seguida me fez um carinho, apertando minhas bochechas, como quem pede desculpa pelo tapa que deu. Ele ficou me segurando pelo cabelo, enquanto gemia.
-Aí Laurinha... Que delícia... Eu vou gozar, caralho vou gozar, vou gozar Laurinha, vou encher sua boquinha de porra.
E ele gozou, o primeiro jato foi bem na garganta, fazendo eu me afogar e tirar o pau da boca. Os outros jatos vieram no meu rostinho, foram uns 7 jatos ao total. Terminei e estava muito satisfeita, meu rostinho todo gozado, a porra na minha boca, e escorrendo para meus peitinhos. Ele ficou esfregando o pau nas minhas bochechas, me lambuzando. Fomos nos limpar. Fiquei com a mesma roupa, e ele ficou nu, ambos ficamos limpinhos, eu amarrei um rabo de cavalo e fomos pro quarto dele, se deitamos juntinhos. Fiquei passando a mão no peitoral dele, acariciando o pau, até que ele cresceu em minha mão.
-Chupa um pouco, vai Laurinha.
Eu já não resistindo, me ajoelhei e abocanhei aquele pau. Chupava olhando nos olhos dele. Lambia bem a cabecinha daquele pau, que agora estava limpinho, mas o gosto e o cheiro de macho ainda continuavam ali. Eu sentia o pau crescendo na minha boca, era de todas as sensações a mais gostosa.
-Aí chupa Laurinha, chupa, chupa o pau do teu macho, engole ele vai safada.
Eu abocanhava aquele pau lindo, era tão excitante sentir dentro da boca aquele membro quentinho e pulsante, sentir aquele gostinho salgado de pau de macho invadindo a boca. Eu olhava bem no olho dele, descia, chupava as bolas, subia novamente, engolia ele inteiro, passava a linguinha na cabecinha, subia e descia, subia e descia... Ele me segurou pelo meu loiro rabo de cavalo, e fazia movimentos como se fodesse minha boquinha.
-Aí Laurinha, acabou de levar pau, e já tá chupando ele de novo. Tu é uma putinha mesmo né? Grudou nele e agora não quer mais largar.
Eu continuei chupando ele, por uns 10 ou 15 minutos mais ou menos, eu me olhava no espelho e me via ajoelhada, chupando ele, como se fosse uma cadela que tivesse ficado 3 meses sem chupar um pau. Eu olhava no olho dele, adorava olhar bem olho dos meninos que eu chupava.
-Aí Laurinha, que delícia caralho, esses lábios enormes... Essa boquinha de veludo... que delícia, vou gozar, caralho vou gozar, vou te dar de mamar Laurinha, vou encher essa boquinha de porra.
Ele segurou o rabo de cavalo, me segurando contra seu pau, e gozou, gozou tudo na minha boquinha, vários jatos vieram na minha boca, contei uns 7 ou 8 jatos de porra. Não deixei escorrer nada, nem uma gota, parou tudo na minha boquinha, ele parou de gozar e tirou o pau todo lambuzado da minha boca.
-Deixa eu ver Laurinha, abre a boquinha. Isso, agora engole tudo olhando pra mim.
Eu abri a boquinha, e como sou muito obediente, bebi tudinho olhando para ele. Ele fez uma cara de satisfação.
-Tu é muito safada Laurinha.
Eu ri, e ainda limpei o pau dele, que estava lambuzado. Tirei todas as minhas roupas, fiquei nu e guardei as roupas da minha amiga no quarto dela. Nas ultimas semanas, eu havia passado um bronzeador, e de biquíni, fiquei a beira da minha piscina em casa tomando sol. A marquinha do biquíni havia ficado, aquilo me dava tesão só de olhar. Eu soltei meus longos cabelos no quarto da minha amiga, até que o irmão dela chegou por trás, se encaixando na minha bundinha, e acariciando meus cabelos.
-Que delícia essa marquinha que você tem Laurinha.
Ele ficou se esfregando em mim, passando o pau nas minhas popinhas, e acariciando meus cabelos, até que ele fez eu me apoiar na cômoda, e começou a passar seu pau, já duro, na entradinha. Ele acabou me comendo de novo, naquela posição. Entrava e saía, ele me dava tapas, e metia na minha bundinha com vontade. Pouco tempo depois gozou mais uma vez, gozou bem lá dentro. Era delicioso sentir aquele quentinho lá dentro da bundinha.
A gente se vestiu, eu fui embora, mas na semana seguinte já tínhamos combinado de nos encontrarmos.
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Baseado Na serie Black Mirro episodio 3X04 - San Junipero.
