#mas eu nunca tive tanta entrevista de emprego em toda minha vida (nunca fui triste)
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malvills · 1 year ago
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#        ⸻ o grande problema em ter um dragão era que caos era tão temperamental quanto sua criadora era, e por isso agora os dois discutiam enquanto caminhavam pelo salão principal. caos a gente não vai se inscrever, não vamos! deu! olha o seu tamanho perto dos outros! muitos dos estudantes na volta chegavam a rir daquela situação, mas malvina estava mais preocupada em fazer seu "filho" entender que ele era pequeno demais para tal competição. caos como bom de vill, bateu uma de suas asas no rosto de malvina, antes de rugir em seu ouvido. rainha má, me dê paciência ou eu vou fazer um churrasquinho de dragão rosa!
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angeldeluzescritora · 3 years ago
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O que mudou na minha vida depois que me tornei uma escritora?
Foi por amor e dedicação as minhas histórias  que hoje sou ,O que virou hoje !talvez sejam rascunhos de blocos de notas,Que fez eu acreditar em sonhos. 
Onde tudo começou minha primeira histórias foram feitas num rascunho em pedaços de papéis e blocos de notas eu guardava tudo ali ,um sonho a primeira histórias  a ser escrita.
 eu não acreditava em mim eu tinha medo de postar  a história   medo que me julgasse ,que eu nunca fosse Boa o suficientemente para nada  eu não sei por que ,?eu fui muito pessimista e deixei  as pessoas pisarem em mim por anos..Eu nunca acreditei em mim nunca...
Quando comecei  a postar minhas fanfics no spirit um sorriso de luz ,veio em mim por que eu comecei a me expressar de tal maneira,que podia fazer muitas coisas..
Eu fiz  texto baseado em escritoras em que acreditava que seria igual elas.
Eu  queria ser igual aquelas escritoras  e isso me fez focar em mim em que eu podia escrever  uma forma de se expressar tomou conta de mim,e  eu queria eu queria mesmo fortemente algo feito por mim ,eu lia fanfics do spirit lia do nyan e blogs eu nunca fui Boa em escrever mas,isso fez que eu nunca desistisse de mim,eu sei até hoje que eu erro falho,mas eu acreditei em mim finalmente acreditou que alcançaria, muitas  coisas esses texto que expresso Sa o dedicações  desabafos choros intensos,histórias que eu criei na minha mente e que por mas que sejam loucas,eu acreditei em mim acreditei  que eu poderia ser um escritora e muito mas por que escrever para mim é  ,muita paixão,eu sei que acabo sumindo do fanfic,eu as vezes sumo por não ser uma fanfics boas eu não término  por medo sou insegura e é  verdade mas para mim,eu acreditei em que escrita leitura,erros eu tive fè em mim!!esperança  em acreditar em mim,isso que me fez ser a escritora que sou hoje,e Sa o crises de choro que me fez escrever tudo aquilo que sentia em questão de segundo momentos ,passados amores desilusões que eu escrevi foi tudo que eu sentia ao passar dos dias tudo que eu sentia em.noite de choro,crises emocionais,as piores bads,claro que eu não podia escrever a verdadeiras causas das minhas dores ,mas eu escrevia quase tudo que eu sentia no momentos,minhas magoas,minhas solidões  vazios  e tristezas minhas maiores dores..
Sim eu sinto pode ser escondido mas eu sinto muitas coisas ruins broncas por que você não vai ser alguém  você nunca vai ser alguém empregos que nunca passei ,entrevista  que nunca me chamaram ,por que eu sou tímida,falando muitas coisas  de mim que me machucaram,sim eu sinto tudo calada as dores,por que quando eu estava chorando no quarto ninguém estava lá para me consolar enquanto eu sofria por caras idiotas  que nunca deram nada para mim Eu fazia minhas fanfics  serem algo deles ..
Eu sou muito idiota  sim é  essas bads que sinto que eu quero depositar no papel ..
