#histórias de Hilário Silva
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leaquioficial · 1 year ago
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Um ensinamento de Jesus, à luz do Espiritismo
Este é um belo ensinamento de Jesus que a luz do Espiritismo torna claro e aplicável no dia a dia para uma vida e um mundo melhor.
O Espiritismo traz a luz do ensinamento de Jesus para orientar a nossa vida. O Espiritismo traz um belo ensinamento de Jesus que é luz para a nossa vida. Uma preciosa reflexão que pode ser aplicada em nosso dia a dia para promover a compreensão, o amor ao próximo e a evolução espiritual. Um ensinamento de luz. Hilário Silva¹, no livro “A Vida Escreve”, psicografado por Chico Xavier e Waldo…
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fabioferreiraroc · 4 years ago
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Cora Coralina: a história da poeta que publicou seu primeiro livro aos 75 anos
Cora Coralina é o pseudônimo de Ana Lins Peixoto dos Guimarães Bretas, nascida na Casa da Ponte, na Cidade de Goiás, — hoje Museu Casa de Cora Coralina — em 20 de agosto de 1889, quase três meses antes da Proclamação da República, e falecida em Goiânia, em 10 de abril de 1985, quase um mês após o fim da ditadura militar.
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Cora Coralina é o pseudônimo de Ana Lins Peixoto dos Guimarães Bretas, nascida na Casa da Ponte, na Cidade de Goiás, — hoje Museu Casa de Cora Coralina — em 20 de agosto de 1889, quase três meses antes da Proclamação da República, e falecida em Goiânia, em 10 de abril de 1985, quase um mês após o fim da ditadura militar.
A ascendência de Cora tem lances de ode telúrica. Pelo lado materno, ela descendia do grande bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva — o Anhanguera —, descobridor das minas dos goyazes e, por assim dizer, pai do estado de Goiás. Seu avô, Joaquim Luiz do Couto Brandão, foi proprietário de enormes sesmarias e concessionário das lendárias minas de ouro de Anicuns.
Num tempo em que as mulheres eram subjugadas e sem voz, Cora antecipou comportamentos modernos: participou da fundação do jornal literário “A Rosa”, e numa madrugada alta, sem que ninguém esperasse, deixou Goiás e partiu a cavalo com o homem que amava para um mundo desconhecido, num autoexílio, a fim de construir seu próprio destino.
Cora passou a infância entre dois cenários: a Fazenda Paraíso (o nome advém da beleza natural do lugar) e a Casa Velha da Ponte. A Fazenda Paraíso, próxima a Goiás, é a largueza da infância, onde moravam bisavó, avós, tios e primos, inclusive uma tia vitalina, cuja renúncia ao casamento se deu para atender a um chamado familiar tradicional à época: cuidar dos pais quando ficassem velhos. A fazenda foi seu cenário bucólico mais imediato e permanente, pano de fundo, quando não moldura, de diversos textos. Já a Casa Velha da Ponte, comprada por seu pai, o desembargador Francisco de Paula Lins dos Guimarães, foi uma das pioneiras da antiga capital, tendo sido erguida com métodos construtivos do Brasil-colônia, incluindo ferragens feitas por escravos em forjas primitivas. Esta era a residência da família. Edificada em 1739 com adobes de barro cru, firmados por vigas e pilastras de aroeira sobre baldrames de pedra bruta, às margens do borbulhante Rio Vermelho, tornou-se para a poeta símbolo ao mesmo tempo do real e do imaginário, e não raro, na condição de casa grande, um disfarce para a pobreza sofrida pela família naqueles tempos de decadência do ouro e do fim da mão de obra escrava, quando a república ainda engatinhava.
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A Casa Velha da Ponte abrigou inúmeros figurões ao longo da história, até que, no final do século 19, foi habitada por dona Jacyntha (mãe de Cora) e o desembargador Peixoto, seu segundo esposo. O pai de Ana era idoso e morreu antes que a menina pudesse conhecê-lo. As dificuldades econômicas e sociais da época alcançaram a família, e por isso, Aninha teria estudado por não mais que dois ou três anos. Mais uma vez viúva, sua mãe contraiu terceiras núpcias com o médico Antônio Rolins da Silva.
Por ser meio “avoada” e franzina, Aninha sofria rejeição da família. Assim, usando roupas largas e antigas, herdadas das irmãs mais velhas, recolhia-se em seu quartinho, entregue a leituras e devaneios, fermentando o espírito da futura poeta. Seguindo currículo singular, adquiriu vasta cultura, longe da pedagogia truculenta de então, exercida à base de palmatória e de ajoelhamentos sobre grãos de milho. Os livros eram conseguidos por empréstimo do Gabinete Literário Goiano — fundado em 1864 e existente ainda hoje, exigindo reais cuidados de conservação.
A menina “avoada”, mas de espírito buliçoso, publicou aos 17 anos seu primeiro poema, “A tua volta”, dedicado ao poeta Luiz do Couto, no jornal “Folha do Sul”, editado em Bela Vista de Goiás. No ano seguinte, juntamente com três outras jovens, entre elas a poeta negra Leodegária de Jesus, tornou-se redatora do jornal literário “A Rosa”. Seu primeiro conto, “Tragédia na roça”, foi publicado em 1910, no Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás.
Naquele mesmo ano, o padrasto de Ana morreu de malária. Viúva pela terceira vez, sua mãe caiu em profunda tristeza. Nessa época, Ana adotou o pseudônimo Cora Coralina, talvez pela aliteração colorida, talvez para manter-se no anonimato. As duas irmãs mais velhas, Vicência Peixoto e Helena, casaram-se e foram construir suas vidas. Cora ficou na Casa Grande com a irmã mais nova, Ada, a mãe depressiva e a avó cada vez mais alheada. No ano seguinte, conheceu o chefe de polícia e bacharel em Direito Cantídio Tolentino Bretas, vindo de São Paulo desacompanhado da família. Cantídio tinha o dobro de sua idade: era contemporâneo de Totó Caiado (político então em ascensão) e formado em direito pela mesma faculdade. Cantídio e Cora travaram um relacionamento furtivo, e numa madrugada a moça, tida por alguns como “pouco afeita a namoros”, fugiu com o então Secretário de Segurança Pública rumo a São Paulo, em busca de um destino incerto. A mãe adoentada e a avó idosa ficaram sob os cuidados da irmã mais nova e das irmãs casadas. Cora e Cantídio viveram 15 anos juntos, sem casamento. Só se casaram de papel passado em 1926, quando a esposa do primeiro casamento de Cantídio já havia falecido. Juntos tiveram seis filhos, e Cora ainda criou uma filha de Cantídio, nascida de uma relação do marido com uma serviçal da casa, mestiça guajajara. Cantídio morreu em 1934. A relação entre eles durou 22 anos, mas nesse autoexílio, Cora viveu nada menos que 45 anos. Em sua obra, ela se referiu escassamente a essa fase de sua vida.
Embora a literatura nunca estivesse totalmente fora de seu campo de interesse, nesse período Cora esteve pouco presente na cena literária, com raras publicações de crônicas em jornais. Nessa época ela fez algumas colaborações à revista “A Informação Goiana”, de Henrique Silva, editada no Rio de Janeiro, onde falava das coisas da terra distante. O marido não a apoiava nessa seara, embora a tivesse conhecido e por ela se interessado num sarau literário em Vila Boa, e teria inclusive impedido Cora de participar da Semana de Arte Moderna de 22, como era seu desejo. O casal morou em Jaboticabal, onde o marido advogava, e em São Paulo, capital, onde Cora tocou uma pensão entre 1933 e 34. Quando o marido morreu de pneumonia, Cora vendeu a pensão e começou a vender livros para o famoso editor José Olympio. Mudou-se depois para Andradina, abriu uma loja de retalhos de tecidos, adquiriu um sítio, candidatou-se a vereadora (sem sucesso) e retomou com maior intensidade as atividades literárias. Um episódio dramático e hilário é narrado pela escritora Lena Castello Branco Ferreira de Freitas, em um perfil biográfico de Cora: “Todos acompanham de perto as revoluções de 1930 e de 32, quando o filho Bretinhas alista-se voluntário e é dado como desaparecido. Depois de viver situações improváveis, reaparece e a família comemora festivamente o regresso. Uma promessa feita pela mãe aos santos de sua devoção deverá ser cumprida: pais e filhos irão a pé até a igreja próxima, rezando em voz alta e segurando velas acesas. Debalde os mais jovens protestam, envergonhados; mas têm de participar e ponto final. Cedinho, na manhã cinzenta, forma-se o cortejo que segue, com a luz das velas bruxuleando sob a garoa fria. Passam bondes cheios de trabalhadores que estranham a cena: aquilo parecia um cortejo fúnebre a que falta o caixão. Começam a rir e a provocar: ‘Cadê o defunto? Cadê o defunto?”
Em 1956, 45 anos depois de sua partida e já esquecida na cidade, Cora retornou a Goiás. Proprietária por herança de uma quarta parte da Casa da Ponte, comprou as partes dos demais herdeiros e assumiu o antigo casarão. Escreveu o panfleto “Cântico da Volta”. Continuou escrevendo bastante em seus cadernos escolares, mantendo tudo ou quase tudo inédito, até que em 1965, aos 76 anos, publica seu primeiro livro, pela José Olympio, editora de seu antigo patrão: “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”.
Cora, desde os tempos de viuvez em São Paulo, continuara a fazer doces para complementar o orçamento, valendo-se de receitas ancestrais, adaptadas das antigas portuguesas. Eram doces de frutas regionais cristalizadas, em parte colhidas no próprio quintal. Na década de 1980, criou “O Dia do Vizinho”, que se comemora em 20 de agosto, data do aniversário da poeta.
Nos meados da década de 1980, uma influente universidade do Centro-Oeste atestou que a obra de Cora era inconsistente e imprópria para ser usada como corpus para dissertações ou teses, mesmo depois de Carlos Drummond de Andrade, na crônica “Cora Coralina, de Goiás”, publicada no “Jornal do Brasil”, ter afirmado que “Cora Coralina, para mim, é a pessoa mais importante de Goiás”.
