#mas nessa altura já era mais amar pelos 4 do que outra coisa
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O facebook a lembrar-me, e bem, que eu há sete anos a esta hora já tinha andado sentada de fora da janela de um carro aos berros a apitar pelas ruas e ainda estava sóbria nessa altura.
#e ainda voltei para casa para ver pela primeira vez a eurovisão#mas nessa altura já era mais amar pelos 4 do que outra coisa#foi uma grande tarde#inês rambles
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Nem sei como começar a contar essa história. Pelo começo, presumo.
Não, isso não é mais um texto piegas de amor, embora vá soar em muitos momentos. É um texto sobre como o amor pode fazer coisas estranhas com a gente. Faz você amar uma pessoa intensamente, mesmo que você a odeie. Faz você descobrir que você pode amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo.
Faz 8 anos que eu te conheci. Minha irmã tirou muito com a minha cara por você ter recém feito 18 (e eu nem sou tão mais velha assim). Ficou me chamando de papa anjo.
O "anjo" que eu "papei" naquele dia virou meu amigo. Depois meu melhor amigo. Mas ele estava tão longe. E tinha amizade. Tinha amor. Tinha tesão pra caralho. Disso eu consigo lembrar bem. Lembro te de dar conselho sobre outras moças. Lembro de te ajudar com seus problemas familiares. Lembro de mandar nudes e de muita dirty talking também. (As melhores, admito aqui). Você ficava frustrado pq eu não sabia muito bem como responder as coisas, moça pudica e pura que eu era (kkkkkkkkkkkk não).
Ah G., eu lembro que eu morava com a minha vó e tava começado a faculdade. Eu lembro de como eu tava empolgada pra você morar pra cá. Eu lembro do quanto eu queria por perto. Óbvio que eu tava apaixonada, mas não era só isso.
Imagina minha frustração quando, 4 meses depois você chegou aqui cheio de dúvidas e resolveu ser babaca comigo pq descobriu que não queria continuar ficando comigo e imaginou que eu queria algo mais (acho que você esqueceu que eu vivia aconselhando você com seus dates e crushes da sua cidade).
Meus amigos te odiaram. Minha melhor amiga, com seus imensos 1.45 de altura queria esfolar todos os seus 1.98 (acho) num ralador. Meu amigo da escola ficou putaço da vida de ver aquilo também. Me proibiu terminantemente de ficar com você de novo. Meu melhor amigo de infância, cara sussa q se dá bem com todo mundo concordou com ele. Você ganhou o selo oficial de babaca em dezembro de 2016 de todos os amigos meus que estavam lá naquele dia. Convenhamos, foi merecido. E eu fui burra também, eu fiquei mendigando atrás de você. E como você mesmo me disse, você me beijou só pra ter certeza do que já sentia: você não me queria daquele jeito mais.
O ponto é que você não queria se amarrar com ninguém e você era um jovem mancebo de 18 anos vindo pra uma cidade nova, cuja prima trampava numa baladinha massa e cheia de moças gatas e você partiu do pressuposto que eu queria um namorado.
Não te julgo por isso, de jeito nenhum. Eu te julgo pela falta de honestidade comigo. Éramos amigos. MUITO amigos. Você podia simplesmente ter sido honesto e a vida seguiria, e nós continuaríamos amigos. Por outro lado, meu amor, eu tava vivendo o meu melhor momento. Eu tinha um bom trampo, eu tinha liberdade, eu saia pra dançar todo fucking fim de semana no lugar que eu mais amava na vida, e eu fui quenga pra caralho, beijei mais bocas no Pimentas do que poderei contar na vida. E amei cada segundo. Amava cada segundo. Eu amava você, obviamente me apaixonei e você era meu amigo, mas você era muito mais novo e morava há 800km sem ter certeza se de fato viria ou não pra mesma cidade. Pq caralhos eu ia querer te namorar nessa situação mesmo?
A gente não se falou mais, e em janeiro de 2017 aconteceu de eu conhecer um Cara do Caralho nesse mesmíssimo lugar. Um grande amor da minha vida. No auge dos meus 21 anos aquilo foi o suprassumo pra mim. Ele era perfeito em todos os aspectos. E tudo dava certo. Fomos morar juntos e eu resolvi "amarrar pontas soltas" com algumas pendências na vida e você era uma dessas pontas soltas. Eu fui conversar com você, no fim das contas você não veio pra minha cidade. Voltamos a falar. Voltamos a ser amigos. Melhores amigos. Aquele Cara do Caralho me pediu em casamento e você foi o primeiro a saber.
A vida passa, eu fiquei doente, comecei a surtar feio. Depressiva. Remédio. Muito remédio. E você finalmente veio pra minha cidade. Eu não tinha como estar mais feliz de ter você por perto finalmente. Se em 2016 eu fantasiava em te buscar no aeroporto só pra poder te dar em qualquer lugar que tivesse a oportunidade nisso, agora tudo que eu queria era meu amigo comigo, pra me visitar em casa e eu fazer bolo e torta e tomar cerveja conversando. E eu teria você. Eu tava tão feliz.
Era fevereiro de 2018 isso. Mais tarde eu saberia que o diagnóstico de depressão estava errado e que eu tenho uma sensibilidade incomum a antidepressivos. Mas na época, minha então psiquiatra não sabia e lá estava eu com 200mg de sertralina. Uma bomba-relógio armada e já dando sinais de explosão.
Você chegou na minha cidade e a gente tinha um aniversário de um amigo em comum pra ir. Eu e a namorada desse amigo combinamos que eu ia fazer 2 bolos pra levar pra festa e ai nós resolvemos que você ia me ajudar pra carregar os bolos. Seria ótimo, você ia na minha casa e a gente ia poder matar a saudade enquanto eu fazia os bolos e me arrumava pra ir no aniversário.
Ai eu fui te buscar no ponto de ônibus na esquina de casa, e G., eu não sei descrever o que eu senti quando te abracei. Mas eu senti. E eu notei. Eu sei que você sentiu. Eu percebi que aquela sensação, aquele abraço, a forma como você me cheirou o pescoço, aquilo não era só amizade e eu sabia ali. Deuses eu sabia ali. Me desculpa por mentir pra mim mesma, pra nós, e me desculpa Cara do Caralho, por nunca ter tido coragem de te contar quando eu descobri (meses depois do acontecido).
Fomos pra casa, o meu conge estava lá, de cara feia, mas eu ignorei (explicação virá em histórias futuras), e conversamos um monte enquanto eu fazia o bolo, enfim, fomos de uber e depois eu deveria ir pra faculdade.
Lá eu também soube. Eu menti pra mim por muito tempo, na época eu tava confusa e muito fodida da cabeça. A gente sentou no chão, lado a lado, juntando as moedas pra comprar caipirinha. E a gente estava tão perto. Eu não consigo esquecer seu calor.
Chegou uma hora que eu não tive como ignorar que alguma coisa tava acontecendo. Mas nessa época eu ainda achava que só dava pra amar uma pessoa na vida, entende? E eu amava o Cara do Caralho que morava comigo, então como que eu poderia sequer te desejar?
Eu tava tão errada sobre isso.
Eu falei pra gente ir conversar lá fora. Eu lembro de você chorar e admitir que tinha sentimentos por mim. E eu fiquei com ódio. Pq você poderia ter me dito isso antes. Mas nunca disse. Você nunca foi honesto comigo. Nunca. E eu prezo honestidade pq eu dou meu melhor pra ser aberta e receptiva e o mais sem julgamento possível. Sempre te dei abertura pra ser honesto.
Ah G., eu não fui honesta quando falei que você me beijou. Essa foi a mentira que eu contei pra mim mesma pra me convencer que eu não era uma puta traidora. Mas eu realmente não estava conseguindo assimilar aquilo. Além de que eu estava locona de sertalina. Eu deixei você me beijar e eu quis que você me beijasse. Eu nunca deixei de querer você, mas ali, naquela hora, eu não sabia e jamais admitiria pra mim mesma. Eu deixei, eu quis e nos beijamos.
E puta merda, eu nunca consegui esquecer. A sensação de você me tocando, seus lábios, puta merda, puta merda. Não sei dizer se é o melhor beijo, talvez não seja. Mas puta que pariu, a química, a sensação de te tocar, eu nem sei dar nome pra isso. A atração, o que me puxa pra você, eu não sei dar nome pra isso.
Obviamente eu tive uma crise de pânico e não consegui deixar você chegar perto de mim depois, nem pra me acalmar. Eu não estava num comportamento minimamente razoável, eu sei. Por isso eu também sinto muito.
Mas você consegue entender pq eu tive que me afastar de você? Eu cheguei em casa pra encarar meu Príncipe Encantado e contar pra ele que eu beijei outro cara, cara que estava ali embaixo do nosso teto horas antes? Se não fosse por ele, eu jamais teria me afastado de você. Mas eu devia respeito a ele também. Ele entendeu a situação mas ele pediu que eu me afastasse.
