Tumgik
#no fim ainda confundi na hora de mandar
lexiesbt · 6 years
Text
bittersweet ; christmas POV
Era horrível estar ali naquele ano. Em anteriores, as comemorações eram suportáveis, até boas, porque o banquete de Natal em Hogwarts era admirável. Muitos dos seus colegas também ficavam aproveitar aquela noite no castelo e era sempre divertido. Mas não aquela vez… Umbridge espantou todos. Ou melhor, todos que tinham para onde ir.
Suspirando, Lexie acenou a varinha para que a cortina de sua cama fechasse ao seu redor. Não é como se tivesse alguém ali para espiona-la, porém se sentia segura daquela forma. Pegou seu walkman debaixo da cama e a sua cópia de The Sound and The Fury. Gostava de pensar que era seu favorito porque a narrativa de Faulkner era fluida e diversa; porque demonstrava o declínio de uma familia aristocrática; porque Caddie Compson era a heroína sem ao menos ter voz no livro. E poderia arranjar outras desculpas mais literárias e maduras… Porém a verdade era que aquele pequeno livro azul lhe tinha sido dado por Genevieve no Natal em que ela tinha 10 anos. Era ávida leitora e podia se lembrar com clareza implorar para a mãe que lhe desse algo adulto e profundo.
Tentando espantar os pensamentos nostálgicos, Lex procedeu com a leitura que já havia praticamente decorado.
“É difícil acreditar que um amor ou uma dor é uma debênture comprada sem intenção e que vence querendo ou não e é recolhida sem aviso prévio para ser substituída pelo título que os deuses resolverem emitir no momento não você só vai fazer isso quando acreditar que nem mesmo ela era merecedora do desespero.”
O ritmo confuso de Faulkner era como casa para Alexa. Uma dor é uma dívida comprada sem intenção, tirada por uma força divina chamada tempo… No fim das contas, nem a maior delas era merecedora do seu desespero. E nem por isso para de doer, pensou ela.
Na maior parte do tempo nem ao menos pensava em Genevieve. Ou seu pai. E por mais que amasse Victoria, reconhecia também que não havia nada que pudesse fazer para melhorar a sua situação. De qualquer jeito, aqueles pensamentos insistiam em voltar como se esperassem o momento certo para atingi-la de forma certeira.
 Inquieta, retirou a carta que Victoria havia lhe mandado naquele mesmo dia. Não esperava nada, nem ao menos esperava que sua vó de consideração se lembrasse da data — Alzheimer era uma doença horrível. Mesmo assim, ali estava o envelope vermelho; ela havia enfiado embaixo do travesseiro, atrasando a hora de abri-lo. Como tudo naquela vida, deveria haver um momento, mesmo que não fosse o que ela pensasse ser o certo.
Minha querida Lexie,
Como está, meu anjo? Há quanto tempo não a vejo, já é uma moça tão grande…
Hoje é um dia que gostaria de estar ao seu lado e infelizmente não posso. Te considero como se minha neta fosse e por isso não podia deixar de te mandar uma lembrança.
Querida, feliz aniversário. Tenho orgulho da moça que está se tornando. Ora, digo isso para Genevieve todos os dias! Que orgulho tê-la estudando em uma escola tão famosa é importante. Como estão as coisas aí? Qual a sua matéria preferida? Você sempre gostou tanto de Literatura…
Conversei com seu pai hoje. Alexa, sei que não estão em bons termos, mas Jack está arrependido. Ele sempre esteve e sempre se sentiu mal, seu pai e eu te amamos mais que tudo, Charlotte, e não te ter em casa mais um Natal é doloroso.
Seu pai quer te conhecer e ele está mais perto do que você poderia esperar, meu amor. Eu pensei em lhe mandar o endereço, porém não lembro onde coloquei, me ligue quando puder e resolveremos isso.
Querida, espero que esteja bem. Sua avó sempre vai lhe desejar e rezar para que esteja bem, para que ganhe a melhor educação do mundo apenas para que possa conquista-lo depois. Você é uma garota de ouro e sinto saudades todos os dias.
Feliz Natal, minha filha
Com amor,
Victoria.
No fim da carta, as lágrimas de Lexie estavam incontroláveis. Damn it, pensou com raiva. Se Deus existia e essa era a porra da comemoração do nascimento do filho dele, então por que tinha deixado algo tão horrível acontecer com uma mulher tão boa quanto Victoria?
