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linguagem-bangtan · 4 years ago
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30 de Agosto, ANO 22 (Seokjin) – [花樣年華 THE NOTES 1; Capítulo ‘The Direction Where The Sun Rises’]
HYYH The Notes (화양연화 The Notes) são notas, como um diário, de cada membro, narrando eventos do Universo Alternativo do Bangtan. Elas foram lançadas pela primeira vez contidas nos álbuns da série Love Yourself, e em março de 2019 o livro 花樣年華 THE NOTES 1 foi lançado; mais notas são encontradas nos álbuns da série Map Of The Soul. Elas narram e conectam alguns eventos que vimos anteriormente nos MV’s, nos short films de WINGS, no Highlight Reels de Love Yourself, e nos VCR’s das turnês. Veja aqui mais informações e todas as notas listadas cronologicamente.
Esta nota está presente no livro 花樣年華 THE NOTES 1, no capítulo The Direction Where the Sun Rises
Há duas notas do dia 30 de Agosto do ANO 22 do Seokjin neste livro. Esta é a segunda.
Seokjin 30 de Agosto, ANO 22
O caminhão de entregas parou subitamente depois de dar meia volta. Seus faróis piscavam. Eu fiquei ali impotente em meio a cena da batida, do ressalto e da queda. Eu não consegui ouvir ou sentir nada por um momento. Era verão, mas o vento estava frio. Então eu ouvi algo bater e rolar na estrada. A fragrância de flores atingiu meu nariz. Eu voltei à realidade. O buquê de flores Smeraldo caiu da minha mão. Ela estava deitada no meio da estrada. Sangue começou a fluir debaixo de seus cabelos bagunçados. Sangue vermelho escuro escorreu pela estrada.
Com um forte estouro, a primeira série de fogos de artifício explodiram no ar no céu noturno à distância. Em algum lugar, eu ouvi um espelho rachar.
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linguagem-bangtan · 4 years ago
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02 de Maio, ANO 22 (Seokjin) – [花樣年華 THE NOTES 1; Capítulo ‘The Things With Wings’]
HYYH The Notes (화양연화 The Notes) são notas, como um diário, de cada membro, narrando eventos do Universo Alternativo do Bangtan. Elas foram lançadas pela primeira vez contidas nos álbuns da série Love Yourself, e em março de 2019 o livro 花樣年華 THE NOTES 1 foi lançado; mais notas são encontradas nos álbuns da série Map Of The Soul. Elas narram e conectam alguns eventos que vimos anteriormente nos MV’s, nos short films de WINGS, no Highlight Reels de Love Yourself, e nos VCR’s das turnês. Veja aqui mais informações e todas as notas listadas cronologicamente.
Esta nota está presente no livro 花樣年華 THE NOTES 1, no capítulo The Thing With Wings.
AVISO DE GATILHO: há cenas que podem causar desconforto nos leitores, tenha isso em mente antes de ler esta nota.
Seokjin 02 de Maio, ANO 22
Eu estava tão nervoso que meus dedos endureceram. Eu apertava e desapertava meus punhos. E se eu falhar? Eu tinha feito isso repetidamente, mas eu me sentia apavorado toda vez. Eu dei uma respiração lenta e profunda e pensei no Yoongi. Ele deve estar bêbado agora, acendendo seu esqueiro com uma mão e segurando seu celular com a outra. Ele pode estar deitado no sofá, contemplando as razões pelas quais ele deveria continuar vivendo. Ou as razões pelas quais não continuar.
Como o Yoongi vê o mundo e a si mesmo? Eu confrontei essa questão toda vez que tentei salvá-lo. Eu não conseguia entender como ele podia continuar tentando destruir a si mesmo. Isso não significa que eu estava exultante vivendo neste mundo ou que cada dia da minha vida era cheio de felicidade. Na verdade, eu nunca fui cativado por nada, nem mesmo pela vida e morte.
Olhando para trás, eu não era diferente de quando comecei tudo isto. Eu seria capaz de endireitar os erros e salvar a todos nós? Eu não compreendia a profundidade e o peso dessa questão. Era verdade que eu queria desesperadamente salvar a todos nós. Ninguém merece morrer, se desesperar, ser oprimido, e ser desprezado. Acima de tudo, eles eram meus amigos. Nós podíamos ter nossos defeitos e cicatrizes e termos sido torcidos e destorcidos. Nós podemos ter sido ninguém. Mas estávamos vivos. Tínhamos dias para viver, planos para seguir, e sonhos para realizar.
De inicio, eu não pensei muito nisso. Eu pensei que tudo dependeria de quanto esforço eu colocasse depois de eu descobrir quem eu precisava salvar e do que. Isso foi o que eu pensei. Eu acreditava que eu poderia resolver tudo persuadindo eles e mudando as coisas. Eu era tão simples e ingênuo. Mas não era mais do que uma tentativa de salvar a minha própria pele. Depois de uma série de tentativas e erros, eu percebi. Não era tão simples salvar os outros.
Yoongi não era fácil de lidar. Ele provavelmente era o mais difícil de todos. Ele estava sempre mudando o tempo e o lugar de suas tentativas de suicídio. Eu tinha que me aproximar dele de forma diferente dos outros. Uma solução que funcionou bem na ultima vez não funcionou na próxima. Logo que pensei que eu finalmente tinha desvendado um mistério, isso levou a outro problema.
No começo eu não conseguia entender suas razões. Depois de tudo, tudo o que eu podia imaginar era que a angústia do Yoongi estava conectada ao seu conflito interno. Namjoon foi pego em uma briga por causa daqueles clientes rudes no posto de gasolina. Mas Yoongi era diferente. Ele não tinha alvo e causa definidos. Ele tinha muitas variáveis.
Eu tentei imaginar o que estava acontecendo na cabeça do Yoongi. Uma vez, eu o segui secretamente por horas. Seus passos eram incertos e imprevisíveis. Ele cambaleava pelas ruas noturnas e tentava se lançar no fogo. Às vezes ele se agachava no chão e ouvia a música que fluía de algum lugar dentro de um shopping subterrâneo. Depois de seguir ele por uma noite, eu percebi o quão seca, monótona e chata minha própria vida era. Não era que eu invejava o Yoongi. O sofrimento que ele deve ter suportado, indo de um extremo para o outro, estava além da minha imaginação. Tudo o que eu podia fazer era assistir ele cambalear.
Um contratempo era sempre seguido de outro. Uma nova camada de desespero veio antes mesmo da anterior ser arrancada. Eu posso não ser capaz de salvar o Yoongi no fim. Eu não conseguia encontrar uma reviravolta. Mas naquele momento, a esperança voou. Uma vez eu ouvi que a esperança tinha asas. Que era um passarinho com asas.
Um pássaro voou para dentro da oficina do Yoongi, que se encontrava em um prédio abandonado no meio de uma renovação da vizinhança. Foi decidido demolir a vizinhança a muito tempo atrás, mas foi deixada abandonada quando o plano de renovação começou. O pássaro voou por uma janela quebrada. Yoongi estava parado no meio da oficina com um esqueiro em sua mão. A oficina inteira cheirava fortemente a gasolina. Eu estava parado bem atrás da porta. Estava prestes a entrar quando eu ouvi um grande baque e o bater de asas. A porta estava meio aberta, então eu espiei. Yoongi estava de costas para mim.
O pássaro caiu no chão. Ele bateu suas asas novamente, mas não conseguiu subir no ar. Yoongi estava completamente parado e olhava para o pássaro. Eu ainda não conseguia ver seu rosto. O pássaro tombava ao redor da oficina procurando uma saída. Ele esbarrou suas asas na parede e na cadeira, e as penas que caíram flutuavam pelo chão. Yoongi só olhava para ele. Sua mão segurando o esqueiro suspendia no ar. Ele finalmente abaixou seu braço, sentou no chão e cobriu sua cabeça com as mãos.
Eu fui em sua oficina naquela noite. Era espaçosa, mas desolada. Um sofá sujo, uma cadeira, e um piano foram tudo o que eu pude encontrar lá. Pedaços de papeis amassados estavam espalhados por todo o chão. Ele deve ter tentado iniciar um incêndio. Alguns deles pareciam linhas de música, com frases de letras rabiscadas nelas.
Olhei ao redor. Eu encontrei a coisa com asas. O pássaro estava encolhido atrás do piano, com sangue seco ao redor das feridas de suas asas. Parecia estar petrificado e encolhido de medo quando me aproximei. Minusculas gotas de sangue estavam espalhadas pelo chão. Migalhas de pão e água estavam colocadas em frente ao piano.
Eu dei um passo para trás. Mesmo se eu deixá-lo sair pela janela, ele ainda não seria capaz de voar. Quanto tempo demoraria para as feridas curarem? Yoongi continuaria são e salvo enquanto o pássaro estivesse ali? Então, um pensamento veio em minha mente. Yoongi deve ter se impedido por causa disso. Desse passarinho machucado. Uma coisa frágil que não conseguia proteger e salvar a si mesmo. Um ser minusculo que confiou sua vida ao Yoongi.
Depois daquele dia, eu percebi. Se todas as variáveis relacionadas a tentativa de suicídio do Yoongi existem dentro do Yoongi, por quê não arrastar pelo menos uma delas para fora? Eu teria que procurar pelo alvo certo e criar a situação certa. Uma variável que poderia dar ao Yoongi uma razão para parar de se auto destruir. Alguém que poderia compartilhar de suas cicatrizes e desejos. Aquele alguém não era eu. “Não é algo que você consegue fazer sozinho.” Eu fiquei dolorosamente consciente do significado pleno dessas palavras que ouvira pouco depois disso tudo começar.
Eu percebi que o Jungkook tinha o mesmo olhar do Yoongi em seus olhos quando o Namjoon disse “Jungkook ainda tem aquela foto”. Ele se referiu a foto que tiramos juntos na praia no ensino médio. Namjoon aparentemente queria me dizer que o Jungkook ainda pensava em mim, mas me lembrei de uma cena completamente diferente.
Naquele dia nós fomos procurar por aquela pedra que fazia sonhos se tornarem realidade, rimos, reclamamos, e brincamos sob o sol escaldante. E, devastado ao descobrir que a pedra tinha desaparecido, clamei o meu sonho, o qual nem mesmo eu conseguia ouvir, para o mar.
Naquele momento, eu vi o Jungkook gritando alguma pergunta para o Yoongi. Eu não consegui ouvir o que ele estava dizendo, mas eu podia sentir que era importante para o Jungkook. O que ele perguntou ao Yoongi? Por quê ele? Eu não tinha pensado duas vezes nisso naquela época. Yoongi não era vívido como o Hoseok, não era amigável como o  Jimin, e não era confiável como o Namjoon. Por quê o Yoongi? Eu percebi de repente. Foi o Yoongi quem salvou o Jungkook. Os dois tinham o mesmo olhar em seus olhos.
Não foi difícil enviar o Jungkook para o Yoongi. Jungkook ficava sozinho na escola e em casa. Ele não tinha para onde ir depois da escola. Ele geralmente passava seu tempo na lanchonete do Hoseok ou perambulava no contêiner do Namjoon. Eu tranquei a porta do contêiner e fiz o Hoseok sair da loja antes do Jungkook passar por lá. Depois de vagar por ai por um bom tempo, Jungkook finalmente se dirigiu para a oficina do Yoongi. Parecia que ele tinha sentimentos mistos. Eu deveria entrar? E se ele pensar que sou irritante? Expectativa e medo rodopiavam pelo rosto do Jungkook. Desde aquele dia, ele visitava a oficina do Yoongi todo dia. No inicio, Yoongi disse a ele terminantemente para ir embora, mas ele não queria dizer isso de verdade.
Uma sombra apareceu brevemente. Era o Jungkook. Eu me enterrei mais fundo no assento. Eles ainda não sabiam que eu estava de volta. Exceto pelo Namjoon, que encontrei no posto de gasolina. Namjoon disse que todo mundo ficaria muito feliz, mas eu recusei me encontrar com eles. Eu estava esperando pelo momento certo. Eu tinha que esperar até que todos nós estivéssemos juntos.
Talvez nós estivéssemos amarrados juntos com cordas e apoiando um ao outro. Não era fácil traçar essa teia de cordas. Era como um labirinto intrincado. Quando algumas cordas e nós eram compreendidos, outras partes quebravam. Quando uma corda era puxada muito forte, tudo colapsava em um instante. Eu tinha que conectar os pontos, uma corda com outra, observar os outros de perto, para fazê-los se salvarem sem perceberem.
Jungkook parou em frente a oficina do Yoongi e olhou para o segundo andar. Ele não parecia muito animado. Yoongi tinha passado por um momento difícil nos últimos dez dias. Ele esteve bebendo muito e se atormentando. Eu empurrei o Jungkook para dentro desta agonia profunda. O sofrimento do Yoongi deve ter sido esmagador demais para o Jungkook. Uma vez, Jungkook desistiu do Yoongi. Naquela época, Yoongi se jogou nas chamas. Mas cruelmente, Yoongi não morreu. Jungkook nunca se perdoou por falhar em pará-lo.
Cerca de dez minutos se passaram desde que o Jungkook entrou na oficina do Yoongi. O som de algo se despedaçando veio da janela do segundo andar, e Yoongi, com lábios golpeados, apareceu na entrada do prédio, cambaleante. Ele se apressou pela estrada inclinada. Eu olhei para a janela do segundo andar. Jungkook deve estar sentado lá junto ao espelho despedaçado. Ele deve estar pensando que ele não conseguiu salvar o Yoongi. Ele deve estar pensando que era impossível.
Eu liguei o carro depois de ver o Jungkook correr do prédio. Yoongi deve estar se dirigindo ao hotel descendo o quarteirão. Eu deveria deixar um indicio do paradeiro do Yoongi para o Jungkook. Isso era tudo o que eu podia fazer. Eu deixei alguns lenços com manchas de sangue próximo ao portão do hotel.