É  isso tudo que sinto sou mulher choro  sofro tenho menstruação  sofro mas ainda calada tenho que fazer muitas coisas para sobreviver  por que é  a vida.
Só que mesmo  com o coração  apertado rancor odio raiva,eu sentia a dor,com o travesseiro todo molhado de gotas de choro por alguém  que nunca deu valor em mim ou soube  me pedir  desculpas,pessoas frias e ruins e quer saber eu soube perdoar nos meus piores momentos...
É  isso que escrever  e sentir tudo isso e colocar tudo que sente no papel,você pode  dizer o que você quiser pode se expressar do modo que quiser. 
Eu choro eu chorava nas cobertas eu chorava por que aquilo  me consumia por dentro  eu chorava por que eu queria tirar toda a dor do mundo que eu sentia naquele momento  
Eu chorava para tirar todas as mágoas para fora eu chorava da dores que meu coração  sentia  eu chorava de felicidade  de amores que tive
Eu chorava  com saudade beijos que eu nunca tive
Eh chorava por caras virtuais em amores melancólicos e platônico eu chorava por estar no meus piores dias eu chorava  por qualquer coisa que me diziam eu chorava  por casa coisa  que eu não passava  mas sentia 
Chorava por tanta coisa.
Eu chorava quando era criança por  um doce 
Eu chorava por tanto coisa  que passei na vida;e continua em pé filme e forte ...
Por mas que eu caia eu quero sempre me levantar
Eu era muito mas eu não precisava  postar  fotos  da  minha beleza eu tirava fotos com maquiagem  e me achava superficial
Eu aprendi a fazer maquiagem com 14 anos
Eu adoro  maquiagem mas adoro eu normal sem nada na cara
Eu sou insegura  sou ansiosa ao mesmo tempo não gosto de mostrar muito mas eu mostro ao mesmo tempo sou muito bonita mas não ligo tanto assim para minha aparência  eu não ligava para nada ..
Eu via eu como outro pessoa do insta e fora da tela ainda penso  isso tudo quando olha para aquele site eu não me vejo  eu realmente na vida real eu sou totalmente diferente e fora dos padrões mas sempre  mostro o que sou  em stories  .
Eu fico triste do nada eu penso em sumir as vezes por não ser aquilo que sou  não realmente eu não me acho o que vejo ali eu não ligo tanto para minha beleza eu quero ficar em minhas artes amo foros adoro compartilhar fotos  amo ..
Eu gosto de arte eu gosto de coisas realmente  diferentes 
Eu gosto de ser diferente de ler eh adoro ver coisas antigas filmes antigos .
Eu queria viver uma época totalmente  diferente adoro o místico 
Místico para mim é  a revolução  magia Sa o incríveis  pedras preciosas. 
Amo o mar azul amo o céu a s flores a s cores
Amo me expressar de várias maneiras  como fico em casa tomando meu café doce e comendo muito para variar.
Ser feliz tem vários modos mas prefiro ficar em casa me sentindo  parte dos móveis
Cansei de rolês  cansei de pessoas fingiam gostar de mim.
Só cansei de tudo cansei.
Eu vivo a minha maneira
Não nada contra as pessoas eu só queria ser feliz do meu jeito feliz como eu quero 
Eu odeio que me julguem que cuidem da minha vida  e que ferem o meu  coração eu sou  uma mulher doce de coração puro ingênua no fundo mas que sabe o que quer...
Eu me isolo sim eu me isolou mas idai se me acho feliz assim que eu seja ,eu sou a minha maior felicidades...
Eu adoro a minha família e pessoas que eu gosto agora pessoas que não gostam de mim já sou fria a azeda....
Sou várias fases diferentes.
Entende é  isso que quero mostrar muitas pessoas tem suas vidas totalmente diferente  fora da tela elas se expressam de vários jeito formas e escolha na vida 
Cada um tem sua escolha. 
Bem  e escreve para mim é expressar tudo que  sinto sobre o mundo sobre pessoas animais  mortes  e tristeza. 