Charlotte era a filha dela, que morreu há muito tempo atrás em um acidente de carro. Era normal confundi-la com a moça, mesmo pessoalmente. Não era seu aniversário, e se estivesse bem, a mulher se lembraria que não estudava coisas como Literatura mais e por ali não tinha acesso a nenhum telefone para que pudesse ligar. Genevieve com certeza não entrava em contato todos os dias com ela, afinal, Alexa soube muito bem durante o tempo mais crítico da doença de Victoria que a mulher nem ao menos mandava um cartão postal mais. Como era comum, a vó estava confundindo os tempos em sua cabeça.
De qualquer forma, a parte mais intrigante de tudo foi a menção de seu pai. De início, imaginou que Victoria ainda falasse com Charlotte, porém o marido dela não se chamava Jack. Lex nem ao menos conhecia alguém com aquele nome, que não lhe parecia nada familiar. Seria possível que fosse o seu pai? As lágrimas desciam de maneira insistente. Jack. Seria Jack seu pai? E estaria ele mais perto do que ela imaginava? Onde estava Jack, então? E será que já havia procurado por ela ou sequer se importava com a sua existência?
Limpando os olhos já inchados, a Burton sacudiu a cabeça. Era mais um delírio do Alzheimer, e não precisava se preocupar com isso. De qualquer forma, faria uma visita à Victoria no primeiro dia do ano como de costume e ela nem ao menos se lembraria de algum Jack ou endereço. E ela era uma idiota por manter esperanças ou ao menos pensar que isso importava. Havia sido abandonada pelos pais, e como qualquer outra debênture, aquela lhe seria substituída pelos deuses assim que conveniente e ela se sentiria estúpida por se importar.
Dando de ombros, o grande fone do walkman cobriu-lhe os ouvidos e, dessa forma, deixou que Robert Plant cantasse até que não pudesse mais ouvi-lo.
2 notes · View notes
dofsmartins · 6 years
Text
Resenha de games – Portal
Postado originalmente no comequepod.com no dia 18 de março de 2011.
Portal é um jogo com uma premissa nunca vista antes. Sua personagem é uma mulher chamada Chell que acorda dentro de uma câmara fazendo sabe-se lá o que. Para situar o jogador e a personagem, existe uma inteligência artificial chamada GLaDOS e é ela que vai te acompanhar durante todo o jogo.
GLaDOS se apresenta logo no início e diz que você fará um teste experimental onde deverá passar por 19 câmaras de testes distintas usando portais que se abrem em diversos lugares, e que seu prêmio ao término da experiência será um bolo e sessões de terapia. A ideia dos portais é simples: são duas aberturas (uma de entrada, outra de saída) que se ligam fisicamente, fazendo com que a personagem possa entrar por uma parede e sair pelo teto, por exemplo. Às vezes o jogo fica tão corrido que você tem a impressão de estar caindo pra cima (sério!). No começo os portais se abrem sozinhos, até você conseguir pegar a Arma de Portais (cujo nome oficial é Aperture Science Handheld Portal Device).
Saindo um pouco da história do jogo, existem algumas coisas que você pode fazer com sua arma por mera diversão e também para ficar imaginando o quão incrível seria se ela existisse no mundo real. Por exemplo, se você criar um portal no teto de uma câmara, criar um segundo no chão logo abaixo e pular dentro dele, você aparentemente cairá num buraco infinito, mas na verdade você não está nem saindo da câmara. O que acontece é que ao sair pelo chão, você automaticamente entrará pelo teto.
Tumblr media
Outra coisa legal é que a única forma de ver o rosto da Chell é se você criar dois portais em duas paredes próximas num ângulo de 90º e olhar para dentro dele.
Voltando ao jogo, uma coisa importantíssima para seu funcionamento é justamente o respeito às leis da física, principalmente à inércia. Tanto que, para atravessar a maioria das câmaras é preciso atirar os portais de uma altura razoável devido à quantidade de movimento que se conserva quando você pula dentro dele e sai “voando” por uma parede. Vale lembrar que além de usar os portais para se deslocar, você também pode mover objetos através deles.
Depois de passar algumas fases, o jogo começa a se complicar: fases com água nas quais se você cair, você morre; robôs (turrets) com mira a laser e labirintos. Depois de pegar a prática, destruir os robôs fica até fácil: ou você cria um portal no teto e joga uma caixa na “cabeça” deles para derrubá-los, ou cria um portal atrás e os ataca silenciosamente, no melhor estilo “facada no Counter-Strike”. Falando em labirintos e caixas, uma parte realmente interessante é que dentro de algumas câmaras você percebe que já passou alguém por ali, uma cobaia assim como você e que descobriu como fugir dessa experiência, a qual nem você sabe porque está participando. Ah, você sabe sim: você quer ganhar um bolo no final.
Tumblr media
Agora, o interessante mesmo é que você só descobre que esse alguém quer te ajudar se você entrar em certas aberturas nas paredes do jogo. Era atrás dessas paredes que essa pessoa ficava abrigada e armazenava água, leite, ferramentas e até pendurava fotos e escrevia coisas nas paredes.