Aquela ligação doeu absurdamente. Ouvir você chorar na linha e tentar não chorar muito pra não acordar minha bisa (privacidade custava caro lá, tinha que me esconder no quintal alheio). Aquilo me quebrou. Puta que pariu eu sinto tanto por ter te afastado.
Ai entra a segunda vez que você foi babaca comigo. A primeira foi quando você quis me rejeitar e a segunda quando você foi rejeitado. E de novo você não foi honesto comigo.
Sim, eu escolhi ele ao invés de você, sei que isso doeu. E isso foi meio contra os meus próprios princípios, amigos sempre vem primeiro, mas porra, olha o que a gente tinha feito? Como que eu poderia brigar com ele pra exigir que ele respeitasse minha amizade com você quando a gente desrespeitou ele?
Pausa na história só pra comentar que estou ouvindo When The Sun Goes Down e sempre que eu ouço essa música, eu lembro de você, se encostando na parede do James e cantando "he's a scumbag don't you know"
A vida seguiu, o pobre Cara do Caralho entrou em total parafuso comigo ao longo do tempo e eu tive que me entender. Na época, minha então psicoloca insinuou que se eu beijei você, eu beijaria qualquer cara que chegasse em mim em qualquer situação, e basicamente ela piorou a situação 20x até eu entender de verdade o que aconteceu.
Ai então eu percebi que eu precisava admitir pra mim mesma que eu te amava e te desejava e isso não me fazia amar menos o meu querido conge. Então em 2019 resolvemos abrir o relacionamento... O mais irônico foi que quem me aconselhou sobre "olha, vai dar merda desse jeito" foi você.
Enfim, 2019 pra mim foi o ano da full loucura. Eu estava mais louca que o Batmã, o conge mudou pra São Paulo e eu fiquei sozinha, e eu tava full locona, saia direto, ia da faculdade pra rua, me enfiava em rolês duvidosos (depois fui descobrir que isso tudo era patológico), e comecei a ir no rolê de rock do lugar mais legal da cidade. E um dia eu fui sozinha com um amigo e você estava trabalhando lá.
Lembro que eu estava sentada num dos bancos e meu amigo tinha me largado sozinha pra ir no fumódromo. E ai você veio. E nós conversamos. Você foi +/- honesto, mas eu sei que você segurou muita coisa, eu sou uma boa leitora de pessoas. Você nunca me contou tudo.
Eu resolvi te abraçar e você disse que não era uma boa ideia. De novo, aquela sensação, aquela atração fodida e sem explicação. Aquele imã. Você tava certo, não era uma boa ideia. Mas você não me beijou aquele dia. Você disse "se vai me beijar, vai de uma vez, não fica torturando a gente".
E eu te beijei. E de novo, puta que pariu. Ainda hoje, mais de 3 anos depois, se eu fecho os olhos e me concentro bem, eu consigo sentir a porra da textura do seu cabelo nos meus dedos. Não tô tentando ser poética não, isso é verdade. Eu fiquei por dias assim. Eu não sei dar nome pra isso. Acho que nunca vou saber dar nome pra isso. Mas eu sei que eu nunca senti nada remotamente parecido com ninguém. É uma atração quase magnética, eu diria. E eu realmente não tô tentando soar poética ou romântica, eu só não sei mesmo descrever o que eu senti, a atração que eu sinto.
Ficamos algumas vezes depois disso e depois, covid e nunca mais. Não sei de você. Queria poder ter a liberdade de ir conversar com você, mas eu sei que não deveria. Eu quero superar sabe? Seguir a vida. Eu quero conseguir não pensar em você dessa forma. Eu quero lembrar de você de um jeito normal que uma pessoa lembra de alguém querido no passado.
Você parece uma chaga na minha alma as vezes. Há 3 anos eu conheci outro cara massa pra caralho, nós fomos morar juntos, estamos construindo uma vida juntos (numa relação aberta, pq agora eu aprendi como funciona de verdade), mas temos carro, casa, 4 gatos, enfim, construindo tudo juntos.
Mas você sempre vem e eu não consigo entender pq. O que eu estou deixando passar nisso tudo que não me deixa simplesmente te superar? É algo que eu fiz? É karma? Não que eu acredite em karma, mas sei lá né. Nessas horas a gente cogita tudo. E eu sei que se você ler isso você vai achar ridículo eu cogitar ser karma pq vc é cético.
Porra, eu realmente não sei o que fazer mais. Faz 8 anos que te conheci, faz 3 anos que eu não te vejo e eu simplesmente não consigo te esquecer e não consigo saber pq.
Eu queria que você me ajudasse, sabe? Talvez uma boa conversa muito honesta ajudasse de verdade. Mas eu já tentei isso e você não teve maturidade de topar. Não estou disposta a apostar que o você de 25 anos tenha mudado tanto a esse ponto.
Eu não sei como por um ponto final nisso sozinha, por mais que já tenha acabado.
Socorro.
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𝐋'𝐚𝐧𝐜𝐢𝐞𝐧𝐧𝐞 𝐞𝐭 𝐧𝐨𝐛𝐥𝐞 𝐦𝐚𝐢𝐬𝐨𝐧 𝐝'𝐇𝐚𝐫𝐜𝐨𝐮𝐫𝐭 - comentários por Geneviève Sylvie Évreux D’Harcourt
1. BLANCHE OF NAVARRE* (née Évreux) - b. 1330, d. 1398 (FC: Cate Blanchett)
*menção honrosa
Blanche é uma das minhas ancestrais que já foi rainha da França. Conhecida como Belle Sagesse, a rainha era uma intelectual e popularizou o conceito de mulheres bonitas e inteligentes. Casou com o rei Philip VI, que morreu pouco tempo depois do casamento. Apesar de ter sido pedida em casamento diversas vezes depois da viuvez, recusou todas as vezes, alegando que “As rainhas da França não se casam novamente”. Conhecida como mediadora e grande ativista política da época, Blanche não gostava muito da vida na corte e os eventos em que aparecia eram raros.
2. SYLVIE ANTOINETTE D’HARCOURT (née Burgundy) - b. 1942 (FC: Julie Andrews)
Minha avó paterna com certeza ocupa o topo das mulheres fortes da minha vida. Meu segundo nome foi em homenagem à ela e isso sempre fez com que ela sentisse que tinha a obrigação de me ensinar como a vida funcionava. “Geneviève, ma fille, homens são um empecilho na sua vida, sempre. Mas se você encontrar o certo, vai ficar melhor. E não digo o amor da sua vida, não, eu digo um que você consiga controlar”. Uma figura. Sempre foi muito forte e fica muito claro para qualquer um que veja o casal Harcourt quem é que manda naquela casa. Feminista à sua própria forma, grandmère diz que homens são facilmente manipuláveis, desde que você faça-os pensar que a ideia veio deles e não de você. Um ícone incompreendido.
3. ANNE-BLANCHE D’HARCOURT (née Évreux) - b. 1964 (FC: Kelly Rutherford)
Mère é a mulher mais maravilhosa que eu conheço e posso dizer que é um privilégio ser filha dela. Ela é inteligente e hoje em dia é a diretora acadêmica e administrativa da Université d’Harcourt, com um pHD maravilhoso em física quântica e um doutorado em física mecânica. Sensata, estudada, calma, mediadora e dona de uma temperança inabalável, minha mãe sempre será o meu maior porto seguro. Se existe uma definição de casa, com certeza mère é isso para mim. Não importa o que aconteça, sei que posso me apoiar nela sempre. Eu tenho um orgulho particular dela por decidir sempre o que quer fazer da vida e fazer dessa forma. Atrasou a vida de mãe o máximo que pode para terminar o seu primeiro doutorado e criou cinco filhos maravilhosos. Não sei como ela faz tudo isso, mas espero um dia ter metade da força e sucesso que ela tem.
4. JACQUES-AUGUSTE OLONDE D’HARCOURT - b. 1965 (FC: Aaron Eckhart)
Père é um homem de bom coração, de boas intenções e nunca foi nada além de uma pessoa amorosa. Sempre gostou de passar tempo comigo e com meus irmãos e a atenção que ele me deu nunca foi menor do que a dada para os meninos. Mesmo assim, por mais que ele provavelmente seja um dos homens mais liberais que eu conheço, continua com algumas visões que me entristecem. Foi um baque horrível quando descobri que ele tinha filho com outra mulher, não só porque eu tinha mais um irmão para competir, mas porque na minha visão ele era basicamente um super herói, alguém que nunca podia errar. É sempre difícil admitir que os pais são mais do que só pais, mas sim seres humanos que erram. Eu tenho orgulho da posição dele na diplomacia, um grande intermediador da França e outras nações, mas ele deixou de aprender muita coisa com a grandmère.