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Passados os primeiros percalços de aceitação, a obra e o nome de Cora continuaram crescendo de maneira firme e permanente. A autora foi premiada com o troféu Jaburu do Conselho Estadual de Cultura, em 1981; o presidente da República lhe outorgou a Comenda do Mérito do Trabalho, em 1984; no mesmo ano, a FAO — organismo da ONU — homenageou-a como símbolo da mulher trabalhadora; foi agraciada com o título de Doutora Honoris Causa da Universidade Federal de Goiás; no mesmo ano foi eleita, por aclamação, para ocupar a cadeira 38 da Academia Goiana de Letras, cujo patrono é Bernardo Guimarães. Foi eleita a intelectual do ano e contemplada com o Prêmio Juca Pato da União Brasileira dos Escritores e jornal “Folha de S. Paulo”, concorrendo com dois outros intelectuais de peso: Teotônio Vilela e Gerardo Melo Mourão. Em de janeiro de 1999, sua principal obra, “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”, foi aclamada por meio de um seleto júri organizado pelo jornal “O Popular”, de Goiânia, como uma das 20 obras mais importantes do século 20. Enfim, Cora tornou-se autora canônica. Em 2006 ela recebeu, postumamente, a condecoração de Ordem do Mérito Cultural do Governo de Goiás. O Museu Casa de Cora Coralina foi inaugurado no dia 20 de agosto de 1989, data comemorativa dos 100 anos de nascimento da poeta. O Museu da Língua Portuguesa homenageou-a com a exposição “Cora Coralina — Coração do Brasil”, em comemoração aos 120 anos de seu nascimento (2009). Foi criado recentemente, pela área de Turismo de Goiás, o Caminho de Cora (caminhos dos antigos bandeirantes), um trecho de 300 km que vai de Vila Boa a Corumbá de Goiás
Cora morreu, nonagenária, em 10 de abril de 1985, a tempo de ver seu nome brilhar no panteão dos escritores brasileiros. Está sepultada no cemitério São Miguel, na Cidade de Goiás, e em sua lápide se lê:
“Não morre aquele Que deixou na terra A melodia de seu cântico Na música de seus versos.”
A bibliografia de Cora, que começou com “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”, de 1965, hoje conta com mais de 15 livros publicados e, segundo sua filha Vicência Bretas Tahan, existe material inédito em seus “caderninhos escolares” para pelo menos mais sete livros. Dezenas de obras biográficas, críticas literárias, teses e dissertações já foram produzidas sobre a autora, no Brasil e no exterior.
Sem dúvida, Cora Coralina foi uma mulher à frente de seu tempo, que fazia doces para a alma e poesia como quem cultiva árvores com as raízes entranhadas na terra e os galhos envolvendo o mundo. Não foi por acaso que se tornou o ícone da cultura de Goiás, e é por mérito que, nos 130 anos de seu nascimento, 2019 foi decretado, pelo Governo de Goiás, o “Ano Cora Coralina”.
Dois poemas de Cora Coralina
VOLTEI
Voltei. Ninguém me conhecia. Nem eu reconhecia alguém. Quarenta e cinco anos decorridos. Procurava o passado no presente e lentamente fui identificando a minha gente. Minha escola primária. A sombra da velha Mestra. A casa, tal como antes. Sua pedra escorando a pesada porta. Quanto daria por um daqueles duros bancos onde me sentava, nas mãos a carta de ���ABC”, a cartilha de soletrar, separar vogais e consoantes. Repassar folha por folha, gaguejando lições num aprendizado demorado e tardo. Afinal, vencer e mudar de livro. Reconheço a paciência infinita da mestra Silvina, sua memória sagrada e venerada, para ela a oferta deste livro, todas as páginas, todas as ofertas e referências Tão pouco para aquela que me esclareceu a luz da inteligência. A vida foi passando e o melhor livro que me foi dado foi Estórias da Carochinha, edição antiga, capa cinzenta, papel amarelado, barato, desenho pobre, preto e branco, miúdo. O grande livro que sempre me valeu e que aconselho aos jovens, um dicionário. Ele é pai, é tio, é avô, é amigo e é um mestre. Ensina, ajuda, corrige, melhora, protege. Dá origem da gramática e o antigo das palavras. A pronúncia correta, a vulgar e a gíria. Incorporou ao vocabulário todos os galicismos, antes condenados. Absolveu o erro e ressalvou o uso. Assimilou a afirmação de um grande escritor: é o povo que faz a língua. Outro escritor: a língua é viva e móvel. Os gramáticos a querem estática, solene, rígida. Só o povo a faz renovada e corrente sem por isso escrever mal.
CONCLUSÕES DE ANINHA Estavam ali parados. Marido e mulher. Esperavam o carro. E foi que veio aquela da roça tímida, humilde, sofrida. Contou que o fogo, lá longe, tinha queimado seu rancho, e tudo que tinha dentro. Estava ali no comércio pedindo um auxílio para levantar novo rancho e comprar suas pobrezinhas. O homem ouviu. Abriu a carteira tirou uma cédula, entregou sem palavra. A mulher ouviu. Perguntou, indagou, especulou, aconselhou, se comoveu e disse que Nossa Senhora havia de ajudar E não abriu a bolsa. Qual dos dois ajudou mais? Donde se infere que o homem ajuda sem participar e a mulher participa sem ajudar. Da mesma forma aquela sentença: “A quem te pedir um peixe, dá uma vara de pescar.” Pensando bem, não só a vara de pescar, também a linhada, o anzol, a chumbada, a isca, apontar um poço piscoso e ensinar a paciência do pescador. Você faria isso, Leitor? Antes que tudo isso se fizesse o desvalido não morreria de fome? Conclusão: Na prática, a teoria é outra.
Cora Coralina: a história da poeta que publicou seu primeiro livro aos 75 anos Publicado primeiro em https://www.revistabula.com
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raulmottajunior · 6 years ago
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Atração de toda terça-feira no HUB, o bloco Amigos da Onça lançou seu primeiro videoclipe oficial (assista abaixo), para aumentar ainda mais a ansiedade para seu desfile. Enquanto 1º de março não vem, a turma da folia esquenta os tamborins ao sabor de samba, pop, rock, funk e até marchinha, além de muito mais. O importante é não ficar parado! Siga nossa página no Instagram: @rioshowoglobo Ensaios de blocos Amigos da Onça O bloco recebe Luedji Luna com Mc Rebecca em mais uma edição dos ensaios de verão. HUB RJ: Av. Prof. Pereira Reis 54-80, Santo Cristo. Ter, às 20h. R$ 15. Até 26 de fevereiro. AcaraJazZ edição de Carnaval DJ Eppinghaus esquenta a pista com convidados. Largo de São Francisco da Prainha: Saúde. Sex, às 20h. Alegria Sem Ressaca Elza Soares, madrinha do Alegria Sem Ressaca Foto: Divulgação Elza Soares, madrinha do Alegria Sem Ressaca Foto: Divulgação A cantora Elza Soares é a madrinha do bloco que desfila com a Velha Guarda Musical da Vila Isabel. Copacabana: Esquina da Av. Atlântica com a rua República do Peru. Dom, às 9h. Banda de Ipanema Com repertório variado, desde sambas até valsa, a banda terá presença de Paulinho da Viola, o homenageado este carnaval. Rua Gomes Carneiro: Ipanema. Sáb, ás 17h. Concentração às 16h. Baile Alto Rio Com o tema “Rio: diversidade do Brasil”, a festa terá os DJs Marcelinho da Lua e Hellen Sancho, além do Trombloco, grupo formado por instrumentos de sopro, percussão e harmonia. Bar dos Descasados: Santa Teresa Mgallery by Sofitel. Rua Felício dos Santos 15, Santa Teresa — 97634-6444. Sáb, das 16h às 22h. R$ 150. Baile de Máscaras do Bloco Mulheres de Chico Mulheres de Chico com Jane di Castro Foto: Divulgação Mulheres de Chico com Jane di Castro Foto: Divulgação Em sua 8ª edição, a festa comandada pela banda que toca Chico Buarque em ritmo de carnaval terá participação especial da atriz e cantora Jane Di Castro. Teatro Rival Petrobras: Rua Álvaro Alvim 33/37, Centro — 2240-9796. Sex, às 19h30m. R$ 70. Não recomendado para menores de 18 anos. Bloco Chá da Alice Pop, axé, samba, funk, sertanejo e marchinhas são alguns dos ritmos do repertório. Barra: Lúcio Costa 3.300, Barra. Sáb, das 8h às 14h. Bloco do Copa Em sua terceira edição, o esquenta de carnaval terá bufê (petiscos) e bar (cerveja, caipirinha, refrigerante e água) liberados e apresentação de Bloco Último Gole, Bateria Balanço Zona Sul, DDP Diretoria e DJ Papagaio. Belmond Copacabana Palace: Av. Atlântica 1.702, Copacabana — 2548-7070. Dom, das 16h às 23h. R$ 280 (+ taxas). Bloco do Caramuela Ensaio do bloco na Feira de São Cristóvão Feira de São Cristóvão: Campo de São Cristóvão — 2580-5335. Sex, às 23h. R$ 5. Bloco do Loroza JSerjão Loroza acredita na reação do Vasco: 'O que tinha para acontecer de ruim já aconteceu' Foto: Divulgação JSerjão Loroza acredita na reação do Vasco: 'O que tinha para acontecer de ruim já aconteceu' Foto: Divulgação Sergio Loroza ensaia seu bloco com a participação do Bangalafumenga. Clube Santa Luzia: Av. Almirante Silvio de Noronha 300, Aterro — 2524-3427. Sex, às 22h. R$ 40. Bloco do Silva O cantor faz show de carnaval com participações de Moraes Moreira e Illy. Fundição Progresso: Rua dos Arcos 2, Lapa. Sex, às 22h. R$ 140. Candybloco #PraCausar 4 A festa carnavalesca será animada pelo Candybloco e os DJs Gui Serrano e Bruna Strait. HUB RJ: Av. Professor Pereira Reis 50, Santo Cristo. Sáb, às 20h. R$ 40. CarnaPop A festa recebe os blocos Que pena, amor, New Kids on The Bloco e Bangalafumenga. Rio Scenarium: Rua do Lavradio 20, Centro. Sáb, às 20h. R$ 60. Céu na Terra Ensaio do Céu na Terra na Fundição Progresso tem banho de mangueira Foto: Divulgação Ensaio do Céu na Terra na Fundição Progresso tem banho de mangueira Foto: Divulgação O bloco faz seu ensaio embalado por marchinhas e