Eu não queria me sentir depressiva  eu queria somente expressar é  isso eu agradeço  por existir o spirit fanfic ,por que posso fazer o que eu sentir bem sei que minhas histórias  não sou boas ,eu prometo editar tudo um dia,De ser ao menos uma escritora  aqui eu posso,escrevendo com minhas próprias palavras eu mudo o mundo  de tal maneira 
Pelo jeito que eu sou por eu ser assim incrível ao mesmo tempo sorridente amorosa nervosa brava uma fruta cítrica de vários momentos ..
Ser escritora e viagem no mundo da fantasia um mundo totalmente diferente do nosso de violência. 
Com amores absurdos com amores que você cria na sua imaginação com sonhos muito além da fantasia do enigmático  ..
Assim como eu acreditei  em mim voce pode acreditar em você
E tudo que contei aqui foram coisas que eu passei posso  estar contando em partes mas estou contando tudo o que sinto não quero colocar minha vida  o tanto pessoal aqui,mas se me sentir mal eu posso jogar tudo aqui não é mesmo.
Eu não escrevo bem não sei formatar a história  direito gente desculpa por tudo se eu escrevesse melhor 
Obrigada a todos  que leem minhas fanfics  obrigada  a todos que facilitaram visualizam obrigada.
Me sinto feliz por fazer histórias por ter mudado tanto minha vida!! De verdade isso me trás alegria e paz no meu coração  eu me sinto muito muito mesmo feliz!!!
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sobreviveresentir-blog · 6 years ago
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Sobre mim e frustrações
Tão louco a vida é né, eu nasci em berço cristão, vivia na igreja, participava de tudo, cresci aprendendo algumas coisas, e varias delas coloquei como metas, objetivos de vida. O pastor sempre dizia, namoro só com 18 anos, depois de 3 anos você deveria casar virgem, e era isso que eu queria pra mim, isso que eu sonhava, mas não foi assim, aos 13 anos fui estuprada pelo meu tio, um cara que eu amava, que considerava quase um pai, a melhor pessoa pra mim, eu confiava muito, mesmo sendo uma criança.O maior sentimento que eu tive de lidar foi a frustração, eu tinha um sonho plantado na minha cabeça, no meu coração e foi arrancado sem dó. A frustração é um sentimento que bloqueia nossos sonhos, por medo de algo não sair como programado, se frustrar é como se sentir fracassado, triste, decepcionado, e cada um tem uma forma de lidar com esse sentimento. Durante 5 anos minha forma foi fugir de tudo que poderia me causar frustração, eu não sonhava, e me tornei totalmente pessimista, nada poderia ser bom por muito tempo, eu não conseguiria namorar, eu não seria feliz, eu não confiava em ninguém, achava que só iriam me usar, minha vida seria um mentira, até pensei que não viveria muito, era mais fácil não criar expectativa do que acreditar e me frustrar. Mas eu sem sonhos, sem objetivos, sem expectativas, me tornei vazia, e estava em busca de algo que me preenchesse, mesmo ter questionado e culpado a Deus, pelo que me aconteceu, resolvi aceitar e continuar com Ele. Mas me frustrei com a igreja e com o pastor, mais um bloqueio foi criado. Eu decidi então largar mão de tudo, com 15 anos mentindo pros pais e indo pra balada, festas, bebendo sem moderação, porém tudo pra mim era passageiro, nada me preenchia, nem mesmo quando ia pra igreja, sempre ao chegar em casa o mesmo vazio. Pensar em suicídio era comum, até tentei algumas vezes, me cortava, me batia, me culpava, foram 5 anos assim, até meus 17 anos, foi quando entrei em depressão e tive síndrome do panico, foi quando eu realmente desisti da minha vida, eu tinha medo de sair de casa, tinha medo de sentir medo e ter crises, parei de ir