#nas minhas tags tá como task 3 pq considerei os dates como task tb
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TASK 002: a kalimba de rafael
portugal, february 2025.
parte 1 — camilo’s pov:
camilo abriu as cortinas do jatinho para revelar a suas vestes, deparando-se com christopher também recém arrumado com o que o ricci havia achado pertinente para ambos. “eu ainda acho que eu deveria ser o artista. acha mesmo que eu passaria batido como um mero assistente?” deu um giro no próprio eixo, exibindo a calça clara e o colete marrom que faziam um pobre trabalho em cobrir o torso sobre o qual não havia camiseta alguma. chris ajustou os óculos escuros, movendo-se um pouco desconfortável no poncho colorido que vestia. ‘quem sabe tocar alguma coisa aqui sou eu. lembra do que conversamos, camilo, enquanto você distrai todo mundo, eu procuro a kalimba. depois nos juntamos para pensar no melhor jeito de pega-lá’ o loiro relembrou, tendo aparentemente desistido de contestar a escolha das vestimentas. ‘está pronto?’ o mais velho pegou o restante da fantasia: uma prancheta de assistente para que anotasse coisas de assistente, e uma bolsa com uma enorme papelada de assistente. chris, por sua vez, tinha em mãos apenas um violão. “agora sim. vamos”
do jato até o festival não demorou mais do que quinze minutos, já que haviam pousado suficientemente perto. conforme se aproximavam, a música alta e o cheiro de maconha e suor invadiam seus sentidos. camilo adorava drogas, música e festa; mas os ambientes que frequentava costumavam ter muito menos lama e muito mais desodorante. “aqui, toma isso” entregou-lhe um crachá falsificado, colocando um parecido no próprio pescoço. ‘ícaro nebulosa?’ christopher perguntou, perplexo. “seu nome artístico. precisei ser criativo né, seu nome não ia colar. então você é ícaro nebulosa, o maior artista de indie experimental que mistura jazz e vaporwave que a itália já viu. e eu sou antonio rojos, seu assistente espanhol bonitão e solteiro que cresceu em barcelona e é professor de tango nas horas vagas.” explicou, exagerando em um sotaque fajuto ao pronunciar o nome da cidade. para azar de christopher, era tarde demais para criticar os disfarces escolhidos pois a segurança do local lhes pedia o crachá de acesso. “hola, grandão” piscou para o homem em uniforme, entregando os crachás. ao questionar que aqueles nomes não estavam na lista, camilo carregou o sotaque, mantendo a pose. “nosotros estamos no lineup do palco lua cósmica. se quiserr, pode ligar parra nosso emprresario pero ele está em um rretiro espirritual. você não vai querrrer ser rresponsavel porr carregarr a aurra de mi jefe, eh? se icarro nebulosa no canta, terrao milhões de fãs desolados. você querr toda essa gen—“ foi interrompido quando o homem ergueu a mão impaciente, e então indicou o caminho para que eles entrassem de uma vez. “sabia que ia funcionar.” disse orgulhoso enquanto se dirigiam aos camarins - que nada mais eram que trailers bem velhos. “vamos nos dividir e procurar a kalimba, nos encontramos na frente da barraca de cerveja.” o que seria o ponto de encontro ideal, porque ele queria mesmo tomar uma.
caminhou na direção dos trailers buscando reconhecer qualquer membro da banda de tariq, mas distraiu-se no caminho com um grupo de jovens animados e bem pouco vestidos. “hola, señoritas, señoritos” cumprimentou, forçando o sotaque cretino e iniciando uma conversa muito animada sobre tudo menos o que devia. em algum ponto, quando comentou sobre a pulseira que uma delas usava, a informação útil lhe chegou despretensiosamente. ‘é uma réplica da pulseira do ali. ele sempre usa nos shows! é como se fosse uma pulseira da sorte. todos do grupo tem alguma coisa. o tariq, por exemplo, com a kalimba. ele sempre fica grudado nela o dia todo quando tem festival, e só guarda no camarim quando acaba. e tem também o—‘ antes da jovem fã continuar enumerando os objetos especiais de cada membro, camilo a interrompeu. “esperra um momento. que dice dessa tal kalimba?” e então, a moça reforçou. tariq a considerava mágica (bem, meio que era), e ficava com o instrumento em mãos o dia inteiro quando precisava se apresentar. apenas a guardava no final, para comemorar com o restante dos membros um show de sucesso. ela também falou sua cor favorita, o nome do cachorro de infância dele e seu mapa astral, mas duvidava que precisariam dessas informações. deu uma desculpa qualquer e prometeu que encontraria os jovens depois, indo até a barraca de cerveja para encontrar chris. que, por sua vez, havia encontrado o camarim de tariq e inclusive o próprio homem, junto da kalimba.