ritmos populares, com direito a banho de mangueira. Fundição Progresso: Rua dos Arcos 24, Lapa. Dom, às 11h. R$ 10. Livre. Desliga da Justiça Desfile do bloco. Praça Santos Dumont: Gávea. Sáb, às 10h. Ensaios de Bateria do Sargento Pimenta O ensaio do bloco acontece sempre aos domingos. Fundição Progresso: Rua dos Arcos 24, Lapa. Dom, às 16h. R$ 20. Livre. Festival Saturnália Criada pela turma do Baile do Sarongue, a feira de produtos carnavalescos reúne exposição de máscaras de carnaval, desfile de fantasias e festas. Sáb: às 21h, Baile Saturnália. Dom: às 15h, Baile do Saronguinho. Antiga fábrica da Granado: Rua Senado 48, Lapa — 98878-9598 (informações). Sex e sáb, do meio-dia às 22h; dom, das 11h às 20h. R$ 5. Food-se, é carnaval Em sua segunda edição, o encontro gastronômico será animado pelo bloco, ao som da Banda Du Rio, composta por integrantes do Monobloco. Jeffrey Store: Rua Tubira 8C, Leblon — 2274-0000. Sáb, das 16h às 21h. Imprensa Que Eu Gamo Ensaio do bloco. Baixo Gago: Rua Gago Coutinho 51, Laranjeiras. Sáb, às 15h. Madrugada no Centro A edição de pré-carnaval recebe o bloco Terreirada Cearense convidando Marina Íris e participação especial da Bateria da Mangueira, além da festa LUV, com DJ Saddam, Fernanda Abreu, Rincón Sapiência e Junú. Centro Cultural Banco do Brasil: Rua Primeiro de Março 66, Centro — 3808-2000. Sáb, das 22h às 4h. R$ 30. Minha Luz é de LED Os DJs Carla Ferraz, Docinho, Guigga Tomaz entre outros tocam no pré-carnaval. BCo: Rua General Luís Mendes de Morais 210, Santo Cristo. Sáb, às 23h. R$ 40. Pré-Carnaval Ipiranga 70 Encontro dos blocos Multibloco, Empolga às 9, Tambores de Olokun entre outros. Ipiranga 70: Rua Ipiranga 70, Laranjeiras. Sex a dom, às 18h. Pré-Carnaval no Terreirão Roda de samba. A Velha Guarda da Mangueira lembrará o sambista Geraldo Pereira em seu centenário Foto: fotos de divulgão Roda de samba. A Velha Guarda da Mangueira lembrará o sambista Geraldo Pereira em seu centenário Foto: fotos de divulgão Grupo Arruda recebe a Velha Guarda da Mangueira e Reinaldo, entre outras atrações. Terreirão do Samba: Rua Benedito Hipólito 66, Centro. Sáb, às 19h. Que pena, Amor O bloco toca hits de pagode retrô em ritmo de carnaval. Toca da Gambá: Rua Carlos Gomes 23, Niterói. Sex, às 20h30m. R$ 20. Sesc Verão O clime de folia vai esquentar o projeto que reúne atividades educativas, recreativas, de esporte, lazer, saúde, exposições, oficinas de dança do passinho e grafite, além de espaço infantil, espetáculo circense e shows, sempre às 19h. Sáb , bloco Sargento Pimenta. Dom , bloco Fogo & Paixão. Praia de Copacabana: Na altura da Rua Hilário de Gouveia, Copacabana — 4020-2101. Sáb e dom, a partir das 9h. Tropicália e Superbacana O bloco Superbacana anima a festa, além dos DJs Larissa Vasco (Tropicália) e Rafael Martins (Amo MPB). Tropicáilia: Rua Frei Caneca 4, Centro. Sáb, às 23h. R$ 30. Feijoada Rola Preguiçosa Para comemorar o lançamento do samba e da camiseta, o bloco Rola Preguiçosa promove feijoada à lenha, com a participação de Noca da Portela. Quilombo Sacopã: Fonte da Saudade. Rua Sacopã 250, Lagoa — 2537-3960. Sáb, às 14h. R$ 25 (entrada). R$ 25 (feijoada). Livre. Escolas de Samba Beija-Flor A porta-bandeira Selminha Sorriso com crianças da comunidade: liderança na Beija-Flor Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo A porta-bandeira Selminha Sorriso com crianças da comunidade: liderança na Beija-Flor Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo A escola de Nilópolis defende o samba “Quem não viu, vai ver… as fábulas do Beija-Flor”, sobre os 70 anos da agremiação, numa releitura de seus principais enredos Nilópolis: Pracinha Wallace Paes Leme 1.025 — 2791-2866. Qui, a partir das 21h. Livre. Até 28 de fevereiro. Grande Rio A agremiação ensaia o samba-enredo “Quem nunca… Que atire a primeira pedra!”, sobre maus hábitos, incluindo deslizes, gafes e falta de etiqueta. Duque de Caxias: Rua Almirante Barroso 5 — 2671-3585. Ter, às 20h. Livre. Até 26 de fevereiro. Imperatriz Leopoldinense Com o enredo “Me dá um dinheiro aí”, a escola se prepara para o desfile. PUBLICIDADE Ramos: Rua Professor Lacé 235 — 2560-8037. Dom, às 20h. R$ 10. Não recomendado para menores de 18 anos. Até 24 de fevereiro. O ensaio começa na quadra e termina na rua. Este ano, a agremiação escolheu “O que é, o que é?”, escrita por Gonzaguinha em 1982. Madureira Av. Ministro Edgard Romero 180 — 3124-3745. Qui e dom, às 19h. Livre. Mangueira A escola defende o enredo “História para ninar gente grande”, sobre as chamadas páginas ausentes na história oficial do Brasil. No segundo sábado de cada mês, há bufê de feijoada. Mangueira: Rua Visconde de Niterói 1.072— 2567-3419. Sáb, às 22h. Não recomendado para menores de 18 anos. R$ 40. Até 2 de março. Mocidade Independente A escola tem ensaio nas duas quadras, em dois dias no fim de semana. No sábado tem ensaio show a partir das 22h, na quadra nova (da Avenida Brasil) com duas escolas convidadas. Domingo, a festa é gratuita e começa nos arredores da Praça Guilherme da Silveira, com ritmistas e passistas e, mais tarde, ganha reforço na quadra antiga (Rua Coronel Tamarindo), com roda de samba do Grupo Arquibancada. Este ano, o enredo é “Eu sou o tempo. Tempo é vida”. Padre Miguel: Av. Brasil 31.146 — 99848-2600. Sáb, às 22h. R$ 20h. Até 23 de fevereiro. Rua Coronel Tamarindo 39 (Centro Social e Cultural Mocidade Independente) — 3291-8700. Dom, às 18h. Livre. Até 24 de fevereiro. Grátis. Paraíso do Tuiuti Integrantes da escola ensaiam o enredo “O salvador da pátria”. São Cristóvão: Campo de São Cristóvão 33 — 96643-2613. Seg, às 20h. Livre. Até 25 de fevereiro. Portela A Azul e Branco faz homenagem a Clara Nunes com o samba “Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma sabiá”. Na quarta, é o ensaio da comunidade. Na sexta, tem ensaio-show, com bateria, passistas, baianas, mestre-sala, porta-bandeira e Velha Guarda. Oswaldo Cruz: Rua Clara Nunes 81 — 3256-9411. Qua, às 20h. Sex, às 22h. Grátis (qua) e R$ 10 (sex). Não recomendado para menores de 18 anos. Até 1º de março. Salgueiro O ensaio começa com show de pagode do grupo Pegada Brasileira, seguido por treinos de cavacos, tamborins e bateria. O enredo deste ano é “Xangô”. Andaraí: Rua Silva Teles 104 — 2238-9226. Sáb, às 22h.R$ 50 (ensaio). Não recomendado para menores de 18 anos. Até 2 de março. São Clemente A agremiação defende o enredo “E o samba sambou...”, reedição do samba de 1990. Cidade Nova: Av. Presidente Vargas 3.102 — 2553-3776. Ter, às 20h. Livre. Até 26 de fevereiro. União da Ilha Parte da rua é interditada para os carros, e a agremiação segue em cortejo até a quadra para ensaiar o samba “A peleja entre Rachel e Alencar no avarandado do céu”. Ilha do Governador: Estrada do Galeão 322, Cacuia — 3396-8169. Qua, a partir das 20h. Livre. Até 13 de fevereiro. Unidos da Tijuca A escola apresenta o enredo “Cada macaco no seu galho. Ó, meu Pai, me dê o pão que eu não morro de fome!”, sobre a história e a simbologia do pão. Na quinta, é o ensaio de comunidade. No sábado, tem ensaio-show, com convidados. Centro: Av. Francisco Bicalho 47 — 2516-2749. Qui, às 19h. Sáb, às 20h. Grátis (qui) e R$ 20 (sáb). Não recomendado para menores de 18 anos. Até 2 de março. Vila Isabel A escola defende o enredo “Em nome do pai, do filho e dos santos — A Vila canta a cidade de Pedro”. Vila Isabel: Boulevard Vinte e Oito de Setembro 382 — 2578-0077. Qui, às 21h. Livre. Até 28 de fevereiro. Viradouro A escola de Niterói apresenta o samba “Vira Viradouro!”, sobre história fantásticas de um livro mágico. Na terça, o ensaio é na quadra. Domingo, na rua. Niterói: Av. do Contorno 16, Barreto — 2628-5744. Ter, às 20h. Livre. Até 2 de março. Niterói: Av. Amaral Peixoto s/nº — 2628-5744. Dom, às 18h. Livre. Até 24 de fevereiro. Ensaios técnicos Depois de dois carnavais, as escolas de samba voltam a fazer ensaios técnicos no Sambódromo aos domingos a partir das 20h. Esta semana tem (na ordem) Salgueiro, Viradouro e Grande Rio. Marquês de Sapucaí: Centro. Dom, às 20h. Livre. Fonte: O Globo Postado por: Raul Motta Junior Foto: Divulgação
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musicoviniciusrodrigues · 5 years ago
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Cora Coralina: a história da poeta que publicou seu primeiro livro aos 75 anos
Cora Coralina é o pseudônimo de Ana Lins Peixoto dos Guimarães Bretas, nascida na Casa da Ponte, na Cidade de Goiás, — hoje Museu Casa de Cora Coralina — em 20 de agosto de 1889, quase três meses antes da Proclamação da República, e falecida em Goiânia, em 10 de abril de 1985, quase um mês após o fim da ditadura militar.
A ascendência de Cora tem lances de ode telúrica. Pelo lado materno, ela descendia do grande bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva — o Anhanguera —, descobridor das minas dos goyazes e, por assim dizer, pai do estado de Goiás. Seu avô, Joaquim Luiz do Couto Brandão, foi proprietário de enormes sesmarias e concessionário das lendárias minas de ouro de Anicuns.
Num tempo em que as mulheres eram subjugadas e sem voz, Cora antecipou comportamentos modernos: participou da fundação do jornal literário “A Rosa”, e numa madrugada alta, sem que ninguém esperasse, deixou Goiás e partiu a cavalo com o homem que amava para um mundo desconhecido, num autoexílio, a fim de construir seu próprio destino.
