#improvisação
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#plano#planejamento#planoa#planob#improvisação#improvisão#opções#escolhas#textoscomotrechosdeumlivro#dercinei
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Na música, a evolução é um passo de cada vez.
Não tenha pressa, cada avanço conta! 🎶
Quem aí tá nessa jornada também? 👊
#RumosdaImprovisação #Guitarra #Violão #composição
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Schau dir "betz_delay architecture" auf YouTube an
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Textos Aleatórios A Beleza da Improvisação Literária
Textos Aleatórios A Beleza da Improvisação Literária Textos aleatórios são como fragmentos de pensamentos soltos ao vento, palavras que dançam sem um propósito aparente, mas que muitas vezes revelam a beleza da improvisação e a liberdade da mente. Textos Aleatórios A Beleza da Improvisação Literária Eles podem surgir de uma mente criativa, de um devaneio passageiro ou de uma inspiração súbita,…
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#caos criativo#composições únicas#criatividade#cut-up#escrita#espontaneidade#fluidez#fragmentos#imprevisibilidade#improvisação#liberdade criativa#Literatura#lógica#mistério#ordem#pensamentos#textos aleatórios#textos aleatórios a beleza da improvisação literária
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I Mostra performática de música criativa negra . Periferias afro-experimentais
Essa mostra é uma oportunidade única para celebrar e explorar a expressão musical afro-experimental, destacando a presença e o talento dos artistas negros na cena contemporânea. A programação diversa inclui oficina, performances musicais, projeções de vídeo-arte e exposições de arte sonora proporcionando uma experiência imersiva, explorando questões de raça e identidade na música contemporânea…
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#arte e periferia#arte periféric#Cajazeiras#COletivo Jaca#criatividade#frequencias sonoras#improvisação#máquina vocal#música experimental#música na bahia#mostra performática de música criativa negra#muziek mutantti#rádio diáspora#Salvador#thayna oliveira
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Tutorial: Como Entender Sátira
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Improlab zero um, rolou! Encontro de partilha e praxis sobre conceitos de improvisação, inspirado pelas contribuições de José Luiz Saldanha, do México. Viva a impro latino-americana! O Centro de Artes Guido Viaro acolheu o laboratório no seu evento Experimentarte, que tá rolando com muita coisa incrível até dia 22/03. #IMPROVISAÇÃO #IMPRO #IMPROLAB (em Centro Estadual de Capacitação em Artes Guido Viaro) https://www.instagram.com/p/CpT3Q8UtddU/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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Vi aspettiamo a Leverano On/Off Improvised Intuitive Music duo #freeflowfest #share_impro #improvisation #intuitivemusic #improvisação #improvvisazione #musicacontemporanea #mujmuné #improviseddance #percorsimusicali #trombone #extendedtrombone #noinputtrombone #musicaintuitiva #extendedtechniques #miaimprovfestival #improvisación #improvisacion #improfestival #improfest #intuiitiveart #instantcomposition https://www.instagram.com/p/CnuvAnytV9Xsot63GAryzJGJMSwIiiz5vz9-TY0/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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Guitarra Sem Vícios
Frustrado por não conseguir tocar uma música ou solo que sempre quis tocar?
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Hoje, às 19h, tem Live #152! 🎸
Vamos trocar ideias, tirar dúvidas e falar de música! Não perca essa oportunidade de interagir ao vivo.
Traga suas perguntas e prepare-se para uma noite cheia de aprendizado e inspiração.
Te vejo lá! 👊
#Guitarra #Violão #Improvisação #Live #FilipeMartinez
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໒ྀི EM BUSCA DE EMPREGO !
Nome : Sofia Bourbon .
Idade : 27 anos
Como gostaria de ser tratado : Melhor do que no meu último emprego .
Área de atuação no outro mundo : Dançarina & acompanhante .
Habilidades extras : Notável capacidade de adaptação , criatividade , improvisação , gestão de imagem e estilo , gestão de conflitos , habilidade em leitura de linguagem corporal e relações interpessoais .
Adaptação com a magia, até então, em uma escala de 0 a 10 : 7 .
Pretensão salarial : $$$ .
#lostoneslinkedin#ela usando bem as palavras para soar bonito#gestão de conflitos: os clientes descobrindo os calotes que ela dava
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rindo por 15 minutos pq eu to lembrando de um comediante durante uma performance de improvisação falou pro outro
"filho mamãe tá oucupada, depois se fala com o padre, vai brincar com a santa lá"
JURO EU NÃO TO BEM MAH AKJALKJAKLJAKLJ
KKKKKKKK???
