#ninguém mais sabe usar camiseta fechada??????
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hansolsticio · 29 days ago
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boa tarde! apareci só pra falar que ESTÁ VIRANDO PASSEIO........
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kaleidoscopxeyesx · 4 years ago
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The Middle | 5SOS - Ashton Irwin Imagine
Inspirada pelo cover do 5 Seconds of Summer de “The Middle” e baseada na letra da música ❤ Esse é o meu primeiro imagine do 5SOS - e em estilo de songfic também - então espero que gostem! 
nº de palavras: 3K
legendas: (S/N) - seu nome  (s/cor/o) - sua cor de olhos.
sinopse: você e Ashton namoram há aproximadamente um ano e tudo sempre foi bom e descomplicado entre vocês - tão perfeito quanto possível. Ou, pelo menos, até cerca de uma semana atrás, quando ele começou a se comportar diferente e vocês passaram a brigar com frequência, fazendo-os chegar até o que parece o limite com mais essa discussão acalorada.
Pedidos estão abertos!💕 
Aproveitem pra imaginar muito com esse anjo impecável e se gostarem, ainda tenho outros em mente com cada um dos nossos aussies ❤ Boa leitura!  ❤
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Era como se o ar pudesse pesar sobre seus ombros - de novo.
Você estava sentada no sofá desarrumado da sala de estar de Ashton, as mãos enterradas nos cabelos e a cabeça entre os joelhos. Seus olhos (s/cor/o) estavam avermelhados, mas você já não chorava - embora algo em você ainda a fizesse sentir vontade.
Ashton estava distante o suficiente para evitar danos - porque sinceramente, a tensão que havia entre vocês era tão carregada que fazia parecer que trocar mais uma palavra poderia fazer o cômodo inteiro ruir.
Sentado na escada, ele tinha uma das mãos fechada em punho na altura da testa, por onde algumas mechas dos cabelos desarrumados caíam, enquanto os olhos estavam presos em algum ponto no chão sob seus pés. 
Vocês realmente não faziam ideia de como haviam chegado à essa bagunça, ou por quê as coisas haviam ficado tão agressivas e inóspitas entre vocês há mais ou menos uma semana agora. 
Ashton vinha estando bem ocupado com os compromissos da banda nos últimos meses, mas isso não era um problema - depois de aproximadamente um ano juntos, vocês sabiam lidar bem com isso. O fato é que, de repente, ele não só estava mais fora do que na própria casa - onde você vinha ficando com ele há algum tempo -,  como vocês também passavam o tempo juntos, na verdade, se desentendendo. 
Você achava que ele vinha sendo grosseiro com você às vezes, em assuntos e momentos que te pareciam realmente aleatórios, e ele ou parecia não notar, ou achava que você estava exagerando. Talvez fosse o estresse, e você já havia pego até algumas dicas de ciúmes aqui e ali, mas por que faria sentido? E além do mais, não seria mais fácil ele confessar o que quer que fosse e vocês conversariam sobre isso, ao invés de atacar um ao outro, competindo pela última palavra? 
Porque vinha sendo assim nos últimos dias, até que um de vocês: a) se distanciasse para evitar uma continuação; b) esquecesse o orgulho e se aproximasse, ou c) que tivessem se passado horas o suficiente para esquecer o motivo de tudo aquilo, voltando a conversar como se nada tivesse acontecido. 
Depois de horas, de novo você escolhia a opção que vinha sendo “favorita” nesse cenário de caos, e se levantou do sofá esfregando os olhos discretamente, até parar na frente da escada que levava ao andar de cima, onde o baterista estava. Mesmo querendo passar, você não tinha intenção de criar uma nova discussão, então suspirou antes de falar, fazendo-o levantar a cabeça na sua direção. 
-Com licença? - você murmurou, piscando para o chão e depois para os degraus atrás dele. Era fácil ceder olhando naqueles olhos, com o olhar que sabia que ele tinha agora. 
-Por que? Aonde você vai? - ele se apressou em perguntar, hesitando em sair do caminho. Os olhos dele correram o seu rosto de lá pra cá, um misto de dúvida e medo. 
Você pensou por um momento e desistiu de mentir. Que se dane. 
-Vou pegar minhas coisas. 
Assim que disse, você engoliu a seco e foi inevitável repassar quantas vezes havia pensado e dito aquilo naqueles últimos dias. Torcendo pra que ele não notasse a hesitação e pra que, principalmente, não tentasse impedir, você ergueu os olhos tão duramente para os dele quanto pôde. 
Ele se levantou na mesma hora. Você respirou fundo, mas não se moveu quanto a figura alta dele fez sombra à sua. 
-(S/N), não, é sério. Por que você fica...? - ele começou a protestar, mas num espaço que deu ao erguer os braços, você engoliu o ar e passou escada acima. 
Doía agir dessa maneira - se esquivar um do outro, poupar palavras e gestos -, mas ultimamente, todas as alternativas que vocês escolhiam pareciam doer igual - só cada vez mais profundas numa ferida que não se lembravam de ter aberto. 
E no entanto, lá estava ela, ardendo e consumindo cada um - e tudo o que havia no meio - como fogo ateado pra isso. 
Fazendo você puxar com força as gavetas do armário onde suas coisas se misturavam às dele, arrancando de lá as roupas e jogando-as na cama sem olhar - e sem pensar. 
Fazendo Ashton seguir você até ali só pra parar no batente com um olhar de desespero e exaustão, e depois passar para o lado de dentro, pedindo que você parasse enquanto te impedia de pegar a mala no alto do compartimento que só ele costumava alcançar por vocês dois. 
-Me larga, Ashton! Tire as mãos...! - você relutou contra os braços fortes dele te segurando, mãos fechadas nos seus pulsos, te impedindo de mover mas tentando não usar toda a força que ele tinha, porque não queria te machucar. 
-Pare, (S/N), me escute um minuto! - ele gritou exasperado, abaixando seus braços nas mãos dele e te encarando com os olhos muito abertos - Foi só uma discussão idiota e nós já tivemos outras, você sabe disso!
-É claro que eu sei! - você gritou de volta, se inclinando na direção dele conforme falava, a rispidez da voz parecendo rasgar seu peito - E eu não estou disposta a mais, é por isso que não podemos passar mais uma noite debaixo do mesmo teto! - exclamou, batendo os braços no ar pra se livrar das mãos dele, que os soltou de repente, se afastando. 
-O que diabos você quer dizer com isso? - ele diminuiu um pouco o tom, mas ainda era áspero e o rosto estava desenhado em expectativa. 
Não era possível que você estivesse sugerindo o que aquelas palavras faziam parecer - foi o que ele pensou quando você desviou o olhar e seus olhos arderam sob a atenção dos dele. 
-Você está indo embora? - ele insistiu, dessa vez um pouco mais alto, como se te sacudisse de um transe. E bateu as mãos nas pernas, impaciente, sem tirar os olhos dos seus.
-Eu não sei, Ash, eu não sei! - você respondeu de uma vez, também impaciente, sem piscar completamente porque não queria ceder às lágrimas acumuladas - Faz alguma diferença, afinal? Pra você, quero dizer, do jeito que temos estado?
Ele riu sem humor, rolando os olhos e virando-se para a porta, negando com a cabeça. 
-É claro que faz! - e se virou de volta pra você, o resquício de riso irônico ainda na voz, como se fosse óbvio, passando as mãos com raiva pelos cabelos despojados. 
Você começou a discutir de novo um segundo depois, mas ele se virou de novo para a porta, como se procurasse alguma resposta, as mãos ainda enterradas nos cachos castanhos claros com nervosismo - e não estava mais te ouvindo. 
Ele sempre impedira a si mesmo de pensar no momento em que você iria embora por algumas razões.
1. porque parecia loucura ficar com alguém pensando que terminaria; 2. ele nunca havia pensado que te daria motivos pra isso; 3. porque ele sempre garantira a si mesmo, e a você também, que nunca deixaria isso acontecer - a menos que fizesse algo realmente estúpido e merecesse. 
Isso se reacendeu na cabeça de Ashton naquele mesmo instante - quando ele cogitou a ideia de que você estivesse indo -, e então ele se virou de volta. Você estava gritando sobre ele sempre dar as costas, como estava fazendo ali, e as lágrimas já umedeciam seu rosto quando ele negou com a cabeça e disse. 
-Eu não posso deixar você ir. 
Você demorou alguns segundos pra captar as palavras, ter certeza de que ele as havia dito. 
-O que? - e franziu o cenho, pensando no quanto aquilo era desconexo de todo o ódio e amargura que você estava despejando nele há um momento atrás. 
-Não posso deixar você ir, (S/N), e não vou. - ele passou por você de repente, pegando as roupas na cama e atirando-as de volta na gaveta vazia, voltando a dizer enquanto isso - Não é assim que nós resolvemos as coisas! Nós não deveríamos estar tomando caminhos separados nisso, então ninguém vai fugir hoje, certo?!
Ele praticamente ordenou, categórico como você sabia que podia ser, mas há tanto não ouvia naquele sentido. Ele não havia mesmo jogado aquilo contra você, não é? 
Sim, ele havia. E foi quando parou de se mover pra lá e pra cá, batendo a gaveta de volta com uma mão, que você disse, desacreditada. 
-Fugir?! - e bateu as mãos no ar, deixando uma risada irônica escapar na pergunta retórica e, pra você, estúpida - Sabe, Ashton, você tem razão. Nós não deveríamos estar assim, porque eu estou cansada de sentir que tenho feito tudo sozinha por nós dois! - você tornou a gritar, a garganta e o peito raspando com o tom, sem se importar. 
-Sozinha! - ele exclamou, copiando sua ironia e voltando a gesticular com as mãos no ar, se virando, mas sem sair do quarto. Você esfregou as mãos no rosto e quando ele abriu a boca para falar de novo, não houve tempo - Como se eu-
-Por que você não me encontra na droga do meio do caminho, Ashton?! Por que você não entra num acordo comigo de uma vez?
As palavras fizeram um eco ensurdecedor e quando vocês se deram conta dos rostos um do outro, o estrago estava tão claro que era doloroso. Mas, havia algo no silêncio que fizera parecer que aquilo finalmente acabaria - que ele atenderia ao seu pedido em forma de súplica.
Ashton viu os caminhos das lágrimas reluzindo nas suas bochechas ao toque da luz e as marcas de umidade nas mangas do moletom muito largo dele, que você usava e torcia nos dedos. 
Você viu os olhos dele discretamente marejados, os cachos bagunçados demais caindo nas têmporas e os músculos rígidos debaixo da camiseta branca que ele vestia. 
Vocês dois imploravam um ao outro por alguma coisa, em silêncio, só fixando um ao outro com o olhar - pra você, porque já havia dito demais. Por isso, quando a boca dele se entreabriu e sua esperança foi quebrada por um suspiro seguido de nada, você irrompeu escada abaixo de novo, sem pensar. 
Ele resmungou consigo mesmo no quarto e, batendo os pés, seguiu você até a cozinha. 
Ainda haviam respingos no chão e o som da torneira pingando lentamente na pia, onde os cacos de um copo estavam espalhados - assim como os estilhaços de um prato na bancada bem ao centro do lugar. 
Era como se o caos que vocês vinham sendo estivesse retratado por todo lado.
Ele havia tentado fazer um café da manhã -  embora tivessem acordado consideravelmente tarde pra isso - pra vocês, e quando você acordou, decidiu ajudar. Parecia que seria um dia gostoso e diferente dos outros daquela semana - como era há uma ou duas semanas atrás. 
Ou, pelo menos, essas haviam sido as melhores intenções de vocês. 
Quando os dois se deram conta, um comentário e uma resposta brusca haviam se tornado uma discussão acalorada e, de repente, as coisas estavam quebradas nas suas mãos e nas dele, entre as vozes exasperadas de vocês. 
E Ashton nunca desejou tanto que as intenções realmente bastassem - exceto por agora. 
-Você não pode me deixar sozinha um pouco? - você retrucou quando o viu chegar na cozinha, enxugando as lágrimas antes de se virar completamente para vê-lo - Não parecia ter nada pra dizer lá em cima mesmo. 
-Me desculpe, está bem?! - ele devolveu antes que você pudesse acrescentar algo, o tom mais alto de novo - Eu não sei o que aconteceu com nós nessa última semana, quando foi que tudo ficou tão... Agressivo e complicado, eu acho. - ele negou com a cabeça pra si mesmo - Mas, eu sei que é algo sobre mim, também. 
Com o modo como ele frisou a última palavra, você franziu o cenho e caminhou hesitante na direção dele. 
-Também? - você repetiu, incrédula, erguendo o rosto para fitar o dele conforme se aproximava, e começou a disparar as palavras com ansiedade depois de um suspiro.
-Você não está mesmo tentando dizer que eu fiz algo de errado, não é? Que eu tenho feito algo além de...
-Eu estou dizendo que se precisa de dois pra fazer uma briga, (S/N). - ele interrompeu num tom médio, mas amargo.
-Ah, é claro! - você bateu as mãos no ar com ironia - Como se eu tivesse feito algo todos esses dias além de tentar cercar e amenizar as coisas entre nós! Era realmente só o que estava faltando! Você esperar que eu ficasse quieta ouvindo tudo que...
-Eu esperava que nós fizéssemos as coisas do jeito certo! - ele te cortou, gesticulando ansioso - Fácil e bom, como sempre foi! 
Com um silêncio tênue, você engoliu a seco e torceu mais o tecido do moletom nas mãos, um nó se formando na garganta, quando ele expirou com pesar e se virou de um lado para o outro antes de falar, num tom mais ameno. 
-Você não faz ideia de como eu só quero, todos os dias, chegar e ter você perto, como era... - ele passou os lábios um pelo outro e te encarou fixamente no silêncio, tentando reajustar a voz - E eu não...
-Então me traga pra perto, Ash! - você exclamou, ignorando a forma como sua voz oscilou, se aproximando dele - Por que você não faz isso?! - você repetiu e o empurrou no peito, as lágrimas ardendo nos olhos. 
No mesmo instante, ele fechou as mãos nos seus braços e quando você cedeu, passou os braços em volta do seu corpo com força, fazendo você colidir com o dele. O rosto em seu peito substituiu as mãos, sem poder ou querer se mover no laço estreito e forte dos braços dele ao seu redor. 
Ele descansou o rosto no topo da sua cabeça e quando fechou os olhos, tudo desapareceu, exceto o aroma familiar do seu perfume tão perto e o corpo bem encaixado nos braços dele, a respiração acalmando gradativamente e discreta. As lágrimas quentes na camisa dele, chegando à pele, cortando o coração dele, mas todo o resto - você - recompondo-o de volta.
E fora exatamente o mesmo com você. Um quadro branco preencheu todo o caos e arsenal de palavras violentas que estavam na sua cabeça antes. Só havia a sensação acalentadora dos braços fortes e quentes dele ao seu redor, como um porto seguro depois da tempestade. O perfume ressoando conforme você respirava, as batidas do coração no seu ouvido. Você quase podia ouvir o alívio na forma como se acalmavam, deixando de lutar. 
-Me desculpe, Ash. - você tentou dizer, num murmúrio, sem se mover - Eu sei que fui dura e te machuquei também, nunca quis fazer isso. 
Você apertou os braços mais ao redor da cintura dele e ele devolveu, fechando mais os dele à sua volta e inclinando a cabeça para encostar os lábios no topo da sua.
-Eu também nunca quis fazer isso com você, babe. - ele disse à altura dos seus cabelos, com aquele sotaque australiano no vocativo que te fez sorrir - Eu acho que foi só porque esses últimos dias têm sido tão cheios com os garotos e a banda, que eu não... - ele hesitou, pigarreando - Eu não queria trazer os problemas do trabalho pra você, então fiquei evitando e nós ficamos distantes. 
Conforme ele falava, você relacionava as palavras e desenhava círculos invisíveis nas costas dele com os dedos, mas quando aquela frase ressoara, você parou. Uma onda estranha passou por sua cabeça e você começou a entender, se deixando levar conforme ele falava, porque tudo começava a fazer sentido e o chão sob seus pés pareceu se refazer aos poucos. 
-E então ver você se dar bem com os garotos, e correr para as suas amigas quado nós brigamos... - ele negou com a cabeça, afastando as imagens e te reassegurando perto - Acho que me deixou com ciúmes e irritado, e eu não tinha saídas assim. Sei que deve soar estúpido e chegar a esse ponto é-
-Olhe pra mim, Ash. - você cortou-o, se afastando só o suficiente para fazê-lo te encarar - Você deve sempre me contar, tudo isso. Os problemas do trabalho e como se sente com as coisas, todas elas. - e sorriu, passando uma das mãos pelo lado do rosto dele.
-Se vamos passar a noite brigando ou falando sobre o seu trabalho, eu não me importaria nem em enumerar as cantadas ruins de vocês e ver um compilado de vídeos do Michael gritando sem motivo. 
Com isso, ele segurou sua mão no rosto dele enquanto ria, negando com a cabeça e você não pôde deixar de fazer o mesmo. 
-Mas, é sério. Nós estamos juntos Ash, pra valer. E não tem problema sem solução se estivermos sempre assim. 
Conforme você dizia, ele correu os olhos pelos traços no seu rosto e os lábios se movendo enquanto você falava, e depois sorria - apreciando e absorvendo cada detalhe. Então sorriu de volta e beijou a palma da sua mão no rosto dele. 