Cora passou a infância entre dois cenários: a Fazenda Paraíso (o nome advém da beleza natural do lugar) e a Casa Velha da Ponte. A Fazenda Paraíso, próxima a Goiás, é a largueza da infância, onde moravam bisavó, avós, tios e primos, inclusive uma tia vitalina, cuja renúncia ao casamento se deu para atender a um chamado familiar tradicional à época: cuidar dos pais quando ficassem velhos. A fazenda foi seu cenário bucólico mais imediato e permanente, pano de fundo, quando não moldura, de diversos textos. Já a Casa Velha da Ponte, comprada por seu pai, o desembargador Francisco de Paula Lins dos Guimarães, foi uma das pioneiras da antiga capital, tendo sido erguida com métodos construtivos do Brasil-colônia, incluindo ferragens feitas por escravos em forjas primitivas. Esta era a residência da família. Edificada em 1739 com adobes de barro cru, firmados por vigas e pilastras de aroeira sobre baldrames de pedra bruta, às margens do borbulhante Rio Vermelho, tornou-se para a poeta símbolo ao mesmo tempo do real e do imaginário, e não raro, na condição de casa grande, um disfarce para a pobreza sofrida pela família naqueles tempos de decadência do ouro e do fim da mão de obra escrava, quando a república ainda engatinhava.
A Casa Velha da Ponte abrigou inúmeros figurões ao longo da história, até que, no final do século 19, foi habitada por dona Jacyntha (mãe de Cora) e o desembargador Peixoto, seu segundo esposo. O pai de Ana era idoso e morreu antes que a menina pudesse conhecê-lo. As dificuldades econômicas e sociais da época alcançaram a família, e por isso, Aninha teria estudado por não mais que dois ou três anos. Mais uma vez viúva, sua mãe contraiu terceiras núpcias com o médico Antônio Rolins da Silva.
Por ser meio “avoada” e franzina, Aninha sofria rejeição da família. Assim, usando roupas largas e antigas, herdadas das irmãs mais velhas, recolhia-se em seu quartinho, entregue a leituras e devaneios, fermentando o espírito da futura poeta. Seguindo currículo singular, adquiriu vasta cultura, longe da pedagogia truculenta de então, exercida à base de palmatória e de ajoelhamentos sobre grãos de milho. Os livros eram conseguidos por empréstimo do Gabinete Literário Goiano — fundado em 1864 e existente ainda hoje, exigindo reais cuidados de conservação.
A menina “avoada”, mas de espírito buliçoso, publicou aos 17 anos seu primeiro poema, “A tua volta”, dedicado ao poeta Luiz do Couto, no jornal “Folha do Sul”, editado em Bela Vista de Goiás. No ano seguinte, juntamente com três outras jovens, entre elas a poeta negra Leodegária de Jesus, tornou-se redatora do jornal literário “A Rosa”. Seu primeiro conto, “Tragédia na roça”, foi publicado em 1910, no Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás.
Naquele mesmo ano, o padrasto de Ana morreu de malária. Viúva pela terceira vez, sua mãe caiu em profunda tristeza. Nessa época, Ana adotou o pseudônimo Cora Coralina, talvez pela aliteração colorida, talvez para manter-se no anonimato. As duas irmãs mais velhas, Vicência Peixoto e Helena, casaram-se e foram construir suas vidas. Cora ficou na Casa Grande com a irmã mais nova, Ada, a mãe depressiva e a avó cada vez mais alheada. No ano seguinte, conheceu o chefe de polícia e bacharel em Direito Cantídio Tolentino Bretas, vindo de São Paulo desacompanhado da família. Cantídio tinha o dobro de sua idade: era contemporâneo de Totó Caiado (político então em ascensão) e formado em direito pela mesma faculdade. Cantídio e Cora travaram um relacionamento furtivo, e numa madrugada a moça, tida por alguns como “pouco afeita a namoros”, fugiu com o então Secretário de Segurança Pública rumo a São Paulo, em busca de um destino incerto. A mãe adoentada e a avó idosa ficaram sob os cuidados da irmã mais nova e das irmãs casadas. Cora e Cantídio viveram 15 anos juntos, sem casamento. Só se casaram de papel passado em 1926, quando a esposa do primeiro casamento de Cantídio já havia falecido. Juntos tiveram seis filhos, e Cora ainda criou uma filha de Cantídio, nascida de uma relação do marido com uma serviçal da casa, mestiça guajajara. Cantídio morreu em 1934. A relação entre eles durou 22 anos, mas nesse autoexílio, Cora viveu nada menos que 45 anos. Em sua obra, ela se referiu escassamente a essa fase de sua vida.
Embora a literatura nunca estivesse totalmente fora de seu campo de interesse, nesse período Cora esteve pouco presente na cena literária, com raras publicações de crônicas em jornais. Nessa época ela fez algumas colaborações à revista “A Informação Goiana”, de Henrique Silva, editada no Rio de Janeiro, onde falava das coisas da terra distante. O marido não a apoiava nessa seara, embora a tivesse conhecido e por ela se interessado num sarau literário em Vila Boa, e teria inclusive impedido Cora de participar da Semana de Arte Moderna de 22, como era seu desejo. O casal morou em Jaboticabal, onde o marido advogava, e em São Paulo, capital, onde Cora tocou uma pensão entre 1933 e 34. Quando o marido morreu de pneumonia, Cora vendeu a pensão e começou a vender livros para o famoso editor José Olympio. Mudou-se depois para Andradina, abriu uma loja de retalhos de tecidos, adquiriu um sítio, candidatou-se a vereadora (sem sucesso) e retomou com maior intensidade as atividades literárias. Um episódio dramático e hilário é narrado pela escritora Lena Castello Branco Ferreira de Freitas, em um perfil biográfico de Cora: “Todos acompanham de perto as revoluções de 1930 e de 32, quando o filho Bretinhas alista-se voluntário e é dado como desaparecido. Depois de viver situações improváveis, reaparece e a família comemora festivamente o regresso. Uma promessa feita pela mãe aos santos de sua devoção deverá ser cumprida: pais e filhos irão a pé até a igreja próxima, rezando em voz alta e segurando velas acesas. Debalde os mais jovens protestam, envergonhados; mas têm de participar e ponto final. Cedinho, na manhã cinzenta, forma-se o cortejo que segue, com a luz das velas bruxuleando sob a garoa fria. Passam bondes cheios de trabalhadores que estranham a cena: aquilo parecia um cortejo fúnebre a que falta o caixão. Começam a rir e a provocar: ‘Cadê o defunto? Cadê o defunto?”
Em 1956, 45 anos depois de sua partida e já esquecida na cidade, Cora retornou a Goiás. Proprietária por herança de uma quarta parte da Casa da Ponte, comprou as partes dos demais herdeiros e assumiu o antigo casarão. Escreveu o panfleto “Cântico da Volta”. Continuou escrevendo bastante em seus cadernos escolares, mantendo tudo ou quase tudo inédito, até que em 1965, aos 76 anos, publica seu primeiro livro, pela José Olympio, editora de seu antigo patrão: “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”.
Cora, desde os tempos de viuvez em São Paulo, continuara a fazer doces para complementar o orçamento, valendo-se de receitas ancestrais, adaptadas das antigas portuguesas. Eram doces de frutas regionais cristalizadas, em parte colhidas no próprio quintal. Na década de 1980, criou “O Dia do Vizinho”, que se comemora em 20 de agosto, data do aniversário da poeta.
Nos meados da década de 1980, uma influente universidade do Centro-Oeste atestou que a obra de Cora era inconsistente e imprópria para ser usada como corpus para dissertações ou teses, mesmo depois de Carlos Drummond de Andrade, na crônica “Cora Coralina, de Goiás”, publicada no “Jornal do Brasil”, ter afirmado que “Cora Coralina, para mim, é a pessoa mais importante de Goiás”.
Passados os primeiros percalços de aceitação, a obra e o nome de Cora continuaram crescendo de maneira firme e permanente. A autora foi premiada com o troféu Jaburu do Conselho Estadual de Cultura, em 1981; o presidente da República lhe outorgou a Comenda do Mérito do Trabalho, em 1984; no mesmo ano, a FAO — organismo da ONU — homenageou-a como símbolo da mulher trabalhadora; foi agraciada com o título de Doutora Honoris Causa da Universidade Federal de Goiás; no mesmo ano foi eleita, por aclamação, para ocupar a cadeira 38 da Academia Goiana de Letras, cujo patrono é Bernardo Guimarães. Foi eleita a intelectual do ano e contemplada com o Prêmio Juca Pato da União Brasileira dos Escritores e jornal “Folha de S. Paulo”, concorrendo com dois outros intelectuais de peso: Teotônio Vilela e Gerardo Melo Mourão. Em de janeiro de 1999, sua principal obra, “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”, foi aclamada por meio de um seleto júri organizado pelo jornal “O Popular”, de Goiânia, como uma das 20 obras mais importantes do século 20. Enfim, Cora tornou-se autora canônica. Em 2006 ela recebeu, postumamente, a condecoração de Ordem do Mérito Cultural do Governo de Goiás. O Museu Casa de Cora Coralina foi inaugurado no dia 20 de agosto de 1989, data comemorativa dos 100 anos de nascimento da poeta. O Museu da Língua Portuguesa homenageou-a com a exposição “Cora Coralina — Coração do Brasil”, em comemoração aos 120 anos de seu nascimento (2009). Foi criado recentemente, pela área de Turismo de Goiás, o Caminho de Cora (caminhos dos antigos bandeirantes), um trecho de 300 km que vai de Vila Boa a Corumbá de Goiás
Cora morreu, nonagenária, em 10 de abril de 1985, a tempo de ver seu nome brilhar no panteão dos escritores brasileiros. Está sepultada no cemitério São Miguel, na Cidade de Goiás, e em sua lápide se lê:
“Não morre aquele Que deixou na terra A melodia de seu cântico Na música de seus versos.”
A bibliografia de Cora, que começou com “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”, de 1965, hoje conta com mais de 15 livros publicados e, segundo sua filha Vicência Bretas Tahan, existe material inédito em seus “caderninhos escolares” para pelo menos mais sete livros. Dezenas de obras biográficas, críticas literárias, teses e dissertações já foram produzidas sobre a autora, no Brasil e no exterior.
Sem dúvida, Cora Coralina foi uma mulher à frente de seu tempo, que fazia doces para a alma e poesia como quem cultiva árvores com as raízes entranhadas na terra e os galhos envolvendo o mundo. Não foi por acaso que se tornou o ícone da cultura de Goiás, e é por mérito que, nos 130 anos de seu nascimento, 2019 foi decretado, pelo Governo de Goiás, o “Ano Cora Coralina”.