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NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO XXII
Oii, como vai? Hoje teremos o capítulo completo! Talvez um pouco grande, mas eu espero que vocês gostem^^ Juntei a parte do post anterior e a outra parte é inédita, porém sem revisão. Esse capítulo foi uma improvisação, mas achei que o Percy não poderia ser um dom experiente do dia para a noite, certo?
Boa leitura.
Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX / CAPÍTULO XX / CAPÍTULO XXI
— Bom garoto. Tão obediente. — Nico fechou os olhos bem apertado e se negou a responder, sentindo seu corpo balançar com o efeito do orgasmo.
Não que ele fosse capaz no momento. Não, Nico acha que nunca tinha gozado com tanta força em sua vida, e ouvir Percy falar assim com ele, o fazia estremecer ainda mais. Nico achava que nem o próprio Percy sabia o que essas palavras faziam com ele, o tom de voz aveludado e agora o toque suave que o acalentava depois de algo tão intenso. Não era apenas isso, era a forma como Percy falava com ele, como se Percy realmente estivesse orgulhoso; era a forma que Percy olhava para ele, o analisando friamente dos pés à cabeça e, ao mesmo tempo, com aquela fome no olhar que o fazia querer obedecer a cada ordem. Ele não conseguia lidar com isso, então, era melhor apenas se sentir grato por esse momento estar acontecendo.
— E, então? — Nico ouviu Percy dizer, o sentindo tocá-lo e massagear seus braços, chegando em seu pulso para enfim abrir a algema. Engraçado, para quem tinha medo de ser preso, ele nem hesitou quando Percy sugeriu.
— Então, o quê? — Nico murmurou, ainda ligeiramente desorientado. Ele nem mesmo conseguiu levantar os braços, permitindo que Percy continuasse a massagear a pele avermelhada.
— Foi bom ou ruim?
— Hmm?
— Você gostou do que eu fiz?
Não era obvio?
— Eu gozei duas vezes.
— Não quer dizer que você tenha gostado.
— E você, gostou? — Nico rebateu, tentando se mover, o que apenas o fez cair para trás feito uma jaca podre.
Quando Percy não respondeu, Nico olhou para ele. Era bem claro o que acontecia, Percy e seu complexo de mártir. A verdade é que ele tinha gostado, ambos tinham, e isso parecia ser um problema para Percy.
— Eu gostei, tá bom? Quer dizer, seu queixo ainda está molhado.
Para provar a evidência do crime, Nico se esticou todo, gemendo de dor em seus músculos e passou os dedos no rosto de Percy, mostrando o líquido a Percy.
— É, eu acho que sim. — Mas Percy ainda tinha aquela expressão analítica, quase rígida demais, como se estivesse se preparando para dar a próxima ordem, o que se tornou verdade no final. — Fique aqui.
— Para onde eu iria?
— Com você eu nunca sei. Só não… fuja. Tudo bem?
— Eu disse que não vou fazer isso de novo. Até quando você vai me culpar por isso?
— Eu sinto muito. — Percy tentou sorrir, e quando isso não funcionou, ele deu as costas a Nico, que caiu mais uma vez nos travesseiros.
Parecia que Nico não era o único traumatizado pelo passado. O que ele podia fazer? Essa era a história deles, às vezes feliz, outras, problemáticas. Nico não trocaria o que viveram por nada nesse mundo. Onde ele estaria se não tivesse conhecido Percy em um banheiro público de escola? O que ele teria feito se Percy fosse igual aqueles garotos? Pelo menos, eles não estariam nesse impasse. Será que se… que se ele forçasse as coisas só um pouquinho, Percy veria que não havia motivo para tanta culpa? Afinal, Percy sempre gostou da verdade e de coisas bonitas…
— Nico.
Se assustando, Nico viu o rosto de Percy perto demais e segurou nos ombros de Percy, o afastando.
— No que você anda pensando, hmm? Conheço bem essa carinha.
— Não sei do que você está falando.
— Você não está aprontando, está? Se comporte.
— Eu sempre me comporto. — “A não ser quando eu preciso”, Nico pensou, colocando sua expressão mais inocente.
— Vou acreditar em você.
