Tumgik
#paradiseoftheglory
biasmut · 7 years
Note
NamJoon + máfia, rivalidade, traição e morte
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Kim Namjoon.Palavras: 4,315.Aviso: Eu fiquei tão tão tão feliz quando eu recebi essas palavras, porque sério! Uma história envolvendo Namjoon e mafia é tudo que preciso na vida, e eu sou louca pra escrever algo assim, mas fico me enrolando. Então obrigada por essas palavras, que foram um presentinho! Eu queria ter desenvolvido algo melhor, ou ter detalhado mais a personalidade do Joon na história, mas se eu me empolgasse mais eu ia acabar com o projeto, que é justamente sobre escrever coisas curtinhas e aleatórias. Enfim, espero que, ainda assim, dê pra aproveitar o que escrevi!
— Pra alguém tão importante, você anda com poucos seguranças, não acha? — Eu pergunto em um tom casual enquanto ocupo a cadeira vaga ao lado de Namjoon. O som de minha voz, que surge de surpresa, não parece atingi-lo de modo algum e ele não esboça nenhuma reação, terminando de dar um gole longo em sua bebida amarelada antes de desviar o olhar em minha direção.
— Isso é algum tipo distorcido de ameaça de morte? — Ele finalmente diz algo, depois de alguns segundos em completo silêncio. Seus olhos semicerrados parecem cansados, pouco preocupados com minha aproximação, mas suas íris cinzentas, cuja coloração me faz lembrar de alguma espécie de metal derretido, brilham de um jeito imprudente, demonstrando certo interesse. Em minha defesa, posso garantir que a vida me fez aprender a ler as pessoas, e por mais misterioso que Kim Namjoon possa ser, há certos detalhes na expressão de um homem que não são capazes de passarem despercebidos. O seu olhar, e também o modo como o canto direito de sua boca se repuxa em um sorriso discreto, e quase imperceptível, são exemplos disso.
— Depende, você se sentiu ameaçado? — Respondo com outra pergunta, aproveitando o momento para cruzar as pernas e girar o corpo sobre a banqueta do bar, ficando de frente para o moreno. O olhar dele não desvia para meus movimentos nem por um segundo, e se mantém o tempo todo imóvel sobre o meu, como se ele estivesse tentando descobrir as razões por trás de minha presença sem precisar perguntar.
— Nenhum pouco — Namjoon diz por fim, voltando a dar atenção para sua bebida.
— Bom, então não foi uma ameaça — Completo, pedindo uma bebida qualquer do cardápio para o garçom que anota meu pedido e logo reaparece com um copo baixo repleto de um líquido esverdeado. Dou um gole curto e sinto o gosto amargo arranhar minha garganta, e decido que talvez não seja uma boa ideia beber algo tão forte quando estou em uma missão de negócios — Você não ter mandado os seus capangas se livrarem de mim me faz pensar que, ou você está mesmo precisando de uma companhia, ou então você sabe quem eu sou, e está curioso pra saber porque estou aqui — Ele volta a olhar em minha direção, inclinando levemente o pescoço para o lado, para me analisar com mais cautela, e percebo que ele mordeu a isca. Um suspiro longo escapa de seus lábios e ele desliza os dedos cobertos de anéis pelos fios escuros de cabelo, que parecem ter um sombreado roxo. Ou talvez seja só o jogo de luzes do bar me fazendo enxergar colorações novas.
— Yoongi não deve estar nada feliz em saber que o bichinho de estimação dele resolveu passar a noite no meu território — A voz dele é descontraída, mas o sarcasmo por trás de sua palavras é tangível. Mordo o interior de minha bochecha com força, em uma tentativa bem sucedida de impedir que um palavrão escape, e consigo disfarçar o desgosto que sinto ao ser chamada de bichinho de estimação. Deus, se ele soubesse o quão errado é esse pensamento ele próprio sentiria vergonha das suas palavras.
— Talvez ele não saiba que estou aqui… — Dou de ombros, alcançando minha bebida uma segunda vez e dando outro gole mínimo — E, além disso, não sou o bichinho de estimação dele — Acrescento sem necessidade alguma, mas meu orgulho ferido é maior do que meu bom senso, infelizmente. Algo o faz dar uma risadinha, que é tão curta e rápida que demoro pra decidir se imaginei tudo ou se o som realmente escapou da boca dele.