Dois poemas de Cora Coralina
VOLTEI
Voltei. Ninguém me conhecia. Nem eu reconhecia alguém. Quarenta e cinco anos decorridos. Procurava o passado no presente e lentamente fui identificando a minha gente. Minha escola primária. A sombra da velha Mestra. A casa, tal como antes. Sua pedra escorando a pesada porta. Quanto daria por um daqueles duros bancos onde me sentava, nas mãos a carta de “ABC”, a cartilha de soletrar, separar vogais e consoantes. Repassar folha por folha, gaguejando lições num aprendizado demorado e tardo. Afinal, vencer e mudar de livro. Reconheço a paciência infinita da mestra Silvina, sua memória sagrada e venerada, para ela a oferta deste livro, todas as páginas, todas as ofertas e referências Tão pouco para aquela que me esclareceu a luz da inteligência. A vida foi passando e o melhor livro que me foi dado foi Estórias da Carochinha, edição antiga, capa cinzenta, papel amarelado, barato, desenho pobre, preto e branco, miúdo. O grande livro que sempre me valeu e que aconselho aos jovens, um dicionário. Ele é pai, é tio, é avô, é amigo e é um mestre. Ensina, ajuda, corrige, melhora, protege. Dá origem da gramática e o antigo das palavras. A pronúncia correta, a vulgar e a gíria. Incorporou ao vocabulário todos os galicismos, antes condenados. Absolveu o erro e ressalvou o uso. Assimilou a afirmação de um grande escritor: é o povo que faz a língua. Outro escritor: a língua é viva e móvel. Os gramáticos a querem estática, solene, rígida. Só o povo a faz renovada e corrente sem por isso escrever mal.
CONCLUSÕES DE ANINHA
Estavam ali parados. Marido e mulher. Esperavam o carro. E foi que veio aquela da roça tímida, humilde, sofrida. Contou que o fogo, lá longe, tinha queimado seu rancho, e tudo que tinha dentro. Estava ali no comércio pedindo um auxílio para levantar novo rancho e comprar suas pobrezinhas. O homem ouviu. Abriu a carteira tirou uma cédula, entregou sem palavra. A mulher ouviu. Perguntou, indagou, especulou, aconselhou, se comoveu e disse que Nossa Senhora havia de ajudar E não abriu a bolsa. Qual dos dois ajudou mais? Donde se infere que o homem ajuda sem participar e a mulher participa sem ajudar. Da mesma forma aquela sentença: “A quem te pedir um peixe, dá uma vara de pescar.” Pensando bem, não só a vara de pescar, também a linhada, o anzol, a chumbada, a isca, apontar um poço piscoso e ensinar a paciência do pescador. Você faria isso, Leitor? Antes que tudo isso se fizesse o desvalido não morreria de fome? Conclusão: Na prática, a teoria é outra.
Cora Coralina: a história da poeta que publicou seu primeiro livro aos 75 anos publicado primeiro em https://www.revistabula.com
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ultraisabarrosmartins1978 · 6 years ago
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31 séries da Netflix para maratonar de acordo com seu perfil
Às vezes você senta na frente da TV e fica passeando por todo o catálogo da Netflix para encontrar a série perfeita, mas acaba assistindo “Friends” pela trigésima oitava vez por que seu lado libriano não sabe lidar com tantas opções?
SEUS PROBLEMAS ACABARAM. Pensando no perfil de cada espectador, separamos 31 séries da Netflix divididas em sete perfis diferentes de pessoas.
CONFIRA OS LANÇAMENTOS DE MAIO NA NETFLIX
Tem séries para os mais românticos, os xóvens, as empoderadas, os aventureiros, os palhaços, os workaholics e os atletas frustrados.
Assim, fica muito mais fácil para você se decidir na hora de apertar o botão e relaxar no sofá. Dê uma olhadinha e boa maratona:
Para os românticos
O Date Perfeito
Para juntar dinheiro para a faculdade, Brooks criou um app oferecendo seus serviços de falso namorado. Mas tudo se complica quando as coisas se tornam reais.
Estrelando: Noah Centineo, Laura Marano, Camila Mendes
Alguém Especial
Após o fim de um relacionamento, a jornalista musical Jenny se prepara para recomeçar — e para uma última aventura com as melhores amigas.
Estrelando: Gina Rodriguez, Brittany Snow, DeWanda Wise
A Barraca do Beijo
O primeiro beijo de Elle vira um romance proibido com o cara mais gato da escola, mas acaba colocando em risco a relação com seu melhor amigo.
Estrelando: Joey King, Joel Courtney, Jacob Elordi
Para Todos os Garotos que já amei
Lara Jean adora escrever cartas de amor secretas para seus paqueras. Só não contava que um dia elas seriam misteriosamente enviadas!
Estrelando: Lana Condor, Noah Centineo, Janel Parrish
Namoro, Amizade… Ou Adeus?
Em uma série de azarações e decepções, a cada episódio uma pessoa solteira encara cinco novos pretendentes. A missão? Encontrar alguém digno de um segundo encontro
Para os #xóvens
The Umbrella Academy
Com a morte do pai, irmãos com poderes extraordinários se reencontram e descobrem surpreendentes segredos de família – além de uma ameaça iminente à humanidade.
Estrelando: Ellen Page, Tom Hopper, David Castañeda, Emmy Raver Lampman, Aidan Gallagher, Robert Sheehan
Elite
Após três jovens da escola pública serem transferidos para um conceituado colégio de elite, o conflito entre classes acaba levando a um assassinato.
Estrelando: Danna Paola, Miguel Herrán, María Pedraza
Sex Education
O inseguro Otis manja tudo quando o negócio é aconselhamento sexual, graças à sua mãe sexóloga. E aí a rebelde Maeve propõe criar uma clínica de terapia sexual na escola.
Estrelando: Asa Butterfield, Gillian Anderson, Ncuti Gatwa
O Mundo Sombrio de Sabrina
Bruxa e também mortal, a jovem Sabrina Spellman fica dividida entre a vida normal de adolescente e o legado de sua família feiticeira.
Estrelando: Kiernan Shipka, Ross Lynch, Miranda Otto
Stranger Things
Quando um garoto desaparece, a cidade toda participa nas buscas. Mas o que encontram são segredos, forças sobrenaturais e uma menina.
Estrelando: Winona Ryder, David Harbour, Finn Wolfhard, Millie Bobby Brown, Gaten Matarazzo, Caleb McLaughlin, Natalia Dyer, Joe Keery.
Para aqueles que amam personagens femininos fortes
Coisa mais Linda
Uma dona de casa chega ao Rio dos anos 50 para encontrar o marido e descobre que foi abandonada. Em vez de sofrer, ela decide ficar na cidade e abrir um clube de bossa nova.
Estrelando: Maria Casadevall, Pathy Dejesus, Fernanda Vasconcellos
Homecoming: A Film by Beyoncé
As emoções por trás da célebre apresentação de Beyoncé no Coachella 2018, que transformou um conceito criativo em um movimento cultural.
Samantha!
Talento infantil nos anos 80, Samantha se agarra ao pouco que resta de sua fama enquanto cria planos mirabolantes para voltar ao estrelato.
Estrelando: Emanuelle Araújo, Douglas Silva, Sabrina Nonata
As Telefonistas
Na Madri dos anos 20, quatro amigas vivem a revolução dos costumes ao entrar na força de trabalho e lidar com namoros e amizades longe de casa.
Estrelando: Blanca Suárez, Nadia de Santiago, Ana Fernández
Orange is the New Black
Uma jovem de classe alta acaba em uma penitenciária feminina por causa de um crime do passado nesta série vencedora do Emmy, da criadora de “Weeds”.
Estrelando: Taylor Schilling, Kate Mulgrew, Laura Prepon
Para morrer de rir
Amy Schumer (Growing)
Em um especial que é ao mesmo tempo indecente e sincero, Amy Schumer fala sobre seu novo casamento, crescimento pessoal, gravidez e o conselho equivocado de sua mãe.
Estrelando: Amy Schumer
A Casa das Flores
Nesta comédia de humor negro, uma matriarca rica se esforça para manter a imagem perfeita da família quando a amante do marido traz à tona segredos surpreendentes.
Estrelando: Verónica Castro, Aislinn Derbez, Cecilia Suárez
Liss Pereira: Reteniendo líquidos
Grávida, Liss Pereira confessa verdades inconvenientes sobre sexo, amor, atração e as mentiras que contamos nas relações modernas.
Estrelando: Liss Pereira
Gabriel Iglesias : I’m sorry for what I said when I was hungry
O comediante Gabriel Iglesias, famoso por suas camisas havaianas, faz humor com cestas de presente, food trucks de tacos e muito mais!
Estrelando: Gabriel Iglesias
Mandou Bem – México
Os mais hilários desastres da culinária chegam ao México, onde confeiteiros amadores competem recriando doces por um prêmio em dinheiro.
Estrelando: Omar Chaparro, Anna Ruiz
Para quem nunca sai do escritório
O Plano Imperfeito
Desesperados por um pouco de sossego, dois assistentes exaustos unem forças para fazer com que seus chefes workaholics se apaixonem.
Estrelando: Zoey Deutch, Glen Powell, Lucy Liu
Supermães
A licença maternidade terminou. Com a volta ao trabalho, quatro mães precisam conciliar filhos, chefes, amor e a agitada vida em Toronto.
Estrelando: Catherine Reitman, Dani Kind, Juno Rinaldi
Sunset Milha de Ouro
Os corretores de imóveis de elite do Oppenheim Group vendem uma vida de luxo aos endinheirados de Los Angeles. Com a chegada de um novo membro à equipe, o drama aumenta.
Para atletas frustrados
Glow
Na Los Angeles dos anos 80, um grupo de desajustadas encontra na luta livre uma chance para recomeçar. Uma comédia da equipe de “Orange Is the New Black”.
Estrelando: Alison Brie, Betty Gilpin, Marc Maron
Formula 1: Dirigir para viver
Pilotos, gestores e donos de equipes vivem grandes emoções — nas pistas e fora delas — durante uma implacável temporada de corridas de Fórmula 1.
Antoine Griezmann: Nasce uma lenda
Com emoção e determinação, Antoine Griezmann superou sua baixa estatura para se tornar um dos maiores jogadores de futebol do planeta e campeão da Copa do Mundo.
Losers
Em uma sociedade onde só a vitória interessa, como nos comportamos ao perder? Esta série apresenta atletas que transformaram a tristeza da derrota em um grande triunfo.
Para aqueles que querem conhecer o mundo
Nosso Planeta
Com imagens nunca vistas, o ambicioso documentário traz a beleza natural de nosso planeta e mostra como as mudanças climáticas têm impacto sobre todas as criaturas vivas.
