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#gentrificação
rtrevisan · 2 years
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O que é gentrificação
O que é gentrificação
Gentrificação é o nome que se dá à substituição da população residente de uma determinada área urbana por outra de poder aquisitivo e renda significativamente maior. É um fenômeno muito criticado por, via de regra, promover a elitização de territórios urbanos simultaneamente ao deslocamento da população de menor poder econômico para territórios menos favorecidos em diversos aspectos, tais como…
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jornalismolotov · 2 years
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BAIRRO DA LUZ: POLO CULTURAL E CONTRADIÇÃO SOCIAL
06 Jan 2013 - 25 Ago 2022 @jornalismolotov
Por #ACTardoque
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Por Adriano Tardoque
A questão da cultura suscita reflexões que precisam sempre ir além. Nas últimas semanas, pensei muito sobre a região da cidade de São Paulo, hoje conhecida pejorativamente por “Cracolância”. Localizada no centro do bairro da Luz, mais precisamente no entorno das estações Luz e Júlio Prestes, este local é o exemplo de uma das maiores contradições sócio-culturais brasileiras. Paredes de quase um metro de espessura, ajudam a compor o belo prédio da antiga Estrada de Ferro Sorocabana, projetado em 1925 e concluído em 1938, que hoje abriga a Sala São Paulo. No local, se apresentam os maiores nomes da música erudita mundial e também estão instaladas as dependências da Secretaria do Estado da Cultura, onde se constituem as políticas públicas culturais da maior cidade do país e uma das maiores do mundo. Existem ali dois mundos distintos: dentro, a apresentação e a definição de diretrizes culturais que possam aprimorar e integrar o público pela oferta do que se entende ser o capital cultural estruturante para a sociedade; fora, um bairro abandonado, passando por um processo arbitrário de reestruturação urbana, por onde perambulam milhares de pessoas tomadas pela dependência química e mendicância.
O descaso com a região nos últimos 30 anos, levou a desvalorização e o abandono gradativo de imóveis, causando perdas econômicas, sobretudo para os donos do comércio local. Hotéis e prédios desocupados, que apresentavam alguma condição, passaram a ser ocupados por movimentos que lutam por moradias, que procuraram implantar nestes locais, condições mínimas para viver; os imóveis que estavam em situação crítica, foram ocupados por dependentes químicos que viviam pelas ruas do centro da cidade. Com o aumento da oferta das drogas e do consumo do crack nas imediações, a região passou a ser uma “referência de lugar inabirável ou intransitável” e teve a alcunha popular corroborada pelas próprias autoridades públicas e imprensa. Moradores do bairro, então, se viram obrigados a conviver com a violência e com a incerteza sobre o destino da região.
Sem debate com a sociedade, sobretudo com os moradores do bairro e adjacências, motivados pela abertura de investimentos de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014, a prefeitura aprovou na câmara a Lei N.o 14917 de 07/05/2009, chamada de Lei de Concessão Urbanística, dando ao Poder Público o direito de desapropriar imóveis do bairro, de acordo com “sua vontade”. Com uma proposta dita “estrutural” surgiu o Projeto Nova Luz, que "libertaria o paulistano do mal estar" que se instaurou na região e traria novamente "o sentido do nome Luz ao bairro”. Com o tempo a proposta mostrou em nada contribuir para a questão social, privilegiando a exploração territorial pelo mercado imobiliário. Só restava então a unificação dos movimentos de moradia e associações de moradores com outros movimentos sociais, constituindo assim um núcleo de resistência, que avançou neste processo, pedindo minimamente o diálogo. Sobre os desdobramentos:
“Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 9031477-73.2009.8.26.0000 - Em 12/06/2015 transitou em julgado a decisão do Órgão Especial do Tribunal de Justiça, em ADIn movida pelo Procurador Geral de Justiça do Estado de São Paulo que, por maioria de votos, analisou o mérito e julgou procedente a demanda, reconhecendo-se a constitucionalidade do art. 5º e § 1º desta Lei, desde que o Município, na aplicação desse diploma legal, garanta a participação das entidades comunitárias atingidas em fase anterior à edição de lei específica autorizando cada outorga de concessão urbanística. DOC 04/08/2015 p. 88 c. 4.”
As diversificadas linhas de pesquisa sobre a territorialidade da cultura, no desenvolvimento de diálogos culturais das instâncias micro para o macro, são a tabula rasa da dos projetos culturais. Com base nisso, nas últimas duas décadas, as políticas públicas fizeram dos aparelhos culturais os interlocutores entre as propostas e a comunidade do entorno. Às instituições têm procurado criar pontes de relação entre o arcabouço cultural que administram e o público, a fim de proporcionar o chamado capital cultural tão determinante para o desenvolvimento da cidadania. Os resultados trazem esperança, comoção, pedidos de reforços e ampliação de programas do gênero, dentre outras coisas.
