#paulo cezar saraceni
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Natal da Portela
(Paulo Cesar Saraceni, 1988)
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O Desafio (The Dare), Paulo Cezar Saraceni, 1965
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Os 100 melhores filmes nacionais
Em 2015, a Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) publicou uma lista com os 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos de acordo com os votos de seus membros. Esta pesquisa foi a base para um livro chamado Os 100 Melhores Filmes Brasileiros, publicado em 2016. A idéia do ranking e do livro foi sugerida pela editora Letramento, com quem a Abraccine e a rede de televisão Canal Brasil co-lançaram o livro. A classificação foi feita com base em listas individuais feitas pelos 100 críticos da Abraccine, que inicialmente mencionaram 379 filmes. A lista completa foi disponibilizada ao público pela primeira vez em 26 de novembro de 2015, e o livro foi lançado em 1º de setembro de 2016.
A lista abrange quase todas as décadas entre a década de 1930 e a de 2010, sendo a única exceção a década de 1940. Um filme de 1931, Limite de Mário Peixoto, é o mais antigo e também o primeiro classificado, enquanto o mais recente é de 2015, A Segunda Mãe, de Anna Muylaert. A chanchada (comédias musicais dos anos 30-50) é representada por O Homem do Sputnik (1959), de Carlos Manga, enquanto há uma infinidade de filmes dos anos 60-1970, incluindo Cinema Novo e Cinema marginal. Quase um terço dos filmes era do período Retomada (1995 em diante), e a lista incluía não só longas-metragens, mas também documentários e curtas-metragens. O diretor do Cinema Novo, Glauber Rocha, é o cineasta com mais filmes na lista: cinco; seguido por Rogério Sganzerla, Nelson Pereira dos Santos, Héctor Babenco e Carlos Reichenbach, cada um com quatro filmes.
1. Limite (1931), de Mario Peixoto 2. Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha 3. Vidas Secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos 4. Cabra Marcado para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho 5. Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha 6. O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla 7. São Paulo S/A (1965), de Luís Sérgio Person 8. Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles 9. O Pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte 10. Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade 11. Central do Brasil (1998), de Walter Salles 12. Pixote, a Lei do Mais Fraco (1981), de Hector Babenco 13. Ilha das Flores (1989), de Jorge Furtado 14. Eles Não Usam Black-Tie (1981), de Leon Hirszman 15. O Som ao Redor (2012), de Kleber Mendonça Filho 16. Lavoura Arcaica (2001), de Luiz Fernando Carvalho 17. Jogo de Cena (2007), de Eduardo Coutinho 18. Bye Bye, Brasil (1979), de Carlos Diegues 19. Assalto ao Trem Pagador (1962), de Roberto Farias 20. São Bernardo (1974), de Leon Hirszman 21. Iracema, uma Transa Amazônica (1975), de Jorge Bodansky e Orlando Senna 22. Noite Vazia (1964), de Walter Hugo Khouri 23. Os Fuzis (1964), de Ruy Guerra 24. Ganga Bruta (1933), de Humberto Mauro 25. Bang Bang (1971), de Andrea Tonacci 26. A Hora e a Vez de Augusto Matraga (1968), de Roberto Santos 27. Rio, 40 Graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos 28. Edifício Master (2002), de Eduardo Coutinho 29. Memórias do Cárcere (1984), de Nelson Pereira dos Santos 30. Tropa de Elite (2007), de José Padilha 31. O Padre e a Moça (1965), de Joaquim Pedro de Andrade 32. Serras da Desordem (2006), de Andrea Tonacci 33. Santiago (2007), de João Moreira Salles 34. O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), de Glauber Rocha 35. Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro (2010), de José Padilha 36. O Invasor (2002), de Beto Brant 37. Todas as Mulheres do Mundo (1967), de Domingos Oliveira 38. Matou a Família e Foi ao Cinema (1969), de Julio Bressane 39. Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto 40. Os Cafajestes (1962), de Ruy Guerra 41. O Homem do Sputnik (1959), de Carlos Manga 42. A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral 43. Sem Essa Aranha (1970), de Rogério Sganzerla 44. SuperOutro (1989), de Edgard Navarro 45. Filme Demência (1986), de Carlos Reichenbach 46. À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964), de José Mojica Marins 47. Terra Estrangeira (1996), de Walter Salles e Daniela Thomas 48. A Mulher de Todos (1969), de Rogério Sganzerla 49. Rio, Zona Norte (1957), de Nelson Pereira dos Santos 50. Alma Corsária (1993), de Carlos Reichenbach 51. A Margem (1967), de Ozualdo Candeias 52. Toda Nudez Será Castigada (1973), de Arnaldo Jabor 53. Madame Satã (2000), de Karim Ainouz 54. A Falecida (1965), de Leon Hirzman 55. O Despertar da Besta – Ritual dos Sádicos (1969), de José Mojica Marins 56. Tudo Bem (1978), de Arnaldo Jabor (1978) 57. A Idade da Terra (1980), de Glauber Rocha 58. Abril Despedaçado (2001), de Walter Salles 59. O Grande Momento (1958), de Roberto Santos 60. O Lobo Atrás da Porta (2014), de Fernando Coimbra 61. O Beijo da Mulher-Aranha (1985), de Hector Babenco 62. O Homem que Virou Suco (1980), de João Batista de Andrade 63. O Auto da Compadecida (1999), de Guel Arraes 64. O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto 65. A Lira do Delírio (1978), de Walter Lima Junior 66. O Caso dos Irmãos Naves (1967), de Luís Sérgio Person 67. Ônibus 174 (2002), de José Padilha 68. O Anjo Nasceu (1969), de Julio Bressane 69. Meu Nome é… Tonho (1969), de Ozualdo Candeias 70. O Céu de Suely (2006), de Karim Ainouz 71. Que Horas Ela Volta? (2015), de Anna Muylaert 72. Bicho de Sete Cabeças (2001), de Laís Bondanzky 73. Tatuagem (2013), de Hilton Lacerda 74. Estômago (2010), de Marcos Jorge 75. Cinema, Aspirinas e Urubus (2005), de Marcelo Gomes 76. Baile Perfumado (1997), de Paulo Caldas e Lírio Ferreira 77. Pra Frente, Brasil (1982), de Roberto Farias 78. Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (1976), de Hector Babenco 79. O Viajante (1999), de Paulo Cezar Saraceni 80. Anjos do Arrabalde (1987), de Carlos Reichenbach 81. Mar de Rosas (1977), de Ana Carolina 82. O País de São Saruê (1971), de Vladimir Carvalho 83. A Marvada Carne (1985), de André Klotzel 84. Sargento Getúlio (1983), de Hermano Penna 85. Inocência (1983), de Walter Lima Jr. 86. Amarelo Manga (2002), de Cláudio Assis 87. Os Saltimbancos Trapalhões (1981), de J.B. Tanko 88. Di (1977), de Glauber Rocha 89. Os Inconfidentes (1972), de Joaquim Pedro de Andrade 90. Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1966), de José Mojica Marins 91. Cabaret Mineiro (1980), de Carlos Alberto Prates Correia 92. Chuvas de Verão (1977), de Carlos Diegues 93. Dois Córregos (1999), de Carlos Reichenbach 94. Aruanda (1960), de Linduarte Noronha 95. Carandiru (2003), de Hector Babenco 96. Blá Blá Blá (1968), de Andrea Tonacci 97. O Signo do Caos (2003), de Rogério Sganzerla 98. O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (2006), de Cao Hamburger 99. Meteorango Kid, Herói Intergaláctico (1969), de Andre Luis Oliveira 100. Guerra Conjugal (1975), de Joaquim Pedro de Andrade (*) 101. Bar Esperança, o Último que Fecha (1983), de Hugo Carvana (*)
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1. Limite (1931), de Mario Peixoto2. Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha
3. Vidas Secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos
4. Cabra Marcado para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho
5. Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha
6. O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla 7. São Paulo S/A (1965), de Luís Sérgio Person 8. Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles 9. O Pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte 10. Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade 11. Central do Brasil (1998), de Walter Salles 12. Pixote, a Lei do Mais Fraco (1981), de Hector Babenco 13. Ilha das Flores (1989), de Jorge Furtado 14. Eles Não Usam Black-Tie (1981), de Leon Hirszman 15. O Som ao Redor (2012), de Kleber Mendonça Filho 16. Lavoura Arcaica (2001), de Luiz Fernando Carvalho 17. Jogo de Cena (2007), de Eduardo Coutinho 18. Bye Bye, Brasil (1979), de Carlos Diegues 19. Assalto ao Trem Pagador (1962), de Roberto Farias 20. São Bernardo (1974), de Leon Hirszman 21. Iracema, uma Transa Amazônica (1975), de Jorge Bodansky e Orlando Senna 22. Noite Vazia (1964), de Walter Hugo Khouri 23. Os Fuzis (1964), de Ruy Guerra 24. Ganga Bruta (1933), de Humberto Mauro 25. Bang Bang (1971), de Andrea Tonacci 26. A Hora e a Vez de Augusto Matraga (1968), de Roberto Santos 27. Rio, 40 Graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos 28. Edifício Master (2002), de Eduardo Coutinho 29. Memórias do Cárcere (1984), de Nelson Pereira dos Santos 30. Tropa de Elite (2007), de José Padilha 31. O Padre e a Moça (1965), de Joaquim Pedro de Andrade 32. Serras da Desordem (2006), de Andrea Tonacci 33. Santiago (2007), de João Moreira Salles 34. O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), de Glauber Rocha 35. Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro (2010), de José Padilha 36. O Invasor (2002), de Beto Brant 37. Todas as Mulheres do Mundo (1967), de Domingos Oliveira 38. Matou a Família e Foi ao Cinema (1969), de Julio Bressane 39. Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto 40. Os Cafajestes (1962), de Ruy Guerra 41. O Homem do Sputnik (1959), de Carlos Manga 42. A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral 43. Sem Essa Aranha (1970), de Rogério Sganzerla 44. SuperOutro (1989), de Edgard Navarro 45. Filme Demência (1986), de Carlos Reichenbach 46. À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964), de José Mojica Marins 47. Terra Estrangeira (1996), de Walter Salles e Daniela Thomas 48. A Mulher de Todos (1969), de Rogério Sganzerla 49. Rio, Zona Norte (1957), de Nelson Pereira dos Santos 50. Alma Corsária (1993), de Carlos Reichenbach 51. A Margem (1967), de Ozualdo Candeias 52. Toda Nudez Será Castigada (1973), de Arnaldo Jabor 53. Madame Satã (2000), de Karim Ainouz 54. A Falecida (1965), de Leon Hirzman 55. O Despertar da Besta – Ritual dos Sádicos (1969), de José Mojica Marins 56. Tudo Bem (1978), de Arnaldo Jabor (1978) 57. A Idade da Terra (1980), de Glauber Rocha 58. Abril Despedaçado (2001), de Walter Salles 59. O Grande Momento (1958), de Roberto Santos 60. O Lobo Atrás da Porta (2014), de Fernando Coimbra 61. O Beijo da Mulher-Aranha (1985), de Hector Babenco 62. O Homem que Virou Suco (1980), de João Batista de Andrade 63. O Auto da Compadecida (1999), de Guel Arraes 64. O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto 65. A Lira do Delírio (1978), de Walter Lima Junior 66. O Caso dos Irmãos Naves (1967), de Luís Sérgio Person 67. Ônibus 174 (2002), de José Padilha 68. O Anjo Nasceu (1969), de Julio Bressane 69. Meu Nome é… Tonho (1969), de Ozualdo Candeias 70. O Céu de Suely (2006), de Karim Ainouz 71. Que Horas Ela Volta? (2015), de Anna Muylaert 72. Bicho de Sete Cabeças (2001), de Laís Bondanzky 73. Tatuagem (2013), de Hilton Lacerda 74. Estômago (2010), de Marcos Jorge 75. Cinema, Aspirinas e Urubus (2005), de Marcelo Gomes 76. Baile Perfumado (1997), de Paulo Caldas e Lírio Ferreira 77. Pra Frente, Brasil (1982), de Roberto Farias 78. Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (1976), de Hector Babenco 79. O Viajante (1999), de Paulo Cezar Saraceni 80. Anjos do Arrabalde (1987), de Carlos Reichenbach 81. Mar de Rosas (1977), de Ana Carolina 82. O País de São Saruê (1971), de Vladimir Carvalho 83. A Marvada Carne (1985), de André Klotzel 84. Sargento Getúlio (1983), de Hermano Penna 85. Inocência (1983), de Walter Lima Jr. 86. Amarelo Manga (2002), de Cláudio Assis 87. Os Saltimbancos Trapalhões (1981), de J.B. Tanko 88. Di (1977), de Glauber Rocha 89. Os Inconfidentes (1972), de Joaquim Pedro de Andrade 90. Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1966), de José Mojica Marins 91. Cabaret Mineiro (1980), de Carlos Alberto Prates Correia 92. Chuvas de Verão (1977), de Carlos Diegues 93. Dois Córregos (1999), de Carlos Reichenbach 94. Aruanda (1960), de Linduarte Noronha 95. Carandiru (2003), de Hector Babenco 96. Blá Blá Blá (1968), de Andrea Tonacci 97. O Signo do Caos (2003), de Rogério Sganzerla 98. O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (2006), de Cao Hamburger 99. Meteorango Kid, Herói Intergaláctico (1969), de Andre Luis Oliveira 100. Guerra Conjugal (1975), de Joaquim Pedro de Andrade 101. Bar Esperança, o Último que Fecha (1983), de Hugo Carvana
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Os Cafajestes, de Ruy Guerra Brasil, 1962
Primeiro longa-metragem de Ruy Guerra, Os Cafajestes foi rodado em 1961 e lançado, com grande escândalo, no ano seguinte. Sua trajetória comercial incluiu proibições, manifestações de ligas conservadoras, debates na imprensa e até mesmo censura de seu próprio produtor, Jece Valadão. Embora ligado ao movimento do cinema novo, o filme antecipa algumas características que irão ser desenvolvidas, mais tarde, pelo cinema experimental, e aí podemos lembrar de Olho Por Olho, de Andrea Tonacci (1966), O Anjo Nasceu, de Júlio Bressane (1969), Câncer, de Glauber Rocha (1968), A Mulher de Todos, de Rogério Sganzerla (1969), Perdidos e Malditos, de Geraldo Velloso (1970), entre outros. Os Cafajestes já contém imagens, situações, signos, que ganharão importância nestes filmes posteriores: o deslocamento sem rumo certo dos personagens, a presença do carro e da praia, a dupla de marginais/malandros em constante disputa de poder (um é pobre e sem escrúpulos; o outro é rico, mas covarde), a estrutura blocada das seqüências, o individualismo dos personagens, os faux-raccords, os planos-seqüência que dilatam a percepção e provocam a transformação de significado, a abordagem mais direta do sexo e das drogas, a incorporação de uma visão fragmentada do mundo (no caso, mediada pelo rádio), o que reinsere os personagens num contexto mais amplo de análise (não só o Brasil ou microcosmos como a praia de pescadores, a favela e o sertão). Esta preocupação cosmopolita vai se refletir na própria forma do filme: Os Cafajestes dialoga com a nouvelle vague, mesclada a momentos em que repercutem ecos do documentarismo verdade. O filme não se prende ao compromisso de diagnosticar cultural e socialmente o país, embora construa uma crítica contundente à alienação da classe média. Contudo, apesar de todos estes pontos de ligação com o cinema que se faria no final dos anos 1960, há uma forte diferença de tom: não há o humor anárquico e o cinismo que marca o cinema de Sganzerla, Bressane, Velloso etc. Há, no fundo, uma crença na consciência que está além dos próprios personagens, e da qual é porta-voz o próprio