5. JEAN-LOUIS D’HARCOURT - b. 1992 (FC: Taron Egerton)
Jean é o meu irmão mais velho e cumpre o papel que se espera de um primogênito com maestria. É um dos diplomatas mais novos a conseguir passar na carreira e sempre foi um grande estudioso. Da minha infância, lembro de um Jean-Louis protetor e brincalhão, mas acima de tudo bagunceiro. Do tipo que dava mais trabalho que os filhos mais novos. Hoje em dia é quieto e reservado e sempre muito ocupado. Um dia perguntei o por quê de ele ter mudado tanto e ele respondeu: “nós todos crescemos um dia, Sylvie, sua hora vai chegar também, mas não em altura, você vai ser baixinha para sempre”. Em resumo, ele ainda é o meu Jean-Louis insuportavelmente bagunceiro e brincalhão, só que de terno e gravata. Hoje em dia falamos sobre geopolítica e trocamos livros, mas por trás dos óculos de leitura e do terno que ele sempre tá usando, parece que eu ainda vejo o sorriso do menino que quase botou fogo na casa como brincadeira de primeiro de abril.
6. HENRI-PHILIPPE D’HARCOURT - b. 1994 (FC: Graham Rogers)
Henri sempre foi de longe a força bruta dos Harcourt. Diferente de Jean, nunca se deu bem com os livros, mas isso nunca fez muita diferença na sua vida. Provavelmente teria sido jogador de futebol se não fosse a tradição idiota dos Harcourt, do ramo familiar. Diferente de mim, nunca questionou muito as ordens que recebeu, então entrar para a Força Aérea do exército francês foi algo que fez com honra. É um dos melhores pilotos de toda a Força e hoje em dia ocupa o posto de tenente. Apesar de sempre ser mais sério que os demais, o semblante forte dele pode enganar. Nunca foi o cérebro das peças e brincadeiras pregadas pelos irmãos, mas sempre as executou muito bem. Eu amo o meu irmão como se deve amar, mas temos divergências em todos os campos possíveis da vida (não me faça começar a citar, eu poderia ficar aqui para sempre).
7. ÉTIENNE-STANILAS D’HARCOURT - b. 1996 (FC: Chord Overstreet)
Étienne… Orgulho, coragem, ousadia. Não sei qual dessas palavras podem descrevê-lo melhor. É formado em medicina e agora cursa o mestrado para poder dar aulas na Université d’Harcourt. Mora feliz da vida em um loft em Paris. Constantemente choca a família com as recusas de se tornar médico em grandes hospitais e ser sócio destes para continuar sendo médico do ramo público. Ninguém nunca entendeu ou conseguiu compreender o por quê de ele fazer isso, principalmente porque suas notas eram ainda mais altas do que a de Jean-Louis, que sempre foi o prodígio da família. Oportunidades nunca faltaram, mas de alguma forma ele nunca desapegou do hospital que exerceu a residência. Isso gerou até uma certa briga em um dos jantares familiares durante as férias de uns dois anos atrás -- meu pai e Henri não conseguiam superar a “burrice” dele. Mais tarde, ele veio conversar comigo. Me disse que eu era uma das únicas pessoas das quais ele se sentia obrigado em dar algum tipo de explicação; sempre achou que precisava dar exemplo para mim, que por ser a caçula e única menina, eu era suscetível à alguns valores que ele não achava que faria bem ter. Eu nunca vou esquecer -- ele me disse que existiam coisas mais importantes que dinheiro, fama e prestígio, e que eu entenderia isso quando visse o mundo real. Que eu tinha que aproveitar o meu tempo na bolha de proteção do colégio e, mais tarde, da faculdade... Mas que ele sabia que eu saberia fazer a escolha certa quando fosse o momento. Sempre o admirei acima de quase todos os outros irmãos, por isso e por muito mais. Ah, e foi ele quem me ensinou a dirigir um carro.
8. PIERRE-FLEURY D’HARCOURT - b. 1999 (FC: Neels Visser)
Pierre e eu temos a menor diferença de idade entre os irmãos Harcourt e isso sempre fez com que fôssemos mais próximos do que os outros. Claro que Pierre preferia brincar com os garotos, mas no fim das contas era a Sylvie que sempre guardou seus segredos, encobriu as suas merdas e o ouviu chorar. O apelido, inclusive, foi autoria dele. Pierre tem uma fama de fuckboy incompreensível, porque o coração dele é de manteiga. Nunca vi um garoto chorar tanto por coisa nenhuma e nunca vi um garoto se apaixonar tantas vezes quanto ele. Não importa o que dizem as más línguas, Pierre é um golden boy. Ainda é esquisito não ver ele todos os dias quando ele foi o maior pilar na Truffaut para mim durante muito tempo, o único irmão que lembro direito na escola. Esse é o terceiro ano dele fora da escola e se tem algo em que somos parecidos é nossa falta rumo. Parece que depois de Étienne, todos os filhos saíram errados. Diferente do mais velho, que acabou encontrando refúgio na vida de professor, Geneviève e Pierre não tinham certeza do que queriam da vida. Só que diferente de Geneviève e Étienne, Pierre não está disposto a criar uma guerra ou chocar a família inteira, motivo pelo qual entrou para o Legislativo bruxo francês. Hoje em dia ele é deputado, mas duvido que ele faça ideia do que tá fazendo na Câmara. Meu sweet boy não sabe nem quando começa o período legislativo, e tenho certeza que demorou mais de dois meses para decorar onde ficava o próprio assento, quem dirá planejar leis. Mas, com tudo isso, ainda posso dizer que invejo -- parece estar mais orientado que eu nessa vida.
9. GENEVIÈVE SYLVIE ÉVREUX D’HARCOURT - b. 2002 (FC: Halston Sage)
Ah, essa garota. Eu juro que um dia eu aprendo a entendê-la… Mas parece que não sei falar de mim como consigo falar dos outros (red flag). Mas se for para arranjar uma desculpa melhor: quem se define se limita? *Insira aqui sua desculpa para fugir de constatações pessoais para as quais não estou nada pronta* *insira aqui um meme feminista*.
#♔ — — ɪ ᴡᴏɴ’ᴛ ꜰᴀᴅᴇ ᴀᴡᴀʏ ʙᴇ ꜰᴏʀɢᴏᴛᴛᴇɴ ᴏʀ ᴊᴜꜱᴛ ᴄᴀꜱᴛ ᴀᴡᴀʏ / musings.#♔ — — ɢʟᴏʀʏ ᴀɴᴅ ɢᴏʀᴇ ɢᴏ ʜᴀɴᴅ ɪɴ ʜᴀɴᴅ / the harcourts.#óia quem tá com preguiça de responder o que deve e resolver fazer uma coisinha dessas
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365 e um pouquinho mais
Oi, linda.
Já te fiz algumas cartas, digitais, e sempre padeço ao tentar coreografar as palavras. Sempre sinto que falho, mas o amor não é coreografado mesmo.
Hoje, quando a gente comemora um ano, eu me peguei pensando no tanto de história que temos pra chegar até aqui. Um ano parece pouco, mas olhando pra trás...
Em fevereiro/março de 2015, eu te vi naquele colégio verde de 9 turmas. Minha vida tava num trilho, ano de vestibular e tudo mais, e aí eu vi você. Foi um ano letivo... complicado. A gente nunca se falou, exceto pela vez que você jura eu ter gritado de dentro do carro pro seu grupo de amigos voltar pra festa junina.
A gente nunca se falou mas eu lembro do nervosismo que eu sentia ouvindo a sua voz (e que ainda sinto). Lembro das vezes que eu olhei seu Facebook e fiquei completamente encantada pela calourinha politizada, com bom gosto musical. Lembro das vezes que eu insistia em dar os recados do grêmio na no primeiro ano de meio ambiente porque você tava lá. Lembro de uma vez específica que eu cruzei você no corredor, na frente dos armários, e senti algo completamente esquisito. Lembro de mais um bocado de coisa que, por ironia do destino, marcaram aquele ano sem que a gente sequer tivesse trocado um oi diretamente.
Foi muito bom saber, quase 6 anos depois, que nada disso foi sentido só aqui.
A Carol, nesses 6 anos, passou por muita coisa. A Mirella também, mudou de país e tudo. Foram 6 anos de amadurecimento, aprendizado e tropeços.
Nesses 6 anos eu soube pouco de você, Lela. Seu estilo low profile nunca te colocou no topo das coisas que o cérebro pega pra colocar no inconsciente do sonho, sabe? A gente se falou umas 3 ou 4 vezes? Sobre política, arte e música? Algo assim.
Até o fim de dezembro de 2020.
Só Deus sabe o que eu vi de ti que, dessa vez, entrou no inconsciente do sonho. Ou foram os astros, ou o destino, ou qualquer nome que você como uma talvez-ex-cética queira dar. Tampouco me importa o que tenha sido, mas foi nesse sonho de 28 de dezembro de 2020 que eu voltei pros 17 e quis dar qualquer recado na sua sala.