pro colégio, fui medicada com tarja preta, eu não comia, só dormia, e pra mim estava ótimo, eu não queria viver, mas minha família queria que eu vivesse e queriam entender o porque de eu chegar ao ponto em que eu estava, uma manina calma, sorridente. Primeiro eu contei para meu psicologo, com muito medo, eu consegui me abrir, e ele foi me ajudando a desconstruir o que eu tinha em mente, vergonha, culpa. medo de julgamentos. Quando contei para meus pais, ao mesmo tempo que foi libertador, foi horrível, ver meus pais chorando, minha vó, minha tia, ver minha mãe ligando alguns pontos e se culpando por não ter percebido... E libertador, eu recebi muito apoio, coisa que eu não imaginava. Eu matei aquilo que estava me matando, e eu comecei acreditar que eu poderia ter uma vida boa, aceitei ajuda dos meus pais, dos psicólogos e passei a me ajudar, eu fui parando de tomar remédio, ia pro colégio fazer prova, passei a ir no mercado, não foi super fácil e de uma hora pra outra, mas eu não desisti. Em novembro de 2017 decidi sair pela primeira vez sozinha com um cara, pegar ônibus sozinha, coloquei remédio na bolsa por precaução e não precisei. Bom eu me apaixonei por esse cara no primeiro encontro, eu consegui ser eu mesma, ele foi e é o único homem que eu contei o que tinha me acontecido, foi tudo leve e fácil mas pensei que não passaria do primeiro encontro, que eu tinha sido só mais uma, mas começamos a namorar. eu também consegui um emprego na mesma semana que conheci ele.E Finalmente minha vida começou a dar certo, eu não passei a congregar em uma igreja, mas eu restaurei meu relacionamento com Deus, eu finalmente estava feliz de verdade, sem nenhum sentimento mau, eu comecei 2018 da melhor forma possível, durante o ano tive momentos ruins, mas nada comparado a antes,eu só conseguia agradecer a Deus, Ele colocou uma pessoa na minha vida que me ajudava muito que eu confiava, que passou a ser meu porto seguro, Deus mudou minha vida de uma forma surreal e eu cresci e amadureci muito, eu passei a querer viver, a amar, tinha voltado a sonhar com tantas coisas, mesmo muitas vezes com um pé atras, mas eu estava aprendendo. Em junho sai do meu trabalho que era bem estressante e fiquei apenas estudando, ultimo ano no colégio estava puxado, tcc, vestibular e enem, eu e meu namorado então decidimos que ele voltaria morar em AM e quando eu terminasse o colégio ele viria para minha formatura e iriamos embora juntos, eu estava empolgada sonhando com a nossa casa, com casamento, com minha faculdade lá, mas não foi como eu esperava e de novo me frustrei, eu me encontrei destruída, perdida, mas eu tentei fazer dar certo até minha formatura, quando eu percebi que quem eu acreditei que seria pra vida toda não estaria mais comigo, foi o limite pra mim, de novo eu sonhei e não aconteceu, foi levado embora sem dó, eu decidi parar de sonhar, nunca mais iria confiar em ninguém,  me afundei num mar de lagrimas, literalmente eu só chorava, me isolei, passei noites em claro mau, pensando apenas coisas ruins, triste e com raiva, agi muitas vezes impulsivamente.
Eu estava  orando no meu quarto pedindo pra Deus uma resposta, o porque, e pedindo pra Ele me ajudar a não regredir pois era isso que eu estava fazendo. Deitada comecei me analisar, o tanto de aprendizado e coisas boas que eu tinha de trazido do meu relacionamento, e passei a ver também o quanto foi necessário o termino dele, e ver que talvez se eu tivesse ido para AM eu não seria feliz, tanto coisas em mim que precisavam ser melhoradas e que eu mudei depois que terminamos, quanto ele que tinha algumas coisas que me deixavam infeliz.