-É, eu sei, você tem razão. Eu só estava cheio demais pra lembrar disso, mas não vai acontecer de novo. Exceto pela louça, talvez. - ele acenou para os pedaços quebrados na bancada e na pia, fazendo uma careta. 
Você riu com gosto, concordando com a cabeça antes de entrelaçar os dedos de vocês e baixar o olhar um segundo. 
-E eu sinto muito por fugir também. Era só ao que eu conseguia chegar pra evitar que piorasse, e acho que nunca realmente parei pra pensar no quão ruim era. 
-Está tudo bem, amor, isso já passou. - ele garantiu, acarinhando sua mão na dele - Agora eu vou garantir também que você nunca mais precise fazer isso. 
Com um olhar de dúvida, mas contente e afeiçoado enquanto observava o rosto dele, você segurou o sorriso e esperou em silêncio, quando ele entrelaçou as mãos na sua cintura e te aproximou, os olhos atentos nos seus. 
-Vou sempre te encontrar no meio do caminho. - ele sussurrou, sorrindo de canto como uma criança orgulhosa.
E antes que você pudesse se erguer nos próprios pés, Ash se inclinou pra colar os lábios de vocês um no outro, acabando com o meio centímetro de distância em que você sorriu, selando o beijo com afeto.
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minabul-blog · 6 years ago
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             ✬ · · —— hongminah, 𝕥𝕙𝕖 𝕡𝕪𝕣𝕠𝕞𝕒𝕟𝕚𝕒𝕔. ୭
she's got fire in her veins, smoke on her lips, and blood staining her fists. but her mind is wrapped in chains, and scars mark her hips; sometimes she forgets she even exists.
( visualize também em pdf. )
BÁSICO.
nome: hong minah. · apelido: min ou minnie. · data de nascimento: 18 de novembro de 1992. · lugar de nascimento: seul, coreia do sul. · religião e crença no sistema: costumava não acreditar em qualquer força maior ou religião, mas depois de morrer e ser jogada no limbo, não teve muita opção se não acreditar. se existiam almas gêmeas, limbo, céu e inferno, então com certeza havia alguém maior que comandava isso. · em que parte da cidade reside? oficialmente mora em um prédio no centro, mas passa mais tempo em marnmouth do que em sua residência. · breve descrição do lugar onde mora: o lugar não é muito grande, levando em conta que minah nem precisa de muito espaço e nem passa muito tempo ali. uma sala, cozinha, quarto, banheiro e nada além. no entanto, em tudo há um toque seu. a decoração na sala é preta e branca, com detalhes em vermelhos lançados ao redor para quebrar o padrão; na cozinha quase tudo é de aço, e o que não pode ser é na cor branca; o quarto é principalmente branco, mas há toques coloridos em todos os objetos e maior parte do espaço é tomado por um guarda-roupas enormes, cheios de peças, e em um dos cantos há uma mesa com vários utensílios de arte que usa para desenhar roupas quando bate a saudade da faculdade e da carreira que havia sonhado para si. · mora com alguém? não, mora sozinha. · preferiria morar em outras condições? não, está extremamente satisfeita com suas condições de vida; no máximo, talvez, trocar por um apartamento maior com um quarto extra onde pudesse fazer um ateliê, mas é um plano para o futuro. · animais de estimação: nenhum, por enquanto. não é algo que fala para qualquer um, mas pretende, um dia, adotar um gato. · ocupação atual: traficante, mas é basicamente uma faz-tudo dentro da gangue que participa. · sexualidade: bissexual.
APARÊNCIA FÍSICA.
altura: 1,70m. · cor dos olhos: castanho escuro. · usa óculos ou lentes? não. · tem algum traço perceptível? possui diversas cicatrizes por todo seu corpo, resultado não só do acidente que a matou, mas também de várias queimaduras. as mais visíveis são nas costas das mãos e no rosto, mas sempre faz questão de cobrir com maquiagem. · saúde: além de alguns parafusos soltos na cabeça, minah é perfeitamente saudável. · modo como se veste: faz sempre questão de abusar na sensualidade (ou, como alguns gostam de dizer, vulgaridade). adora shorts, vestidos e saias curtas, blusas decotadas e saltos, mas nem sempre esse tipo de roupa é o mais recomendado ou confortável para seu trabalho, então também aposta em jeans, tênis, camisetas básicas e casacos. muitas de suas roupas são em cores básicas como preto e branco, mas também possui diversas peças coloridas e cheias de brilho para ocasiões específicas. exemplos: (x) (x) (x) (x) (x) · carrega consigo algum item valioso? não. · postura: sempre altiva, exalando confiança e perspicácia. mesmo quando está em uma situação de perigo ou desagradável, minah não muda ou cede, pois gosta sempre de estar por cima e isso reflete muito em como ela se mostra para as pessoas. · como costuma usar o cabelo? quase sempre está solto, longo, caindo em ondas contra suas costas. quando o dia está muito quente ou quando está sozinha em casa, também o usa preso em um rabo de cavalo. · cor de cabelo natural: preto, e é a cor que usa atualmente.
COMUNICAÇÃO.
velocidade de fala: a não ser que esteja muito irritada, minah fala em tons calmos, devagar, quase como se estivesse lidando com crianças o tempo inteiro. · tom de voz: varia de um momento para o outro. em alguns momentos está indiferente, em outros mais duro. na maior parte do tempo é sarcástica e ácida, mas também sabe ser bastante sensual, como sussurros em tons baixos. · existe alguma palavra ou expressão que seja habitual em seu vocabulário? quase sempre está falando palavrões. não é muito de medir palavras, independentemente da situação ou com quem está falando. · gesticulação durante a fala: algumas vezes, quando está sendo irônica, minah gosta de atuar como se estivesse de fato se importando, levando tudo a sério, quando na verdade tudo não passa de teatro; por causa disso os gestos muitas vezes são exagerados, sempre propositais, nada automático ou por hábito. · gestos comuns: mexer no cabelo, morder os lábios, virar a cabeça para o lado quando se sente confusa com algo. · qual o primeiro traço que percebe nas outras pessoas? os olhos. minah acredita que é através deles que pode perceber as reais intenções de uma pessoa.
HÁBITOS.
cuidado com as finanças; como se mantém no limbo? mantém-se com o dinheiro que faz vendendo drogas. não é muito, diga-se de passagem, mas é o suficiente, já que não gasta muito com comida e quando quer beber quase sempre tem alguém a disposição para pagar por ela. · faz uso de álcool, cigarro e outras drogas? com que frequência? bebe de duas a três vezes por semana e fuma apenas quando está muito estressada. já chegou a usar drogas, mas não mantém o hábito e nem há uma frequência sobre isso. · outros vícios: talvez sexo seja considerado um vício de minah, já que não perde a oportunidade de conseguir uma boa transa. ah, e é claro, o fogo – o grande amor de sua vida. · rotina matinal: talvez não seja possível chamar a rotina de minah de “matinal”, visto que ela passa a noite inteira acordada e depois que dorme só acorda durante a tarde. ainda assim, não há nada de especial nessa rotina: levanta, faz a higiene básica, toma uma enorme xícara de café e vai fazer o que precisa, sem muito drama. · o que costuma fazer em um final de tarde típico? na companhia de quem? nada de especial. geralmente ou já está em marnmouth ou a caminho de lá; às vezes tem a companhia de algum amigo, às vezes não. · sono: como citando anteriormente, minah não dorme a noite. passa as horas aprontando em marnmouth ou pela cidade e quando vai para casa já pode ver os primeiros sinais do dia, então não há um horário fixo para dormir. na verdade, não gosta muito disso porque sempre tem sonhos e a maioria deles é com daniel, algo que lhe deixa extremamente ansiosa e fragilizada. quando dorme é porque já chegou ao seu limite, na intenção de, assim, não ter o descanso perturbado por memórias.
HABILIDADES.
uma ou mais coisas que absolutamente não sabe fazer: cozinhar. minah é uma negação na cozinha e as únicas coisas decentes que sabe fazer é chá e café. · uma ou mais coisas que faz muito bem e como aprendeu: costurar. antes mesmo de entrar na faculdade, minah já estava procurando na internet como fazer isso, já que sua mãe mal sabia como segurar uma agulha. depois que entrou começou a aperfeiçoar sua técnica para poder fazer suas próprias roupas – não por necessidade, mas por gosto. · toca instrumentos musicais? não. · fala quantas línguas? 3. coreano (língua natal), inglês e japonês (o básico, aprendeu com daniel).
PASSADO.
cidade de origem: seul. · infância: aos olhos alheios, a infância de minah foi bem normal. tinha tudo que queria na hora que queria, pais ricos que passavam tempo demais trabalhando, mas que atendiam todos os seus pedidos sem nem piscar os olhos – mas claro, compreensível, queriam apenas dar tudo de bom e do melhor para a única filha. para ela, contudo, não foi bem assim. minah teve uma infância solitária, onde muitas vezes desejou a companhia de seus pais, mas não teve. também foi nessa época que seu amor pelo fogo floresceu e ninguém conseguia compreendê-la. aos poucos foi se tornando apática, e a única coisa que trazia alguma reação dela era o calor e as cores vibrantes das chamas que produzia no quintal de casa. · memória mais antiga: não se lembra de quando é, principalmente agora depois de anos no limbo e muitas memórias perdidas, mas tem memórias de uma festa de aniversário com muitos doces e um bolo enorme, seus pais lhe segurando nos braços e posando para fotos. · a memória mais triste ou a memória mais feliz: a memória mais feliz de todas é da primeira vez que viu daniel. não porque as circunstâncias foram boas e sim porque lembra-se dos olhos dele sobre os dela vividamente. a mais triste também envolve o rapaz, a última visão que teve dele antes de finalmente morrer entre os destroços do carro – vidro por todo lado, ferro retorcido e o belo rosto do japonês coberto por sangue. · eventos traumáticos: sua morte; o acidente que sofreu com daniel, a culpa que carrega até hoje por ter sido a causadora dele. · já teve problemas com a polícia? sim e não. deveria ter por causa dos incêndios que havia causado sem querer por aí, mas seus pais sempre fizeram questão de encobrir tudo.
FAMÍLIA.
nome da mãe: hong (min, nome de solteira) jihye. · status: não tem como ter certeza, mas acredita que está viva. · ocupação: oncologista. · descreva a relação com a personagem: não tinham exatamente uma relação. jihye dava tudo que minah queria, quando queria e era isso. nunca acreditou em seus problemas psicológicos ou qualquer coisa que dissesse, na verdade, por isso minah aprendeu a simplesmente não dizer nada e apenas aceitar o que lhe era dado quando precisava e queria. · nome do pai: hong dongwook. · status: assim como a mãe, não tem certeza de nada, mas acredita que está vivo. · ocupação: empresário no ramo de cosméticos. · descreva a relação com a personagem: exatamente como é a relação com a mãe. nada muda, a não ser o fato de que dongwook sempre foi mais duro com ela do que jihye, mas minah aprendeu a não se importar desde muito nova, por saber que, independente de tudo, o homem sempre iria atender cada um de seus desejos para mantê-la de boca fechada.
RELACIONAMENTOS.
de quem é mais próximo? de um grande amigo na gangue. além dele, também é relativamente próxima de @drwnshdows, @theparkwoojinie, @jiahoes e @baesogong. · como se relaciona com estranhos? depende do que aquele estranho pode lhe oferecer. se for nada, minah apenas oferece indiferença, mas caso seja alguém que pode lhe dar algo (seja dinheiro, status ou simplesmente sexo), ela pode ser a pessoa mais doce do mundo. tudo máscara, mas minah é muito boa em fingir. · como se relaciona com autoridades? com os anjos? minah não está nem aí para eles. a única coisa que ela quer com essas “autoridades” é fazer eles caírem em seus encantos, porque não consegue aceitar que, mesmo depois da morte, ainda tem gente que insiste em querer se fazer de correto. · de que maneira demonstra afeto? minnie é, por falta de termo melhor, uma tsundere. sua maneira de demonstrar afeto é xingando, batendo e brigando sempre que pode. são poucas as pessoas que lhe instigam isso, contudo. · o que lhe provoca raiva? gente certinha demais, que tenta fazer bondade como se aquilo fosse levá-los aos céus. não há nada que irrite mais minah do que essa hipocrisia. · existe alguém ou alguma coisa que seja capaz de, infalivelmente, melhorar seu humor? @drwnshdows e @baesogong são armas infalíveis quando se trata de pessoas. ela também adora dinheiro e a promessa de uma boa noite de sexo – isso, mais do que tudo, pode melhorar seu humor em 100%.
PERSONALIDADE.
otimista ou pessimista? gosta de se dizer realista, mas no fundo é bastante pessimista. · signo do zodíaco: escorpião. · MBTI: INTJ. · sente-se mais confortável sozinho ou na presença de outras pessoas? sozinha, mas não dispensa companhias em um momento ou outro. · entre família, dinheiro, sucesso e amor, qual sua prioridade? em uma escala, teríamos sucesso > dinheiro >>>>> amor > família. · se confrontado com a chance de voltar a viver, aceitaria? por quê? não. acha que está melhor assim e não se arrepende ou sente falta de nada do que ficou na terra. pelo contrário, acredita que possui mais liberdade no limbo, e pode conseguir o que quiser. · demonstra empatia com facilidade? não, é algo muito difícil, quase impossível. · em que ocasiões é egoísta? em quase todos os momentos. minah não é muito altruísta. · acredita em destino? não exatamente, mas depois de saber sobre sua alma gêmea, tem certas dúvidas. · como pensa ser visto/a aos olhos dos outros? não pensa muito nisso, mas gosta de acreditar que as pessoas lhe veem como uma pessoa confiante e sexy, alguém que pode tanto por medo quanto seduzir com um piscar de olhos. · segredos e quem mais sabe deles? seu único segredo é o quanto se arrepende de não ter tratado daniel melhor, de não ter aproveitado tanto a vida ao lado dele como queria. se arrepende de ter causado o acidente que os matou (daniel não está morto, mas ela acredita que sim) e isso lhe tortura diariamente, mas ninguém sabe disso. · o que costuma ser a raiz dos problemas em sua vida? pessoas em geral. para minah, o ser humano é a raiz de todo e qualquer problema, não só os seus. · como reage a mudanças? depende se for algo para melhor ou para pior. se for algo bom, abraça a mudança sem hesitar, mas se não for tão bom assim, bate o pé. é mimada demais para aceitar que as coisas não aconteçam da maneira que quer e para seu prazer. · o que gostaria de mudar sobre si? nada. adora-se como é.
GOSTOS.
comida: adora fast food, mas não come muito por medo de engordar e estragar seu corpo. · bebida: tequila é sua favorita, mas não recusa uma cerveja. · cores: preto, vermelho e branco. · música: minah é alguém que vai do pop ao rock. geralmente gosta muito de músicas que lhe façam dançar, mas enquanto era viva, também gostava de ouvir rock quando dirigia.
BIOGRAFIA OU HEADCANON.
a breve vida de hong minah se iniciou em novembro de 1992, em seul. filha única de um casal rico e de alto status, foi criada como uma princesinha mimada que sempre tinha tudo o que queria. era, no geral, uma criança normal, se não fosse por seu amor insano pelo fogo, que surgiu quando ainda era bem nova e seus pais não levaram nem um pouco a sério. no momento em que aprendeu a manusear os palitos de fósforo, passou a sair por aí fazendo pequenos incêndios. os pais sempre fecharam os olhos para isso, alegando ser apenas brincadeira de criança, até que, aos 10 anos, minah provocou um incêndio que destruiu todo o quintal de casa. a partir daí se iniciaram visitas a psicólogos e o diagnóstico era apenas um: vontade de chamar atenção dos pais. mas não, não era isso. minah simplesmente amava o fogo com uma paixão que beirava a loucura. não queria a atenção de ninguém quando brincava com as chamas, apenas queria vê-las queimando, independente do que havia ao redor. seus pais tentaram de tudo para que ela fosse normal e até passaram a tentar dar mais atenção a garota com a intenção de fazer ela melhorar, mas nunca aconteceu, porque não era aquilo que ela queria. as viagens, brinquedos, roupas, nada disso era o que minah queria. sim, a atenção dos pais fazia falta e era bom ser mimada, mas sua ligação com o fogo não tinha nada a ver com a relação que tinha com seus pais. com 16 anos um dos tantos médicos que visitou sugeriu que ela começasse a tomar medicação. além da vontade de atenção, alguns sugeriam transtornos psicológicos e, por fim, houve um consenso de que ela possuía transtorno de personalidade limítrofe, ou borderline. para ela era loucura, mas ainda assim foi forçada a passar pelo tratamento com muita terapia e diversos remédios. tornou-se, então, uma garota em cima de um muro entre a apatia e a sociopatia. muitas mentiras e máscaras usadas depois, aos 18 anos saiu do ensino médio direto para a faculdade de moda, onde decidiu esconder seus problemas para alcançar popularidade. e conseguiu. mais do que isso, lá conheceu também o cara que se tornou o amor da sua vida, o homem por quem faria qualquer coisa, mesmo que nunca conseguisse demonstrar isso de forma saudável. daniel veio para mudar a vida de minah e para melhor, pois pela primeira vez na vida sentia-se verdadeiramente amada pelo que era, com todos os seus problemas e loucuras, e em troca ela o amava também por completo. mas ele era tão intenso quanto ela, possuía tantos problemas quanto ela, e por isso o relacionamento sempre foi cheio de altos e baixos, com muitas brigas e dúvidas que se acabavam no final do dia, quando minah se via nos braços dele e sentia que tinha tudo que precisava. infelizmente foi em um desses baixos que minah morreu, em um acidente causado por suas birras e ciúmes exacerbados. daniel perdeu o controle da direção e a última coisa que minah lembra depois disso é de vê-lo coberto de sangue antes de sua consciência se esvanecer de uma vez.