O que eu lembro do sonho é que você tava sorrindo. Era você e esse sorriso. Esse, que eu não via desde 2015 do outro lado do pátio. Foi esse sorriso que me fez postar, depois de pensar por horas, um tweet sobre querer visitar Lisboa, com toda energia canalizada pra que ele chegasse em você e, com muita sorte, você me respondesse pra eu puxar qualquer papo.
Você viu, respondeu e me ofereceu guia turístico pras terras tugas. Nessa mesma conversa, que eu pensava e repensava em toda resposta pra que soasse sim como flerte, eu te convidei pra conhecer minha cidade favorita e, com muita coragem, te convidei pra tomar um vinho na dm, e nessa época eu nem tomava vinho seco.
A partir daí eu congelei os relógios, os fusos e toda a temporalidade do mundo. De dezembro a março, eu me apaixonei por você e tive medo disso. De dezembro a março a gente trocou músicas, poesias, apelidos, fotos de céus pintados de algo mágico, confissões, descobertas, noites enluaradas. De dezembro a março eu comecei a amar você, assim, rápido mesmo. Eu só não sabia que era amor, porque era diferente. Mas era amor, mesmo dizendo pra minha avó que quando você viesse, seria só uma curtição (e tem sido uma delícia curtir você desde aquele sonho, até hoje).
Dia 6 de março você chegou no Brasil. Decidiu e veio. Me enganou e me esperou atrás de um portão. Nesse dia eu tremia de nervoso e você também.
No nosso primeiros abraço, minha arritmia fez questão de marcar presença com direito a biometria pelo cheirinho no cangote que você me deu. Na nossa primeira conversa, a gente olhou pras estrelas e falou da morte, da vida e do tempo, que a essa altura eu já tinha esquecido que existia, de um jeito tão sensível e intenso que eu tive outra arritmia.
Buscar uma cerveja juntas foi a fuga mais óbvia possível pra te beijar e, bem, desse beijo só a gente sabe. Nem lembro se a gente pegou uma cerveja mesmo.
E essa noite foi nossa e só nossa, com uma playlist linda e com o sol laranja entrando pela vidraça do quarto quando ela acabou. Me apaixonei pelos teus olhos logo ali.
Quando você foi embora no dia seguinte (por umas horas?) e deixou um livro com dedicatória e um vinho dentro da minha bolsa, eu entendi que as coisas não seriam iguais.
Depois dessa noite, em alguma das próximas eu chorei te olhando. Chorei porque já te amava e não sabia medir o tempo das coisas, mesmo que não precisasse de medida. A gente falou que se amava e eu senti uma paz que nunca tinha sentido antes. Eu te trouxe pra casa e num clichê sáfico de histórias de amor, a gente não se separou mais. Descobri que a curtição era o amor da minha vida. Portugal fechou, você ficou presa no Brasil, morou aqui e só ia pra sua casa brasileira pra pegar mais roupa, adotou a minha gata como enteada, riu e bebeu com a minha família. E eu tive medo do que ia ser a gente, porque já tava nítido que existia um "a gente".
Mas, é claro, com 22 dias você me pediu em namoro e todo medo foi embora. Bem rápido igual esse pedido que mudou minha percepção de mundo, de tempo e de amor.
Te beijei dia 6 e dia 28, há exato um ano, você montou no meu quintal duas cadeiras de praia, uma carta escrita a mão, outro livro, um par de alianças gravadas e um arranjo de flores que tranquilamente enfeitaram uma nave de igreja em dia de casamento. E me pediu em namoro num fim de tarde em que até o céu reconheceu que algo sério tava acontecendo, já que pintou uma nuvem em formato de coração.
E nesse um ano tanta coisa aconteceu, né linda?
A gente se despediu e doeu. Nos reencontramos e a gravidade voltou a fazer sentido na Terra. Aquele convite de conhecer a minha cidade favorita foi aceito e eu te apresentei meu cantinho favorito do mundo. Minha saúde entrou em colapso. Você mergulhou na faculdade e trabalhou de turno. Discordamos em algo e concordamos em outro algo. Discutimos e resolvemos no diálogo. Assistimos Matilde recitar poemas embaixo de um céu estrelado. Nadamos no mar. Você caiu de um bote. Abraçamos cachorros desconhecidos. Te apresentei meus dotes culinários completamente sem técnica. Vimos filme por Zoom. Você foi essencial na minha pós e no TCC dela. Aprendemos sobre o silêncio. Aconselhamos. Compartilhamos músicas e criamos uma playlist linda que tá prontinha pra tocar no nosso casamento. Escolhemos os nomes dos nossos filhos. Concordamos em ter um gato e um cachorro, pelo menos. Aprendi a tomar vinho seco. Me apaixonei por calimocho por conta do som da sua voz me estendendo um copo e falando "calimocho, carino". Descobri que cerveja com Soda é uma delícia e você descobriu a Draft. Brincamos com filtros. Te apresentei o mundo do Supervegetariano. Fizemos uma lambança de suco de laranja e vinho branco no nosso 1 mês. Você desembaraçou meu cabelo. Eu cortei sua unha do pé. Dormimos coladas e eu puxei todo o cobertor. Tomamos banho juntinhas mesmo que eu goste de água fervendo e você prefira uma bica do Alasca, exagerando um pouquinho. Extrapolamos os níveis de intimidade. A louça do café é sua e a do almoço é minha. A distância pesou 50x mais um dia ou outro. A distância pareceu minúscula um dia ou outro. Dividimos roupas, sapatos, cremes, perfumes e essa talvez seja a parte mais legal. Te dei dois livros que muito provavelmente sejam os meus favoritos. Você me levou pra Vila Belmiro e até o hino eu cantei. Sorrimos muito. Choramos também. Fizemos compras em mercado de atacado e você viu como meu olho brilha com isso. Fizemos planos e mudamos o curso de alguns outros. Não sei até que ponto a rotina nós deixou ressignificar domingos e segundas, mas eu passei a amar todos os dias só por ter você em todos eles.
Aconteceu muita coisa e eu acho que é humanamente impossível listar tudo, mas a melhor coisa que podia acontecer, aconteceu aqui dentro.
Eu conheci o amor de verdade com você. O respeito, a confiança, o carinho, o cuidado, o diálogo, a atenção, a paciência, o espaço, a vontade, a disposição e tudo que vem dentro do pacote do que é, realmente, o amor. Ele é mágico e inexplicável como um coração no céu, mas também é racional não-racionalizado em todas esses pontos, porque tudo isso precisa vir de um jeito não pensado mas muito sensível, e é assim que a nossa banda toca.
É difícil tentar explicar o que é um amor verdadeiro e saudável, então eu resumo como "o nosso". Eu aprendi a transbordar com você.
Eu tenho vontade de ser melhor todos os dias. Eu tenho sede de descobrir os caminhos certos do amor todos os dias. Eu tenho consciência de que dois seres diferentes vão errar, mas tenho a calmaria de saber que tudo vai se resolver.
Minha vida brilha muito mais há um ano, porque você colocou brilho aqui e porque você me ensinou a lustrar sozinha as minhas riquezas.
Eu não tenho medo do futuro com você, linda. Se tudo que a gente planta floresce pra gente colher, eu tenho a maior certeza da vida de que o nosso jardim vai ser tão, mas tão lindo, que todas as borboletas que significam tanto pra mim vão chamar nossas flores de lar nem que seja por um bater de asas. Eu quero ser pra ti pelo menos um pouquinho do que você é pra mim, mas com a vontade e as ações pra ser sempre mais a mulher que mais vai te fazer feliz nessa vida depois de você mesma.
Obrigada por trazer vida pra minha vida. Obrigada por trazer tanto significado de amor. Obrigada por me ajudar a despir meus medos. Obrigada por me dar esperança. Obrigada por ser a mulher mais incrível que eu já tive o prazer de conhecer. Obrigada por me dar tanto orgulho. Obrigada por me apresentar um mundo completamente novo ao seu lado. Obrigada por me fazer tão feliz e por me permitir me entrelaçar na sua vida e te fazer feliz também. Obrigada por você ser você. Obrigada por querer ficar, todo dia. Obrigada por tudo e por tanto.
Mas todo agradecimento é pouco, então só me resta dizer que te amo. Dizer que te amo gritando pro mundo. Dizer que te amo baixinho ao pé do ouvido. Dizer que te amo numa carta de amor. Dizer que te amo numa canção de amor.
Eu amo você, escorpiana. Eu amo você de um jeito muito único e muito nosso, e esse amor é tão diferente que essa distância chata é nossa única pedrinha no sapato, lembra? A única! Logo logo a gente corre descalça ou de Vans. E isso é a definição de paz pra mim.