A frustração nos impede de sonhar, mas eu decidi fazer diferente, lidar de outro jeito com a frustração dessa vez, eu vou sonhar bem mais, já fiz minha lista de metas para 2019. Não é nenhum pouco fácil, estou desempregada, já mandei mil currículos, já fiz entrevista, processo seletivo e nada, isso também traz frustração, vontade de desistir, mas tem que tentar de novo e de novo, persistir, correr atras, se for preciso se refazer, eu to parada, juntando expectativas e sonhos, muito insegura confesso, mas estou tentando, porque eu amo viver, eu amo sonhar, e não vou deixar nenhuma das coisas ruins que me aconteceram me prejudicar, em nenhuma área da minha vida, a não ser que me traga crescimento.
Eu estou em um processo, me preparando, a vida nunca vai ser perfeita, sempre vai acontecer algo que não se espera ou algo errado, mas vai de cada um escolher como vai lidar. Coisas não resolvidas nos trazem coisas ruins, no momento é isso que estou trabalhando, tenho um B.O aberto, e um dia vai chegar uma carta na minha casa, e isso que estou resumindo eu vou ter que falar detalha mente para um juiz, abrir um ferida que ainda doi, e sempre vai doer, eu vou ter que lidar com algumas coisas que eu sei que vai querer me destruir, mas por agora eu só estou crescendo e aprendendo me tornando cada vez mais forte. E no dia, o que eu acho que vai me frustrar, me matar, vai gerar mais vida, mais força <3
Saiba lidar com as frustrações, você é um ser humano e sim no momento vai sentir, vai chorar mas tente sempre tirar algo bom, alguma lição, cresça, nunca deixe isso te derrubar, sonhe de novo!
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ultraisabarrosmartins1978 · 5 years ago
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Mulheres com mais de 50 contam como saíram do ciclo de violência
A violência doméstica é particularmente cruel com mulheres com mais de 50 anos. Muitas vezes, elas se submeteram a agressões dentro de casa por décadas e viram seus filhos também sofrerem maus-tratos.
Para Elizabeth Maria Fleury-Teixeira, 64, socióloga especializada em gênero e violência contra mulheres, nossa cultura ocidental segue um padrão de invisibilizar pessoas à medida que vão envelhecendo.
“Na vida doméstica, no entanto, é onde em geral se encontram os maiores problemas dos idosos e das mulheres idosas também”, diz a pesquisadora, que ajudou a organizar o “Dicionário Feminino da Infâmia: Acolhimento e Diagnóstico de Mulheres em Situação de Violência”. “O ciclo de violência não acontece somente nas relações afetivas, mas também nas relações familiares envolvendo idosos.”
Conforme dados do serviço federal Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher), das 92.663 denúncias recebidas em 2018, 17.253 denúncias e relatos de violência envolveram mulheres com idade igual ou acima de 50 anos _ e, em um quarto dos casos (4.317), elas tinham 70 anos ou mais.
SAIBA COMO DENUNCIAR VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Abaixo, veja dois relatos de mulheres nessa faixa etária que nos ajudam a entender essa realidade que precisa ser urgentemente modificada no Brasil:
Alice*, 65 anos, aposentada, Rio de Janeiro
“Fui casada por 35 anos e a violência começou na noite da lua de mel. Fomos a um restaurante. Não entendo muito de etiqueta e, naquela época, era pior ainda. Peguei o copo errado para me servir, e ele gritou comigo. Isso me marcou muito. No hotel, comecei a chorar. Ele tirou fotos de mim chorando e começou a rir. Se eu errasse, ele brigava. ‘Não é assim que faz hambúrguer! Minha mãe e minha avó faziam diferente!’. E jogava a comida fora. Mas fui levando.
Meu sonho era ter filhos e fiz tratamento porque não conseguia engravidar. Quando aconteceu foi aquela felicidade. Achei que ia melhorar, mas tudo piorou, pois tive de dividir a atenção que dava a ele. E começou a maltratar meu filho. Era tanta covardia que meu filho se urinava. Era muito triste e uma forma de também me agredir.