— Percebi isso quando seu olhar mudou da água pro vinho por causa das minhas palavras — Ele vira o restante de seu drink de uma só vez, batendo o copo contra o tampo de madeira do bar e girando o corpo sobre seu banco, ficando de frente para mim e inclinando-se em minha direção. As próximas palavras que deixam sua boca são ditas em um tom mais baixo — E eu também sei como ler uma pessoa.
Percebo, talvez tarde demais, que Namjoon é um oponente a minha altura, que talvez ganhar dele não seja assim tão fácil quanto pensei que seria. Mas o pensamento, ao invés de me deixar preocupada, só me deixa ainda mais… ansiosa. O desafio de conseguir ganhá-lo me faz recuperar a confiança e sorrio, jogando os cabelos soltos sobre um dos meus ombros, deixando o outro exposto. De novo, o olhar dele não desvia do meu, e tenho certeza de que ele está evitando demonstrar qualquer tipo de interesse.
— É claro que sabe… Acho que esse deve ser um requisito obrigatório pra quem ocupa o cargo mais alto da mafia de Seul, não é?
— Correto — Ele responde também sorrindo, de um jeito lascivo e misterioso, e é difícil decifrar sua expressão — Agora que já deixamos isso claro, porque não me conta o que faz aqui? — Assim que abro a boca, quase de imediato, pronta para dar uma resposta padrão, ele me interrompe, me fazendo paralisar — A verdade, por favor. Eu sou um homem ocupado, e eu adoraria saber que você compreende isso e não pretende me enrolar por mais do que — E então ele desvia o olhar para o relógio de prata em seu pulso, verificando as horas antes de me olhar outra vez — cinco minutos.
— Caramba… — A palavra saí engasgada, seguida do ar sendo soprado de minha boca e relaxo os ombros — Você sempre trata as pessoas assim?
Confusão. Isso eu sei reconhecer. Ele arqueia uma sobrancelha e volta a repousar as costas contra o assento da banqueta, aumentando a distância entre nós, e agradeço mentalmente por isso, porque assim consigo respirar melhor.
— Assim como?
— Com essa intensidade toda — E então ele está gargalhando. Alto, e abertamente, jogando a cabeça para trás e fechando os olhos, como se eu tivesse acabado de contar a piada mais engraçada do mundo. Quando ele volta a me fitar, a alguns fios de cabelo pendendo diante de seus olhos, que parecem mais atentos do que alguns minutos atrás.
— Achei que você ia dizer com essa grosseria, ou com esse descaso… Intensidade? Isso é algo novo.
— Ah, Namjoon, por favor… Você quer mesmo que eu acredite que ninguém nunca disse isso sobre você? Que você é uma pessoa intensa, de um jeito estranhamente atraente? — Eu arrisco, umedecendo a boca com a língua antes de lembrar que minha bebida permanece praticamente intocada. Busco por ela e dou alguns goles, fazendo uma careta ao final.
De qualquer modo, o olhar sério e penetrante que agora estampa o rosto de Namjoon deixa meu interior mais quente do que o líquido amargo que impregna meu paladar.
— Não sabia que você tinha permissão de se dirigir a mim pelo meu primeiro nome… E parece que você precisa de algo mais doce — Ele diz, inclinando-se sobre o balcão do bar e alcançando uma garrafa transparente que contém um líquido grosso e avermelhado. Antes que eu possa protestar, ele está derramando a bebida em meu copo e colocando a garrafa de volta em seu lugar, parecendo esperar para que eu prove o novo drink.
Eu hesito por alguns segundos antes de levar o copo até a boca, dando um gole único no líquido extremamente adocicado, que parece ser de morango. Sinto uma gota escorregar por meu lábio inferior e manchar meu queixo, e uso o polegar para limpar a sujeira, passando a língua por ele para me livrar dos vestígios da bebida.
— Bem melhor — Namjoon afirma, e percebo que ele olha discretamente para o relógio uma segunda vez — Se você me permite, preciso tratar de outros assuntos — Ele diz e ameaça se levantar, e uma sirene de alarme ecoa no fundo de meu cérebro.
— Hoseok — O nome é o suficiente para fazer com que ele fique estático, sem sair de seu lugar. Em um piscar de olhos ele está se arrumando em sua banqueta e inclinando o corpo em direção ao meu uma segunda vez, mas dessa vez o seu propósito parece ser, única e exclusivamente, deixar a conversa apenas entre nós, longe dos outros.