Eu quero que o mundo inteiro conheça a nossa história de amor só de ver os nossos olhares e sorrisos. Eu quero rodar o planeta em praias, cafés, cinemas, bares, parques, quintais, olhando nos seus olhos, principalmente quando o sol tá laranja e eles tomam a cor da imensidão. Eu quero segurar a sua mão sem soltar e deixar todos os seres com os olhares brilhando pro nosso amor, como se fosse (e é) uma obra de arte, até mesmo quando não houver ninguém além de nós duas no espaço.
Assim, vou te deixar um convite na intenção de cumprir igual ao primeiro que te fiz: quer contar essa história comigo?
Esse um ano foi só o começo do começo. Um prefácio.
Se você aceitar, a gente escreve um milhão de capítulos e deixa o epílogo pros nossos netos, bisnetos, tataranetos, depois que nos tornemos memória e saudade no peito de quem foi e há de ser tocado pelo nosso amor. (E numa próxima vida eu te acho pra escrever um livro novo.)
Pra não ficar dúvida, agora te amo mais do que amava quando comecei a escrever essa carta e te amo menos do que vou amar quando você terminar de ler essa carta.
Se ficou confuso, é mais ou menos assim: sempre muito mais a cada yoctosegundo.
Linda, baby, trevinho, escorpiana, Lela, Lelinha, minha sorte, meu amor, feliz um ano de nós. ❤️
28/03/22
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Paulo Gustavo recebe homenagens do marido, Tatá Werneck e até Beyoncé
Não é fácil dizer adeus para um dos maiores artistas que o Brasil já teve. Nesta terça-feira (3), Paulo Gustavo morreu por complicações da Covid-19, após ser internado no dia 13 de março. Sua morte nos faz refletir sobre o quão grave é esta doença, como ainda temos muito a avançar em seu combate e nos prevenir com medidas de segurança adequadas.
Um grande nome do humor, Paulo era uma pessoa amada que deixou marido, Thales Bretas, os gêmeos Romeu e Gael, amigos e muitos fãs. A notícia abalou o país, que vinha torcendo muito por sua melhora. Infelizmente, o quadro do ator se agravou nesta segunda-feira (2), e ele não resistiu.
Todos os admiradores de Paulo fizeram lindas homenagens à ele. Thales Bretas declarou o seu amor em um emocionante texto, amigos se despediram com lindas palavras e a diva Beyoncé também prestou suas condolências.
“Ainda é muito difícil processar tudo o que aconteceu nos últimos dias… Nossa caminhada tinha tudo pra ser longa! Linda como vinha sendo… tão feliz! E foi muito! Como fui feliz nesses últimos 7 anos que tive o privilégio de conviver com você! Como eu aprendi, cresci! Espero poder passar um pouco do seu legado de generosidade, afeto, alegria e amor. Você é um furacão! Uma estrela que brilhou muito aqui na Terra, e vai brilhar ainda mais no céu, olhando pela nossa família sempre!!! Eu te amo tanto… e sempre te amarei, pro resto da minha vida! Não consigo escrever um centésimo do quanto você foi e é importante pra mim e pro mundo. E continuará sendo, eternamente”, escreveu Thales.
“Peço desculpas aos amigos e aos fãs por não conseguir elaborar tudo como gostaria e responder a todos. Estou vivendo um turbilhão de sensações. Obrigado pelas energias positivas e orações. Muito amor tenho recebido, espero num momento mais oportuno conseguir retribuir! Bjs saudoso”, agradeceu ele.
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Tatá Werneck, amiga e companheira de palco de Paulo, escreveu um texto emocionante ao artista. “Aplaudam. Aplaudam de pé esse grande homem! Gritem bravo! Façam uma homenagem a Paulo Gustavo em suas casas. Aplaudam de pé esse grande artista. Meu amigo Paulo (está tão difícil. Me ajuda ? Deixa eu te ligar . Me dá conselho ? Tô me saindo bem? Tá difícil demais. Você não pode imaginar). Eu JAMAIS poderia imaginar que estaria hoje escrevendo um texto sobre você e sem te ligar pra saber se tá bom. Você me ligou do hospital . Você me disse: o humor está me salvando. Você estava fazendo piada . Não por negação. Mas para alegrar-se do riso dos enfermeiros, técnicos e médicos. E o humor te salvou. Você está salvo, meu amigo. Você está salvo! Aqui está um caos. Eu estou sentindo muito medo. Mas ao mesmo tempo eu vi você e você foi tão corajoso meu amigo. Você foi bravo! Eu te amo tanto. Eu já to com tanta saudade. Vai ser tão difícil ficar sem você. Mas você indo eu já entendi. O fim não existe. Agora eu sei”.
No final, ela deu um importante aviso em relação à pandemia do coronavírus. “Não deixem essa dor ser em vão. Entendam a gravidade dessa pandemia. Usem máscara. Álcool gel. Distanciamento social. Por favor. Não deixem essa dor ser em vão. Não deixem 400 mil vidas em vão”.
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“Sobre a minha fé: Ela permanece 100%. Ter fé não é sobre ter o que você pede, mas sobre acreditar que Deus sabe o que é melhor. Paulo tá difícil demais. Eu vou continuar te homenageando. Estamos no grupo vendo seus vídeos. Choramos e rimos. É um nível de amor que não se escreve em legenda.”, escreveu a humorista, que vinha pedindo muitas orações e energias boas para Paulo, em outro post.
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O rosto do grande artista foi parar, inclusive, estampado no site oficial de Beyoncé, maior ídola de Paulo. “Paulo Gustavo, descanse em paz”, dizia a mensagem.
Homenagem a Paulo Gustavo no site oficial da cantora BeyoncéReprodução/Reprodução
Outra grande homenagem recebida pelo artista foi em um prédio em São Paulo. “Paulo Gustavo, seu nome será lembrado”, foi projetado na lateral de um edifício.
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Veja outras homenagens:
Bruna Marquezine escreveu um lindo texto, acompanhado de um vídeo em que Paulo celebra a arte e o amor. “Paulo, Eu tô aqui tentando escrever uma homenagem a sua altura, te honrar, mas eu não sou capaz. Não hoje. Talvez nunca. É que é muito difícil falar dessa dor, desse vazio, do buraco que você deixou no coração de cada brasileiro. Mais difícil ainda descrever o fenômeno que você era. É. É impossível colocar em palavras tudo que você causava em mim, nas pessoas, toda sua luz, talento, energia e potência. E nem é necessário, todo mundo que já riu até a barriga doer te assistindo sabe que você é pura magia.”
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Marcus Majella trabalhou muitos anos ao lado de Paulo Gustavo, relembrou de sua amizade com o artista. “Não consigo imaginar esse mundo sem você, meu amigo. Você era uma explosão de alegria que iluminava esse universo cada vez mais sombrio. Uma força da natureza. Nosso sol. Com uma luz tão radiante que vai brilhar pra sempre. Eu tô sem chão. E tô sem meu melhor amigo. Nós nunca brigamos. Nem nunca discutimos. Só sorrimos. E seguramos a mão um do outro nos momentos difíceis.”, escreveu.
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Monica Martelli escreveu: “Meu irmão, eu te amo e pra sempre vou te amar. Você foi muito bravo e agora pode descansar. Vamos lembrar de você sempre assim. Sorrindo, criando, fazendo o Brasil gargalhar. TE AMO. Obrigada por ter sido meu amigo, parceiro, irmão, confidente… Você transformou minha vida, você sempre irá me influenciar.”
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Whindersson Nunes relembrou quando conheceu o ídolo. “Comprei um ingresso pro seu show e fiquei atrás de uma coluna o show inteiro, mas foi muito incrível ver de perto pq eu falava pra todo mundo que queria fazer o que vc faz.. corri atrás de você no shopping, corri atrás de você no aeroporto mas não consegui chegar perto. Uma vez eu tive uma chance de ir na TV, o Esquenta, por causa do vídeo “Vó tô reprovado”, acordei tarde e perdi o voo, o primeiro voo da minha vida, chorei muito, acreditava que tinha perdido a chance. Mas alguns dias depois me ligaram mais uma vez pra ir no programa de novo! Dessa vez consegui pegar o voo, chego lá e não consigo gravar o programa pq não deu tempo, pediram pra eu ir no programa que seria gravado no outro dia. Quando eu chego lá adivinha quem está no programa, meu ídolo! Vc entrou no palco do jeito que eu tinha vontade de entrar no lugares, sendo eu. Eu não sei vocês, mas eu acredito demais que todos os acasos não foram por acaso, você me inspirou até em ficar tranquilo por conseguir ser eu mesmo”, escreveu.