Eu estava na maternidade, feliz da vida, amamentando. Fui para casa com minha mãe, que ia me ajudar nos primeiros dias de recuperação do parto, mas ele gritou muito com ela, e meu leite secou. Por falta de experiência, continuei amamentando, e o bebê começou a emagrecer. Fui ao médico e não tinha leite nenhum. Meu filho tomou leite especial porque havia o risco de desenvolver deficiências mentais, segundo o médico.
Então, veio o segundo filho e mais violências. Meu marido era muito gastador e, um dia, eu disse: ‘Infelizmente, não posso comprar o que você quer. Não tenho dinheiro’. Então, ele me pediu que descesse para ajudar a pegar algo no carro. Eu não havia levado minha chave, e ele disse no elevador: ‘Agora se vira’. E foi embora, me deixando trancada para fora com meu filho de 4 anos e o outro, de seis meses, dentro de casa. Cheguei na porta e chamei: ‘Filho, você vai ter que me ajudar’. […] Havia passado quase uma hora quando consegui entrar, com o bebê já chorando de fome. Meu ex-marido chegou em casa mais de 22h e nem sequer me perguntou como eu entrei.
Um dia, eu estava no ponto de ônibus em frente ao meu prédio, e um senhor me disse: ‘Me desculpe, você não me conhece, mas seu marido não trata bem seu filho mais velho. Já avisei a síndica para chamarmos a polícia. Converse com ele, porque se ele não cuidar bem de seu filho, vai ser preso’.
Tentei me separar, mas meu marido chorava. Conseguiu reverter a decisão, e eu desisti. Mas as diferenças foram crescendo. Me agredia fisicamente e diariamente me xingava. Era viciado em filmes pornográficos e queria fazer sexo comigo às 3h da manhã. Quando eu negava, ele gritava, batia a porta dos armários e me chutava muito até eu quase cair da cama. Aí eu ia dormir no chão, mas mesmo assim ele me perturbava. Até meus 60 anos, ele fazia isso comigo. Eu era estuprada. Então eu saía de madrugada pelas ruas. Andava por quase 1 hora pelo bairro. Se eu encontrasse seguranças, parava e depois voltava para casa. Quando eu chegava, ele estava dormindo ‘gostosinho’ e eu ia fazer o almoço. Ele debochava muito de mim com amigos. Dizia que eu era péssima no sexo.
Lá em casa não tinha empregada e eu acordava cedo. Ele fazia de propósito: a sala era só dele e se deitava no sofá. Eu não podia fazer um barulho na cozinha que ele gritava: ‘Sua filha da p., você me acordou!’ Jogava panelas no chão e batia nas coisas para quebrar. Eu me assustava e ficava com medo dele. Era um sofrimento.
Me separei em 2017, quando ele me agrediu, batendo minha cabeça com muita violência na parede, jogando cerveja e cuspindo em mim. Meu filho disse: ‘Mãe, hoje você vai se desvencilhar do papai’. Fomos à Delegacia da Mulher e eu fiz exame de corpo de delito, toda suja. Em 48 horas, ele teve de sair de casa e estou em medida protetiva. Tudo graças ao meu filho, senão eu ainda estaria com ele. Não tinha forças, tinha medo que ele fizesse algo com meu filho.
[…] A assistente social disse que eu precisava muito de ajuda. […] Ela me encaminhou ao Ceam. Marcou uma entrevista, contei minha história e minha terapia começou. Sou muito grata.
Moro na minha casa, vida normal. Nunca precisei de abrigo, estou com medida protetiva. Estou me curtindo, me amando, sou outra pessoa. Estou me refazendo, mas não consigo me imaginar com outra pessoa, fazendo sexo como uma pessoa normal, por todas essas maldades que ele fez comigo.
Tenho uma irmã, e o marido dela é violento. Eu sempre digo a ela: ‘Você não pode aceitar essas coisas, precisa dar um basta. Nenhuma mulher merece isso’. Xingar uma vez já é um começo, não se pode aceitar. Não deixem chegar ao nível que eu deixei chegar, de me separar aos 63 anos.”