cineasta-autor, Ruy Guerra. Há, também, um certo moralismo que se concretiza na própria estrutura do filme, que poderíamos dividir, grosso modo, em duas grandes partes. A primeira parte, solar, trabalha as paisagens concretas, áridas, masculinizadas, e tem dois pontos altos: a agressividade da câmera em redor de Norma Benguell nua, no longo plano seqüência de quatro minutos, hoje clássico, e a cena em que Daniel Filho e Jece Valadão conversam e fumam maconha num forte deserto, cercado de torres e canhões que são, igualmente, representações fálicas. Nesta primeira parte, as personagens femininas estão aprisionadas pela ação masculina (o verdadeiro contraplano da cena do nu frontal de Norma Benguell foi filmado por Sganzerla em A Mulher de Todos: Helena Ignez, de camiseta e charuto, vinga Norma, e é então a câmera que parece ser dominada por ela). A segunda parte, lunar, recorta os personagens sobre um fundo negro, em que mal se vê as ondas da praia. É o momento em que o vento sopra contrário aos dois cafajestes e se instaura a crise nos dois casais. Os personagens masculinos (Valadão e Daniel Filho) são envoltos por uma escuridão uterina, e defrontam-se com uma série de frustrações, mostram-se fracos e impotentes. A água (elemento feminino) redime sexualmente a impotência de Valadão e sela a derrota pessoal de Daniel Filho. Por fim, um epílogo duplamente significativo: do ponto de vista concreto, a vida dos personagens segue adiante; simbolicamente, a voz oculta do cineasta aponta para uma transformação iminente, para um futuro no qual personagens como os que acabamos de ver na tela enfrentarão as conseqüências de suas contradições, de seu individualismo, de sua própria alienação. Embora mutilado (a versão original, anterior ao corte imposto por Valadão, terminava com um plano de conotação francamente pessimista), o epílogo trabalha com imagens clássicas e recorrentes na primeira fase do cinema novo, sem buscar uma resposta ou apontar uma receita. Luís Alberto Rocha Melo Sinopse: Jovem playboy preocupado com a falta de dinheiro quando seu pai está a ponto de ir à falência, recruta um cúmplice, prometendo a este um carro se ele ajudar em seu esquema de chantagem. Eles atraem a amante do tio até uma praia deserta e a fotografam nua. O playboy planeja extorquir dinheiro de seu tio rico com as fotos, mas as coisas não acontecem como o planejado. O playboy atrai a sua prima para a mesma praia mas, sentindo-se atraído por ela, hesita em continuar com o esquema proposto. Este filme ficou famoso por mostrar o primeiro nu frontal do cinema brasileiro moderno. Os Cafajestes Brasil, 1962, P&B, 100' Direção: Ruy Guerra Produção: Jece Valadão, Gerson Tavares, José Sanz Roteiro: Miguel Torres e Ruy Guerra Fotografia: Tony Rabatoni Montagem: Nello Melli Música: Luiz Bonfá Intérpretes: Jece Valadão, Norma Benguell, Daniel Filho, Lucy Carvalho
"Quando cheguei aqui e fiz Os Cafajestes, foi dentro de uma proposta extremamente lúcida, clara, objetivada. Era um filme que deveria ter sucesso de público, para provar que era possível fazer um cinema diferente da chanchada; era um filme que tinha de ser barato - sem interiores, apenas quatro personagens -, porque não havia outra maneira dele ser feito. Tem uma cena com mais duas garotas, e um policial no final. Foi escrito com o Miguel fugindo de todas as possibilidades de ser um roteiro mais pesado, sob o ponto de vista de produção, e ao mesmo tempo, com uns aspecto de provocação evidente da nudez para atacar os tabus da época, mas também sabendo que se não vencêssemos essa barreira, seria um escândalo. Isso foi lucidamente usado, para não se fazer uma nudez erótica, mas crítica, o que obrigou a um certo tipo de tratamento da