Por trás de plantas e maquetes de grandes parques e centros de entretenimento que "dignificariam" a existência da Sala São Paulo, Memorial da Resistência, Museu da Língua Portuguesa, Pinacoteca do Estado e Museu de Arte Sacra, via Projeto Nova Luz, existe a justificativa urbano-sócio-cultural para o processo de gentrificação* empreendido no bairro. Se esta lógica do diálogo da instituição cultural com o entorno fosse pragmática, o Bairro da Luz seria hoje o principal pólo cultural do país.
* Do inglês gentrification, consiste num conjunto de intervenções no espaço urbano, sob a alegação do desenvolvimento, promovido com ou sem a intervenção governamental. Ocorrido em diversas cidades do mundo, está direcionado a retirada de moradias que pertencem às classes sociais pouco favorecidas.
Para saber mais:
Projeto Nova Luz – Contra a Cracolândia ou Especulação Imobiliária?
https://www.youtube.com/watch?v=cptmzku7vhk
youtube
Museo De Los Desplazados
http://www.lefthandrotation.com/museodesplazados/
Sem teto reformam prédio no centro de São Paulo:
http://www.cartacapital.com.br/sociedade/sem-tetos-reformam-o-proprio-predio-no-centro-de-sao-paulo/
Lei 14917/09 de 07 de maio de 2009 – Concessão Urbanística.
http://cm-sao-paulo.jusbrasil.com.br/legislacao/709868/lei-14917-09
http://legislacao.prefeitura.sp.gov.br/leis/lei-14917-de-7-de-maio-de-2009/detalhe
Tags: urbanização, cultura, aparelhos culturais, gentrificação, políticas públicas
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suncpesquisa · 1 year
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É isso mesmo que vocês estão lendo: mais uma pesquisa de interesse.
Nossa proposta vem em formato nxn e se passa em um complexo luxuoso com características de hotelaria, composto por três arranha-céus, sendo estes, dois residenciais. O plot, que é ambientado em Busan, acompanha um passado trágico com problematizações na rotina de magnatas e bem sucedidos. Envolve corrupção, gentrificação, eliminações misteriosas, e claro, não podemos esquecer dos eventos de gala para os esbanjadores de dinheiro.
O acesso às residências só será possível se seu char tiver uma renda altíssima. O suficiente para não precisar colocar os pés para fora do apartamento.
Ah, deixamos claro que não focaremos somente nas desgraças, tá? Nosso intuito é promover uma boa comunicação e uma confortável imersão com brincadeiras, eventos de viagens e algumas surpresas para que todos consigam desenvolver seus personagens com grandes amizades e momentos marcantes.
Buscamos players que queiram ficar por muito tempo conosco, pois fizemos pensando em abandonar a rotina de migrar de comunidade em comunidade.
Por fim, a esperada e importante pergunta: quem está afim de uma comunidade de formato nxn slice of life de condomínio, only Twitter (e futuramente, Discord também), 50 vagas iniciais, com diversos detalhes para contribuir no desenvolvimento e estadia de seu personagem? Deixe o like nesse post e suas dúvidas na ask!
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musicshooterspt · 1 year
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Porto ou Morto?
O Centro Comercial STOP, considerado um dos mais importantes centros culturais na cidade Invicta, viu esta terça-feira 105 das suas 126 lojas fecharem portas por ordem da Câmara Municipal do Porto, sem qualquer aviso ou notificação.
O famoso prédio foi construído em 1982 e serve como uma segunda Casa da Música há mais de 20 anos, sendo que grande parte da infraestrutura é composta por estúdios e salas de ensaios para inúmeros artistas. 500 músicos e produtores musicais foram assim despejados por agentes policiais, ficando sem espaço para trabalhar. Entre eles, alguns nomes bastante conhecidos, como a banda "Ornatos Violeta".
Em causa estão as licenças das lojas, que segundo a Câmara Municipal do Porto, não estão regularizadas.De frisar que o futuro do STOP vinha sendo discutido entre o Ministro da Cultura Pedro Adão e Silva e o Presidente da Câmara Municipal do Porto Rui Moreira, há já algum tempo, nomeadamente questões de segurança do local e queixas de ruído por parte da vizinhança.
No entanto, os protestos não se fizeram esperar e, ao longo do dia de terça-feira, as autoridades locais foram confrontadas pelos apelos da multidão e cartazes onde podia ler-se "Morte à Cultura" e "Não ao STOP do STOP". Os protestos estenderam-se às redes sociais, onde imensos artistas portuenses e nacionais mostraram a sua indignação. Novas manifestações estão agendadas para a próxima segunda-feira.
Por entre discussões, reuniões e burocracias, esmorece a música. As chefias, como maestros, dão o toque de marcha fúnebre conforme a retirada dos instrumentos, e enterram-se os artistas desalojados, que se vêm sem qualquer resposta ou prospecção futura.
Irá prevalecer o agora vazio edifício STOP, ou cairá na teia da gentrificação sendo vendido e transformado em mais um hotel de luxo? Irão sobreviver os artistas do Norte à tentativa de homicídio da cultura? As respostas tardam e a melodia da Invicta está, por agora, mais cinzenta."