CONEXÕES.
1. o chefe da gangue que participa. minah é faz-tudo de lá, além de traficante, e essa pessoa é a única a quem ela obedece sem muito pestanejar. seria, basicamente, a única pessoa com controle sobre ela no limbo. pode ser UMA chefe também, não há restrição quanto a isso. 2. um grande amigo dentro da gangue, alguém em quem minah seja grudada e os dois façam de tudo para protegerem um ao outro – além de, claro, ser quem está com ela toda vez que vai aprontar alguma coisa. 3. um anjo que teime em tenta defender a minah, encobrir os erros dela e protegê-la dos outros. 4. ao contrário da anterior, um anjo que queria por fim da força fazer minah pagar por tudo de ruim que faz no limbo. seria um plot bastante violento, então fica o aviso. 5. dois fuckbuddies “fixos”, por assim dizer; um homem e uma mulher. não haveria nada demais nesses plots além de sexo, mas a gente poderia ver como desenrolar no futuro.
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ourimaginarymonster-blog · 7 years ago
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Parecia alto demais, aquela cadeira tinha poucos pontos de apoio possíveis para a escalada, mas não seria um feito inédito se o conseguisse. Parou para analisar suas opções que pareciam escassas e achou um bolso na perna direita que parecia firme para apoiar o pé, era só dar o primeiro impulso e segurar com força na camisa que o resto iria se resolver. Ao perceber o esforço descomunal, seu avô o ajudou pegando-o pelas axilas e o aninhando em seu colo.
Acho que vai dar tudo certo, os primeiros três meses são sempre conturbados. - ele parecia não ter perdido o fio da conversa.
Seu avô era uma pessoa centrada e séria, sua conversa com a esposa já atingirá mais de uma hora e o garoto estava impaciente.
O menino estava ansioso pois era seu primeiro dia na escola. O avô o levaria mas parecia estar conversando há anos um assunto sério demais para interromper, então o neto começou a treinar sua leitura básica recém aprendida para ler as informações do rótulo da maionese, assim evitando contato visual com seus avós para não parecer que estava bisbilhotando.
Ela estava tão pálida bêm, vamos para lá de tarde? Eu quero saber o que está acontecendo. - O rótulo dizia algo sobre “colestrol”, soava como um nome de remédio para o nariz.
Calma, vamos almoçar e levar ele para escolinha, depois a gente vai para lá. Não adianta ficar nervosa, o que tiver que ser vai acontecer. - Tinham algumas receitas de patê que pareciam gostosas, se tirasse aquele coentro seria ainda melhor.
Depois de comer um omelete com batatas começaram sua pequena jornada para a misteriosa escola, o neto sobre os ombros do avô por boa parte do caminho. Perto de onde moravam havia uma praça onde uma mulher cantava algo que soava muito melancólico. As pessoas acumulavam-se ao seu redor com a respiração pesada, algo naquela música despertava um sentimento esquisito no menino, sentia falta de algo que não existia.
Todos olhavam hipnotizados para a mulher de cabelos cacheados da cor de mel que transbordava a praça com sua voz doce e leve. Por um momento a criança esqueceu da ansiedade, das conversas estranhas dos seus avós e das receitas de maionese. Nunca antes uma música o fizera sentir tão estranho. Queria chorar, mas se segurava para não o fazer na frente do seu avô.
E então, de repente como um vento refrescante, a canção chegou ao fim. O garoto se apressou a bater palmas entusiasmadas, completamente fora de tom com a música. As pessoas o seguiram aos poucos. A musicista o olhou e deu um risinho.
Bati palma cedo? Tinha mais? - O menino parecia envergonhado, a pequena multidão sorria.
Não, foi o primeiro a entender que acabou. - A mulher era muito bonita, tinha um ar materno quase familiar. - Bença tio.
Ela estava se dirigindo ao avô, o menino demorou um pouco para entender o que estava acontecendo, nunca tinha visto aquela mulher.
Deus te abençoe Isabel, você melhorou muito nesse violão, ein?
Eu tento, e como vai a…?
O avô balançou a cabeça negativamente com rapidez, Isabel se calou imediatamente.
Me espere na minha casa e conversamos sobre isso, não vou demorar.
Seu neto sentiu um clima anormal na conversa, enquanto observava os brincos da musicista se enrolando levemente em seu cabelo, sua camiseta tinha um desenho familiar que passava na tv, e suas calças rasgadas a faziam parecer como uma adolescente de vinte e poucos anos.
Isabel começou a guardar seu violão enquanto cantarolava a melodia da canção finalizada a pouco tempo, enquanto o garoto e seu avô seguiram seu caminho. O resto do caminho foi sonorizado pelos carros das ruas e o garoto a cantarolar a música aprendida enquanto mexia na careca parcial de seu avô.
A escola ficava ao lado de um campinho de futebol, onde não existia grama e sim uma areia vermelha. Alguns homens corriam em círculos se aquecendo para um treino quase silencioso. O menino olhou para seu uniforme branco e para o resíduo de areia vermelha que se espalhava por toda a rua, percebeu que um conjunto de uniforme seria pouco e sua mãe certamente o chamaria de porquinho.
Ao finalmente chegar na entrada da escola percebeu algo estranho nas crianças que seriam seus colegas dali em diante. Quase todas elas estavam chorando de forma escandalosa. Com isso a expectativa da escola começava a se manchar com a realidade dura de conviver com outras crianças. O garoto pensava que gostaria de novos amigos, mas aquelas crianças gostavam de chorar, e ele não gostava de choro. Desceu dos ombros do avô e ficou olhando estarrecido para as crianças que pareciam estar com medo de passar pelos portões coloridos da escola.
Vô? Por que eles estão chorando? Eles vão bater na gente? - O garoto percebeu um erro nos desenhos representados no portão, onde a Mônica corria atrás do Cascão brandindo um ursinho azul. O menino franziu as sobrancelhas, confuso.
Bater? Claro que não, ninguém mais faz isso nas escolas. Não sei porque estão chorando. Eles vão passar o dia brincando. Estão chorando porque são chorões. - O avô sorriu de canto de boca. Quando seus olhos se encontraram com os de seu neto ele sentiu a confusão do garoto, o medo do desconhecido.
Estou brincando. - E então ele se ajoelhou ao lado do garoto. - Eles estão acostumados a ficar com os pais, tios, avós ou seja lá quem for. É só medo de saudades. Saudades é natural, você sabe disso, faz parte.
Aham… Tomara que eles parem de chorar. Tchau vô.
O garoto pegou a lancheira das mãos do homem e caminhou entre as crianças escandalosas para dentro dos portões, pintados por alguém que tinha pouco conhecimento sobre o bairro do limoeiro.
A tarde na escolinha passava rápida demais, depois de pouco tempo as crianças pararam de chorar esquecendo completamente o motivo para aquilo, começaram a conversar entre si de forma tímida. Aos poucos um murmúrio coletivo passou para um barulho de show de rock, as possibilidades de brincadeiras eram infinitas, mas o garoto se mantinha quieto tentando entender o que a professora dizia. Ele não se conectava tão fácil e rapidamente com as pessoas, crianças ou adultos.
Gente, olha, em cima da mesa não… EI! Não, não, não, essa tesoura não é brinquedo, a gente vai usar só na hora de fazer a… Para de puxar o cabelo dela, Cleber? É, você mesmo, é Cleber, não é? Calma gente deixa eu falar uma coisa… - A professora parecia perdida, suas orientações se afogando num pequeno mar de crianças que tinham acabado de se conhecer.
Olhando a sua volta o garoto percebeu que alguns meninos brincavam com bonecos, coisa que ele se interessava. Mas, quando parou para olhar com atenção percebeu que as crianças estavam o fazendo de maneira desorganizada, brandindo um boneco vestido de bombeiro contra um super herói genérico, como se os dois voassem.
VRUUUM, CHIIIIIIIIiiiiii… PUM, OH NÃO, VOCÊ NOVAMENTE? NÃO VOU DEIXAR ISSO ACONTECER! - O menino sentia que não iria se divertir com eles dessa forma.
Foi até uma estante que ficava do lado de uns cartazes que relacionavam as letras do alfabeto com animais, até mesmo o W, embaixo escrito “windows”, um animal do qual nunca tinha ouvido falar. A estante de onde saíram todos os outros brinquedos estava praticamente vazia, alguns carrinhos quebrados e uns livros sobravam rejeitados em algumas prateleiras. Quando começou a mexer na pilha de livros, o segundo que achou foi uma revista para colorir, quando o abriu encontrou alguns dinossauros.
Oi? Tem lápis de cor? - A professora parecia não ter notado que ele estava falando com ela. - OI?.
Ahn? Oi, não sobrou brinquedos pra você? Qual você queria?
Não, tudo bem, mas e lápis de cor…?
Claro, dentro da gaveta aqui… Sabe mexer com o apontador? Ah, então pode ir lá.
O garoto passou o resto da tarde pintando o melhor que pôde aquelas figuras jurássicas. Quando o sol tocou o horizonte, as luzes do campinho se acenderam, isso era o sinal que o dia de escola tinha chegado ao fim. Na saída, com uma maçã na mão, o garoto tentava enxergar por cima das cabeças das outras crianças para achar o seu avô. Depois de alguns segundos encontrou o senhor na grade do campinho, observando o treino.
Não vai comer a maçã?- O homem disse sem tirar os olhos do campo.
Não gosto de maçã. - O garoto abriu a lancheira e colocou a fruta com cuidado do lado das cascas de pão.
Hum.
O caminho de volta foi melancólico, parecia que dessa vez nem os carros faziam barulho, o menino sentia que não devia cantarolar dessa vez.
Ao abrir a porta da sala deu de cara com Isabel, bebendo um café e conversando baixo com a avó. Ao vê-lo, a musicista deu um meio sorriso triste, parecido com o primeiro mas num outro tom.
Fica com ele um pouco, Isabel? Deixa eu conversar um pouco com o bêm.
Sem problemas tia. - A musicista se virou para o garoto. - Ei, quer ver meu violão? Ta ali no quarto, vem.
Ao passarem pelo corredor o garoto notou a porta da sua mãe fechada, o que era estranho pois ela estava viajando.
Entraram no quarto do garoto, Isabel fechou a porta atrás deles.
Como foi na escolinha?
Não sei, não gostei muito das crianças.
Eu também não gostava das crianças da escola. Você sabe onde está sua mãe?
Viajando.
Isabel se sentou na cama e começou a dedilhar o violão emitindo um som muito baixo.
Na verdade ela estava no hospital, ela passou mal.
É? - Tudo que estava estranho parecia fazer um pouco mais de sentido. - Ela está bem? Quando ela volta?
Ela já voltou, está no quarto dela, mas você tem que deixar ela quietinha hoje para melhorar.
O garoto se sentou do lado dela, tirou os tênis, colocou os joelhos embaixo do queixo e os abraçou olhando para os adesivos na parede sem pensar em nada em especial. Pensou que talvez fosse um bom motivo para chorar.
Depois de alguns minutos, Isabel quebrou o silêncio.
Você quer um irmão?
Não, crianças são chatas.
Mas você não se sente sozinho?
Às vezes, mas passa.
Isabel sorriu novamente, saía dela um fio de tristeza que aquecia o quarto.
Sua mãe queria que você tivesse um irmãozinho, mas não deu certo.
Amanhã eu falo pra ela que não tem problema.
Sabe, se seu problema é criança, eu posso ser sua irmã de consideração. Eu já sou meio que sua prima, mas finge que não.
Tudo bem.
O garoto sentia algo incomodar sua garganta, o fundo dos seus olhos ardia um pouco.
Minha mãe não quer me ver hoje porque eu não queria um irmão?
Não é nada disso, existem muitas pessoas boas. Você é uma pessoa boa, sua mãe é uma pessoa boa. - A musicista tirou o violão do colo e puxou a cabeça do menino para ele deitar em seu lugar. - Mas duas coisas boas não ficam boas juntas… Entende?
Não entendi nada.
Isabel soltou uma risada. A tensão da casa parecia pesada até para ela. Do lado de fora da casa, o garoto ouviu o gato miar, provavelmente procurando algum outro gato para brincar.
As pessoas precisam ficar sozinhas as vezes, aposto que você gosta de ficar sozinho.
Eu gosto.
Então, puxou sua mãe. Ela não ta brava com você, ela só está tentando ficar bem.
Será que ela quer patê? Eu aprendi hoje e… - Finalmente começou a chorar, não conseguia controlar, enxugava os olhos nervosamente enquanto as palavras saíam bambas da garganta. - Ela deve estar com fome, eu trouxe maçã...
Calma, tudo bem. - Isabel brincava com os cabelos negros do garoto, um cafuné esquisito. - Vamos fazer um patê irmãozinho.
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saalsodre · 5 years ago
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COOKER
                                                                COOKER
 Hoje o dia tinha sido corrido, a segunda feira era o pior dia da semana, parecia que todo mundo não tinha comido no final de semana, estavam sempre famintos.
Olhou uma garota sentada na barra, lia, relia a carta, mas não se decidia.  Tinha a sensação de conhece-la.  Se aproximou, lhe perguntou novamente se já tinha escolhido.
Ela levantou os ombros, o que é mais barato?
Quando escutou sua voz, recordou de aonde a conhecia, essa voz cantava muito bem.  Lhe respondeu, Beth, para ti, pago eu.
Ela levou um susto, como sabes o meu nome?
Sou Greg, fui companheiro do teu irmão em natação, no basquete.  Só que ele foi para a universidade, eu ainda fiquei um ano para trás, cuidando da minha mãe.
Ah, já me lembro de ti. Dizias sempre que ia embora daquela cidade de merda.
Alguém o chamou de outro lado, viu que ela se levantava, saia arrastando uma mochila, não tinha boa aparência.   Correu até a porta dos fundos, disse ao um garoto que estava descascando batatas, corra para a rua, siga, uma garota loira, com as pontas dos cabelos em azul. Veja para aonde vai.
Continuou trabalhando, pois eram muitos clientes para atender. Duas horas depois o garoto, voltou, demorei porque queria observar o que fazia, está com uma turma da pesada, creio que está se prostituindo.
Tudo que pode dizer foi merda.   Menos mal que agora o movimento estava frouxo. Sentou-se para ajudar o Mike a descascar as batatas, tinha se atrasado por culpa dele.         Uma história,  de amizade nascente, juntava os dois.
Mas antes de pensar nisso fez uma coisa, tirou seu celular, ligou para uma amiga, esta ainda vivia na cidade aonde tinha passado sua juventude.  Perguntou pelo irmão da Beth.
Desde que está desapareceu, está aqui com os pais.  Por quê?  Podes pedir que venha a tua casa, ela vivia ao lado da família da Beth. Daqui 10 minutos torno a chamar.
Continuou descascando batatas,  Mike, as pessoas para realizarem seus sonhos, as vezes se perdem, depois fica difícil consertar.
Não era o caso dele.  Seus sonhos eram bem pé no chão.  Estava fazendo a faculdade com dificuldade, mas estava.
Dez minutos depois voltou a chamar.  Orson, atendeu, nervoso.  O que esta acontecendo para montares esse número.  Sempre estava dizendo que ele montava números, que devia fazer teatro.
Bom, eu trabalho num restaurante aqui em Los Angeles, hoje apareceu tua irmã, quando a reconheci, se mandou, mas mandei segui-la, esta misturada com gente da pesada.  Não ia dizer que estava se prostituindo na maior.
Tens certeza disso?
Sim, porque como viu que a tinha reconhecido, não tinha dinheiro para pagar a comida, se mandou.  Consegues chegar hoje mesmo, porque creio que esta metida com quem não deve.
Estou saindo agora, só vou avisar meus  pais, em seguida vou.
Ele nos tempos que conviveram juntos, tinha sido apaixonado pelo Orson, mas nunca tinha rolado nada.   Ele tinha ido para San Diego fazer universidade, tudo ligado a esportes. Ele tinha ficado para trás.   Embora nunca reclama-se.   Era filho único, seu pai tinha desaparecido a muito tempo, nem era capaz de reconhece-lo. Quando terminou o curso, sua mãe ficou doente, o médico disse que não tinha jeito.   Ela tinha protelado demais fazer uma operação, um tratamento.  
O jeito foi ele arrumar um emprego, para poder pagar uma mulher para ficar uma parte do dia, ao mesmo tempo aguentar com as despesas.
Mas graças a isso, aprendeu a cozinhar.  Ela ficava o dia inteiro vendo programas de cozinha. As vezes dizia, deve ser bom.  Ele voltava o vídeo, copiava a receita, fazia para ela, com a doença nunca queria comer. As vezes por intuição, se não tinha todos os ingredientes, inventava com o que tinha.  Improvisação, dizia um cozinheiro, saiba improvisar, terás o mundo aos seus pés.