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Cacau Protasio escreveu: “Hoje eu tenho muita certeza que o céu vai tremer, o nosso dia hoje vamos sentir as quatro estações, de tanta intensidade linda no Céu, você está sendo recebido aí em cima com muito amor! Meu careca você descansou, acalmou seu coração, não era isso que a gente queria, mais temos que aceitar a vontade de Deus, eu sou feliz por ter vivido com você momentos maravilhosos aqui nessa vida, quando a saudades bater forte eu vou ouvir seus áudios hilários. obrigada por tudo. Eu te amo pra sempre. Você é inesquecível”.
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Preta Gil escreveu: “Te amo pra sempre irmão!!! Tá doendo muito é inacreditável é devastador é injusto!!! Só penso que você cumpriu sua missão aqui na Terra transformando a vida de muita gente, foi um gênio do humor da generosidade da humanidade !!! Tanta coisa pra te falar, agora nós prometemos cuidar dos seus, estamos aqui seus amigos prontos pra apoiar sua tão amada família”.
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Dilma Roussef, ex-presidente do Brasil, também prestou sua homengaem: “O Brasil perde um ator extraordinário, um humorista popular que alegrou a todos e encheu o país de risadas e amor. Era um artista de alma generosa e genuinamente comprometida com o povo do nosso país. Eu lamento imensamente que a Covid-19 tenha levado este talentoso brasileiro, privando-nos de sua presença marcante nas telas de cinema, nos teatros e na televisão.”
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Multishow, emissora onde Paulo traçou uma brilhante trajetória, escreveu:
“Paulo era energia pura, um talento nato, um grande artista. Fazia seu trabalho com maestria e foi responsável por encorajar e abrir portas para toda uma nova geração de humoristas. Democratizou o humor e levou para a TV toda a sua capacidade artística, seus personagens que eram intensos e reais. Além de excelente ator, ele foi um roteirista preciso, com textos leves e recheados de nuances. Usou seus personagens e sua própria imagem como voz ativa na luta por pautas importantes da sociedade, como o racismo e a homofobia. Do 220 Volts ao Vai Que Cola, passando pelo Prêmio Multishow, Paulo levou para a telinha personagens e discursos que ficaram na história e levaram muita diversão para a vida dos brasileiros.”
“Nós, da Família Multishow, estamos profundamente abalados, mas seguiremos com a missão do Paulo Gustavo, que era a de tornar o humor uma forma de cura, de alento, de escape para essa loucura toda que vivemos”, continuou.
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Paulo Gustavo marcou o cinema e a televisão brasileira e ira deixar muita saudade!
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Batuque RS -
Isabel Figueiredo. Foto: Divulgação
Moçambicana que escreveu as vivências na guerra racial vem à Bienal Pernambuco
A moçambicana Isabela Figueiredo, filha de um português, cresceu em meio à guerra racial que assolou a capital Lourenço Marques (atual Maputo) entre 1964 e 1974. O conflito pela independência do país era protagonizado pela Luta Armada de Libertação Nacional e as Forças Armadas de Portugal. Aos 12 anos, a menina voltou para Portugal em um grupo chamado de “retornados”, composto por 600 mil portugueses que até então viviam nas colônias do continente africano. Sempre existiu certo tabu em revelar as atrocidades do período, mas o que Isabela presenciou nunca saiu de sua cabeça.
Em 2008, ela começou a materializar as lembranças do período no livro Caderno de memórias coloniais, lançado no ano seguinte. A publicação, que no Brasil tem selo da editora Todavia, logo se tornou um clássico para refletir sobre a relação pós-colonial dos países ocupados por Portugal. Chegou a ser discutido em universidades, mas também causou desconforto entre portugueses por soar como uma traição. Grande parte das reflexões sobre o colonialismo feroz está centrada na figura do pai da autora, um eletricista que catalisa a desigualdade social e racial daquele cenário.
Isabela, que vive em Portugal desde 1975, participará da Bienal Internacional do Livro de Pernambuco neste domingo, às 15h, quando discutirá sobre os 10 anos do Caderno. Sua vinda dialoga com a temática do evento, reconhecendo artes e cultura como linha de frente na resistência da crise do mercado editorial e das instituições culturais como um todo. O evento começou nesta sexta-feira (4) com uma extensa programação (confira programação completa da bienal no bienalpernambuco.com.br). Em entrevista ao Viver, a autora fala do amadurecimento da obra, similaridades entre as colônias de Portugal e forças neocolonialistas que ascendem no mundo.
ENTREVISTA – Isabela Figueiredo, escritora
Capa do Caderno. Foto: Editora Todavia/Divulgação
Qual foi o despertar para escrever o Caderno de memórias coloniais, há dez anos?
Foi quando eu estava fazendo psicanálise após a morte de meu pai, mas a história amadureceu dentro de mim durante longas décadas. Eu já queria escrevê-lo quando ainda estava em Moçambique e tinha apenas 12 anos. Lembro-me de ter tido esse pensamento nessa idade. É um pouco difícil de explicar como é que uma menina tem o desejo de escrever essa história, mas eu a tive a noção clara de que vivia momentos graves e importantes que não poderiam ficar silenciados. Talvez o fato de ser uma leitora compulsiva mesmo naquela idade tenha me influenciado. Quando era menina e pensava “um dia tenho de escrever isto”. O livro não tinha nome. Durante muito tempo não teve. Era a minha história secreta. Esteve para se chamar “o meu pai”, mas depois pensei que o meu pai era o colonialismo e vice-versa.
Sua compreensão sobre o livro amadureceu nesses dez anos?
Em parte, sim. O Caderno é uma obra para ir descobrindo a vida inteira. A minha infância está ali. É o meu chão, a minha família. Penso que é um livro que eu pode ler mil vezes e sempre descobrir nele novas camadas, novas leituras. Há nele muita intuição e também muita condensação de emoções complexas, muito intensas. É um diamante em bruto. Na altura em que o escrevi era urgente libertar-me daquela memória que carregava em silêncio. Queria derrubar aquele fardo. Eu quase voava enquanto o escrevia. Escrevi a alta velocidade, vorazmente, em fogo, atravessando o tempo, a memória, o amor, a dor, a perda de quem me deu a vida e tanto amei. Uma década passada, contemplo o Caderno ainda boquiaberta. Como é que isto saiu de mim? Continua poderoso como no dia em que o terminei. Continua a emocionar-me. Muitas vezes as pessoas colam excertos do Caderno nas redes sociais. Eu leio e penso “Meu Deus, isto é muito bom”, e só um segundo depois percebo que é meu, que fui eu que escrevi. Tem graça, não tem?
Como foi vivenciar aquele cotidiano de Moçambique na década de 1970?
Foi horrível, tanto o colonialismo como a descolonização. A minha memória de infância e do início da adolescência é uma amálgama de cenas violentas e de sentimentos de perplexidade e receio perante a injustiça e brutalidade, impiedosas, que fui testemunhando ao longo desse tempo. Primeiro do lado português, colonialista, no qual incluo o meu pai, depois do lado africano, do movimento de libertação africana, contra pessoas como o meu pai. E eu estava lá no meio, enquanto menina branca privilegiada, conotada com o lado dos maus da fita. Vivi no meio de muita violência física, verbal, emocional, que sempre me atingiu, mesmo quando não me foi dirigida. Eu diria que a minha memória da violência colonial está relacionada com pancada dada a frio, a soco, com o punho. Também com o constante desmerecimento verbal da cultura negra.
Moçambique durante Guerra da Independência. Foto: Reprodução da Internet da Internet
No Caderno, seu pai é um personagem que serve como ponto de partida para discutir diversas problemáticas da colonização. Foi doloroso reviver aquelas características sociais do seu pai?
Eu diria que foi doloroso viver com as características racistas e conservadoras do meu pai enquanto ele foi vivo. Quando me tornei adulta, isso foi uma grande fonte de desentendimento. Foi muito difícil amar um homem cuja ideologia eu não podia tolerar. Penso que, para ele, tenha sido igualmente difícil encarar a mulher que me tornei, politicamente.
Portugal ainda mantém uma relação com as ex-colônias do continente africano?
Acho que Portugal gostaria de manter relações muito mais fortes com as suas ex-colônias africanas do que mantém, mas a memória do colonialismo está ainda muito viva em África, portanto as relações ficam ao nível do afeto frio, artificial e diplomático. As ex-colônias não têm interesse nos portugueses. Não têm boa memória e temos de respeitar isso. Estamos ligados por artérias que a história construiu e que já não podem ser cortadas, mas nas quais corre veneno. Eu gostaria de pôr a circular nessas artérias um remédio para limpar o veneno, mas penso que ele virá com o tempo, com a ação das novas gerações.
Consegue enxergar quais as principais similaridades entre as colônias de Portugal? Existem peculiaridades em relação a outros colonizadores da Europa?