Sentado no carro, eu vi o Jungkook subir as escadas do hotel. Eu deixei uma foto em frente do espelho na oficina do Yoongi esta manhã. Era a foto de todos nós tirada naquele dia que fomos para a praia. Jungkook viu a foto? Não tinha como eu saber se o Jungkook seguiu o Yoongi por causa daquela foto, se Jungkook decidiu tentar ver uma pequena semente de esperança, ou se Jungkook estava motivado por outra coisa.
Eu não tinha certeza de como Jungkook podia salvar Yoongi. Aquele momento decisivo na vida, aquele último momento, para cada um de nós, incluindo Jungkook e Yoongi, não pode ser interferido. Só pode ser compartilhado por aqueles que sofrem da mesma ferida, entende os medos, sonhos, e derrotas um do outro, e assim, vê através do outro até o núcleo.
Eu olhei para a janela do hotel. Me perguntei o que o Jungkook e o Yoongi estavam conversando lá. E eu desejei desesperadamente que aquela coisa com asas fosse capaz de decolar para o céu de lá.
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linguagem-bangtan · 4 years ago
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11 de Abril, ANO 22 (Taehyung) – [花樣年華 THE NOTES 1; Capítulo ‘Epilogue: Nightmare’]
HYYH The Notes (화양연화 The Notes) são notas, como um diário, de cada membro, narrando eventos do Universo Alternativo do Bangtan. Elas foram lançadas pela primeira vez contidas nos álbuns da série Love Yourself, e em março de 2019 o livro 花樣年華 THE NOTES 1 foi lançado; mais notas são encontradas nos álbuns da série Map Of The Soul. Elas narram e conectam alguns eventos que vimos anteriormente nos MV’s, nos short films de WINGS, no Highlight Reels de Love Yourself, e nos VCR’s das turnês. Veja aqui mais informações e todas as notas listadas cronologicamente.
Esta nota está presente no livro 花樣年華 THE NOTES 1, no capítulo Epilogue: Nightmare.
Taehyung 11 de Abril, ANO 22
Era madrugada quando acordei. O cheiro e o ronco familiar do meu pai fluíam de seu quarto. O ar soturno do outro lado do pedaço de vidro translucido da porta da frente perturbava. Levava apenas três passos da estreita entrada da frente, onde os sapatos ficavam espalhados por todo lado, para o quarto principal. Eu comecei a dormir lá não sei desde quando.
Eu senti pressão nas minhas costas e ombros quando levantei. Fui para fora com um copo de água em minha mão. Descuidadamente calcei qualquer sapato e andei lentamente. Passei pela delegacia, pelo beco, pelo viaduto de pedestres, e a ferrovia surgiu à vista. Era antes do sol nascer, e a rua estava imersa em silêncio sem carros ainda. O vômito do inicio da noite de alguém fedia.
Eu andei ao longo da ferrovia. Um, dois, três, quatro. Eu parei na frente do quarto contêiner a partir da extremidade. Era o do Namjoon. Alcancei a maçaneta e travei. Namjoon deve estar dormindo agora. E o que eu vi ontem �� noite no meu sonho não deve ser nada mais do que um pesadelo.
Eu tomei um gole de água e me virei. Estação e ferrovia arruinadas, casas abandonas, árvores e mato cresciam aleatoriamente entre elas. Uma sacola de plástico preta rolou até mim e então voou no ar. Era uma vizinhança pobre.
No meu sonho, esta área estava envolta em chamas. A cena toda parecia brilhar e ondular. Talvez por causa do calor ou talvez porquê eu estava sonhando. O grito de alguém, algum tipo de som de batida, o som de choro, e o som de algo desmoronando, todos se juntaram e encheram a minha mente. As imagens que brilhavam à distância de repente chegaram perto rapidamente. Eu me senti enjoado e fechei meus olhos, mas era um sonho. Eu não conseguia me livrar deles fechando meus olhos.
Meu olhar, inicialmente bloqueado por chamas, atravessou pessoas de costas para mim no minuto seguinte, e então parou subitamente. Um, dois, três, quatro. O quarto contêiner era do Namjoon. A porta tinha caído. Havia manchas de sangue. Chamas surgiam de dentro. As pessoas afastaram-se para o lado uma depois da outra. O chão surgiu à vista. Namjoon estava deitado lá. Alguém disse abruptamente, “Ele está morto.”
Eu abri meus olhos e vi o teto da minha casa. Eu podia ouvir o ronco do pai. Foi tudo um sonho. Minha palma doeu de repente. Eu liguei a torneira gelada e estendi minha palma. Parecia adormecida debaixo do jato de água. Enchi um copo com água e bebi. Foi um sonho. Um pesadelo.
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linguagem-bangtan · 4 years ago
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17 de Dezembro, ANO 21 (Namjoon) — [花樣年華 THE NOTES 1; Capítulo ‘I Must Survive’]
HYYH The Notes (화양연화 The Notes) são notas, como um diário, de cada membro, narrando eventos do Universo Alternativo do Bangtan. Elas foram lançadas pela primeira vez contidas nos álbuns da série Love Yourself, e em março de 2019 o livro 花樣年華 THE NOTES 1 foi lançado; mais notas são encontradas nos álbuns da série Map Of The Soul. Elas narram e conectam alguns eventos que vimos anteriormente nos MV’s, nos short films de WINGS, no Highlight Reels de Love Yourself, e nos VCR’s das turnês. Veja aqui mais informações e todas as notas listadas cronologicamente.
Esta nota está presente no livro 花樣年華 THE NOTES 1, no capítulo I Must Survive
Namjoon 17 de Dezembro, ANO 21
Eu prossegui desacelerando meu ritmo e finalmente cheguei a um ponto. Era o alvorecer em uma vila rural onde nem mesmo os ônibus funcionavam frequentemente. A vila inteira estava coberta sob a neve luminosa que caiu a noite toda. As árvores estavam encurvadas como grandes feras brancas e derramavam neve toda vez que o vento soprava. Eu sabia sem olhar para trás que eu era o único deixando pegadas pelo campo de neve na vila. Meus pés estavam encharcados há muito tempo por causa das solas rasgadas do meu par de tênis. Uma vez eu ouvi dizer que Deus nos fazia solitários para nos levar a Ele¹. Mas eu não estava solitário. Eu não estava seguindo o caminho rumo a mim. Isso era um recuo. Eu estava fugindo de mim mesmo.
Minha família chegou nesta vila no outono passado. A quantidade de pertences que trazíamos continuava a diminuir toda vez que nos mudávamos para uma nova cidade. Agora só precisamos de uma pequena van de entregas para mudar. Não estávamos em posição para sermos exigentes em relação a onde morávamos. Havia apenas duas condições. Uma era um hospital para o papai, e a outra era um empregador disposto a contratar alguém sem um diploma de ensino médio.
Esta vila tinha ambas. O ônibus que funcionava duas vezes por dia parou em frente ao hospital administrado pelo condado, e a um conjunto de restaurantes alinhados no riacho atrás da cidade. Estes restaurantes vendiam guisado e frituras feitas com pequenos peixes pescados no riacho, e os meses de verão eram sua alta temporada. Multidões procurando uma excursão ribeirinha emanavam de cidades próximas, e a demanda por entregas para aqueles hospedados na vila com a área de descanso na cordilheira eram alta. Durante o inverno, quando o riacho congelava, os restaurantes usavam peixes conservados pegos no verão. Não havia tanto turista quanto no verão, mas chamadas para entregas se mantinham estáveis. Eu era um dos entregadores da cidade.
Claro, havia competição aqui também. A maioria das famílias viviam da agricultura, e, como dá para imaginar, não eram endinheiradas. Serviço de entrega era o único trabalho de meio período disponível para os garotos da cidade. Os donos dos restaurantes faziam a gente competir uns com os outros. “Não é natural que eu contrate quem quer que me impressione mais?” Pare eles, não importava se éramos menores de idade e não tínhamos habilitação de motorista. Os garotos que já tinham sido contratados agiam de modo muito territorial. Eles eram poucos, mas me ameaçavam com trotes rudes.
Durante as férias, a competição se tornou feroz. Nós voluntariamente e competitivamente fazíamos tarefas e tirávamos o lixo para os donos. A conivência deles só nos incitava mais. E contudo, quase inesperadamente, acabamos desenvolvendo um tipo de solidariedade entre nós. Éramos rivais, mas tínhamos uma espécie de simpatia um pelo outro. Se um de nós não aparecia, o resto se perguntava o que tinha acontecido. Eles também me lembravam do tempo que eu passei naquela sala de aula de armazenagem no ensino médio. Alguns deles eram parecidos com o Yoongi, e alguns com o Jimin. Eu não conseguia evitar me perguntar. Se meus amigos da escola tivessem se conhecido aqui nesta vila, teríamos competido e tentado superar um ao outro? Se eu tivesse conhecido esses entregadores na escola, teríamos nos tornado amigos?
A neve caia quando nossa competição, instinto territorial e estranho senso de solidariedade atingiram seu auge. Então, a competição apaziguou instantaneamente. Uma lambreta era uma necessidade para fazer entregas na vila com a área de descanso, mas era muito perigoso dirigir uma moto leve pela trilha montanhosa coberta de neve. A trilha que levava para a vila com a área de descanso era íngreme e sinuosa. Entregar a pé não era uma opção. No fim, foi um confronto entre o Taehyung e eu. Taehyung era dois anos mais novo e vivia nos arredores da vila perto do pomar. Taehyung não era o seu nome verdadeiro. Era ou Jongsik ou Jonghun. Mas ele me lembrava do Taehyung. Ele não tinha aquele sorriso bobo ou se abria facilmente para qualquer um com sua natureza gentil e ingênua. Pelo contrário, ele sempre parecia agressivo, nervoso, e descontente. Por fora, ele parecia com o Yoongi, mas, estranhamente, ele me lembrava mais do Taehyung.
Taehyung e eu éramos os únicos miseravelmente pobres o suficiente para correr o risco e continuar fazendo entregas naquela cidade da montanha coberta de neve. Era o mesmo aquele dia. Quando mais um outro pedido foi pedido no restaurante, eu estava vagando ao redor do riacho. Ninguém tinha aparecido já que a previsão do tempo previa neve pesada na tarde. Taehyung apareceu alguns minutos depois. Em vez de ir para dentro do restaurante e conversado como sempre, ele desabou no chão perto da ponte e não se moveu. Era um daqueles dias. Aqueles dias em que seu rosto estava cortado e ferido. Aqueles dias em que seus olhos estavam vermelhos e suas roupas manchadas de sangue. Havia algo de errado com ele? Alguém estava batendo nele? Eu não perguntei.
Começou a nevar enquanto eu esperava pela comida ser preparada. No mesmo momento eu senti algo frio roçar no meu pescoço, a neve começou a cair mais grossa e pesada. “Você tem certeza que ficará bem?” O dono colocou sua cabeça para fora. Taehyung ficou de pé, e eu virei minha cabeça em direção a ele. “Claro!” Nós dois respondemos simultaneamente. “Nunca se sabe quanta neve a mais vai cair daquele tipo de céu!”, disse alguém de dentro do restaurante. “Acabou de começar a nevar. Eu vou estar de volta em um minuto.” O dono olhou para o meu rosto com um olhar duvidoso. “Mas você ainda não é tão bom em dirigir a lambreta.” Taehyung se aproximou, dizendo que ele tinha dirigido a lambreta muitas vezes. O dono estalou sua língua quando viu o rosto dele. “Não, você hoje não. Vá descansar.” Eu não perdi a minha oportunidade e interrompi. “Há uma primeira vez para tudo. Hoje é a primeira vez que faço uma entrega na neve. Você sabe que sou muito cauteloso.” O dono desistiu. “Venha aqui. Você terá que fazer algumas viagens de ida e volta, então tenha cuidado.”
Eu podia sentir o olhar do Taehyung me seguindo pelas minhas costas enquanto eu entrava no restaurante. Ele me rodeava enquanto eu embalava a comida pronta e as colocava no recipiente. Era estranho. Taehyung geralmente era muito orgulhoso para agir assim. Quando eu olhava de volta para ele, ele dava um passo em minha direção como se ele tivesse algo a dizer. Então, ele se virava novamente. O dono continuava me incomodando acerca de dirigir em uma estrada coberta de neve. Eu fingia ouvir, concordando entusiasticamente com a minha cabeça. Dirigir uma lambreta não era algo que requiria muita atenção, habilidade e estresse.
Ao contrário do que eu pensei, não era fácil subir a encosta em meio a flocos de neve em uma lambreta. A neve não tinha começado a grudar na estrada, mas meus nervos estavam no limite porque ela voava por toda direção em flocos grossos. A decrépita lambreta lutou na encosta. Era como se ela estivesse grudando em mim. Estava frio, mas eu estava pingando suor e todos os meus músculos estavam tensos. No minuto seguinte, meu suor secou e eu senti um arrepio nas minhas costas. Eu continuava repetindo um pensamento para mim mesmo. Eu subi e desci essa estrada sem problema nenhum por todo o outono até o inicio do inverno. Além disso, a neve não está grudada e a estrada não está escorregadia.
A lambreta escorregou impotentemente na descida da minha terceira viagem. Eu tinha acabado de começar a ganhar confiança e pensar que eu era bom em manusear a lambreta em um dia de neve. Como a neve estava caindo já fazia um tempo e a estrada tinha pouco tráfego, ela começou a ajuntar aqui e ali. Mas ainda estava OK no centro da estrada, e a encosta não estava tão íngreme. Então, assim que esse pensamento passou pela minha mente, a roda traseira deslizou. Assustado, eu apertei os freios fortemente. Eu estava segurando eles muito forte? Esse pensamento preencheu minha cabeça. Eu acho que eu me lembrei do dono dizendo algo sobre os freios. Os avisos do dono que eu escutei pela metade correram pela minha mente. A lambreta pareceu ganhar controle por um momento, mas as rodas começaram a guinar antes mesmo que eu pudesse dar um suspiro de alívio. Na respiração seguinte, eu fui lançado para a estrada. Eu cai como se a lambreta tivesse me quicado o mais forte que pudesse. A lambreta deslizou pela estrada sozinha e deve ter esbarrado em algo. Eu ouvi uma batida alta.