Quando ela morreu, ele finalmente pode pensar em sua vida. Vendeu a pequena casa que tinham, liquidou todas as dívidas, foi para Los Angeles.  Primeiro ficou num hotel, depois quando arrumou o emprego no restaurante, um dia andando por ali, procurando um apartamento, todos eram muito caros, viu em cima de uma garagem, um anúncio velho, já muito queimado do sol.   Perguntou a um dos rapazes, melhor falar com o chefe.
Este lhe explicou por que ninguém queria o apartamento. Anteriormente era o escritório da oficina mecânica.  Quando fizeram a obra, transformando o mesmo num pequeno apartamento, tinha sido mal feita.   O cheiro que vinha de baixo filtrava pelas paredes.  Mesmo assim pediu para ver.   Era perfeito, perguntou o preço?   Podia pagar. Entendeu que o negócio eram deixar durante o dia a janelas abertas, nem que fosse um pouco.  O problema era de noite, era fácil de subir por uma tubulação, entrar.   Era um salão grande, que funcionava de quarto ao mesmo tempo, uma cozinha fechada dentro de um armário, banheiro,  inclusive tinha já uma mesa que ele podia usar para estudar.  Ficou com ele.  De manhã quando saia, abria as janelas, deixando uma fresta para entrar ar. De noite quando voltava, acendia um incenso bem forte, que eliminava o cheiro. Se fosse no campo, queimaria bosta de vaca, o cheiro desapareceria.
Tinha conhecido o Mike por isso.  Um dia voltava cansado, reparou que a janela estava aberta mais do normal.  Entrou alguém, ou ainda está dentro.  Tinha um sistema, a que determinada hora se acendia uma luz, como para dizer que tinha alguém ali.   Essa luz estava apagada.
Quando entrou bem devagar, subiu as escadas, viu que a porta do banheiro estava fechada, andou rápido, pechou a janela, abriu a porta do banheiro.   Mike levou um susto tão grande que chegou a cair no chão.   Foi logo dizendo muito nervoso que só queria se lavar. Levava vários dias sem tomar banho.   Realmente sua roupa era uma tragédia.
Perdão vivo na rua, hoje não consegui dinheiro nem para comer, quando vi a janela aberta, pensei, ali deve ter comida, entrei, comi algo que vi na geladeira, por sinal fantástico, nem sei dizer o nome disso.  
Ele teve que rir, era um dos seus pratos inventados.  Abriu a geladeira, ele tinha comido tudo.
Não tens família?
Tive que fugir de casa, meu padrasto além de me bater, queria abusar sexualmente de mim, um filho da puta, falei com minha mãe, mas esta enganchada nas drogas, só riu, não passa nada me disse.
A segunda vez que tentou, dei com uma garrafa na cabeça dele, desde então estou na rua, como o que posso, vou pelos restaurantes vigio o lixo para ver se cai alguma coisa que se possa comer.
Ficou com pena do garoto.  Vou te deixar ficar aqui, porque a noite está gelada, mas tem uma coisa, se me roubas, ou tenta levar alguma dessas merdas que tenho.  Olhou em volta, começou a rir.   Quem ia roubar um livro, ele basicamente não tinha nada.
Olha tomas um banho, me jogas tua roupa para colocar na máquina de lavar, uma das coisas boas do apartamento, podia lavar ao mesmo tempo secar sua roupa. Abriu o pequeno armário de roupas, jogou uma camiseta velha, isso pode te servir de camisão para dormir.  Enquanto isso preparo comida para a gente. Esfrega bem teu corpo, porque está sujo. Use uma das toalhas que esta ai no banho, mas não deixe nada no chão.   Me dá teu tênis também, porque posso lavar junto.   O menino meio desconfiado, lhe deu tudo.
Enquanto ele tomava banho, preparou um omelete de queijo, uma receita francesa que tinha aprendido.  Descongelou duas hamburguesas.  A faria ao momento.
Quando ele saiu do banheiro, era outra coisa.  Ali naquele armário, tem um saco de dormir, vá o abrindo ali ao lado do sofá, que aonde eu durmo.  Enquanto isso vou tomar banho.  Não se preocupou se o menino fosse fugir, porque sua roupa era imensa para ele, a dele estava na máquina de lavar.   Sentaram-se para comer, lhe perguntou de aonde vinha, seu nome?
Me chamo Mike, disse o nome do bairro, era basicamente do outro lado de Los Angeles, um bairro de gente muito pobre.    Só não quero ir para proteção de menores, pois a coisa fica pior, tenho 14 anos, dentro de dois anos posso ser independente.   Agora no inverno podes dormir aqui, eu trabalho no restaurante que fica ali na avenida, dá fundos aqui para o beco. Posso te conseguir pequenos trabalhos, como descascar batatas, lavar panelas, coisas assim, podes ter uns trocado para ti.
Era época de férias, portanto sabia que ele não ia a escola.   Ele sim, porque para diminuir os anos de cursos, adiantava nas férias, tinha que recuperar o tempo perdido.
Quando tinha conseguido aquele emprego, ele avisou o dono, só posso trabalhar de tarde para noite.  A noite era quando tinham mais movimento.  Posso chegar, preparar todas as coisas para o cozinheiro.  Sei cozinhar também, mas teria que aprender a fazer coisas para muita gente.
O cozinheiro simpatizou com ele.   Eram um mexicano que tinha sido lutador dessa luta que os mexicanos adora, usam uma máscara.   Lhe disse tudo o que teria que fazer.  Chegar as três da tarde, cortar cebolas redondas, em juliana, tomates igual, aonde devia colocar.  Junto ao fogão havia como um refrigerador, aonde estavam as coisas já cortadas para montar uma salada ao gosto do cliente.  Teria que descascar batatas, cenouras, o que houvesse nesse dia no mercado, para fazer uma sopa.  O pessoal no inverno gostava de tomar sopa.  Era sempre a mesma de legumes, mas funcionava.    Aprendeu isso tudo rapidamente.  Chegava da faculdade, o cozinheiro Miguel, já tinha um prato preparado para ele, assim comia antes de começar fazer as coisas.  Lavava bem os braços, as mãos, colocava um uniforme de cozinheiro, se concentrava, sequer escutava o rádio que Miguel tinha sempre com músicas mexicanas.  Quando ele se concentrava, seja estudando ou fazendo alguma coisa, não escutava nada em sua volta.
Depois de tudo preparado, se lavava outra vez, agora tocava atender a barra, uma garota, atendia as mesas.  Lhe passava o pedido, que ele entregava ao Miguel.  Este trabalhava sozinho na cozinha.   O Dono, estava sempre sentado no caixa, com um puro sem acender na boca.  
A camaradagem com o Miguel era boa,  quando o movimento estava fraco, tirava um livro, aproveitava para estudar.  
Miguel soltava, ah se meus filhos estudassem, só querem boa vida.  
Falou com o Miguel, contou a história do Mike, podíamos dar esses pequenos trabalhos para ele, convença o patrão.  O que o Miguel não gostava era dos finais de semana, as lojas em volta estavam fechadas, o movimento da rua caia muito.  Só iam jantar, as pessoas que viviam por ali.
Sentia que perdia o seu tempo, quando poderia estar com a família.  Quando chego esses meninos estão dormindo, quando saio de manhã, igual.  Estão crescendo sem pai que os oriente.
De tanto escutar essa ladainha, um dia, depois de ter pensado muito, porque os curso o defraudavam, não era o que ele tinha imaginado. Disse ao Miguel, eu faço os finais de semana, afinal aprendi fazer tudo o que você faz, mas com uma condição, vou preparar os pratos a minha maneira.
A tua maneira? Que maneira é essa?   Já veras.   O patrão no início não gostou, mas disse, se algum cliente reclamar, o Miguel volta a fazer os finais de semana, tu podes inclusive ir para a rua.
Agora Mike, estava tranquilo, sabia que ele jamais iria abusar sexualmente dele, pois o respeitava, com o dinheiro que tinha ganho, tinha comprado roupa, simples, mas nova.  Greg lhe deu de presente um casaco melhor para aguentar o inverno.  Esses de plumas, forrados de nylon.  Quando não estava no restaurante, limpava o apartamento. Tinha descoberto por aonde entrava o cheiro.  Um dia quando Greg chegou, não sentiu cheiro nenhum.  Perguntou se a oficina não tinha aberto.
Veja, descobrir por aonde entrava o cheiro, cobrir tudo com uma massa de cola, gesso, como aprendi na escola.  Tapei tudo, centímetro por centímetro, o cheiro acabou.
Boa, assim não teremos medo de morrer asfixiados.  Agora podia manter a janela fechada, disse rindo, não vai aparecer mais nenhum Mike.
Já tinha conversado, ele teria que arrumar uma escola para fazer pelas manhãs.  Cada vez mais o Miguel lhe dava mais trabalho.  Agora tinha também que secar bem os pratos, os copos, isso ele fazia tranquilamente.
Miguel perguntou se não ia levar esse menino para as autoridades.
Sabes como é isso Miguel?
Sei, eu também fugi de todas as residências que me mandaram, até ficar maior, vivi na rua como ele.   Se dás casa para ele, pelo visto ele se comporta bem contigo, pode ser que dê certo.
Ele se preparou a consciência,   No sábado de manhã, chegou muito cedo, preparou um cake de legumes, para servir junto com as saladas.  A sopa, transformou num creme bem leve, com um pouco mais de condimentos.  Abriu uma carne, recheou a mesma com pimentão, bacon, assou no forno.   Quando chegou ao meio dia, colocou essas opções na carta.   As pessoas que vinham sempre, estavam fartas de comer a mesma coisa, a maioria se arriscou.  Na hora de pagar no caixa diziam, quem bom, amanhã, provarei o que não comi hoje.
O patrão sorria, tinha resolvido seu problema.  Veio falar com ele, aprovado, podes ficar com o final de semana, te aumento o salário.   Com o aumento ele pensou bem, falava com o Mike como ele tivesse a sua idade. Contou os planos, o que achas disso. A faculdade me decepcionou, prefiro cozinhar.    Se aprendo direito, faço um curso, quem sabe no futuro não posso ter meu próprio restaurante.    Mike ria, aprovo, desde que me deixe ser  seu ajudante.
Foi o que fez, procurou um curso de cozinha, pela manhã, assim não roubaria o tempo de trabalho, apesar que o primeiro curso a maioria fossem senhoras que não tinha nada que fazer, aprendeu uma série de coisas.   Fazer boas sopas caseiras, os cozimentos básicos.  O professor, disse que ele era o único que levava aquilo a sério.
Miguel, ao mesmo tempo que ficou contente, ficou preocupado em perder o emprego.  Agora as pessoas queriam a sopa como ele fazia.  Sem problema nenhum explicou ao Miguel, minha mãe por causa da doença só podia tomar sopas ralas, por isso fazia esses caldos.  Tinha que inventar muito, porque senão não comia.
Foi inventando coisas, juntos os dois discutiam, mudavam a carta, agora a frequência era grande, durante a semana, funcionava de maravilha.  Ele antes de ir para casa, preparava os cakes para dia seguinte.  Sirva frio com as saladas Miguel, vi isso numa reportagem francesa, quando pergunte, diga que fizeste tu.
O patrão longe de reclamar, subiu o salário dos dois.  Pena que não tenho tempo de fazer os cursos.  
Alias tua mulher não ia permitir Miguel, aquelas mulheres estão desesperadas.  
O professor lhe indicou um outro curso, assim ele foi fazendo um atrás do outro.  Ele poderia ter feito tudo para mandarem o Miguel para a rua, ao contrário, o ensinava, junto discutiam modificações, porque fazer igual aos outros era fácil.
As segundas feiras, era complicado, porque a maioria dos viajantes que vinham visitar as lojas ali perto, vinham comer.  Agora todos eram assíduos.  Era um dia que as mesas tinham que ser reservadas.  A cara do patrão ao fechar o caixa era ótima.
Mike estava trabalhando de pinche do Miguel, ganhava seu dinheiro.  Tinha resolvido inclusive tirar o sofá que era velho, compraram duas camas  assim ele não tinha mais que dormir no chão.
Falou com o patrão, esse conseguiu abrir uma conta no banco para o garoto, dizendo que era seu sobrinho.
Foi num dia desses que viu a Beth.  Seu irmão chegou de noite, ligou para o Greg, eles saíram com o Mike, para mostrar aonde tinha visto ela chegar.   Estava parada numa esquina como uma prostituta, tens que ter cuidado para não assusta-la.  Dê a volta no quarteirão, nos ficamos aqui, se ela tenta escapar de ti, a pegamos aqui.   Mas nada disso aconteceu, ela quando viu o irmão, caiu chorando nos braços dele.     Ele a levou para um hotel ali, perto, a fez tomar banho, trocar de roupa.   Ficou conversando com ela, a convenceu de voltar para casa, garantiu que ninguém ia condena-la por ter ido tentar a sorte como cantora.
Antes de ir embora Orson, foi falar com o Greg para agradecer.  Nem sei como posso te agradecer por isso.
Imagina Orson, fomos companheiros, não passa nada.
Passa sim Mike, eu tinha um certo preconceito contra ti, porque sabia que eras gay, pela maneira como me olhavas.  Eu me cagava de medo de ficar sozinho contigo, pois temia não resistir.  Sempre senti uma atração por ti.  Mas foi uma besteira, eres um sujeito sensacional, só que fazes por esse menino o Mike, imagine, ninguém faria isso.
Orson, eu quando cheguei aqui sem conhecer ninguém, apenas tive sorte, porque eu queria trabalhar.  Mas me dei bem.  Contou que tinha abandonado a faculdade, tinha se decepcionado com o curso.   Agora na cozinha eu adoro.   Contou como trabalhava com o Miguel.   Estamos crescendo juntos, um dia compraremos o restaurante do velho.  
Posso só fazer uma coisa, estavam os dois no apartamento.
Sim podes.
Lhe dar um beijo, sonhei com isso anos.  Quem lhe deu o beijo foi o Orson.  Meio desajeitado, nunca beijei um homem.   Tenho uma namorada na Universidade,  vou acabar o meu curso. Quem sabe um dia nos encontramos.
Ele ria, agora poderia esquecer o Orson, pois já tinha beijado o garoto que ele tinha gostado na sua juventude.
Um dia apareceu no restaurante um crítico de cozinha.  O homem não disse nada, comeu, provou dois pratos diferentes,  eles tinham inventado uma mouse de frutas, servida com sorvete de baunilha, que os clientes gostavam.   Era uma coisa simples, mas o truque estava na maneira como tinha sido feita.
O homem ficou sentado, esperando o serviço diminuir, quando o dono foi perguntar se tinha alguma reclamação, pois não ia embora. Ele disse que não ao contrário, tinha comido pratos simples, mas de um sabor espetacular.  Queria conhecer os cozinheiros.   Por isso estou esperando.    O velho os avisou, tem um homem querendo falar com vocês.
Lavaram a cara, os braços, saíram, o homem os convidou para sentarem-se na frente deles. Se apresentou Howard Smith, sou cronista de cozinha da revista do Time de Los Angeles, um amigo me falou do restaurante. Vim experimentar.
Me falem de vocês. Miguel empurrou a conversa para o Greg. Este disse que tinha aprendido a parte básica com o Miguel.   Agora fazia cursos, aproveitavam as ideias das comidas, mas antes discutiam como elaborar, os condimentos, como apresentar.  Faziam que o dono do restaurante provasse.   Se ele gostava, experimentavam na carta.
Agora Miguel também tinha voltado a trabalhar aos domingos. Os meninos, me ignoram, os chamo para ir ao futebol, ou qualquer outra coisa, me dizem que vão com os amigos. Fico sem ter o que fazer.
Depois da reportagem que o homem publicou. Encontrei duas pessoas honestas na cozinha, dividem o que aprendem fora, transformam em seu, tem uma carta pequena, fora de um cardápio normal.  Mas essa carta é de um sabor impressionante. Bem estudada, apresentada.
Mesmo só tendo por enquanto uma sobremesa própria, é um sucesso.  Até o Mike saiu ganhando, pois a sobremesa, Greg tinha ensinado ele a fazer.  Queria aprender outras.  Mike o inscreveu num curso.   Logo ele estava fazendo biscoitos para servir junto com o café, para o café da manhã, fazia cakes doces, bolos diferentes.  Aprendeu uma receita que fazia a mulher do Miguel, era culinária mexicana.  Um bolo de milho, que eles modificaram, ficava mais saboroso.  Resolveram dar o nome do bolo, o nome da mulher do Miguel.   Manuela. Esta quando provou disse, caramba fica melhor que o meu.
Os três agora, trabalhavam bem.  Ganhavam mais também.  Os dois puderam alugar um pequeno apartamento, com dois quartos, assim tinha mais liberdade.  Mike não era nenhum tonto, tinha visto as pessoas olharem o Greg.  Necessitas ter um lugar para fazer sexo, nada de fazer escondido nos becos, nos carros.  Pode ser perigoso.  