- Você já teve o sonho de viver para sempre? Mas não só viver para existir, e sim para realizar tudo oque mais desejou em toda sua trajetória. Pois é, eu consegui isso, da maneira mais absurda e sem nexo do mundo, mas consegui. Tenho a casa que sempre sonhei, em frente ao mar, um carro do ano que me leva para os melhores lugares, a pele jovem e bonita de uma jovem de 20 anos, todos os homens que eu preferir aos meus pés, mas meu caro amigo nada disso me faz feliz de verdade. Nada mais me fazia feliz desde daquele ultimo sábado a noite, aquele tom de despedida, aquele olhar encantador dizendo: “Eu ainda vou voltar para teus braços”, só de lembrar a garganta trava e as mãos começam a tremer de um jeito desesperador. Mas antes de continuar, você já amou tanto alguém que seria capaz de deixar tudo na sua vida por ela? Pois é, reflita sobre isso e vamos continuar. Era o ano de 2035, nunca tinha visto tanta tecnologia avançada em toda minha vida, eu não tinha mais a mesma disposição de antes e muito menos saúde para fazer altas loucuras no meio de tudo isso, meu lugarzinho era em uma cadeira que ficava em frente a uma varanda com centenas de prédios enormes, eram muitos carros que ali passavam, pessoas indo e vindo todos os dias com a mesma rotina de casa para o trabalho, crianças correndo não mais atrás de pipas ou bolas mas apenas correndo, umas atrás das outras em uma brincadeira de pega- pega sem fim. Eu observava atentamente cada detalhe com a esperança que o tempo passasse mais rápido, na maioria das vezes dava certo e a semana passava voando. Sábado era o dia X, o dia que tínhamos uma noite para ser jovem novamente e viver loucamente em um cidade sem regras, com tudo oque sempre desejamos. Eu não imagina que aquele dia ia ser tão especial, deitei em minha cama e logo veio a enfermeira me conectar. Era um aparelho bem simples, parecido com fones de ouvido que transferia sua alma para outra dimensão, transferia minha aula para a Minha Dimensão. Acordo em Sani, que cidade maravilhosa, coloco uma das minhas melhores roupas de banho e vou direto para o mar, é quase um ritual se molhar nas aguas sagradas antes de tudo acontecer, parece magica, tira todos os problemas do coração e o alivio da alma parece eterno. Mas hoje eu não estava sozinha e isso me deixou intrigada, que raios um estranho estava fazendo no meu paraíso perfeito? Avisto ele de longe usando uma bermuda branca e uma camisa rosa, um boné cobrindo teu rosto e chinelos, não consigo ver direito quem é então espero ele se aproximar. Logo quando ele tira o boné a alguns metros de distancia reconheço aquele olhar, nunca me esqueci desse olhar, nunca me esqueci desse rosto. Era Ele ali, na minha frente depois de décadas, era meu amor, meu primeiro e único amor vindo em minha direção confuso e perdido. Fui me aproximando o mais devagar possível para não assusta-lo, quando me aproximo ele da um salto de espanto mas sorri, sorriu do mesmo jeito que sorria quando me via todos os finais de semana, sorriu com a boca e sorriu com os olhos que brilhavam mais que o brilho do próprio sol naquele fim de tarde. Te dei um abraço e as únicas palavras que saiam das nossas bocas eram “Estava com Saudades”. Quando aquele longo abraço acaba pego em seu rosto e vejo suas lagrimas, pergunto o porque das lagrimas e depois de muita demora a resposta foi um “Eu te amo e nunca devia ter te abandonado”, aquelas palavras me fizeram recordar de tudo, me fizeram recordar daquela primavera como foi triste aquela despedida, como foi doida, como eu sofri. Dormi nos bancos do aeroporto de São Paulo com a esperança que ele iria voltar, mas ele não voltou, ele não voltou para me buscar. Eu estava ali com todas minhas ultimas peças de roupas e meus últimos centavos esperando minhas passagens para ir ao seu encontro. Tudo foi em vão, depois de 3 noites fui embora e voltei para minha cidade, sem dinheiro algum, sem emprego e sem faculdade, larguei mão da minha vida em nome desse amor e não recebi nenhuma mensagem durante meses. A única coisa que me fez conformar e seguir em frente foi uma foto, uma única foto dele com outra e uma declaração de amor para todo mundo ver, deprimente não é? E vocês ainda ficam se perguntando “Mas porque você ainda continuou apaixonada por ele mulher?” Ai eu te pergunto: Quem consegue mandar no coração?! Depois de relembrar tudo isso o deixei sozinho ali, peguei meu carro e fui em direção da cidade, sozinha e sem rumo querendo ficar longe ao máximo dali, mas como eu era tola não adiantaria de nada eu me afastar sendo que meu coração estava ali. Estacionei em uma boate que costumava ir no começo da noite, pedi uma bebida (Confesso que desde que isso aconteceu não tinha colocado uma gota de álcool no organismo) bebi como se fosse a ultima dose de agua potável da terra, foi como eu tivesse tido um orgasmo só que em forma de Vodca com algo que parecia Soda. Não me contentei com uma e virei logo umas 10,ate onde pude contar, e fui pra pista. Dancei como se não