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#mofados
flowersandtears · 11 months
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mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?
Morangos mofados
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garujunkie · 10 months
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Tão geladas as pernas e os braços e a cara que pensei em abrir a garrafa para beber um gole, mas não queria chegar na casa dele meio bêbado, hálito fedendo, não queria que ele pensasse que eu andava bebendo, e eu andava, todo dia um bom pretexto, e fui pensando também que ele ia pensar que eu andava sem dinheiro, chegando a pé naquela chuva toda, e eu andava, estômago dolorido de fome, e eu não queria que ele pensasse que eu andava insone, e eu andava, roxas olheiras, teria que ter cuidado com o lábio inferior ao sorrir, se sorrisse, e quase certamente sim, quando o encontrasse, para que não visse o dente quebrado e pensasse que eu andava relaxando, sem ir ao dentista, e eu andava, e tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo, por dentro da chuva, que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era.
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sintoandexisto · 3 months
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-Vou procurar teu cheiro no corpo de outra mulher. Sem encontrar, porque terei esquecido. Alfazema? -Alecrim. Quando eu olhar a noite enorme do Equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida. -E que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros. (Silêncio) -Mas não seria natural. -Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem. -Natural é encontrar. Natural é perder. -Linhas paralelas se encontram no infinito. -O infinito não acaba. O infinito é nunca. -Ou sempre.
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amor-barato · 9 months
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... a verdade é que chega-se sempre longe demais quando não se quer Ir Direto Aos Fatos, mas o problema de Ir Direto Aos Fatos é que não há cir-cun-ló-qui-os então, e a maioria das vezes a graça está justamente nesses Vazios Volteios Virtuosos, digamos assim? Que não haja beleza nos fatos desde que se vá direto a eles? Ou que não haja mistério, que seja insuportavelmente dispensável gostar dos cir-cun-ló-qui-os. Ultrapasse-os. Acontece que. Nada acontece...
Caio Fernando Abreu – Morangos Mofados
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passarinhourbano · 2 years
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"Não que estivesse triste, só não sentia mais nada."
(Caio Fernando Abreu)
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vivagua · 2 years
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“Sobrevivo a cada manhã quando, cruzando as portas e corredores que me conduzem às ruas intermináveis, imagino sempre que sou invisível para cada um dos que passam.”
- Caio Fernando Abreu, “Morangos Mofados”.
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semrevisao · 1 year
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Tão geladas as pernas e os braços e a cara que pensei em abrir a garrafa para beber um gole, mas não queria chegar na casa dele meio bêbado, hálito fedendo, não queria que ele pensasse que eu andava bebendo, e eu andava, todo dia um bom pretexto, e fui pensando também que ele ia pensar que eu andava sem dinheiro, chegando a pé naquela chuva toda, e eu andava, estômago dolorido de fome, e eu não queria que ele pensasse que eu andava insone, e eu andava, roxas olheiras, teria que ter cuidado com o lábio inferior ao sorrir, se sorrisse, e quase certamente sim, quando o encontrasse, para que não visse o dente quebrado e pensasse que eu andava relaxando, sem ir ao dentista, e eu andava, e tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo percebendo, por dentro da chuva, que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era.
ABREU, Caio F. Além do ponto. In: ABREU, Caio F. Morangos mofados. 2. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1982. p. 35.
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threefoldbullet · 1 year
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mypapertown · 2 years
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finalmente voltei a ler Morangos Mofados. espero terminar de ler ainda em fevereiro. engraçado que voltei a ler justo no conto "Terça-feira Gorda", que se passa no Carnaval, e hoje é Quarta-feira de Cinzas, logo após o Carnaval. adorei essa coincidência. mas que conto triste!
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senshisdaughter · 14 days
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ok, quem é que ia me avisar que morangos mofados é INCRIVEL!!!
eu ainda to no comecinho do livro, mas o conto (conto? capitulo? trecho? não entendi aindacomo chamar cada texto desses dentro da obra) DIÁLOGO é ABSURDAMENTE BOM!!!
a maneira que o final repete mas com os papeis trocados!! o desentendimento e a paranoia por que "tem alguma coisa atrás"!!! é incrivel, simplesmente muito muito bom.