Greg ria, um garoto mais jovem do que ele, dando conselhos. Miguel, apresentou um sobrinho de sua mulher para ele.  Se gostaram, mas o outro era muito ciumento, queria controlar tudo, inclusive queria que Mike fosse embora do apartamento.  
Greg perdeu a paciência, sinto muito, mas estás tocando meu nariz,  Mike é como um irmão para mim.  Portanto o mais fácil é que tu desapareças.
Miguel quando soube se matou de rir, além de fofoqueiro, pois contava tudo para minha mulher.
Os três agora tinham uma caixinha de guardar dinheiro, quem sabe um dia o velho resolvia deixar o negócio.
Greg, começou um curso de Cordon Bleu, cozinha de muita qualidade.  Apreciava o professor um francês, este percebeu que era aplicado, realmente interessado.  Muitos faziam o curso para terem um ponto mais no seu curriculum.
Algumas coisas eram difícil de adaptar a cozinha americana. O que Greg fez, foi assimilar, tudo que já sabia, acrescentar as novidades no dia a dia.  Miguel ficou contente, pois incluía coisas que ele mesmo tinha inventado no passado.  Sabores mexicanos, com outra apresentação, mais sofisticado.   Colocaram na carta do final de semana.
Funcionava, pois eram os dias que a afluência, através da crítica do jornal, apareciam pessoas procurando comidas diferentes.  O dono tinha feito pequenas reformas, mas realmente precisava um dia desses fazer uma maior.
Avisaram o Howard, para que viesse provar as novidades.   Este apareceu quase na última hora acompanhado de outro homem.  Prepararam tudo exclusivamente para eles.  Mas Miguel teve que ir embora, um dos garotos tinha sofrido um acidente.
Quando se sentou com eles, depois de terem atendido toda demanda.  Howard apresentou Greg ao homem.  Era dono de um bom restaurante em San Francisco.  Este elogiou a comida, disse que não esperava o sabor especial das coisas.   Contou que estava pensando abrir outro restaurante, mas claro era impossível cuidar de dois.   Perguntou diretamente se ele estava interessado.
Não trabalho sozinho, tenho o Miguel, o Mike que faz a parte das sobremesas.  Teria que falar com eles, na verdade o nosso sonho é ficar com este, o dono está para se aposentar, estamos juntando dinheiro para isso.
Mesmo assim o homem lhe deu um cartão.  Por se acaso.
Ele até se esqueceu do homem.  Foram mais um ano de trabalho, o único que tinha acontecido nesse tempo, era que Mike tinha começado um romance com uma garota que estudava com ele. Ela basicamente passou a viver no apartamento deles.
Greg, não se metia no assunto, só tinha reclamado com Mike, de que ela devia respeitar as normas que eles mesmo tinham inventado. Nada de roupa jogada no banheiro, que tudo estivesse sempre limpo.   A garota era ao contrário. Relaxada, tudo ficava fora de lugar. Se usava alguma coisa na cozinha ficava jogado para que o Mike limpasse.
Um dia Greg tinha saído, mas como tinha se esquecido da carteira, voltou, entrou em silencio para não incomodar aos dois.  Ficou gelado, quando os escutou discutindo.  Ela dizia que o Mike tinha que se livrar desse viado. Pois muita gente pensava que ele era também.  
Mike se defendia, Greg jamais tentou nenhuma coisa comigo. Esses anos todos me respeitou, me deu abrigo, foi meu amigo, me incentivou.   Como podes pensar isso dele.
Ela continuou criticando, que Greg devia ir embora do apartamento, que ficassem só eles.
Se escutou um silencio imenso.  Mike não dizia nada.  
Greg sabia, que quando ele fazia esses silêncios, depois explodia.
Viu que a garota ia sair do quarto, entrou rapidamente no seu. Em seguida ela saiu batendo a porta.
Saiu de seu quarto, bateu na porta do outro.  Escutou uma voz chateada dizendo entre.
Perdão Mike, sem querer escutei a conversa.  Mas se realmente te incomodo, vou embora.
Como podes pensar isso de mim.  Tu me abrigaste quando eu necessitava, você acha que por causa de uma buceta, vou mudar de opinião que tenho de ti?
Não quero é te causar problemas?
Sem querer isso tudo me mostrou quem é essa fulana.  Quer comandar minha vida.  Isso eu não posso permitir, porque levei anos para ser uma pessoa livre.  Tu me ajudaste, isso nunca esquecerei.  
Andou dias chateado, mas logo passou.
Os três tinham feito uma reunião, pois Howard tinha apresentado o Greg a um gerente de um banco.  Este poderia emprestar o dinheiro para comprarem o local.
Estavam felizes, mas no momento que falaram com o dono, este soltou, em boa hora vocês vem falar comigo.   Queria avisa-los que meu sobrinho que tinha um restaurante em New York, vem para cá, ficar com este.
Foi como um jarro de água fria na cabeça deles. O jeito era esperar para ver.
O sujeito era o extremo oposto do tio, tudo o que fez, foi com muita posse, colocar defeito em tudo.   A partir de agora, mudaremos a carta, para minha maneira de trabalhar. Os aviso que terei que me livrar de um de vocês.  Quanto a parte de doces, creio que é muito particular para esse tipo de restaurante, quiça seja melhor o garoto procurar outro lugar.
Em seguida conversou com Miguel, dizendo que ele era o melhor, que preferia ficar com ele.
No outro dia teve a mesma conversa com o Greg.   Não tinha entendido que os três eram amigos.
Sentaram-se na casa do Greg, discutindo.  Greg, Mike, tinham decidido pedir a demissão, não queria ficar com esse sujeito.  Miguel tinha mais complicado, pois tinha mulher, os dois filhos. Não podia sair correndo.
Melhor é você ficar Miguel, se depois conseguimos alguma coisa te avisamos.
No dia seguinte os dois pediram demissão.   Como o velho dono ainda estava no mando, estranhou, mas aceitou, o sobrinho não queria que ele pagasse o que se devia aos dois, mas o tio disse que estavam agora no auge por causa deles.  Pagou tudo que eles tinham direito.
Greg falou com Howard, que eles dois saiam do restaurante.
Então mudem de ares, andei pesquisando sobre o sobrinho do velho, ele quebrou o restaurante que levava em New York, é viciado no jogo. A melhor coisa que vocês fazem é aproveitarem o momento.
Porque não falas com o Mathews Ayres, ele ficou muito interessado em vocês.
Resolveram foram a San Francisco falar com ele, marcou antes por telefone.
Este os recebeu muito bem.  O restaurante não tinha nada a ver com em que trabalhavam,  um grande salão com vista para a Baia de San Francisco,  uma bela varanda, aonde as pessoas tomavam café pela manhã,  o restaurante não era luxuoso, mas impecável.
Mostrou a cozinha, era muito boa.  Eu desisti de abrir outro restaurante, mas contrataria imediatamente os dois.  Falou do salário, era muito melhor do que tinham antes.  Ainda perguntou pelo Miguel.
Lhe explicaram o problema dele, mulher, dois filhos adolescente.
Eles conseguiram um pequeno apartamento,  relativamente perto do restaurante, era de uma cliente do Mathews.  Mike disse que dormiria na sala,  quando estejamos melhor, conseguiremos um com dois quartos.   Só foram a Los Angeles, para se despedirem do Miguel, buscar suas coisas.
O Miguel estava com uma cara horrível.  Disse que o sujeito falava muito, mas na hora de trabalhar, tudo ficava nas costas dele.  As novidades todas que ele tinha dito, era que voltavam a carta antiga.  A clientela, está desaparecendo.   Pior que o velho já passou tudo para ele.
Bom qualquer coisa fale com a gente.
Começaram nova vida.  Trabalhar com o Mathews era fácil, aceitava sugestões, incluiu na carta, algumas coisas que o Greg tinha inventado.  Quem começava muito cedo era o  Mike, que ajudava no café da manhã.   Tinha incluído seus biscoitos para o café, duas tartes que fazia, estava eufórico.   Trabalhavam muito.    Mike agora saia com um grupo de amigos que tinha feito no próprio restaurante.  Um era ajudante de cozinha, o outro garçom, mas todos de sua idade.
Greg, as vezes saia pela noite, procurando companhia, mas sabia que começar um relacionamento era difícil, tinha uns horários de trabalho complicados.  Então eram aventuras de uma noite só.  A maioria das vezes nas casas das aventuras.
Nesse ponto, embora não lhe sobrasse muito tempo para pensar no assunto, acabava curtindo solidão, gostava que o Mike tivesse amigos.   Mas com eles agora passava mais tempo. Ele precisava de alguém para conversar.
Nos seus dias livres, saia para largos passeios para conhecer a cidade.  Um dia andando pela parte alta, fora do grande circuito comercial.  Perto de uma praça viu um restaurante com nome francês.   Ficou curioso, entrou para ver. De costa estava uma mulher jovem.   Quando se virou para lhe dizer que ainda não estava aberto, se surpreendeu, pois  era uma mulher muito bonita.
Explicou que tinha tido curiosidade, disse que ele também era cozinheiro.  Venha, vamos tomar um café na cozinha.  Esta era pequena, imaculada.
Essa é a cozinha dos meus sonhos, que seja assim pequena, bem como o restaurante. Tudo muito simples.   Ela lhe explicou que o restaurante era do marido, ele era francês, ela do Canadá.   Mas que o marido tinha morrido recentemente, estou em dificuldades para manter, pois tenho um filho.  Então me divido em atender, preparo tudo com antecedência, meus pratos principais, são saladas, tartes, alguma coisa que consiga fazer antes.
Lhe mostrou a carta que tinha o marido, era muito maior, ele foi marcando o que sabia fazer.
Lastima que não posso contratar ninguém, pois não tenho dinheiro para isso.
Perguntou pela clientela.  
Bom o forte é durante a semana.  Antes tínhamos uma pequena varanda, mas não consigo atender a todo mundo, dentro e fora.   Estamos cercados de pequenos negócios de informática, confecções de boutiques finas, gente que aprecia boa comida.  Mas sábados, domingos, mais pessoas que vivem realmente aqui.
De repente, lhe perguntou, não pensaste num sócio?
Não conheço muita gente?  
Posso ser eu, sempre sonhei com um restaurante assim, pequeno, simples, aonde as pessoas desfrutassem da comida.  Poder mudar a carta sempre, comida de mercado.
Meu marido pensava assim também.
Antes de mais nada, quero que saibas que sou gay.   Digo isso, por se acaso interfere em tua maneira de pensar.
Não tenho preconceitos, meu irmão que vive no Canadá, também o é.
Tenho umas férias para tirar, o que achas de experimentar. Venho trabalhar, montamos nossa carta. Se der certo, fechamos negócios.
Nesse dia conversou com o Mike.  Creio que estas bem no restaurante, sigas mais um tempo, que assim posso saber se dá certo, já faremos planos futuros.  Tens teus amigos.
Mike concordou, mas uma coisa Greg, o fato de ter meus amigos, é que nunca encaixamos os dias livres, sabes o quanto gosto de explorar os lugares contigo.  Iriam continuar a viver juntos.
Greg foi honesto com o Mathews, lhe disse o que passava, queria saber se ele lhe permitia fazer essa experiencia.
Este riu dizendo, tu és como um pássaro, necessitas voar. Não serei eu que te prenda.
Foi feliz da vida, ele fazia o caminho contrário do pessoal que tinha que trabalhar, então era fácil, mais adiante conseguiria um lugar para viver.
A primeira coisa, foi experimentar fazer tudo que anteriormente fazia o marido da Claire, o importante era recuperar primeiro os antigos clientes. Quando colocaram um quadro do lado de fora, mostrando a carta nova. Logo estavam funcionando com reservas. Em menos de um ano tinham recuperado os clientes, no verão a varanda voltava a funcionar.  A parte que os dois menos gostavam era das sobremesas.
Claire um dia apareceu sorrindo, olha o que encontrei. Um caderno de receitas da minha mãe, ela era judia, adorava fazer doces, o fazia inclusive por encomenda.  Podemos experimentar agora para o verão.  
Nessa noite conversando com Mike, pois o via desanimado.   Lhe perguntou o que estava acontecendo.
Bom estou estagnado, o que está em teu lugar, como sempre está sempre reclamando do que eu faço.  Sabe que sou teu amigo.  O grupo com quem eu saia, agora sai com ele, me puseram de lado.  Claro les interessa sempre ser amigo do que manda mais.
Venha vamos para a cozinha experimentar essas receitas, vamos ver se conseguimos fazer pelo menos duas.  Acabaram fazendo três.   Mike como sempre, lia as receitas, procurava brechas nas mesmas, para que pudesse criar. No dia seguinte como tinha livre, ajudou Greg a levar o que tinham feito.  Ficou deslumbrado com a Claire.  
Ela provou, ia dizendo o que eles tinham usado, mas numa das que ele tinha modificado, disse, aqui há algo diferente.  Colocava um pedaço na boca, ficava analisando o sabor. Disse em seguida o que ele tinha usado.
Em seguida Greg comentou com ela, o que estava acontecendo com ele.   Quando veio para cá, ficou restringido a fazer o que o dono queria.  Estava como eu, acostumado a criar coisas novas, agora o novo chef, não o quer por perto, para que não se lembrem de mim.
Bom se ele pudesse fazer as sobremesas, me ajudar na hora do almoço servir, creio que pode dar certo.
Greg tinha dúvidas, mas Mike queria tentar.
Começou já na semana seguinte.   Passou o fim de semana no restaurante, preparando tudo que já tinha feito, além das receitas da mãe da Claire, com um toque seu.  Podiam inclusive agora abrir pela tarde para lanche de senhoras.   Estavam trabalhando mais.
Ao lado, compartindo a mesma varanda, havia uma loja pequena, a proprietária, ia se aposentar, era cliente deles.  Perguntou por que não ampliavam, porque sua loja era pequena.
Ficaram os três conversando sobre isso.  Claire não queria assumir mais coisas, pois mal lhe sobrava tempo para estar com o filho.  Greg ainda tinha dinheiro, bem como o Mike.  A saída foi, abririam ali, uma de doces.   Ele continuaria fazendo os doces do restaurante, mas ali, abriria pela tarde para os lanches, ele prepararia doces como tinha sonhado em fazer.
O negócio ia redondo,  mas estavam preocupados com a falta de notícias do Miguel.  Quando finalmente Greg conseguiu falar  com ele.   Disse que estava voltando do México, tinha ido levar os filhos.   Manuela tinha insistido em voltar para lá.  Estavam se divorciando.  Reclamavam que sua profissão não lhe deixava tempo para a família.
Porque não vens a San Francisco, podemos conversar.
Claire agora, só atendia o restaurante, a varanda, mas precisavam de mais alguém na cozinha, ao mesmo tempo um garçom.    Falavam nisso todo tempo.
Nunca pensei que pudéssemos chegar a isso, pensar em ampliar. O garoto estava grande, agora passava mais tempo na escola, mas ela queria sempre curtir o filho.
Um dia, comentou que tinha falado com o irmão.   Este tinha terminado o relacionamento que tinha, o convidei para vir para cá.  Quem sabe podia me ajudar como garçom.
Greg se deslumbrou quando o Jacques chegou.  Era loiro, alto, olhos verdes quase castanhos. Se olharam de cima a baixo os dois, começaram a rir.  Estamos nos examinando mutuamente me parece.  Tinha um grande sentido de humor.  Disse que sim que podia experimentar, mas que de cozinha nada. Semanas depois apareceu o Miguel, mais magro, cabelos cortados muito rente a cabeça.  Um olhar triste, mas como sempre com bom humor.  Ficou literalmente apaixonado pela Claire.  Mas Greg, disse vá devagar, acabaste de sair de um relacionamento, tens filho, ela também.
Agora saiam os quatros depois de trabalhar, a única que nunca podia ir era a Claire.  Jacques comentou que ela nunca tinha gostado muito de sair.
Mike ria dizendo que o Greg, só faltava beijar o sapatos do Jacques.  Os dois estavam todo o tempo livre conversando.  Tinham a mesma idade, tinham nascido com uma pequena diferença de dias um do outro.
Agora tocava procurar um apartamento maior.   Conseguiram um ali mesmo na praça, tinha 3 quartos, um bom salão, banheiro, além de uma cozinha estupenda. Quem soltou logo a coisa foi o Jacques, eu vou dividir quarto com o Greg.
Este ficou surpreso, pois nenhum dos dois tinha avançado nada. Foi direto a ele, Jacques, não vai ser possível, minha experiencia com respeito as relações não são muito boas.  Primeiro que trabalhamos juntos, segundo gosto de estar sozinho para pensar. Imagina, creio que temos um belo princípio de amizade, mas daí passar diretamente a um relacionamento, creio que é precipitado.   Devias seguir vivendo com tua irmã.
Mike, lhe perguntou depois o porquê dessa decisão?
Mike, pense bem, somos um tipo de pessoas que é difícil um relacionamento dar certo, porque não temos horários, o pouco de tempo que temos para nós mesmos, normalmente é difícil de organizar, pois sempre temos coisas novas para experimentar.  Ter uma relação, aprendi que significa a renunciar a uma série de coisas que no momento, não posso, nem quero.
Falaram com o Howard, que quando viesse a San Francisco viesse conhecer o restaurante.