houvesse mais fim aquela noite mas infelizmente teve e acordei de volta a realidade triste e crua. Voltei a dormir logo quando a enfermeira tirou o aparelho e acordei algumas horas depois com uma ressaca insuportável oque era estranho pois eu enchi a cara em um mundo diferente não a algumas horas atrás com essa carcaça velha. Fiquei a semana toda remoendo aquele encontro, pensando nas mil possibilidades daquilo ter sido só uma ilusão da minha memoria e saudade, nada além disso. Mas a expectativa para a chegada do fim de semana estava mais ofegante do que nunca e os dias passavam lentamente. Quando finalmente chegou o sábado a noite me deparei comigo cheia de planos de como seria o reencontro, quando me desligo do meu corpo e me vejo na praia novamente. Preparei uma garrafa de champanhe das melhores, uma toalha bonita, flores e comida boa e fiquei ali esperando, esperando... ele não apareceu naquele sábado e em nenhum outro. Tola, você sabia que ele era o tipo que abandonava as pessoas. Depois de tanto tentar eu desisti e larguei mão desse projeto idiota de ser adolescente novamente. Passei a conviver com minha realidade por meses e me vi piorando cada dia mais, meus movimentos não eram mais os mesmo e minhas pernas não estavam mais aguentando andar mais. Quando me deparei com essa situação eu quis ter de volta pela ultima vez a sensação de liberdade e tive. Eu estava deitada na beira da janela quando alguém bate contra a porta, achei estranho pois não esperava ninguém, coloco um roupão por cima da minha lingerie e vou ate o encontro. “Você por aqui?” pergunto a ele olhando fixamente para aqueles olhos negros, com um sorriso pequeno ele diz “Eu não podia deixar você partir sem mim dessa vez.” Fecho a porta assustada e vou para meu quarto, logo em seguida ele vem ao meu encontro e se junta a mim na cama, entrelaçados como dois amantes que se veem as escondidas, juntos em um só corpo com uma conexão incrível e sem explicação, ali só nos dois entre gemidos e arranhões matando a saudade dos nossos corpos. Eram quase 2 horas da manhã e o vejo em pé diante da janela olhando para a noite, fiquei observando ele ali, esperando os nossos últimos momentos acabarem em um piscar de olhos. Ele volta para a cama e diz que quer me ver novamente no outro sábado, que quer me contar algo muito importante, eu tentei perguntar oque seria mas meu tempo tinha acabado e acordei longe dali. É difícil falar sobre minha vida fora dessa realidade maravilhosa, mas as vezes até gosto de compartilhar ela com alguém. Eu moro em uma casa de repouso, tenho 75 anos e como vocês devem imaginar não tenho mais uma pele lisa e cabelos brilhosos, sou uma simples senhora que tentou aproveitar a vida o máximo possível até chegar nesse lugar. Tenho 4 filhos, todos já com suas vidas formadas e seguindo o rumo, toda semana eles veem me visitar insistindo que eu va morar com algum deles, imagine eu que detesto dar trabalho até para as enfermeiras desse lugar vou dar trabalho para filho marmanjo. Prefiro ficar aqui, pelo menos eu sei que minhas roupas vão estar lavadas e passadas bonitinhas todos os dias. É difícil viver com essa idade eu confesso, chega um momento que você não tem mais sentido para estar vivo, acho que por isso inventaram essa maquina maluca que nos traz algum tipo de vida eterna. Dizem que quando você se “desliga” dessa vida te dão a opção de ficar para sempre do outro lado, fico imaginando se vale a pena viver jovem e nunca ser desligado. Já me passou isso pela cabeça, imagine ser linda e jovem para sempre? Que privilegio! Mas viver eternamente também parece ser algo assustador. Será que vale a pena ficar vivendo em uma dimensão onde você pode fazer tudo oque quiser? Será que vale a pena controlar um pouco do seu destino e arriscar ficar louca por conta disso? Eu não tinha muito tempo para pensar sobre isso, meu corpo cada dia estava pior, mas um outro encontro naquele final de semana iria fazer que eu tomasse a minha decisão.
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1 semana
/cc/ Um dos melhores GT’s que eu já li Deite-se e leia essa história, se possível seja o personagem! Aconselho pegar um lenço também, pois garanto que irá se emocionar. Autor: Mário Henrique /cc/ Escute: https://youtu.be/VHnMHPIaTek GT - Meu aniversário (Fictício) >o que vocês fariam se tivessem uma semana de vida? >pergunta difícil né? >bem >preciso de sugestões >pois essa é minha última semana de vida >se eu der sorte é claro >estou muito doente >e espero ficar vivo até meu aniversário >meus amigos ainda não sabem disso >apenas meus pais >minha mãe está com início de depressão >já meu pai está desempregado >se demitiu pra passar essa semana comigo >como eu amo esses dois >bem hoje é 23:50 de domingo >estou listando o que farei amanhã >aqui estão os desejos >se declarar pra menina que eu gosto >dar um soco no valentão que me zoa >e tentar ficar vivo >e dar um passeio de bike com meus amigos >bem vou descansar um pouco >amanhã o dia promete >~segunda feira >o dia está lindo >sou recebido com um café da manhã em minha cama >dei um beijo na minha mãe >e um forte abraço no meu pai >e disse o quanto eu amo eles >abraço em família >depois de tomar um café da manhã >fui a floricultura >comprei flores pra minha amada >a mulher disse >“são raros os homens que ainda fazem isso ” >então dei um forte abraço nela e disse que ela estava linda como as rosas >cai uma lágrima dos olhos dela >chego em casa >escrevo uma carta >irei ler pra ela hoje >13:00 >hora de ir pra escola >levo as flores e a carta >ansiedade a mil >cheguei lá um pouco atrasado >~hora do recreio >estava tão nervoso >mas o que eu tenho a perder >eu vou morrer mesmo >vou a sala do diretor >pego a caixa de som e o microfone >“olá gente… gostaria de um pouco da atenção de vocês. ” >todos se viram e o silêncio reina no lugar >então eu á vejo >ela estava tão linda >então eu pego a carta e digo >“ obrigado pela atenção de todos, prometo ser breve ” >VAAAI LOGO (gritam alguns engraçadinhos) >“ okay, vamos lá… foram anos sendo seu amigo, lhe ajudando, quando aqueles idiotas lhe faziam sofrer, foram anos, me apaixonando perdidamente pelos seus incriveis olhos azuis… foram anos, escrevendo cartas de amor que você nunca chegou a ver, ah garota, foram anos que eu te amei e continuo te amando, como lhe conheço bem, você nesse momento queria se esconder, você fica linda até tímida garota… sempre esperei, por esse momento, e ele finalmente chegou, independente de tudo, o que eu sinto não irá mudar, eu te amo lohayne e vou continuar lhe amando para o resto dos dias. ” >naquele momento eu via tudo em câmera lenta >meu coração estava quase saindo pela boca >volto ao normal >sou ovacionado por toda escola >mas eu só conseguia prestar atenção nela >ela estava chorando e ao mesmo tempo rindo >ela vem em minha direção >e solta um “eu te amo seu idiota” >e me beija na frente de tds >como era proibido acabamos sendo suspensos >mas antes de sair da escola >eu puxo o fred e dou um soco na boca dele >êta porra >eu e a lohayne corremos mais q notícia ruim >porém isso não é favorável a mim >e logo comecei a sentir tonturas >ela perguntou se eu estava bem >e eu disse que sim >então ela me abraça e disse que eu sou um maluco >“só se for por você ” >solto a cantada enfandonha >ela começa a rir >então a gente tomou sorvete, andamos de mãos dadas, tiramos fts e etc >as 17:00 eu me despeço e digo que tenho compromisso >levo ela até a casa dela >na volta pego minha bike e encontro com meus brothers >kaio (melhor amigo) >lucas (meu primo) >clara (amiga e namorada do kaio) >dou um forte abraço em cada um deles >tento segurar o choro >mas uma lágrima egoísta desce >o kaio me pergunta o que aconteceu? >então eu digo que tenho os melhores amigos do mundo >eles sorriem e dizem que me amam >eita cacildes :’) >chega de viadagem >“quem chegar por último é a mulher do padre! ” diz o lucas >então a gente pedala feitos loucos >e assim passamos nossa tarde /noite >vendo o pôr do sol e jogando cv fora >21:00 chego em casa exausto >meus pais já estavam preocupados >então eu digo que está tudo bem >vou para meu quarto >e risco os objetivos que cumpri hj >hj o dia foi produtivo >amanhã será mais ainda >good night Ouça: https://youtu.be/8mVbdjec0pA >terça feira ( >não acordo com o café da manhã >mas meus pais estavam lá >pareciam bravos >então eu pergunto o que aconteceu? >“você agrediu um colega e beijou uma garota na frente de todos os alunos” >é… tipo! >“como estamos felizeees por vooocê meu filho ” >Q? >“diz ai filhão o cara tá em coma?” >“nossa roberto, eu estou feliz por ele ter beijado essa tal garota misteriosa, diz ai filho, quem é a garota? ” >logo, logo você saberá mãe haha >e o meu café da manhã cadê? >“ sem graça, está em cima da mesa, o seu bolo de chocolate ” >PQP >dou um abraço nela e digo que ela é a melhor mãe do mundo e falo pra pai que eu quebrei o cara. >depois de comer meu delicioso café da manhã >é hora de listar meus objetivos de hoje >objetivo 1: almoçar e passar a tarde com meus avós >objetivo dois : jantar com a lohayne >meus pais me levaram até a casa dos meus velhinhos >eles já sabem da noticia >chegando lá >a minha véinha me dá um super abraço e começa a chorar >feeells ;-; >ela diz várias vzs que me ama muito >e disse também que fez lasanha >:’) melhor lasanha do mundo >eu pergunto cadê o meu vô >ela disse que ele foi na casa de um amigo, mas que já estava voltando >então começamos a almoçar >e contar os casos de quando eu era pequeno >“como eu tenho saudades daquela época meu neto, você e seu avô correndo pelo quintal, você todo sujo de lama, dizendo pra mim que estava com fome ” >eu fico emocionado e digo que me lembro perfeitamente dessa época >então minha vó pega um album de fotografias e me mostra >“ olha essa aqui, seu pai com você no colo ” >eu era recém-nascido >“ está aqui você está no carrinho de bate - bate, você estava tão feliz ” >percebo que minha vó está chorando novamente >então eu abraço