A partir daí você começa a perceber que GLaDOS não é uma inteligência artificial tão amigável quanto aparentava no começo do jogo. Sua voz e suas mensagens se tornam cada vez mais irônicas e tudo que você pode fazer a respeito é continuar em frente até completar as 19 câmaras. Para atenuar ainda mais o clima de suspense do jogo, a trilha sonora é composta por sons eletrônicos sombrios.
Apesar de ser em primeira pessoa, Portal é um jogo de puzzle, portanto sua duração é curta. Caso você nunca tenha jogado, conseguirá terminá-lo em aproximadamente oito horas.
Quer mais um motivo para jogar? Bom, não sou uma pessoa muito envolvida com jogos e geralmente não tenho muita paciência para chegar até o final, então se eu destrinchei Portal completamente e até fiz uma resenha é porque esse jogo é realmente muito bom.
Plataformas: PlayStation 3, Xbox 360, Microsoft Windows e Mac OS X. Desenvolvedora: Valve Corporation Ano de lançamento: 2007
PS.: No dia 22 de abril desse ano, será lançado nos EUA e Canadá a sequência – Portal 2.
PPS.: Logo abaixo tem alguns spoilers importantes do jogo. Se não quiser acabar com a graça do jogo não leia.
.
.
.
Você escolheu receber spoilers do jogo e perder toda a surpresa da história.
Não diga que eu não avisei.
.
.
.
Depois de você passar as 19 câmaras, uma plataforma móvel te levará direto a um "abismo" em chamas.
Aparentemente não há escapatória e o jogo acaba com a sua morte.
Porém, se você olhar para cima, verá que ainda é possível se salvar passando pelas áreas de manutenção do prédio usando a Portal Gun, e isso é realmente muito interessante pois parece que você está nos "bastidores" do jogo.
Enquanto você vai avançando pelos canos e engrenagens, GLaDOS vai se tornando cada vez mais furiosa e, para confundi-lo, vai dizendo coisas como "um dia nós riremos de tudo isso, afinal você está indo pelo caminho errado".
Obviamente você irá ignorar a voz onipresente do robô e seguirá as setas desenhadas com tinta (ou seria sangue?) pela pessoa que se tornara cobaia antes de você.
Após destruir mais robôs e dar de cara com um lança-mísseis, você chega a uma grande sala onde o hardware de GLaDOS está pendurado no teto.
Agora você só tem uma saída: destruir os núcleos esféricos de GLaDOS e mandar ela pelos ares.
No fim, Chell aparece deitada no portão das instalações e a câmera começa a viajar pelas entranhas do prédio que serviu de ambientação para o jogo, onde pára de frente a um bolo numa sala escura cheia de "núcleos de personalidade" semelhantes aos de GLaDOS.
Então um braço robótico desce e apaga a vela do bolo.
A música de créditos começa e o jogo finalmente termina.
PS.: preste atenção à letra da música.
1 note · View note
pitanguinhagrr · 7 years
Text
LEIA ESCUTANDO "ALL OF ME"
Sou péssima escrevendo, péssima descrevendo situações ou sentimentos, mas senti uma vontade gigantesca do nada e decidi contar minha história. tô dentro de um ônibus lotado com um fone de ouvindo emprestado e um céu lindo. Sou ótima em acabar comigo mesma, em me auto-sabotar, em deixar com que as coisas que eu mais amo vão embora. Tô em um momento no qual me sinto completamente incapaz, completamente dependente de alguém, alguém no qual mandei embora, no qual eu magoei e confundi. Tudo tava um conto de fadas, eu ainda mantia contato com ela, aparentemente eu ainda era prioridade dela, ela desenhou pra mim e me entregou seu lindo e intenso coração azul (montei algo que não existia dentro da minha cabeça), quando a realidade de que não daria mais para tê-la me conflitou e eu entrei em estado de pânico, percebi que deixei a minha pessoa ir embora, eu dei a minha pessoa para outra pessoa. Agora eu olho todos os dias para o espelho e repito para mim mesma "tá tudo bem, eu ainda a tenho", mas eu não posso criar outra mentira dentro da minha cabeça, seria tortura. Em um mundo repleto de pessoas vazias eu perdi uma pessoa extremamente intensa, que tinha o poder de me deixar feito uma criança de 12 anos quando se apaixona pela primeira vez. VAMOS SAMARA, ISSO NÃO É O FIM DO MUNDO. Tudo dentro de mim está se despedaçando pelo fato de que ela não é mais minha, ela pertence a outra, ela tem outra prioridade e não sou eu, eu não tenho mais a pessoa que eu falava de qualquer coisa em qualquer hora, que tinha o poder de me