Percy se sentou a seu lado e começou a limpá-lo. Em seu peito, abdômen e então no meio das pernas de Nico, suavemente deslizando uma toalha umedecida, chegando em sua entrada.
— Você não precisa fazer isso.
— Eu quero fazer. — Percy murmurou, o beijando no rosto. — Você tinha razão. Eu estava ausente, prometo que vou te recompensar.
— Que tal começando agora. Me deixa te chupar?
— Como isso pode ser uma recompensa para você? — O importante nisso tudo é que finalmente Percy tinha sorrido, acariciando seus cabelos.
— Isso é um sim ou um não?
— É um talvez depois. Agora, está na hora do bebê tirar uma soneca.
— Eu não sou um bebê.
— Então por que você está bocejando no meio da tarde?
Era uma boa pergunta.
Nico só deixou que Percy o cobrisse porque ele tinha se deitado a seu lado e o abraçado bem forte, também entrando debaixo das cobertas junto com ele.
***
Por algum motivo, Percy se sentia exausto. Ele se permitiu relaxar no travesseiro contra as costas de Nico e fechar os olhos, apenas por um momento, apenas o suficiente para sentir o peso sair de suas costas. Era um peso metafórico, é claro, um peso que ele nem sabia estar ali. Percy nunca imaginou que a culpa poderia drenar alguém a ponto de afetá-lo fisicamente. As coisas também eram assim no passado? Percy não conseguia se lembrar. Esse era um mal hábito que ele tinha desenvolvido, outra muleta psicológica, ele sabia. Percy se esquecia e guardava a sete chaves no fundo da mente tudo o que fosse traumático ou frustrante.
Quer saber? Ele tinha decidido não pensar no que fosse ruim ou bom, bem ou mal, e se concentraria no que fosse o certo para eles. Eles estavam confortáveis com isso? Ótimo! Parecia divertido? O fazia se sentir bem? Então, seria o que eles fariam. O que adiantava fazer o que era considerado como “normal” se isso causava tanta dor, e não do tipo que Nico parecia gostar? Era melhor se ele falasse com a mãe, só para tranquilizá-la. Percy sabia melhor do que ninguém que Sally o perturbaria até que ele falasse com ela.
Se sentindo cansado mais uma vez, Percy saiu debaixo das cobertas, tentando não acordar Nico e viu algo caído no chão. Ele deu a volta na cama e ali no meio do caminho estava o diário que ele tinha dado a Nico. O diário estava aberto no início das primeiras folhas e tinha uma caneta presa, marcando a última página escrita.
Ele também já tinha se esquecido disso. Felizmente, parecia que mesmo ele sendo uma pessoa horrível, Nico ainda era o mesmo doce garotinho, sempre o obediente. Sim, Percy pôde ver que Nico já tinha escrito algumas palavras e tinha personalizado a contracapa:
DIARIO DO NICO Se perdido, devolver para o Percy!
Percy teve que rir, já se sentindo leve. Tinha até uns desenhos bonitinhos de corações, anjinhos e diabinhos ao redor das letras. Entretanto, o que realmente chamou sua atenção foi a página em que a caneta estava presa.
“Eu adoro aquele tipo de espaço mental em que eu quase flutuo, quase delirante, sabe? Minha cabeça fica leve e eu não faço ideia do que quero fazer, só quero o que você quiser que eu faça. Na maioria das vezes, tudo o que sei é que quero ser fodido com tanta força que eu mal consiga falar e tudo o que eu consiga fazer seja pequenos gemidos quando você me perguntar alguma coisa.”
“Quero o tipo de sexo que deixa marcas nos meus quadris e a forma das suas mãos na minha pele. O tipo de sexo que deixa o meu peito coberto de mordidas e as suas costas cheias de arranhões. Quero o tipo de sexo que faz o meu corpo doer e pulsar e que me faça te sentir entre as minhas pernas no dia seguinte.”
Esse era um trecho que parecia se destacar das outras páginas, algo escrito às pressas, em garranchos despreocupados, á tinta preta e sem decorações ao redor, como se Nico não quisesse passar muito tempo com aqueles pensamentos e só precisasse despejá-los no papel. Esse foi o real motivo que o fez encarar aquelas palavras por longos momentos, estático, parado no meio do quarto com Nico ainda dormindo tranquilamente, sem nenhuma preocupação.