ela e digo >“ hey mocinha, não chore, tudo vai ficar bem, e eu sempre estarei aqui, serei o seu eterno anjo protetor ” >ela cai em lágrimas e diz que me ama muito >é recíproco >meu avô abre a porta >vou correndo em sua direção e dou um forte abraço e digo que estou com sdds >então os seus olhos se enchem de lágrimas e ele diz que hj iremos pescar >então eu me arrumo e despeço da vovó e vou pescar com meu veinho >chegando lá >ele diz >“nunca fui bom de demonstrar meus sentimentos, mas eu só queria dizer que te amo muito meu neto e nunca vou esquecer de você, das nossas brincadeiras, das nossas conversas, espero que o céu seja um lugar melhor pra você ” >não me lembro de ter chorado tanto na minha vida, como naquele momento, as palavras não saiam, eu não precisei dizer eu te amo, meu abraço já disse tudo" >fomos pescando e relembrando os velhos tempos >18:00 >tive que me despedir >então meus pais vieram me buscar >pq eu tenho um encontro as 20:00 >chegando em casa >não sabia que roupa vestir >então pedi uma opnião para meu pai >então ele disse que tinha uma roupa ideal e disse pra eu esperar 1 minuto >ele volta com um terno fodástico >“esse terno eu usei em uma ocasião muito especial, eu usei no primeiro encontro com sua mãe e acho que te dará sorte ” >eu agradeço ele e digo que espero que me dê muita sorte mesmo >então a lohayne diz que está pronta >eu me arrumo e vou buscar-lá >e quando eu cheguei >eu percebi o quão sortudo eu sou >ela estava tão linda, que eu fiquei paralisado por alguns segundos >vestido vermelho, e um sorriso de dar inveja das estrelas >ela pergunta como ela está >e eu digo que ela está maravilhosa essa noite >então eu seguro tua mão e vamos até o restaurante que ela sempre teve vontade de ir >ela estava receosa por achar que era muito caro >mas eu disse que não haveria problema >chegando lá tomamos um vinho >e ela diz que estava vivendo um sonho >e eu disse que se for sonho eu não quero mais acordar >ela segura minha mão e diz >“não me vejo sem você, quero fazer faculdade contigo, morar com você, ter filhos, você é tudo que eu sempre quis, o amor sempre esteve na minha frente e eu nunca percebi ” >eu sei que esse era o momento ideal pra eu contar toda a verdade pra ela >mas eu não consegui >eu não poderia estragar aquele momento >eu apenas a beijei e disse que ela era a mulher da minha vida >depois do jantar >levei ela para sua casa >e disse que veria ela em breve >fui da casa dela, até minha casa chorando >sou um covarde por não dizer a verdade >chego em casa >meus pais perguntam como foi >eu não digo nd e vou direto para meu quarto e tranco a porta >risco meus objetivos do dia >hj o dia variou de muito bom /ótimo /ruim >mas amanhã será diferente >boa noite >fim Escute: https://youtu.be/p856dtR4mms PARTE 3 >bom dia >hoje não precisei ir ao banheiro para lavar o rosto >minhas lágrimas já fizeram esse favor pra mim >hoje por incrível que pareça estou sem fome >logo hoje que mãe preparou um belo café da manhã >hoje eu só queria dormir até tarde >quer dizer tentar né? >eu preciso contar a verdade pra lohayne >isso é injusto com ela >mas ao mesmo tempo não quero perder-lá >quinta feira será meu aniversário e eu nem contei a nenhum dos meus amigos que estou morrendo >e nem sei como dizer isso há eles >pera aí… >tive uma idéia >hora de pegar meu caderno de objetivos do dia >objetivo de hoje >comprar presentes aos meus amigos e escrever uma carta de despedida a cada um >então vamos as compras >tomo um banho >e pego todo meu dinheiro da mesada que juntei a 2 anos >desço tomo um café e vou para rua >eu já tinha em mente tudo que eu iria comprar >pois bem >vamos começar com meu melhor amigo >ele é um viciado em fifa >então nada melhor do que comprar o novo fifa 17 pra ele rs >ele vai pirar >vou sentir saudades suas kaio >agora tenho que comprar pra namorada dele e minha amiga também >a famosa clara >um amor de pessoa >eu que apresentei ela ao kaio >sou um bom cúpido >ela ama a arlequina >nada melhor do que comprar a fantasia pra ela >o penúltimo da lista >e não menos importante o lucas >o meu primo, que já me fez rir, quando eu mais queria chorar >ele ama basquete >então comprei a camisa do lebron james e uma bola de basquete >pqp :’) >e por último >o meu grande amor >sinceramente não sei o que comprar >se pudesse compraria todas as coisas da loja >mas acho que sei o que ela amaria >sei que não deveria revelar isso >provavelmente ela irá me matar ao ver isso >brinks “já vou estar morto” >ela ama o olaf >sim >um boneco de neve >kkkkkk >então eu comprei >e depois fui a livraria e comprei um livro que ela smp quis >como eu era antes de você >50% do objetivo cumprido >hora de voltar pra casa e escrever a carta >foram horas e horas tentando escrever essa carta >folhas e folhas amassadas >lágrimas e mais lágrimas >até pensei em desistir >mas enfim consegui >“olá pessoal, bem, pra falar a verdade, não sei como lhes contar isso, não existe um jeito fácil, mas eu não conseguiria contar pessoalmente. nesta