Texto: Cristiana Baptista
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acropoledeatenas · 2 years
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DESIGUALDADE SOCIAL
Desigualdade social é a diferença econômica que existe entre determinados grupos de pessoas dentro de uma mesma sociedade. Isto se torna um problema para uma região ou país quando as distância entre as rendas são muito grandes dando origem a fortes disparidades.
Vejam essa imagem que expressa desigualdade social!!
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A Desigualdade social representa a diferença no padrão de vida e nas condições de acesso a direitos, bens e serviços entre integrantes de uma sociedade: má distribuição de renda má administração dos recursos públicos falta de investimentos em políticas sociais corrupção desemprego. Ficou bom? Está entendendo?
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Desigualdade social e suas consequências:
Gentrificação (pessoas pobre são levadas a morar em zonas periféricas das cidades); insegurança alimentar (aumento dos índices de fome e miséria); mortalidade infantil; diminuição da expectativa de vida média; manutenção/aumento do desemprego; aumento da evasão escolar; diminuição da escolaridade média da população e aumento da criminalidade. Veja algumas ações para combater a desigualdade social no Brasil.
Por hoje é só! Acessa e curte o Blog Acrópole de Atenas!
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COLÉGIO ESTADUAL MARIA CÂNDIDA DE CASTILHO FONTOURA. DISCIPLINAS: FILOSOFIA E SOCIOLOGIA - 3º ANO B - MATUTINO ALUNOS: TAYLAN SANTOS DE OLIVEIRA E PEDRO HENRIQUE DA SILVA COSTA. PROF. ME. FERNANDO DE ALMEIDA
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elkermit · 1 year
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No dia catorze de abril, tive a oportunidade de acompanhar o grupo de pesquisa numa tour pela Pequena África, na zona portuária do Rio. Realizar a caminhada pelas ruas que foram planos de fundo de grandes eventos históricos e cenário de embates sociais, como a Revolta das Vacinas, me fez refletir sobre todo processo de construção do estado. O privilégio enriquecedor de escutar a perspectiva do guia Lucas sobre o trajeto que não apenas faz parte do seu trabalho, mas também esteve presente na sua trajetória como jovem carioca me aproximou da região que eu só havia experienciado de passagem ou em pequenos “rolês” e comemorações. Ficou impossível não recordar sobre as aulas do ensino fundamental sobre o período monárquico, reparar nos nomes das ruas e disfrutar as paisagens urbanizadas proporcionadas pelo passeio, como a vista do jardim suspenso do Valongo e a subida do Morro da Conceição. Desde o começo do trajeto, lá no Instituto Pretos Novos, o sentimento de impacto ao perceber o quão recente é a descoberta do cemitério e todo o descaso da prefeitura e governo para tornar todo aquele patrimônio histórico acessível à população fluminense é revoltante. Por outro lado, é ainda mais esclarecedor estar num círculo que além de acreditar na luta antirracista contribui para a reeducação de todos que frequentam o espaço. As informações que nos faltam ou foram esquecidas acerca da descoberta das escavações e a da logística de desembarque e venda dos escravos nos eram contadas durante a visita. Assim tivemos a reconfirmação de que todas nossas leituras do final do ano passado estão em sintonia com todos os diálogos, principalmente quando o livro do Jessé de Souza “Como o racismo criou o Brasil” foi citado. As conversas sobre samba, religião se tornaram mais vivas a partir do momento que percebíamos esses elementos nas casas e paredes do bairro. A gentrificação foi outro tema que não pudemos ignorar, devido às novas construções milionárias que afetarão os moradores da Gamboa, com a tendência da repetição desse ciclo de diáspora, que abriu margem para enxergamos o quanto essas fugas na nossa cidade estão tão próximas de nós. É incômodo perceber que as marcas coloniais são recentes. Não estamos distante do que foi a escravidão e de toda a crueldade que envolveu o processo. Agregando às conversas, Lucas sempre trazia memórias relacionadas aos seus aprendizados na capoeira, cantou um cântigo de roda que questionava a bondade da princesa Isabel ao abolir a escravidão. Logo fiz um link com a exposição “Atos de revolta” que eu havia acabado de prestigiar no Museu de Arte Moderna, em que os curadores e obras apresentadas dialogam com a narrativa ocultada sobre a independência do Brasil, sempre relacionada unicamente a D. Pedro e consequentemente apagando a luta da população que estava à margem do topo da pirâmide social, assim, a luta dos povos negros e indígenas são relembradas com maestrias pelo museu. Em suma, o passeio foi maravilhoso e me fez desejar ter conhecido tudo aquilo antes, segui pensando como seria minha percepção de mundo se eu tivesse andando pelo centro do Rio quando mais novo, se eu tivesse estudado e presenciado mais da cidade, um trajeto que era raro e sempre relacionado a burocracia ou saúde de meus familiares. Eu, sempre como acompanhante e escutando o quanto era perigoso, nunca fui incentivado a estar ali com a intenção de contemplação e reflexão, por isso só pude adotar a vivência na minha rotina a partir da minha adolescência e das decisões profissionais e acadêmicas que elegi. Sem dúvida, voltei para casa com uma nova visão sobre todos aqueles espaços que já cheguei a pisar anteriormente, mas que agora posso ocupar de maneira mais consciente e me sentindo conectado à cidade.