excitar só de mandar um áudio me explicando algo besta, e o que dói é que eu dei tudo isso de mão beijada; minha cabeça diz que isso aconteceria de qualquer forma, eu não estaria fisicamente com ela todos os dias, ela não tem tempo pra ir até mim ou vice-versa, eu sinto que estaríamos predestinadas a isso, mas eu ainda prefiro ficar me enganando. Não quero que me entenda mal, eu não a julgo por ter encontrado outra pessoa, eu sinto raiva de mim mesma, eu que mandei ela ir embora, a garota estava com ela no momento em que eu não estava. Não quero ser insensata irei respeitar esse momento e não vou mais comentar sobre meu amor e admiração por ela em público, até porque existe uma terceira pessoa envolvida e eu preciso respeitá-la, preciso respeitar as decisões que foram tomadas. Dói encarar a realidade que é: NADA MAIS SERÁ COMO ANTES; Não temos mais uma a outra como tínhamos antes, manter contato é só mais uma forma de montar na minha cabeça algo que não existe, a decisão é difícil, mas tem que ser tomada por alguém, já que eu já tomei as decisões erradas, cabe a mim tentar consertar e deixar ela ser feliz, não posso atrapalhar a vida dela de novo. Ainda não consigo expressar o que sinto, mas no meu coração existe a certeza de que em um futuro bem distantes iremos ser muito felizes juntas e vamos rir de tudo isso em Paris.
0 notes
pitanguinhagrr · 7 years
Text
LEIA ESCUTANDO "ALL OF ME"
Sou péssima escrevendo, péssima descrevendo situações ou sentimentos, mas senti uma vontade gigantesca do nada e decidi contar minha história. tô dentro de um ônibus lotado com um fone de ouvindo emprestado e um céu lindo. Sou ótima em acabar comigo mesma, em me auto-sabotar, em deixar com que as coisas que eu mais amo vão embora. Tô em um momento no qual me sinto completamente incapaz, completamente dependente de alguém, alguém no qual mandei embora, no qual eu magoei e confundi. Tudo tava um conto de fadas, eu ainda mantia contato com ela, aparentemente eu ainda era prioridade dela, ela desenhou pra mim e me entregou seu lindo e intenso coração azul (montei algo que não existia dentro da minha cabeça), quando a realidade de que não daria mais para tê-la me conflitou e eu entrei em estado de pânico, percebi que deixei a minha pessoa ir embora, eu dei a minha pessoa para outra pessoa. Agora eu olho todos os dias para o espelho e repito para mim mesma "tá tudo bem, eu ainda a tenho", mas eu não posso criar outra mentira dentro da minha cabeça, seria tortura. Em um mundo repleto de pessoas vazias eu perdi uma pessoa extremamente intensa, que tinha o poder de me deixar feito uma criança de 12 anos quando se apaixona pela primeira vez. VAMOS SAMARA, ISSO NÃO É O FIM DO MUNDO. Tudo dentro de mim está se despedaçando pelo fato de que ela não é mais minha, ela pertence a outra, ela tem outra prioridade e não sou eu, eu não tenho mais a pessoa que eu falava de qualquer coisa em qualquer hora, que tinha o poder de me excitar só de mandar um áudio me explicando algo besta, e o que dói é que eu dei tudo isso de mão beijada; minha cabeça diz que isso aconteceria de qualquer forma, eu não estaria fisicamente com ela todos os dias, ela não tem tempo pra ir até mim ou vice-versa, eu sinto que estaríamos predestinadas a isso, mas eu ainda prefiro ficar me enganando. Não quero que me entenda mal, eu não a julgo por ter encontrado outra pessoa, eu sinto raiva de mim mesma, eu que mandei ela ir embora, a garota estava com ela no momento em que eu não estava. Não quero ser insensata irei respeitar esse momento e não vou mais comentar sobre meu amor e admiração por ela em público, até porque existe uma terceira pessoa envolvida e eu preciso respeitá-la, preciso respeitar as decisões que foram tomadas. Dói encarar a realidade que é: NADA MAIS SERÁ COMO ANTES; Não temos mais uma a outra como tínhamos antes, manter contato é só mais uma forma de montar na minha cabeça algo que não existe, a decisão é difícil, mas tem que ser tomada por alguém, já que eu já tomei as decisões erradas, cabe a mim tentar consertar e deixar ela ser feliz, não posso atrapalhar a vida dela de novo. Ainda não consigo expressar o que sinto, mas no meu coração existe a certeza de que em um futuro bem distantes iremos ser muito felizes juntas e vamos rir de tudo isso em Paris
0 notes