#pai do rap tuga

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Soundtrack para uma quarentena #15: ProfJam - Mixtakes

Não há muito que eu possa dizer sobre o Mixtakes que o próprio do ProfJam não insinue já ao longo desta mixtape lançada em 2016. É um álbum cuidado, carregado de significados e ideias, que me tem acompanhado em muitas viagens. Provavelmente não as mesmas em que o Prof anda, mas isso é outra história.

O rap de ProfJam (neste álbum pelo menos – não vamos falar de outras coisas) é metódico. Faz uso de um vocabulário extenso, domado com chicote para criar rimas precisas, que se inserem facilmente em narrativas mais extensas: tanto trabalha como storyteller (“Sinestesia”), como criador de ambientes (“Trigo Limpo”), ou simplesmente poeta (todas as faixas, na verdade).

O que é de facto único neste rapper é essa versatilidade. Prof tem a capacidade de modelar o seu discurso, flow, ritmos, tom de voz, e tudo mais, sempre com o objetivo de adicionar mais e mais elementos, tanto simbólicos como expressivos às suas faixas. Em “Queq Queres”, por exemplo, há um saltitar entre tons de voz e até oitavas para conferir mais poder e emoção às letras, com vozes pesadas a acompanhar versos agressivos, e vozes mais cantadas a acompanhar versos mais pensativos. A variedade de referências, desde grandes hinos do hip-hop tuga, a mitologia clássica, filmes, livros, etc, mostra também a capacidade de puxar por elementos específicos para criar uma mensagem concisa.

O foco não é na glorificação do ego próprio, na maior parte destas letras, penso que isso será óbvio. Está presente, claro, mas as mensagens presentes no álbum são muito mais pessoais, e até maiores do que a própria pessoa. Há ao longo destas faixas a noção de jogo entre o micro e o macro-cosmos, onde as experiências de uma só pessoa são expressão de algo mais profundo e universal. E ProfJam sabe-o bem, com os temas mais espirituais que transbordam das rimas. E se isto está tudo a soar muito “psicadélico” e “far out, maaan”, é-o, sem dúvida. Prof adiciona uma boa dose de psicadelismo ao rap já de si “conscious”.

Claro, isto não dava em nada caso o rapper não tivesse os skills para acompanhar estas ideias. E oh, se tem! Basta ouvir a “Além”, para notar o disparar rápido e concreto de ideias nas linhas Sou uma roda dentada sem dentes / não sirvo para esta engrenagem / quero renovar a mensagem / da escola do rap, da tv, da net / é tudo correto / menos ver que no fundo o que mexe / é a lei do cash e que tudo o resto é paisagem / então começa a ver como é que os teus pais agem. Estas frases, com uma métrica inteligente e estruturada acompanhada da cadência de ideias é um dos pontos altos do álbum.

Nota-se uma vontade clara e consistente ao longo destas faixas de sair da área de conforto, de passar mensagens profundas e pensadas. Fazer rap inteligente, e ainda assim atrativo e bem conseguido, tanto a nível estético como técnico, é um troféu em si mesmo. Cada faixa é um mundo, e o álbum é um universo, e ProfJam deixa-nos seguros disso. Mostra-nos os cantos desse universo, que na verdade é o “seu” universo. Único e irrepetível. O que não significa que se possa deixar de tentar o melhor. Pode ser que a quarentena nos dê sons mais introspetivos e cuidados deste rapper brilhante.

 JK, 27/03/2020

[oriopsy-blog]

CONECTIONS

Porquê  “conections”?  

 Passo a explicar, vou falar sobre mim e a minha melhor amiga , a Siri, (Está lá sempre para mim, é só chamar xD). A Siri é a pessoa mais cuidadosa , carinhosa e amorosa que eu tenho na minha vida , ela preocupa-se realmente comigo e com o meu bem-estar... É aquele tipo de amizade que não é baseada em coisas supérfluas como: se ela usa a mesma marca de roupa ou se usa muke-up ou se é gorda ou magra, alta ou baixa, nós simplesmente nos amamos muito uma á outra. Contamos tudo o que se passa de bom e mau na nossa vida, contamos coisas que não contamos a mais ninguém .. até mesmo aquelas coisas que nós achamos que deveriam ficar apenas entre a nossa consciência e nós.. mas depois existe a minha amizade com a Siri ... 

Vou contar-vos um pouco de como conheci a Siri. 

Devem estar a achar que vem aí bomba mas não , quer dizeeeeer ...

Conheci a Siri no Twitter , onde ela se chamava “Slim Shady”. Nessa altura da minha vida eu tinha acabado de sair de um relacionamento longo e estava pior que uma nuvem negra daquelas bem grandalhonas , e a Slim shady apareceu na minha caixa de DM’s , com um Olá ... lembro me que naquele momento pensei “Olá?? espera , esta rapariga está mesmo a dizer-me olá” ... 