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gaugverso · 2 years
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Gentrificação urbana e exclusões sociais; Arquitetura hostil.
Trabalho da disciplina de: HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DOS PROCESSOS COMUNICATIVOS.
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Nova Iorque, 2022
“Se puderes olhar, vê. Se puderes ver, repara” é o pensamento que mais retenho desta cidade, que olha para cima de uma forma extraordinária, e não repara nos que ficam no chão. O chão duro e agreste, praticamente igual por toda a cidade, que tanto suporta os que sobem de helicóptero particular como os que não são capazes de se levantar. Um chão duro e agreste de uma cidade plana, por onde se pode caminhar, onde todos os caminhos nos levam facilmente de um extremo ao outros, mas onde não são todos os que podem subir, nem são todos os que se podem mover. Será assim praticamente por todo o mundo, mas ali encontrei tudo mais contrastado. A luta de classes é muito mais evidente, mas quem ali vive não tira daí consequências.
A cidade é extraordinária e não respiraria sem aqueles que não falam inglês. No entanto, nunca vi uma cidade, ou um país, onde a propaganda nacionalista fosse tão presente. É uma ferramenta de doutrinação.
Central Park e a High Line são dois exemplos do modo como a cidade se renova, a ritmos diferentes, mas num movimento constante que tanto atrai quem vem de fora, como expulsa quem deixa de ter condições de ter ali o seu chão. E mesmo com esta contradição, são dois locais absolutamente extraordinários da capacidade que nos é inerente de poder fazer o melhor com o que está ao nosso alcance. No entanto, como o resto da cidade, falham no chão que é retirado a uns para dar a outros. Onde há uma imagem de distribuição, verifica-se uma acomulação efectiva por via da gentrificação.
Visitei o MoMA onde admirei algumas das obras de arte mais fascinantes dos últimos 150 anos, ouvi jazz e hip hop na rua e no metro, ouvi blues num bar e fui a uma exposição em Lower East Side, onde me emocionei com as fotos da guerra civil de Espanha. David Chin, Gerda Taro, e mais ainda Robert Capa, passado quase um século, mostram-nos o lado romântico e o horrível da guerra. Parece que esquecemos. A cidade olha para cima, não olha para o seu chão. Tal como no fascismo combatido pelos que Capa fotografou, nesta cidade escolhem-se uns e esmagam-se outros.
Assim encontro a capital do império onde vivo, a milhares de quilómetros de distância do meu chão, que fica junto a um rio, ao lado de uma antiga capital do império de outrora, mas porventura com alguns dos mesmos defeitos.
Ao largo, de barco, a cidade é ainda mais majestosa. Não se vê o chão.
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FREVO
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PT — Para acompanhar um artigo que escrevi em relação ao apagamento e gentrificação de certas culturas, criei esta ilustração de um dançarino de frevo. Frevo, uma dança cultural de Pernambuco, foi criada como filho de outras danças de auto-defesa como a capoeira. Esta arte é considerada património da humanidade e continua forte, mesmo perante as dificuldades de manter viva a tradição.
EN — To accompany an article I wrote about the erasure and gentrification of certain cultures, I created this illustration of a frevo dancer. Frevo, a cultural dance from Pernambuco, was created as a child of other self-defense dances such as capoeira. This art is considered World Heritage and remains strong, even in the face of the difficulties of keeping the tradition alive.
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postersdecinema · 12 days
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As Mãos Sobre a Cidade
I, F, 1963
Francesco Rosi
8/10
Imoralidade Urbanística
Francesco Rosi dirige um argumento seu e de Rafaelle La Capria, Enzo Provenzale e Enzo Forcella, denunciando a especulação urbanística e corrupção na cidade de Nápoles nos anos 60.
A época foi, de facto, de explosão urbanística, não apenas em Nápoles mas em grande parte da Europa, fazendo coincidir o boom económico do pós guerra com o êxodo rural massivo e a descolonização de alguns países, que conduziram a um crescimento enorme da construção, a legal, mesmo viciada pela corrupção, e a ilegal, que originou vastos bairros de lata nos arredores das cidades.
Esta visão mais vasta, passa à margem do filme, preocupado exclusivamente em denunciar a especulação e a corrupção urbanísticas.
Talvez, ao tempo, faltasse o distanciamento necessário para uma análise mais vasta do problema, que os especuladores não criaram, mas se limitaram a tirar partido dele, ganhando dinheiro, imoralmente e nos limites da legalidade corrupta, com os projetos de urbanização e com a má qualidade da construção.
Não obstante, o que este filme tem de mais interessante, sessenta anos depois, é a sua atualidade. A situação urbanística é hoje substancialmente diferente da existente em Nápoles nos anos 60, na maioria das cidades europeias, no entanto a especulação e a corrupção continuam a dominar o setor imobiliário e a atuação das autoridades que o licenciam.