Estrelando: David Attenborough
Chef’s Table
Nesta série indicada ao Emmy, estrelas da culinária do mundo inteiro redefinem a gastronomia com pratos inovadores e sobremesas tentadoras.
Street Food
Embarque em uma jornada cultural global pela comida de rua e desvende a história por trás dos inventores de pratos cheios de sabor e memórias.
Você Radical
Nessa série interativa, Bear Grylls precisa sobreviver e completar missões complicadas nos lugares mais hostis do planeta.
Estrelando: Bear Grylls
Veja também: 14 filmes na Netflix para entender o que é o fascismo e o nazismo
31 séries da Netflix para maratonar de acordo com seu perfilpublicado primeiro em como se vestir bem
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alvaromatias1000 · 6 years ago
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Resenhas de Livros e Filmes da Coletânea “Leituras de Cabeceira”
Neste período de nove anos com postagens neste modesto blog pessoal tive a motivação de ler e resenhar 305 livros: média de 3 por mês. Quem se interessar pela (re)leitura desses posts poderá recorrer ao guia abaixo. A coletânea de resenhas se encontra na aba Obras (Quase) Completas. Ou baixe abaixo.
RESENHAS DE LIVROS E FILMES DA COLETÂNEA “LEITURAS DE CABECEIRA”
fernando nogueira da costa – leituras de cabeceira – arte de comunicar
BIBLIOGRAFIADE ARTE DE COMUNICAR:
ABREU, Antônio Suarez. A Arte de Argumentar: Gerenciando Razão e Emoção. São Paulo: Ateliê Editorial; 1999 – 13ª. edição, 2009.
ADLER, Mortimer e VAN DOREN, Charles. Como Ler Livros: O guia clássico para a leitura inteligente. Traduzido por Edward Horst Wolff e Pedro Sette-Câmara. São Paulo: Editora É Realizações; 2010.
ADLER, Mortimer. A Arte de Ler. São Paulo: Agir; 1954.
ALMOSSAWI, Ali. O livro ilustrado dos maus argumentos. Rio de Janeiro: Sextante, 2017.
ANDERSON, Chris. TED Talks: O guia oficial do TED para falar em público. Rio de Janeiro; Editora Intrínseca; 2016.
CASTRO, Claudio de Moura. Você sabe estudar? Quem sabe, estuda menos e aprende mais. Porto Alegre: Penso, 2015.
DOBELLI, Rolf. A arte de pensar claramente: Como evitar as armadilhas do pensamento e tomar decisões de forma mais eficaz. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
FIORIN, José Luiz e SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de Texto – Leitura e Redação. São Paulo: Ática, 2011
HARARI, Yuval Noah. Sapiens: Uma breve história da humanidade. Tradução Janaína Marcoantonio. 1ª. ed. Porto Alegre, RS: L&PM, 2015.
HUFF, Darrell. Como Mentir com Estatísticas. Rio de Janeiro: Edições Financeiras; 1964 (relançado em 1993).
KIEFER, Charles. Para ser escritor. São Paulo: Leya, 2010.
MURCHO, Desidério. O Lugar da Lógica na Filosofia. Ouro Preto: UFOP; 2003.
PETIT, Michèle. A arte de ler: ou como resistir à adversidade. São Paulo: Editora 34; 2009.
PROSE, Francine. Prefácio e Posfácio de Ítalo Morriconi. Para ler como um escritor: Um guia para quem gosta de livros e para quem quer escrevê-los. Rio de Janeiro; Zahar; 2006.
SCHOPENHAUER, Arthur. 38 Estratégias para Vencer Qualquer Debate – A Arte de ter Razão. São Paulo: Faro Editorial; 2014.
SCHWARTSMAN, Hélio. Pensando bem… um olhar original a respeito de liberdade, religião, história, política, violência, comportamento, educação, ciência. São Paulo: Editora Contexto, 2016.
SQUARISI, Dad e SALVADOR, Arlete. A arte de escrever bem: um guia para jornalistas e profissionais do texto. 7ª. ed., 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2012.
ZINSSER, William. Como Escrever Bem.São Paulo: Editora Três Estrelas; 2017 (original de 1976).
fernando nogueira da costa – leituras de cabeceira – arte do roteiro
BIBLIOGRAFIADA ARTE DO ROTEIRO:
ALMEIDA, Renata de [org.]. Os Filmes da Minha Vida 4: O Real e O Imaginário. São Paulo; Imprensa Oficial; 2012. 296 páginas.
ARISTÓTELES.Poética.Coleção Os Pensadores. Segundo Volume. São Paulo: Abril Cultural, 1984: 241-269.
BAHIANA, Ana Maria. Como Ver Um Filme. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 2012.
BARRETO, Lima. O Triste Fim de Policarpo Quaresma. Rio de Janeiro: Typ. Revista dos Tribunaes; Lançamento: 1915 (1a. edição)
DA-RIN, Sílvio. Prefácio de João Moreira Salles.Espelho Partido – Tradição e Transformação do Documentário. Rio de Janeiro: Azougue Editorial; 2004.
FRANCO, Gustavo & FARNAM, Henry. Shakespeare e a Economia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora; 2009.
GILMOUR, David. O Clube do Filme. São Paulo: Editora Intrínseca; 2009.
GOMPERTZ, Will. Isso É Arte?Rio de Janeiro: Editora: Zahar; 2013.
MCKEE, Robert.Story: Substância, Estrutura, Estilo e os Princípios da Escrita de Roteiro[Story – Substance, Structure, Style and The Principles of Screenwriting].Curitiba: Editora Arte & Letra; 2007 (original de 1997). 432 páginas.
STEMPEL, Tom. Por dentro do roteiro: Erros e acertos em Janela indiscreta, Guerra nas estrelas e outros clássicos do cinema[Understanding Screenwriting (Learning from Good, Not-Quite-So-Good, and Bad Screenplays)]. Rio de Janeiro: Editora Zahar; 2008.
fernando nogueira da costa – leituras de cabeceira – biografia e futebol
BIBLIOGRAFIADE BIOGRAFIA E FUTEBOL:
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BELLOS, Alex. Futebol: o Brasil em Campo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003. 350 p.
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FRANCO JÚNIOR, Hilário. A dança dos deuses: futebol, cultura, sociedade. São Paulo: Companhia das Letras; 2007.
FROER, Franklin. Como o Futebol explica o Mundo: Um olhar inesperado sobre a globalização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor; 2005. 244 p.
GREEN, James. Revolucionário e gay – A vida extraordinária de Herbert Daniel: Pioneiro na luta pela democracia, diversidade e inclusão. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; 2018. 378 p.
ISAACSON, Walter. Steve Jobs. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
KUPER, Simon & SZYMANSKI, Stefan. Soccernomics: Por que a Inglaterra perde, a Alemanha e o Brasil ganham, e os Estados Unidos, o Japão, a Austrália, a Turquia – e até mesmo o Iraque – podem se tornar os reis do esporte mais popular do mundo. Rio de Janeiro: Editora Tinta Negra; 2010.
MAGALHÃES, Mário. Marighella, o guerrilheiro que incendiou o mundo. São Paulo, Companhia das Letras, 2012.
MANDELA, Nelson. Longa Caminhada para a Liberdade: Autobiografia de Nelson Mandela. Curitiba: Nossa Cultura; 2012. 816 p.
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SEMPRÚN, Jorge. Autobiografia de Federico Sánchez(tradução de Olga Savary). Rio de Janeiro, Editora Paz e Terra, 1979.
TOSTÃO (Dr. Eduardo Gonçalves de Andrade). Tempos vividos, sonhados e perdidos: Um olhar sobre o futebol. São Paulo: Companhia das Letras; 2017.
WISNIK, José Miguel. Veneno Remédio – O futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. 446 p.
fernando nogueira da costa – leituras de cabeceira – ciência e filosofia da mente
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SOUZA, Jessé. A Tolice da Inteligência Brasileira. São Paulo; LeYa; 2015.
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TIBURI, Márcia. Como conversar com um fascista: reflexões sobre o cotidiano autoritário brasileiro. 1ª. ed. – Rio de Janeiro: Record, 2015.
SINOPSES / RESENHAS DOS FILMES:
fernando nogueira da costa – leituras de cabeceira – arte do roteiro
Os Filmes da Minha Vida – Fase Infantil (1951-1965):
As Aventuras de Robin Hood80
No Tempo das Diligências 80
Matar ou Morrer 81
Os Brutos Também Amam 81
Assim Caminha a Humanidade 81
Ben Hur 82
Spartacus 82
A Conquista do Oeste82
Álamo82
El Cid 83
Cleópatra 83
Lawrence da Arábia 84
Fugindo do Inferno 84
A Queda do Império Romano 84
O Senhor da Guerra 85
Doutor Zhivago 85
Os Filmes da Minha Vida – Fase Adolescente (1966-1971)        
Casablanca 85
Os Pássaros 86
O Incrível Exército de Brancaleone 86
Um Homem e Uma Mulher 86
BlowUp 86
Um Clarão nas Trevas87
A Primeira Noite de um Homem 87
2001: Uma Odisseia no Espaço 88
Bullitt 88
Woodstock 1969 91
Easy Rider: Sem Destino 91
Corrida Contra o Destino 92
Billy Jack 93
Ensina-me a Viver 93
Dodes-Ka-Den94
Os Filmes de Minha Vida – Fase Universitária em Belo Horizonte (1971-1974)
.. 94
Giordano Bruno 96
Os Companheiros 97
Batalha de Argel 98
Queimada! 98
Investigação sobre um cidadão acima de qualquer suspeita 99
Encurralado 100
Os Filmes da Minha Vida – Fase Universitária em Campinas (1975-1977)
Vidas Secas 101
Encouraçado Potemkin 101
Tommy 102
Novecento 102
Os Filmes de Minha Vida – Fase Jovem Profissional no Rio de Janeiro (1978-1985)
Laranja Mecânica 103
Corações & Mentes 105
Franco Atirador 105
Apocalipse Now 108
Hair 109
Reds 110
Retratos da Vida 111
Mephisto 111
O Baile112
The Walldo Pink Floyd 112
Amadeus 114
Cotton Club 116
Os Filmes de Minha Vida – Fase Crise da Meia-Idade em Campinas (1986-2002)
Platoon 120
Nascido Para Matar 120
De Volta para o Futuro 122
Swing Kids 124
A Lista de Schindler 125
Forrest Gump: O Contador de Histórias 127
Beleza Americana 131
Cradle Will Rock: O Poder Vai Dançar 132
Frida 134
Os Filmes de Minha Vida – Fase no “Poder” em Brasília e São Paulo (2003-2007)
O Mercador de Veneza 134
Diários de Che 136
O Que Você Faria 137
Ray 138
Johnny & June 139
Piaf – Um Hino Ao Amor 139
Os Filmes de Minha Vida – Fase Pré-Aposentadoria (2008-2018)
Tropa de Elite 2 142
Um Método Perigoso: Transferência entre Psicanalista e Paciente 144
Vincere 146
A Rede Social148
Cisne Negro 150
Cisne Negro e Mãe Tigresa 152
Cisne Negro: Psicodrama e/ou Terror 155
Biutiful: estética da miséria humana158
VIPs: Personagens Muito Importantes 161
Edgar 164
O Homem ao Lado 166
Margin Call — O Dia Antes do Fim 169
Os Descendentes 175
Millennium 180
Cópia Fiel 181
A Separação 184
O Retrato de Dorian Gray 185
Moneyball 188
Shame190
Habemus Papam 194
As Neves do Kilimanjaro 195
Na Estrada (On the Road) 197
360 201
Elefante Branco X Argo 203
O Lado Bom da Vida 206
O som ao redor 207
O Mestre 209
A hora mais escura 211
V de Vingança213
Vanishing Point X Drive 216
Tese Sobre Um Homicídio 219
Hannah Arendt 221
Bling Ring: A Gangue de Hollywood 225
Trem Noturno para Lisboa X Tatuagem 227
Amor, O Fim da Vida 235
Azul é a Cor Mais Quente (La Vie d’Adele) 236
A Grande Beleza 241
Álbum de Família 246
Bastardos 249
Que horas ela volta? 251
Ele está de volta 254
Jogo do Dinheiro 256
Aquarius 259
Eu não sou Madame Bovary 263
Resenhas de Livros e Filmes da Coletânea “Leituras de Cabeceira” publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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leaquioficial · 4 years ago
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O sonho de Jesus para a humanidade
Em sonho, Eurípedes Barsanulfo se encontra com Jesus que lhe dá uma breve mensagem sobre sua expectativa com os caminhos da humanidade.