Era impossível não comparar os dois estilos tipográficos. De um lado da folha, vinhas e arvores que pareciam se entrelaçar até os céus, acompanhados por linhas de poemas, simples e bonitas, do outro, uma prosa desajeitada e vulgar, permitindo a Percy ver os dois lados de Nico que ele raramente via juntos. Tinham outros desenhos, é claro. Um demônio e um anjo que ocupavam uma página inteira, descrições de personalidade e características físicas, algumas poucas linhas de narração que na página seguinte eram interrompidas por mais garranchos com pensamentos soltos.
“Quero que você me abrace e me toque, quero que você me faça sentir seguro e pequeno, feito o bebê que eu nego ser. Quero que você me diga quando ninguém estiver vendo: "Como está o meu garoto? Ele se comportou?" Quero ter regras e quero ter que pedir autorização. Quero ser disciplinado quando não faço o que você mandar.”
Percy teve que parar de folear o diário e olhar para Nico dormindo cama.
Ele... porra! Ele queria fazer tudo isso, queria fazer todos os desejos de Nico se realizarem. E sabe por quê? Eram os mesmos que os seus. Cada palavra e confissão parecendo ser algo que ele faria se a culpa não o tivesse impedido até aquele momento. Será que essas fantasias realmente eram de Nico? Ou será que era algo que Nico tinha escrito para se vingar dele? Ou, pior ainda, era o que ele tinha levado Nico a acreditar que ambos queriam? Mas, ao mesmo tempo, Percy conseguia reconhecer Nico em cada linha, seja desajeitada ou elegante, misturado a influência que ele tinha sobre Nico e outras coisas e momentos em que Percy não esteve presente para moldá-lo.
Sinceramente? Percy estava aliviado. Saber que Nico tinha tido outras experiencias e conhecido outras pessoas e que mesmo depois de tudo isso Nico ainda tinha voltado para ele, tirava mais uma parte do peso que ele nem sabia que levava. Entretanto, a questão importante era: Como ele poderia fazer... tudo isso sem passar dos limites? Como ele poderia se certificar que Nico não sairia disso o odiando de verdade?
Ele... Percy precisava de ajuda. E de algumas coisas, também. Algo que fizesse Nico entender a seriedade da situação, do quanto ele desejava que Nico permanecesse seguro e feliz. Parece que esse era o momento de agir.
***
Nico abre os olhos e a primeira coisa que nota é a luz do sol entrando pelas persianas, o cegando momentaneamente. Sua cabeça pulsava com uma dorzinha irritante nas têmporas, mas seu corpo estava o mais relaxado em que ele já esteve. Sua visão estava turva também, atordoado pelas endorfinas que ainda pareciam manter seu corpo calmo e sua mente maravilhosamente vazia, como se toda a ansiedade tivesse sido sugada por uma mangueira compressora. Nem mesmo suas aventuras com garotos mais experientes tinham causado esse tipo de reação nele.
Ele olhou para o lado, esperando encontrar Percy e recebeu em troca a ausência e um pedaço de papel, Percy nem mesmo deixando seu calor para trás, o que significava que Percy tinham se levantado tempos atras.
Bem, Nico não deveria criar expectativas quando Percy estava lidando tão mal com as coisas nos últimos tempos. E ele disse que daria tempo para Percy se acostumar com as coisas, não disse? Mesmo que fosse difícil continuar esperando por algo que talvez nem fosse acontecer, ele não tinha outra escolha. Era melhor ter a companhia de Percy do que não ter nada. Mas isso não queria dizer que ele não fosse tentar seu máximo para conseguir o que queria.
Se dando por vencido, Nico se sentou na cama e pegou o bilhete.
"Você dormiu bem? Eu tive que sair rapidinho. Prometo estar de voltar para o café da manhã. Me espere. Per.”
Era só isso? Era o que ele merecia depois de sentir seu mundo sacudir? Isso era tão justo! Chega! Ele iria tomar uma atitude imediatamente.
Esquecendo da dor de cabeça e os dos músculos doloridos, Nico amassou o bilhete, o jogou em algum lugar em direção ao cesto de lixo e marchou até parar em frente ao guarda-roupa. Isso era tão ridículo! Nunca pensou que chegaria o momento em que ele teria que se rebaixar a tanto. Ele pegou a caixa com seus brinquedos, enfiou a mão no fundo dela e pegou uma embalagem lacrada, de cor preta. Era algo que a vendedora tinha sugerido e já que ele tinha comprado coisas piores, não era isso que o tornaria uma pessoa ruim. Ele colocou a pacote em cima da cama, pegou os itens que iria precisar e entrou no banheiro. Nico iria mostrar para Percy quem mandava ali.