cena. Também a censura era muito forte na época, e eu sabia da força dos censores ao cortarem. Então preferi fazer de uma forma que a cena principal fosse num plano só, para que eles assumissem a responsabilidade de impedir que não houvesse possibilidade de diálogo, teriam que tirar um plano-seqüência inteiro, castrar o filme de uma forma evidente. E o filme passou e foi um grande boom, foi dito que ali nascia o Cinema Novo". "Eu nasci junto com o Cinema Novo, não "entrei" nele. Evidentemente, eu tinha uma experiência diversa dos outros, porque alguns vinham do jornalismo ou da crítica cinematográfica, outros eram autodidatas mesmo. Eu tenho a impressão que o Joaquim Pedro e o Gustavo Dahl estiveram com o Zavattini, e que o Paulo Cezar Saraceni teve uma passagem pela Cinecittà (...). Mas eu vinha com uma experiência de seis anos, eu tinha uma visão, embora antagônica em muitos pontos, havia uma série de fatores que eu havia incorporado da nouvelle vague, certos conceitos temáticos... Enfim, havia alguns pontos de identidade, embora fosse um cinema pequeno burguês de jovens intelectuais que eu, como imigrante estrangeiro, não podia ter. A nouvelle vague sempre teve uma marcada posição direitista, e eu sempre fui diferente por ter nascido numa colônia, debaixo de uma metrópole, submetida à ditadura salazarista, quer dizer, tinha uma posição nitidamente de esquerda. Mas havia pontos de confluência e uma certa formação intelectual, porque você não passa impunemente depois de viver num país, embora eu seja muito crítico em relação a toda a mentalidade francesa e à postura dos intelectuais franceses em geral." (Ruy Guerra, em entrevista a Beto Rodrigues)
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Bahia de todos os sambas de Paulo Cezar Saraceni e Leon Hirzsman - PARTE 1. 1983-1996 – 102 min - Colorido Sinopse: A realização do sonho de um cineasta Italiano é transformado neste grande festival da musica retratado nas imagens deste documentário. A Bahia, sede espiritual da nação cultural brasileira, baixou em Roma. Dorival Caymmi, João Gilberto, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Nana Caymmi, Moraes Moreira, Naná Vasconcellos, Tomzé, Paulinho Boca de Cantor, Walter Queiroz, o trio elétrico de Armandinho, Dodô e Osmar e Batatinha, lenda viva do samba baiano, juntamente com cento e cinquenta músicos, ritmistas, dançarinas, capoeiristas, se apresentaram durante nove noites sucessivas para um platéia de aproximadamente cento e cinquenta mil espectadores. Gianni Amico, consciente da importância cultural, artística e histórica da manifestação que concebera, convidou Paulo Cezar Saraceni e Leon Hirszman para registrarem o evento. A reunião dos dois nomes já revelava a opção estilística que reunia o rigor formal e dramático de Hirszman com a espontaneidade e o lirísmo característico de Saraceni. Ficha Técnica: Direção: Leon Hirzsman e Paulo Cezar Saraceni, Roteiro: Gustavo Dahl e Gianni Amico, Produção: Anna Maria Nascimento Silva Fotografia: Luiz Carlos Saldanha e Dib Lufti, Som direto: Luiz Carlos Saldanha, Montagem: Ricardo Miranda Elenco: Armandinho, Gal Costa, Batatinha, Gilberto Gil, Caetano Veloso, João Gilberto, Dorival Caymmi, Dodô, Osmar, Paulinho Boca de ouro, Moraes Moreira, Naná Vasconcelos, Nana Caymmi, Paulo Cesar Pereio, Walter Queiros, e muitos outros baianos.
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Director Paulo Cezar Saraceni dies of multi-organ failure
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O Desafio (The Dare), Paulo Cezar Saraceni, 1965
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O Desafio (The Dare), Paulo Cezar Saraceni, 1965
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