Já não são simples apartamentos de má qualidade para o povo, como no filme, mas são obras faraonicas para o município, urbanizações de luxo para os privilegiados ou investimentos turísticos, que acentuam a gentrificação dos centros históricos das cidades.
No fundo, não importa o que se constrói, mas as gestões municipais continuam hoje, como há sessenta anos atrás, reféns dos promotores imobiliários e especuladores que geram a riqueza, da qual depende, em última instância, a gestão municipal. Para além da corrupção, que continuará sempre a existir, o sistema assegura que as obras públicas e demais iniciativas locais sejam financiadas, essencialmente, pelas receitas provenientes das taxas e impostos gerados pela construção e pelo imobiliário, perpetuando assim um ciclo vicioso de especulação e corrupção urbanísticas.
Nesse sentido Rosi falha magistralmente na sua previsão de mudança, manifestada pelo conselheiro De Vita, o líder da oposição municipal de esquerda.
O povo muda, educa-se, ascende a melhorias substanciais nas suas condições de vida, mas em vez de exigir moralidade por parte do poder político, prefere comer um bocadinho do bolo, por mais miserável que seja.
Urban Immorality
Francesco Rosi directs a script written by himself and Rafaelle La Capria, Enzo Provenzale and Enzo Forcella, denouncing urban speculation and corruption in the city of Naples in the 1960s.
The period was, in fact, one of urban explosion, not only in Naples but in much of Europe, with the post-war economic boom coinciding with the massive rural exodus and the decolonization of some countries, which led to a huge growth in construction, both legal, albeit tainted by corruption, and illegal, which gave rise to vast shanty towns on the outskirts of cities.
This broader vision is left out of the film, which is exclusively concerned with denouncing urban speculation and corruption.
Perhaps, at the time, there was a lack of the necessary distance for a broader analysis of the problem, which the speculators did not create, but simply took advantage of, making money, immorally and within the limits of corrupt legality, with urban development projects and poor quality construction.
However, the most interesting thing about this film, sixty years later, is its relevance today. The urban situation today is substantially different from that of Naples in the 1960s, in most European cities. However, speculation and corruption continue to dominate the real estate sector and the actions of the authorities that issue its licenses.
These are no longer poor-quality apartments for the people, as in the film, but pharaonic projects for the municipality, luxury housing developments for the privileged or tourist investments, which accentuate the gentrification of the historic city centres.
Ultimately, it doesn't matter what is built, but municipal administrations continue today, as they were sixty years ago, to be held hostage by the property developers and speculators who generate the wealth on which municipal management ultimately depends. In addition to corruption, which will always exist, the system ensures that public works and other local initiatives are financed essentially by revenue from taxes and fees generated by construction and real estate, thus perpetuating a vicious cycle of urban speculation and corruption.
In this sense, Rosi fails miserably in his prediction of change, expressed by Councillor De Vita, the leader of the left-wing municipal opposition.
The people change, educate themselves, and achieve substantial improvements in their living conditions, but instead of demanding morality from the political powers, they prefer to eat a little bit of the cake, however miserable it may be.
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antiromantichq · 13 days
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BOAS VINDAS, @NTI_JONG!
NOME: Nam Jongwon
NASCIMENTO: 19/06/1999, 25
GÊNERO: Homem cis
NACIONALIDADE: Coreano
DISTRITO: Gangseo
PROFISSÃO: Curador no Cultural Heritage Administration
SEXUALIDADE: Bissexual
FACECLAIM: Hong Taejun
↑ Comunicativo, autêntico e versátil
↓ Obstinado, autocrítico e desapegado
BIOGRAFIA:
 TW: alienação religiosa, preconceito e bullying.
Jongwon nasceu em Mokpo em 1999. Sua mãe, a filha mais nova de uma xamã, estava destinada a manter a linhagem espiritual centenária da família. Seu pai, um católico fervoroso, desconhecia completamente as raízes religiosas e culturais da esposa; mas o casal convivia bem com esse segredo guardado.i-min é um amante da natureza, encontrando felicidade nas trilhas e na serenidade dos ambientes ao ar livre. Apaixonado por literatura clássica, ele se deleita com as nuances e profundidades das grandes obras literárias. Embora extrovertido e capaz de fazer amizade com facilidade, Ji-min está aprendendo a se soltar e se expressar verdadeiramente. Ele carrega um peso de culpa por sua criação religiosa, às vezes se sentindo amaldiçoado por isso, mas está comprometido em viver uma vida plena e autêntica, buscando equilibrar suas crenças com sua busca por liberdade e felicidade.
No entanto, quando completou três anos, sua mãe o levou às pressas para Gageodo juntamente de sua irmã ao perceber uma marca de nascença em formato de coração no corpo de ambos. Segundo crenças locais, o nascimento fora de espiritualidade simbolizava o fim de um acordo divino com os deuses e a ira dos Sa-Gwishins, pois sua mãe havia unido o sangue real com o “sujo.” O período que viveu na ilha foi marcado por preconceito, por ser o único homem da linhagem-direta, considerado eternamente como um presságio do mal para os nativos e sofrendo as consequências com rituais para que a maldade abandonasse seu corpo.