Me levantei em um pulo. Eu não podia me dar ao luxo de checar se eu estava machucado ou onde doía. Eu corri até a lambreta, que estava de lado embaixo de uma árvore no lado direito da estrada. Estava coberta de folhas caídas. Eu a peguei e encontrei um arranhão profundo e imperdível na sua parte inferior. Eu coloquei a chave e a girei. Não ligou. Suor rolou pela minha nuca. Todas as articulações do meu corpo doíam. Eu estava tomado pelo medo. Não tinha como eu pagar pela lambreta.
Eu girei a chave novamente, desta vez chutando o motor. O motor pareceu agitar e voltar mas morreu rapidamente. Eu xinguei sob minha respiração, fechei meu olhos e chutei o chão o mais forte que podia. Minha mão, que segura a chave, não parava de tremer. Os rostos dos meus pais e irmão passaram pela minha mente. Eu olhei para o céu e recuperei o meu juízo. Apertei e desapertei os meus punhos. Então, eu girei a chave outra vez.
O motor finalmente ligou depois de várias tentativas. A lambreta funcionou, soando como o ganido de um animal morrendo. Eu desabei no chão. Eu estava esgotado. O arranhão profundo estava ao nível dos olhos. Eu pulei e o esfreguei fortemente com a ponta do meu tênis. Era uma lambreta velha, coberta com inúmeros entalhes e arranhões. Pode passar despercebido.
Quando levantei, um dos meus tornozelos formigou de dor. Só então que eu comecei a checar minha própria condição. Felizmente, não havia feridas sérias. Havia um pequeno corte acima do osso do meu tornozelo esquerdo que estava sangrando. Minhas coxas e cintura podem doer na manhã seguinte, mas eu já passei por isso.
Taehyung me assistiu estacionar a lambreta e entrou no restaurante. Ele percebeu? Eu comecei a ficar nervoso, mas conversei com o dono o mais casualmente possível. O pedido de entrega seguinte chegou logo. Eu tinha que sair de novo antes mesmo de me esquentar.
“Hey...” Taehyung falou comigo enquanto eu me aproximava da lambreta. Ele viu o arranhão? Eu respondi em uma voz deliberadamente alta. “O que?” Depois de um pouco de hesitação, Taehyung continuou. “Eu tenho um favor para te pedir.” “Favor? Que favor?” Foi quando o meu celular tocou. Eu levantei uma mão para pedir silêncio a ele e me virei. Era a mamãe. O papai tentou ir para fora sozinho e caiu. Ela me pediu para levá-lo ao hospital. Eu fechei meus olhos. Raiva subiu de dentro. Eu cerrei meus dentes. Eu podia sentir a minha irritação lentamente surgindo do meu estômago. Flocos de neve, agora perceptivelmente maiores, caiam no meu rosto. Eu estava subindo e descendo aquela estrada escorregadia neste clima para ganhar quase nada. O corte no meu tornozelo esquerdo doía, e minhas coxas estavam queimando. Mas eu estava saindo para dirigir aquela lambreta de novo. Era o único modo de ganhar aquele pouco de dinheiro hoje.
Eu podia entender o porquê ele tentou caminhar sozinho. Era o seu orgulho restante como o chefe da nossa família e sua tentativa de manter sua dignidade como um pai. Mas nós não podíamos nos dar tal luxo na cara da pobreza. Dignidade, orgulho, senso de justiça, e moral só levavam a um fardo maior e mais dinheiro a gastar. Quando abri meus olhos, Taehyung estava olhando para mim. Eu entreguei a chave para ele.
Quando papai e eu saímos do ônibus do hospital, o sol já havia se posto. O grandes flocos de neve de mais cedo tinham continuado a crescer e criou montes de neve. O ônibus se arrastou adiante. Demorou o dobro do tempo habitual para chegar ao hospital e voltar para casa. Eu andei para casa carregando o papai nas minhas costas sem ninguém à vista para segurar um guarda chuva para nós. Meu cabelo estava úmido e minhas mãos o segurando estavam entorpecidas pelo frio.
Eu dei uma pausa embaixo de uma árvore zelkova na rua do aterro. Eu segurei minha respiração e olhei para cima. Uma vista panorâmica da vila preencheu os meus olhos. A vila coberta debaixo da neve parecia tranquila e pacífica. Luzes amarelas calorosas fluíam pelas janelas de diferentes casas aqui e ali. O cheiro de arroz e guisado cozido afiaram meu apetite. Quando entramos no beco após passar pela ponte, cachorros começaram a latir. Embora tenhamos vivido nesta vila por vários meses, os cachorros ainda latiam para mim como um estranho. Mamãe se levantou em um pulo quando entramos. “Ele precisa receber tratamento ambulatório por pelo menos mais três dias.” Eu deitei o papai no seu quarto e fui para fora. Ainda sem sinal da neve parar. “Por que você me odeia tanto? Me deixe ao menos saber o motivo.” Eu gritei para os cachorros latindo. Eu ouvi sobre o acidente do Taehyung no dia seguinte.
Quando eu passei pelo restaurante do lado do riacho, eu vi o dono falar com um policial. Eu congelei instantaneamente. Eu pensei que ele tivesse vindo por mim. Eu danifiquei a lambreta no dia anterior. Eu podia ficar com problemas por dirigir abaixo da idade permitida e sem uma habilitação de motorista. Eu deveria correr para casa? Mas o ônibus não viria por horas. Não era possível fugir com o papai nas suas condições.
“Você ouviu?” Era a dona de outro restaurante. Ela disse que o acidente aconteceu quando o Taehyung estava dirigindo ladeira abaixo após a entrega. Seu corpo ficou lá por mais de três horas até que alguém passando de carro o encontrou. Um residente da cidade com a área de descanso ligou para o dono do restaurante, mas ninguém empenhou-se para encontrá-lo.
O policial disse que o Taehyung era um motorista inexperiente. Ele também o culpou por não usar um capacete. Eu vi um capacete, o qual eu nunca vi antes, colocado no balcão do restaurante. O dono continuou dizendo que ele nunca forçou o Taehyung a sair para entregas e até mesmo tentou convencê-lo a não ir. Era verdade. Taehyung e eu insistíamos que estávamos OK com isso. Os vizinhos contribuíram. Era uma vila pequena onde todo mundo conhecia todo mundo. Eles tinham ao menos uma ou duas memórias de todos ali, fosse de uma briga de punhos, calunia ou traição. Uma série de episódios sobre ele começaram a fluir. Ele viveu com sua mãe e sua irmã e não tinha pai.
A mão do Taehyung se retorcia em agonia em um banco em frente ao restaurante e lamentava. Traga meu filho de volta. Traga meu pobre, pobre filho de volta. É uma morte injusta...No inicio, os vizinhos tentaram a acalmar e choravam com ela. Mas estava frio e o sol se pôs mais cedo. Na tarde, a mão do Taehyung foi deixada sozinha, e o cheiro de janta fluía pelas janelas como sempre. Toda vez que o vento soprava nas árvores alinhadas no riacho, neve caia aos montes. Ela só ficou sentada lá no meio dela.
Eu a vi sentada sozinha enquanto eu estava levando o papai para casa do hospital. Sem perceber, eu parei de andar e lembrei do lugar do acidente. Depois de ouvir sobre o Taehyung, eu andei pela trilha sozinho. Minha respiração congelou e eu cai no chão como cristais de gelo. A silhueta do Taehyung desenhada em um contorno branco na estrada estava meio apagada. Eu parei em seus pés. Folhas úmidas estavam rolando ao redor, e os traços acinzentados de cloreto de cálcio ainda restavam. Poderia ter sido eu deitado ali. Se eu tivesse feito aquela entrega, se tivesse sido eu em vez do Taehyung, então este seria o meu contorno. Poderia ter sido a minha família lamentando naquele banco em vez da do Taehyung.
Eu virei os meus passos após papai tossir violentamente. “Namjoon.” Papai me chamou quando estávamos prestes a entrar no beco após atravessar a ponte. Assim que eu diminui meus passos, os cachorros começaram a latir. Papai continuou com uma voz fraca. Era dificilmente audível, perdida entre os latidos ferozes. Eu fingi que eu não o ouvi.
Mais uma semana passou. A vila rapidamente voltou ao normal. A mãe do Taehyung às vezes chorava amargamente na frente do restaurante, mas ninguém dividia o seu sofrimento. As pessoas simplesmente repreendiam a irmã do Taehyung até que ela a levava. Alguns diziam que era só um acidente de trânsito. Eu comecei a trabalhar em outro restaurante. De fato, eu estava encarregado com todas as entregas para a vila com a área de descanso. Mais uma nevasca pesada se seguiu, e a trilha continuou a congelar e descongelar. Pedidos de entrega só estavam voltando agora, mas ninguém se submetia a fazer o serviço de entregas. Eu fazia cinco ou seis entregas por dia, e minha renda aumentou bastante. Eu sempre tinha certeza de usar o capacete e os equipamentos de proteção. Eu nunca tirava os olhos da estrada com todos os nervos atentos.
Noite passada, eu fiz a minha última entrega. Eu não sabia que seria a minha última naquele momento, mas foi. A área de descanso fechou para os meses de inverno de qualquer forma. Quando eu fui lá, pessoas estavam reunidas no escritório. Parecia que estavam discutindo a venda do estabelecimento. Eu não reconheci alguns dos rostos. Eles deviam ser estranhos que acabaram de se mudar. Enquanto eu deixava a comida e pegava o dinheiro, um deles começou a falar do acidente do Taehyung. Um outro estranho estalou sua língua e mencionou o quão perigoso era dirigir uma moto em um dia de neve. O estranho que mencionou o acidente do Taehyung primeiro me alertou para sempre tomar cuidado extra. Eu o agradeci por se preocupar comigo. Mas não foi de coração. Se ele estava tão preocupado com a encosta coberta de neve e minha segurança, ele não deveria ter pedido comida em primeiro lugar.
“Você sabe o que é realmente perigoso?”, o estranho disse sem consideração logo antes de eu fechar a porta atrás de mim. “Cloreto de cálcio e folhas molhadas, não a neve em si. A menos que você seja um motorista muito bom, você vai derrapar se passar por cima delas. Não nevou aquele dia? Então, ele deve ter - ”. Suas últimas palavras ficaram inaudíveis quando a porta fechou. Eu atravessei a vazia e sombria área de descanso. Eu passei pela lanchonete estreita e pelo balcão local de descontos especiais e me dirigi para a saída.
Eu desci as escadas um degrau de cada vez. Estava abaixo de zero, mas não parecia tão frio. A chave ficava escorregando dos meus dedos, e eu ficava a girando sem sucesso. Eu apertei e desapertei meu punho. A velha lambreta se agitou como louca e finalmente ligou. Eu sai da área de descaso lentamente. Uma curva começava na placa de sinalização da área de descanso. Eu fiz uma curva à direita em um circulo amplo, desci uma seção reta curta, e cheguei em outra curva que virava para a esquerda. Esse era o ponto onde eu escorreguei primeiro, e então Taehyung teve problemas.
Eu mantive meus olhos adiante e rapidamente passei pelo ponto. Eu tentei me convencer de que eu não estava tirando os olhos da estrada para minha segurança, mas era por culpa. Culpa por sobreviver sozinho. Culpa por me sentir aliviado por eu ser o que ainda estava vivo. Culpa por não ser capaz de seguir em frente. Culpa por eu não defender suas habilidades de direção e por não confessar que eu nunca vi um capacete no restaurante. Talvez eu só era um hipócrita fingindo ter uma consciência de culpa.
Eu tinha espalhado as folhas molhadas no lugar onde Taehyung caiu. Eu não queria que isso acontecesse, mas eu era responsável por isso tudo. Fui eu quem aspergiu o cloreto de cálcio. Com boas intenções, para prevenir a estrada de congelar. De fato, eu fiz isso por mim mesmo porque eu realmente acreditava que eu faria a próxima entrega e a outra depois dela. “Você sabe o que é realmente perigoso?”. O que eu ouvi na área de descanso continuava se repetindo na minha mente. “Ele deve ter passado por cima delas e escorregado”. Se eu tivesse removido as folhas, se eu não tivesse aspergido cloreto de cálcio, ele estaria a salvo?
Muitas pessoas já estavam no ponto de ônibus, esperando pelo primeiro ônibus do dia. Eu acenei minha cabeça em cumprimento e a mantive abaixada. Eu tentei não fazer contato visual com ninguém. O primeiro ônibus do dia surgiu à vista.
Ele parou aos poucos. Com a minha cabeça abaixada, eu entrei depois dos outros passageiros. Eu não tinha um plano especifico. Eu só estava escapando. Do rosto exausto da minha mãe. Do meu irmão se extraviando. Do meu pai lutando contra a sua doença. Da sorte da nossa família indo ladeira abaixo. Da minha família exigindo sacrifício e obediência de mim. De eu tentando renunciar ao meu destino. E, acima de tudo, da pobreza. Pobreza come o coração da vida. Transforma o que é precioso em algo sem significado. Faz você desistir do que não deveria ser desistido. Faz você duvidar, temer e se desesperar.