O conhecimento é valioso quando colocado em ação. Este é um comovente e profundo conto de Hilário Silva¹, que nos leva a refletir sobre o que sabemos e o que fazemos no cotidiano de nossa vida. O conhecimento é um campo estéril se não o colocamos em prática para que frutifique e, assim, se transforme num campo fértil onde semeamos as palavras e a ações que transformam em realidade o sonho de…
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leaquioficial · 3 years ago
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A luz que afasta as sombras do medo
Em muitos momentos podemos deixar que as sombras do medo encubram a nossa vida mas uma tênue luz já é capaz de trazer a paz e a serenidade.
As sombras do medo podem encobrir a alegria da vida. Não conseguimos encontrar saídas para os problemas e as dificuldades que precisamos resolver se deixamos as sombras do medo, da insegurança e da desconfiança encobrirem os nossos dias. Entretanto, toda luz afasta a escuridão e mostra caminhos, quando vem da serenidade, da paz interior e do entendimento da vida. E a luz vem não só para nós…
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leaquioficial · 3 years ago
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O desapego movimenta a prática do bem
O desapego movimenta a prática do bem, pois o que não tem uso para nós pode ser útil para alguém, como vemos neste conto de Hilário Silva.
Desapego: bom para os outros, bom para nós. O desapego é um importante elemento que movimenta as engrenagens da prática do bem, da caridade, da compaixão e do auxílio ao próximo. Porque tudo aquilo que não tem utilidade para nós, que fica encostado num canto, pode ser de grande ajuda para alguém. E mesmo o sentimentalismo que nos prende a alguns objetos pode, em certos momentos, exigir de nós…
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leaquioficial · 4 years ago
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Uma lição para a vida e para a morte, nas palavras do Dr. Bezerra
Esta é uma lição para a vida e para a morte, numa palestra do Dr. Bezerra a espíritos sofredores, contada por Hilário Silva.
Para a vida como para a morte, a lição nas sábias palavras do Médico dos Pobres. Em certa ocasião, o Dr. Bezerra de Menezes, o Médico dos Pobres, estava proferindo uma palestra no plano espiritual, que foi uma verdadeira lição para a vida e para a morte. Ele falava a um grupo de espíritos sofredores, para que as palavras advindas de sua sabedoria proporcionassem os ensinamentos e as…
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leaquioficial · 4 years ago
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Amanhã vamos começar tudo de novo
Sempre é tempo para começar de novo, ainda mais quando se trata de transformar nossos pensamentos e atitudes, como explica Hilário Silva.
Cada amanhã traz uma nova oportunidade. Cada dia é uma nova oportunidade de começar tudo de novo. Principalmente no que diz respeito à nossa caminhada evolutiva. Quantas mensagens bonitas e inspiradoras vemos a todo momento! Quantos ensinamentos que nos fazem pensar: “Puxa, é isso mesmo! Agora já sei, e vou fazer assim porque sei que vou me sentir melhor.” Mas saber é uma coisa, e pôr em…
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leaquioficial · 3 years ago
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Como a reencarnação repara erros de vidas passadas
Através da reencarnação o espírito repara erros de vidas passadas, resgatando antigos débitos e sofrendo as consequências de ações indevidas.
Como os erros de vidas passadas interferem na existência atual. Os fatos que acontecem em uma existência muitas vezes têm ligação com ações cometidas em uma existência anterior. A reencarnação, certamente, é uma oportunidade de aprendizado para a evolução moral e espiritual. Mas também é um ajuste de contas, quando o espírito repara os erros que cometeu em vidas passadas. A tendência natural do…
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leaquioficial · 3 years ago
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O auxílio sempre chega para quem confia em Jesus
Quem confia em Jesus e nas ações da Divina Providência reúne forças, renova a esperança e a confiança de que a resposta aos problemas logo virá.
Uma mão se estende quando confiamos e temos fé. Não são poucas as dificuldades que surgem na vida, e às vezes elas tomam proporções assustadoras. Mas o auxílio sempre vem para quem confia em Jesus de maneira sincera e verdadeira. Uma mão se estende, muitas vezes de pessoas desconhecidas. Uma solução surge, por caminhos que nunca imaginaríamos. O fundamental é a confiança plena e, além disso, a…
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fabioferreiraroc · 4 years ago
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Cora Coralina: a história da poeta que publicou seu primeiro livro aos 75 anos
Cora Coralina é o pseudônimo de Ana Lins Peixoto dos Guimarães Bretas, nascida na Casa da Ponte, na Cidade de Goiás, — hoje Museu Casa de Cora Coralina — em 20 de agosto de 1889, quase três meses antes da Proclamação da República, e falecida em Goiânia, em 10 de abril de 1985, quase um mês após o fim da ditadura militar.
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Cora Coralina é o pseudônimo de Ana Lins Peixoto dos Guimarães Bretas, nascida na Casa da Ponte, na Cidade de Goiás, — hoje Museu Casa de Cora Coralina — em 20 de agosto de 1889, quase três meses antes da Proclamação da República, e falecida em Goiânia, em 10 de abril de 1985, quase um mês após o fim da ditadura militar.
A ascendência de Cora tem lances de ode telúrica. Pelo lado materno, ela descendia do grande bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva — o Anhanguera —, descobridor das minas dos goyazes e, por assim dizer, pai do estado de Goiás. Seu avô, Joaquim Luiz do Couto Brandão, foi proprietário de enormes sesmarias e concessionário das lendárias minas de ouro de Anicuns.
Num tempo em que as mulheres eram subjugadas e sem voz, Cora antecipou comportamentos modernos: participou da fundação do jornal literário “A Rosa”, e numa madrugada alta, sem que ninguém esperasse, deixou Goiás e partiu a cavalo com o homem que amava para um mundo desconhecido, num autoexílio, a fim de construir seu próprio destino.
Cora passou a infância entre dois cenários: a Fazenda Paraíso (o nome advém da beleza natural do lugar) e a Casa Velha da Ponte. A Fazenda Paraíso, próxima a Goiás, é a largueza da infância, onde moravam bisavó, avós, tios e primos, inclusive uma tia vitalina, cuja renúncia ao casamento se deu para atender a um chamado familiar tradicional à época: cuidar dos pais quando ficassem velhos. A fazenda foi seu cenário bucólico mais imediato e permanente, pano de fundo, quando não moldura, de diversos textos. Já a Casa Velha da Ponte, comprada por seu pai, o desembargador Francisco de Paula Lins dos Guimarães, foi uma das pioneiras da antiga capital, tendo sido erguida com métodos construtivos do Brasil-colônia, incluindo ferragens feitas por escravos em forjas primitivas. Esta era a residência da família. Edificada em 1739 com adobes de barro cru, firmados por vigas e pilastras de aroeira sobre baldrames de pedra bruta, às margens do borbulhante Rio Vermelho, tornou-se para a poeta símbolo ao mesmo tempo do real e do imaginário, e não raro, na condição de casa grande, um disfarce para a pobreza sofrida pela família naqueles tempos de decadência do ouro e do fim da mão de obra escrava, quando a república ainda engatinhava.
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A Casa Velha da Ponte abrigou inúmeros figurões ao longo da história, até que, no final do século 19, foi habitada por dona Jacyntha (mãe de Cora) e o desembargador Peixoto, seu segundo esposo. O pai de Ana era idoso e morreu antes que a menina pudesse conhecê-lo. As dificuldades econômicas e sociais da época alcançaram a família, e por isso, Aninha teria estudado por não mais que dois ou três anos. Mais uma vez viúva, sua mãe contraiu terceiras núpcias com o médico Antônio Rolins da Silva.
Por ser meio “avoada” e franzina, Aninha sofria rejeição da família. Assim, usando roupas largas e antigas, herdadas das irmãs mais velhas, recolhia-se em seu quartinho, entregue a leituras e devaneios, fermentando o espírito da futura poeta. Seguindo currículo singular, adquiriu vasta cultura, longe da pedagogia truculenta de então, exercida à base de palmatória e de ajoelhamentos sobre grãos de milho. Os livros eram conseguidos por empréstimo do Gabinete Literário Goiano — fundado em 1864 e existente ainda hoje, exigindo reais cuidados de conservação.
A menina “avoada”, mas de espírito buliçoso, publicou aos 17 anos seu primeiro poema, “A tua volta”, dedicado ao poeta Luiz do Couto, no jornal “Folha do Sul”, editado em Bela Vista de Goiás. No ano seguinte, juntamente com três outras jovens, entre elas a poeta negra Leodegária de Jesus, tornou-se redatora do jornal literário “A Rosa”. Seu primeiro conto, “Tragédia na roça”, foi publicado em 1910, no Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás.