O colonialismo foi muito eficaz nessa herança que deixou. Se eu despir a África atual ou o Brasil do que os colonos deixaram resta o quê? O que existia antes da chegada do colonialismo português ou de qualquer outra origem foi apagado, transformado, perdeu-se. Portanto, os povos colonizados vivem um pouco como eu, tentando perceber o que são, como podem posicionar-se na vida, no mundo, como podem adaptar-se a algo que não é bem a sua origem mas que também a contém e que é, sem dúvida, a sua atualidade. Neste ponto, todas a ex-colónias portuguesas estão juntas. Muito honestamente, penso que não existem. Colonialismo é exercício de poder à força, é erradicação de cultura sem olhar a meios e nisso somos todos peritos quer sejamos alemães, portugueses, ingleses, franceses ou espanhóis. Eu sinto-me diferente dos alemães e dos espanhóis, claro. Bastante. Mas sei ser muito alemã ou muito espanhola se o contexto o exigir. Ora, os colonizadores eram seres humanos fracos, como eu.
Diante dessas outras colonia lusófonas, como o Brasil se diferencia?
O Brasil é um caso especial apenas em termos linguísticos, porque a língua portuguesa é não apenas oficial, mas efetivamente usada por todos, o que não acontece na África. Em Moçambique, o português continua sendo uma língua de comunicação, para facilitar as transações. O número de pessoas que fala português é muito reduzido porque a escolarização é deficiente. No Brasil, acontece um fenômeno que a certa altura nos vai separar, que é o português do Brasil está evoluindo a uma velocidade que começa a ficar para além do simples português. Isso levá-lo muito mais longe do que podemos imaginar. Não é bom nem mau: é a evolução.
Quando você vem ao Brasil, como enxerga as consequências do colonialismo no nosso país?
A forma mais eloquente de explicar talvez seja esta: quando piso no território brasileiro, me sinto viajando no tempo. Parece que cheguei a Moçambique nos anos 1960 ou 1970. Temos negros de um lado e brancos do outro. Negros trabalhando para os brancos, ganhando pouco. Brancos bem vestidos com casas boas, negros mal vestidos vivendo na favela. Igualzinho. A diferença racial e de classe é escandalosa.
O Brasil atualmente está sob um governo que tem como pauta, por exemplo, a diminuição de demarcações de territórios indígenas. Acha que as marcas do colonialismo estão voltando a ficar explícitas no Ocidente?
A civilização ocidental está dando uma virada bem fascista. Eu não imaginava ver tal coisa no tempo da minha vida. Nos anos 1970, eu era adolescente e sentia que o mundo parecia encaminhar-se para uma situação de mais justiça e igualdade para todos no que respeitava questões laborais, de gênero, raça, classe e identidade sexual. Os anos 1960 e 1970 foram maravilhosos nesse aspeto. Havia um espírito de irmandade, de camaradagem que nos levava a estarmos juntos para construir uma sociedade melhor. Vi tudo isso ser derrubado a partir dos anos 1990. Voltamos ao individualismo, ao “cada um faz por si e o outro que se vire”, um desrespeito pelos valores da democracia, que é o único sistema que, não sendo exatamente perfeito, nos vai salvando a vida. A questão da liberdade de porte de arma no Brasil e do estímulo ao seu uso é muito grave por uma questão de segurança pública. Não há paz com armas. A denúncia a professores que possam dizer algo considerado discurso de esquerda me apavora. Um bom professor não pode evitar falar sobre justiça social. Eu tento me alimentar da esperança de que o Brasil vai ultrapassar esta fase rapidamente no próximo ciclo eleitoral. Tenho de pensar que isto é apenas uma nuvem escura que está atravessando o céu. Porque a vida precisa de continuar. Mas vocês, brasileiros, e nós todos, temos de estar muito atentos, com a voz e os braços bem ativos.
FONTE
- https://batuquers.com.br/wp-content/uploads/2019/10/sdsd.jpg
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top 5 personagens masculinos
1. mikael cho:
novamente um vilão nessa merda de ranking, aparentemente eu não me canso. mas, diferente da anette, mikael não é sentimental, pelo contrário. ele não tem praticamente nenhuma empatia, o que é uma péssima notícia para todos os pacientes que este neurocirurgião atende todos os dias! manipula as pessoas pra gostarem dele, mas se acha superior a todos. cresceu assim, depois que foi rejeitado pelos pais e resolveu que o mundo era um jogo de xadrez constante em que ele brincava com as peças, resumindo, god complex. amou muito a irmã gêmea e perdeu ela, ama muito a esposa mas não demonstra, ama muito a filha e só ela vê que ainda tem alguma coisa boa lá. agora, falando sobre o mikael do au, que é praticamente o universo canon a essa altura, bom, he’s really cold as ice. passou anos planejando um golpe e montou todo um esquema pra nação do fogo ser superior: genocídio. governou através do medo e matou a própria irmã gêmea numa luta pelo poder. tudo era poder, porque ele, tão incrível e maravilhoso, jamais aceitaria não ser o senhor do fogo, apesar de, bom, a dobra dele ser água. e ele se achou melhor ainda por isso. governando uma nação com um elemento que nem era o dele. terminou sem poder, mas não sozinho. eu pessoalmente acho isso um final injusto porque ele devia ter terminado sozinho, mas tudo sobre o amor dele e da youngji é letal, disfuncional e feroz. tal como com a mikaela é trágico, odioso e injusto, frustrante. porque, se em uma realidade ele mata ela, na outra, ele mata as lembranças dela já que ele nunca conta pra filha quem ela foi. mikael nasceu dos meus medos, meu medo de um dia parar de sentir as coisas mas continur uma casca que fingia tudo pros outros. de sentir tédio o bastante pra manipular as pessoas e, enfim, de ser alguém ruim que consegue convencer os outros do contrário e fazer as pessoas me amarem mesmo assim. porque, a essência do mikael é essa, ele nasceu pra isso. ele é assim. e, o jeito como eu desenvolvi ele e tudo que eu fiz nele me fazem amar ele demais, ele é uma parte importante de mim.
2. byun jaesun:
o meu tragic boy, hein? vamos começar dizendo que o jaesun não é uma boa pessoa. na verdade, ele é uma péssima pessoa mas, mesmo assim, ele consegue fazer os outros amarem ele, porque existe algo de tão terrível sobre ele, não sobre a personalidade, mas sobre o jeito como ele respondeu às coisas a vida toda, que faz as pessoas olharem pra ele como se ele fosse um coitado. e, bom, não tem o que ser feito sobre isso, porque novamente, o jaesun não é uma boa pessoa, então ele não vai fazer nada sobre isso. eu gostei muito de desenvolver ele, porque ele tem pensamentos conflitantes e, em certo ponto, ele começa a melhorar por conta das companhias dele, ele acaba se desenvolvendo, sabe? realmente evoluindo como pessoa. e é sobre essa evolução. é sobre o medo de estragar tudo, de ter algo a perder por exemplo com a nari, é sobre a esperança de que um dia a mãe dele vá voltar pra ele, é sobre o medo de ser um pai horrível então se esforçar pra ser um pai melhor. ele não é uma pessoa boa, não por natureza, mas ele tenta ser. ele tenta não ser esse lixo maldito que ele sempre foi, é sobre como ele tá constantemente tentando lutar contra isso, apesar de ser assombrado pelas coisas horríveis que aconteceram com ele. porque ele gosta de coisas antigas, assim como vive preso no próprio passado mas, tudo sobre o jaesun, é sobre como essas coisas terríveis são mutáveis, e sobre como é possível seguir em frente. o relacionamento dele com a nari pega um pouco dessa ideia, já que eles só ficam juntos quando ele não tá mais tão disfuncional, na verdade, ele tá pronto, finalmente, pra se deixar ser feliz sem estragar isso com a personalidade desagradável e as escolhas ruins que ele faz. é sobre mudança.
3. decker hamilton:
jornalista egocêntrico que se meteu em um lugar horrível e perdeu muito. diferente desses dois aí de cima, o decker é engraçadinho. ele é narcisista, mas ele tem um senso de justiça que não cai na absoluta tirania, ele é só um cara que quer descobrir coisas e publica elas numa coluna de uma editora, e calha de ser muito bonito e saber disso. o problema, claro, começa quando ele vai parar em uma ilha (spoiler pro pessoal da acae) pro casamento da irmã dele e aí dá tudo errado, e depois disso, ele tem que seguir sua vidinha como se não tivesse passado pelo INFERNO pra vazar, sem a ajuda de ninguém além da esposa dele que, na época, era sua inimiga jurada da época da faculdade. hoje em dia, tá aí, sendo o buzzfeed unsolved/ os warren com sua esposa linda, e criando uma filha igualmente curiosa que tem sua própria scooby gang com uns amigos. ele sabe o perigo de tudo, mas trata com humor porque agora ele aprendeu que tem coisas que é melhor não serem expostas pro público, então dsmistificar elas significa proteger todo mundo e evitar mais tragédia. enfim, ele é um cara excêntrico, que quer sempre ajudar, a essência dele não mudou, e ele é muito muito interessante, porque se você olha pra ele, você não acha que ele aguenta muita coisa, mas vou te contar uma coisa: ele aguenta sim. eu sempre me divirto muito fazendo as coisas do decker, e eu tenho um carinho imenso por ele, eu espero poder mostrar mais dele né, já que ele é inserido no plot da acae (quando a acae voltar da guerra).