Este quando chegou soltou, caramba, vocês acabaram dando a volta por cima de tudo.  Adorava o paladar, algumas receitas clássicas francesas, feita com um toque mexicano. Conversando ele se lembrou.  A anos atrás me deram de presente um livro. A cozinha francesa, da corte de Maximiliano, imperador francês do México. Uma mistura de sabores.
Quando o livro chegou, devoraram chegaram a fazer cópia das receitas, para irem experimentando.   Era a junção na época da culinária francesa, com a mexicana, considerada pobre pelos franceses.    Mas claro, era impossível trazer da França, os ingredientes necessários. A princípio os cozinheiros que vieram, se irritavam, pois não encontravam como trabalhar.   Até que um resolveu juntar o que podia.  Coq au vin, com a impossibilidade de gastar grandes quantidades de vinho, o jeito era fazer com Tequila.  Ratatouille, apesar da horta do pal��cio, era necessário juntar milho, batata doce, coisas da terra.  Boeuf Bourguignon  a receita original era mudada para laranjas com tequila.   Crepes acrescentar um pouco de farinha de milho.  Ao mesmo tempo que eram trazidas mudas da Europa para fazerem pomares, hortas com coisas francesas, mas evidentemente a terra era outra, o sabor era diferente.  Incluir o uso do chile mexicano, saber dosar as quantidades era importante.
Howard veio jantar para experimentar as novas receitas, acompanhado do jornalista responsável pelo jornal de San Francisco.   Este amou as comidas, perguntou se podia fazer uma reportagem, mas queria fotografar os pratos para uma reportagem na revista do Domingo.
A enxurrada de reservas ficou impossível.  O pior era que as pessoas faziam reservas para semanas depois, não apareciam.  Resolveram que o restaurante era pequeno para isso. Portanto a não ser que fosse clientes normais, não aceitavam reservas.
Jacques não tinha aceitado bem a negativa do Greg, saia com o grupo, mas estava sempre tão colado a ele, que ninguém se aproximava dele.   Até o momento que Greg, resolveu que preferia ficar em casa, escrevendo ou examinando mais uma vez o livro.
Havia uma feira de Gastronomia, os convidaram para participar. Pediram que Howard viesse para compartir ideias.  Este deu a ideia, de montarem como um palácio, conseguiria uma mesa imensa.  Mas os garçons contratados usariam casaca antigas alugadas, perucas brancas, mas por debaixo camisetas com o nome do restaurante, bem como jeans negros, todos de tênis branco.    Aceitavam a reserva para ocuparem a mesa inteira, cabiam cinquenta pessoas. Foi um sucesso, saindo mais uma vez no Jornal.   O melhor era que todos bons restaurantes da cidade estavam lá.   Todos cozinheiros queriam experimentar. Fizeram no último dia depois que a feira já tinha terminado, um jantar para todos que tinham se inscritos.   Foi excelente.
Não tinham depois disso um minuto de descanso.   Trabalhavam como loucos, pois agora tinham almoço, jantar completos sempre.   Mal acabavam de servir o almoço, tinham que preparar para a noite.   Miguel dizia que igual ao Greg para preparar as coisas impossível.
Um dia Jacques veio lhe perguntar o que tinha com o Howard, já que bastava ele estalar os dedos esse homem vinha correndo, além das largas conversas entre os dois.
Ele estava trabalhando numa receita nova, modernizando uma das receitas franco/mexicana, não gostou da interrupção.  Simplesmente respondeu, vê por isso não quero um relacionamento, não gosto de dar satisfação a ninguém de como penso, ou como escolher meus amigos.  Já me basta ter que repartir com Claire, Miguel, Mike, as coisas de trabalho, por isso me reservo a minha vida pessoal para mim.
Jacques ainda insistiu, a resposta foi, teu horário de trabalho já acabou, por isso faça o favor de me deixar trabalhar.   Claire, Miguel que estavam presentes não disseram nenhuma palavra.
Posteriormente ela falou com Greg, francamente, fiquei inquieta quando Jacques começou a te cercar, porque sei quanto ele é monopolizador. Fizeste bem em não iniciar nada, pelo que sei do seu rompimento com seu namorado, o motivo foi esse, o controle, chantagens etc.  Muito típico dele.
Eu tenho o mesmo que tu, necessito quando sair daqui estar sozinha com meu filho, esquecer por instantes dos problemas daqui.   Estamos abrindo todos os dias, creio que devíamos fechar um para ter um tempo para nós mesmos.
Concordo contigo Claire, pois já chegamos aonde queremos, porque senão dentro de um tempo estaremos fartos disso tudo.   Miguel também concordou.  Examinaram o dia mais tranquilo da semana, para fecharem. Alguns clientes reclamaram, mas era impossível seguir o ritmo.      Semanas depois Claire avisou que Jacques voltava ao Canadá.  Arrumaram logo um garçom conhecido do Miguel.  Tinha trabalhado com eles na Feira que tinham participado.
Combinaram de tirar férias,  cada um tiraria 10 dias. Fizeram um mapa disso.  Ele avisou que iria a Paris para fazer um curso, era sua maneira de relaxar.  Um curso que ocupava as manhãs, as tardes iria passear, conhecer restaurantes.  Quando comentou com Howard, ele perguntou se lhe incomodava que fosse junto.
Imagina, será um prazer, pois nos damos bem, já conheces pelo menos de nome, podemos ir conversar sobre as coisas.
Claire iria ao Canadá visitar a família com o filho, quando ele voltasse,  depois seria a vez do Miguel ir ver os filhos no México.  Já Mike, ainda não tinha resolvido o que faria.
No voo para Paris, quando Howard perguntou por Jacques, ele lhe contou a história, tinha até algum interesse nele, talvez por ser bonito.  Mas já temos tantos controles no trabalho, tê-los também na vida particular fica difícil.   Ele pensou que tínhamos alguma coisa.
A viagem foi excelente, pois vinha recomendado por outros cozinheiros dos curso que podia fazer em pouco tempo.  Num dos cursos preparou o Coq au Vin, da receita mexicana, foi um sucesso.  Se informou de curso de docerias, principalmente de chocolates para o Mike, quem sabe ele se animaria.    
Pelas noites iam jantar em lugares modestos, para ver como era a comida, nada de lugares para turistas.  Pequenos bistrôs, principalmente dos de comida de mercado.   Analisavam cada coisa que comia. Um dia rindo disse, não sei como o Jacques pode pensar que entre nós havia alguma coisa.  Pois nossas conversas nunca foram a nível íntimo pessoal.
Se surpreendeu com a resposta do Howard, eu a princípio de verdade me apaixonei por ti, mas entendi que justamente o que faria, era tentar dirigir teu futuro.  Sabia que isso não daria certo, pois percebi que tu sempre tiveste uma coisa tua, nada de interferências.  Troca de ideias sim, sempre te vi aberto para isso, mas tiveste sorte com Miguel, pois o velho do restaurante nunca interferia no que vocês faziam.  Basta ver o que aconteceu quando você recebeu a pressão do sobrinho.   Falar nisso o restaurante fechou.
O que importante Howard, é que aprendi muita coisa com o Miguel, depois aprendemos a trocar ideia, com o Mike que basicamente não sabia nada, foi pegando gosto pela coisa, também.  Sempre trocamos informações.   Agora mesmo tudo que estou aprendendo, de noite passo para um laptop, para assim depois tirar cópias, ver o que é possível incluir no restaurante.
Eu me esqueci de comentar do fechamento do velho restaurante. Soube que o velho morreu, o sobrinho imediatamente fechou o local, porque não ia bem,  Vendeu tudo, foi embora.
Eu gostava muito do local, contou para ele o encontro com o Mike,  ele acabou sendo o irmão, amigo que nunca tive.  Posso falar de qualquer assunto com ele.  Porque viemos juntos de baixo.
Mas voltando a ti, pensei que tinhas algum relacionamento sério Howard?
Sim, mas me separei depois de 10 anos juntos, sou como tu, gosto de estar sozinho, escrevendo, agora estou preparando um livro sobre esses anos todos visitando restaurantes, os que sobreviveram, os que afundaram por querer ir rápido demais.
Imagina um detalhe de minha vida, Howard, quando minha mãe já estava mal, ela adorava ver os programas de cozinha, as vezes me pedia para fazer alguma coisa, eu improvisava sem ela saber, porque havia uma série de coisas que não podia comer.  Depois quando via um filme que aparecia aqueles restaurantes antigos, que quase não existem mais, ficava prestando atenção como eram.  Depois na minha cama ficava analisando,  o que eu serviria para o casal de namorados ou o que fossem os personagens.
Quando voltaram, fizeram a tal reunião, as coisas que poderiam aproveitar.  Disse que tinha visitado uns dois restaurantes de comida Kasher, para saber como era.  Algumas coisas pensava em acrescentar no que fazia.
Claire antes de sair de viagem, pediu para falar com eles, tinha recebido um telefonema do proprietário do local.  Como sempre a ganância das pessoas era grande, queria um aumento do aluguel, substancial, alegava que eles estavam indo bem, que deveriam pagar mais. Na realidade o contrato vence dentro de dois meses.  Teremos que pensar no assunto.  Confessou que estava um pouco exausta de tudo, que não sobrava tempo para ver o filho crescer.
Esse tinha sido o problema do Miguel, não tinha tempo para a família.  Comentou com ele o que Howard tinha falado do velho restaurante.  
Que pena, foi nosso ponto de partida, sou honesto de dizer que gostava mais de viver lá, do que aqui.   Antes de vir, estive trabalhando num restaurante em Venice Beach, que era bem diferente de tudo.   Lá gostaria de viver, na praia.   Embora tenham restaurantes que funcionam o dia inteiro sem parar.  Com mais de uma turma de cozinheiros.  Isso tem que ser bem administrado.
Tudo estava no ar, sabia que Mike ainda não tinha decidido. Sentou-se com ele, mostrou as informações que tinha, os lugares que tinha visto em Paris.  A resposta foi, que não queria ir sozinho.  Queria ter ido contigo, mas claro só se podia ir uma pessoa.
Colocou a mão sobre a sua, agora teremos pela frente uma série de decisões.  O valor que nos pedem de aluguel é muito caro.  Tenho dinheiro para investir, mas não sei se Miguel quer, tampouco tu, ou mesmo a Claire.
Mike soltou que tinha a sensação de que ela não iria voltar. Está muito cansada, pois afinal chega em casa, ainda tem o garoto que quer atenção.  
Tenho a mesma sensação, estive falando com o Miguel, ambos nos gostaria um lugar perto da praia, ele falou em Venice Beach, mas teríamos que ir ver, creio que os aluguéis lá são caros. Teremos muita coisa para pensar.  Se não te incomoda gostaria de saber a opinião do Howard, pois ele sempre nos ajudou.
Mike riu, ele sempre foi apaixonado por ti isso sim.
Contou a conversa que tinham tido na viagem, me falou nisso sim.   Creio mesmo é que tinha medo da diferença de idade que temos, afinal ele é mais velho uns 10 anos ou 15, nunca lhe perguntei sua idade.
Howard vinha a uma feira de vinhos em San Francisco, aproveitaram para falar com ele, sentaram-se os quatro, depois do restaurante fechar, ficaram bebendo, conversando.
Não sei por que, fui me informar a respeito do restaurante que vocês trabalharam, o sobrinho não conseguiu vender, porque tinha dívidas, ficou para um banco.  Por um acaso sou amigo de um dos diretores, falei de vocês.    Ele esteve aqui jantando com sua mulher, adoraram. Depois viram o vídeo que fizeram da feira.  Disse que poderia financiar a compra para vocês.  Minha pergunta, acham que a Claire trocaria  San Francisco por Los Angeles?
Os três começaram juntos, que achavam que optaria a ficar perto de sua família no Canadá. Afinal aqui no fundo estava sozinha.
Vamos esperar que ela volte para tomarmos uma decisão.  O chato é que investimos muito no nosso trabalho aqui.  Eu mesmo andei olhando dois a três lugares, quando sabem que é para nós, conhecem nosso restaurante, parece que o preço dispara.
Queremos trabalhar, mas o ritmo que se exige aqui, é tremendo, não sobra tempo nem para dar um beijo como diz do Mike.
No meio de suas férias Claire apareceu, como eles tinham previsto, queria vender a sua parte, ficou surpresa que eles também não queriam continuar com o restaurante.  Em comum acordo, dividiram todo o lucro que estava num banco.  Greg, Mike, ficaram com todos os maquinários, pois não sabiam ainda o que iam fazer, mandariam para um armazém em Los Angeles, até decidirem.   Fizeram um jantar de despedida.  
Miguel voltou a Los Angeles, Greg recebeu um convite para trabalhar uma temporada no restaurante do professor com quem tinha feito o curso.  Mike iria junto para fazer curso de doces.   Alugaram um pequeno apartamento, no voo de ida, iam lado a lado conversando. Mike dizia que jamais poderia imaginar estar fazendo esse viagem, quando o tinha conhecido.  Soltou sem que ele esperasse, tu es o centro da minha vida, sem ti nunca seria nada.  
Ficou emocionado, mudou de conversa, ficaram conversando o que fariam nas horas vagas.
Os primeiros dias no restaurante foram estressantes para Greg, mas tinha combinado de somente trabalhar uma parte do dia, queria as tardes livres para sair com o Mike por ai, se perderem na cidade.
O apartamento era pequeno, mas super jeitoso.  Tinha uma quantidade enorme de restaurantes por perto, de todos os tipos, foram anotando as comidas que queriam experimentar.
No final da primeira semana, saíram de noite, para jantar, tomaram uns copos a mais de vinho, vinham pela rua molhada pela chuva que tinha caído, rindo, quando passou um grupo, se fixaram no Greg.  O chamaram para ir com eles, num rompante Mike, colocou o braço sobre os ombros dele, dizendo que era seu, que não o queria dividir com ninguém.
Um dos rapazes brincando, então dê um beijo nele.
Ele pegou com as duas mãos a cara do Greg, lhe beijou com ardor.
Greg estava sem saber o que fazer. No elevador do apartamento, Mike colocou a cabeça nos ombros dele, dizendo que tinha bebido demais.
No apartamento, tirou a roupa, dizendo que ia tomar um banho, talvez vomitar, que não estava bem.  
Greg estava preocupado, ele estava demorando, abriu a porta do banheiro devagar, ele estava se masturbando embaixo do chuveiro.  Sem pensar um minuto, tirou toda a roupa, entrou no chuveiro com ele, se encostou nele, tirou a mão que usava para se masturbar, o fez por ele.
Mike, deixou a cabeça repousar nos seus ombros, sussurrava a quanto tempo esperava por isso.
Até que teve um orgasmo, se virou, seguiu beijando como tinha feito na rua.
Deram banho um no outro.  Quando saíram enrolados nas toalhas, a cara do Mike estava vermelha, por causa da água quente.  Se jogaram na cama sem falar nada, quem começou foi o Mike, creio que te peguei de surpresa com tudo isso.
Mas no dia que te conheci, pensei que ias abusar de mim, mas não, me respeitaste, me fizeste seguir em frente, ajudaste uma pessoa que não conhecia.
Sabia que tu me vias como um menor de idade, mas nunca fizeste um gesto para me atrair até seus braços.   Nossa camaradagem era realmente de irmãos.  Sentia um orgulho tremendo de ti.
Quando arrumei aquela namorada, pensei que com isso provaria que não era gay, que o que sentia por ti, era apenas gratidão, respeito, sei lá mais o que.
Mas ela descobriu rapidamente, por isso queria que você fosse embora.
Mas não te escutei me defendendo?
Não podia falar, estava bloqueado, só pude fazer um gesto, que ela fosse embora para sempre.
Quando saia com a turma em San Francisco, algumas vezes íamos a boates gays,  eu ficava esperando te ver.   Mas sempre foste discretos.  Os meninos diziam que transar com outro homem de vez em quando, não passava nada.   Mas nunca consegui.
O turbilhão que estivemos envolvido trabalhando, me ocupava o tempo todo, só senti ciúmes quando o Jacques avançou para cima de ti.  
Respirei aliviado quando não quiseste nada com ele.   Morria de ciúmes.
Mas hoje, não sei se pelo álcool, ou porque estou farto de guardar esse sentimento, explodiu, eu não podia permitir que mais ninguém te roubasse de mim.
Estava me masturbando, pensando no beijo que tinha te dado, tinha o corpo todo te querendo, quando te senti me abraçando, fiquei louco.
Começaram a se beijar de novo, nessa noite fizeram sexo três vezes.   Dormiram abraçados um ao outro.    No dia seguinte, Greg despertou, com Mike lhe olhando fixamente.
Por que me olhas assim?
Porque queria ver como ias me olhar quando despertasse, se ia dizer, não aconteceu nada esta noite, bebemos demais, ou simplesmente dizer foi um erro.
Olha Mike, ontem te deixei falar tudo que queria.   Mas na verdade, sempre me interessei por ti, mas não queria quebrar esse vínculo que nos unia.   Sempre fizeste parte da minha vida, desde que nos conhecemos.   Não sei por que o destino te colocou no meu caminho. Não sei definir a palavra amor, porque nunca senti isso que sinto, com nenhum outro homem com quem estive.
Portanto o que sinto é diferente, me faz mais completo.
Como era um domingo, resolveram sair, para tomar um café em algum lugar, depois foram de passeio.    Viram numa padaria, jovens trabalhando, era uma coisa diferente, quem entrava via as pessoas preparando a massa, pela lateral dava para ficar vendo o pessoal trabalhar.