Naquele mesmo ano, o padrasto de Ana morreu de malária. Viúva pela terceira vez, sua mãe caiu em profunda tristeza. Nessa época, Ana adotou o pseudônimo Cora Coralina, talvez pela aliteração colorida, talvez para manter-se no anonimato. As duas irmãs mais velhas, Vicência Peixoto e Helena, casaram-se e foram construir suas vidas. Cora ficou na Casa Grande com a irmã mais nova, Ada, a mãe depressiva e a avó cada vez mais alheada. No ano seguinte, conheceu o chefe de polícia e bacharel em Direito Cantídio Tolentino Bretas, vindo de São Paulo desacompanhado da família. Cantídio tinha o dobro de sua idade: era contemporâneo de Totó Caiado (político então em ascensão) e formado em direito pela mesma faculdade. Cantídio e Cora travaram um relacionamento furtivo, e numa madrugada a moça, tida por alguns como “pouco afeita a namoros”, fugiu com o então Secretário de Segurança Pública rumo a São Paulo, em busca de um destino incerto. A mãe adoentada e a avó idosa ficaram sob os cuidados da irmã mais nova e das irmãs casadas. Cora e Cantídio viveram 15 anos juntos, sem casamento. Só se casaram de papel passado em 1926, quando a esposa do primeiro casamento de Cantídio já havia falecido. Juntos tiveram seis filhos, e Cora ainda criou uma filha de Cantídio, nascida de uma relação do marido com uma serviçal da casa, mestiça guajajara. Cantídio morreu em 1934. A relação entre eles durou 22 anos, mas nesse autoexílio, Cora viveu nada menos que 45 anos. Em sua obra, ela se referiu escassamente a essa fase de sua vida.
Embora a literatura nunca estivesse totalmente fora de seu campo de interesse, nesse período Cora esteve pouco presente na cena literária, com raras publicações de crônicas em jornais. Nessa época ela fez algumas colaborações à revista “A Informação Goiana”, de Henrique Silva, editada no Rio de Janeiro, onde falava das coisas da terra distante. O marido não a apoiava nessa seara, embora a tivesse conhecido e por ela se interessado num sarau literário em Vila Boa, e teria inclusive impedido Cora de participar da Semana de Arte Moderna de 22, como era seu desejo. O casal morou em Jaboticabal, onde o marido advogava, e em São Paulo, capital, onde Cora tocou uma pensão entre 1933 e 34. Quando o marido morreu de pneumonia, Cora vendeu a pensão e começou a vender livros para o famoso editor José Olympio. Mudou-se depois para Andradina, abriu uma loja de retalhos de tecidos, adquiriu um sítio, candidatou-se a vereadora (sem sucesso) e retomou com maior intensidade as atividades literárias. Um episódio dramático e hilário é narrado pela escritora Lena Castello Branco Ferreira de Freitas, em um perfil biográfico de Cora: “Todos acompanham de perto as revoluções de 1930 e de 32, quando o filho Bretinhas alista-se voluntário e é dado como desaparecido. Depois de viver situações improváveis, reaparece e a família comemora festivamente o regresso. Uma promessa feita pela mãe aos santos de sua devoção deverá ser cumprida: pais e filhos irão a pé até a igreja próxima, rezando em voz alta e segurando velas acesas. Debalde os mais jovens protestam, envergonhados; mas têm de participar e ponto final. Cedinho, na manhã cinzenta, forma-se o cortejo que segue, com a luz das velas bruxuleando sob a garoa fria. Passam bondes cheios de trabalhadores que estranham a cena: aquilo parecia um cortejo fúnebre a que falta o caixão. Começam a rir e a provocar: ‘Cadê o defunto? Cadê o defunto?”
Em 1956, 45 anos depois de sua partida e já esquecida na cidade, Cora retornou a Goiás. Proprietária por herança de uma quarta parte da Casa da Ponte, comprou as partes dos demais herdeiros e assumiu o antigo casarão. Escreveu o panfleto “Cântico da Volta”. Continuou escrevendo bastante em seus cadernos escolares, mantendo tudo ou quase tudo inédito, até que em 1965, aos 76 anos, publica seu primeiro livro, pela José Olympio, editora de seu antigo patrão: “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”.
Cora, desde os tempos de viuvez em São Paulo, continuara a fazer doces para complementar o orçamento, valendo-se de receitas ancestrais, adaptadas das antigas portuguesas. Eram doces de frutas regionais cristalizadas, em parte colhidas no próprio quintal. Na década de 1980, criou “O Dia do Vizinho”, que se comemora em 20 de agosto, data do aniversário da poeta.
Nos meados da década de 1980, uma influente universidade do Centro-Oeste atestou que a obra de Cora era inconsistente e imprópria para ser usada como corpus para dissertações ou teses, mesmo depois de Carlos Drummond de Andrade, na crônica “Cora Coralina, de Goiás”, publicada no “Jornal do Brasil”, ter afirmado que “Cora Coralina, para mim, é a pessoa mais importante de Goiás”.
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Passados os primeiros percalços de aceitação, a obra e o nome de Cora continuaram crescendo de maneira firme e permanente. A autora foi premiada com o troféu Jaburu do Conselho Estadual de Cultura, em 1981; o presidente da República lhe outorgou a Comenda do Mérito do Trabalho, em 1984; no mesmo ano, a FAO — organismo da ONU — homenageou-a como símbolo da mulher trabalhadora; foi agraciada com o título de Doutora Honoris Causa da Universidade Federal de Goiás; no mesmo ano foi eleita, por aclamação, para ocupar a cadeira 38 da Academia Goiana de Letras, cujo patrono é Bernardo Guimarães. Foi eleita a intelectual do ano e contemplada com o Prêmio Juca Pato da União Brasileira dos Escritores e jornal “Folha de S. Paulo”, concorrendo com dois outros intelectuais de peso: Teotônio Vilela e Gerardo Melo Mourão. Em de janeiro de 1999, sua principal obra, “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”, foi aclamada por meio de um seleto júri organizado pelo jornal “O Popular”, de Goiânia, como uma das 20 obras mais importantes do século 20. Enfim, Cora tornou-se autora canônica. Em 2006 ela recebeu, postumamente, a condecoração de Ordem do Mérito Cultural do Governo de Goiás. O Museu Casa de Cora Coralina foi inaugurado no dia 20 de agosto de 1989, data comemorativa dos 100 anos de nascimento da poeta. O Museu da Língua Portuguesa homenageou-a com a exposição “Cora Coralina — Coração do Brasil”, em comemoração aos 120 anos de seu nascimento (2009). Foi criado recentemente, pela área de Turismo de Goiás, o Caminho de Cora (caminhos dos antigos bandeirantes), um trecho de 300 km que vai de Vila Boa a Corumbá de Goiás
Cora morreu, nonagenária, em 10 de abril de 1985, a tempo de ver seu nome brilhar no panteão dos escritores brasileiros. Está sepultada no cemitério São Miguel, na Cidade de Goiás, e em sua lápide se lê:
“Não morre aquele Que deixou na terra A melodia de seu cântico Na música de seus versos.”
A bibliografia de Cora, que começou com “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”, de 1965, hoje conta com mais de 15 livros publicados e, segundo sua filha Vicência Bretas Tahan, existe material inédito em seus “caderninhos escolares” para pelo menos mais sete livros. Dezenas de obras biográficas, críticas literárias, teses e dissertações já foram produzidas sobre a autora, no Brasil e no exterior.
Sem dúvida, Cora Coralina foi uma mulher à frente de seu tempo, que fazia doces para a alma e poesia como quem cultiva árvores com as raízes entranhadas na terra e os galhos envolvendo o mundo. Não foi por acaso que se tornou o ícone da cultura de Goiás, e é por mérito que, nos 130 anos de seu nascimento, 2019 foi decretado, pelo Governo de Goiás, o “Ano Cora Coralina”.
Dois poemas de Cora Coralina
VOLTEI
Voltei. Ninguém me conhecia. Nem eu reconhecia alguém. Quarenta e cinco anos decorridos. Procurava o passado no presente e lentamente fui identificando a minha gente. Minha escola primária. A sombra da velha Mestra. A casa, tal como antes. Sua pedra escorando a pesada porta. Quanto daria por um daqueles duros bancos onde me sentava, nas mãos a carta de “ABC”, a cartilha de soletrar, separar vogais e consoantes. Repassar folha por folha, gaguejando lições num aprendizado demorado e tardo. Afinal, vencer e mudar de livro. Reconheço a paciência infinita da mestra Silvina, sua memória sagrada e venerada, para ela a oferta deste livro, todas as páginas, todas as ofertas e referências Tão pouco para aquela que me esclareceu a luz da inteligência. A vida foi passando e o melhor livro que me foi dado foi Estórias da Carochinha, edição antiga, capa cinzenta, papel amarelado, barato, desenho pobre, preto e branco, miúdo. O grande livro que sempre me valeu e que aconselho aos jovens, um dicionário. Ele é pai, é tio, é avô, é amigo e é um mestre. Ensina, ajuda, corrige, melhora, protege. Dá origem da gramática e o antigo das palavras. A pronúncia correta, a vulgar e a gíria. Incorporou ao vocabulário todos os galicismos, antes condenados. Absolveu o erro e ressalvou o uso. Assimilou a afirmação de um grande escritor: é o povo que faz a língua. Outro escritor: a língua é viva e móvel. Os gramáticos a querem estática, solene, rígida. Só o povo a faz renovada e corrente sem por isso escrever mal.
CONCLUSÕES DE ANINHA Estavam ali parados. Marido e mulher. Esperavam o carro. E foi que veio aquela da roça tímida, humilde, sofrida. Contou que o fogo, lá longe, tinha queimado seu rancho, e tudo que tinha dentro. Estava ali no comércio pedindo um auxílio para levantar novo rancho e comprar suas pobrezinhas. O homem ouviu. Abriu a carteira tirou uma cédula, entregou sem palavra. A mulher ouviu. Perguntou, indagou, especulou, aconselhou, se comoveu e disse que Nossa Senhora havia de ajudar E não abriu a bolsa. Qual dos dois ajudou mais? Donde se infere que o homem ajuda sem participar e a mulher participa sem ajudar. Da mesma forma aquela sentença: “A quem te pedir um peixe, dá uma vara de pescar.” Pensando bem, não só a vara de pescar, também a linhada, o anzol, a chumbada, a isca, apontar um poço piscoso e ensinar a paciência do pescador. Você faria isso, Leitor? Antes que tudo isso se fizesse o desvalido não morreria de fome? Conclusão: Na prática, a teoria é outra.
Cora Coralina: a história da poeta que publicou seu primeiro livro aos 75 anos Publicado primeiro em https://www.revistabula.com
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