Noite passada eu saí da area de descanso, passei pelo restaurante, e então fui para casa. Eu não me lembro quem eu encontrei e o que eu conversei e pensei. Meu corpo inteiro e minha mente pareciam entorpecidos. Eu não sabia dizer se estava ventando, se estava frio, como cheirava, ou quem eu encontrei. Meu cérebro parecia ter congelado. Eu estava me movendo mecanicamente como um zumbi alheio a quem eu sou, o que eu fiz, o que eu estou fazendo, e o que eu estou pensando. Foi os cachorros latindo que me tiraram do transe, na boca do beco indo para casa. Naquele momento, todos os meus sentidos, que estavam paralisados, acordaram todos de uma vez e incontáveis cenas do meu passado apareceram diante dos meus olhos: os dias de mudança de um lugar para o outro, o momento em que eu escorreguei na estrada, eu me arrastando para o dono do restaurante e competindo com os outros garotos para descarregar os trabalhos de entrega, os garotos que riam de mim, e eu olhando para os meus colegas em seus uniformes escolares esperando pelo ônibus. O som dos cachorros latindo e a visão de seus olhos ameaçadores cheios de ódio foram adicionados àquelas cenas.
Eu quase gritei, “Parem! O que vocês querem eu que eu faça?”, mas eu me segurei. A voz do meu pai ressoava em meus ouvidos. Sua voz fraca, debilitada. Eu pensei no que ele me falou naquela noite em que voltávamos do hospital para casa...o que eu fingi não ouvir, mas ouvi claro como o dia através dos latidos dos cachorros. O que eu tinha refletido repetidas vezes desde aquele dia. O que eu tentei não pensar sobre. “Vá, Namjoon. Você deve sobreviver.”
O ônibus partiu, previsto para chegar em Songju algumas horas depois. Eu não deixei nenhuma mensagem quando eu deixei Songju há um ano atrás. Agora, estou retornando para a cidade sem nenhum aviso. Eu pensei nos meus amigos. Eu não mantive contato com nenhum deles. Eu me perguntei o que eles estavam fazendo e se eles ainda estavam lá. Eu não conseguia ver o lado de fora pela janela coberta com gelo. Eu escrevi lentamente na janela com meu indicador. “Eu devo sobreviver.”
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15 de Agosto, ANO 22 (Seokjin) – [花樣年華 THE NOTES 1; Capítulo ‘The Direction Where The Sun Rises’]
HYYH The Notes (화양연화 The Notes) são notas, como um diário, de cada membro, narrando eventos do Universo Alternativo do Bangtan. Elas foram lançadas pela primeira vez contidas nos álbuns da série Love Yourself, e em março de 2019 o livro 花樣年華 THE NOTES 1 foi lançado; mais notas são encontradas nos álbuns da série Map Of The Soul. Elas narram e conectam alguns eventos que vimos anteriormente nos MV’s, nos short films de WINGS, no Highlight Reels de Love Yourself, e nos VCR’s das turnês. Veja aqui mais informações e todas as notas listadas cronologicamente.
Esta nota está presente no livro 花樣年華 THE NOTES 1, no capítulo The Direction Where the Sun Rises
Seokjin 15 de Agosto, ANO 22
Eu a vi pela primeira vez na ferrovia. Foi cerca de um mês atrás em um dia que eu tinha muita coisa na cabeça. Eu fui ver o Jungkook no hospital mas fiquei lá por apenas 10 minutos. Eu raramente falava com o Jungkook quando estava lá. Por algum motivo, o Jungkook ficava tenso e mantinha sua guarda contra mim. Nenhuma mensagem foi postada na nossa conversa em grupo. A mensagem do Hoseok, a qual ele dizia que não iria mais manter contanto, foi a última. Eu senti que aquela mensagem foi direcionada ao Yoongi. Mas, sempre que eu a lia, parecia que ela foi direcionada a mim por alguma razão.
Eu sai do hospital e andei às cegas. Eu percebi depois de um tempo que eu estava na frente do cruzamento da ferrovia. A barra de cruzamento estava abaixada, e eu podia ver um trem se aproximando à distância. Me lembrou da vez em que eu entrei no avião sozinho na minha infância. Pode soar bobo, mas foi parecido. O que eu estava esperando? O que quer que fosse, eu não deveria esperar algo assim? Aquele sentimento de pertencimento foi nada mais do que uma ilusão? O que era esse vazio? Eu estava completamente sozinho afinal? O que eu fiz de errado? Essa linha de pensamento continuou com o vento forte agitado pelo trem que passava.
O trem desapareceu de vista tão rápido quanto se aproximou. A barra levantou e o cruzamento estava aberto novamente. Ela andou na minha direção, balançando contra o fluxo de ar trazido pelo trem. Ela derrubou o seu diário enquanto passava por mim. Em seu diário estava a sua lista de desejos: fazer aula de italiano, se juntar a um programa de estadia em um templo, se voluntariar em um abrigo de animais, fazer um curso de barista, e dividir seu fone de ouvido com seu namorado durante uma caminhada. Smeraldo era um deles.
Debaixo de um recorte de revista da Smeraldo estava o seguinte parágrafo:
O amor não é essencialmente um relacionamento com uma pessoa específica; é uma atitude, a qual determina a relação de uma pessoa com o mundo como um todo. Se eu verdadeiramente amo uma pessoa, eu amo todas as pessoas, eu amo o mundo, eu amo a vida. Se eu posso dizer para outrem, “Eu te amo”, eu devo ser capaz de dizer “Eu amo a todos em você, através de você eu amo o mundo, e também me amo em você.”  – De A Arte de Amar por Erich Fromm
Eu fiz muitas coisas com ela por um mês. Caminhamos, dividimos o fone de ouvido e ouvimos música como ela queria e nos voluntariamos juntos em um abrigo de animais. Não pudemos ficar em um templo, mas pegamos um ônibus e viajamos até o último ponto e passamos tempo no nosso café favorito.
Smeraldo é uma flor dita crescer somente na parte norte da Itália. Eu fui até uma grande floricultura nas proximidades, mas ninguém nunca tinha ouvido falar da flor. Então encontrei esta pequena floricultura ainda em construção. Era na esquina do lado esquerdo depois do cruzamento da ponte até Munhyeon.
Eu não tinha altas expectativas quando o proprietário, que estava organizando alguns documentos em um canto, se aproximou de mim. Ao ouvir o nome da flor, o proprietário olhou para mim por um longo tempo e me disse que ele seria capaz de me entregar a flor, embora sua loja ainda não estivesse oficialmente aberta. “Por que precisa ser essa flor?”
Ela não sabia que eu estava com o diário dela. Ela nunca seria capaz de imaginar que eu segui a lista em seu diário para fazer todas as coisas que fizemos juntos no mês passado. Eu não devolvi o seu diário ou disse a ela que eu estava com ele. Eu sabia que isso era errado. Eu sabia que eu estava praticamente enganando ela. Eu tentei confessar tudo algumas vezes, mas eu estava com medo. Eu estava com medo que ela pudesse me deixar assim como meus amigos. Eu estava com medo de que seu coração se tornaria frio assim que ela tivesse um vislumbre dos meus erros, meus delitos, da minha insensatez, e dos meus medos.
Eu queria fazê-la feliz. Eu queria fazê-la rir. Toda vez que eu fazia ela feliz, parecia que eu tinha me tornado uma pessoa melhor. Parecia que meus defeitos estavam sendo escondidos. Eu só tinha mais uma coisa para preparar. Era uma flor que significava “a verdade não contada” no idioma das flores.
O proprietário pareceu perplexo com o meu pedido para pegar a flor Smeraldo até dia 30 de Agosto e disse que seria difícil encontrar uma até lá. Mas tinha que ser esse dia. Uma exibição de fogos de artificio estava programada para acontecer no Rio Yangjicheon. Ela era apaixonada pelo céu noturno. Eu estava pensando em confessar o meu amor por ela quando os fogos de artificio explodirem no céu. Eu estava pensando em presentear ela com a sua flor favorita e confiar o meu coração a ela na sua hora favorita, em seu lugar favorito.
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22 de Maio, ANO 22 (Jimin) – [花樣年華 THE NOTES 1; Capítulo ‘The Most Beautiful Day Of Our Lives’]
HYYH The Notes (화양연화 The Notes) são notas, como um diário, de cada membro, narrando eventos do Universo Alternativo do Bangtan. Elas foram lançadas pela primeira vez contidas nos álbuns da série Love Yourself, e em março de 2019 o livro 花樣年華 THE NOTES 1 foi lançado; mais notas são encontradas nos álbuns da série Map Of The Soul. Elas narram e conectam alguns eventos que vimos anteriormente nos MV’s, nos short films de WINGS, no Highlight Reels de Love Yourself, e nos VCR’s das turnês. Veja aqui mais informações e todas as notas listadas cronologicamente.
Esta nota está presente no livro 花樣年華 THE NOTES 1, no capítulo The Most Beautiful Day Of Our Lives
Jimin 22 de Maio, ANO 22
“Nós deveríamos ir também.” Foi o que o Hoseok disse. Eu virei minha cabeça, olhando além da porta de nosso alojamento. A mesa, as cadeiras, as panelas, e os pratos estavam espalhados por todo o lugar. “Jimin, vamos.” Eu fechei a porta apressadamente. Eles estavam muito à minha frente. Yoongi e Hoseok tomaram a frente, com o Jungkook os seguindo de perto. Havia sete de nós quando chegamos, e agora somente quatro restaram.
Eu olhei para cima quando passamos pelo mirante. Não havia luz na praia depois do pôr do sol. O mirante e o mar se abstinham na escuridão, e nada era visível. Havia apenas o rugir das ondas batendo. Eu me dei conta de que aqui era o lugar. O lugar que visitamos quando viemos para o mar juntos pela primeira vez. A pedra, que diziam que fazia sonhos se tornarem realidade. Nós gritamos com todas as forças de nossos pulmões neste mesmo lugar onde a pedra tinha sido explodida em pedaços para dar espaço a um novo resort. “Jungkook, não foi em algum lugar por aqui?” Eu olhei para trás, mas o Jungkook já estava bem à frente dos outros. Hoseok chamou por ele, mas ele não pareceu ouvir. Me ocorreu então. O Jungkook também está seguindo em frente ao longo de seu próprio caminho. Ele sempre esteve atrás dos outros. Ele foi junto e parou quando os outros pararam. Eu era o mesmo. Eu olhei em todas as direções em um cruzamento. Eu tinha que virar para a esquerda para chegar à estação de trem ou a direita para pegar um ônibus para casa.
Eu tinha que voltar para casa um dia. Eu não podia evitá-la para sempre. Eu tinha que confessar minhas mentiras e dizer a verdade para os meus pais. Mesmo se eles não estivessem dispostos a ouvi-las. Eu tinha que começar a abotoar o primeiro botão em algum momento. Eu vi o Yoongi ir para a estrada da esquerda. “Jimin, se apresse.” Hoseok virou sua cabeça para mim. “Hoseok, eu estou indo para casa agora.” Com um olhar confuso, ele perguntou, “Casa?” Eu assentei. Em seguida, virei à direita.
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22 de Maio, ANO 22 (Jungkook) – [花樣年華 THE NOTES 1; Capítulo ‘The Most Beautiful Day Of Our Lives’]
HYYH The Notes (화양연화 The Notes) são notas, como um diário, de cada membro, narrando eventos do Universo Alternativo do Bangtan. Elas foram lançadas pela primeira vez contidas nos álbuns da série Love Yourself, e em março de 2019 o livro 花樣年華 THE NOTES 1 foi lançado; mais notas são encontradas nos álbuns da série Map Of The Soul. Elas narram e conectam alguns eventos que vimos anteriormente nos MV’s, nos short films de WINGS, no Highlight Reels de Love Yourself, e nos VCR’s das turnês. Veja aqui mais informações e todas as notas listadas cronologicamente.
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Jungkook 22 de Maio, ANO 22
Alguém chacoalhou o meu ombro para me acordar. Quando abri meu olhos, a janela do carro estava preenchida com a paisagem marítima. A brisa do mar estava fria, provavelmente porque eu estava meio acordado. Eu me envolvi com meus braços e sai do carro. Os outros, já na praia onde as ondas quebravam contra a costa, acenaram para mim. Além deles estava o mar, e acima do mar estava o sol. O cenário todo parecia um quadro
O vento se levantou e encheu esse quadro com areia impetuosa assim que eu levantei minha mão para acenar de volta. O pó arenoso subiu do chão e rodopiou. Os outros viraram todos de uma vez, cobrindo seus rostos para afastar o vento granulado. Eu fiz o mesmo, fechando meus olhos apertados, curvando minha cabeça, e cobrindo meu rosto com meu braço. Ficamos nessa posição em meio ao som de ondas batendo e vento assobiando por um longo tempo.
Tentei abrir meus olhos, mas eles picavam por causa da areia. “Não esfregue eles. Só vai piorar.” Ao ouvir o Hoseok, eu pisquei lentamente. O mar, o céu, e os outros ficavam aparecendo e desaparecendo através das lágrimas brotando nos meus olhos. Depois de piscar várias vezes, as lágrimas e a ardência diminuíram. As lágrimas devem ter enxaguado os grãos de areia. Eu ouvi os outros rindo. Eles estavam rindo de mim parado no meio da praia vazia derramando lágrimas.
Não sei quem começou a correr primeiro. Começou como uma brincadeira boba. Eu fingi perseguir os outros que estavam tirando sarro de mim. Hoseok disparou como se ele estivesse fugindo de mim. Então, o resto se juntou, correndo de um para o outro e rindo alegremente. Em algum ponto, todos estávamos correndo ao longo da estrada costeira. Eu corri atrás dos outros. Eu estava sem fôlego, suado, e tinha uma dor de cabeça intensa. Mas eu não parei porque eles continuaram.