carta, falarei um pouco de cada um de vocês… irei começar pelo meu melhor amigo, meu irmão de outra mãe, que sempre me ajudou com as garotas, me deu conselhos e sempre esteve ao meu lado, sentirei infinitas saudades de você… clara, a menina que conheci porque era fã de histórias em quadrinhos, e louca, idêntica a harley, e que eu ajudei juntar com meu melhor amigo, e hoje é o meu casal predileto… lucas, o meu primo do interior, sempre muito engraçado, com tuas piadas que nunca perderão a graça, e que já me ajudaram a curar a depressão, sou muito grato por tudo que fez por mim. e por fim, a garota que mudou meu mundo, a garota que eu pedi ao olhar uma estrela cadente, a minha namorada. eu te amo muito lohayne, desde meus 8 anos de idade, sempre lembrarei do primeiro dia que lhe vi, ao último, espero que um dia me perdõe, sentirei saudades! a uma semana atrás, fui diagnosticado com uma doença terminal, e que eu teria uma semana de vida, deveria ter avisado vocês, me desculpem! ” >fiz 4 cópias dessa carta >e coloquei junto aos presentes >amanhã é o meu aniversário >provavelmente passerei com minha familia >será meu último aniversário >bem >preciso descansar >amanhã será um longo dia >fim Ouça: https://youtu.be/65jAVCRO_I0 PARTE 4 >existe algo melhor do que acordar com toda sua familia lhe desejando aniversário? >já acordei com o pé direito >estavam meus tios, meus avós, e alguns primos >não tinha como não me emocionar >recebi uma chuva de abraços, e até alguns presentes >meus pais estavam tentando ser fortes >mas eu sabia que eles estavam destruídos por dentro >enfim >passei um tempo com minha família >e logo após pedi há 4 primos pra entregarem alguns presentes pra mim >eles foram >acho que depois que eles lerem a carta >eles nem vão olhar pra minha cara >e eu não tiro a razão deles >eu estou cada vez mais fraco >sou como uma bomba relógio >posso explodir a qualquer momento >mas >sabe de uma coisa >eu cumpri todos meus objetivos >eu posso ir em paz >minutos depois >meus primos voltam >e dizem que entregaram >bem >hora do almoço em família >todos pareciam felizes >tentando me fazer sorrir >contando as loucuras que fazia quando eu era pequeno >e que eu adorava observar as estrelas >nostalgia >lembro que sempre pedi a Deus pra ser astronauta >quem sabe em outra vida né? >as horas passaram tão rápido >eu não nego >que esperei que meus amigos chegassem >meu coração estava literalmente em cacos >18:00 >meus familiares tinham que ir embora >o momento de felicidade passou >e todos estavam acabados >até certo momento eles resistiram >mas logo todos começaram a chorar >todos me deram um abraço coletivo >até que minha priminha de 5 anos falou >você vai para o céu? >eu me ajoelhei e as lágrimas me cobriram >então eu disse que ia sim, mas que não iria demorar >então ela limpa minhas lágrimas e diz que eu serei uma estrela >nesse momento eu dou um forte abraço nela >enfim >todos foram embora >depois dei boa noite aos meus pais e fui para o meu quarto >hora de escrever sobre meus últimos dia na terra >“FILHOOOO? ” >oi mãee >“ desce aqui rápidão ” >então eu fui até ela >porém estava tudo escuro >mãe cadê você? >“ FELIZ ANIVERSÁRIO ” >as luzes se acendem >e putaquepariu >eram eles >os meus amigos :’) >eles correm em minha direção e me abraçam >“ pensei que vocês não viriam ” >“ você acha mesmo que a gente não sabia? ” >“ a sua mãe já havia nos contado ” >“ somos bons atores, e nunca vamos te abandonar, te amamos seu maluco ” >eu me derramo em lágrimas >estava quase tudo perfeito >mas a lohayne não veio >então eu pergunto a eles se eles gostaram do presente >eles dizem que adoraram e que também trouxeram um presente >eu começo a rir e digo >“ cadê? ” >“ olhe para trás ” >me viro lentamente >e o sonho vira realidade >lembra quando meus tios disseram que eu adorava observar uma estrela? >eu estava cara a cara com uma >vestido branco, e com o sorriso de sempre, era como se fosse um conto encantado >meus olhos se encheram de lágrima >então ela diz “te amo idiota, lembra?” >eu corro até ela e lhe dou um abraço, seguido de um beijo >passamos a noite cv e assistindo filme >eu dancei minha música favorita ao lado dela >e disse que irei estar sempre ao lado dela >tudo que é bom dura pouco >me despeço dos meus amigos >porém a lohayne dormiu comigo >enquanto ela se deita é a hora da última carta >“eu vivi tudo que sonhei, em menos de uma semana, namorei a garota dos meus sonhos, passei vários momentos com amigos e familiares, relembrei momentos, ri como se eu fosse uma criança, assim como chorei rios e mares…sentirei saudades, mas eu irei fazer parte de uma constelação de estrelas, sou um privelegiado, até breve… >FIM Na madrugada de sábado, Lorenzo Henrique, faleceu, vítima de uma doença terminal… Antes de falecer, ele disse a sua mãe, que deixassem uma mensagem a todos seus amigos e familiares… "ACREDITEM NOS SEUS SONHOS. ” Lorenzo Henrique 27/04/00… 30/04/16
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SIGNOS!