Com o passar do tempo e a quebra de contato, seu pai fez uso de contatos influentes e conseguiu a guarda permanente dos filhos; levando-os imediatamente para Verona, na Itália. Lá, eles foram colocados em uma escola católica, seguindo rigorosamente as tradições religiosas. Em contraste com a hostilidade de sua infância, Jongwon encontrou abrigo e acolhimento. Seu pai e as freiras acreditavam que ele deveria ser criado na santidade, vendo uma luz especial refletida nele.
Dedicando-se à fé, Jongwon passou por todas as etapas religiosas desde o catecumenato até o batismo, tornando-se coroinha e posteriormente acólito. Sua maturidade e habilidade em proclamar as escrituras impressionaram a comunidade, e seus momentos mais felizes foram durante a Sagrada Comunhão e as celebrações litúrgicas. Alguns fiéis juravam que ele seria um santo, havia relatos recorrentes de pessoas enfermas dizendo que ao estar na presença dele sentiram-se curadas ou voltavam para casa com mais energia. Por esse motivo, seu pai acreditava que o futuro do rapaz era servir à igreja por toda eternidade.
O Nam começou a ter questionamentos e explorar o mundo pela internet, concluindo que talvez seguir o caminho da santidade não era o correto. Sentindo-se aprisionado, decidiu não abdicar de seus desejos e pela primeira vez em 19 anos, fabricou uma história para conseguir estudar Arqueologia na Catholic University of Korea dizendo ser um chamado de Deus. Com o tempo, sua fé se tornou mais flexível, permitindo-lhe questionar os ensinamentos que seguiu cegamente e encontrar paralelos entre os ensinamentos de seus pais.
Após concluir a faculdade, Jongwon aplicou-se a várias universidades no exterior e foi aceito em Dartmouth, onde realizou um duplo mestrado em História e Antropologia. Esse feito foi possível graças ao estágio que fez durante a graduação, suas notas excelentes, cartas de recomendação e um currículo invejável. Em apenas um ano, ele defendeu duas teses: "Comunidades Marginalizadas", focando em questões de gentrificação, habitação e exclusão social, e "Desenvolvimento Econômico e Política Industrial na Coreia do Sul Pós-Guerra". Embora tenha recebido várias ofertas de emprego nos Estados Unidos, Jongwon decidiu retornar à sua terra natal em 2024 para trabalhar pro governo no Cultural Heritage Administration.
Nos primeiros meses em Seul, ele percebeu o quão romântica a cidade era, cheia de casais, e pela primeira vez se questionou por que nunca conseguiu gostar de alguém ou se envolver profundamente. Talvez a culpa que seu passado de santidade lhe impunha ou seu foco extremo na carreira fossem as causas. Tentou conhecer pessoas por amigos do trabalho, mas não se encaixava. Até que um colega comentou que conheceu a esposa pelo aplicativo Anti Romantic. Cético e como último recurso após uma noite de bebedeira, Jongwon baixou o aplicativo, certo de que não encontraria o que procurava.
COMO CHEGOU EM SEUL?
Jongwon terminou seus mestrados nos Estados Unidos e decidiu retornar para Seul devido a uma proposta de emprego promissora que agregaria em seu currículo, onde tem a oportunidade de contribuir para a preservação da história do país.
QUAIS SÃO SUAS EXPECTATIVAS EM RELAÇÃO AO APP?
Jongwon fez o download do aplicativo há um mês como último recurso para encontrar conexões emocionais significativas. No início, ele não tinha grandes expectativas, acreditando que não encontraria o que procurava. No entanto, desde então, tem usado o aplicativo com uma frequência moderada, explorando suas possibilidades e mantendo uma mente aberta. Suas expectativas são mistas, ele espera encontrar pessoas com quem possa se conectar verdadeiramente, mas também está ciente de que o amor verdadeiro não pode ser forçado ou encontrado instantaneamente.
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lebonah · 1 month
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🧝🏻‍♀️🪻 Por aí em Belém 🪻🧝🏻‍♀️
Workshop "Mapa de Histórias, Cores e Memórias", uma oficina de intervenção visual e poética, traz experimentação artística individual sobre mapa de Belém, que já teve uma prévia intervenção.
Na minha versão, entram rotas e lugares que serviram de inspiração ou que estão relacionados à construção de Undomeion de alguma forma, por todos os anos que morei na cidade. O fóssil da antiga intervenção, na minha, se transforma em dragão, representando a gentrificação e acinzentamento da cidade que antes era conhecida por seu imenso verde. O dragão, como acumulador de tesouros, representa enfim a especulação imobiliária e a transformação de bairros tradicionais em bairros "nobres".