Nós nos reencontramos de novo, tiramos o Jimin do hospital, e retornamos pra esta mesma praia. Não foi planejado. Tudo o que eu fiz foi me juntar, mas eu me sentia entusiasmado. Talvez correr por ai sem pensar em nada era o único modo de lidar com essa sensação terrivelmente emocionante. Eu fiz o mesmo quando nós matamos aula e viemos para esta praia pela primeira vez.
“É verdade. Nós éramos assim naquela época também.” Namjoon disse quando deitamos na praia para recuperar o fôlego. “Eu acho que estava tão quente quanto hoje. Quando foi?” Jimin disse. “Foi 12 de junho.” Minha boa memória pegou todo mundo de surpresa. Eu me lembro o dia exato porque a foto que tiramos naquele dia estava marcada com a data. As vezes eu a pegava e olhava para ela. Eu não disse para ninguém, mas naquele dia eu senti que eu finalmente tinha encontrado uma verdadeira família. Verdadeiros irmãos.
“Pessoal...” Eu comecei a expressar minha gratidão mas me encontrei sem palavras. “O que?” Os outros me apressaram um por um e então se arremessaram em mim. Rolamos pela praia enrolados, brincando feito crianças.
“Por que você está aqui sozinho?” Eu sentei ao lado do Taehyung que estava sentado em um canto da praia longe dos outros. Ele olhou para mim brevemente e me fez um pergunta em vez de responder. “Aquilo estava lá na primeira vez que viemos aqui?” Ele estava falando do mirante. “Se estivesse nós teríamos escalado ele. Mas eu não me lembro.” Ele acenou com a cabeça em concordância, e continuou olhando para o mirante.
“Vamos.” Alguém bateu no meu ombro. Era o Seokjin. Seu rosto estava irreconhecível já que ele estava contra a luz. Deve ser porque eu estava sentado enquanto o olhava, mas ele parecia muito alto. Eu me levantei, limpando a areia. Meus pés afundaram na areia quente. Eu me esgueirei na sombra do Seokjin e caminhei, chutando areia com a ponta do meu tênis. A areia que eu chutava espirrava nas calças do Seokjin, mas ele não olhou para trás.
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16 de Maio, ANO 22 (Hoseok) – [花樣年華 THE NOTES 1; Capítulo ‘The Topmost Floor In The City’]
HYYH The Notes (화양연화 The Notes) são notas, como um diário, de cada membro, narrando eventos do Universo Alternativo do Bangtan. Elas foram lançadas pela primeira vez contidas nos álbuns da série Love Yourself, e em março de 2019 o livro 花樣年華 THE NOTES 1 foi lançado; mais notas são encontradas nos álbuns da série Map Of The Soul. Elas narram e conectam alguns eventos que vimos anteriormente nos MV’s, nos short films de WINGS, no Highlight Reels de Love Yourself, e nos VCR’s das turnês. Veja aqui mais informações e todas as notas listadas cronologicamente.
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Hoseok 16 de Maio, ANO 22
Eu podia ser o meu eu mais honesto em casa. Às vezes eu gritava com todas as forças dos meus pulmões e cantava na janela. Às vezes eu tocava música e dançava como louco. E às vezes eu acordava chorando à noite. Quando acontecia, eu só ficava deitado lá parado, olhando para o teto. Mas eu nunca desmaiava de narcolepsia em casa.
Jimin não voltou para casa depois que ele saiu do hospital. Ele veio para minha casa e agora estava olhando para a cidade se inclinando no parapeito do terraço. Ele deve estar procurando pela nossa escola, pela lanchonete Two Star Burger, e pelas luzes ao longo da ferrovia como eu. Ele também deve estar procurando pela sua casa. Isso era algo em nossos instintos humanos. Todo mundo procura por sua casa quando escalam algo alto ou desdobram um grande mapa.
Eu pensei em perguntar a ele o porquê ele não foi para casa. Mas eu desisti. Sua cabeça deve estar uma bagunça, e eu não queria agravar. Além do mais, eu podia imaginar o porquê baseado em como a mãe do Jimin reagiu na sala de emergência aquele dia. De fato, eu raramente fazia perguntas aos meus amigos. Eu sentia que eu já sabia a resposta para a maioria delas. E eu não queria que eles se sentissem desconfortáveis. Ou eles poderiam achar minhas perguntas muito indiscretas ou irritantes.
Sendo sincero, eu sempre ficava curioso para onde os outros estavam se dirigindo quando passavam pela minha loja. Mas eu nunca corri para perguntar a eles. Para onde o Jungkook estava indo com suas feridas? A oficina do Yoongi era naquela direção? Por quê o Namjoon abandonou a escola? Onde o Taehyung aprendeu grafite? Pensando bem, eu não sabia muito sobre os outros.
“Você encontrou?” Eu me aproximei do Jimin e perguntei. “Encontrei o que?” Jimin soou confuso. “Sua casa.” Jimin assentiu. “Eu cresci naquele orfanato bem ali.” Eu apontei para um lugar além da ferrovia. “Vê aquele supermercado na direção do rio do posto de gasolina onde o Namjoon trabalha? Vê a placa de neon em formato de trevo atrás dele? O orfanato está a esquerda da placa de neon. Eu vivi lá por mais de dez anos.” O olhos do Jimin pareciam estar se perguntando o porquê eu estava dizendo tudo isso a ele. Meus amigos já sabiam que eu cresci em um orfanato. Eu o considerava minha casa. Eu não me forçava a pensar daquele jeito por paz interior. Eu realmente acreditava que ele era minha casa. Uma casa sem mãe.
“Eu tenho algo para confessar.” Algo que eu estive mentindo. “Minha narcolepsia era uma farsa.” Devia ser por isso que eu não conseguia perguntar nada para ninguém. Não era porque eu tinha medo de machucá-los. Era porque eu menti, porque eu não tinha a coragem de ser honesto. Porque, assim que eu admitisse isso, eu também teria que admitir que eu não tinha ninguém para chamar de ‘mãe’, não apenas no orfanato, mas no mundo inteiro. Deve ter sido por isso que eu não perguntava para nenhum deles sobre seus problemas.
Jimin não era bom em esconder seus sentimentos. Seu olhar surpreso era autoexplicativo. Eu não sabia como me desculpar com ele. Jimin tinha agonizado por mim inúmeras vezes. Ele deve ter explodido em lágrimas quando presenciou isso pela primeira vez. “Eu não fazia isso de propósito. Eu só devo ter ignorado que havia uma maneira de eu ficar bem. Eu sei que isto não faz sentido. Eu não consigo descrever claramente.”
“Então, você está bem agora?” Jimin, que ficou ouvindo silenciosamente por um tempo, virou sua cabeça para mim e perguntou. Eu estou bem agora? Eu perguntei a mim mesmo. Jimin ainda estava olhando para mim. Eu olhei para a cidade bem iluminada abaixo. “Bom, eu não sei. Nós seremos capazes de descobrir conforme o tempo passar. Estou ansioso por isso. Você não está?” Jimin riu. Eu ri junto.
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15 de Maio, ANO 22 (Jimin) – [花樣年華 THE NOTES 1; Capítulo ‘The Topmost Floor In The City’]
HYYH The Notes (화양연화 The Notes) são notas, como um diário, de cada membro, narrando eventos do Universo Alternativo do Bangtan. Elas foram lançadas pela primeira vez contidas nos álbuns da série Love Yourself, e em março de 2019 o livro 花樣年華 THE NOTES 1 foi lançado; mais notas são encontradas nos álbuns da série Map Of The Soul. Elas narram e conectam alguns eventos que vimos anteriormente nos MV’s, nos short films de WINGS, no Highlight Reels de Love Yourself, e nos VCR’s das turnês. Veja aqui mais informações e todas as notas listadas cronologicamente.
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Jimin 15 de Maio, ANO 22
Três dias se passaram desde que o Hoseok recebeu alta do hospital. Eu não queria dizer adeus, então eu o segui secretamente. Enquanto eu me mantinha escondido e seguindo atrás, Hoseok andava pelo longo corredor em direção a porta. Indiferentemente ele passou pela linha próxima a saída de emergência, onde eu sempre parava. Eu o observei por detrás . Sem perceber, eu parei bem ali. Eu conseguia dar pelo menos mais cinco passos largos, mas eu só fiquei parado lá.
Hoseok lentamente alcançou e abriu a porta gentilmente. A luz do sol ofuscante fluiu através da porta aberta juntamente com o ar exterior. Cheirava um pouco pungente, mas refrescante ao mesmo tempo. A paisagem do outro lado da porta tomou conta de mim. Quando o Hoseok pisou para fora, a porta começou a fechar. Eu poderia deslizar por ela se eu corresse agora. Eu olhei para o chão. A linha limite, que era visível para ninguém além de mim, ainda estava lá.
Eu me virei. Ou, eu estava prestes a me virar quando alguém passou, empurrando meu ombro fortemente. Eu cai diretamente no chão. Levantei minha cabeça, ainda deitado. Eu tinha ultrapassado a linha. O idiota estava passando por mim, se dirigindo a porta. Foi ele quem me empurrou. Ele continuou a atropelar os outros em seu caminho. Ele não prestou atenção neles. Quando ele empurrou a porta o mais forte que podia, a luz do sol fluiu novamente. Ele correu para fora. Um enfermeiro o perseguiu, mas ele era mais rápido. A porta começou a fechar novamente. Eu levantei em um salto. Um passo sobre minha linha. Eu dei mais um passo adiante. Faltavam apenas mais três passos largos para chegar a porta. Mas eu me virei de novo, bem ciente do meu limite.
Um estranho já ocupava a cama do Hoseok. Eu fechei meus olhos, mas não conseguia dormir. Eu não conseguia deixar de refletir no que ele disse antes de receber alta. “Jimin, vamos sair daqui.” Ele estava com uma expressão complicada que eu nunca tinha visto antes. Ele nunca pareceu ou soou daquele jeito. Eu só fiquei parado lá, parecendo hesitante, sem saber como responder. Havia mais uma razão pela qual eu não conseguia parar de pensar em suas palavras. Houve um incidente que aconteceu logo antes disso.
Eu estava esperando pelo elevador no segundo andar onde eu tinha fisioterapia. Eu tropecei quando briguei com o idiota, e meu pulso ficou machucado e não se curou bem. Eu estava ficando impaciente porque a alta do Hoseok estava próxima, mas o elevador estava preso no nono andar. Eu pensei ter ouvido alguém chamar meu nome logo que pensei em pegar as escadas. Aquele alguém estava parado em frente a saída de emergência no final do corredor. Eu não conseguia reconhecer quem era com a luz do sol vindo da janela. Quando dei um passo a frente, a pessoa subitamente correu para a saída de emergência. O perfil da pessoa surgiu à vista momentaneamente, mas eu ainda não consegui reconhecer quem era. Quem poderia ser? Eu andei em direção a escada de emergência, me sentindo estranho.
Quando abri a porta da saída de emergência e coloquei minha cabeça por ela, alguém passou rapidamente. Instintivamente eu tirei minha cabeça da porta. Nós quase trombamos. “Mãe!” Ao ouvir o grito desesperado, eu enfiei minha cabeça de volta. Era o Hoseok, descendo as escadas desenfreadamente. E havia uma mulher parada no final da escada. O que é tudo isso? Eu pisei no patamar. Hoseok pisou em falso na mesma hora. Eu me arremessei para frente e estiquei minhas mãos sem pensar e o peguei. Hoseok vacilou quando eu o desacelerei abruptamente, e eu mal consegui manter meu equilíbrio.
Ele não disse nada até que nós subimos a escada de volta e pisamos no corredor do quinto andar. Ele permaneceu em silencio enquanto andávamos para o quarto. Então, ele parou de repente e olhou para mim. “Jimin, vamos sair daqui.” Eu não consegui responder. Ele me disse com firmeza, “Eu vou voltar por você.” Eu respondi, “Eu vou voltar para a ala psiquiátrica em alguns dias.”
Três dias se passaram. Eu voltaria para a ala psiquiátrica no dia seguinte. Eu arrumei meus pertences e deitei. Eu me revirei na cama por um tempo mas logo cochilei.
Eu acordei com uma sensação de algo caindo. O hospital era um lugar estranho, e era difícil dormir profundamente. Eu conseguia sentir tudo ao meu redor com meus olhos fechados, e mesmo os menores sons me mantinham desperto. O quarto estava escuro como breu. Uma brisa soprou através da janela aberta. As cortinas se agitaram em meio ao fluxo do ar abafado. O teto, o chão, escuridão e silencio. Eram todos familiar.
Eu estava prestes a ligar o abajur quando a mão de alguém me segurou. Era o Hoseok. Eu sentei em surpresa, e ele colocou seu dedo em seus lábios. “Nós viemos todos juntos.” Ele disse que estavam me esperando lá fora. Ele estendeu sua mão.
Eu ainda estava enterrado em tantos medos. Eu era invisível para os meus pais. Eu seria tomado como nada mais do que um fugitivo de uma ala psiquiátrica no mundo exterior. Era mais seguro ficar no hospital e ser um paciente obediente. Eu não tinha certeza se eu ia me ajustar bem lá fora. Eu podia pensar em um milhão de razões para não ir embora.
Hoseok não hesitou. Ele agarrou minha mão, me colocou de pé, e me deu uma camiseta. Eu estava fora da cama antes que eu percebesse. O corredor estava parado e quieto. Algumas enfermeiras estavam na mesa. Estavam todas ocupadas com seu próprio trabalho e nem olharam em nossa direção, mas o Hoseok e eu andamos o mais silenciosamente possível, tensos. O elevador estava esperando no quinto andar. Quando a porta se abriu, Namjoon e Seokjin estavam dentro.
Saímos no primeiro andar e pisamos no corredor quando Hoseok me empurrou para uma porta a esquerda abruptamente. Era um saguão. Geralmente era lotado com pacientes e cuidadores de dia, mas de noite era quieto e escuro, só com as luzes nebulosas dos postes de luz entrando. Uma vela estava acesa e Jungkook e Taehyung surgiram da escuridão. O rosto do Yoongi também estava visível atrás deles. Na mesa havia salgadinhos e latas de refrigerante.