Sim, até mesmo eu acabei sendo pega pela vibe tão profunda e repleta de vertentes. Não sou viciada, não sou uma pessoa que sabe tudo em absoluta certeza sobre isso, mas vou relatar minhas relações com cada um, pelo menos dos que eu sabia de que signo eram, relações amorosas e até mesmo amistosas ou não.
Para começar, antes de entrar a fundo nisso, precisam saber que eu sou uma canceriana meio raiz, o que eu quero dizer com isso? Quero dizer que eu sou uma canceriana que liga muito para família e para pessoas as quais eu amo com todas as minhas forças. Eu ligo muito para tradições e também para coisas do passado, como por exemplo aquele papel de bombom que ganhei no meu primeiro encontro a mais de 11 anos atrás. Tenho todo aquele clichê de romantismo e de ter uma ótima memória para acontecimentos marcantes, tanto felizes, quanto tristes. MAS eu tenho ascendente em peixes, o que me torna mais uma pessoa do povo, que consegue sentir e consegue se comunicar com todos, sem falar que dependendo da pessoa e da causa, eu me dou de corpo e alma para a pessoa. MAS minha lua é em escorpião, a maneira como eu demonstro meus sentimentos são de maneira intensa, ou é do meu jeito ou não é, ou tu me ama assim ou eu não ou querer, se você não me retribuir, eu te descarto. E assim segue, tudo é muito dramatizado, é excessivo demais, se eu to triste eu tenho que me arrastar no chão em lágrimas, se eu to feliz sai da frente que eu incomodo todo mundo.
Enfim, agra partindo primeiro pelas minha relações em família, começando pelas melhores que eu mais me identifico, que seria meu irmão de Touro e meu Pai de Peixes.
Os dois são diferentes mas em um modo são complementares na minha vida, meu irmão consegue se tornar meu melhor amigo aqui em casa, se eu precisar de um remédio ele me dá, se eu precisar de dinheiro ele me dá, se eu precisar desabafar ele me escuta e eu posso retribuir tudo isso, nossa sintonia é grande pois não precisamos falar muito para nos comunicar.
Meu pai é suave, gosta de ajudar, gosta de sempre estar em alto astral e fazendo coisas boas e legais, tem sempre ideias boas, seu único efeito é não as terminar, mas mesmo assim tento incentivar. Nos damos bem, sempre desde criança ele estava me acompanhando, sempre por dentro da minha infância principalmente na escola, e mesmo ele sendo uma pessoa doce e animada, não o irrite, pelo amor de tudo mais sagrado, nunca queira ver um pisciano com raiva, ele vai te dar uma rabada na cara que tu nunca vai esquecer.
Agora os próximos, apesar de não me dar muito bem, eu os amo igualmente, apenas nossos signos não são muito bem alinhados, digamos assim, que é minha Mãe de Leão e meu outro irmão de Sagitário.
Nossa gente, sai de perto quando eu e minha mãe brigamos, uma bate de frente com a outra e não é um que saia vivo no meio disso. Ela como boa mãe leonina se torna meio autoritária e sim, ela tem que ser a leoa da família e soberana ali, um lado bom é ela saber quando deve te defender, pois ela não aceita calúnias, mas o seu mal é também não admitir que pode sim estar errada e entramos nesse conflito de quem ta certo ou não.
Meu irmão de sagitário ele tem quase o mesmo defeito, tende a ser controlador quando lhe dão chance, ele é animado sim, amigo de muitos e companheiro quando ele se sente confortável. Eu era muito amiga dele quando eu não conseguia exercer minhas ideias no mesmo ambiente, mas depois que isso começou a se formar em mim, nós dois nem nos falamos direto porque nossas mentes são bem diferentes em relação à vida em si, eu levo as coisas com mais responsabilidade, ao menos em meu ponto de vista.
TERMINANDO essa parte da família, acho que como terminamos em Sagitário, acho que posso falar dos meus dois casos amorosos e bem desastrosos nessa parte. Não é segredo para ninguém que me conhece que Lucas fora meu namorado por longos anos e ele era um sagitariano típico, divertido, brincalhão, suas piadas toscas eram engraçadas, sempre fazendo graça com seu grupinho limitado de amigos, as quais ele ligava bastante, e sim, ele presava bastante sua própria liberdade de ir e vir, fazer ou não fazer, enfim... mas uma controvérsia dele era o seu modo meio travado de pensar, não sei bem, mas ele era bem metódico em suas coisas e isso o tornava bastante controlador. Ele tinha toda sua liberdade, mas o outro em sua volta só poderia ter liberdade se fosse junto à ele, e isso se tornava bem contraditório.
E após ele, em poucos meses eu conheci Ronaldo Lessa Junior, que era ABSOLUTAMENTE IGUAL, até mesmo em seu temperamento explosivo e sua falta de paciência, falava coisas sem nem ao menos pensar como se fosse DONO DA VERDADE. Esses defeitos infelizmente contrastavam nos dois igualmente e claro, como boa canceriana eu nunca esquecerei os xingamentos bem chulos.