Mike se aventurou perguntou para um homem que estava no caixa, como poderia fazer um curso.  
O homem lhe explicou que ali mesmo.  Os que ele via trabalhando, tinham sido alunos da escola deles. Venha, mandou alguém ficar no caixa, subiu com os dois, no andar de cima, estavam os alunos elaborando vários tipos de bolos, biscoitos,  formas de pão.   Aqui se aprende de tudo.  Sabes algo.
Ele viu um avental colocado em cima de uma cadeira, sem falar nada começou a preparar sua melhor receita, uma que ele tinha desenvolvido, a partir do livro do Imperador Mexicano.  Quando ficou pronto, mostrou ao senhor.
Ao olhar o trabalho, cheirar o mesmo, estendeu a mão, meu nome é Paul, como tudo que está aqui.   Colocaram no forno, ele viu a temperatura, ajustou a que usava.   Ficaram esperando, o Paul, volta e meia, passava ao lado, para sentir o cheiro. Levantava o dedo como um sinal afirmativo.   Quando retiraram o bolo, todos os alunos vieram atraídos pelo cheiro bom que desprendia.  
Paul perguntou da onde era essa receita, ele lhe explicou que tinha tirado de um livro antigo, mas que tinha adaptado para os dias de hoje.  Tem um outro que faço com chile mexicano, se encontro no mercado, preparo para o senhor.
Greg contou toda a trajetória deles, disse aonde estava trabalhando, mas que gostaria de fazerem um curso do processo do pão.  
Ele começou a andar pelo local, explicando desde o princípio, o refinamento do trigo, ou o trigo puro, natural, a fermentação. Justamente um grupo preparava isso, esse pão só será elaborado amanhã.  Estará em repouso toda a noite.  Os que entra para trabalhar à cinco da manhã, para termos pão para servir com o café da manhã,  vão trabalhar em cima dessa massa.
Já os doces, parte de outro processo.  Procuramos não usar muitos produtos químicos de hoje que aceleram tudo. Se perde no sabor.  Fez uma lista de tipos de pães que faziam.  Os que mais se vendiam pela manhã, os que saiam melhor ao meio dia, e os do final da tarde.  Esses já eram menores, mas para serem consumidos no próprio dia, pois a tendência como a massa tinha descansado demais era serem mais duros, fazemos pães mais estreitos, para se comer com queijos, todo tipo de fiambres.  Chamou alguém mandou preparar uma mesa para seus convidados.
O bolo que o Mike tinha feito já estava frio,  explicou como o servia, com uma geleia de chile que fazia.  Todos provaram, achando diferente em termos de sabores.   Pois ele tinha usado condimentos que eram mais para cozinhar.
Nessa noite abraçados na cama, começaram a imaginar coisas.   Acho que a ideia do Miguel de Venice Beach, poderia ser interessante. Podíamos abrir como fizemos em San Francisco, mas em tamanho pequeno, uma confeitaria, junto com um restaurante com não mais de 10 mesas, mas nunca aumentar.   Abrir pela manhã, meio dia, de noite não.  Assim teríamos tempo para nos mesmo.  Claro, com a padaria, teríamos que levantar muito cedo.
No dia seguinte, começaram a fazer curso pelas tardes. Fizeram todo o processo, ao mesmo tempo mandaram um e-mail para o Miguel dizendo o que estavam fazendo.  Este respondeu que nada tinha dado certo no México, sua ex-mulher já tinha outra vida, os filhos estavam cada um para o seu lado.  Vou para Paris, aviso do voo.  Eles avisaram o Paul, que vinha mais um aluno. Só lhe pediram para trazer todos os tipos de chile que usavam no restaurante.
Miguel chegou um dia de manhã, muito magro, com cabelos grandes, mas com um sorriso na cara, disse logo, vocês nunca vão se livrar de mim.
Quando chegaram no apartamento, viu que tinha que dormir na sala.  Não se incomodou, viu a cama de casal, entendeu logo.   Tudo que disse foi, finalmente vocês se entenderam.  Na minha frente não é necessário, se conter.
Estava como uma criança, nunca viajei na minha vida, a não ser para ir ao México, visitar minha família.  Agora tudo me parece distante, minha família agora são vocês dois.
No curso de pães, ele explicou o processo do pão mexicano, ou do que faziam para comer as comidas típicas, parecia com o pão pita, mas nada mais longe disso, preparou de milho, de trigo integral.   Fizeram com todos os alunos, os empregados da parte de baixo, se meteram na cozinha para preparar uma grande comilança.   Todo mundo adorou.
Greg como sempre prestava atenção em tudo, observou que as vezes namorados, compravam sanduiches prontos para compartirem.  Inventou um pão em forma de coração, usava um molde de bolo, deixava o pão descansando dentro do molde depois fazia um corte em zig-zag, preparava o sanduiche.   Paul adorou a ideia, mandou fazer moldes, já com o corte no meio, para que o pão ficasse assado perfeitamente.
Agora era um sucesso, não só compravam como tiravam fotografia do mesmo.   Quando terminaram os cursos, Paul perguntou se não queriam ficar trabalhando para ele.
Riram, Paul um dia te convidaremos para ir até Los Angeles, temos nossos planos, já te avisamos.  
Paul disse rindo, eu tinha que tentar, falou no ouvido do Greg, cuide bem do amor de vocês.
Mike ainda preparou a famosa geleia, tornou a fazer o bolo, desta vez o recobriu com fazia, cortava em pedaços finos, servia com a geleia bem dissolvida.  Anadia na mesma algumas gotas de tequila.
Paul perguntou se podia fazer uma experiencia no restaurante que tinha ao lado, como sobremesa,  colocou o nome do bolo de Mikemex.   Este se sentia orgulhoso.  Os clientes adoraram a experiencia completamente diferente.
Paul os convidou para passarem uma semana com ele numa casa que tinha na praia no sul, em Cassis, aproveitaram para comer todos os tipos de comida que podiam ser diferente para eles.
Greg já nem pensava esconder que gostava do Mike, estavam sempre agarrados um ao outro.
Quando voltaram ainda foram dar uma olhada no restaurante aonde todos tinha se encontrado no passado.  Estava caindo aos pedaços, o mais fácil seria botar abaixo, construir outra vez. Os dois foram olhar a fachada do apartamento aonde tinha se conhecido.
Apertaram-se num abraço afetuoso, agora tocava seguir em frente.
Passaram semanas procurando um local que pudesse ser dois ao mesmo tempo.  A maioria dos prédios era antigos.  Um dia conversando com o dono de uma loja de moveis, feitas por ele mesmo.   Não seja por isso, lhes mostrou o que era um armazém ao lado.   Aqui, guardava minhas obras, mas agora, desenho, a maioria das vezes não tenho tempo de executar.  Além do apartamento que tenho em cima, aonde viviam os meus pais.  Se quiseres se meter numa reforma alugo tranquilamente para vocês.   Disse um valor inferior ao que em todos lugares, pediam.  Ele explicou que a reforma teria que ser severa, que em Venice, era muito difícil conseguir mão de obra.   Mas claro não conhecia os contato do Miguel, mal assinaram o contrato, já com o projeto na mão, apareceram os amigos do Miguel.  A padaria, ficaria com a menor parte, mas toda a parte da cozinha era conjunta.   O dono tinha previsto que levariam como andavam as coisas ali, que levariam um ano remodelando tudo.   Em dois meses tinham tudo pronto.  
Vocês me engaram direitinho, dizia rindo, agora terei que comer grátis todos os dias, pois devia cobrar mais caro o aluguel.
O restaurante como previsto, só tinha 10 mesas, a carta seria mudada a cada mês, para eles mesmo não se cansarem.
Se levantavam cedo, para prepararem os pães,  no momento que estes eram postos para assar, eles passavam a preparar o que seria usado no restaurante.   Tinham trazido moldes dos pães de corações, só que recheavam como queriam os clientes. Mike tinha uma garota trabalhando na padaria.  Só vendia, não serviam café, as bebidas eram nas máquinas.  O que economizavam um bocado de tempo.
O restaurante, seguiu com o que tinham aprendido. Comidas, simples, com paladar, misturas de cozinhas do mundo.  Se chamava Day by Day, quando perguntavam por que esse nome, respondia, que eram incapazes de manter a carta muito tempo, necessitavam de coisas novas do dia a dia. Howard tinha acompanhado todo o processo, fez uma puta reportagem com eles, mesmo com a afluência, mantiveram o que tinham combinado.  Só abriam ao meio dia, a padaria ficava aberta até as 4, depois também fechava.   Deixavam a massa preparada para o dia seguinte, depois iam desfrutar da praia, ou cuidar da casa deles.    O apartamento não era monstruoso, mas tinha dois quartos, com banheiro, uma pequena cozinha, uma boa sala.
Ficaram surpreso, com o Miguel, pois esse começou a aprender surf com o dono do local, Gasper, era conhecido por esse nome, pois mesmo com todo sol que tomava, continuava branco.  Os papos entre os dois que tinham a mesma idade, eram monstruosos. Um dia pegaram os dois aos beijos.   Miguel riu, eu tinha que experimentar, esse homem me atrai.
Não tem vergonha, de que eu não tenha os mesmo estudos que ele, mas adora discutir coisas comigo.  Na verdade Miguel tinha mudado completamente, agora era magro, fazia exercícios, saiam os dois para jantarem, irem a concertos, mas sempre lembrado ao Gasper que ele tinha que levantar cedo.
Howard estava sempre por lá, comprado uma casa em Malibu, agora as vezes passavam um final de tarde com ele na praia.
Gosto de ver vocês dois juntos, sempre achei que se completavam.  Quando vejo vocês trabalhando, se entendendo com o olhar, acho isso incrível.
Fez uma reportagem sobre a geleia de chile que Mike fazia, logo apareceram fabricas interessadas em comprar a ideia.  Mike estava exultante, uma coisa que ele tinha refinado, tinha dado completamente certo.  Podia ganhar dinheiro com a ideia, mas achou melhor não aceitar, pois como ele dizia, não estaria na fábrica para fiscalizar a elaboração.   Mas vendiam eles mesmo a geleia em pequenos potes com o nome de Day by Day, passaram por todo processo de autorização para isso.   No restaurante uma das sobremesas preferidas era justamente o bolo com o creme feito a partir da geleia, que lhe dava um sabor picante.
Não se cansavam, porque estavam sempre inventando coisas novas, isso fazia que tivessem uma clientela quase cativa, pois quando viam alguma coisa diferente, queriam provar.
Mantinha contato com Claire, que tinha se casado novamente, trocavam fotografias, o garoto agora já estava imenso, um adolescente problemático como ela dizia.
Nunca falava do irmão, eles tampouco perguntavam.
Howard dizia que a amizade deles desde o princípio, tinha sem querer transformado todos em uma família.
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thesecretcrusade · 6 years ago
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O pior é que ainda falta o perfume. Eu não quero fazer minhas malas. Pra falar a verdade, é um porre isso de escolher as roupas certas, os sapatos certos, as camisetas certas. Eu não estou nem aí porque eu sei que eu sempre vou escolher os meus preferidos, nem que eu tenha milhões de roupas no meu guarda-roupa, mas eu quero escolher aquela roupa porque ela é a que eu mais gosto e eu não quero ouvir ninguém dizer que eu tenho que usar as outras. Eu sei muito bem disso, mas no momento, se eu estiver gostando mais de uma tal calça ou de tais três shorts, são eles que vou primeiro colocar na bolsa, digo, por último porque quero eles em cima. Também detesto quando estou saindo de casa e alguém tem que me lembrar que falta eu colocar isso, falta eu colocar aquilo. Se eu não sentir falta, é porque não é tão importante, até porque acho que até agora já basta minha roupa e não sei, apenas um livro pra que saia desse mundo e tenha uma desculpa de não querer falar com alguém. Tudo bem que se eu tiver sentindo uma felicidade muito grande, eu vou querer colocá-la pra fora, mas nem que seja gritando sozinha no meio do nada. Será que isso poderia ser uma decisão minha? Ou eu vou querer parar meus pensamentos enquanto estou no carro e falar que simplesmente quero o meu Amor do meu lado. Mas não tem nada pior do que alguém falar: “é, mas isso não é possível agora”. Eu não sou obrigada, por exemplo a gostar de praia, mas eu vou querer em um final de tarde, em uma praia vazia, porque eu simplesmente não gosto de lugares lotados -até porque causa confusões sempre- ficar passeando até sentir sono ou qualquer cansaço e voltar pra casa como quero. Quando me refiro que cantos com muita gente ocasiona sempre algum conflito, digo, que não precisa ser necessariamente envolvimento de agressões físicas, mas pode ser aqui, sentimentais mesmo. Pode ser comigo, com você ou com aquele cara que está ali na esquina fingindo que está se divertindo, quando na verdade, tem algo que o perturba lá no fundo, nem que seja a solidão. Poxa, eu também posso estar em um lugar com pessoas que gosto, e parar de atuar ali com elas pra simplesmente não fazer nada, não pensar em nada ou fazer algo que eu quero. Eu posso estar em casa assistindo televisão com uma vontade horrenda de tomar um sorvete, e então calçar as sandálias, pegar um dinheiro e ir. Eu quero matar meus desejos. Como é bom matar os desejos. Também será que eu poderia ficar em silêncio? Eu gosto de fazer certas ações sozinha. Eu gosto de parar e fazer sozinha. Ser bem sucedida e errar. Aí ter todo direito de ficar com raiva porque errei. Claro que eu vou ser o tipo de pessoa que pode falar “calma, calma” pra alguém que teve uma raiva momentânea ou eu posso simplesmente ficar calada e deixá-la aproveitar todo seu desgosto, até porque eu estaria fazendo um bem danado pra ela, afinal, ela está ali, no momento, fazendo o que deveria ser feito. Eu não vou ficar satisfeita se eu quiser ver alguém e algo me impedir. Eu vou querer simplesmente na quase madrugada sair andando pela rua, atrás de um livro que eu queria ler. Ou acompanhar uma pessoa apenas pelo seu gesto labial ou tanto faz, que não conheço em um lugar que eu não queira estar, cantando uma música que eu gosto e ficar bem. Estaria de bom tamanho. Muitas vezes eu vou querer me superar e brigar comigo mesma o tempo que for preciso porque eu sou tão idiota de continuar gostando de pessoas que não se importam comigo ou continuar fazendo aquilo da maneira mais equivocada, mas por favor, me deixa. E é tão bom às vezes ter seus ataques e um mês depois rir da sua atitude no momento. Aliás, e quando eu quero escutar uma música sincera, aquela que diga a verdade e quase bata em minha cara enquanto eu estiver em um momento horrível? Eu vou escutar porque eu quero escutar aquela música no momento. Tudo tem um certo limite, mas é sua vida, é minha vida e eu quero controlar ela. Lembro da época de ganhar estrelinhas no colégio. Pense como era satisfatório. Agora eu posso ser uma pessoa fechada, cheia de vontade, de regras e falta de regras, mas eu não quero deixar de fazer aquilo. Eu não quero chorar de noite por algo porque eu simplesmente gostaria que você estivesse do meu lado, não me fazendo parar de chorar, apenas me fazendo rir da coisa mais babaca possível. Eu, você ou aquela coisa engraçada.Quero acordar em um domingo de 9 horas da manhã, tocar meus pés descalços no chão e voltar a dormir porque eu estou com vontade. Não me faça sorrir toda hora porque eu gosto de ficar séria. Eu gosto de ficar intermediária às vezes ou não ficar normal. Porque o normal é rir de tudo ou não rir de nada. Rir de você por perceber que não consegue ficar um dia sem falar comigo ou porque é tão lindo e atencioso que não conssigo parar de me paixonar por você. Claro que as coisas ainda vão mudar muito. Depois tem mais. Ir pro teatro seria uma boa, sem ninguém e lá encontrar uma pessoa que te lembre, que te importe. Ter folga, ter descanso e ter muita coisa pra fazer. Um dia bem ocupado, em que na hora de dormir você pense que “cansou”. Fazer vontades e ser proibida de responder tais frases ou tais sentimentos. Sonhar que vai se casar de uma maneira diferente, quando na verdade sabe que vai ser igual a todos, mas podendo ser do seu jeito. Não quero por vezes responder também seu bom dia porque eu acordei mal-humorada e vou achar irritante se eu te falar isso e você não responder. Percebe como dá pra entender? Vou querer negritar tal parte da minha vida, mas ela vai querer negritar tudo, e nem pense em discordar. Eu quero rir e muito porque fui em alguma loja ou mercadinho e o vendedor não gostou porque eu não quis comprar tal coisa. E nem ficar com vergonha porque daqui a pouco eu vou comprar outra. Mas é assim mesmo. Eu quero assim mesmo. E depois vou ganhar seu eterno amor porque eu preciso tanto de você como você de mim .. seja minha vida sempre
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serracanadense · 7 years ago
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Voltamos ao Brasil depois de 2 anos e meio! O que achamos?
Visitar um outro país e ficar nele por 1 ou 2 semanas já muda bastante sua percepção das coisas que o cercavam quando você volta ao seu país de origem. Imagina morar 6 meses? Agora imagina morar 2 anos e meio e depois voltar? É o que contamos aqui agora: como foi nossa experiência de voltar ao Brasil - como turistas - depois de quase 3 anos sem pisar na Terra Brasilis.