🧝🏻‍♀️🪻📜🪻🧝🏻‍♀️
Hantanyel tulesselyanen! 🪻🧝🏻‍♀️⚔️
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orsassur5 · 2 months
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O Setor Imobiliário em Portugal: Uma Análise Investigativa sobre a Erosão do Poder de Compra dos Clientes
O setor imobiliário em Portugal vive uma fase de transformação profunda, marcada por um aumento significativo nos preços dos imóveis e uma crescente dificuldade para os portugueses adquirirem casa própria. Este artigo investiga as razões por trás dessa situação, analisando os fatores econômicos, sociais e políticos que contribuem para a atual realidade do mercado imobiliário português.
#### Aumento dos Preços dos Imóveis
Nos últimos anos, Portugal tem experimentado uma valorização expressiva dos preços dos imóveis, especialmente nas grandes cidades como Lisboa e Porto. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), os preços das habitações aumentaram mais de 10% ao ano em algumas regiões. Este fenômeno é impulsionado por vários fatores, incluindo o aumento da demanda por parte de investidores estrangeiros e a atratividade de Portugal como destino turístico e de residência.
A popularidade dos programas de residência como o Visto Gold tem atraído muitos investidores internacionais, que buscam imóveis de alto padrão e contribuem para a elevação dos preços. Este influxo de capital estrangeiro, enquanto positivo para o mercado, dificulta o acesso dos cidadãos locais à habitação, especialmente nas áreas urbanas.
#### Impacto do Turismo e Airbnb
O crescimento do turismo em Portugal tem sido uma faca de dois gumes para o setor imobiliário. Embora tenha gerado receitas significativas para a economia, também tem exacerbado a crise habitacional. O aumento das propriedades destinadas ao arrendamento de curto prazo, como as listadas no Airbnb, reduziu a disponibilidade de habitação para arrendamento de longa duração, pressionando ainda mais os preços.
Este fenómeno tem levado à gentrificação de vários bairros, onde os residentes locais são forçados a se mudar para áreas mais periféricas devido aos altos custos de aluguel. A falta de regulamentação adequada para plataformas de aluguel de curto prazo tem sido um ponto de crítica e debate entre autoridades locais e residentes.
#### Política de Crédito e Taxas de Juros
O crédito imobiliário é outro fator crucial que afeta a capacidade de compra dos portugueses. Com as recentes políticas do Banco Central Europeu (BCE) de manter as taxas de juros baixas, houve um aumento no acesso ao crédito. No entanto, a inflação crescente e a possível subida das taxas de juros no futuro próximo podem reverter essa tendência, tornando o financiamento mais caro e inacessível para muitos.
Os bancos portugueses, embora tenham facilitado o acesso ao crédito nos últimos anos, começaram a adotar critérios mais rigorosos para concessão de empréstimos, refletindo uma preocupação com a estabilidade econômica e a capacidade de pagamento dos consumidores.
#### Desigualdade de Renda e Estagnação Salarial
A desigualdade de renda e a estagnação salarial são problemas persistentes que afetam diretamente o mercado imobiliário. Embora o salário mínimo tenha aumentado, ele ainda não acompanha o ritmo de crescimento dos preços dos imóveis. A renda média dos portugueses permanece relativamente baixa, o que dificulta a capacidade de poupança e investimento em habitação.
A disparidade entre o custo da habitação e os rendimentos familiares tem levado a um aumento da precariedade habitacional, com muitas famílias vivendo em condições inadequadas ou optando por soluções de habitação compartilhada.
#### Políticas Públicas e Intervenções Governamentais
As políticas públicas desempenham um papel essencial na regulação do mercado imobiliário. Em Portugal, a falta de uma estratégia abrangente para enfrentar a crise habitacional tem sido alvo de críticas. Programas de habitação social e incentivos para a construção de imóveis acessíveis são insuficientes para atender à demanda crescente.
Iniciativas recentes, como a criação de mais habitação pública e o controle sobre os aluguéis de curto prazo, mostram uma tentativa do governo de intervir. No entanto, a implementação e eficácia dessas políticas ainda são questionáveis, exigindo um esforço maior e mais coordenado para resolver os problemas de habitação de forma sustentável.
#### Conclusão
O setor imobiliário em Portugal enfrenta uma série de desafios complexos que estão a corroer o poder de compra dos consumidores. A combinação de fatores como o aumento dos preços dos imóveis, o impacto do turismo, políticas de crédito, desigualdade de renda e a falta de intervenções governamentais eficazes cria um ambiente de incerteza e dificuldade para os portugueses. Para mitigar esses problemas, é necessário um conjunto de medidas coordenadas que incluam regulamentações mais rígidas, políticas de habitação acessível e iniciativas que protejam os interesses dos residentes locais, garantindo assim um mercado imobiliário mais equilibrado e sustentável.
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uniorkadigital · 2 months
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umaescolaparavoltar · 2 months
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memória descritiva
Na construção da actividade que propussémos de registo de um lugar, seguindo a ideia daquilo a que comummente se chama de "desenho do lugar", designámos como objectivo principal mapear e documentar aquilo que geralmente é menorizado ou mesmo omisso. Tínhamos, no momento de apresentação do nosso portfólio, apresentado a possibilidade de realizar esta actividade num contexto de paisagem construída ou num contexto de paisagem não-construída, equacionando um modo de possível cruzamento destas duas vertentes. Para tentar compreender se este cruzamento é possível, preferimos dar prioridade à concepção do modelo focado num contexto de paisagem construída, procurando posteriormente equacionar a hipótese da sua adequação a contextos de paisagem não-construída.