— O que você sabe sobre Hoseok? — Ele me pergunta, e toda diversão e simpatia de antes desaparece. Agora só há seriedade em seu rosto. Seriedade e algo que não sou capaz de reconhecer.
— Sei que você quer que ele compre exclusivamente de você, e que você sabe que Yoongi quer o mesmo — Namjoon franze os lábios, pressionando-os em uma linha. Ele pede outra bebida para o garçom e alcança o celular em seu bolso. Assisto em silêncio enquanto ele digita uma mensagem e guarda o aparelho outra vez, provavelmente se livrando do seu compromisso. Assim que o bartender coloca o novo copo cheio no balcão, Namjoon não perde tempo e termina com quase metade do líquido de uma só vez — E acho que é meu dever dizer que não vai dar certo. Nem pra você, nem pro Yoongi.
— Ainda não entendi o que é que você está fazendo aqui, pra ser sincero — Ele parece perturbado, e talvez tenha mesmo sido uma boa ideia não citar o nome de Hoseok logo de cara.
— Não é óbvio? Eu quero fazer um acordo.
Silêncio. Seguido de silêncio e mais silêncio, e então interrompido por uma risada sem humor algo, e incrédula.
— Você não pode estar falando sério — Ele finalmente diz, terminando sua bebida e ordenando que o homem atrás do bar o sirva outra vez. Eu tento manter minha expressão o mais séria o possível, e é minha vez de me inclinar em sua direção, enquanto ele começa a beber outra vez.
— Por acaso eu pareço uma mulher que brinca com esse tipo de coisa? E droga, Namjoon — Eu digo seu nome outra vez, e percebo que ele parece incomodado com meu abuso descarado — você falando assim faz parecer que eu também não sou uma mulher ocupada. O meu tempo também é precioso, e só gasto ele com quem merece.
— Você disse que Yoongi não sabe que você está aqui — Ele engole a seco e então muda de assunto, o que me deixa um pouco frustrada.
— Ele não sabe… — Ele continua me fitando perdido, então resolvo esclarecer as coisas, porque paciência nunca foi uma de minhas melhores virtudes — Hoseok não parece o tipo de homem que se importa em honrar sua palavra, e suas ações já deixaram claro que ele está se divertindo com toda essa situação. Ele faz Yoongi se enrolar com os outros clientes para tentar ganhá-lo, e tenho certeza que o mesmo acontece por aqui — Namjoon não me responde, mas nem é necessário. O modo como ele encolhe os ombros e suspira, ainda que minimante, já é uma resposta clara de que estou certa — E ele não parece interessado em parar com esse jogo tão cedo.
— Certo, e o que é isso tem a ver com Yoongi não saber que você está aqui, e com você querer propor um acordo? — Ele questiona e busca sua bebida outra vez, mas minhas mãos mais ágeis alcançam o copo primeiro e viro o restante do líquido, que descubro ser uísque, de uma só vez, e meu gesto provoca um grunhido frustado que escapa do fundo da garganta de Namjoon e ecoa por meus ouvidos, me deixando zonza.
— Tem a ver que quero propor uma trégua.
— Uma o quê? — As palavras escapam da boca de Namjoon antes que ele tenha tempo de pensar sobre elas, a julgar pelo tom surpreso que as assombra.
— Essa rivalidade ridícula já passou dos limites, você não acha?
— O que eu acho é que você perdeu completamente a noção das coisas, ou é fraca demais pra bebida e não faz ideia do que está dizendo… E, por Deus, eu espero muito que a segunda opção seja a verdadeira.
— Será que a gente pode conversar em um lugar um pouco mais privado? — Eu peço, ignorando sua fala e olhando ao nosso redor. Eu sei que esse é um dos bares que pertencem ao grupo de Namjoon, e que provavelmente as pessoas daqui são de sua confiança, mas, de qualquer forma, não consigo deixar de me sentir exposta demais.
— Eu acho que não tem necessidade nenhuma disso, porque nossa conversa vai acabar por aqui.
— Achei que você fosse querer ouvir sobre como todo mundo sabe que Seokjin é um infiltrado seu, tentando te passar informações sobre o que Yoongi faz ou deixa de fazer — O rosto de Namjoon empalidece quase de imediato, e ele fica tenso em seu lugar, os lábios se partindo e deixando sua respiração escapar em sopros irregulares — Ou, então, você prefira que eu te conte o porque de Jimin não parecer tão confiável assim. Eu sei que ele se juntou ao seu grupo já faz quase um ano, mas ainda assim tem algo de estranho nele, não é? — A inocência forçada em minha voz faz Namjoon fechar as mãos em punhos — Provavelmente porque ele trabalha pro Yoongi, mas acho que você já deve desconfiar disso, não é?