Uma enfermeira veio pela porta de trás logo que eu bebi um gole de refrigerante. Antes de eu terminar de dizer olá para eles, a enfermeira perguntou o que estávamos fazendo aqui, e Yoongi disse que era uma festa de aniversário. Ela entrou no saguão. “Todos vocês são nossos pacientes? Eu acho que não.” Eu era o único usando uma bata de paciente. Sem perceber, eu apertei minha mão ao redor da lata de refrigerante. A lata de alumínio amassou com um som estranho. Hoseok agarrou o meu ombro. “Tá tudo bem.” Foi o Namjoon. “Quando eu der o sinal, comecem a correr.” Deve ter sido o Jungkook.
Seokjin, que já estava na porta da frente, nos deu um olhar e foi para fora. Hoseok olhou em nossa volta e gritou, “Corra, Jimin.” Todos nós saímos correndo. Eu fui pego na emoção e corri com eles. Taehyung pisou em falso e quase caiu, e os salgadinhos e garrafas de refrigerante voaram no ar. Nós disparamos agilmente através das mesas e saímos no corredor do primeiro andar. As vozes altas e os passos das enfermeiras continuaram a nos perseguir. O corredor se esticava diante de nós assim como ontem.
Meu coração palpitava enquanto eu passava pela kit net e ia para as escadas de emergência. Sem perceber, meu passo desacelerou. Minha cabeça estava bombardeada com perguntas. Estaria tudo bem mesmo? Estou certo? Pode ser até mais difícil lá fora. Eu posso não ter ninguém do meu lado. Seria mais seguro e confortável aqui. Não é tarde demais. Seria melhor eu parar aqui. Seria melhor eu admitir meus limites. Seria melhor ser um bom garoto.
Minha linha estava a apenas alguns passo de distancia. Eu olhei para trás. Agora os zeladores tinham se juntado e estavam perseguindo os outros. Minha mão segurando a camiseta tremia violentamente. Pareciam que estavam no meu alcance. Talvez eu não tinha escolha. “Está tudo bem, Park Jimin, corra!” Aquela voz me forçou adiante. Eu dei mais um passo.
Eu ultrapassei a linha. Eu tinha dado apenas mais um passo até a porta, mas uma mudança dramática aconteceu. Algo dento de mim se enrolou e arfou como se eu tivesse acabado de saltar de um penhasco íngreme para outro. Enquanto eu jogava a minha bata de paciente e colocava a camiseta, eu dei outro passo em direção a porta. O passo seguinte foi mais rápido, e o próximo ainda mais rápido. As paredes em ambos os lados brilhavam ligeiramente, e a porta se aproximou em grandes passos. Só cinco passos restavam para chegar da linha a porta. Para qualquer um, era apenas um curta distancia de cinco passos. Mas eu não tinha ousado vir tão longe. Esta era a primeira vez que eu tinha passado a linha sozinho. A porta estava ao meu alcance.
Assim que passar pela porta, o ambiente vai ser completamente diferente do que me rodeou. Eu me recuso a pensar no que vai acontecer em seguida. Eu vou focar em dar um passo de cada vez. Eu empurrei a porta com toda a minha força. Cada célula do meu corpo colidiu com o ar exterior. Não havia luz do sol sufocante ou vento forte como eu sempre imaginei. Eu senti como se eu fosse chorar. O som do meu coração ecoava em todas as direções.
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11 de Maio, ANO 22 (Jimin) – [花樣年華 THE NOTES 1; Capítulo ‘The Topmost Floor In The City’]
HYYH The Notes (화양연화 The Notes) são notas, como um diário, de cada membro, narrando eventos do Universo Alternativo do Bangtan. Elas foram lançadas pela primeira vez contidas nos álbuns da série Love Yourself, e em março de 2019 o livro 花樣年華 THE NOTES 1 foi lançado; mais notas são encontradas nos álbuns da série Map Of The Soul. Elas narram e conectam alguns eventos que vimos anteriormente nos MV’s, nos short films de WINGS, no Highlight Reels de Love Yourself, e nos VCR’s das turnês. Veja aqui mais informações e todas as notas listadas cronologicamente.
Esta nota está presente no livro 花樣年華 THE NOTES 1, no capítulo The Topmost Floor In The City.
Jimin 11 de Maio, ANO 22
Eu fui transferido para a ala cirúrgica cerca de duas semanas atrás. De inicio, me pareceu estranho ver pessoas indo e vindo tão livremente. Logo, eu percebi que era só mais outra parte do hospital. Havia pacientes, enfermeiros e médicos. Foi me dado remédios e injeções. Em suma, era o mesmo que a ala psiquiátrica. A única diferença era que a ala cirúrgica tinha um corredor mais longo com um saguão no meio do caminho. Claro, havia uma diferença mais importante. Me era permitido perambular livremente pela ala. De noite, eu saia furtivamente do meu quarto e perambulava por aí. Eu pulava e dançava no saguão, e corria pelo corredor do primeiro andar em máxima velocidade. Esses eram simples prazeres que não eram permitidos na ala psiquiátrica.
Um dia, eu descobri algo estranho sobre mim enquanto eu corria pelo corredor. Em algum ponto depois da kit net e escada de emergência, meu corpo chegou em um impasse sem motivo. Ainda tinha cinco passos para chegar no final, mas eu parei e era incapaz de dar outro passo. No final do corredor tinha uma porta. A porta abria para o mundo exterior. Fora do hospital. A porta não tinha uma placa de “Zona Proibida”, e ninguém veio correndo me parar. Mas eu não consegui ir mais longe. Logo eu descobri o porquê. Aquele era o trecho do corredor igual o da ala psiquiátrica. Como se uma linha estivesse desenhada no chão, eu parei no ponto exato, onde o corredor da ala psiquiátrica terminava.
Eles me chamavam de bom garoto na ala psiquiátrica. Às vezes eu tinha convulsões, mas geralmente eu era obediente. Eu sorria e continuava a mentir sem ninguém saber de nada. E eu sabia meu limite. O corredor da ala psiquiátrica podia ser coberto em 24 passos largos. Quando eu fui hospitalizado pela primeira vez, eu tinha 8. Eu chorei e exigi ir para casa com a minha mãe, segurando na porta de ferro no final daquele corredor. Desesperadamente eu tentei abrir a porta até que os enfermeiros vieram correndo e me deram uma injeção. Por um tempo, os enfermeiros ficavam tensos sempre que eu pisava no corredor. Agora, ninguém prestava atenção em mim mesmo se eu corresse pelo corredor e alcançasse a porta. Eu já sabia que a porta estava trancada de qualquer forma. Eu só ficava correndo até a porta e voltando. Eu não implorava ou chorava mais para eles abrirem a porta.
Mas o mundo é cheio de pessoas mais idiotas do que eu. Eles seguravam e balançavam a porta sem parar. Eles eram impedidos pelos funcionários, recebiam injeções, e eram amarrados em suas camas. Se eles se comportassem só um pouco mais adequadamente, suas vidas poderiam se tornar muito mais confortáveis. Aqueles idiotas não sabiam de nada.
Eu não era assim no começo. Eu também era deixado desmaiado pelos sedativos forçadamente injetados pelos enfermeiros e fui pego tentando fugir do hospital nos primeiros dias. Eu chamava a minha mãe, chorando violentamente, o suficiente para ficar rouco várias vezes. “Eu não estou doente. Eu estou bem agora. Por favor, venha e me leva para casa”. Eu fiquei acordado a noite toda por vários dias, mas minha mãe não veio.
Quando eu fui levado ao hospital depois deles me encontrarem inconsciente no Arboreto, meus pais não fizeram nenhuma pergunta. Eles ignoraram o fato de eu ter apagado lá. Foi o mesmo quando eu comecei a ter convulsões. Eles me hospitalizaram, deram alta depois de um tempo, e me transferiram para outra escola. A reputação a família era importante para eles. Um filho com uma doença mental era inaceitável.
Eu não me tornei um bom garoto da noite para o dia. Não houve um evento dramático ou um incidente memorável. Eu só continuei a desistir de mim pouco a pouco, assim com uma unha cresce. Eu parei de chorar e de ansiar ir para fora em algum momento. Eu parei de correr em direção à porta do corredor.
Eu frequentava a escola entre as estadias no hospital, mas eu sabia que eu seria mandado de volta em algum momento. Era revigorante olhar para o céu e desfrutar a fragrância de cada estação. Mas eu tentei não guardá-las em minha memória. Logo elas seriam mantidos longe de mim. Amigos também. Um histórico de doença mental não era útil para fazer amigos.
Não havia exceções. Eu conheci um grupo que pareciam como amigos de verdade. Foi há quase dois anos atrás. Eu tentava não me lembrar deles, mas eu não conseguia não relembrar daqueles dias. Eu tive que me separar deles depois que eu tive uma convulsão no ponto de ônibus depois da escola. A última coisa que eu lembrava era a janela do ônibus circular do Arboreto se abrindo. Foi ai que eu apaguei.
Quando abri meus olhos, eu estava no hospital. Minha mãe estava no canto falando em seu celular. Minha mente rodopiou por um tempo. Eu não sabia aonde eu estava ou como eu cheguei lá. Eu olhei em volta e encontrei janelas com barras de metal. Então, tudo veio à tona. O céu azul que vi no caminho de volta para casa, os jogos bobos que jogamos no ponto de ônibus, o ônibus circular do Arboreto se aproximando, e os clarões nas janelas do ônibus.
Eu fechei meus olhos. Mas era tarde demais. O portão da frente do Arboreto apareceu diante dos meus olhos. Era dia de piquenique no primeiro ano da escola. Eu estava correndo pela chuva forte com minha mochila sobre minha cabeça. Um armazém surgiu à vista. A porta tinha sido deixada aberta. Eu entrei. O cheiro viscoso e bafiento, o som da minha respiração pesada, e o som metálico estridente.
Eu sentei na minha cama e gritei. “Não! Eu não me lembro! Eu esqueci!” Minha mãe veio correndo, chamando por alguém. Eu sacudia minha cabeça violentamente. Balancei meus braços em todas as direções para me livrar daquele cheiro, toque, som e visão. Mas as memórias vinham com tudo. A barreira que as seguraram por dez anos desmoronaram e cada detalhe daquele dia surgiram em minha mente, olhos, células e unhas como se estivesse acontecendo novamente. Eu tive uma convulsão e foi me dado uma injeção. A droga fluiu pelas minhas veias, e eu adormeci rapidamente. Eu fechei meus olhos e desejei que isto fosse tudo um sonho e que, quando eu acordasse de novo, eu não seria capaz de me lembrar de nada.
Aquele desejo foi só um desejo. Em vez disso, um ciclo de convulsões, injeções, e sono induzidos por injeções que pareciam como quedas de um penhasco continuaram. Depois de acordar daquele sono, parecia como se meu corpo todo estivesse coberto por lama. Lama que parecia sangue. Não importava o quanto eu tentasse lavá-lo, o cheiro daquele armazém permanecia. Eu me esfregava até sangrar, mas ainda me sentia sujo.
Quando o médico me perguntou sobre isso em um tom preocupado, eu tremi e me desculpei primeiro. Eu disse repetidamente que eu sentia muito. Era tudo minha culpa. Por favor, me deixe esquecer sobre tudo isso. Então, eu tentei fingir que nada aconteceu. Eu não sabia do que ele estava falando. Eu não me lembrava de nada. Eu olhei para o médico e sorri “Eu não me lembro de nada.” O médico realmente acreditou em mim? Eu não tinha certeza. Mas o importante era que eu me tornei um bom garoto. Minha vida no hospital era pacífica. Era um lugar ideal para jogar meu tempo fora. Eu não ansiava por nada e não me sentia limitado, com medo, ou sozinho. Isso foi até noite passada. Antes de eu encontrar o Hoseok de novo.
Eu fui transferido para a ala cirúrgica porque eu briguei com o idiota que ficava tentando chegar até a porta no fim do corredor apesar da restrição dos enfermeiros. Nós dois ficamos machucados e fomos colocados em quartos diferentes no quinto andar da ala cirúrgica. Eu fui colocado em um quarto para seis pessoas. Minha cama ficava no meio, e os pacientes em ambos os lados mudavam frequentemente.
Eu acordei no meio da noite. O paciente ao meu lado parecia estar tendo um pesadelo e ficava gemendo. O som de gemido vinha da cama do meu lado esquerdo. Eu puxei o lençol sobre minha cabeça. Eu estava cansado de pesadelos. Eu não precisava ouvir isto. Eu tentei aturar por um tempo, mas seu pesadelo continuou. Por fim, eu levantei e fui para sua cama. Eu bati de leve em seu ombro e tentei ajudar. “Está tudo bem. É só um sonho.”
Eu descobri esta manhã que o paciente era o Hoseok. Eu arrastei as cortinas para meu café da manhã, e o Hoseok estava sentado na cama ao lado da minha. Ele parecia feliz por me ver de novo. Eu também estava feliz? Provavelmente, em algum canto da minha mente. Ele conviveu comigo e cuidou de mim, um transferido que era um completo estranho na escola. Ele também pegava o caminho longo comigo depois das aulas. Eu ainda me lembro dos dias em que costumávamos caminhar para casa com picolés em nossas mãos. Mas ele também foi quem viu minha convulsão no ponto de ônibus antes de eu chegar aqui. Foi ele quem me trouxe para este hospital. Ele deve ter topado com a minha mãe. Eu não queria explicar minha situação para ele.
Eu sai do quarto sem tocar na minha comida. Hoseok parecia me seguir, mas eu conheci cada canto deste hospital. Ele não conseguia me alcançar. Eu perambulei pelo hospital o dia todo. Das escadas, eu vi os outros, até o Jungkook, quando eles vieram visitar o Hoseok. Eles não mudaram muito.