***
Percy se sentia bem melhor agora.
Como ele poderia explicar? Bem... tinha um lugar, um tipo de bar, e ele tinha ficado curioso, sabe? Percy nunca participou, entretanto... ele tinha assistido e entendido bem rápido como as coisas funcionavam. O que ele podia fazer? Sua mãe sempre dizia que conhecimento era algo que ninguém podia tirar de você, e de fato, tinha sido algo difícil de esquecer. Talvez ele tivesse ficado entediado sem Nico por perto ou talvez quando ele se viu sozinho, sem ninguém para vigiá-lo... por que não? Sendo que Percy não precisava mais ser o cara bonzinho?
O fato era, Percy tinha descoberto que ele fazia aquelas coisas sem precisar que ninguém o ensinasse. Pelo menos ali, aprendeu que o que ele fazia era errado se Percy não pedisse permissão antes.
Um bom exemplo disso eram as palavras, pequenas sugestões que se repetidas poderiam se tornar em comportamentos condicionados, como quando você ensina seu cachorro a dar a patinha em troca de petiscos. Pessoas tinham as mesmas tendencias e vontades semelhantes, também. Algumas mais assertivas e outras, mais obedientes. Era um dinâmica normal, nada forçado, é claro, apenas modos de comportamentos onde cada um se sentia mais confortável para se expressar. E isso era só o começo, nem sequer era algo sexual ou romântico, apenas atitudes que a maioria das pessoas não reparavam. Sua psicóloga da época tinha sugerido algo parecido. Não que ele fosse atras desses tipos de clubes e sim que Percy analisasse por que ele se sentia tão codependente de Nico ou porque Percy se sentia tão frustrado. E como parecia estar relacionado a sexo, ele pensou... por que não? Sua mãe tinha apoiado a ideia e, seu irmão e Grover, amado mais ainda. Assim, como uma família unida, todos foram investigar o bar, incluindo sua mãe.
O importante era que quando ele descobriu o que fazia com Nico já era tarde demais, Nico tinha ido embora e ele tinha ficado sozinho, com todas aquelas ideias e ninguém para testá-las. Percy não se orgulhava do que tinha feito, mas não se arrependia tão pouco. Sendo sincero? Ele não se importava com aquelas pessoas e se ele tivesse magoado algumas pelo caminho, não era da sua conta. Percy nunca prometeu nada a elas, cansando de avisar o que aconteceria no fim.
Era por isso que Percy estava ali naquela manhã, um bar vinte e quatro horas que funcionava como lanchonete durante o dia. Fazia mais de um ano que Percy não entrava lá, mas como eles eram o lugar que ele mais confiava, teria que ser ali mesmo.
Percy respirou fundo e entrou pelas portas de ferro negras, chegando a primeira área onde havia mesas e cadeiras de madeira que ao anoitecer seriam retiradas para dar lugar a pista de dança. Continuou andando mais ao fundo e encontrou o bar, um balcão longo junto a uma cozinha espaçosa, vendo os garçons pegarem pratos de comida para serem entregues. Ele só esperava que ningue--
— Percy, querido. Quanto tempo!
— Vanessa. — Percy disse e se virou, vendo sua “professora” favorita. Ela era uma dominatrix atenciosa, bondosa e firme, algo que ele sempre quis ser e que nunca teve a paciência. Em comparação a ela, Percy era ansioso e um tanto cruel. Quem sabe um dia?
— O que te trás aqui? Finalmente procurando companhia? Tenho um submisso que--
— Não dessa vez. — Percy disse e sorriu, negando educadamente. — Estou procurando Apolo. Será que ele está por aqui?
— Ah, isso é tão bom. Quem é o garoto?
— Alguém novo.
— Hm, entendi. — Mas ela parecia o julgar como todos faziam.
— Não tão novo. Ele é novo na cena.
— Ah, tudo bem. — Vanessa voltou a sorrir e saiu de trás do balcão. — Eu sei exatamente o que você quer.
Então, juntos, eles passaram por mais uma porta, subiram uma escada em caracol e chegaram no segundo piso, cheio de portas com quartos particulares, alguns com janelas que permitiam ver dentro dos quartos e no fim do corredor, uma porta grande de metal negro que eles também entraram.