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Vamos colocar algumas impressões pessoais da nossa visita ao Brasil, especialmente ao Estado do Rio de Janeiro. 
Estivemos em nossa cidade na Região Serrana do Rio e também na Região dos Lagos, portanto algumas impressões de outras pessoas que moram fora do Brasil e vão lá depois de tanto tempo nem sempre serão as mesmas. 
Colocaremos aqui as coisas que nos surpreenderam negativamente e depois as partes boas!
5 COISAS NEGATIVAS QUE ENCONTRAMOS AO IR AO BRASIL
1. COMIDA MUITO CARA
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A nossa primeira impressão ao chegarmos no Brasil: TUDO MUITO CARO. Especialmente comida.
Ao chegarmos em Guarulhos (SP), onde fizemos uma escala, minha esposa queria matar a saudade de tomar Milk Shake de Ovomaltine do Bob's (o Ovomaltine vendido aqui no Canadá é diferente e não tem aquelas pedrinhas de ovomaltine como achamos no Brasil, é mais um achocolatado mesmo).
Sabemos que preços de aeroportos não são um bom parâmetro, mas mesmo assim...
Ao chegar no caixa pedi um Ovomatine médio e então a atendente respondeu:
- Doze reais, senhor.
Na hora fiquei um pouco atordoado pois não esperava aquela resposta. Doze reais por um milk shake!? Como assim?
O Brasil já nos dava a primeira lambada na cara com seu "fator Brasil" de custo.
Se você mora no Brasil e está lendo este blog, talvez não entenda o porquÊ do espanto por R$ 12 no Ovomaltine. Mas algo semelhante aqui em Toronto (que já é uma cidade bem cara) seria no máximo uns CAD 6,00. E não... não adianta converter. Pra quem ganha em dólar, você gasta em dólar. 
COMIDA MUITO CARA 2
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Chegamos destruídos após um voo de 11 horas e mais uma escala de umas 4. Ou seja, apenas chegamos em nossa cidade e depois de algumas horas de conversa desmontamos na cama.
No dia seguinte, estávamos ansiosos para comer em um self-service - coisa que aqui em Toronto é muito difícil de achar e quando se acha a variedade não é lá essas coisas - e fomos empolgados a um restaurante perto da casa da minha sogra.
Pra resumir a história: pagamos por nós 2 e mais minha sogra. Não pegamos comidas muito pesadas e nem enchemos muito nossos pratos. Resultado: R$ 75,00. 
Como é que é? SETENTA E CINCO REAIS??
Gente... isso é quase 10% de um salário mínimo! Novamente insisto: para você que mora no Brasil e está acostumado com a alta dos preços subindo aos poucos não há espanto. Agora imagine nossa situação: saímos do Brasil em 2015 e só voltamos quase em 2018. É como se do dia pra noite todos os preços subissem uns 40%! Foi algo assustador!
Conclusão: o dinheiro que levamos para passar cerca de 20 dias teria que ser repensado. Esperávamos que as coisas estivessem caras, mas nada nesse nível.
2. INFRAESTRUTURA DA CIDADE PÉSSIMA
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Essa falarei em particular da nossa cidade, mas conforme fomos visitando outros lugares percebemos que era algo um tanto generalizado.
RUAS
As ruas estavam em péssimo estado de conservação. Sabemos que o Brasil enfrenta uma crise em todas as esferas (Federal, Estadual e Municipal) mas mesmo assim: as calçadas estavam muito quebradas, desniveladas e com conservação péssima.
Isso reflete diretamente na qualidade de vida das pessoas. Principalmente aquelas com necessidades especiais que precisam se locomover com cadeiras de rodas, andadores, etc.
Quando chegamos em Toronto vimos muitas pessoas em cadeiras de rodas e andadores e achamos que aqui tinha muito mais pessoas com deficiência do que no Brasil. ERRADO! É que no Brasil essas pessoas não podem sair de casa. As calçadas são desniveladas e o transporte público não é feito pra elas.
ÔNIBUS SEM ACESSIBILIDADE
Para quem mora no Brasil pode parecer normal, mas morar quase 3 anos no Canadá nos fez perceber como os ônibus do Brasil são altos! Ou seja: a distância do chão até o primeiro degrau para subir o ônibus é de aproximadamente 50 centímetros, o que impossibilita totalmente uma pessoa com problemas de locomoção de usar transporte público.
Em Toronto os ônibus são praticamente nivelados com o meio fio das calçadas - que são padronizadas - e se precisar o motorista ainda pode abaixar ainda mais a altura do ônibus para que pessoas com cadeiras de rodas, andadores, carrinhos de bebê ou até mesmo carrinhos de compras possam entrar. Sem stress.
Aliás, quando um cadeirante quer usar ônibus no Brasil ele fica desconfortável em razão de todo o drama que o motorista faz para operar a rampa. Muitas das vezes os motoristas veem que é um cadeirante que está no ponto e passam direto.
Aqui o motorista desce o nível do ônibus, desdobra a rampa e o próprio cadeirante entra (a maioria dos cadeirantes aqui usa cadeira de rodas elétrica) e ele mesmo se posiciona e trava o cinto. Enquanto isso o motorista já esta dobrando a rampa de volta e a viagem segue. Todo o processo não dura mais de 1 minuto. Simples, rápido e sem stress pra ninguém.
PIXAÇÃO
Ficamos simplesmente ABISMADOS com a quantidade de pixações por toda a cidade. Em Toronto há lugares pixados mas uma coisa aqui e outra acolá. Nossa cidade está TOMADA por pixações em praças, ruas, prédios, TUDO! É algo que - agora morando fora - posso dizer que deve afetar a autoestima e senso de ordem de todos que moram ali. Ou seja: quando o lugar já está sujo, ninguém se importa em jogar mais um papel no chão. Afinal, já está tudo uma zona mesmo...
SEMÁFOROS E SINALIZAÇÃO DE PEDESTRES
Aqui em Toronto todos os semáforos (ou farol como dizem os paulistas) são de LED, ou seja: permitem que você veja até mesmo com sol forte se está verde, amarelo ou vermelho. No Brasil os semáforos são fracos, com lâmpadas que você mal consegue dizer - até mesmo à noite - se o semáforo está aberto ou fechado.
Sinal para pedestres, indicando se está aberto para você atravessar ou não, são praticamente inexistentes, pelo menos nas cidades que visitamos. 
É muito confuso atravessar a rua no Brasil. Sentimos uma grande diferença pois você não sabe pra onde olhar e mesmo que tenha certeza que está fechado para você pode vir um doido e te jogar pro alto. 
Aqui no Canadá o pedestre é sempre prioridade máxima e você se sente muito seguro ao atravessar a rua.
RUAS ESCURAS
A iluminação pública é péssima na maioria dos lugares.
3. POVO MAL EDUCADO
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Os canadenses têm a fama de dizerem "sorry" pra tudo e outros países até fazem piada com isso.
O mais interessante é que isto é verdade. Apesar de eu não achar o povo de Toronto o mais cortês do planeta, ainda assim se alguém bloqueia seu caminho na calçada sem querer, pega um item no supermercado na sua frente ou qualquer outro tipo de interação com um desconhecido no sentido de "cruzar o caminho ou interferir" as pessoas aqui já soltam logo um "sorry". Então acabamos acostumando com isso e também por tudo e por nada dizemos "sorry".
No Brasil notamos que as pessoas esbarram em você na rua, entrar na sua frente e uma série de outras coisas e nem sequer pedem desculpa. A vida segue e problema é seu de ter entrado na frente.
CURIOSIDADE
Na maioria das vezes no Canadá quando estamos na calçada, o lado da direita é para as pessoas que estão em um sentido e o da esquerda é para quem está no sentido contrário. É claro que às vezes mistura, mas no geral funciona muito bem. No Brasil achamos uma loucura pois na calçada você passa o tempo todo tentando evitar trombadas e cada um vai pra direção que quer. Que loucura!
4. TRÂNSITO
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Dizem que o trânsito de Toronto é bem congestionado e muito cheio. Cheio pode até ser, afinal, é a maior cidade do Canadá, ora bolas. Mas por várias vezes já dirigi por aqui, inclusive no centro nervoso da cidade e acho dirigir aqui muito tranquilo. 
No Brasil eu fiquei com o carro do meu sogro enquanto estivemos lá e o que pude notar é que as pessoas não têm respeito nenhum pelas regras. Por vezes param para pedestres atravessarem na faixa, isso é verdade. Mas fora isso, atravessam na sua frente, dão fechadas e todo o tipo de loucura.
Ainda dirigi na estrada para ir para a Região dos Lagos e aí então o trânsito caótico se mistura com a falta de educação dos motoristas (vários deles andando pelo acostamento) e se mistura também como o péssimo estado das estradas, com inúmeros buracos, sem manutenção e sem sinalização apropriada. Não é à toa que o Brasil é campeão em acidentes de trânsito e agora entendo porquê.
5. TUDO CARO
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Pode parecer repetição do primeiro item, mas na verdade o primeiro foi pra focar em COMIDA, algo que acho básico para qualquer ser humano. Com o passar dos dias notamos que não era apenas comida que estava com o preço absurdo, era simplesmente quase TUDO!
Íamos em lojas de departamento - daquelas que a qualidade não é, digamos, um primor. As roupas são apenas razoáveis - e qualquer camiseta super simples e sem estampa custava a partir de R$ 50,00 ! Aqui compramos camisas da Nike - na loja original - por menos de CAD 20.00. E novamente: não adianta converter. Ou, se quiser converter, abro uma exceção. Você verá que mesmo convertendo as coisas no Brasil ainda continuam absurdamente caras.
Fui nas Lojas Americanas dar uma passeada pra ver como estavam as coisas e eis que me deparo na porta com uma "promoção" de uma TV comum, de 42" (não era smart tv nem nada) e era da LG: custava apenas R$ 1.600,00! A mesma TV nós conseguimos comprar aqui na farmácia (sim, as farmácias aqui são gigantes e vendem de tudo) por uns CAD 280.00. 
Carro não vou nem entrar no mérito. Mas basta dizer que uma SUV que canso de ver a propaganda na tv aqui e no Canadá custa CAD 28,000.00 no Brasil está R$ 108.000,00 ! ! 
Itens na farmácia como remédios, itens de higiene pessoal, etc... parece que dobraram de preço em menos de 3 anos. Volta a insistir: se você mora no Brasil pode não ter notado, mas passe uns 2 anos fora do país e você vai ver como o brasileiro é explorado de todos os lados a todo o momento! Chegamos à conclusão de que os brasileiros são ricos. Só pode.
5 COISAS POSITIVAS QUE ENCONTRAMOS AO IR AO BRASIL
1. REVER FAMÍLIA E AMIGOS
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Isso não é preciso nem dizer. Imagina você estar sem ver sua família e seus amigos por mais de 2 anos? Pois é... todos acham que morar fora do país é um  mar de rosas, mas a saudade e ficar longe dos seus familiares e amigos pesa bastante em algumas horas.
Nos divertimos muito pois fomos um pouco antes do Natal e voltamos depois do Ano Novo. Ou seja: 2 épocas que fica "menos difícil" reunir a família! Então unimos o útil ao agradável e conseguimos ver bastante gente numa tacada só! Colocamos a conversa em dia - no que foi possível - e matamos a saudade.
Tentamos dividir nosso tempo entre família e os inúmeros amigos que precisávamos rever ou visitar. Alguns vieram nos encontrar em alguma lanchonete casual e outros queriam marcar um almoço ou até nos ofereceram um jantar. Foi muito bacana se sentir acolhido e ver que mesmo com tanto tempo sem vê-los as pessoas não se esqueceram de você.
Sabemos que do jeito que o Brasil está dificilmente alguém da nossa família ou círculo de amigos poderá nos visitar no Canadá nem tão cedo. Portanto nossos corações têm de estar preparados para sabermos que para rever a família e amigos apenas se NÓS formos lá.
2. ATENDIMENTO
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Quando eu morava no Brasil achava o atendimento da minha cidade, do Rio em geral, bem ruim. Vendedores que certas vezes não davam atenção devida ou não conheciam nem o que estavam vendendo.
Ao chegarmos no Brasil nos deparamos com uma surpresa super agradável: o atendimento nas lojas, restaurantes, etc em geral era ótimo. Todos muito atenciosos e sempre dispostos a ajudar. 
Não sabemos se isso é reflexo da crise (ninguém pode perder clientes) ou se o atendimento em Toronto é tão ruim quem ao chegarmos no Brasil esperávamos algo parecido (e sim, o atendimento em Toronto geralmente é muito ruim).
Portanto, foi uma surpresa muito boa e ficamos com uma ótima impressão do atendimento no Brasil!
3. CALOR HUMANO
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Talvez possa parecer que estamos chovendo no molhado, mas o calor humano dos brasileiros é algo simplesmente incrível.
Quando você mora quase 3 anos fora do Brasil e tem contato com pessoas de todos os lugares do mundo, é difícil - em um primeiro momento - você criar uma relação ao ponto que a pessoa já demonstra algum conforto em lhe dar um abraço ou até um tapinha nas costas. Aqui no Canadá em geral ninguém se toca e no máximo é um aperto de mão. Se você já for conhecido de longa data aí tudo bem, mas em geral a relação interpessoal é bem fria mesmo.
No Brasil até mesmo quando éramos apresentados à pessoas amigas dos nossos amigos já éramos abraçados e em poucos minutos a conversa já flui que é uma beleza. Ponto para o povo brasileiro!
4. COMIDA GOSTOSA
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Depois de passar longos anos fora do Brasil você começa a sentir falta de vários tipos de comida. Em Toronto, particularmente, não é tão difícil encontrar ingredientes para fazer algum prato Brasileiro (na minha opinião pastel ainda é o mais difícil). Mas aquele seu hábito de comer todo dia no self-service com uma variedade infinita de opções, esqueça. A comida no Canadá e especialmente numa cidade cosmopolita como Toronto é bem diversificada, com pratos de todos os cantos do mundo e tudo sempre com MUITA PIMENTA! Ou seja: na minha opinião não come-se bem no Canadá.
No Brasil há uma variedade quase infintita de pratos e opções: self-services para todos os lados, lanchonetes, padarias com aquele famoso pão na chapa e o pingado e inúmeras outras opções.
E AS PIZZAS?
No Brasil as pizzas são ótimas! Super variadas e com um sabor bem acentuado de cada ingrediente! Não comemos tantas pizzas quanto gostaríamos mas foi muito bom!
GULOSEIMAS
As inúmeras guloseimas que você encontra no Brasil e que no Canadá são difíceis de achar ou caras, como Fandangos, Baconzitos, mariola, geléia de mocotó, doce de abóbora (aquele de festa junina), pipoca de praça (quentinha sempre) e muitas outras coisas!
Eu particularmente me fartei de beber um refrigerante chamado "Mineirinho" (que pelo visto só existe no Rio) e muito, mas muito guaraná antarctica!
5. PODER FALAR PORTUGUÊS
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Pode parecer banal, mas quando chegamos em Guarulhos para pegar o avião para o Rio, foi o primeiro choque. Todos à nossa volta estavam falando português! 
Aquilo era tão estranho que levamos alguns dias para acostumar! Nas lojas, as pessoas à nossa volta, as placas, tudo era em português! Da mesma forma que você leva um choque a primeira vez que viaja para um país que não fala a sua língua e tudo está em uma língua estrangeira, ao retornar o Brasil depois de tanto tempo você tem o choque ao inverso. É muito interessante!
Poder se comunicar livremente e expressar ideias complexas com facilidade - o que por vezes pode não ser tão fácil em inglês - é uma das coisas que o faz realmente se sentir no Brasil!
CONCLUSÃO
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Ficamos pouco mais de 20 dias no Brasil. Foi um tempo ótimo onde colocamos a conversa em dia, contamos as novidades de como é morar no Canadá, as coisas diferentes, vimos filhos de nossos amigos que quando fomos embora do Brasil nem eram nascidos e tivemos um mix de várias emoções ao mesmo tempo!
De vez em quando éramos pegos de surpresa com a pergunta:
- E aí? Vocês voltam pro Brasil?
Nesse caso como sou suspeito pra falar, eu deixava minha esposa responder e ela dizia em firmeza:
- Voltar pra morar? Não... nossa vida agora é lá. Brasil agora viremos como turistas.
E é bem isso mesmo. O Brasil tem muitas coisas ruins e a melhorar mas também muitas coisas boas que fazer o Brasil ser o que é. Porém, infelizmente, os pontos negativos superam em muito os positivos e somos muito agradecidos a Deus por termos tido a oportunidade de vir morar no Canadá e, aos poucos, estamos construindo nossa vida.
Parece que depois desta visita e das pessoas verem que realmente depois daqueles 20 dias nós viemos embora para o Canadá um ciclo se fechou. Ou seja: para aqueles que ainda tinham um restinho de dúvida se realmente havíamos mudado de país ou se estávamos apenas "passando um tempo" a certeza chegou.
O Brasil agora, pra nós, é um roteiro turístico onde também temos família e amigos.
A vida agora é aqui, no Canadá.
Até a próxima!
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