A tarde inteira, eu subi e desci as escadas e andei por ai nos outros andares. Me apoiei na janela no final do corredor e contei os carros passando. Eu fiquei chateado. Eu pulei todas as minhas refeições, e não havia lugar para sentar e relaxar confortavelmente. Era irritante ouvir as gargalhadas vindo do meu quarto. Eu fiquei com mais raiva porque eu não conseguia entender o porquê eu estava com tanta raiva. Eu voltei para minha cama tarde da noite. “Onde você esteve?”, ele perguntou para mim casualmente. Então, me deu um pedaço de pão.
Deve ser porque eu estava faminto. O pão estava quente e delicioso. Eu não consegui deixar de confessar para ele. Que eu fui confinado na ala psiquiátrica há um longo tempo. Que eu fui enviado brevemente para a ala cirúrgica mas seria mandado de volta logo. Que eu não teria alta em um futuro próximo. Que, como ele testemunhou, eu era uma pessoa que tinha convulsões nas ruas. Que eu era um paciente que poderia ser perigoso. Eu não queria adicionar a última parte. Mas eu pensei que isso impediria ele de me criticar.
Ele pausou por um minuto. Então, tomou meu pão. “Jimin, não exagere. Você não sabe que eu tenho narcolepsia? Eu posso apagar em qualquer hora ou qualquer lugar. Eu sou perigoso também?” Ele deu uma mordida no meu pão. Eu congelei sem saber o que dizer. Então, ele disse “O que? Você quer isto de volta?” Ele mordeu o pão de novo e o devolveu para mim. Eu o peguei de volta imediatamente. Ele me perguntou de novo “Convulsões são contagiosas? Narcolepsia não é. Não se preocupe.” Ele não mudou nem um pouco.
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10 de Maio, ANO 22 (Hoseok) – [花樣年華 THE NOTES 1; Capítulo ‘The Topmost Floor In The City’]
HYYH The Notes (화양연화 The Notes) são notas, como um diário, de cada membro, narrando eventos do Universo Alternativo do Bangtan. Elas foram lançadas pela primeira vez contidas nos álbuns da série Love Yourself, e em março de 2019 o livro 花樣年華 THE NOTES 1 foi lançado; mais notas são encontradas nos álbuns da série Map Of The Soul. Elas narram e conectam alguns eventos que vimos anteriormente nos MV’s, nos short films de WINGS, no Highlight Reels de Love Yourself, e nos VCR’s das turnês. Veja aqui mais informações e todas as notas listadas cronologicamente.
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Hoseok 10 de Maio, ANO 22
Minha narcolepsia acontecia em qualquer hora, qualquer lugar. Eu desmaiava sem aviso enquanto trabalhava, e apagava subitamente na rua. Eu fingia que eu não estava tão preocupado com isso na frente daqueles que se preocupavam comigo. Eu jamais contei a ninguém que eu não aguentava contar até dez.
Eu sempre acabava tendo sonhos com a mamãe quando eu apagava. Os sonhos eram todos parecidos. Eu estava me dirigindo para algum lugar com a minha mãe em um ônibus. Eu estava animado e alegre. Eu lia as placas que passavam, observava seu perfil, e ficava inquieto. Eu tinha por volta de 7 nos meus sonhos.
Então, de repente passava pela minha cabeça. A minha mãe me abandonou. Eu tinha 20 quando percebia isso. A minha mãe ainda estava sentada no assento na minha frente no ônibus. Ela parecia do mesmo jeito de costas. Quando eu sussurrava “Mãe”, ela virara sua cabeça como se me ouvisse. Sua silhueta brilhava contra a luz brilhante do sol e seu cabelo esvoaçava no vento assim como no parque de diversões aquele dia. A parte mais triste era que eu sabia. Eu sabia que eu acordaria deste sonho se ela virasse mais sua cabeça e olhasse para mim.
Eu tentava dizer a ela para não se virar, mas minha voz falhava. Eu ficava tentando gritar. “Mãe, não se vire. Não se vire.” Mas ela sempre se virava e me olhava. Assim que nossos olhos estavam prestes a se encontrar, tudo ficava branco, e a pálida luz florescente do teto do quarto de hospital aparecia.
Foi o mesmo hoje. Quando abri meus olhos, a primeira coisa que surgiu à vista foi a luz florescente no teto. Eu fui trocado para uma bata hospitalar. O médico disse que parecia que eu tive uma concussão e precisava de uma checagem mais cuidadosa. Fui movido para um quarto de seis pessoas. Eu me sentia exausto. Eu sempre me sentia exausto quando eu recuperava a consciência.
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11 de Abril, ANO 22 (Seokjin) – [花樣年華 THE NOTES 1; Capítulo ‘What To Look For When Lost’]
HYYH The Notes (화양연화 The Notes) são notas, como um diário, de cada membro, narrando eventos do Universo Alternativo do Bangtan. Elas foram lançadas pela primeira vez contidas nos álbuns da série Love Yourself, e em março de 2019 o livro 花樣年華 THE NOTES 1 foi lançado; mais notas são encontradas nos álbuns da série Map Of The Soul. Elas narram e conectam alguns eventos que vimos anteriormente nos MV’s, nos short films de WINGS, no Highlight Reels de Love Yourself, e nos VCR’s das turnês. Veja aqui mais informações e todas as notas listadas cronologicamente.
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Seokjin 11 de Abril, ANO 22
A luz fluindo da janela estreita do contêiner parecia um tipo de sinal. Um sinal que nos guia quando estamos perdidos, um sinal que aponta para abrigo quando não temos nenhum lugar para ir, e um sinal que ilumina os amigos que ficam conosco. Eu estacionei meu carro em uma esquina um pouco longe da ferrovia, e assisti os outros se reunirem seguindo o sinal. Primeiro entrou o Hoseok, seguido do Yoongi, Jungkook, Taehyung e Namjoon. Como eles estão agora? Do que eles estão falando agora? Não era que eu não queria encontrar com eles. Mas este era só o começo. O momento ainda não era propício. Algum dia, todos nós estaremos juntos novamente. Nós riremos juntos em meio àquele sinal. Isto é o quão longe eu vou hoje. Eu virei o meu carro para o outro lado.
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12 de Junho, ANO 19 (Jungkook) — [花樣年華 THE NOTES 1; Capítulo ‘Everything Started From Here’]
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Esta nota está presente no livro 花樣年華 THE NOTES 1, no capítulo Everything Started From Here
Jungkook 12 de Junho, ANO 19
O sol ainda estava batendo quando chegamos na estação de trem à beira-mar. Nossas sombras estavam quase invisíveis, pairando ao redor de nossos pés. Não havia lugar para se esconder do sol. Eu pensei ter ouvido o rugido das ondas, e logo um trecho da linda areia da praia se revelou diante de nossos olhos. Era o inicio do verão. Os primeiros turistas já estavam empoleirados debaixo de guarda-sóis. Há algo a respeito do mar que me deixa cheio de emoções. Taehyung e Hoseok gritaram de animação e se apressaram adiante. Ao acenarem, Jimin e Seokjin se juntaram a eles.
Eles me chamaram. “Jungkook!” Eu acenei para eles e sorri alegremente. Ou, eu sorri para fingir que eu estava alegre. Eu ainda era desajeitado para revelar os meus sentimentos e me adaptar a ambientes estranhos. Uma vez alguém me disse que eu agia como uma criança tímida, intimidada. Era a mesma coisa esse dia. Eu me sentia pouco à vontade na presença dos outros, como se eu não pertencesse ali.
Não havia muito o que fazer na praia, nosso destino impulsivo. “Vamos correr.” Hoseok sugeriu repentinamente e correu na frente. Todo mundo correu atrás mas logo desistiram. Estava muito quente. Namjoon trouxe uma sombrinha rasgada que ele encontrou em algum lugar. Nós setes nos deitamos embaixo dela. A luz do sol passava através dos rasgos da sombrinha. Pontos redondos da luz do sol ficavam se movendo pouco a pouco, e nós nos contorcíamos para evitá-las.
“Vocês querem ir ver essa pedra?” Hoseok mostrou seu celular. Havia uma foto de uma grande pedra na praia. “Dizem que, se você gritar seu sonho em direção ao mar de pé nessa pedra, ele se realizará.” Jimin pegou o celular e olhou para a foto. “Não é um pouco longe? É há pelo menos 3.5 km daqui.” Yoongi rolou para o lado. “Eu não vou. Eu não tenho nenhum sonho em primeiro lugar. Mesmo se eu tivesse, eu não andaria 3.5 km nesse calor...de jeito nenhum.” Taehyung se levantou. “Eu vou.”
Nós começamos a andar embaixo da sombrinha rasgada. A areia da praia estava queimando sob o sol escaldante, e o ar estava tão quente que mal conseguíamos respirar. Nós andamos pela praia lentamente, com nossos pés afundando na areia quente. Hoseok tentou fazer piadas, mas ninguém respondeu. Taehyung se jogou no chão e declarou que estava desistindo. Namjoon o pegou do chão e deu um empurrão em suas costas. Nossos rostos estavam vermelhos e pingando de suor. Tentamos nos abanar com a bainha de nossas camisetas, mas isso só nos assoprou mais ar quente. Mesmo assim, continuamos avançando.
Anteriormente, eu havia perguntado aos outros quais eram os sonhos deles. Seokjin disse que sonhava em se tornar uma boa pessoa. Yoongi disse que estava tudo bem não ter um sonho. Hoseok só queria ser feliz. E Namjoon. O que ele disse para nós? Eu não me lembro, mas não era nada especial. Basicamente, nenhum de nós tínhamos um sonho para perseguir. Então, por que estávamos andando debaixo do sol escaldante para chegar a uma pedra há 3.5 de distância, na qual supostamente fazia sonhos se realizarem?
No caminho, jogamos fora a sombrinha que o Namjoon, Hoseok e Seokjin se revezaram para segurar. Ela bloqueou o sol um pouco, mas era muito pesada com aquele cabo de aço. “Para de fazer isso.” Isso foi o que o Yoongi disse para mim enquanto descansávamos depois de descartarmos a sombrinha. Inicialmente, eu fiquei confuso. De fato, eu raramente falava com o Yoongi e nem mesmo percebi que ele estava falando comigo. Yoongi me mostrou os seus dedos. “Eles ficarão como os meus.” Ele também tinha cutículas em carne viva por morder suas unhas. Hesitantemente, coloquei minhas mãos em meus bolsos. Eu não respondi porque eu não sabia o que dizer.
“Qual o teu sonho?” Yoongi perguntou. “Você não nos disse o teu.” Ele não parecia genuinamente interessado na minha resposta. Ele só parecia estar perguntando para continuar a conversa. “Eu não sei. Eu nunca pensei sobre isso.” “Bom, não há nada de errado com isso.”
“A propósito, o que é um sonho?” Eu perguntei depois de certa hesitação. Yoongi respondeu com sua voz arrastada. “Eu te disse que eu não tenho um.” “Não, eu quero dizer...” Eu hesitei e continuei. “Eu estava me perguntando o que é um sonho. O que as pessoas querem dizer com um sonho?” Ele me olhou e então virou seu olhar para o céu, franzindo a testa. “Algo que você quer alcançar? Eu acho.”
Hoseok tomou a frente, balançando o seu celular para nós. “A primeira definição do dicionário é, ‘uma série de eventos imaginários experienciados durante o sono’; a segunda, ‘uma situação ou um ideal que alguém espera realizar’; e a terceira, ‘falsas expectativas ou pensamentos que são quase ou completamente improváveis de se tornar realidade’.”
“A terceira definição não é estranha? Como algo que é improvável de se tornar realidade pode ser chamado de sonho?” Hoseok respondeu. “As pessoas às vezes dizem para você acordar do seu sonho. Então, se você está sonhando em se virar e voltar para casa antes que cheguemos na pedra, acorde de seu sonho!”
Alguns de nós riram alto, mas o resto não mostrou nenhuma reação, provavelmente porque não havia energia restante. “Isso é estranho. Como algo que você mais quer alcançar na sua vida e algo que é improvável de se tornar realidade ambos serem chamados de sonho?” Yoongi disse, rindo. “Talvez isso signifique que as pessoas estão desesperadas. Elas simplesmente não conseguem desistir de seus sonhos, mesmo sabendo que eles não se realizarão. Nunca tente ter um sonho.” Eu olhei surpreso para ele. “Como não?” Yoongi tinha começado a roer suas unhas e, tendo consciência do meu olhar, colocou suas mãos nos bolsos. “Porque é difícil ter um.”
Eu estava curioso a respeito do porque ele roía suas unhas, mas não perguntei. Em vez disso, olhei para os meus próprios dedos. Era um hábito desde a minha infância me machucar. Eu não me lembro quando começou. Tudo o que me lembro é do sentimento distinto de cortar meu dedo com uma faca um dia. Depois que a sensação dolorosa passou, sangue jorrou da ferida. Ela estava dormente e formigando ao mesmo tempo. Mamãe me levou ao hospital, e eu tive a ferida costurada, esterilizada e revestida. Ela fingiu não fazer alarde na frente do médico, mas não fez meu jantar ou me ajudou a tomar meu remédio depois que chegamos em casa. Eu não esperava que ela o fizesse. Ela era daquele jeito desde que o meu pai foi embora.
A ferida se curou muito lentamente porque eu ficava pressionando ela com a ponta da minha unha. Toda vez que eu pressionava a ferida, uma dor afiada disparava pelo meu dedo. Às vezes doía tanto que eu ficava a beira de lágrimas. Mas isso também me ajudava a me sentir desperto de novo. Mesmo agora, às vezes me sinto vazio. Tudo parece sem sentido e toda a energia drena para fora de mim.