Xica da Silva, 54 anos, empreendedora, Minas Gerais
“Sou a Francisca Maria da Silva, mais conhecida como Xica da Silva. Conheci uma pessoa, o pai de minhas filhas, com quem vivi durante 10 ou 15 anos e foi muito ruim. Ele me manteve em cárcere privado. Eu não tinha o direito de ir e vir e não podia sair sozinha, ter uma agenda, ter amigos… Naquela época, eu tinha celular, mas não tinha direito nem de ter senha.
Até para cortar o cabelo tinha que ser do jeito que ele mandasse. O batom era o que ele queria, roupa, o que ele mandava vestir… Depois da primeira e da segunda filha, fui obrigada a fazer duas tentativas de aborto em casa. Desses dois abortos, eu tive minha terceira filha e um natimorto de oito meses e uma semana. Nasceu sem cérebro devido aos espancamentos. Em uma das brigas, ele me deu 15 dentadas de perfuração no seio esquerdo. Tinha muito medo dele.
Eu tinha uma moça, uma ‘secretária do lar’. Ele a pagava ‘meio que’ para me vigiar e me manter sedada. […] Eu era deprimida e pesava 101 quilos.
Depois de imaginar que eu não ia mais viver ou escapar dele porque já tinha, além de tudo, denunciado e fugido de casa, ele me pegou de volta dizendo que ia mudar e que ia ser melhor. Então fui acreditando naquelas coisas, mas ele nunca mudou.
Quando eu vi que violência doméstica era crime e que eu tinha um lugar para ir com a minha filha, denunciei na Delegacia da Mulher e fui para um abrigo. Só que ele me encontrou, e eu voltei para casa. Falei: ‘Agora não vou viver mais’.
A última violência que ele fez foi jogar o carro da ponte da Lagoa da Pampulha, quando eu cortei o rosto todo. Levei 88 pontos — dez no olho. Fui internada e fiz plástica. Não enxergo do olho direito e só enxergo 16% do olho esquerdo.
Com isso, tive um encontro comigo no hospital, dizendo: ‘Que homem é esse que eu amava, não vivia sem ele e que me espanca?’ Aí, passei a olhar para mim.
Ele foi processado. Aí veio a luta maior: eu com três meninas pequenas, sem emprego e com o rosto todo cortado. O que eu ia fazer? Eu sei e adoro cozinhar. Com pimentão, tomate e abobrinha que as pessoas davam pra gente de doação, comecei a fazer conserva catando ‘litros’ na rua. Esterilizava, comprava as tampas e vendia. Cuidei da minha vida e das minhas filhas dessa forma. Fiz o Encceja [Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos], tenho uma filha que está no sexto período de direito, outra que fez secretariado e é subgerente de uma loja de marca na cidade e outra que fez farmácia e laboratório.
Juntamos um grupo de mulheres que passaram por esse mesmo abrigo e montamos um empreendimento para gerar renda que, hoje, é o bufê Amigos de Xica. […] Dou capacitação e formação para outras mulheres e virei ativista contra a violência à mulher. Pretendo fazer uma faculdade no ano que vem.
Às vezes é muito difícil lembrar que eu quase não enxergo. Tenho que usar lupa para ler algumas coisas, mas tenho curso de informática e outros ‘n’ cursos. Tudo o que me foi ofertado eu aproveitei.”
* Nome fictício, para manter a privacidade da entrevistada
Campanha #ElaNãoPediu
Nenhuma mulher “pede” para apanhar. A culpa nunca é da vítima. A campanha #ElaNãoPediu, da Catraca Livre, tem como objetivo fortalecer o enfrentamento da violência doméstica no Brasil, por meio de conteúdos e também ao facilitar o acesso à rede de apoio existente, potencializando iniciativas reconhecidas.
Veja também: Brasil tem 1 caso de agressão a mulher a cada 4 minutos
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