“certo. eu fiquei sabendo que ele não desencosta até o final do show. depois, guarda no camarim. precisamos pegar de lá” apontou, para o que christopher tão logo complementou com a ideia do plano: durante a apresentação, chris manteria tariq distraído enquanto camilo entrava no trailer e deixava uma janela aberta. mais tarde, quando o artista deixasse o instrumento guardado, eles poderiam entrar no trailer pela janela e furtar o objeto. não era o mais genial dos planos, mas era um começo! o que camilo não demorou a desafiar, já que assim que o amigo se afastou, pensou em algo bem melhor: com a quantia certa de dinheiro, convenceu dois dos jovens com quem conversava mais cedo a oferecer um chá de ayahuasca a tariq — isso certamente garantiria que ele se mantivesse distraído por tempo o suficiente. em seguida, enquanto todos estavam ocupados prestando atenção na primeira música que iniciava, o ricci foi até o trailer indicado pelo d’amato. a porta estava trancada, percebeu, e enquanto olhava em volta uma bela morena se aproximou. camilo observou as vestes brilhantes e recortadas da outra, que cobriam pouca pele. ‘procurando alguma coisa?’ ela perguntou, simpática. simpática e muito, muito gostosa. “você. a minha vida toda” a garota riu lisonjeada, e ele segurou sua mão, beijando o dorso de modo exagerado. “antonio rojos. e usted, quem és?” as sobrancelhas arqueavam ligeiramente em sinal de curiosidade. ‘namorada de tariq��, ela respondeu, oferecendo-lhe a oportunidade perfeita para entrar naquele trailer.
havia calculado quanto tempo poderia usufruir do espaço antes do fim do show, mas não apenas ele havia obviamente se distraído, como aparentemente a apresentação fora interrompida antes. quando abriram a porta do trailer, bem, suficiente dizer que havia sido pego com as calças arriadas.
parte 2 — christopher’s pov:
Quando se é acostumado a conviver em meio ao caos, qualquer momento de calmaria já se torna suspeito, e era justamente esse o motivo da ansiedade de Christopher naquele momento. Tocar em frente a uma multidão de pessoas? Tranquilo. Roubar um instrumento musical? Moleza. Fazer uma banda inteira gostar o suficiente dele a ponto de chamá-lo como músico substituto? Fácil demais. Um plano que dependia dele e de Camilo para dar certo estar dando certo sem nenhum problema? Perigoso…
Tariq, para o desespero de Christopher, era um ótimo observador, e não tardou a perceber o nervosismo que ele emanava, mas, dadas as circunstâncias, foi fácil atribuir o nervosismo ao show que estava prestes a acontecer. Com a finalidade de tranquilizar o novato, Tariq ofereceu a ele seu próprio chá, explicando que a bebida era uma espécie de ritual para ele, pois sempre o acalmava antes de qualquer apresentação. Ainda que não fosse exatamente um fã de chás, Christopher aceitou a bebida, sorvendo a bebida de cheiro terroso e enjoativo o mais rápido que a temperatura lhe permitiu. Chegada a hora do show, todos subiram ao palco, dando início a apresentação. Ainda que estivesse desacostumado a aquele estilo de música específico, Christopher não teve dificuldade alguma em se adaptar ao som, conseguindo acompanhar todas as melodias e ainda adicionar um toque pessoal a cada uma, toque esse que, por sua vez, pareceu chamar a atenção da platéia que parecia vibrar com crescente entusiasmo. Cerca de metade do show havia passado quando Christopher sentiu as primeiras mudanças no campo visual.
Os padrões coloridos encontrados tantos nas roupas das pessoas como na estrutura do palco começaram a ondular de uma forma estranha, como se estivessem sendo distorcidos pelo espaço tempo, e, depois de um certo tempo, tudo começou a seguir com o mesmo padrão, dando a ele uma sensação de não apenas estar caindo, como também se desfazendo pouco a pouco. Assustado, Christopher tentou se livrar às pressas da alça do baixo, porém, como mal conseguia se manter em pé, acabou tropeçando e caindo sobre os equipamentos eletrônicos que, por sua vez, não estavam tão bem instalados como deveriam e deram início a um pequeno incêndio, que acabou arruinando por completo a apresentação da banda.