A atmosfera ao nosso redor se torna intensa e pesada, e me sinto sufocando. Luto contra a vontade de alcançar meu copo e dar um gole longe em minha bebida, mas não quero ter que afastar os olhos de Namjoon, e acabar perdendo nossa competição idiota de quem é o primeiro a ceder e desviar o olhar. Alguns segundos se passam e ele se dá por vencido, saltando para fora de sua banqueta e dando as costas  para mim. Vejo ele fazer um sinal discreto com a mão, e os dois homens que ocupam uma mesa próxima, e que estavam se levantando, voltam a se sentar. Vejo Namjoon desaparecer para os fundos do bar e resolvo arriscar, interpretando tudo como um pedido silencioso para que eu o siga, para que possamos, finalmente, conversar em paz.
Meus passos apressados logo me deixam diante de uma porta aberta, no fim de um corredor escuro, e entro sem hesitar, encontrando um escritório bem decorado e iluminado apenas por uma luminária acessa sobre uma mesa coberta de papéis. Meu olhar logo se acostuma com o novo ambiente e encontro Namjoon sentado em um sofá de veludo preto, na parede oposta à mesa. Fecho a porta atrás de mim e caminho devagar até o sofá, ocupando o espaço vago.
— O que você sugere? — Ele vai direto ao ponto, correndo os dedos pelos fios de cabelo outra vez. No meio tempo em que ficamos separados, ele conseguiu se livrar de seu terno e abriu alguns botões de sua camisa social preta, deixando seu pescoço a mostra. Consigo enxergar os contornos de uma tatuagem em sua pele, mas o desenho ainda é parcialmente escondido pela camisa.
— Você e Yoongi tem feito os mesmos serviços há quase um ano — Começo a falar e vejo-o abrir a boca, pronto para me interromper — E não adianta negar. Você me pediu pra falar a verdade, e é isso que estou fazendo. Vocês tem praticamente os mesmos fornecedores, e os mesmos clientes, e a única diferença é que enquanto você controla um lado da cidade, ele controla o outro… Você não precisa ser muito inteligente pra saber onde eu pretendo chegar com isso, mas, como eu sei que você é muito, muito inteligente, Kim Namjoon, eu sei que você já entendeu tudo.
Ele parece travar uma batalha interna enquanto tenta resolver qual a forma mais correta de lidar com tudo que acabei de expor. Eu aguardo pacientemente, por mais que meus saltos batendo contra o chão sejam um sinal claro de meu nervosismo.
— E o que Yoongi acha disso? — Ele questiona, curioso, e tenho certeza de que algo em minha expressão me denuncia, porque o olhar de Namjoon muda da água para o vinho em questão de segundos — Ele não faz ideia de que você está me propondo isso.
Não é uma pergunta.
— Tenho certeza de que ele vai levar tudo isso mais a sério se a proposta vier de você, e não de mim — Confesso, e pela primeira vez na noite me sinto realmente desconfortável na presença de Namjoon, e acabo sendo vencida, desviando o olhar para meu próprio colo, onde minhas mãos continuam entrelaçadas.
— Problemas no paraíso, anjo? — Ele provoca.
— Eu acabei de dizer que você e ele tem a chance de construir um império, e você realmente está preocupado com a minha vida amorosa? — Dou uma risada sem graça, relaxando contra o encosto do sofá e cruzando os tornozelos um sobre o outro.
— Longe disso… — Ele rebate depressa, com um timbre mais firme — Só não gosto de ver uma mulher como você não sendo levada a sério.
— Cinco minutos atrás você disse que eu era louca, ou que tinha bebido demais por estar falando sobre uma possível união — Ele parece mais relaxado, e um riso que julgo ser sincera ecoa pelo escritório, fazendo cócegas em meus ouvidos.
— Isso foi antes de saber sua proposta podia soar interessante, por mais insana que pareça… Mas o que te faz pensar que Yoongi concordaria com algo desse tipo? — Ele se ajeite no sofá, virando em minha direção, e o movimento faz com que seu joelho encoste em minha coxa, exposta pelo vestido curto, e nenhum de nós tenta colocar fim ao contato inocente mas ainda assim febril entre nossos corpos.
