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#não perdi o hábito de escrever missivas
lugares pouco redondos
Para esta segunda-primeira, uma missiva... escrita ao longo do dia.
Cara mia, abri o jornal, numa págin qualquer, sem pretenção de leitura, apenas para gastar o tempo de espera. Ao virar as páginas, tropecei na frase: devia haver uma palavra para esta falta de paz que a ansiedade promove. Um sorriso coloriu os meus lábios e eu pensei em você e na nossa conversa matinal, acerca das criaturas-moscas… Às vezes, as nossas conversas são barulhentas, tão cheias de…
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Para está segunda de agosto... uma missiva que é também uma resposta que será enviado pelo correio, escrita em folha de papel. Uma novidade após tanto tempo...
Caríssima A Há pouco… um envelope roxo, com selos curiosos e uma caligrafia arredonda foi empurrado por uma “mão imaginária” por baixo da porta, atraindo o meu olhar. Lembrei-me dos tempos de espera. Quando os meus olhos espiavam a caixa de correspondência vermelha, através das frestas das cortinas. Era o tempo das correspondências. Os envelopes chegavam aos montes, vindos de todas as partes do…
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Segunda-feira que antes era apenas dia de ler poesias, visitar prateleiras, agora é para escrever missivas....
Cara mia, Escrevo-te no ar, desta sala sem janelas e com vasos de plantaE s carentes de água-afeto, cadeiras colocadas lado a lado e a temperatura controlada por um aparelho de ar-condicionado. É uma dessas caixas humanas, inventadas para serem aconchegantes, mas nem tanto. Somos duas a esperar pelo atendimento agendado, sem saber qual será a próxima. Reparo na figura de olhar delicado, rosto…
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BEDA | O prazer de receber uma carta…
Para quem já escreveu uma carta e esperou resposta, sabe como isso funciona...
O telefone coachou — era uma mensagem do mio amore, avisando que havia em cima da minha mesa, um envelope vermelho. O cuore acelerou o pulsar e as horas do dia passaram a pontuar um a um os seus minutos. Viver em uma cidade como São Paulo tem os seus desconfortos… leva-se um dia inteiro para ir de uma zona a outra. E apressar-se nem é um verbo que eu goste de conjugar. Tudo tem o seu tempo —…
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Uma mesa com papéis, livros e uma lareira imaginária
Um dia estranho, com elementos de ontem e hoje misturados numa travessa -- ingredientes para fazer um bolo...
São Paulo, final de tarde… começo de noite! Caríssima Mariana, Eu me lembrei de ti, há pouco… ao ver sol insistir por entre densas nuvens de chuva, com seus raios opacos a caramelizar a fachada dos prédios empilhados um por cima dos outros. Deram cores novas para um deles… E eu ainda olho lá para fora em busca do que era ontem — um prédio antigo, com a tinta gasta com suas janelas em pares.…
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Sampa (nada) desvairada...
Mais uma missiva entregue em mãos... ao sabor de um pesado gole de café!
Meu caro Obdulio, Entro tarde a dentro, com a mesa a mente ocupados por um quinhão de coisas. Bebo um pesado gole de chá e vou em frente. Lembro-me que tenho uma lista de coisas para cumprir e tento localizar em meio ao caos — me distraio com tudo que encontro pelo caminho dos olhos: folhas avulsas pautando um sem-fim de ontens, quando Catarina era apenas um ensejo e não um calhamaço de páginas…
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O homem; as viagens
Mais uma missiva que segue viagem para as mãos de uma leitora de Catarina...
Cara Heloísa, Escrevo-te nesta manhã dourada de sol, céu azul e temperatura agradável. Uma brisa fria agita a cortina e anuncia os últimos dias de Primavera. Nunca foi tão difícil compreender as estações do ano nesta cidade, como agora. Tudo é excesso: do calor ao frio. E dizem que será assim daqui para frente graças às nossas atitudes irresponsáveis. Quando criança, ouvia falar em efeito…
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Sampa em dia de ausência
Mais um Catarina que bate asas e voa na companhia de uma missiva... até aqui segu o ritmo de uma por dia...
Cara Flávia, O dia amanheceu cinza… E os tons variam de um lugar para o outro. Mais escuro — mais claro, esbranquiçado. Cinza nuvens num céu encoberto com o sol tentando brilhar. Cinza vento nas folhas das árvores e nas cortinas das janelas. E o cinza das Alamedas — embriagadas pelo ontem, que não respeita o semáforo. As folhas caíram aos montes na primeira hora, para depois das vassouras…
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Manhã nublada de quarta-feira…
Mais uma Catarina... mais uma missiva e as linhas se escrevem em cinza na folha amarela...