Tempos depois, eles voltavam para o trailer, praticamente carregando Christopher que ria após dizer que se sentia vivendo em um desenho animado e que jurava que a barba adornada de pingentes coloridos de um dos membros da banda era a entrada principal de Narnia. Porém, ninguém prestava atenção em Christopher, apenas discutiam sobre como o chá de Tariq havia sido adulterado e o que aquilo podia implicar. A porta do trailer foi aberta e Christopher colocado na parte de dentro, porém, pouco depois, ouviu-se gritos, e duas novas figuras apareceram e prontamente Christopher reconheceu Camilo. Não pôde evitar o riso que escapou de seus lábios ao ver a cara do amigo, riso esse que foi ignorado, visto que a grande maioria dos presentes sabia da atual condição do rapaz. Os gritos continuavam, mas, de repente, Christopher começou a ouvir alguns sussurros “me pega e foge daqui, eles não querem a nossa presença.” Completamente alucinado, Christopher teve uma certa dificuldade de encontrar a origem dos sussurros, mas, quando finalmente encontrou, a kalimba disse “vamos, agora seria o momento perfeito.” E dito e feito. Ninguém prestava atenção nele quando ele se levantou e caminhou até o instrumento, o envolvendo carinhosamente entre as mãos. Dando uma última olhada ao redor, ele notou que a mulher parecia suplicar algo aos outros homens, que por sua vez estavam distraídos com ela e com Camilo. Sem pensar duas vezes, Christopher abriu a porta do trailer e gritou “Falou seus otários.” E logo saiu correndo, segurando a kalimba em mãos.
Não demorou muito para sentir uma mão envolver seu braço, seguida pela voz conhecida de Camilo. “Por aqui, eles vão acabar encontrando a gente se continuarmos por esse caminho.” A primeira reação de Christopher teria sido a de correr, no entanto, após a kalimba dizer que tudo certo seguir o outro, ele se acalmou. Correram por cerca de cinco minutos até acabarem escondidos em uma apresentação repleta de véus coloridos e fumaça de um gigantesco incensário, que por sua vez parecia fazer com que Christopher retomasse a sanidade. “Eu sei porque eu tô correndo, mas e você? Tá correndo pelo mesmo motivo que eu tô correndo?” Enquanto balançava os ombros junto de uma das dançarinas, ele gritou para que Camilo conseguisse escutá-lo mesmo com a música alta. Não conseguiu ouvir por completo o que ele disse, apenas algo sobre como Christopher havia acabado drogado e finalizou admitindo que ele estava no meio de algo com a mulher de Tariq. “Não é atoa que ele tá puto, virou corno e perdeu o instrumento da sorte na mesma noite.” Em um estado bem mais lúcido do que estava a alguns minutos atrás, Christopher ouviu quando os homens que os perseguiram viram ele e Camilo entre as dançarinas. “Eles tão vindo, corre.” No entanto, Christopher ainda não estava totalmente livre dos efeitos do chá alucinógeno e, ao tentar correr, empurrou Camilo que, na tentativa de permanecer em pé, se agarrou a ele e ambos caíram sobre o incensário gigante. “Quem colocou essa coisa aqui?” Christopher resmungou enquanto levantava às pressas junto do amigo. No fim, a fumaça do incensário serviu como uma cortina, ajudando os dois a conseguirem sair dali e encontrar Danniela, uma artesã que os refugiou em sua van enquanto toda a banda de Tariq procurava por ambos.
“Eu só queria entender porque eu acabei drogado.” Confessou ele a Camilo. “Bom, era para o Tariq estar drogado…” Assim que o ouviu, os olhos de Christopher se arregalaram devagar enquanto entendia o que havia de fato acontecido. “ SEU DESGRAÇADO! Por que não me avisou?” Esbravejou. “Eu não teria tomado aquela porcaria se soubesse e a gente não ia precisar se esconder em uma van pra não tomar uma surra!” Porém, antes mesmo que a briga pudesse continuar, Danniela apareceu novamente, dizendo saber do motivo pelo qual eles fugiam e ameaçando contar seu paradeiro caso os dois não comprassem uma boa quantidade de seus produtos. No fim das contas, Danniela conseguiu vender todos os itens de sua van, Christopher saiu com uma sacola gigantesca de incensos e alguns itens esculpidos em madeira enquanto Camilo, como penitência, foi obrigado a pagar por todos os itens coloridos e de penas que estavam naquela van.
@christopherd-amato @khdpontos
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