— Eu sei que ele não se importa muito com poder, porque está mais preocupado com o dinheiro… Assim como eu sei que você, ao contrário, parece gostar mais do status do que da fortuna que ser chefe de uma mafia garante. Ou estou errada?
— Completamente certa — Ele me responde, com um sorrisinho torto crescendo no canto de sua boca. Por um segundo parece haver um certo rubor em suas bochechas, mas o tom avermelhado logo desaparece.
— É por isso que acho que ele concordaria. Todo mundo iria sair ganhando, não acha?
— Parece bonito demais na teoria, mas não tenho tanta certeza se daria certo na prática — Namjoon confessa e então se levanta, caminhando devagar até sua mesa e apoiando as mãos no tampo desta, ficando de costas para mim. Consigo enxergar os músculos de seus ombros e costas marcarem o tecido justo de sua camisa preta, e o modo com o jeans escuro e surrado se ajusta perfeitamente aos contornos de suas coxas grossas — Que garantia eu tenho de que isso não é alguma espécie de golpe que vocês planejaram? Que, se eu concordar com isso, não vou acabar sendo vítima de uma traição mais tarde, e acabar sem nada? Ou morto?
Só percebo que meus batimentos cardíacos estão mais agitados do que o normal quando me levanto e caminho até Namjoon, parando atrás dele. Meus saltos altos trabalham a meu favor e diminuem a diferença de altura entre nós, de modo que só preciso me esticar um pouco para alcançar seu ouvido.
— Você tem a minha palavra — A essência almiscarada de seu perfume invade meu olfato e me pego inclinando o corpo mais para frente, e apoio minhas mãos em suas costas em busca de apoio. Sinto seus músculos se retesarem abaixo de meu toque.
— E como é que eu posso acreditar que sua palavra tem algum valor? — Ele questiona, ainda imóvel sobre meu toque.
— Acho que você vai ter que confiar no seu sexto sentido… Acho que esse também deve ser um dos requisitos previstos pra alguém que se torna chefe de uma mafia poderosa, não? — A provocação é clara, e Namjoon finalmente volta a se mover, girando e ficando de frente pra minha. Minhas mãos agora ficam espalmadas contra seu tórax, que se move visivelmente devido a sua respiração descompassada.
— E se eu dizer que não concordo com isso, e que recuso sua proposta? — Ele sopra as palavras contra minha boca, e sinto o cheiro da bebida em seu hálito.
— Aí talvez eu resolva te matar, aqui e agora, e acabe reivindicando o seu lado de Seul como meu.
— E você pretende fazer isso usando só uma faca? — Sua resposta vem acompanhada de um tom debochado, e mal tempo de pronunciar um o quê? que sai engasgado quando sinto uma de suas mãos deslizar por minha coxa, me pegando de surpresa. A ponta de seus dedos se movendo contra minha pele não é algo leve ou gentil, pelo contrário. Seu toque é pesado, intenso, semelhando a um pedaço de carvão quente ferindo minha pele. E, ainda assim, delicioso. Deixo meus devaneios de lado e volto a focar no que importa, e o que importa é que em uma fração de segundo a mão de Namjoon desliza entre minhas pernas e alcança o interior de minha coxa, alcançando o coldre que mantém uma faca presa em minha coxa. Ele então enfia dois dedos entre o elástico e minha pele, e segura o material entre seus dedos, utilizando-o para me puxar para frente, me fazendo perder o equilíbrio sobre os saltos e acabando grudada contra seu corpo — Você não devia adentrar em território inimigo trazendo só uma faca.
— Eu tenho outros modos de me defender — Afirmo, e antes de ter tempo para pensar duas vezes, venço a distância entre nossas bocas e deslizo a ponta da língua pelo lábio inferior de Namjoon, vendo-o sorrir enviesado em resposta.
— Isso é alguma tentativa desesperada de me fazer concordar com o acordo? — Ele questiona, sem se afastar, e sua boca se move sobre a minha a cada nova palavra pronunciada.
— Nem tudo precisa ser sempre sobre trabalho, sabia? — Respondo, minhas mãos deslizando de seu tórax para seu abdômen, e meus dedos se curvando levemente sobre os músculos, apertando sua pele sobre o tecido da camisa.
— E isso é sobre o que?
— Sobre o que você quiser que seja.