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portaldenutricao · 2 years
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Pode comer a parte limpa do Pão Mofado?
Por Anelise Machado – Pode comer a parte limpa do Pão Mofado? A resposta é NÃO! A aparência verde ou azulada que aparece no pão ou em outros alimentos é causada por diversos fungos. O bolor do pão, geralmente, é da espécie Rhizopus stolonifer, mas existem várias outras espécies que adoram atacar o trigo. Os fungos são, sem dúvida, um dos reinos mais impressionantes entre os seres vivos. Alguns…
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garujunkie · 10 months
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me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez, que leve para longe da minha boca este gosto podre de fracasso, este travo de derrota sem nobreza, não tem jeito, companheiro, nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem chegando.
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yayariley · 4 months
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yayazinha, pode fazer um hc do elenco com ciumes porfa?
oioi bestie! tome a bomba (esse aqui não vai ter smut so pra avisar)
perdao se ficou ruim nao to com criatividade mas achei o tema legal bjos!
gente eu amo começar essas coisas com o Matías pq ele eh tão óbvio, ele claramente ficaria com um ciúmes ESCANCARADO da querida e ficaria de cara fechada o dia todo.
ele tem cara de quem iria observar tudo de longe e puto da vida, toda vez que o alecrim mofado chegasse em você ele fecharia o punho como se fosse dar um soco no homem a qualquer momento.
e se ele tivesse ao lado da namorada, interromperia a conversa pra dar uma resposta seca no homem.
eu imagino ele com essa exata carinha:
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(se achando o pitbull raivoso mas na vdd ta parecendo o pocoyo emburrado.)
se não está bravo, tá fazendo drama. varia entre "você não me ama mais? 🥺" e "vai lá com aquele feioso então, duvido que seja pauzudo igual eu", mas no final acaba se rendendo pq ele é seu grudezinho e não consegue ficar muito tempo sem fazer fon fon nos seus peitos enquanto tá deitado em você.
já o Enzo... esse sim pareceria um pitbull raivoso, mas adaptando a sua altura, tá mais pra shitzu.
não imagino ele sendo grosso com a querida, mas por conta do ciúmes acho que ele faria aquele negócio de silêncio, sabe? ficaria a bixa muda e você nunca saberia o que ele estaria sentindo.
na hora do ciúmes ele ficaria com essa cara:
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na hora observando tudo quieto, mas quando chegassem em casa ele colocaria tudo pra fora.
no final sempre dá tudo certo, ele te pede desculpa por ter te tratado mal em algum momento e você diria que não conversaria mais com o alecrim mofado, aquele acordo né ✨️
o pipe ficaria meio depressivo coitado, pra mim ele se sentiria "tá, ele pode roubar a minha namorada de mim 😭😭" mas também "vou matar esse canalha" dependendo da quantidade da raiva que ele sentiria.
ficaria de bico o dia inteiro, só observando o alecrim mofado com um olhar mortal pra ver se ele se liga.