4. bartolomeo goldenlockes:
primeiro pirralho desse ranking! eu sou muito muito muito apegada no bart, na historia ele, em como ele se sente e como ele se mostra. ele não vê o próprio valor, sabe? e, enquanto eu particularmente acho que ser bonzinho é legal, ser bonzinho e deixar passarem por cima de você só pra ter migalhas de validação é miserável. mas, ele não tem a autoestima muito boa. ele diz que tá tudo bem a perna dele faltar um pedacinho, mas não tá. a família dele é um inferno de cobranças e ele não faz a mínima ideia de se está ou não fazendo a coisa certa, se o futuro dele tá certo, tudo sobre o bart grita SOCORRO. eu também gosto de como ele mantém o bom humor tho, de como ele é criativo e de como o poder dele é tão ligado ao conceito de vida. não é como se ele fosse só tristezas, he’s just very insecure, e ele tá se descobrindo, o interessante é isso. enfim, eu diria que o mood do bart é definido por brutal da nossa rainha da crise existencial, olivia rodrigo: if someone tells me one more time "enjoy your youth" i'm gonna cry and i don't stick up for myself i'm anxious and nothing can help and i wish i'd done this before and i wish people liked me more. é sobre issooooo e era ótimo escrever ele, como ele se sentia, o que ele dizia o que não dizia, as opiniões que ele não dava, o PÂNICO de estar apaixonado pelo melhor amigo, enfim, eu tenho muito carinho por ele e muitos planos pro futuro dele.
5. pedro lobo:
line de pirralho hein. grande pedro lobo (que também não é muito alto não mas tá em fase de crescimento) que é mega laid-back, mega vibes super galera mas né, tem aí seus problemas tipo não ter pais que realmente são, tipo, pais mesmo, e uma irmã engraçadinha que na verdade mata ele de preocupação. mas pff,,, pedro é um cara legal, é um cara sem neuras, é um cara que sabe se divertir e é alguém legal de se ter perto porque ele tem essa aura leve que atrai as pessoas pra ele, haha, right? ele é mesmo assim, mas as vezes, ele sente que essa imagem impede ele de surtar, já que normalmente a pessoa que tem que estar com a cabeça no lugar e ter boas ideias tem que ser ele! ele não é um adolescente desesperado e sem rumo igual o bart, o pedro é mais confiante, ele acha que consegue cuidar de si mesmo e os outros e ainda conseguir andar de skate com os moleque, ter uma banda, ser um bom dançarino e um bom construtor! ufa! será que não são papéis demais pra você, pedrinho? talvez por isso você falhe em ser um bom namorado. novamente, existem muuuuitas coisas a serem desenvolvidas com pedro, e eu tô ansiosa pra poder fazer isso!
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Revoco?
Tema de hoje: Nada é impossível, não desista pois vai valer a pena!
"E disse: Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis; afasta de mim este cálice; não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres." (Marcos 14.36)
Nessa altura do campeonato, Jesus estava no ápice do seu ministério, do seu chamado, da sua vida terrena e já tinha suportado tudo que um homem normal poderia e tudo que o messias que era ele próprio poderia suportar, Jesus foi atacado, criticado, rejeitado, Jesus sofreu, foi tentado como diz Hebreus "Em tudo foi tentado mas sem pecado" Jesus passou inúmeras dificuldades. E a bíblia diz que Ele estava ali no alto do Getsêmani e a pressão daquele momento foi tamanha que ele começa a transpirar sangue, ao ponto Dele dizer "Pai, se for possível afasta de mim este cálice".
E todos os cristãos são marcados pelo via crucis, um chamado para vida dolorosa, a verdade é essa, nenhum cristão foi chamado para viver em um park gospel ou playground do evangelho, mas para carregar a cruz e oque consiste o via crucis: A vida dolorosa, o peso da cruz, o fardo da cruz e então a nossa vida é marcada por isso, tentação, lutamos para manter nossa santidade, lutamos pela nossa família, lutamos pela igreja contra o diabo, lutamos contra o mundo e seus desejos, lutamos contra a injustiça, corrupção, lutamos para o ganho de almas e milhares de guerras que todo cristão vai lutar durante toda vida cristã, e nesse processo todo, quando teremos um alivio? Em nenhum dia da sua vida.
Porém a uma maneira de se livrar desse sofrimento, dessa dor, dessas dificuldades que todo cristão passa, a uma maneira de tirar essa corda do seu pescoço, de acabar com todas as aflições que Jesus disse que seu povo passaria, há um jeito imediato e instantâneo da pressão sumir, há uma maneira de tudo isso acabar agora, desse inferno que esta sobre você evaporar, Sabe como? REVOCO (Significado: Voltar atrás, desistir de; cancelar.)
É só você desistir, renunciar, abrir mão. Amanha você vai acordar lindo tomando um café, sem preocupação, sem peso, sem regras, nem pressão do inferno. Num instante todas as aflições são retiradas.
Jesus estava em agonia com tudo oque tinha acontecido e mais ainda pelo que iria vir ao ponto de pedir "Pai é possível eu revogar?","Pai há uma possibilidade de eu desistir?" Imagina a opressão que havia em cima de Cristo, todo o inferno se levantando contra Ele, e Ele dizendo "Pode passar esse momento sem que eu beba esse cálice?" Em nenhum momento Cristo esta fugindo da cruz ou deixando de amar, mas Ele ta dizendo aqui "Tem uma outra maneira desse povo ser remido sem eu ser consumido nessa ira?". E só havia uma maneira de perder essa agonia, esse sofrimento, REVOCO. Passa de mim esse cálice, abro mão da família, abro mão do evangelho, abro mão das almas, abro mão da vida cristã.
CONTUDO NÃO FAÇA A MINHA VONTADE MAS FAÇA A TUA VONTADE! e obvio foi feita a vontade do Pai. E como o Pai vai te dizer para não desistir? para não revogar, mostrando que não vale a pena abrir mão, por mais que seja doloroso, por mais que seja opressor oque você vive, em JOÃO 12.24: Em verdade, em verdade vos asseguro que se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, permanecerá ele só; mas se morrer produzirá muito fruto. O grão tinha que ser recolhido no Getsêmani, então quando ele cai na terra e é esmagado no Calvário, Vida e vida em abundancia jorra daquela Cruz. Então Deus diz, "Eu preciso operar morte em você, morte do velho homem, morte da sua carne, morte dos seus princípios, morte da sua convicção por que se não, você não pode dar fruto, por isso digo NÃO REVOGUE!". Se você revogar, não será feliz, não tera fruto, não sera salvo, não vai ter futuro, não sera abençoado, não tera vitoria nem resultado. Você não pode desistir, ele tem um proposito nessa operação de morte,Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que te amam, ele ta dizendo, não desiste! fica! não abra mão!!
Imagina se: Lutero falasse REVOCO? Jesus falasse REVOCO? Oque aconteceria se Jesus falasse "PASSA ESSE CÁLICE E NÃO FAÇA A TUA VONTADE" oque seria da humanidade? Pois o seu futuro e principalmente o futuro da nação que vira sera colocado em jogo de acordo com sua decisão de revogar. Sua família precisa de você, sua esposa precisa de você, seu ministério, seu trabalho, em todas as coisas não desista, embora esteja tudo difícil nesses últimos tempos não devemos desistir das nossas metas, dos nossos deveres e nossa obrigações, por mais que aumente o numero de obstáculos, DEUS MANDA TE DIZER, NÃO DESISTA! pois oque estar por vim vai fazer tudo isso valer a pena!
Um ótimo exemplo foi o jogo de ontem pela Liga dos Campeões, o time do barcelona precisava de 5 gols de diferença porque já havia perdido o outro jogo por 4 a 0 e deveria fazer 5 a 0 para passar e naturalmente no resultado agregado ganhar por 5 a 4, conseguiu fazer 3 a 0 e faltava só dois para ganhar o jogo, porem o outro time conseguiu fazer 1 gol e fez com que o barcelona tivesse que ganhar de 6 e não mais 5. Missão praticamente impossível, mas o obstaculo colocado no caminho não impediu que o barcelona lutasse e faltando 30 segundos para acabar o jogo fazer seu sexto gol levando a vitoria. Como já dizia Neymar, quando tiver 1% de chance, tenha 99% de fé. Mesmo que a batalha seja desgastante, cheio de sofrimento e cheio de pedras no caminho, Jesus é com você, e no final a dificuldade só vai servir para da mais Gloria a Deus pelo seu testemunho.
Que a paz do senhor te acompanhe.
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