Realmente, aquela sala era o que Percy estava procurando. Ele sentia que se trouxesse Nico ali, o garotinho iria passar algumas horas perguntando para o que aquelas coisas penduradas na parede serviam. Também havia um balcão mais ao fundo do cômodo, onde um homem alto e loiro lia uma revista, usando um fone de ouvido.
— Ei. — Percy disse assim que se aproximou.
Apolo olhou para cima e no mesmo momento tirou o fone e se levantou, correndo em sua direção. Estava tudo bem, porque Percy estava preparado. Ele abriu os braços e deixou que Apolo o abraçasse o quanto quisesse, se esfregando nele.
— Ah, olha o nosso pequeno dom. Tão crescido. Você tem malhado? Aposto que os garotinhos te perseguem.
Não desde que Nico tinha voltado, mas esse era outro assunto.
— Só um. Eu estava procurando algo específico.
— Eu sei exatamente o que você precisa.
— Eu não disse nada ainda.
— E não precisa.
Apolo sorriu todo esfuziante, pegou um cestinha de compras e começou a andar pelos corredores e prateleiras.
— Deixa eu ver. Algo discreto para o dia.
Apolo esticou a mão e pegou uma gargantilha, algo no estilo gótico. Uma tira de couro maleável e discreta com cristais pequenos a enfeitando.
— Algo para brincar.
Dessa vez Apolo pegou uma coleira rosa clara, pesada e com grandes furos, com uma plaquinha de identificação e um fecho para colocar uma guia se ele quisesse.
— Algo para mantê-lo quietinho e comportado, sim?
Finalmente Apolo pegou uma focinheira com uma bola no meio, uma venda de ceda e algemas macias.
— Pronto. Isso deve bastar.
— Eu não posso, isso é muita coisa.
— É um presente para nosso dom júnior!
— De verdade, eu não posso--
— Verdade! Está faltando uma coisa!
— Apolo, não!
— Sim.
Antes que Percy pudesse impedi-lo, Apolo voltava com uma palmatoria. Sua superfície era toda em couro preto, feito de um material rígido, mas a ponta dela tinha um acolchoamento macio que traria dor sem deixar muitas marcas.
— Apolo!
— Vamos, é só dessa vez. Eu nunca vi você interessado em ninguém. Considere um presente de boa sorte.
— Exatamente! Eu não posso aparecer com isso. Ele vai pensar que eu--
— Ele não está errado.
Percy bufou e desistiu de discutir. Apolo era tão ridículo que isso tornava impossível contrariá-lo.
— Além do mais... — Apolo continuou, embalando os itens em uma caixa bonita. — Já que você me rejeitou, o mínimo que você pode fazer é aceitar meu presente.
— Quanto ficou? — Percy, para sua própria sanidade, decidiu ignorá-lo, e pegou a carteira.
— Você não ouviu o que eu disse? É um presente.
— Qual é! Isso vale pelo menos mil reais.
— E daí? Eu sou rico.
— Eu também sou.
— Parece que estamos em um impasse. — Apolo fez uma careta de tristeza e balançou a cabeça. — Parece que o seu garoto vai ficar muito decepcionado, então.
— Ele não sabe que eu estou aqui.
— É uma surpresa? Eu não sabia que você era um romântico. — Dessa vez, não havia nenhuma ironia na voz de Apolo. — Estou me sentindo muito solteiro agora.
Percy tinha esquecido como Apolo podia ser dramático. Ele era bonito, isso Percy não podia negar. Entretanto, beleza não era tudo na vida, mesmo que ajudasse muito.
— Vanessa! Me arruma um dom agora mesmo!
Percy se virou e lá estava Vanessa, os observando de longe como se assiste uma série de comedia.
— Eu fiz, três vezes no último mês.
— Você chama aquilo de dominação? Minha mãe é menos vanila do que aquilo.
— Por favor, me poupe. — Vanessa cruzou os braços e revirou os olhos.
— Custava me apresentar alguém alto, gostoso e com atitude? Será que é muito?
Foi a vez de Percy revirar os olhos. Ele queria dizer que essa era a primeira vez que algo parecido acontecia. Ele jurava que não estava tentando se gabar, mas... de fato, Percy pensou que esses dias de D/s tinham ficado para trás. Mas ali estava ele, pedindo ajuda para essas pessoas.
— Se comporte. — Percy se pegou falando, já irritado pela situação. O pior é que Apolo imediatamente endireitou a coluna. E ele teve que completar: — Não se atreva.