Respondi-lhe rapidamente como se a minha vida depende-se disso, só que não né ahah ... Desenvolvemos uma grande amizade tão rápido que sinceramente , não me lembro de não a amar . A Slim shady (naquela altura eu ainda não sabia que a Slim shady era a Siri) , tornou-se para mim , algo que eu necessitava no meu dia-a-dia, ela estava sempre lá para mim , e continua a estar , a qualquer hora do dia. Eu e a Slim , começámos então a namorar virtualmente ... não nos julguem! Durou aproximadamente 4 meses, até eu conhecer a Glam, uma outra rapariga do Twitter, mas desta vez , eu já a conhecia pessoalmente... Foi dificil para mim, ter de escolher, entre duas pessoas de quem gostava muito, sendo que a Slim , morava a dezenas de quilómetros de mim e a Glam estava tão perto. Eu não queria magoar a Slim de maneira nenhuma, e no dia em que ía contar-lhe tudo algo de muito mau se abateu sobre a minha família, o meu cunhado Pete sofrera um acidente de mota grave e não tinha sobrevivido ao embate... o Pete era o marido da minha irmã Susan e pai da minha sobrinha Tilly , que nessa altura tinha apenas 4 meses de idade. Então, com todo aquele desespero que sentia e em que estava envolvida, fez com que eu adiasse mais um dia o que tinha para contar á Slim, sobre mim e a Glam estarmos cada vez mais próximas... até que o meu telemovel explode de mensagens da slim , a pedir-me montes de explicações por causa de um tweet da Glam a dizer que namorávamos.. Ela ficou realmente magoada comigo por eu não lhe ter contado primeiro.. mas ela também ainda não sabia que o pete tinha morrido, então também não sabia a razão de eu não ter falado com ela antes.

A Slim tinha uma amiga no Twitter a “Mary-Min” , e então éramos as 3 amigas, falávamos todos os dias, a toda a hora sobre tudo, inclusive nada. ahah

Passada uma semana , e sem notícias da Slim (ela não mandou mensagem desde aquele dia) , fui falar com a Mary , a fim de saber alguma coisa sobre a Slim, se ela estava bem... e por meu espanto e de todos vós, a Mary não fazia ideia alguma da Slim. Ela tinha desaparecido do mapa, literalmente.

Então, numa conversa com a Mary sobre uma outra amiga dela, a Remi, que estava com dificuldades financeiras, e a Mary ía fazer uma transferência bancária para a conta da sua tia Carol ... e aí eu parei e disse “tia Carol?” e a Mary sem perceber nada, diz “sim, a Remi vive com a mãe , a tia que é gémea da mãe e com o tio que tem autismo”... Nisto uma centelha de peçinhas de puzzle se encaixam no meu cérebro, e ... “A Slim também vive com a mãe Pauline, a tia Carol que também são gémeas, mais o tio... e adivinha só também é autista”. Naquele momento quase pude imaginar a Mary a berrar pela casa toda, e ela responde-me “SOMOS GÉNIOS!”.

Enfim, sim , a Slim era apenas um alter ego da Siri, e a Remi também foi como um dano colateral ... assim como o nosso “namoro” de 3 meses fora também. Mas como eu percebi que aquilo que ela fez foi errado mas na altura foi a maneira que ela arranjou para se “proteger”. E como a Slim era a Siri , sem nada inventado ou acrescentado , eu simplesmente decidi perdoá-la por me ter enganado fingindo ser uma pessoa que ela não era e esquecer completamente que ela era Slim e habituar-me a Siri e assim sermos melhores amigas para sempre...

 A Siri é uma miúda explêndida, sim tem uns quilinhos a mais , veste-se como um rapaz e acima de tudo ela não se importa nem um bocadinho com isso , muito menos com aquilo que os outros vão pensar sobre isso. E eu adoro isso nela. A-D-O-R-O. Mas isso é agora. Antes a Siri, tinha vergonha de se mostrar como ela mesma... Mas ultrapassado isso, agora a Siri é a pessoa em quem eu me queria tornar quando fosse grande, ela é como é, faz o que quer, com quem quer, e vive a vida ao máximo. E eu sou tão, mas tão grata e feliz por tê-la na minha vida.

A Siri está lá sempre para mim, a qualquer hora do dia, em qualquer momento... Apoia-me em todas as decisões da minha vida. EM TUDO.

Eu e a Siri até já fizemos vários directos no Instagram, aclamados de “Chá das 17h” , onde ouviamos e cantavamos Rap tuga , e comentavamos obviamente ;)

Neste momento ela está à espera que eu termine a surpresa , e eu aqui em pulgas para que ela mexa os cordelinhos dos ténis e venha a correr para aqui <3

Luv , Ori.

14-06-2019