Ele me responde pressionando sua boca contra a minha, depois de um segundo de silêncio longo demais, que parece durar minutos. O gosto de uísque se mistura aos resquícios de morango que ainda tomam conta de meu paladar e a mistura de sabores me faz suspirar contra seu corpo. Enquanto sua língua urgente desliza sobre a minha, em uma bagunça ordenada, as mãos dele envolvem minha cintura e ele me segura no ar, fazendo meus pés desgrudarem do chão. Instintivamente envolvo seu quadril com minhas pernas e ele inverte nossas posições sem dificuldade alguma, e logo estou sentada sobre a bagunça de papéis que ocupa a mesa. Os dedos dele dedilham as laterais de minhas coxas, e seus dentes castigam meu lábio inferior, com uma mordida que me faz gemer contra sua boca e receber um sorrisinho presunçoso em resposta.
Alguns papéis acabam indo parar no chão quando ele se inclina sobre meu corpo, fazendo com que eu me incline para trás. Parece haver uma luta silenciosa entre nossos corpos, para determinar quem está no controle do beijo, mas não consigo chegar a nenhuma conclusão sobre quem ganha a batalha, porque no instante em que a boca dele escorrega por minha mandíbula e vai parar em meu pescoço, todos meus pensamentos são sufocados pelo desejo que corre por minhas veias. Aproveito seu momento de distração, enquanto ele se ocupa em deixar uma série de beijos úmidos e mordidas profundas em minha pele, para puxar a barra de sua camisa escura para fora da calça e deixo um grunhido escapar do fundo de minha garganta quando finalmente consigo sentir a textura macia de sua pele febril por baixo da camisa.
Quando me convenço de que minhas mãos serão melhores utilizadas abrindo o cinto que prende sua calça, Namjoon me pega de surpresa e me toma em seus braços uma segunda vez, me afastando da mesa e caminhando comigo na direção oposta do escritório, em direção ao sofá. Ele me deixa cair sobre o cômodo sem cuidado algum, e espero pelo peso de seu corpo caindo sobre o meu, mas nada acontece. Tiro os fios teimosos da cabelo da frente de meu rosto e ergo a cabeça para fitar seus olhos, e ainda há um misto de desejo e luxuária estampados em suas íris escuras. Mas ele permanece de pé, parado do lado do sofá, e caindo volta a se aproximar de mim é apenas o suficiente para sussurrar algo em meu ouvido.
— Eu não fodo com a mulher dos meus inimigos — As palavras sopradas devagar contra minha pele me deixam arrepiada, mas a significado por trás delas faz com que um gosto amargo retome para meu paladar.
A surpresa que sinto faz com que tudo que penso em dizer fique entalado no fundo de minha garganta, e por algum tempo eu permaneço imóvel, incapaz de me mover. Até que minha atenção é desviada para as mãos de Namjoon, que tentam arrumar a camisa por dentro da calça, enquanto um sorrisinho satisfeito repousa em sua boca. Só pode ser brincadeira.
Ele termina de se arrumar e, pela terceira vez na noite, checa o horário em seu relógio de pulso, não parecendo muito contente ao constatar que horas são. Sem dizer nada, ele estende a mão em minha direção, e aceito sua ajuda para me levantar do sofá, e é só quando estou de pé em sua frente, sentindo o calor de seu corpo próximo do meu novamente, que consigo pensar em uma resposta.
— Bom, acho que esse é outro bom motivo pra você reconsiderar a minha oferta — Digo, ainda que seja um pouco tarde para isso, mas ainda assim recebo um risinho baixo em resposta.
— Vem comigo — Ele começa a me puxar com ele, e seus dedos continuam entrelaçados aos meus. Não é como se eu tivesse muita opção.
— Será que posso perguntar pra onde estamos indo? — Digo quando estamos saindo do escritório e caminhando pelo bar, e me sinto bombardeada pela dezena de olhares curiosos que se voltam em nossa direção. Mais especificamente falando, para nossas mãos unidas.
Namjoon para de caminhar por um segundo e olha para mim, e sua mão livre ajeita uma mecha de cabelo atrás de minha orelha, em um gesto simples mas que parece íntimo demais para duas pessoas que, tecnicamente, são inimigas.
— Não é óbvio? Estamos indo falar com Yoongi.
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biasmut · 7 years
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Menina eu amei! Tipo assim demais Muié!! Vontade de imprimir e colar na testa e na casa toda! 😍❤
ITIIIIIIIIIIIIIII sua linda, maravilhosa
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