Também não seria a primeira vez que Apolo se ajoelharia sem nem perceber.
— Tão malvado.
— Olha, eu agradeço a ajuda, mas eu tenho que--
— Está tudo bem? — Apolo perguntou, agora sério. — Você disse que nunca dominaria ninguém. É sobre o garoto que te fez sofrer?
— Talvez. — Percy deu de ombros. — Não é culpa dele.
— Tudo bem. Você precisa de ajuda? Talvez uma mediação?
— Não. Eu consigo. — “Talvez”, ele queria ter dito. A verdade é que Percy não conseguia nem mesmo pensar em ter que dividir Nico com alguém ou deixar que outras pessoas assistissem. Percy não sabe se conseguiria se controlar. — Não precisa se preocupar.
— Tem certeza? A gente podia dar uma ajuda pro pobre do garoto. Ele sabe no que se meteu?
— Não precisa se preocupar. — Repetiu.
O pior era que Percy não estava mentindo. Nico sabia muito mais do que ele gostaria.
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Esse capitulo foi meio bobinho, não? Admito que exagerei um pouco. Eu não queria deixar as coisas muito pesadas. Foi bem divertido e é isso que importa, não? De qualquer forma, obrigada pelo apoio, sua presença é sempre bem-vinda!
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Reportagem Ana Roxanne, Passos Manuel
Ana Roxanne embalou-nos num sonho acordado
Foi, no dia 6 de dezembro, que Ana Roxanne tocou no Porto, no Passos Manuel, e que nos embalou e levou para um lugar quentinho do qual não queríamos sair: foi como estar num sonho bom sem estar a dormir. Numa sala cheia mas respeitadora do silêncio que também ele criava ambiente, a artista californiana utilizou baixo, sintetizadores, loops e a sua própria voz para ecoar e criar melodias que nos faziam viajar na história cósmica por ela criada.
Foi através das canções editadas no seu primeiro trabalho de longa-duração e único – se não contarmos com o seu projeto Natural Wonder Beauty Concept partilhado com DJ Python – que Ana Roxanne percorreu pela sua música ambiente que, naturalmente, é experimental e, portanto, dotada de improvisação.
Because of a Flower, lançado em 2020, foi assim sendo apresentado num ambiente que se fez acompanhar de visuais que nos ajudavam e guiavam numa viagem que durou pouco mais de quarenta minutos mas que, de bom grado, poderia ter durado mais uma hora: tal era o aconchego que se sentia.
Uma das primeiras foi “A Study in Vastness” do já referido álbum. O drone preenchia o espaço e o delay aplicado na voz da artista arrastava-se e fazia com que a música se expandisse a cada passo. “Camille” também do mesmo álbum esteve em evidência. Facilmente reconhecível pela conversa do filme francês “Mystère Alexina” (1985), a única sonoridade que apresenta beat vai sendo escutada e entrelaça-se com as vozes ao longo da canção criando, talvez, o ambiente mais “violento” de toda a sua performance: não fosse a dita conversa soar mais a discussão. Ainda assim, também aí continuamos no mundo dos sonhos onde Ana Roxanne tanto nos quer levar.
Com “Venus” a suavidade das ondas do mar transporta-nos, de novo, para uma realidade mais relaxante na qual não nos cansamos de estar. Finalizando os temas em nome próprio, houve tempo para duas versões que já são costume nas suas performances: “Forget About”, da alemã Sibylle Baier e “The World Spins” de Julee Cruise.
Terminando da mesma forma que começou, silenciosa e tranquilamente misteriosa, Ana Roxanne despediu-se e a sensação da sala foi unânime: não queríamos que este sonho acordado tão cheio de cor e de cosmos terminasse tão rápido.
Esta não foi a primeira aparição da norte-americana em terras lusas. Em 2019 abriu o concerto de Weyes Blood no B.Leza. Já, em 2022, apresentou-se nos Jardins Efémeros em Viseu. Este ano, dia 15 de março fez-se ouvir na Galeria Zé dos Bois, na capital, onde se apresentou pela primeira vez em nome próprio. Este mês esteve de regresso, tendo começado com um concerto no LISA, em Lisboa, a 1 de dezembro. Seguiu-se o Madeiradig, na Calheta, a 4 de dezembro e terminou a sua passagem por Portugal, quarta-feira, no Porto.
Texto e fotografia: Catarina Moreira Rodrigues
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