Cara Luana, É a primeira vez que lhe escrevo e eu gosto imenso disto: a idéia de uma nova correspondente me faz sorrir — me leva de volta no tempo, quando os envelopes chegavam de várias partes do mundo, dizendo novidades singulares. E eu que não era boa em conviver com pessoas, estabelecia contato com “novas formas de vida”. Criaturas feitas de papel: sem corpos. Apenas alma… Traduzida em…
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Sampa em tarde de chuva!
Mais uma missiva... Catarina e uma ida aos Correios para vôos em meio a chuva que cai na cidade...
Cara Mariana, Os pássaros cantaram na minha madrugada e eu despertei com eles na minha varanda. Sorri a dúvida de sempre: real ou imaginário (?) — sonho eu sabia que não era porque não sou uma pessoa que sonha. Meu sono é tranquilo, sem agitos. Eu apago — desligo-me de tudo. Na infância eu acordava em queda, espatifava-me contra a cama e passava as horas do dia tentando juntar os meus cacos.…
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Sampa... depois da tempestade,
E Catarina foi para as mãos de Roseli Pedroso... em um envelope azul.
Caríssima Roseli, Coloquei a chaleira no fogo nessa primeira hora. Quase sete. Manhã de Primavera. Quinta-feira — dia de fazer bolo. É assim desde a infância — coisa de C., e seus rituais particulares. Desconfio que a maneira que ela encontrou para me posicionar nos dias da semana. O sol chegou a minha varanda, mas ainda está calmo-manso. A cidade também. Ouço o dom de água — parece chuva, mas…
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Sampa, em dia de trovões...
Substitiu os autografos de Catarina voltou a escrever por missivas. E como são 30 exemplares... serão 30 missivas. O próximo envelope tem como destino a leitora Zilvania...
Cara Zilvania Escrevo-te pela primeira vez, o que me fez recordar certos rituais. Eu troquei correspondência por muito tempo. Mas foi a partir dos nove anos que os envelopes — confeccionados por mim — passaram a ter selo e endereços de outras pessoas — de todos os cantos do mundo. Antes disso, tive uma única correspondente: a minha mãe. Deixávamos nossas missivas debaixo do travesseiro uma da…
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* todas as madrugadas, nos limites da solidão.
Acho que viciei em escrever textos a partir de certos versos... dessa vez foi a poesia de Suzana Martins em As Estações que inspirou minha narrativa...
* Suzana Martins, As Estações Cara Suzana, Leio-te nesse hora última e embriago-me com tuas linhas, que traduzem o meu interior, onde é noite-madrugada. Não amanhece nas paredes do meu corpo. A memória, às vezes, encena qualquer coisa de autora — semelhante as brumas londrinas ou as neblinas paulistanas. Mas eu gosto é do cair da tarde… de observar as mudanças de tons; apreciar os céus e o sol…
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Aos cuidados de Dezembro...
E vamos de Dezembro... esse mês com o qual não me entendo desde que banquei o pássaro e migrei para terras tropicais...
Meu Caro Dezembro, Não consigo me entender com os teus dias… desde que mudei de Continente. Saltei dos dias brancos e dos hábitos de inverno diretamente para os dias coloridos e roupas tropicais. Não consigo me acostumar, é como se tivesse que equilibrar bolinhas nas mãos, soltas no ar… Se bem que se eu praticasse, talvez conseguisse um bom resultado, ao contrário do que acontece com os teus…
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* Alguns fantasmas são mulheres
Dia 27... e hoje escrevo para uma das minhas poetas favoritas... Lady Anne Sexton.
* poesia de Anne Sexton Cara Lady Sexton, Novembro vai chegando ao fim e estou vivendo um turbilhão de emoções nos últimos dias. Recordando pessoas-lugares… Hoje, recordei as viagens de trem — o que serviu para provocar um eclipse em minha pele. Visitei as paisagens em movimento. Senti o solavanco dos trilhos e os espasmos de certas sílabas tônicas. Eu me lembro de estar sentada debaixo da…
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25 |  Estou sozinha no quarto, entre dois mundos
ùltima missiva de setembro, escrita ontem... e enviada ao correspondente hoje, esse domingo seguinte a tantos outros
Caro Escritor, Escrevo-te dentro dessa manhã de sábado, no segundo (ou seria terceiro?) Dia de primavera. Estou em dúvidas e ao olhar lá para fora, nada se esclarece. Será um lindo dia de sol. Mas está frio… E há um silêncio pouco comum na Alameda que exibe um vento típico dos dias de julho de ontem. Nesse ano não ventou dentro do mês, que foi seco e quente. Monótono e interminável. Ao contrário…
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