Encerrando o signo do capeta, entramos em AQUÁRIO! Foi o peguete mais rápido que eu já tive e o cara mais diferente que eu já me relacionei. Descontraído e continha aquele leve ar intelectual mais aguçado, ele sim era diferente, mas o seu defeito em relação à mim foi por não posicionar seus sentimentos perante a mim, então eu já fiquei bem afim de mandar na lata: tu quer ficar comigo mesmo ou só casinho de beijinho e nheco nheco? Isso cansa né huiashaiushuais. Apesar da bola de gelo em seu coração que todos dizem, ele até que era sensível HAHAHA.
VAMOS FALAR DE LEONINOS! Esses seres tão iluminados e maravilhosos, sim, eu amo leoninos, apesar de ter falado de minha mãe, amo ela com todo meu coração por conta do seu orgulho e alto astral, mesmo que ela o tenha escondido as vezes.
Tenho dois amigos muito lindos, a Vandilis, leonina que sim, tem um orgulho escondido dentro daquela bunda de formiga, pense nisso amiga, todo seu ego está na sua bunda HUAISHAIUSHAHSAIUH brincadeiras a parte, adoro quando eles se sentem lindos e radiantes, e principalmente quando tomam atitudes, exceto quando são impacientes e se irritam demais, impulsivos. NÃO ATROPELE ESSA CARAGUEJA,PLIS.
Thiaguinho, meu famoso Kyo, amigo de tantas datas à anos luz daqui, digo aqui que sua beleza apareceu, e sua sinceridade é muito forte sim mesmo que alguns não gostam de ouvir verdades (boas e principalmente ruins MUAHAHAHA).q
enfim, leoninos são fortes e egocêntricos mesmo que seja em medidas diferentes, pois cada um tem mais signos agindo em seus mapas astrais. Em geral, vocês são lindos <3 2bj
Partimos para ESCORPIÃO! Pelo que eu me lembre apenas me relacionei com um, se me relacionei com mais eu nem lembro, sorry.
E bom, essa “relação” foi bem estranha de se começar, começou com uma amizade e do nada POW, fomos pra cama, DO NADA! Sinto dizer, mas eu tenho certo medinho de escorpianos, essa qualidade e defeito é serem muito sexuais, conheço de outros relatos que isso é quase unânime. Apesar disso, essa pessoa era e é muito intensa, bastante controversa e dependendo com quem ou o ambiente ele é animado, ou muito cabisbaixo, me identifiquei bastante nessa parte, e sua maneira de convencer para o que quer é bem forte, sabe ter um modo sutil na lábia, me senti muito em banho maria com ele, marinando na água e quando eu decidi tomar uma iniciativa acabei me assustando. Detesto grude e ele era bem emotivo e persuasivo para os lados emocionais, talvez se eu não fosse tão desapegada eu até teria permanecido, mas eu não estava na mesma vibe. Não foi de todo ruim.
ARIANOS! Senhor amado, me socorre desse signo, eu acabo tendo chamariz de arianos e em um modo geral, eles são tão diretos, tão alto astrais que me dava um up, e até hoje meu amigo South consegue me animar mesmo com seu crush descontrolado HAHAHAH. Não cheguei a ver o lado bravo, mas vi um pouco do triste depois de tanto coice que aquela criatura já levou de mim. Grande amigo, ativasso e gostaria muito de tê-lo por perto em minha vida.
CAPRICORNIANOS!
Começando pelo meu namorado, Marcio, meu amorzinho, você sabe que eu te amo né? hauishais Então... foi o meu segundo capricorniano na minha vida que veio e fez uma reviravolta, foi um tufão meio geladinho e ao mesmo tempo abriu um sol quentinho de outono. Muito, mas muito metódico e organizado na sua cabeça, tem certos momentos que isso me surpreende, sério mesmo, uma pessoa tão pé no chão que soube me colocar de volta na terra. Apesar de dizerem que são meio frios em sentimentos, eles precisam muito de alguém de confiança e só assim você verá os reais sentimentos deles. Se mostram carinhosos, atenciosos e muito quentes <3 Tem sim aquelas patadas de graça, mas isso é porque falam com objetividade, se é aquilo, então ele fala nú e cru. Seu único defeito é sua cabeça dura, não á burro e nem jegue que empaque mais do que caprica quando tem uma ideia na cabeça e ache que está certo, isso me dá um ódio, aí bate um lado libriano e falo: ta bom mor, vc ta certíssimo.
E meu primeiro caprica foi meu URSITO, Fellipe, você mesmo, não tivemos nenhum caso, mas somos amigos, é um bom companheiro e amigo, apesar de ser meio ingênuo ou viajando, sabe dar alguns bons conselhos e me protegeria de tudo e todos que me magoassem, isso se ele pudesse estar aqui por perto.
E por fim e não menos importante, meu best Canceriano Vitor, que compartilha comigo nossas bads, nossos sentimentos tão profundos e sim, por mais que você não admita, é sim uma pessoa manipuladora e muito dramática, sensível e rancorosa. São defeitos e virtudes, pois nesse ritmo aprendemos a ter o que queremos e nos mostramos verdadeiros com quem merece HAHA.
Eu acho que estes foram os signos de minha vida, sei que tem muitos outros que eu talvez não saiba o signo ou eu não conviva, então me desculpem.
UM BEIJO na teta esquerda, espero que tenham gostado. :3
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