olha a carinha de ciumento do pipe vendo do carro o corno falando com a namorada >>DELE<< :
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drastic-end · 5 months
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Pedi um amor e ele me deu um bolo mofado. “Eu pedi amor”, disse. - Isso é amor. - Mas não vai me fazer mal? - Talvez. Olhei e novo e percebi uma larvinha de mosca saindo da cobertura. - Vai querer ou não? – Ele olhava a larva também. - Não sei. – A larvinha agora afundava cada vez mais no bolo. - Eu não vou ficar parado o dia todo aqui, sabe. Lembrei que não sabia cozinhar e levei o bolo para a casa. Primeiro tentei tirar tudo que se movia na cobertura, mas era impossível . Me contentei em raspar o mofo, fechar os olhos e engolir uma garfada. Vomitei. Dormi com o estômago roncando e acordei com dor de barriga dos infernos. Não saí de casa nos próximos três dias: sem amor, não tinha vontade de tomar banho nem de escovar os cabelos. Não queria olhar o céu e nem os olhos das pessoas. No quinto dia sem amor, não quis abrir as pálpebras muito menos as janelas da casa. Prestes a perder as forças, olhei para a mesa e resolvi tentar de novo. O estômago reclamou, mas não devolveu. O intestino resolveu não opinar. Fui dormir indigesta e ao mesmo tempo aliviada. Pela manhã, as maquiagens do banheiro voltaram a fazer sentido. As roupas no chão pediram para serem penduradas. A maçaneta da porta pedia para ser girada e eu obedeci. A cada passo, sentia o estômago revirar, mas também sentia que estava viva. Segui na rua disfarçando uns arrotos enquanto olhava vitrines. À noite, resolvi encarar o bolo de novo. Ele não pareceu tão ruim quanto no dia anterior. Na verdade, olhando de lado nem dava para ver a parte feia. Segui comento o bolo, segui com o estômago revirado e mais importante: segui com vontade de entrar no ônibus e pagar minhas contas. Até que o bolo acabou. Preocupada, fui até ele pedir mais amor. O bolo que ele me entregou estava coberto de moscas. - Está fedendo demais. – comentei. - É o que eu tenho. Não consegui colocar sobre a mesa da sala, já que atraía mais moscas. Botei dentro do forno e cortei uma fatia: o cheiro era insuportável. Tampei o nariz aproximei o garfo da boca, tentando não mastigar as moscas mortas. Sabendo que não poderia ficar sem amor e nem me livrar de todos os insetos, engoli. O estômago não roncou nem a garganta contraiu: já estavam habituados. Quando o amor acabou, ele me entregou um prato fundo. - Mas isso é vômito! - Eu chamo de amor. Entendi que era bolo vomitado e resolvi guardar na geladeira. No dia seguinte provei uma colherada antes de ir trabalhar, e, para a minha surpresa, eu já não sentia mais gosto de nada. Tomei outra colherada à noite, pra garantir que iria ter vontade de tomar banho e sair com meus amigos. No dia seguinte tive um pouco de febre, mas segui dando umas colheradas. Dois dias depois, a cabeça doeu. A febre voltou. A garganta inchou. Sem conseguir engolir o amor, fechei as cortinas e esperei a morte bater. Quando ouvi o som da campainha, suspirei aliviada. Mas não era ela. Não era alguém que eu conhecesse. Tinha cabelos encaracolados e trazia um prato com uma espécie de massa branca. Leve, limpa, tinha cheiro de primavera. - Isso não é amor. - Eu disse. - - É amor, sim. - Parecia surpreso. - - Não, não é. - Eu ri. - Os olhos dele encheram de lágrimas. Antes que eu pudesse mudar de ideia, levou a torta de creme embora.
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passarinhourbano · 2 years
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"...eles foram intensamente felizes enquanto nada acontecia."
(Caio Fernando Abreu)
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vivagua · 2 years
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“Não, não ofereço perigo algum: sou quieta como folha de outono esquecida entre as páginas de um livro, definida e clara como o jarro com a bacia de ágata no canto do quarto – se tomada com cuidado, verto água límpida sobre as mãos para que se possa refrescar o rosto, mas se tocada por dedos bruscos num segundo me estilhaço em cacos, me esfarelo em poeira dourada. Tenho pensado se não guardarei indisfarçáveis remendos das muitas quedas, dos muitos toques, embora sempre os tenha evitado aprendi que minhas delicadezas nem sempre são suficientes para despertar a suavidade alheia, e mesmo assim insisto – meus gestos e palavras são magrinhos como eu, e tão morenos que, esboçados à sombra, mal se destacam do escuro, quase imperceptível me movo, meus passos são inaudíveis feito pisasse sempre sobre tapetes, impressentida, mãos tão leves que uma carícia minha, se porventura a fizesse, seria mais branda que a brisa da tardezinha.”
– Caio Fernando Abreu, “Morangos Mofados”.
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