“Quanto mais precisamos caminhar?” Com a pergunta do Taehyung, Hoseok pareceu ficar perdido. “Estranho. Eu tenho certeza que deveria estar em algum lugar por aqui.” Nós paramos e olhamos ao redor. Somente o som das ondas quebrando na praia preenchiam o vazio do silêncio sob o céu azul. Centenas de milhares de seixos estavam espalhados pela praia como grãos de areia. A pedra da foto não estava em lugar nenhum.
“Deveríamos continuar indo só um pouco mais longe?” “Eu não consigo dar mais um passo.” “Estou com fome e sede.” No meio da nossa conversa, Jimin soltou um suspiro com seus olhos fixados em seu celular. Taehyung, que estava olhando para o celular do Jimin, chutou violentamente um seixo com uma expressão vazia. Jimin leu o artigo em voz alta. Um resort de luxo será construído nesta praia, e a companhia de construção explodiu a pedra em pedaços porque ela obstruía a vista do primeiro e segundo andar do resort. Nós demos uma vasta olhada ao redor. Faixas amarelas estavam instaladas por toda a praia para marcar qual área estava designada como um zona em desenvolvimento, com escavadoras gigantescas percorrendo ao fundo. Uma placa que dizia “Construções Seawall” surgiu à vista.
“Eu suponho que viemos ao lugar certo.” Hoseok disse, batendo em um seixo com a ponta do seu tênis. Todos esses seixos espalhados pela praia devem ser o que sobrou da pedra explodida. “Está tudo bem. Não existe tal coisa como uma pedra que faz seus sonhos se tornarem realidade.” Namjoon consolou o Hoseok, batendo em seu ombro levemente. “Nós não temos nenhum sonho, em primeiro lugar.” “Sem possibilidade de realizá-los mesmo se tivéssemos.” “Sonhar é um luxo para nós.” Todo mundo tentou dizer algo positivo, mas não estava funcionando. Não estávamos esperando muito, mas também não viemos todo esse caminho para ver isso.
Yoongi, que me disse para não ter sonhos porque eles eram muito difíceis, não estava diferente. Depois de olhar para o mar vagamente por alguns minutos, ele começou a roer suas unhas de novo. Ele parecia completamente alheio ao que estava fazendo. “Yoongi.” Ele se virou para olhar para mim. “Não –” Minhas próximas palavras foram interrompidas pelo som estrondoso de uma broca. Nós todos nos viramos ao mesmo tempo. Eles estavam retomando o trabalho da construção. O estrondo alto soava como se estivesse vindo de uma pedra enorme sendo perfurada e fez o ar rolar e inclinar pesadamente.
Yoongi franziu sua testa e cutucou o meu ombro. “O que você disse?” Ele resmungou algo. “Não faça isso.” Eu coloquei minhas mãos em forma de concha na minha boca e gritei. Yoongi não pareceu ter me ouvido e balançou sua cabeça novamente, franzindo a testa. Eu ia gritar de novo, mas ele já tinha parado de roer suas unhas. Eu podia ver o mar além de seus ombros. Os inúmeros seixos trituraram sob meus pés. A pedra deve ter sido enorme, poderosa, e velha o bastaste para fazer o sonho das pessoas se tornarem realidade. Mas agora, não era mais do que uma pilha de cascalho. “O mundo é difícil para você também?” Eu perguntei. Como esperado, o estrondo tremor de terra da broca engoliu minha voz. O olhar confuso do Yoongi me dizia que ele não entendeu. Eu gritei novamente. “Você também quer desistir desse mundo?” Ele murmurou algo dessa vez, mas eu não consegui entender o que era. Eu balancei minha cabeça, e Yoongi gritou novamente. Olhando para a nossa mimica, Hoseok e Taehyung caíram na gargalhada. A risada deles também era inaudível, mas seus rostos mostravam a animação.
No minuto seguinte, nós estávamos todos olhando para o mar e gritando nossos sonhos. Hoseok cobriu suas orelhas com as mãos e abriu sua boca. Parecia que ele estava competindo com o som da broca, mas era inaudível. O mesmo estava acontecendo com o Taehyung, Jimin e Namjoon. Cada um de nós clamamos uma história que nunca alcançaria destino nenhum. Eu estava de pé atrás do Yoongi e do Seokjin de inicio, passei por eles e fui até aonde as ondas rolavam. Todos os meus sentidos vieram à tona. As vozes dos outros se enrolaram e formaram uma teia complexa com o cheiro do mar, ligeiramente cheirando a peixe, mas refrescante e a briza forte ondulava pelos meus dedos. Antes que eu percebesse, eu estava gritando para o mar. Em meio ao som estrondoso de perfuração, eu nem conseguia ouvir qual era o meu sonho.
Então, o som da broca parou tão abruptamente quanto tinha começado. O mundo inteiro ficou silencioso, como se o som tivesse sido cortado por uma faca. Bem desse jeito. Mas nosso clamor não estava em sintonia perfeita. Taehyung tossiu intensamente como se ele tivesse engolido errado enquanto tentava fechar sua boca apressadamente. A voz de alguém fez uma nota absurdamente alta. A ultima palavra ouvida foi “..., por favor!”, dita por Seokjin. Instantaneamente, nós todos fechamos nossas bocas. Por um breve segundo, ninguém se moveu. Então, nós caímos na gargalhada juntos. Seguramos nossos lados de tanto rir, um apontando para o outro.
“Vamos tirar uma foto aqui.” Com a sugestão do Seokjin, nós fizemos uma fila lateral com o mar como nosso plano de fundo. Seokjin definiu o tempo e veio correndo. Click! Esse dia de calor escaldante de inicio de verão ficou gravado em nossas memórias nessa foto. O caminho de volta foi mais curto do que o caminho para a pedra. Justo quando pensamos que estávamos certa da metade do caminho, a sombrinha abandonada apareceu. Logo, a estação de trem surgiu à vista.
“Posso ficar com essa foto?” Seokjin tirou a Polaroid da sua bolsa e escreveu ‘12 de Junho’ atrás. ‘O sonho que você gritou, irá se tornar realidade.’ Eu olhei para ele. “Você sabe o que eu disse?” Seokjin só bateu levemente no meu ombro sem dizer nada e andou à frente.
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linguagem-bangtan · 5 years ago
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12 de Março, ANO 19 (Jimin) — [花樣年華 THE NOTES 1; Capítulo ‘Everything Started From Here’]
HYYH The Notes (화양연화 The Notes) são notas, como um diário, de cada membro, narrando eventos do Universo Alternativo do Bangtan. Elas foram lançadas pela primeira vez contidas nos álbuns da série Love Yourself, e em março de 2019 o livro 花樣年華 THE NOTES 1 foi lançado; mais notas são encontradas nos álbuns da série Map Of The Soul. Elas narram e conectam alguns eventos que vimos anteriormente nos MV’s, nos short films de WINGS, no Highlight Reels de Love Yourself, e nos VCR’s das turnês. Veja aqui mais informações e todas as notas listadas cronologicamente.
Esta nota está presente no livro 花樣年華 THE NOTES 1, no capítulo Everything Started From Here
Jimin 12 de Março, ANO 19
Fazia vários dias desde que o semestre havia começado, mas meus colegas de classe ainda eram estranhos para mim. Não era difícil de adivinhar que eles estavam fofocando sobre mim. Eu tentei agir indiferente, mas sem sucesso. “Nós ouvimos que você vive em um apartamento do outro lado do rio. Por quê você vem para esta escola?” Eu fingi que não ouvi a pergunta. Eu não tinha nada a dizer. Eu só continuei andando com minha cabeça abaixada. “Hey, você não me ouviu?” Eu apressei o meu ritmo. Eu me transferi de uma escola para outra conforme eu entrava e saia do hospital. Não havia mais escolas sobrando perto da minha vizinhança para eu ser transferido.
Eu me dirigi para a sala de aula transformada em armazenamento que eu limpei como penalidade por chegar atrasado na escola. Conforme eu abria a porta, me assustei por ouvir vozes dentro. Quem poderia estar aqui a esta hora? Eu estava prestes a fechar a porta silenciosamente e me virar quando alguém chamou meu nome. “Hey, você é o Park Jimin, não é?” Eles eram os estudantes veteranos que limparam a sala comigo por estarmos atrasados. Eu não estava certo se eu deveria respondê-lo ou apenas sair. Alguém deu um tapinha no meu ombro. “Você não vai entrar?”. Sem perceber, eu entrei na sala. “É bom ver você de novo. Você não se lembra de mim? Eu sou o Taehyung. Nós estamos no mesmo ano.”
Antes que eu percebesse, eu estava sentado em uma cadeira. A porta da sala continuou a abrir e fechar. Os sete estudantes que fizeram a limpeza juntos estavam todos ali. Ninguém fez perguntas. Nós só ouvimos música, lemos livros, dançamos, e bagunçamos. Parecia que nós saiamos juntos desde sempre.
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linguagem-bangtan · 5 years ago
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11 de Setembro, ANO 17 (Jungkook) — [花樣年華 THE NOTES 1; Capítulo ‘Shadow Of My Childhood’]
HYYH The Notes (화양연화 The Notes) são notas, como um diário, de cada membro, narrando eventos do Universo Alternativo do Bangtan. Elas foram lançadas pela primeira vez contidas nos álbuns da série Love Yourself, e em março de 2019 o livro 花樣年華 THE NOTES 1 foi lançado; mais notas são encontradas nos álbuns da série Map Of The Soul. Elas narram e conectam alguns eventos que vimos anteriormente nos MV’s, nos short films de WINGS, no Highlight Reels de Love Yourself, e nos VCR’s das turnês. Veja aqui mais informações e todas as notas listadas cronologicamente.
Esta nota está presente no livro 花樣年華 THE NOTES 1, no capítulo Shadow Of My Childhood
Jungkook 11 de Setembro, ANO 17
Eu esperei por 10 dias, mas o cartão de aniversário nunca veio. Eu abri a gaveta de baixo e levantei um caderno para pegar quatro cartões. Jungkook, feliz aniversário, do seu papai. Eu li essas seis palavras repetidamente.
Era inverno, e eu tinha 7 anos. As vozes da sala de estar me acordaram. Meu quarto era no sótão, e eu podia chegar no quarto dos meus pais descendo 5 degraus e abrindo a porta de correr. Eu estendi a mão para abrir a porta e parei. Embora eu ainda fosse jovem, eu podia sentir pela atmosfera pesada penetrando através da porta que não era um bom momento.
Papai disse que era muito difícil continuar e que o mundo era muito pesado para ele aguentar. Mamãe não respondeu. Ela provavelmente estava chorando silenciosamente, ou nem se movendo. Um longo silencio se seguiu. Papai disse que ele seria esmagado se continuasse vivendo assim e que ele deveria partir agora. Mamãe protestou veementemente, o chamando de homem mais irresponsável. Então, eu ouvi o meu nome. “O que você vai fazer a respeito do Jungkook?” Eu esperei por um longo tempo atrás da porta, mas papai não respondeu. Então eu ouvi o som da porta da frente abrindo. “Eu estou completamente vazio, e não há nada que eu possa fazer pelo Jungkook.” Aquelas foram as ultimas palavras do meu pai.
Eu corri de volta para o sótão. Movi minha cadeira contra a parede bem abaixo da janela e subi. Papai estava andando pela ladeira. Primeiro suas pernas desapareceram, então sua cintura, peito, e ombros. Parecia que um mundo desconhecido além da rua estava lentamente o engolindo inteiro.
Alguém empurrou a porta do meu quarto, e eu instintivamente empurrei a gaveta com o meu pé. Era a mamãe. Ela disse que nenhum cartão de aniversário chegaria e que papai era esse tipo de pessoa. Era seu repertório habitual. Papai era um mente fraca, incompetente, e mais importante, um desajustado social que nos desertou...Mamãe estava certa. Nenhum cartão de aniversário chegará. Eu era o mundo que era pesado demais para ele aguentar – aquele mundo que ele desistiu. Uma criança que nunca poderia ser um motivo para enfrentar tudo. Era eu.
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linguagem-bangtan · 5 years ago
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21 de Junho, ANO 16 (Namjoon) — [花樣年華 THE NOTES 1; Capítulo ‘Shadow Of My Childhood’]
HYYH The Notes (화양연화 The Notes) são notas, como um diário, de cada membro, narrando eventos do Universo Alternativo do Bangtan. Elas foram lançadas pela primeira vez contidas nos álbuns da série Love Yourself, e em março de 2019 o livro 花樣年華 THE NOTES 1 foi lançado; mais notas são encontradas nos álbuns da série Map Of The Soul. Elas narram e conectam alguns eventos que vimos anteriormente nos MV’s, nos short films de WINGS, no Highlight Reels de Love Yourself, e nos VCR’s das turnês. Veja aqui mais informações e todas as notas listadas cronologicamente.
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Namjoon 21 de Junho, ANO 16
Eu disparei pela escada do 13º andar. Eu estava sem fôlego e minhas pernas tremiam. Eu desabei na sombra da entrada do prédio. Comecei atrasado hoje porque as aulas terminaram mais tarde do que o normal. Eu tive que ir na velocidade máxima para fixar os folhetos nos quatro apartamentos até o prazo. Se eu não o fizesse, meu chefe estaria me esperando com um longo sermão. Com muito trabalho eu o persuadi a contratar um estudante do ensino fundamental. Definitivamente eu não poderia me deixar ser despedido nesta altura. Mamãe renunciou o seu trabalho no restaurante semana passada. Nós tínhamos que pagar a conta do médico do papai, sem mencionar a energia e o gás atrasados. Eu fiquei pegando no sono na sombra. Havia crianças jogando basquete à distância. Me levantei de novo. Hora de correr. Eu recitei a mim mesmo. Eu devo fazer isso. Eu consigo.
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