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omglkdsmagazine-blog · 7 years ago
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PARTE II: PSICOLOGIA
Por Dentro da Ansiedade: Entenda a Doença do Século XXI
Por Thamara Bensi
De acordo com Ballone “faz parte da natureza humana certos sentimentos determinados pelo perigo, pela ameaça, pelo desconhecido e pela perspectiva de sofrimento”, sendo assim a ansiedade só passa de utilidade à distúrbio quando deixa de ser colocada à serviço da sobrevivência para serviço de sua existência. (BALONNE,2005).
A ansiedade serve como sinal de alerta que aumenta a atenção à um perigo iminente, uma apreensão, uma sensação de que algo está para acontecer e capacita a adotar medidas para lidar com essa suposta ameaça, uma constante pressa em terminar as coisas que ainda nem começamos. Está presente no desenvolvimento e é útil por retirar nossa vulnerabilidade aos perigos e ao desconhecido por estarmos em estado de contínua atenção. (NARDI, 1998; BALLONE, 2005)
Após revisar a origem e o significado da palavra ansiedade, Aubrey Lewis (1979) listou como características:
1.    É um estado emocional, com a experiência subjetiva de medo ou outra emoção relacionada, como terror, horror, alarme, pânico.
2.    Emoção desagradável, podendo ser uma sensação de morte ou colapso iminente.
3.    . Emoção direcionada em relação ao futuro. Está implícita a sensação de um perigo iminente. Não há um risco real, ou se houver, a emoção é desproporcionalmente mais intensa.
4.    Desconforto corporal subjetivo durante o estado de ansiedade. Sensação de aperto no peito, na garganta, dificuldade para respirar, fraqueza nas pernas e outras sensações subjetivas (LEWIS apud ANDRADE; GORENSTEIN, 1998).
A ansiedade funciona como propulsora do desempenho e pode se manifestar em três níveis: neuroendócrino, referente aos efeitos da adrenalina, noradrenalina, glucagon, hormônio ati-diurético e cortisol; visceral, no qual o Sistema Nervoso Autônomo (SNA) reage excitando o organismo (reação de alarme) ou relaxando-o (esgotamento) e cognitivamente onde se manifesta através da consciência das sensações fisiológicas através do sistema nervoso autônomo (sudorese, palpitação, inquietação e outros sintomas autossômicos) ou de estar nervoso ou amedrontado. Ela passa a ser patológica quando é desproporcional à situação que a desencadeia, ou quando não existe um objeto específico ao qual se direcione.
Por tornar-se uma patologia, a ansiedade está definida no Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais – Quarta Edição (DSM-IV – Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – Fourth Edition) onde está subdividida em:
AGORAFOBIA:
Ansiedade ou esquiva à locais ou situações das quais poderia ser difícil escapar  ou nas quais o auxílio poderia não estar disponível.
ATAQUE DE PÂNICO:
Período distinto no qual há o início súbito de intensa apreensão, temor ou terror, frequentemente associados com sentimentos de catástrofe iminente, que ocorrem no contexto de outros transtornos.
TRANSTORNO DE PÂNICO SEM AGORAFOBIA:
Ataques de Pânico inesperados e recorrentes acerca dos quais o indivíduo se sente persistentemente preocupado.
TRANSTORNO DE PÂNICO COM AGORAFOBIA:
Ataques de Pânico recorrentes e inesperados; e Agorafobia.  
FOBIA ESPECÍFICA:
Ansiedade clinicamente significativa provocada pela exposição a um objeto ou situação específicos e temidos, frequentemente levando ao comportamento de esquiva.
FOBIA SOCIAL:
Ansiedade clinicamente significativa provocada pela exposição a certos tipos de situações sociais ou de desempenho, frequentemente levando ao comportamento de esquiva.
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO:
Obsessões e/ou compulsões.
TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS – TRAUMÁTICO:
Revivência de um evento extremamente traumático, acompanhada por sintomas de excitação aumentada e esquiva de estímulos associados com o trauma.
TRANSTORNO DE ESTRESSE AGUDO:
Sintomas similares àqueles do Transtorno de Estresse Pós-Traumático, ocorrendo logo após um evento extremamente traumático.
TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA:
Pelo menos 6 meses de ansiedade e preocupação excessivas e persistentes.
Transtorno de Ansiedade Devido a Uma Condição Médica Geral:
Sintomas proeminentes de ansiedade considerados como sendo a consequência fisiológica direta de uma condição médica geral.
Transtorno de Ansiedade Induzido por Substância:
Sintomas proeminentes de ansiedade, considerados como sendo a consequência fisiológica direta de uma droga de abuso, um medicamento ou exposição a uma toxina.
Transtorno de Ansiedade Sem Outra Especificação:
Transtornos com ansiedade proeminente ou esquiva fóbica que não satisfazem os critérios para qualquer um dos Transtornos de Ansiedade específicos definidos.
Transtorno de Ansiedade de Separação:
Ansiedade relacionada à separação de figuras parentais, no qual, se desenvolve na infância e é incluído na seção “Transtornos Geralmente Diagnosticados pela Primeira Vez na Infância ou Adolescência”.
Por ser definida a partir de um grande número de sintomas, a ansiedade se apresenta de maneira diversificada nos indivíduos, enquanto alguns pacientes apresentam sintomas cardiovasculares, outros manifestam sintomas gastrointestinais, ou ainda apresentam mal-estar respiratório ou predomínio de tensão muscular exagerada. Enfim, os sintomas físicos e viscerais variam de pessoa para pessoa. Segundo Ballone “psicologicamente a Ansiedade pode monopolizar as atividades psíquicas e comprometer, desde a atenção e memória, até a interpretação fiel da realidade”. (BALLONE, 2005)
O estado de ansiedade, segundo Andrade e Gorenstein (1998) é definido como estado “transitório ou condição do organismo humano que é caracterizada por sentimentos desagradáveis de tensão e apreensão, conscientemente percebidos” enquanto o traço de ansiedade, segundo as mesmas autoras “refere-se a diferenças individuais relativamente estáveis na propensão à ansiedade” isto é, as diferentes formas com que o individuo tende a reagir em situações percebidas como ameaçadoras, sendo que Cabral e Nick (2006) definem ansiedade como “Estado emocional desagradável e apreensivo, suscitado pela suspeita ou previsão de um perigo para a integridade da pessoa”. (ANDRADE; GORENSTEIN, 1998; CABRAL; NICK, 2006)
A definição de Spielberger para ansiedade segundo Pessoti distingue: “Estados de ansiedade caracterizados por sentimentos subjetivos, conscientemente percebidos de apreensão e tensão, acompanhados por ou associados à ativação ou alerta do sistema nervoso autônomo. A ansiedade como um traço de personalidade pareceria implicarem motivo de disposição comportamental adquirida que predispõe um individuo a perceber como ameaçadora uma ampla variedade de circunstâncias não perigosas…” (SPIELBERGER apud PESSOTI, 1993).
Cada indivíduo possui suas características e motivos com relação à sua ansiedade, por essa razão, os tratamentos indicados são:
·         Psicoterapia;
·         Tratamento medicamentoso (Em casos mais severos).
A maior parte das pessoas com ansiedade começa a se sentir melhor e retoma as suas atividades depois de algumas semanas de tratamento. Por isso, é importante procurar ajuda especializada na unidade de saúde mais próxima. O diagnóstico precoce e preciso da ansiedade, o tratamento eficaz e o acompanhamento por um prazo longo são imprescindíveis para obter melhores resultados e menores prejuízos.     
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