Foi neste contexto que nos importaram, fundamentalmente, três das referências que referimos aquando da apresentação do nosso portefólio, designadamente a experiência pedagógica conduzida por O. L. Filgueiras, os projectos em torno do Feísmo galego e os diários fotográficos a que nos referimos na apresentação do portefólio.
À semelhança da experiência pedagógica conduzida por O. L. Filgueiras, definimos o desenvolvimento da actividade proposta em locais específicos, documentando as formas da sua ocupação e do seu uso, privilegiando uma abordagem realista que contraria a ideia de perfeição presente em tudo o que é novo. As duas outras referências, no seu cruzamento com a primeira, permitiram constituir uma lista de critérios e de conceitos a que deve obedecer a selecção dos locais específicos. A referência do Feísmo galego foi-nos útil para compreender a importância visual do desordenamento territorial para a constituição de um posicionamento crítico. Por sua vez, os diários fotográficos de Alexandra Macedo foram importantes para definir uma estratégia de acção, a "mise en ouvre" (ou no caso do reenactment, a "mise en scène") da actividade que concebemos, uma vez que aquela artista ora os realiza por critério de tempo, ora por critério de tema, ora ainda por critério de itinerário. Estes modos de registo fotográfico realizados por Alexandra Macedo permitem compreender a exequibilidade da actividade proposta num espaço restrito com grande flexibilidade. Sendo este princípio cruzado com a ideia de retratar as marcas de uso e de ocupação dos lugares da experiência pedagógica conduzida por O. L. Filgueiras e com a leitura territorial dos projectos realizados sobre o Feísmo galego, compreendemos a necessidade de nos cingirmos a locais negligenciados da cidade, tendencialmente degradados ou em momentos de tensão social decorrentes de fenómenos de gentrificação e especulação imobiliária.
No processo de escolha dos possíveis lugares a desenhar, definimos que estes deverão atender a um conjunto de critérios para que se possam atingir o objectivo pretendido de fomentar um posicionamento crítico (e possivelmente político) a partir da observação presencial do lugar.
Tendo como base os pressupostos da experiência pedagógica desenvolvida por O. L. Filgueiras na ESBAP e os projectos de documentação do Feísmo galego, acreditamos que há um conjunto-base de conceitos que se torna fundamental para a escolha dos locais. Neste conjunto-base estão os conceitos de Decadência, de Negligenciação, de Anacronismo/Deslocação/Datação, de Inacessibilidade, de Propriedade, de Descontinuidade temporal. Deste conjunto-base formado por estes conceitos emergiu um conjunto de conceitos-forma, como os de Sub-urbanidade/Pós-ruralidade, de Industrialização/Desindustrialização/Pós-industrialização, de Especulação Imobiliária, de Natureza descurada, de Abandono/Marginalização, entre outros.
A escolha destes conceitos prende-se com a vontade de orientar o olhar e o posicionamento crítico numa atitude de questionamento, de combate e, quiçá, de revolta, por forma a evitar sempre uma qualquer atitude de romantização.
Neste sentido, os lugares escolhidos devem exprimir alguma forma de tensão social, política ou económica e que expressem essas tensões formalmente/espacialmente, por exemplo através de barreiras ou de formas de diferenciação física. Tornam-se fundamentais as noções de Propriedade Privada, de Espaço Público, de Alheio. Todos estes conceitos procuram ser a contraparte territorial das noções sociais se Segregação, de Exclusão, de Ageísmo, entre outras. Neste sentido, o aluno-observador encontrará perante a análise do local uma forma de alterar o seu modo de relacionamento humano e social.
Através da preparação da realização da actividade em contexto urbano foi relevante para compreender como poderiamos realizar a mesma num território maioritariamente não-edificado, perseguindo a referência que anteriormente apresentámos relativa ao trabalho desenvolvido por Fernando Lanhas na Serra de Valongo. Também aqui ganha relevância o princípio de constituição de um posicionamento crítico que propomos fomentar, podendo este ser intersectado por noções como as de propriedade privada, de acesso restrito, de abandono e de negligência que, uma vez que são parte integrante de fenómenos como a gentrificação e a especulação imobiliária a que fizemos alusão aquando da preparação desta actividade em contexto urbano. Foi neste sentido que, ao escolher um local predominantemente não construído apontámos a envolvente do Rio Leça em geral e da Colónia Penal de Santa Cruz do Bispo em particular, introduzindo na possível execução desta actividade uma dimensão não-visual mais forte (e predominantemente político-social) que não existe em outros locais com estas características paisagísticas.
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unanglicismos · 2 months
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Campo Alegre Offices, escrito na língua oficial da gentrificação.
Tradução da mensagem promocional: estão a reconstruir o passado português para nos trazer um futuro de colonização linguística.
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